Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Jean Volpato: 62 anos depois da morte de Getúlio, novo ataque ao trabalhismo outra vez encabeçado pelos Marinho


Captura de Tela 2016-08-23 às 22.26.3662 anos depois da morte de Getúlio Vargas, a quem interessa retirar de cena um Partido dos Trabalhadores?
 
por Jean Volpato*

A Alemanha dos anos 1930, impulsionada pela grande crise de 29, foi marcada por uma grave desestabilização econômica, caracterizada pelo desemprego e pela hiperinflação.
Nesse contexto de crise foi que o discurso do partido nazista encontrou ampla aceitação na sociedade alemã. Assim Hitler chegou ao poder.

Um ditado antigo, no qual não recordo o nome do autor, afirmava que “loucos são aqueles que nós colocamos nos hospícios em tempos de paz, mas colocamos no poder em tempos de crise”.
Os nazistas montaram uma poderosa máquina de propaganda.

A tática nazista incluía o patrulhamento ideológico, a calúnia e a difamação, aplicando a frase atribuída ao chefe da propaganda nazista: “Uma mentira muitas vezes repetida vira verdade”.

Assim o governo de Hitler conseguiu convencer os alemães de que os judeus eram sujos, perversos, corruptos e traidores, responsáveis pela crise econômica que jogou os alemães na pobreza.
Tudo isso fundamentou a criação de leis que justificaram a perseguição, prisão, escravização, confisco de bens e o homicídio de milhões de judeus, dentro e fora dos campos de concentração.
Fenômeno idêntico pode ser observado no Brasil de hoje.

A velha imprensa empresarial, em especial a Rede Globo de Televisão, utilizando as mesmas técnicas de intimidação, patrulhamento ideológico liberal, calúnia e difamação, escolheu o maior partido de representatividade dos trabalhadores para negar sua legitimidade no Brasil.

O PT e suas principais lideranças têm sido alvos de escancarados e assombrosos ataques e perseguição.
Você já deve ter se perguntado algum dia o porquê a canoa de Lula vira manchete de uma hora no Jornal Nacional e as 18 delações do Senador Aécio Neves na Lava-Jato, não.

Ou porque os pedalinhos dos netos de Lula têm garantidos 24 horas na programação da Rede Globo, mas os R$ 23 milhões que o senador e atual ministro de Temer, José Serra, teria recebido de propina, já tenham caído no esquecimento popular.

O PSDB e boa parte dos políticos brasileiros, assim como a grande mídia, estão em defesa do status quo da elite brasileira.

Não é à toa que estamos vivendo um período muito parecido com aquele que colocou Adolf Hitler no poder na Alemanha da década de 30.

Aproveitam-se da crise econômica para colocar medo na população e deslegitimar o maior partido de representação aos trabalhadores em nosso país.

O ódio ao PT tem garantido uma cortina de fumaça que legitima os golpistas.

A venda colocada nos olhos dos brasileiros com a forte campanha midiática contra o PT vai garantir que o atual Governo Golpista de Michel Temer mexa nos principais direitos dos trabalhadores.

Hoje completamos 62 anos da morte de Getúlio Vargas, pai da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Getúlio se suicidou depois de uma forte campanha de difamação, ódio e calúnia.

Mais uma vez o mote da corrupção impulsionada por monopólios de comunicação, como o Diário Associados, de Assis Chateaubriand e Carlos Lacerda, serviram para golpear um governo com vertente trabalhista. No dia de sua morte a população saiu às ruas, indignada.

A Tribuna da Imprensa de Lacerda foi empastelada. A redação de O Globo foi atacada, carros do jornal foram destruídos.

Mais de seis décadas depois de sua morte, a história volta a se repetir. Mais uma vez um governo com viés trabalhista sofre um golpe.

Com amplo apoio das organizações Globo, o Brasil vive, sob o comando do presidente golpista interino Michel Temer, o maior desmonte dos direitos trabalhistas da história.

Na pauta a jornada de trabalho (oito horas diárias e 44 semanais), jornada de seis horas para trabalho ininterrupto, banco de horas, redução de salário, férias, 13º salário, adicional noturno e de insalubridade, salário mínimo, licença-maternidade, auxílio-creche, descanso semanal remunerado e FGTS.

Outro projeto em pauta, o PLP 257, resultará no congelamento dos salários, revisão dos benefícios e gratificações, demissão de servidores públicos, suspensão de concursos públicos, aumento da alíquota ou privatização da Previdência Social, limitação dos programas sociais.

O governo Temer também se esforça para aprovar a PEC 241/2016, que congela os investimentos públicos para os próximos 20 anos.

Na educação, essa PEC significa que nenhum centavo novo vai chegar para creches, escolas, universidades públicas e para melhorar o salário dos professores e praticamente inviabiliza as metas do Plano Nacional de Educação.

A proposta de privatização do SUS ganha cada dia mais força.

O ministro da Saúde do governo Temer já deu diversas declarações de que pretende extinguir a gratuidade da saúde para todos no Brasil.

Foi publicado no Diário Oficial da União proposta que cria grupo de trabalho para analisar a implementação de planos de saúde pagos pela população brasileira, favorecendo as chamadas “indústrias da morte, ou das doenças”.

A medida de Temer potencializa a lógica do mercado, colocando os serviços públicos não como direitos, mas como mercadorias.

Com a campanha nazista de ataque ao maior partido brasileiro de representação dos trabalhadores, o plano Temer de desmonte dos serviços públicos e ataques aos trabalhadores ganha uma confortável margem de implementação.

Não fica difícil concluir a pergunta desse título. A quem interessa retirar de cena um Partido dos Trabalhadores?

*Jean Volpato é jornalista, especialista em Gestão Estratégica em Políticas Públicas

Leia também:

Jessé de Souza e o golpe dos donos do dinheiro

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Moreira: vazar delação ao PiG é Golpe ! Justiça entra no jogo eleitoral com o que não tem prova.


