Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 25 de abril de 2017

Adiamento do depoimento de Lula ridiculariza a Lava Jato

lula moro

Muitos se surpreenderam com o adiamento do depoimento de Lula. Eu não. Nem comprara passagem de avião nem aceitei convites para integrar caravanas que iriam por via terrestre até Curitiba em 3 de maio, data inicialmente agendada por Sergio Moro para o depoimento.
Confesso que estava cético quanto à realização desse depoimento. Já explico por quê.
De segunda (24) para terça-feira (25), surgiram hipóteses se contrapondo à razão oficialmente alegada para adiamento do depoimento que o ex-presidente Lula daria ao juiz Sergio Moro em Curitiba no início do mês. Vejamos, primeiro, a explicação oficial.
Oficialmente, está sendo dito que mudança de data de 3 para 10 de maio decorre de pedido da Polícia Federal. A decisão de mudar a data do depoimento foi confirmada pelo próprio Moro à cúpula da PF, em reunião em Curitiba, há algumas semanas.
A polícia argumentou que precisaria de mais tempo para organizar a segurança no local e que o feriado do dia do Trabalho, 1º de maio, dificultaria ainda mais a operação.
A explicação parece ridícula. Tão ridícula que colunistas da mídia antipetista se entregaram a especulações. De todos, dois articulistas renomados se destacam. Um pela estupidez e o outro pelo bom senso. Mas nenhum deles me parece totalmente certo.
Comecemos pelo mais idiota.
Merval Pereira é ridículo. E não teme ser ridículo. Suas análises se baseiam em desejos e são rasas como um Pires. Confira.
adiamento 1
Quer dizer, então, que Sergio Moro adiou o depoimento de Lula, sob razões falsas, porque, na verdade, quer prender o ex-presidente?
Ok. Moro está sendo paciente com Lula. Deveria era prendê-lo por usar seu direito de lutar por sua inocência, apresentando testemunhas, tentando conduzir o processo da forma que lhe for mais favorável, segundo Merval.
Se esse cara quiser me processar é seu direito, mas acho que Merval Pereira é um idiota. Não posso dizer que o acho um colunista idiota? Qualquer leitor meu poderá me achar idiota que eu aceitarei. Poderei até dizer que ele é que é idiota por me dizer idiota, mas não o processarei por isso.
Eu tenho o direito de dizer que acho Merval Pereira um idiota por ele escrever que acha que Lula vai ser preso porque a Lava Jato adiou seu depoimento do dia 3 para o dia 10 a fim de reunir “mais provas” para prendê-lo.
Ora, se Moro já tem provas para prender Lula no dia 3, por que precisa de “mais provas”? No dia em que escrevo, faltam 8 dias para o dia 3 de maio. Não são suficientes? Moro precisa de 15 dias em vez de 8 para reunir provas “suficientes” para prender Lula?
Como se vê, ninguém pode me culpar por achar que o articulista Merval Pereira é um idiota pronto e acabado.
Mas há vida inteligente na grande mídia. Discordo tanto de Reinaldo Azevedo que até dói, mas ele não é um idiota. É inteligente e sensato o suficiente para se aprimorar como adversário ideológico da esquerda.
adiamento 2
É muito mais difícil discordar de Reinaldo Azevedo do que de Merval Pereira porque o primeiro tem cérebro e o outro tem uma caixa craniana vazia como um balão inflado.
Ainda assim discordo do Reinaldo, em alguma medida. E do Merval. Eles acreditam que a desculpa da preparação da segurança contra manifestantes não é séria. Até aí, concordo também.
Outro antipetista, porém muito menos inteligente, mostra como essa desculpa é furada, apesar de dizer um monte de bobagens.
Ouça a opinião do comediante Marcelo Madureira, que como analista político é um péssimo comediante.
Agora vamos ao que acho serem as verdadeiras razões para o adiamento do depoimento de Lula.
Razão 1: Moro não tem provas e deve empurrar o depoimento com a barriga por mais tempo.
Razão 2: Moro quer desmobilizar os manifestantes.
Você dirá: “Mas Eduardo, você mesmo não disse que se Moro não tem provas até agora, uma semana a mais não adiantaria nada?”
Sim, eu disse e mantenho. Mas quem disse que Moro irá adiar uma vez só o depoimento de Lula? E se na semana que vem ele adiar do dia 10 para o dia 20, por exemplo? Com isso, ele mata dois coelhos com uma cajadada só.
