Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sábado, 2 de março de 2013

ABRIL COLOCA MANTEGA NA MARCA DO PÊNALTI


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Carta e Record: e o Robert(o) e o Policarpo não sabiam …


Saiu na Carta Capital reportagem de Cynara Menezes de título “Senhor do submundo”.

Cynara demonstra que Carlinhos Cachoeira tinha uma lavanderia internacional.

Explorava a prostituição.

Sequestrava.

Montou uma rede de empresas fantasmas para receber por obras que não seriam feitas.

Das 59 empresas do herói da Veja, treze possuem dívidas com a União.

Aí, pergunta-se a Cynara, ao concluir:

Para fazer denúncias contra o Governo, os jornalistas que tinham Cachoeira como fonte encobriram um meliante maior ?

As denúncias obtidas por grampos e gravações clandestinas eram mais significativas que os crimes que o Cachoeira praticava ?

Qual seria o papel de um jornalista: ajudar um fora da lei a destruir adversários ou investigá-lo e destruí-lo – e destruir inclusive a carreira de um senador cúmplice ?

Interessava a alguns meios de comunicação que tal organização existisse ?, pergunta-se ela.

E aí entra reportagem do Domingo Espetacular.

O Domingo Espetacular, como se sabe, já tinha melado o mensalão.

Depois, divulgou os áudios da cumplicidade entre a Veja e o crime organizado.

Neste domingo, mostrou mais áudios – clique aqui para ver a reportagem completa no R7.

Alguns trechos:

AS NOVAS GRAVAÇÕES QUE COMPROMETEM A REVISTA SÃO DE CONVERSAS ENTRE O

BICHEIRO CARLINHOS CACHOEIRA E O EX-DIRETOR DA CONSTRUTORA DELTA,

CLAUDIO ABREU, AMBOS PRESOS DEPOIS DA OPERAÇÃO MONTE CARLO, DA POLÍCIA

FEDERAL.


CACHOEIRA RELATA QUE POLICARPO JUNIOR, DIRETOR DA VEJA EM BRASÍLIA,

QUERIA COMPROVAR QUE O EX-MINISTRO JOSÉ DIRCEU AJUDOU A DELTA A FECHAR

CONTRATOS E TINHA PARTICIPADO DE UMA REUNIÃO COM ESSE OBJETIVO.


(CACHOEIRA:) Falei ‘vocês erraram. Zé Dirceu não estava’.


(CLAUDIO:) Ah… Essa informação está totalmente furada. Eu conheço

bem a história. Não tem nada disso, cara.


(CACHOEIRA) Eu falei: ‘Ô, Policarpo! você acredita mesmo nisso?’ Ele:

‘acredito’. Então ‘pelos meus filhos, eu tô falando pra você… não

existiu essa reunião. Esqueça, esqueça’, entendeu?


O DIRETOR DA REVISTA SABIA DA LIGAÇÃO DA CONSTRUTORA COM

CACHOEIRA./MESMO ASSIM, O BICHEIRO DIZ QUE POLICARPO PROMETEU NÃO

PREJUDICAR OS DOIS. AS GRAVAÇÕES SÃO DE DEZ DE MAIO DO ANO PASSADO.


CACHOEIRA – O Policarpo, ele não alivia nada, mas também não te põe em

roubada, entendeu? Eu falei: ‘ó, inclusive vou te apresentar depois,

Policarpo, o Cláudio. Eu sou amigo’. Eu falei que era amigo seu de

infância. ‘Então, ele trabalha na sua empresa?’ Ele falou assim: ‘vai

me contar que você tem uma ligação com ele? Sabia de tudo’. Falei:

‘olha, não vou esconder nada de você Policarpo: o Cláudio é meu irmão,

rapaz’.


CACHOEIRA – Aquela hora eu estava com o Policarpo, rapaz. Antes do

almoço ele me chamou para conversar. Mil e uma perguntas. Perguntou se

a Delta tinha gravação. Eu defendi pra c… vocês, viu? O Policarpo,

ele confia muito em mim. Vou até te mostrar a mensagem que ele mandou

antes, dez horas da manhã, pra ‘mim’ encontrar com ele aqui em

Brasília. Eu estava aqui e fui me encontrar com ele.


CACHOEIRA, CLAUDIO ABREU E MAIS DE VINTE COMPARSAS PRESOS SÃO ACUSADOS

DE QUINZE CRIMES. ENTRE ELES, CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA, LAVAGEM DE

DINHEIRO, FALSIDADE IDEOLÓGICA, CONTRABANDO E FORMAÇÃO DE QUADRILHA./A

CONEXÃO ASSUSTADORA ENTRE O LÍDER DO ESQUEMA E O JORNALISTA DA VEJA

SURPREENDEU O BRASIL.