O Blog do Paulo Moreira Leite publica entrevista corajosa de Luiz Moreira:

“Tentativa de interferência na disputa eleitoral”

Para Conselheiro Nacional do Ministério Público, vazamento de informações obtidas pela delação premiada compromete imparcialidade da Justiça

Doutor em Direito, com curso de pós-graduação na Alemanha, o professor Luiz Moreira é um dos principais estudiosos da judicialização — aquele processo das sociedades contemporâneas pelo qual o poder judiciário busca interferir em decisões do poder político. Conselheiro Nacional do Ministério Público, Luiz Moreira condena com veemência o vazamento das informações de Paulo Roberto Costa e Alberto Yousseff a respeito do escândalo da Petrobras. Isso porque elas foram obtidas pelo regime de delação premiada — cujo pressuposto é o sigilo. “Cria-se a sensação de que estamos num vale tudo e que o sistema de justiça além de imiscuir-se na disputa eleitoral também não tem compromisso com a ordem jurídica,” diz Luiz Moreira. O professor deu a seguinte entrevista ao 247:



Como explicar que informações obtidas a partir de um acordo de delação premiada tenham vazado para os jornais, para o rádio e a TV?

Explica-se a partir de uma tentativa de interferência na disputa eleitoral. É lamentável que o sistema de justiça produza essa anomalia, ou seja, que um procedimento judicial cercado de técnicas sofisticadas de colhimento dos testemunhos simplesmente se volte contra a ordem judicial que determina seu sigilo. No fundo, esse vazamento deslegitima o sistema de justiça, porque ele perde sua imparcialidade, porque perde seu apego à legalidade.

Cria-se a sensação de que estamos num vale tudo e que o sistema de justiça além de imiscuir-se na disputa eleitoral também não tem compromisso com a ordem jurídica.



Por que nenhuma autoridade assume suas responsabilidades nessa situação?

Esta situação é fruto de uma covardia institucional que prospera em certos círculos, em que arestas são evitadas. Este é o ambiente propício para que interesses corporativos se sobreponham à República. Impressiona o silêncio das autoridades e a disseminação de uma cultura de desconfiança em que todos somos corruptos até que se prove o contrário. Este ambiente que produziu uma espécie de estado de exceção que ataca diretamente as liberdades e criminaliza a política. Claro que institucionalmente estas ações tem propósito eleitoral e político. Eleitoral porque é produzida para interferir no segunda turno das eleições presidenciais; política porque fabrica a submissão do Estado aos órgãos de controle e cristaliza o status quo.



Qual a justificativa para se manter a delação premiada sob sigilo?

Era de se esperar que o sigilo  durasse, no mínimo, até que o processo eleitoral fosse concluído. Fundamental para o sistema de justiça é a produção de segurança e que a sociedade lhe atribua respeitabilidade. Se o sistema de justiça passa a agir sem critérios mínimos e passar a se imiscuir na disputa eleitoral, deixa de ser visto como imparcial. O sigilo é inerente à delação premiada. Nesse sentido, os testemunhos só são verossímeis se acompanhados de provas. Sem provas, não têm qualquer valor jurídico.



Por que acreditar que as informações estão sendo divulgadas de forma seletiva?

A seletividade é óbvia. Explico: os depoimentos colhidos são tomados a partir de uma técnica sofisticada que garante o sigilo, protege os dados e impossibilita tanto a difusão do teor dos depoimentos quanto das informações colhidas. Nesse sentido, há uma engenharia responsável pelo vazamento que seleciona criteriosamente que partes devem ser divulgadas e o momento adequado para que o vazamento chame mais atenção e cause mais impacto nos eleitores. Estou afirmando claramente que há um projeto de poder nesses vazamentos, que tenta se sobrepor pelo medo, na medida em que produz uma chantagem institucional sem precedentes. Não por acaso as duas delações em que questão vazam, respectivamente, na reta final do primeiro turno e no início do segundo. Todo mundo sabe que seria possível aguardar o fim das eleições. Isso não iria interferir de forma nenhuma na produção de provas nem nos testemunhos.

Em tempo de amigo navegante enfurecido com o PT:

O PT e Dilma estão pagando pela ineficiência no combate à oligarquia midiática. Pensaram que a conquistaria pelo exemplo do bom comportamento. Queriam aparecer no JN, pois agora estão, todo dia.
Leia também:

Tarso denuncia: usam a Petrobras para dar o Golpe !


Juiz da Petrobras entra na campanha

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O segredo de Marina, por Nilson Lage

martlage
Já publiquei, à revelia, alguns de seus escritos aqui.
Mas, além da qualidade – do pensamento e do texto – é especial ter  um artigo de Nílson Lage redigido especialmente para este Tijolaço por dois motivos, que  fundem razão e emoção.
O primeiro  é a coerência de Lage.  À distância, sempre a acompanhei – ou melhor, acompanhamos, eu e outros muitos, centenas, de seus ex-alunos  na Universidade Federal do Rio de Janeiro, há 37 anos.
A segunda razão é perceber que, também nos indivíduos, se expressa a continuidade do sentimento dos povos em busca de seu destino. E que, assim,  o fio da História  não se tece apenas com fatos, porque os fatos murcham sem luz,  o pensamento e a  ação humana que os empurram a vencer a inércia do status quo.
Possivelmente vou levar uma bronca por este “nariz de cera”, mais ainda porque Lage foi  juvenil no time de craques  que fez a histórica reforma no Diário Carioca, que inaugurou o moderno jornalismo no Brasil  e adotou o lead no lugar da lenga-lenga que escrevo, desobedecendo a tudo o que me ensinou.
Como já as levei, quase 40 anos atrás, vale a pena. Elas, sempre, como as próximas linhas, me fizeram aprender.
Nos próximos, professor, prometo, calo os dedos e entramos direto no assunto.