Vejamos: alguns adiamentos sucessivos esvaziarão a militância presente ao depoimento de Lula. As pessoas têm que se agendar para ir de uma cidade a outra, de um Estado a outro. Quem desmarcou ou postergou compromissos, quem pediu licença do trabalho, quem estava com o dinheiro contado e comprou uma passagem de avião, todos esses terão problemas.
Então, Moro pode começar a adiar sucessivamente esse depoimento para que Lula não tenha apoio tão grande do lado de fora da sala de audiência no prédio da Justiça Federal em Curitiba, o que seria péssimo em termos de mídia para um magistrado midiático como ele.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Extrema-direita descontrolada já preocupa até centro-direita

mbl capa
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Chega a ser irônico o ataque a Lula que a ex-candidata a presidente pelo PSOL Luciana Genro fez recentemente, à luz dos ataques que os psolistas de São Paulo vêm sofrendo da extrema-direita enquanto são apoiados justamente pelo PT.
Luciana escreveu em seu site:
“(…) A burocracia corrupta que aceitou ser agente dos interesses burgueses também é inimiga das necessidades do povo. A liderança de Lula não representa a esquerda – e isso deve ser dito em alto e bom som (…)”
Enquanto Genro brinca de antipetismo, seu partido, em São Paulo, sofre ataques sistemáticos do MBL, braço “armado” da extrema-direita bolsonariana e defensora de “intervenção militar”, entre outras loucuras.
Qs vereadoras Sâmia Bomfim e Isa Penna, ambas do PSOL paulistano, tiveram seus números de celulares expostos em redes sociais e grupos de WhatsApp para serem “convencidas” do projeto de lei “Escola Sem Partido”.
Com a sigla do Movimento Brasil Livre (MBL), que é coordenado pelo vereador Fernando Holiday (DEM), a imagem da vereadora Sâmia Bomfim e seu respectivo contato telefônico foram divulgados acompanhados dos dizeres “Escola Sem Partido. Sâmia Bomfim é a favor da doutrinação nas escolas, ajude-nos a convence-la do contrário”.
mblO PSOL de São Paulo avisa que vai pedir a cassação de Holiday
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Só quem parece não estar preocupado é o setor do PSOL que Luciana Genro integra e que ela diz ser “majoritário” no partido.
Em sua escalada fascista, porém, o MBL não parou por aí. Na semana passada, o secretário de Educação de São Paulo, Alexandre Schneider, postou no Facebook crítica à ação do vereador Fernando Holiday (DEM), um dos líderes do MBL que havia visitado uma escola para denunciar o que chama de “doutrinação ideológica” à esquerda feita pelos professores.
O sindicato da categoria atacou Holiday, e o secretário endossou a crítica, afirmando que não era correto “intimidar professores”. O MBL retrucou, Schneider pediu demissão, mas o prefeito João Doria, por ora, conseguiu demovê-lo de sair.
Eis que o MBL, agora, volta suas baterias contra o governo Doria… Ou melhor, contra o secretário Schneider, acusando-o de ser “psolista”.
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Ao MBL, soma-se a ofensiva da extrema-direita no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, onde a grande aposta desse movimento extremista para as eleições de 2014, Jair Bolsonaro (PSC-RJ), deu um show preocupante, difundindo racismo, defendendo armar a população e sugerindo até ataques violentos a quem não comungue com suas ideias.
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Para terminar de compor esse quadro, quero dar meu depoimento sobre fatos que revelam que a centro-direita já começa a se preocupar com a ofensiva da extrema-direita.
Nas últimas semanas, após os abusos de que fui alvo por parte da operação Lava Jato, recebi solidariedade e espaço de órgãos de imprensa insuspeitos de simpática com “comunistas”, tais como a Globo e o Grupo Folha de São Paulo, que me deram espaço em matérias corretas ou até para que eu me manifestasse contra esses abusos.
Além disso, nomes como Reinaldo Azevedo ou Ricardo Noblat protestaram contra os abusos de que fui vítima.
No caso de Reinaldo, ele vem travando uma guerra particular contra o que, eufemisticamente, chama de “direita xucra”, ou seja, contra Bolsonaro e seu MBL, pois, além de ver no deputado pelo PSC fluminense um risco eleitoral para a centro-direita, que integra, parece enxergar onde pode dar uma aventura como essa.