POLICARPO: Alô!

CARLINHOS: O rapaz ta ai, cê quer falar com ele?

POLICARPO: Ha ta! Aqui em Brasília?

CARLINHOS: É la no 1103.

POLICARPO: Ha ta, beleza.


OS CONTATOS ENTRE OS DOIS SÃO ANTIGOS./CACHOEIRA ABASTECIA POLICARPO

COM DENÚNCIAS, SEMPRE COM A INTENÇÃO DE PREJUDICAR DESAFETOS NO

GOVERNO E CONCORRENTES NOS NEGÓCIOS./DEPOIS COMEMORAVA OS

RESULTADOS./OUÇA ESSA OUTRA CONVERSA ENTRE CLAUDIO E CACHOEIRA.


Carlinhos X Claudio

Cachoeira: Teve com o Policarpo aí?

Cláudio: Cara, show de bola. Achei que ele ia me dar um beijo!


OS DOCUMENTOS DA POLÍCIA FEDERAL MOSTRAM QUE CACHOEIRA TERIA PASSADO

INFORMAÇÕES QUE RESULTARAM EM PELO MENOS CINCO CAPAS DA REVISTA.


COM O ESCÂNDALO NAS MANCHETES, MUITOS PARLAMENTARES PASSARAM A

DEFENDER QUE O JORNALISTA POLICARPO JUNIOR E ATÉ MESMO O PRESIDENTE DO

GRUPO ABRIL, ROBERTO CIVITA, SEJAM OUVIDOS NA CPI./


corte na passagem – insere

SS do Requião na tribuna falando que tem de convocar os governadores,

tem de convocar a Veja, tem de convocar o Sr Civita.


(segunda parte da passagem)

MAS ELES AINDA NÃO FORAM CONVOCADOS./O QUE FAZ SURGIR O TEMOR DE UM

GRANDE ACORDO PARA LIVRAR ESTES E OUTROS ENVOLVIDOS DA OBRIGAÇÃO DE

PRESTAR CONTAS AO PAÍS.


(matéria do JR)

Sonora CÁSSIO CUNHA LIMA dizendo que votou contra os planos de

trabalho da CPI, que ela se tornou seletiva , encobre uns e protege

outros, blá blá blá


TAMBÉM ESTA SEMANA SURGIU A SUSPEITA DE QUE A REVISTA VEJA TEVE COMO

FONTE DE INFORMAÇÃO, ALÉM DE CARLINHOS CACHOEIRA, DOIS HOMENS

ENVOLVIDOS NUM SEQUESTRO, AMBOS PESSOAS DE CONFIANÇA DO BICHEIRO./UMA

REPORTAGEM DA REVISTA CARTA CAPITAL DIZ QUE OS DOIS HOMENS TERIAM

MANTIDO EM CÁRCERE PRIVADO UM INTEGRANTE DO PRÓPRIO GRUPO CRIMINOSO./O

SEQUESTRO TERIA ACONTECIDO PORQUE CACHOEIRA DESCONFIAVA DO

ENVOLVIMENTO DE UM FUNCIONÁRIO NO ROUBO DE DINHEIRO DOS

CAÇA-NÍQUEIS./SEGUNDO A REVISTA,  “OS AUTORES DO

SEQUESTRO TERIAM SIDO JAIRO MARTINS E IDALBERTO MARTINS DE ARAÚJO, O

DADA, OS ARAPONGAS QUE APARECEM NAS ESCUTAS COMO FONTES CONSTANTES DO

JORNALISTA POLICARPO JR., DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA DA REVISTA

VEJA”.


A CARTA CAPITAL FALOU DO ESCÂNDALO TAMBÉM NA SEMANA PASSADA./E

COMPAROU O PRESIDENTE DO GRUPO ABRIL AO MAGNATA AUSTRALIANO RUPERT

MURDOCH, DONO DO JORNAL FECHADO NA INGLATERRA DEPOIS DE GRAMPEAR

ILEGALMENTE CELEBRIDADES, POLÍTICOS E ATÉ A FAMÍLIA REAL./MURDOCH TEVE

DE SE EXPLICAR NUMA COMISSÃO PARLAMENTAR./E PODE SER PROIBIDO DE

MANTER NEGÓCIOS NA INGLATERRA.


ATÉ AGORA, A REVISTA VEJA NÃO RESPONDEU DIRETAMENTE ÀS ACUSAÇÕES.

LIMITOU-SE A FRASES INDIRETAS COMO “A IMPRENSA ACENDE A LUZ” NESTA CAPA…



Nem o talento do deputado Miro Teixeira impedirá que o Robert(o) e o Policarpo tenham uma conversinha com a CPI – e o Brasil.
 