O segredo de Marina

Nilson Lage*
Desde os governos de Getúlio Vargas, que formataram a vida pública brasileira, as lutas políticas se vêm travando entre postulações ideológicas que conflitam em duas vertentes:
• o nacionalismo (entendido como afirmação do país, território e Estado, não de etnias) oposto ao liberalismo modernizador ou entreguismo (objetivamente, a submissão à esfera de poderdos Estados Unidos);
• a produção de conhecimento próprio da realidade nacional, oposto à importação acrítica da reflexão estrangeira (americana, europeia – dominantemente francesa) fundada em outras experiências nacionais.
A primeira dessas contradições é bem conhecida: opôs Getúlio (e os trabalhadores organizados, a instituição acadêmica da época, parte das forças armadas – essencialmente o exército – , produtores rurais voltados dominantemente para o mercado interno) à UDN (a maior parte da elite jurídica e tecnológica, setores bancários, exportadores e importadores).
Da vitória da corrente entreguista em 1964 – que não durou muito: a lógica do pensamento militar logo geraria o retorno a soluções nacionais em áreas sensíveis, como a informática, a energia nuclear e a indústria de defesa – resultou o aguçamento dos conflitos internos no país e enorme desgaste político das forças armadas, antes (no tenentismo, na FEB) tidas como vanguarda modernizadora.
O instrumento para cooptação dos militares foi a aceitação de um único rótulo para todo pensamento político que não convergisse com os interesses multinacionais – o “comunismo”, então, como, hoje, o “islamismo” ou o “terrorismo.” Ora, os partidos comunistas no Brasil sempre foram essencialmente organizações de classe média, tocadas por militares, principalmente na década de 1930, e por intelectuais (dos melhores do país), no pós-guerra. Tratou-se de ocultar a natureza nacional específica do trabalhismo de Vargas e seu antagonismo histórico às tentativas de organização das classes trabalhadoras pelos comunistas.
O entreguismo triunfou ao destruir o que restava da imprensa que poderia contrariá-lo: a Rádio Nacional, poderosa estrutura de Estado resistente ao engajamento político, foi anulada na década de 1950, e a mídia perdeu, em poucos anos, núcleos de inteligência consolidados ao longo de décadas, em torno de veículos como o Correio da Manhã, oDiário de Notícias ou o Jornal do  Brasil.
O discurso único, propagado por poucas empresas integradas ao setor bancário e coordenadas no plano continental, sobrepôs-se à diversidade da produção cultural antes característica do país, tanto em termos regionais quanto de classes sociais, e manteve aceso o espírito do liberalismo, que teria seus anos de glória nas negociatas da privatização, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
A reação inevitável sobreveio com a eleição de Lula e seu governo, que recuperou em pouco tempo os ideais de Vargas. Foi um processo sofrido (os governos militares toleravam, até certo o ponto, o PT como alternativa “moderna” ao getulismo e ao comunismo; essa imagem foi ainda dominante na campanha eleitoral de 1979, que contrapôs Lula a Brizola) e incompleto (há núcleos de resistência, aqui e ali), mas dele resultou mudanças sociais importantes e a afirmação da eficácia de soluções econômicas não liberais na linha do pensamento keynesiano.
Diante dos resultados alcançados, resta ao conglomerado neoliberal – ou entreguista –denunciar a corrupção (que é estrutural e, no plano do governo, pode apenas ser combatida) e prenunciar tragédias futuras.
No entanto, há novo espaço a ser ocupado. A invasão cultural que o Brasil sofreu nas últimas décadas trouxe não só avanços nas ciências da natureza, na tecnologia agrícola e na medicina, mas também promoveu transformação radical no pensamento dominante em ciências humanas e sociais, com ampla repercussão no discurso dos meios de comunicação e no comportamento de grupos intermediários nos centros urbanos.
Na Antropologia, na Sociologia e nas ciências econômicas, o que se defendia era a administração e a superação paulatina das contradições; agora, o que se busca é expô-las e aguçá-las.
Na sociedade real, isso deságua em conflitos que tendem a submergir a política. Num país em que a maioria das famílias é multirracial, o realce dado aos conflitos étnicos fere relações consolidadas, com grande custo emocional; quando a tolerância sempre se antecipou à lei, em questões como a homossexualidade, a sexualidade adolescente, o adultério etc., a exposição agressiva desses comportamentos motiva o questionamento de valores e desperta reações muito variadas. Disso tiram proveito as novas religiões pentecostais que se implantaram no Brasil ocupando o vazio deixado pelo recuo institucional de igreja católica sob o reinado de Vojtila e Ratzinger.
É para esse espaço – menos de intolerância, mais de perplexidade – que converge parte do pensamento oposicionista, em sua falta de perspectivas no quadro da política tradicional.
Eis aí o cacife político de Marina Silva.
*Jornalista, professor de Jornalismo aposentado da UFF, UFRJ, UFSC, autor, entre outros, do livro “Ideologia e Técnica da Notícia”, pioneiro nos estudos de Comunicação no Brasil

terça-feira, 8 de abril de 2014

Eles não podem deixar o Lula falar É por isso que o FHC morre de ódio




A entrevista desta terça-feira do Presidente Lula aos blogueiros sujos é a prova provada de que o PiG (*) não pode deixar o homem falar.

Foi a mais importante entrevista que Lula deu, como ex-presidente.

Defendeu a Ley de Medios e lembrou que cabe ao PT assumir a liderança dessa luta.

Condenou o julgamento do mensalão e reconheceu que Dirceu foi vitima dele.

Que não se arrepende de ter indicado Barbosa – era o melhor currículo de um negro.

Foram três horas e meia de entrevista.

Uma entrevista histórica, que pode ser assistida por todo brasileiro.

Nenhum político brasileiro se comunica melhor com o povo.

Nenhum político brasileiro domina melhor a técnica de enxertar números em argumentos – de forma convincente.

Ele é um mestre na arte de “pôr um rosto atrás de cada número”.

“Se você explica uma vez e o cara não entende, o cara é burro. Se você  explica duas vezes e o cara não entende, o cara é burro. Se você explica três vezes e o cara não entende, o burro é você”, disse ele.

Numa pergunta do Fernando Brito, do imperdível Tijolaço Lula deu uma Aula Magna à Dilma e à Graça – sem citá-las – sobre como defender a Petrobras.

E deu um tiro no peito dos tucanos, Urubólogos, economistas de bancos e todos aqueles  “socialistas” do Dudu que querem a CPI da Petrobras: o que eles não engolem é o regime de partilha.

Eles queriam entregar !