Os métodos da extrema-direita, ao fim e ao cabo, encontram-se com os da extrema-esquerda e seus protestos regados a quebra-quebra e cerceamento da liberdade de expressão alheia.
Nesse aspecto, a Operação Lava Jato, em sua escalada de abusos contra qualquer divergência, já começa a preocupar os moderados de esquerda, de direita e os de centro, enquanto que encanta os extremistas dos dois lados do espectro político.
De volta a Luciana Genro. Em seu artigo supracitado, ela dispara:
“(…) Sempre defendi que a Lava Jato estava cumprindo um papel positivo ao enfraquecer um sistema político corrupto e burguês (…)”.
Em 26 de março, o MBL fez uma manifestação da qual Luciana poderia ter participado, em apoio à Lava Jato.
O PSOL tem muita gente boa. As jovens vereadoras paulistanas, Luiza Erundina, Marcelo Freixo, Jean Wyllys, mas há correntes no partido que preocupam por parecerem não enxergar o avanço da extrema-direita no país.
Por conta disso, centro-esquerda e centro-direita precisam estabelecer o diálogo. Antes que seja tarde. É óbvio que não há condição de comunhão sobre políticas públicas, etc. Todavia, deve ser levado a cabo um diálogo em defesa da democracia.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Reinaldo Azevedo está certíssimo, a esquerda vai voltar

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José Reinaldo Azevedo e Silva, vulgo Reinaldo Azevedo, foi inventado pela revista Veja no início dos anos 2000. Era um jornalista sem expressão, famoso por seu carreirismo e pelas puxadas de tapete nas redações durante os anos 1990.
Azevedo formou-se em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, após frequentar o curso de letras na Universidade de São Paulo (USP). Foi trotskista na adolescência, durante a ditadura militar. Adulto, tornou-se crítico do comunismo e das ideias socialistas.
Foi redator-chefe das revistas Primeira Leitura e Bravo!, editor-adjunto de política da Folha de São Paulo, coordenador de política da sucursal de Brasília do mesmo jornal e redator-chefe do jornal Diário do Grande ABC, de Santo André, entre 1991 e 1993.
Também foi articulista da revista Veja até 7 de outubro de 2009, quando escreveu seu último artigo para a revista. Ainda mantém um blog hospedado no site da Veja.
Após sair das páginas impressas da revista, Azevedo tornou-se colunista da Folha e radialista da rádio Jovem Pan, onde faz intervenções no Jornal da Manhã e comanda o programa Os Pingos nos Is. Por fim, atua como comentarista especial do telejornal RedeTV! News.
Azevedo se deu bem. Até por volta de 2006, não existia. Chafurdava na Primeira Leitura, publicação sem leitores e importância, pertencente ao ex-ministro das Comunicações de FHC Luiz Carlos Mendonça de Barros. Quando a revista afundou – logo após se envolver no que ficou conhecido como “escândalo da Nossa Caixa”, que explodira um ano antes –, foi “acomodado” na Veja, talvez para não falar demais.
Só para constar, o escândalo envolvendo a Primeira Leitura, que Azevedo havia “comprado” do Mendonção, eclodiu em 2005. O Ministério Público de São Paulo recebeu denúncia anônima sobre irregularidades nas verbas de publicidade da Nossa Caixa.
A denúncia ganhou força após a Folha de S. Paulo divulgar indícios de que o governo Alckmin havia interferido no Banco Nossa Caixa em favor de deputados aliados ao governo na Assembleia Legislativa paulista. As verbas eram direcionadas principalmente para financiar anúncios em revistas e jornais dos aliados, como a rede de televisão Rede Vida e a revista Primeira Leitura, pilotada por Azevedo.
Como sempre, o MP e o Judiciário tucanos de São Paulo acobertaram tudo e tudo ficou por isso mesmo.
A longa apresentação desse indivíduo serve ao propósito de mostrar que não se trata de nada mais do que de um carreirista que enriqueceu e ganhou fama à sombra do poder e de métodos obscuros. Mas não se pode negar um mérito a Azevedo: é inteligente e usa muito bem a lógica.