Clique aqui para ler “Dirceu: com medo, o PiG pede “pizza”.

Paulo Henrique Amorim

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Paulo Teixeira desmente Globo: “Delegado não absolveu Veja”

 




Na edição desta sexta-feira (11/05) do jornal carioca O Globo, mais especificamente na coluna do jornalista Ilimar Franco, figura a seguinte informação:

Pela segunda-vez na semana, um dos veículos que assumiram a defesa in limine de Veja sobre sua relação suspeita com a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira tenta “matar” o assunto com declarações atribuídas aos delegados que participaram das Operações da Policia Federal Vegas e Monte Carlo.
Na terça-feira (09/05), foi o jornal Folha de São Paulo que usou depoimento de um delegado a fim de encerrar a suspeição sobre a revista. Segundo o jornal, em matéria intitulada “Relação da mídia com Cachoeira é alvo de perguntas”, consta que “No depoimento do delegado Raul Souza à CPMI do Cachoeira, o depoente, questionado se havia “matérias encomendadas” por Cachoeira na revista Veja, disse que (…) elas denotam apenas relação entre repórter e fonte”.
Diante disso, o Blog da Cidadania procurou o membro titular da CPMI do Cachoeira deputado Paulo Teixeira. A breve entrevista que o deputado pelo PT de São Paulo concedeu a esta página explica melhor mais essa estratégia desonesta de Folha de São Paulo e de O Globo para confundir o público.
Confira, abaixo, a entrevista:
Blog da Cidadania – Deputado Paulo Teixeira, os jornais Folha de São Paulo e O Globo vêm publicando notas afirmando que os dois delegados da Polícia Federal que já foram ouvidos pela CPMI que o senhor integra teriam absolvido o jornalista Policarpo Júnior, da revista Veja, das suspeitas de que um e outra podem ter servido à quadrilha de Carlinhos Cachoeira. O senhor confirma essa “absolvição”?
Paulo Teixeira – Não confirmo. Primeiro, porque nenhum dos dois delegados tinha por função analisar esse assunto. Eles cuidavam de descobrir a origem do dinheiro da quadrilha que financiava suas relações com políticos e empresas. Em segundo lugar, o delegado citado pela Folha atuou na operação Vegas, em 2009, e o delegado citado por O Globo até respondeu que as gravações não mostraram que Policarpo “praticou ou participou de crime”, mas, em seguida, retificou essa informação afirmando que não tinha como afirmar isso justamente porque seu foco na investigação foi outro. O jornalista Ilimar Franco não cita a segunda afirmação, só cita a primeira.
Blog da Cidadania – Pelo que se entende, deputado, se esses delegados não podem responder a essa questão sobre a culpabilidade ou não de Policarpo e Veja, quem pode responder? Existe algum depoente que pode esclarecer essa questão?
Paulo Teixeira – Quem poderá dar essa resposta será a CPMI, investigando e esmiuçando não apenas depoimentos, mas as gravações. Só para que se tenha uma idéia do volume que há  de material a examinar e da falta de elementos dos delegados citados para responderem à pergunta sobre a culpabilidade de Veja, o delegado Matheus Mella Rodrigues, citado em O Globo, relatou que teve acesso a “apenas” 40 conversas entre Policarpo e a quadrilha, sendo que há mais de 200.
Blog da Cidadania – O senhor pode dizer se ao menos Policarpo será convocado pela CPMI para se explicar?
Paulo Teixeira – Ele será convocado, sim.

terça-feira, 24 de abril de 2012

AÉCIO DEU EMPREGO A PRIMA DE CACHOEIRA. DEMÓSTENES PEDIU

O Conversa Afiada reproduz e-mail do amigo navegante Jorge da Bahia:

Olá PHA

Tudo bem?.

Essa notícia é fresquinha. Tá saindo do forno.  Deu no yahoo.

Um forte abraço,

Jorge da Bahia


Aécio deu emprego à prima de Cachoeira a pedido de Demóstenes


Escutas telefônicas da Polícia Federal revelam que o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) intercedeu diretamente junto a seu colega, Aécio Neves (PSDB-MG), e arrumou emprego comissionado no governo de Minas para uma prima de Carlinhos Cachoeira.


No G1, Aécio Never confirma que empregou a pedido de Demóstenes, quando ainda era o Lacerda do PiG (*) contemporâneo, o Catão da Globo:

Aécio confirma nomeação de prima de Cachoeira em MG


Não deixe de ler, por falar em Globo: “Delta operou com Cerra – e agora, Ali Kamel ?”.

Não deixe de ler também sobre os rasgados elogios que Aécio fez a Demóstenes, no dia em que explodiram as gravações do Demostenes com o Cachoeira.