Sobre Pasadena, a melhor resposta foi a que Gabrielli deu ao Conversa Afiada.

Mas, elas tem que ir a toda inauguração de plataforma, de poço, de centro de pesquisas – de qualquer conquista, novidade, para reforçar a importância da Petrobras.

Como disse o Fernando Brito: botar a Petrobras debaixo do braço.

E – atenção !!!, Palácio do Planalto – não agir precipitadamente.

Como disse o Lula: um dia o presidente da Petrobras vai escolher o Presidente do Brasil.

(Se o Fernando Henrique botou lá o Reichstul  e o Francisco Gros por isso, deu com os burros n’água…)

Sobre o Dudu Campriles, o Lula só faltou dizer que “apressadinho come cru”.

Lula contou em detalhes como venceu a crise do gás com o Evo Morales e disse: um metalúrgico do ABC jamais brigaria com um índio.

A resposta do Mandela ao Clinton, que pediu a ele para não ir a uma reunião com o Lula,  Arafat e o Kadafi, em Trípoli: eu sei quem me ajudou quando eu estava na cadeia !

No que deu o Iraque ?

A Líbia, depois da intervenção americana ?

Quem sabia que o Lula pensava assim ?

Que o Lula, logo depois de eleito, aguentou uma arenga do George Bush sobre o Iraque, Saddam Hussein e Bin laden.

Quando chegou a vez de o Lula falar, ele disse: olha, Bush, o Brasil está a 5 mil km do Iraque.

O Bin Laden nunca me fez mal.

O que faz mal aos brasileiros é a fome.

Com quem mais o Lula pode falar, assim, além dos blogueiros ?

Quem manda o PT ser o único partido trabalhista que não enfrentou a Globo ?

Já imaginaram uma rede de televisão – aberta ou fechada – que fizesse um programa semanal, no horário nobre ou no pós-nobre, com o título “Palavra do Nunca Dantes ”?

E deixava o jornal nacional, cuja audiência afunda como a P-36, botar no ar o Fernando Henrique toda noite.

Ou o Cerra para falar do Cambio.

Nos bons tempos do Dr Roberto, era proibido deixar o som da voz do Lula “subir” num telejornal (sic) da Globo.

O brasileiro só descobriu que ele falava Português e, não, Javanês, no horário eleitoral.

Agora, e pior ainda.

Nem voz nem cara.

É preciso calar o homem.

Só ele diz na cara do Otavinho que o New York Times publicou o que ele, Otavinho, mais queria: dizer que o Lula era um bêbado.

E o Otavinho pôde dar a manchete na Folha, com a mentira do New Times.

E o cara do New York Times nunca pagou uma cerveja ao Lula, ele reclamou …

Só o Lula tem a coragem de dizer que o mal do Príncipe da Privataria é o complexo de vira-latas.

O Ministro da Educação do Fernando Henrique – que Deus o tenha, Paulo Renato – proibiu o Brasil de fazer escola técnica.

O Lula fez 214 novas escolas federais.

O Lula fez 14 universidades e o Príncipe dos Sociólogos, NENHUMA !!!

Como disse o Lula na abertura da entrevista, sem citá-lo: o Fernando Henrique prefere não fazer os sucessores para poder falar mal dos governantes (trabalhistas).

Porque, como se sabe, o Fernando Henrique quer que o Cerra, o Alckmin e o Aécio se explodam – assim como o Brasil.

O Fernando Henrique – que não existe, pois passou a ser um espécime da zoologia fantástica do Borges e só sobrevive no PiG (*) – só está interessado nele.

E quando vê o Lula falar, com essa credibilidade, esse magnetismo, se morde de ódio.

De inveja !

Não podem deixar o Lula abrir a boca !


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

À TV, Dilma, e para avançar, não recuar!











Nestes dez anos de Lula e Dilma no poder, sempre estivemos obstaculizados pela necessidade de avançar sem criar traumas nas áreas conservadoras e pela necessidade de ampliar as bases político-partidárias de sustentação do Governo.
Para avançar o que avançamos, tivemos de abrir mão de muito e, com isso, também deixamos menos clara parte de nossa identidade perante as parcelas mais jovens do povo brasileiro.
Desde a “Carta aos Brasileiros”, em 2002, com que Lula procurou abrandar as resistências do poder econômico – quem se recorda do que chamavam de “efeito Lula, ameaçando disparar inflação e câmbio, como forma de assustar a população? – até agora, tivemos sempre que refrear os nossos ímpetos pelas mudanças sonhadas para o Brasil para, assim, podermos fazer parte delas.
Porque as grandes reformas estão por serem feitas há 50 anos – de novo, à memória: o que no Governo Jango eram chamadas as “Reformas de Base” – por estarem sempre detidas por um pacto conservador entre os políticos, a mídia e o poder econômico.
Sabemos que, à revelia da multidão de jovens que ocupa as ruas, as forças deste pacto conservador se servem do movimento para, pela mídia , pela demagogia e pela provocação, para tentar desestabilizar o governo eleito do país, democrático e progressista. E, diante disso, muitos de nós ficam paralisados e perplexos, sem saber como reagir.
Talvez, por se deixarem afastar do povo, tenham perdido a sensibilidade e não consigam entrever, na dificuldade, as enormes possibilidades que se abre.
O Governo Dilma, em lugar de estar fragilizado pelas ruas cheias, pode fazer dessa energia  - tanto do que ela contém de generosa quando de legitimação que dela fez a mídia, claro que com razões oportunistas – a imensa força para avançar no que até agora era impossível.
O povo está nas ruas exigindo mudanças, não está?
Não são apenas os R$ 0,20 da passagem, cansam de dizer, mas querendo escolas e serviços de saúde “padrão Fifa, não é?
Pois então, que o nosso Governo não acorre a isso que é também o seu desejo e, em rede nacional e diante do povo brasileiro, propõe as mudanças que permitam isso?
É concreto, é objetivo e corresponde a tudo o que desejamos e que, pelas conjunturas políticas e parlamentares, até agora não foi possível fazer.
Porque não, indo ao encontro das ruas, definir que os royalties do petróleo – todos – se destinem à educação, como o Governo Federal já se dispôs, através de projeto de lei, a fazer com a sua parcela? Afinal, não queremos escolas padrão Fifa e professores tão valorizados como jogadores de futebol?
Porque não garantir a destinação de 10% do PIB para a a Saúde, eliminando as isenções fiscais dadas a partir de um certo nível de gastos, exceto para doenças gravíssimas, mas retirando dali cirurgias plásticas embelezadoras, taxando as grandes fortunas e estabelecendo impostos sobre heranças vultosas e sobre os gigantescos lucros do sistema bancário?
E esta lista segue pela reforma agrária, pela tributação do capital especulativo e pela contribuição econômica que devem todos aqueles que se nutrem de concessões públicas, como empresários de ônibus e de emissoras de rádio e TV. Aliás, eles não apenas precisam pagar pelo que ganham, como precisam ser obrigados a práticas eficientes, transparentes e que assegurem a todos o direito de ir, vir e de falar e ser ouvido.
Dilma, vá à TV.
Inspire-se na sabedoria popular e faça do limão uma limonada.
O pacto conservador quer derrubar a democracia e a justiça social?
Pois contra-ataquemos como o que temos de melhor e mais generoso: nossos compromissos e sonhos de democracia e justiça social.
Não haverá outra hora como essa. Não haverá uma chance igual, construída por nossos próprios adversários.
Nada de passos atrás, porque recuando jamais escaparemos da armadilha.
Avancemos e façamos das ruas o que elas são: nosso lugar, nossa força, nossas armas para mudar o Brasil!
Por: Fernando Brito