Alguns consideram Azevedo um idiota por se levar a sério, mesmo não passando de um animador de auditório que considera a obra máxima da Criação ter inventado um insulto contra pessoas que acalentam ideologia – note bem, não um partido, mas uma ideologia – que ele tem como função profissional atacar.
O autoproclamado “Tio Rei” já foi uma espécie de Jair Bolsonaro do jornalismo, famoso pela truculência, pelos insultos racistas, misóginos, machistas e homofóbicos disfarçados por sua realmente notável inteligência e capacidade de enxergar a floresta em vez de somente algumas árvores.
De algum tempo para cá, porém, Reinaldo, assim como a Veja, vem sofrendo uma “transmutação” ideológica. Até por hoje estar escrevendo na Folha, que usa um verniz progressista como maquiagem de seu viés conservador, passou a repudiar o que batizou de “direita chucra”, ou seja, o público que o fez ganhar notoriedade.
Convenhamos: Reinaldo (agora o trataremos pelo primeiro nome) é o pai e a mãe dos bolsomínions, os filhotes de Bolsonaro que perderam o pudor de ser lixo. Imbecis semiletrados, machistas, homofóbicos, misóginos, reacionários e violentos que representam grande parte do que chamam de “macho latino”, que não se permite empatia, humanismo e outras “coisas de viado”.
Não dá pra entender por que Reinaldo está surpreso com a burrice de seus liderados.
Recentemente, ele foi à loucura ao ver esse bando de cretinos comemorando a agonia de Marisa Letícia Lula da Silva, em seu leito de morte.
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Reinaldo não é bobo. Sabe muito bem que, por mais que existam (muitos) energúmenos por aí capazes de praticar atos de crueldade como ironizar a situação da falecida mandando-a pro SUS ou desejar logo a sua morte, a maioria fica enojada diante de atitudes como essa.
Analistas das pesquisas de intenção de voto para 2018 consideraram que os ataques a Marisa ajudaram Lula a assumir a liderança isolada da preferência do eleitorado na eleição presidencial do ano que vem.
Claro que não foi só esse fator que fez Lula crescer, mas foi um deles.
Reinaldo, desde há alguns meses, acompanhou a mudança de postura da Veja, agora muito menos reacionária e antipetista, ainda que continue reacionária e antiesquerda em geral, e passou a usar, reiteradamente, a expressão “direita chucra”.
Ele criou a organização desses imbecis, mas Bolsonaro se apropriou deles e, agora, constrói um projeto político para 2018 que pode acabar com os anseios dos patrões de Azevedo, os tucanos, aos quais serve com devoção desde o tempo em que o colocaram para avaliar cartas de leitores na Primeira Leitura – eu vivia trocando e-mails com ele, à época, para debater política.
Bolsonaro atrapalha os planos tucanos porque eles são considerados pouco reacionários, pouco truculentos, poucos atrasados política, cultural e socialmente. Reinaldo, então, abriu guerra contra os bolsominions, que, agora órfãos do “tio Rei”, foram buscar conforto no colo da “titia Joyce”, outra carreirista e alpinista social que fazia par com ele em um programa de web TV da Veja.
Recentemente, surgiu um episódio engraçadíssimo em que Joyce Hasselman, demitida da Veja por puxada de tapete de Azevedo – que argumentou com a revista que ela é bolsonarista e, assim, ameaçava a tucanada –, começaram a produzir vídeos um contra o outro, insultando-se mutuamente.
Ambos têm razão no que dizem, mas não vou gastar o tempo do leitor com as pirações da direita. O fato é que Reinaldo tem razão de sobra para se preocupar com os excessos dos bolsominions. Bolsonazi é o adversário ideal para Lula ou para quem ele indicar para disputar a Presidência em 2018. Abjeto, verdadeiramente nojento, contrapor-se a ele é como bater em cego.
Reinaldo teve um artigo publicado pela Folha nesta véspera de Carnaval que faz um prognóstico que não só endosso, mas complemento porque, apesar de boa inteligência, o “tio Rei” não é capaz de entender totalmente por que a esquerda irá voltar ao poder, apesar de sentir que isso irá acontecer.
Leia o artigo, continuamos em seguida.
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Por Reinaldo Azevedo
Os grupos responsáveis que constituíram a base popular do movimento de impeachment deveriam agora é estar empenhados em construir alternativas, já pensando em 2018, que assegurassem a continuidade das mudanças a que o presidente Michel Temer deu início.