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Exclusivo: Leilões, arapongas e o poder de Serra

Exclusivo: Leilões, arapongas e o poder de Serra
8 de dezembro de 2011 às 21:41
Por Luiz Carlos Azenha
Finalmente. Muito comentado durante toda a campanha eleitoral de 2010, quando foi apresentado pela imprensa serrista como um dossiê contra o candidato ao Planalto do PSDB, José Serra, o livro de Amaury Ribeiro Jr., Privataria Tucana, de 344 páginas, foi lançado pela Geração Editorial.
É resultado de dez anos de investigações de Amaury, um dos maiores especialistas em lavagem de dinheiro no Brasil. Atestei isso pessoalmente, quando investigamos juntos os negócios do presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
Naquela ocasião, eu não entendia absolutamente nada quando o Amaury me falava sobre “empresa-ônibus”. Logo ele identificou, no caso de Teixeira, qual era a empresa-ônibus: a RLJ Participações, associada no Brasil à Sanud, baseada em Vaduz, no principado de Liechtenstein. A Sanud fez “empréstimos” à RLJ. Dinheiro que entrava nos negócios de Teixeira no Brasil. Na fazenda, em uma transportadora, no bar El Turf… Empréstimos que a RLJ nunca pagou à Sanud. Um caso clássico em que uma empresa de papel, baseada em uma caixa postal de um paraíso fiscal, existe exclusivamente para limpar dinheiro de origem duvidosa. É por isso que, quando a revista Piauí produziu um perfil de 478.576 palavras sobre Teixeira, sem citar uma única e mísera vez a Sanud, estranhei.
O livro de Amaury trata de questões espinhosas. Para os não iniciados, nem sempre é simples seguir o caminho do dinheiro.
O jornalista focou em alguns personagens importantes das privatizações e do PSDB:
Ricardo Sérgio de Oliveira, homem de confiança de Serra, ex-funcionário do Citibank, ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, que ajudou a ‘modelar’ a privatização da Telebrás e controlou, através de um aliado, João Bosco Madeiro da Costa, a Previ, Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, que teve um papel decisivo no processo; ex-tesoureiro de campanhas de Fernando Henrique Cardoso e José Serra.
Gregório Marin Preciado, primo da mulher de José Serra; representou a empresa espanhola Iberdrola na privatização da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia, a Coelba. É personagem de um milagre empresarial. Passou da falência à bonança graças a um tratamento extremamente ‘carinhoso’ do Banco do Brasil. Sócio de Serra na compra de um terreno em São Paulo, é vizinho da filha de José Serra, Verônica, em Trancoso, na Bahia.
Verônica Serra, “a mulher mais importante da internet brasileira”, segundo a revista IstoÉ Dinheiro. Amaury revela que Verônica foi indiciada… justamente por quebrar o sigilo fiscal alheio (acusação feita contra Amaury em 2010). O livro diz que a empresária mentiu sobre a Decidir.com, empresa em que foi sócia de outra Verônica, a Dantas. Num dos trechos mais saborosos, Amaury explica como o banqueiro Daniel Dantas usou a revista e Verônica para mandar um recado a José Serra.
Lembrem-se que os fundos de pensão, associados ao Citibank e ao Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, ganharam o leilão e o controle da Brasil Telecom, durante as privatizações. Em breve, um novo livro-reportagem, que não é de autoria do Amaury, deverá jogar mais luzes nas questões relativas a Dantas.
No livro, Amaury atribui a Ricardo Sérgio, banqueiro experiente, a “arquitetura” do esquema que internava dinheiro de origem duvidosa no Brasil, através de empresas baseadas no prédio do Citco, nas ilhas Virgens Britânicas.
Mesmo se não era esse o objetivo, Amaury acaba explicando, pelo menos em parte, o imenso poder de José Serra nas hostes tucanas. Deriva da centralidade que Serra, então ministro do Planejamento, teve no bater dos martelos da privatização durante a era Fernando Henrique Cardoso. Mas não apenas: de acordo com o jornalista, também deriva das relações de Serra com o submundo da arapongagem, como fica explícito no capítulo dedicado ao Doutor Escuta.
Amaury concorda que conseguiu apurar apenas alguns dos caminhos do dinheiro obtido pelos operadores da privatização. De qualquer forma, é um acréscimo considerável ao trabalho de outros jornalistas que se debruçaram sobre o assunto, como Aloysio Biondi, em O Brasil Privatizado.
A seguir, trechos de uma entrevista que fiz com Amaury. Antes de ouvir, um glossário de citações sem as quais não é possível entender o assunto.
Primeira parte
Ricardo Sérgio como autor da portaria que permitiu as contas correlatas entre Brasil e Paraguai, a título de facilitar a vida de comerciantes dos dois países, mas que foi a fonte onde bebeu o esquema do Banestado, o caso mais volumoso de lavagem de dinheiro já praticado no mundo (U$ 30 bilhões);
os pagamentos de propina de Carlos Jereissati, da Telemar (um dos vencedores nos leilões da telefonia) a Ricardo Sérgio (da Infinity Trading para a Franton Enterprises), nos valores de U$ 246.137,00 e U$ 164.085,00;
ajuda de Ricardo Sérgio a Gregório Marin Preciado, o “primo” de Serra, tanto na privatização da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (COELBA) quanto garantindo a Preciado empréstimos no Banco do Brasil para os quais ele não estava qualificado; em troca, Gregório Preciado pagou de propina a Ricardo Sérgio, segundo Amaury, cerca de U$ 4 milhões;
MTB Bank, outro banco dos Estados Unidos usado para lavar dinheiro; Citco, sede das empresas de brasileiros no paraíso fiscal das ilhas Virgens Britânicas;
Ronaldo de Souza, apontado como testa-de-ferro de Ricardo Sérgio no Brasil;
menção a Rodrigo Silveirinha Corrêa, ex-secretário estadual de Administração Tributária do Rio de Janeiro, envolvido na remessa de dinheiro para o Exterior através de doleiros;
menção ao advogado David Spencer, que trabalhou com Ricardo Sérgio no Citibank e foi procurador dele nos Estados Unidos;
menções a João Arcanjo Ribeiro, o ‘Comendador’, líder do crime organizado em Mato Grosso, e a Jorgina Maria de Freitas Fernandes, que nos anos 80 organizou uma megafraude contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS); ambos, segundo Amaury, usaram esquema parecido com o dos tucanos para internar dinheiro;
menção a Alexandre Bourgeois, genro de José Serra, que assinou nas duas pontas de uma mesma transação; segundo Amaury, para internar dinheiro vindo das ilhas Virgens Britânicas:


Segunda parte:
Gregório Marin Preciado, primo da esposa de José Serra. Foi sócio do tucano em um terreno no Morumbi e era dono da casa na Vila Madalena que serviu de sede para o comitê da campanha presidencial de Serra em 2002 e também da ACP, Análise de Conjuntura Econômica e Perspectivas Ltda., de propriedade do tucano;
Alexandre Bourgeois, genro de Serra, assina nas duas pontas em operações de internação de dinheiro, pela Vex Capital e pela Iconexa Inc. Aumentava o capital das empresas no Brasil trazendo dinheiro de origem não esclarecida das ilhas Virgens Britânicas (segundo Amaury, pelo menos R$ 8 milhões de reais);
Verônica Serra, filha do tucano, dona da Decidir, uma empresa pontocom baseada em Miami, segundo Amaury montada com dinheiro do Opportunity e do Citibank (U$ 5 milhões); Verônica foi sócia de outra Verônica, a Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas;
Menção a empresas de Ricardo Sérgio que tinham nomes parecidos lá fora e no Brasil, Antar e Consultatum;
Menção ao COAF, Conselho de Controle das Atividades Financeiras, órgão ligado ao Ministério da Fazenda;
Menção ao Dossiê Cayman, documento falso que atribuia a tucanos negócios em paraísos fiscais; emergiu durante a campanha eleitoral de 1998, quando Fernando Henrique Cardoso se reelegeu;
menção à Aceto, uma das empresas de Gregório Marin Preciado;
menção à Patagon, empresa que Verônica montou com sócios argentinos:


Terceira parte:
João Bosco Madeiro da Costa, ex-diretor da Previ, que teve importante papel nas privatizações;
Menção a Marcelo Itagiba, ex-delegado da Polícia Federal e ex-deputado federal, primo de Andrea Matarazzo, tucano ligadíssimo a Serra em São Paulo;
Agente Jardim, Luiz Fernando Barcellos, ex-agente do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI);
Ênio Gomes Fontelle, coronel reformado do Exército, dono da Fence Consultoria Empresarial, empresa baseada no Rio de Janeiro contratada com dinheiro público pela Prodesp, a Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo, quando Serra era governador paulista, em 2010; segundo Amaury, era a empresa encarregada de espionar o tucano Aécio Neves, no Rio de Janeiro;
Jardim, Fontelle e o ex-delegado da Polícia Federal Onézimo das Graças Sousa, também mencionado, serviram sob Marcelo Itagiba no que Amaury identifica como núcleo de arapongagem montado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quando Serra era ministro da Saúde;
Menção ao Garra, grupo armado que se dedicava a ações clandestinas do SNI durante a ditadura militar, do qual fizeram parte, segundo Amaury, os coronéis Ary Pereira de Carvalho, o Aryzinho; e Ary de Aguiar Freire:


Leia também:
CartaCapital: “Serra sempre teve do que seria publicado”
Doutor Escuta: Um dos capítulos do livro de Amaury Ribeiro Jr.
Na campanha: Fogo amigo, no PT e no PSDB
A bomba que vai estourar no colo de Teixeira
Assista aqui a série de reportagens sobre Ricardo Teixeira mencionada no livro
O Brasil Privatizado, de Aloysio Biondi


por Amaury Ribeiro Jr., em A Privataria Tucana (capítulo 11), reprodução autorizada pela Geração Editorial:
Derrotado na disputa à Presidência da República, José Serra gastou boa parte da campanha eleitoral de 2010 resmungando contra “espiões” que estariam bisbilhotando a vida de sua filha Verônica e de ilustríssimas figuras de seu partido. Sua aliada, a mídia encarregou-se de reverberar seus protestos, turbinando-os com altos decibéis. A arapongagem teria raiz no “núcleo de inteligência” montado por petistas, cuja existência nunca foi provada. Serra sempre refutou, também com veemência, adotar práticas semelhantes às que supunha ver praticadas por seus adversários.
Mas as relações de Serra com o submundo da espionagem foram levantadas pelo próprio autor. Faltava, no entanto, prová-las. Este capítulo traz essa prova cabal, os documentos inéditos que comprovam definitivamente o que todo mundo sempre soube. Serra costuma recorrer ao submundo da espionagem para vasculhar a vida de seus adversários políticos.
A papelada cedida ao autor pelo jornalista Gilberto Nascimento evidencia que o então governador paulista contratou, sem licitação, por meio da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), a empresa Fence Consultoria Empresarial. A Fence é propriedade do ex-agente do Serviço Nacional de Informações (SNI), o legendário coronel reformado do Exército Ênio Gomes Fontelle, 73 anos, conhecido na comunidade de informações como “Doutor Escuta”.
A empresa do “Doutor Escuta” foi contratada por R$ 858 mil por ano “mais extras emergenciais” — pagos pelo contribuinte — no dia 10 de julho de 2008. Vale lembrar que nessa época a vida particular do ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves estava sendo espreitada por arapongas no Rio de Janeiro, onde a Fence está sediada. Talvez isso explique por que a Prodesp tenha invocado “inelegibilidade” para contratar a empresa do araponga sem licitação.
Em outras palavras, a Prodesp afirma que o “Doutor Escuta” não tinha concorrentes à altura para realizar o serviço. Conforme o contrato, entre outros serviços, a Fence é responsável pela “detecção de incursões eletrônicas nas instalações da Prodesp ou em outras localizações de interesse da empresa”. Isto significa que a empresa tem como acessar os dados pessoais de funcionários públicos, de juízes e até de parlamentares por uma simples razão: a Prodesp é a responsável não só pela folha de pagamento, mas também por todos os serviços de informação do Estado. Ou seja, o contrato concede à firma do “Doutor Escuta” o direito de invadir esses dados na hora que bem entender. Até o fechamento deste livro (final de junho) o governador Geraldo Alckmin (PSDB) mantinha o contrato com a empresa de Fontelle.
E o que o delegado federal e ex-deputado, também federal, Marcelo Itagiba, tem a ver com isso? A resposta quem fornece é o próprio currículo do coronel. O “Doutor Escuta” jacta-se de haver integrado o seleto grupo de arapongas que Serra, quando era ministro da Saúde de FHC, montou na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Sob a batuta de Itagiba, além do coronel Fontelle, estavam ainda mais dois personagens destas páginas. Um deles, o ex-agente do SNI Fernando Luiz Barcellos, de alcunha “agente Jardim”. E… adivinhe quem mais! Sim, ele mesmo, o delegado Onézimo das Graças Sousa, aquele mesmo frequentador do restaurante Fritz, da confeitaria Praline e das páginas da Veja e dos jornalões em 2010.
O ninho de arapongas da Anvisa foi desativado pelo próprio Serra, o que aconteceu após a imprensa denunciar que a vida privada de servidores do Ministério da Saúde e de desafetos do então ministro — entre eles seu colega, o ministro da Educação, Paulo Renato de Souza, falecido em 2010 — estaria sendo esquadrinhada. Na época, o argumento de Serra para a arregimentação de arapongas foi o medo. Receava ser grampeado por representantes das indústrias de medicamentos, que teriam sido contrariados por medidas do governo.
Coincidentemente, o “Doutor Escuta” e os demais pássaros foram contratados em 2002, quando partidários do PFL (atual DEM) denunciaram a suposta vinculação de setores do governo do PSDB com os grampos fatais à candidatura pefelista à Presidência da República. Teriam levado a Polícia Federal a descobrir que a empresa Lunus, de propriedade da candidata Roseana Sarney e de seu marido Jorge Murad, guardava R$ 1,34 milhão em seu cofre. Suspeita-se que o dinheiro alimentaria a campanha do PFL, implodida ali mesmo pela apreensão.
O “Doutor Escuta” vem de longe. Foi no período do presidente João Baptista Figueiredo que ele se integrou à comunidade de informações. Entrou pelas mãos do ex-ministro-chefe do SNI, Octávio Medeiros. Seu rumo foi o Garra, braço armado das ações clandestinas e a arma mais letal do SNI durante a ditadura. Fontelles recebeu a tarefa de modernizar o arsenal tecnológico do órgão. Como seu próprio codinome esclarece, o “Doutor Escuta” comandou uma equipe de trabalho que desenvolveu aparelhos de escuta com tecnologia nacional que substituiram os importados.
Faziam parte do seleto grupo do Garra os coronéis Ary Pereira de Carvalho, o “Arizinho”; e Ary de Aguiar Freire, acusados de participar do complô que resultou no assassinato do jornalista Alexandre Von Baumgarten em outubro de 1982. Dois meses antes de morrer, o jornalista compôs um dossiê. No chamado Dossiê Baumbarten, os dois Arys são acusados de terem participado da reunião em que foi selada a morte do jornalista.
O sargento Marival Dias, do CIE (Centro de Informação do Exército), soube da morte do jornalista antes mesmo de seu desaparecimento ser anunciado. Disse ao autor que Baumgarten teria sido executado pelo “Doutor César”, codinome do coronel José Brant, também do Garra, a exemplo de Fontelles. Agente do CIE em Brasília, Dias teve acesso a um informe interno onde se afirmava que a morte se devia a Brant. Em uma operação do Garra para intimidar Baumgarten, o “Doutor César” teria se excedido e matado o jornalista. Isto o teria obrigado a eliminar duas testemunhas: a mulher de Baumgarten, Janete Hansen, e o barqueiro Manuel Valente. A reportagem publicada na revista IstoÉ nunca foi desmentida.
Aos seus clientes, o coronel Fontelles costuma dizer que sua empresa presta serviços de contraespionagem e não espionagem. Como veremos mais à frente, foi justamente esse trabalho, ou de contraespionagem, que acabou envolvendo o autor no episódio da suposta quebra de sigilo de Verônica Serra durante a campanha presidencial de 2010.
Leia também:
“Serra sempre teve medo do que seria publicado no livro”
Na campanha: “Os amigos são mais perigosos que os adversários”
Leilões + arapongas: Explicando o poder de Serra no PSDB
A bomba que vai estourar no colo de Teixeira
O Brasil Privatizado, de Aloysio Biondi