sexta-feira, 8 de março de 2013

Em guerra com os fatos imprensa latina se desmoraliza dia após dia


Os noticiários políticos e econômicos dos grandes meios de comunicação brasileiros e os do resto da América Latina deram mais um passo no processo de desmoralização em que mergulharam há cerca de uma década e no qual vão mergulhando cada vez mais fundo.
Logo após o anúncio da morte do ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez, a grande imprensa brasileira foi tomada por um acesso inexplicável de fúria e rancor.
A virulência do noticiário brasileiro se mostrou inexplicavelmente redobrada em relação a alguém que acabara de falecer, o que deveria gerar, se não respeito, ao menos prudente comedimento.
Não foi o que ocorreu. As “análises” dos telejornais – sobretudo os da Globo – sobre a Venezuela pós Chávez retrataram um país mergulhado no caos, na pobreza e na violência.
Imprudente, a dita “imprensa” corporativa pareceu nem suspeitar de que milhões de venezuelanos colocariam suas versões em xeque indo às ruas em comoção pela partida de um líder amado pela esmagadora maioria daquele povo.
Suponho que muitos devem ter presenciado cenas que presenciei nos últimos dias envolvendo pessoas de classe média pouco politizadas e que, como exceção, ainda dão crédito ao que os grandes veículos dizem sobre política, seja sobre a nacional ou a internacional
Muitos estão surpresos com a comoção e o carinho que os venezuelanos estão dedicando a um líder político eternamente acusado pelas mídias brasileira, latina, americana e europeia de tudo de ruim que se possa imaginar.
A pergunta mais recorrente que tem sido vista, é: se Chávez era tão ruim, por que seu povo demonstra tanta dor com a sua partida?
Esse fenômeno não ocorre só no Brasil. Como já foi dito, a grande mídia internacional também sempre vendeu essa história de que Chávez “destruiu” a Venezuela “em 14 anos de governo”, premissa que se choca com o que está sendo visto no país vizinho.
Timidamente, alguns poucos “colunistas” daqui e de toda parte tentam explicar o fenômeno alegando que os povos latinos são ignorantes e, assim, não conseguem avaliar o quanto Chávez era ruim.
Esse, porém, é um discurso perigoso pelo qual só os extremistas midiáticos de direita ousam enveredar. Os mais moderados preferem insinuar.
Apesar de a Venezuela ter produzido os maiores avanços sociais da última década na América Latina, para os “colunistas”, “editorialistas” e até “repórteres” dos grandes veículos de toda parte, isso pouco importa.
Apegam-se aos problemas econômicos que aquele país enfrentou devido à crise econômica internacional, já que depende muito do comércio exterior, ou da exportação de petróleo. E sempre ignorando que os problemas não chegaram ao povo que apoiou Chávez e que hoje chora por ele por ter melhorado drasticamente de vida sob seu governo.
A incompatibilidade sobre o que dizem as grandes mídias e a realidade, porém, não se resume a esse episódio. Aqui no Brasil, a mídia acaba de sofrer nova grave desmoralização por questões econômicas.
Na última quinta-feira, caiu o último de três cavalos-de-batalha midiáticos sobre a economia brasileira lançados entre o fim do ano passado e o começo deste: a produção industrial.
No último trimestre, a indústria brasileira, contrariando todas as previsões midiáticas, cresceu 2,5%. Pouco antes, os alarmismos sobre racionamento de energia e sobre um surto de inflação iminente já tinham caído.
O risco de racionamento que foi vendido como altamente provável, sumiu do noticiário. E a inflação sofreu um tombo sobretudo devido ao barateamento da energia elétrica.
Porém, para usar uma surrada frase de efeito, o fracasso parece que subiu à cabeça da direita midiática. Quanto mais suas previsões furadas se desmoralizam, mais ela reincide nelas.
A crença da direita latina na estupidez popular chega a ser messiânica.
Não é por outra razão que os partidos de direita e os de extrema esquerda que lhes servem de linha auxiliar vão minguando tanto no Brasil quanto no resto de uma América Latina que hoje é a região que mais avança econômica e socialmente em um mundo à beira do abismo.
A direita midiática parece não entender nada. Ao menos é o que dão a entender as suas “análises” desconectadas da realidade.
Incapaz de perceber que, para os povos da região, é assustador que avanços sociais sejam tratados como fatos era fhc
Aqui mesmo no Brasil, o tal de “pibinho” foi alvo de grandes apostas da direita midiática, como se alguns pontos percentuais a menos no Produto Interno Bruto pudessem anular o pleno emprego e o crescimento da renda que se vê nos países governados pela centro-esquerda.
No Brasil, porém, o governo Dilma nada de braçada. Poucos apostam nas chances da oposição no ano que vem, ainda que alguns colunistas se entreguem a devaneios. Já na Venezuela, a oposição direitista trabalha para perder de pouco a eleição do sucessor de Chávez.
Ainda no Brasil, o PSDB e o DEM, os principais partidos, encolheram assustadoramente no Legislativo, ainda que mantenham alguns governos estaduais importantes. Todavia, no quartel-general tucano, São Paulo, as expectativas não parecem promissoras.
Note-se que o parágrafo acima encontra concordância inclusive entre os analistas da grande mídia mais partidários do PSDB e do DEM. Entre outros jornalistas umbilicalmente ligados ao PSDB, a colunista da Folha de SP Eliane Cantanhêde concorda comigo.
É fácil entender a razão desse processo de desidratação da direita midiática latino-americana. Está sem outro discurso que não seja sobre “corrupção” ou o de negar todos os avanços que a região experimentou na última década.
No Brasil, particularmente, o discurso oposicionista-midiático sobre os avanços do país é ainda mais delirante, pois se alterna entre negar os fatos e, logo em seguida, aceitar os avanços mas atribuí-los ao governo Fernando Henrique Cardoso.
Nesse aspecto, vira e mexe eclode uma campanha midiática tentando “ressuscitar” FHC.
Na eleição para prefeito de São Paulo em 2010, a campanha de José Serra ensaiou pôr o ex-presidente na telinha para “avalizar” o candidato tucano, mas logo que viu o resultado ruim dessa estratégia, abandonou-a.
Até hoje, mais de dez anos após a primeira eleição de Lula, a direita midiática ainda não percebeu que ele só chegou ao poder por conta da revolta dos brasileiros com o estelionato eleitoral praticado por FHC em 1998, estelionato que, inclusive, foi endossado pela mídia.
Apesar de os jovens com vinte anos ou menos não terem memória sobre o governo FHC, pais, avós, amigos, professores etc. lembram muito bem de como era ruim este país até 2002 e sabem muito bem quanto o Brasil avançou na década passada. E transmitem o conhecimento aos jovens.
Não existe hoje na América Latina, portanto, um projeto político viável à direita. E mesmo as aventuras golpistas acalentadas por tantos na região, como as experiências em Honduras e Paraguai, não se mostram promissoras e desestimulam novas aventuras iguais.
Vejamos o caso da Venezuela: a saída de Chávez da cena política não aumentou as chances da oposição. Assim, não adianta extirpar um Chávez ou um Lula, porque a consciência política na América Latina já ganhou dinâmica própria.
Até as apostas em criminalização de líderes de centro-esquerda parecem fadadas ao fracasso.
No Brasil, quem aposta em que a criminalização de Lula irá render dividendos políticos, engana-se. Vista como única chance pela direita midiática para vencer em 2014, será entendida como golpe dos ricos contra os pobres, o que elegerá Dilma ainda mais facilmente.
Em resumo, o que está construindo a hegemonia da centro-esquerda na América Latina é a distância abissal que separa a direita midiática do povo. Essa direita trata a volta por cima no emprego e na renda como fatos secundários.
O maior eleitor da centro-esquerda latino-americana é a direita midiática. Se fosse mais comedida, se respeitasse mas o povão, seria muito mais difícil derrotá-la. A arrogância da elite branca e midiática latino-americana é a sua maior inimiga.

sábado, 2 de março de 2013

ABRIL COLOCA MANTEGA NA MARCA DO PÊNALTI


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Primeiro Lula, depois Dilma


Palmério Doria, no Brasil 247


“A Constituição prevê, mas não garante”


Barão de Itararé
O grande banquete dos barões da mídia já está com a mesa posta. Se Dilma acha que a sanha dessa curriola se satisfaz com Lula está enganada. Primeiro eles têm que minar o galho para chegar à flor

Para alguns barões da mídia, o pau-de-arara que trouxe o pernambucano podia ter batido na Rio-Bahia. Para outros, ele devia ser pendurado no pau-de-arara na época de Vila Euclides. Como Lula escapou até do câncer, esses barões torcem por um raio que o parta.

Na verdade a midiazona está tomada pelo espírito de Thor, o Deus do Trovão. Produz uma tempestade  por dia.  Algumas em copo de Coca-Cola, dando ensejo a uma brincadeira que circula na internet: a imprensa brasileira é a única que tenta derrubar um ex-presidente da República.

No fim de 2012 a coisa chegou a tal ponto, que Lula anunciou: vai deixar a barba crescer não só para deixá-la de molho, mas para recompor  a popular imagem do sapo barbudo que pretende exibir nos palanques do país a partir de março deste ano. Em resumo:  vai sair pelo país, democratizando a mídia com as próprias mãos.

O tempo ruge, como dizia Mendonça Falcão, e está bem mudado. Hoje não é preciso chamar a frota americana para garantir o golpe. Basta um Supremo Made in Paraguai  e uma coorte daquilo  que eles chamam formadores de opinião batendo bumbo todo santo dia.

Para essa turma, o ideal é um líder popular incomunicável, sem direito a voz. Algo assim como Allende sozinho num palácio sob bombardeio com um microfone que lhe restou e um fuzil AK-47 na mão. Ou então um Getúlio acuado num palácio com uma carta na manga, que só seria conhecida depois dele morto. 

Ou alguém imagina que os Grandes Irmãos da mídia brasileira – Folha, Estado, Globo, Abril --  são essencialmente  diferentes dos donos do El Mercurio, Clarín, El Espectador e outros  do corpo de baile permanente  da SIP – Sociedade Interamericana de Imprensa?

De longa data os meios monopolistas de comunicação tentam barrar os avanços sociais, se possível dar marcha à ré na roda da história, como tentaram em 1954 e conseguiram em 1964.

Em 1954, diante das medidas nacionalistas e a favor dos desvalidos tomadas por Getúlio  --- Petrobrás e o monopólio estatal do petróleo, que irritaram as petroleiras do hemisfério norte; Volta Redonda, fundadora da nossa indústria de base; salário mínimo dobrado de uma penada; etc.