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Por que o PT não defendeu Lupi ? Porque tem medo do PiG

Se depender dele, coitada ...

Que o senador Cristovão Buarque, do partido de Lupi, tenha feito o jogo do PiG, não surpreende: Buarque foi o primeiro traíra da era Lula.

Demitido do Ministério da Educação, mudou-se para a pseudo oposição e atrapalhou a re-eleição de Lula em 2006.

Ajudou a levar a eleição para o segundo turno, com a decisiva ajuda do jornal nacional do Ali Kamel – clique  aqui para ler “O primeiro golpe já houve – falta o segundo”.

Buarque abriu a porta para Bláblárina Silva, que, demitida, aderiu ao Cerra, com a roupagem do Verde (que mais tarde abandonou, também).

Também não surpreende que Eduardo Suplicy tenha feito o jogo do PiG, e tentar levar Lupi ao cadafalso: Suplicy é um tucano tipicamente paulista, ainda que filiado ao PT.

Não se tem notícia de nenhum ato de Suplicy, em sua longa carreira política, que despertasse apreensão na elite paulista.

Agora, amigo navegante, por que o PT não foi ao Senado defender enfaticamente o Ministro Lupi, do Governo Dilma ?

Porque o PT tem medo do PiG (*).

Especialmente da Globo.

E, de todas as crises de ministros da Presidenta, em nenhuma ficou tão claro que se tratava de uma batalha entre o Ministro e o PiG.

Inicialmente a Veja, esse detrito de maré baixa, e, depois, todo o PiG e seus colonistas (**)).

O PiG queria a cabeça do Lupi.

E, pouco a pouco, se aproximar da cabeça presidencial.

O “crime” do Lupi é uma irrelevância.

Não caracteriza um “malfeito”.