Então, as incipientes redes, como os Diários Associados de Assis Chateaubriand, e os principais jornais e rádios (a televisão engatinhava) bateram bumbo contra Getúlio. Criaram o mote demolidor: mar de lama, para induzir o povo de que Getúlio estava mergulhado na corrupção – ele que ao morrer deixou apenas a fazendola herdada dos pais e um apartamento modesto no Rio. Carlos Lacerda, “demolidor de presidentes” falava no rádio e na tevê, e escrevia em seu jornal, Tribuna  da Imprensa.

Em 1954, o chefe da guarda do Catete contribuiu indiretamente para a derrocada, ao ordenar a apaniguados seus que matassem o jornalista Lacerda.

O frustrado atentado da Rua Toneleros, do qual Lacerda saiu com um suposto ferimento no pé, levou à criação de um precursor dos Doi-Codis da ditadura militar instaurada dez anos depois: a República do Galeão. Os acusados e implicados, nas mãos de militares da Aeronáutica e dos policiais chefiados por Cecil Borer, foram torturados à vontade. Não houve brutalidade que esquecessem.

Havia uma ligação direta entre a República do Galeão e a imprensa, através principalmente do Diário Carioca. Tão íntima, que seu editor-chefe Pompeu de Souza ficou conhecido como “presidente da República do Galeão”.  A Tribuna da Imprensa já era íntima, pela ligação de Lacerda com militares golpistas.

O suicídio de Getúlio provocou comoção nacional. E, no Rio de Janeiro, imediata reação popular, com ataques a jornais antigetulistas, embaixada dos Estados Unidos, escritórios de empresas americanas. A oposição se desarvorou. Lacerda fugiu para Cuba – a Cuba do ditador sanguinário Fulgêncio Batista. E 1 milhão de pessoas acompanharam o cortejo até o aeroporto, de onde o corpo de Gegê rumaria para o enterro em São Borja, sua terra natal.

É claro que os barões ficaram furibundos com a eleição de JK e torciam contra o marechal Lott, que garantiu sua posse e pôs para correr os políticos udenistas. É claro que torceram pelos oficiais malucos da FAB que tentaram golpeá-lo, sequestrando aviões, primeiro a partir de Jacareacanga, no Pará, em fevereiro de 1956, depois de Aragarças, Goiás, em dezembro de 1959.

O líder da revolta de Jacareacanga, tenente-coronel Haroldo Veloso,  desta vez estava sob o comando de outro oficial  mais facinoroso ainda, o tenente-coronel João Paulo Moreira Burnier, aquele que na ditadura queria explodir o gasômetro no Rio e transformar o Brasil numa Indonésia atolada em sangue.

Dezenas de outros militares e civis estavam nessa nova aventura.  Eles pretendiam bombardear o Palácios Laranjeiras e do Catete,  com três aviões Douglas C-47 e um avião sequestrado da Panair.  A revolta ficou restrita a  Aragarças e  durou 40 horas. Seus líderes fugiram nos aviões para o Paraguai, Bolívia e Argentina, só voltando no governo  Jânio.  E tal como a estupidez, eles insistem sempre.

Os meios de comunicação monopolistas, a Igreja Católica, os militares da direita formados nas academias norte-americanas, as empresas transnacionais e o Departamento de Estado trataram de aprimorar a estratégia para, dez anos depois do suicídio de Getúlio, enfim barrar a revolução brasileira, com a reforma agrária, a reforma urbana, uma nova e menos rapinante Lei de Remessas de Lucro das empresas estrangeiras aqui instaladas – medidas com as quais acenava o presidente reformista João Goulart, afilhado político de Getúlio.

Na segunda década do século 21, há milhões de testemunhas do que foi 1964 vivas por aí. Os maiores de 60 anos se lembram bem.

Injeção de dólares no treinamento policial e militar; compra de intelectuais para redigir artigos e roteiros de filmetes, o patrocínio e financiamento de empresas de comunicação via Ibad, Instituto Brasileiro de Ação Democrática com dinheiro da Texaco, Shell, Esso, Standard Oil, Bayer, Schering, General Eletric, IBM, Coca-Cola, Souza Cruz, Belgo-Mineira, General Motors, a campanha de difamação do presidente João Goulart, o Jango, que incluía até a vida pessoal, com a sugestão de mulher adúltera, o fantasma do “comunismo”, as “marchas da família com Deus pela liberdade, de novo Lacerda no rádio e na televisão, e uma reta final com manchetes arrasadoras, como “Basta!”, “Fora!”, no Correio da Manhã.

Se alguém duvidasse que toda essa imensa curriola estava a soldo e a mando de Washington, a dúvida se dissiparia quando, pouco tempo depois, se soube da Operação Brother Sam, uma frota se deslocando do Caribe para nosso litoral com 100 toneladas de armas, petroleiros, porta-aviões com caças e helicópteros, seis destróieres, encouraçado, navio de transporte de tropas e 25 aviões de transporte de material bélico, para garantir o golpe em caso de reação.

Reação? Milhares de brasileiros de esquerda caíram presos entre a noite de 31 de março e do dia 1 de abril e não se soube de um só caso de quem tenha reagido.

Se Dilma acha que a sanha dessa curriola se satisfaz com Lula está enganada. Primeiro eles têm que minar o galho para chegar à flor.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

JANGO CAIU COM APOIO POPULAR. DILMA, DILMA …


A Santa Aliança regressista de Globo, MP e Supremo tem como Finalidade derrubar qualquer Governo trabalhista. No Brasil e na Venezuela, onde há mais liberdade de expresão que aqui.

Informação enviada por Stanley Burburinho, o implacável( quem será ele ?):

Nótícia publicada pela Folha de São Paulo em 09 de março de 2003:

“09/03/2003 – 03h34


JANGO TINHA APOIO POPULAR AO SER DEPOSTO EM 64, DIZ IBOPE


PAULO REDA – Free-lance para a Folha de S.Paulo, em Campinas

Duas pesquisas feitas pelo Ibope às vésperas do movimento militar de 31 de março de 1964, e nunca divulgadas, mostram que o presidente João Goulart contava com amplo apoio popular ao ser deposto, apesar da polarização ideológica que o país enfrentava.