É, sim, uma demonstração de que o Ministro é um mau administrador e se deixou enredar num episódio condenável.

O Ministro achou que podia enfrentar o Golpe do PiG com meia duzia de bravatas.

E não se preparou para enfrentar a grave crise em que meteu o Governo.

Mas, e dai?

Clique aqui para ler a carta da mulher do Lupi.

Nada disso justifica a demissão, nas circunstâncias em que o PiG determinasse.

E por que o PT se omitiu ?

Porque o Ministro Bernardo é do PT !

Porque, diante da batalha PiG x Lupi, o PT do Bernardo piscou e fugiu.

Coragem teve o senador Inácio Arruda, que convidou o Lupi para integrar o movimento do Congresso pela Ley de Medios.

O PT enfiou a Ley de Medios no programa do Partido.

Mas, na hora de entrar na jaula, com a Globo … bem, aí, prevalece a oratória de Cícero: a do senador Suplicy.

É o que de melhor tem o PT para enfrentar o Golpe.

Se depender do PT-Suplicy, o PiG derruba a Dilma fácil, fácil.

Clique aqui para ler: PHA – o Brasil na Comunicação é uma “ditadura perfeita”.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta  costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse  pessoal aí.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Silêncio ensurdecedor de Veja

A revista Veja publicou, nesta semana, matéria de capa na qual se utilizou de recursos ilegais para obter informações: primeiro, houve tentativa de invasão de domicílio e crime de falsidade ideológica; depois, violação de privacidade.

Abalos à própria credibilidade e verdadeiros atentados à atividade jornalística, os atos de Veja constituem caso de polícia e grande preocupação quanto ao respeito aos direitos fundamentais do Estado Democrático de Direito.

Com métodos absurdos e distantes do que é jornalismo, Veja incumbiu um de seus “repórteres” a tentar entrar no meu quarto de hotel, fingindo ser o dele e pedindo a uma camareira para abri-lo. Ela se recusou, informou a direção e o hotel registrou a tentativa de violação de domicílio em boletim de ocorrência.

O mesmo “repórter” tentou, posteriormente, se passar por um assessor da Prefeitura de Varginha e disse que precisava deixar em meu quarto “documentos relevantes”. Foi descoberto novamente.

Mas a revista decidiu publicar a farsa e —pasmem!— veiculou imagens dos corredores do hotel, de uma câmera oculta plantada no andar em que me hospedei.

A espionagem de Veja ultrapassa todos os limites e constitui um atentado à democracia —lembra os tempos de ditadura. Viola o princípio constitucional da intimidade, não apenas minha e das pessoas com quem me encontrei —deputados, senadores, governadores e ministros de Estado—, mas de todos os demais hóspedes.

Infringe ainda nosso Código Penal. Colide com princípios básicos da democracia, como o direito de qualquer cidadão de se reunir. Quando esses direitos fundamentais são ameaçados dessa forma e prevalece o silêncio, toda a sociedade está em risco.

Confrontada com os fatos, Veja se comportou como se tais práticas fossem legais e desejáveis do ponto de vista jornalístico. Mas não são, como ressaltaram vários sites e blogs —Terra, UOL, Brasil 247, Vermelho e Sul21—, denunciando o caráter criminoso dos atos praticados pela revista, além das inúmeras manifestações de apoio que recebi.

As emissoras Record e SBT noticiaram o episódio. Procurada para opinar, Veja se recusou a expor suas razões.

Há pouco mais de um mês, o mundo se surpreendia com a revelação de que o tabloide britânico News of The World se utilizou diversas vezes de expedientes ilegais para obter informações sobre personalidades e altas autoridades políticas. Lá, o News of The World fechou as portas e vários de seus dirigentes estão sob investigação.

Aqui, o caso está nas mãos da Polícia Federal e da Polícia Civil do Distrito Federal e não podemos deixá-lo cair no esquecimento, é preciso haver punições.

As práticas tão distantes de um verdadeiro jornalismo investigativo deveriam incomodar a todos os que trabalham por uma atividade jornalística séria e comprometida com a busca da isenção. Com seu silêncio ensurdecedor, Veja mantém as vestes de polícia política que usou para me espionar na matéria-farsa que produziu.

Definitivamente, a ação da Veja revela uma perspectiva preocupante. Como bem pontuou Alberto Dines, em artigo no Observatório da Imprensa sobre o caso, “a matéria recoloca o jornalismo político brasileiro na Era da Pedra Lascada”.

Será essa a ponta do iceberg de um jornalismo de delitos, tal qual o News of The World? Se queremos evitar esse enredo policial, com marcas dos períodos de exceção, é preciso cobrar a quebra desse silêncio ensurdecedor.

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