Uma das pesquisas, feita pelo Ibope em três cidades paulistas, apontava que 15% dos ouvidos consideravam o governo Jango ótimo, 30% bom e 24% regular. Para 16%, a administração Goulart era má ou péssima.

A outra pesquisa do acervo do Ibope, que entrevistou eleitores de oito capitais entre os dias 9 e 26 de março de 64, mostra que 49,8% dos pesquisados admitiam votar em Jango caso ele pudesse se candidatar à reeleição, contra 41,8% que rejeitavam a possibilidade.

Esses e outros levantamentos inéditos estão sendo catalogadas no Arquivo Edgard Leuenroth, da Unicamp. A pesquisa que trata especificamente da popularidade de Jango às vésperas do movimento militar foi realizada entre os dias 20 e 30 de março de 1964 e ouviu 950 moradores das cidades de São Paulo, Araraquara e Avaí. Foi feita a pedido da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.

A diretora do Ibope Opinião, Márcia Cavallari, afirmou que os critérios aplicados nesses levantamentos da década de 60 são semelhantes à metodologia das pesquisas recentes do instituto e são perfeitamente confiáveis.

Cientistas políticos e historiadores ouvidos pela Folha de S.Paulo afirmaram que os dados são muito relevantes para discutir as circunstâncias que levaram ao movimento militar de 64. Segundo a professora do Departamento de História da USP Zilda Iokoi, a popularidade de Jango foi um dos aspectos decisivos para a sua deposição . “Como vivíamos um momento de grande polarização ideológica, as forças reacionárias se sentiram ameaçadas”, afirmou.

Para a professora do Centro de Pesquisa e Documentação da Fundação Getúlio Vargas Maria Celina D’Araújo, as pesquisas do acervo do Ibope são de extrema importância para a compreensão dos motivos que levaram ao movimento militar: “Reforça-se a tese de que o golpe de 64 foi um movimento anticomunista e não contra o governo de Goulart”.

Outra pesquisa feita pelo Ibope no período revela que 59% dos ouvidos eram a favor das medidas anunciadas por Jango no histórico comício da Central do Brasil, no Rio, no dia 13 de março de 64. As propostas incluíam a desapropriação de terras às margens de rodovias e ferrovias e o encampamento das refinarias estrangeiras.

O ex-senador Jarbas Passarinho, que na época era chefe do Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia, afirmou que não conhecia os dados, mas que não estranha o fato de Jango ser popular às vésperas do 31 de março. “Desde a década de 50, quando ocupou o Ministério do Trabalho, Jango adotou uma série de medidas populistas, que garantiram a sua boa imagem, principalmente junto às classes mais pobres.”


O Historialismo Pátrio defende a tese de que Jango caiu porque gostava de pernas – de coristas e de cavalos.
Caiu também porque se preparava para dar um Golpe.
Que Golpe ?
Ora, as deduções levam a isso: ao Golpe.
Se popularidade alta fosse antídoto contra Golpe, o Jango não caía.
A Santa Aliança regressista de Globo, MP e Supremo tem como finalidade derrubar qualquer Governo trabalhista.
Sem uma Ley de Medios, a Santa Aliança derruba a Dilma.
Se o Legislativo se mantiver pusilânime e não enfrentar o Supremo, aí, então, fica mais fácil ainda derrubar uma Presidenta com 99% de popularidade.
O lado de lá não vai engolir quatro derrotas consecutivas para Presidente.







Paulo Henrique Amorim

60 GATOS PINGADOS MARCHAM PELO SUPREMO

A retumbante manifestação saiu do fim da praia do Leblon. A praia da Elite e dos globais
Já houve mais marchadeiros na Zona Sul do Rio. Foto de Marcelo Carnaval, de O Globo

Saiu no Globo:

NO RIO, MANIFESTANTES COMEMORAM RESULTADO PARCIAL DO JULGAMENTO DO MENSALÃO


RIO – Se o número de manifestantes não era grande, sobrou bom humor na homenagem “Valeu, STF”, organizada na manhã deste domingo por um grupo de moradores da Zona Sul, na orla do Leblon e Ipanema, para comemorar o resultado parcial do julgamento dos mensaleiros. Ao som de “Se gritar pega ladrão”, de Bezerra da Silva, entre outras músicas alusivas à corrupção, cerca de 60 pessoas, muitas usando toga preta e a máscara do ministro Joaquim Barbosa, percorreram a pé dos postos 12 ao nove, debaixo de sol forte, levando faixas e um cheque gigante de R$ 153 milhões, emitido pelo “Banco do Mensalão” e assinado por “Lalau da Silva”, para simbolizar a devolução do dinheiro supostamente desviado pelo esquema.

(…)

Pelo clima da manifestação, “Valeu, STF” se parecia mais um bloco de carnaval com ares cívicos do que um protesto político. Uma das faixas anunciava que “O Brasil mudou, a pizzaria fechou”. A cada instante, o locutor oficial avisava: quem comprasse a máscara de Joaquim Barbosa por R$ 10, teria direito a participar da chopada de encerramento, no Posto Nove. Medeiros só ficava mais sério quando mencionava as cifras do mensalão.

(…)

A retumbante manifestação saiu do fim da praia do Leblon.
A praia da Elite e dos globais.
O ponto de concentração era uma estátua em homenagem a Zózimo Barroso do Amaral, autor, por muitos anos, de uma coluna social no Jornal do Brasil e no Globo.
Uma espécie de Diário da Elite carioca.
Os manifestantes deste domingo poderiam, ao menos, começar do fim da praia de Copacabana e se concentrar na estatua a Dorival Caymmi, ou, mais adiante, na de Carlos Drummond de Andrade.
Como diria o Dr Tancredo, em política não há coincidências.




Em tempo: como diz o amigo navegante Mauricio, é o que se chama de uma “multidinha”. 


Paulo Henrique Amorim