Para tanto, não é preciso paralisar a Lava Jato. Ela que prossiga nos limites da lei. Mais: o inventário do desastre petista, a sua herança, ainda não foi feito. Em vez disso, infelizmente, nós flagramos esses a que me refiro a insuflar, queiram ou não, a razia das forças políticas organizadas, cedendo ao alarido da direita xucra e dos messiânicos.
É pena! A economia exibe sinais modestos, mas consistentes, de recuperação. A simples perspectiva de ajuste no setor público começa a dar algum resultado. Mas ainda vai demorar até que a população comece a perceber os efeitos da melhora. Por enquanto, esses indicadores compõem os arcanos da macroeconomia, cartas que não costumam ser lidas pelos mais pobres, especialmente punidos pela recessão fabricada pelo petismo.
Com habilidade, o presidente Michel Temer tem logrado vitórias importantes no Congresso. E olhem que os dias não andam nada fáceis. Os que dependem de voto sabem haver uma diferença importante entre apoiar a PEC do teto de gastos e defender a reforma da Previdência; entre mudar as regras do pré-sal e emplacar mudanças importantes na legislação trabalhista. Ou por outra: está chegando a hora de o povo de carne, osso, opinião e urna participar do jogo.
Aposto que Temer irá até o limite das mudanças que o Congresso puder lhe oferecer. Mas as nuvens que se armam ameaçam jogar o país, mais uma vez, no colo das esquerdas. Tudo o mais constante, e não vai depender de acertos ou erros do presidente, é ao encontro delas que marchamos.
As maiores manifestações de protesto da história do país deram o suporte popular necessário ao impeachment de Dilma, o que obedeceu a todos os rigores da lei. Mas sabemos, e eu apontei isto muitas vezes nesta Folha, no meu blog e em todo lugar, que dois elementos bastante distintos se combinaram para resultar na deposição.
Os que coalharam as ruas de verde-amarelo lá estavam contra a corrupção; mal sabiam que diabo era “pedalada fiscal” –o crime de responsabilidade sem o qual a então presidente não teria caído.
Mantenho-me relativamente longe do bueiro do inferno em que se transformaram as redes sociais e páginas da internet que, embora se apresentem como jornalísticas, ou são miasmas do esgoto ou são expressões bisonhas do lobby de especuladores e bucaneiros.
Igualam-se na violência retórica, na irresponsabilidade, na ligeireza com que sentenciam pessoas à morte. Embora longe, é claro que acabo alcançado pelo fedor. Sempre há aquele que diz: “Viu o que falaram de você?”.
A extrema direita, a extrema burrice e o extremo oportunismo se uniram para me declarar, acreditem!, inimigo da Lava Jato. Acusam-me também de sabotar a manifestação de protesto –ou algo assim– do dia 26 de março, marcada por alguns dos grupos que apoiaram o impeachment.
A inconsistência da pauta é a melhor evidência de por que não deveria acontecer. Chamam de sabotagem uma crítica política legítima. Antes, no dia 15, haverá a marcha das esquerdas. Notas: eu seria adversário da Lava-Jato porque critico algumas decisões de membros do MPF e do juiz Sérgio Moro. Pois é. Não nasci para fazer hagiografias.
A esquerda agradece embevecida.
O conservadorismo responsável pode ainda se tornar a principal vítima da criminalização da política, promovida por irresponsáveis que se querem conservadores. Ademais, se não serve a política, que venha a porrada!

Reinaldo é PSDB, e PSDB é Temer – não PMDB, Temer.
Mas Reinaldo não entende tudo, o que não espanta. Ninguém excepcionalmente inteligente se julgaria tão importante por ter criado um insulto burro como “petralha”, que atribui desonestidade e burrice a todo esquerdista que pense diferente do autor do xingamento. Reinaldo é inteligente, mas está longe de ser excepcionalmente inteligente.
Para explicar o que Reinaldo não entende vale assistir a um vídeo que mostra por que os planos dos golpistas farão os brasileiros sentirem saudade do PT e, sobretudo, de Lula, o que, aliás, já começa a acontecer.
Como se vê, a fascistada que agora se abriga sob as asas da “tia Joyce”, do Bolsonazi, do MBL, do Vem Pra Rua e de outras manifestações mussolino-hiltleristas, gente que Temer comprou para tentar fazer a maioria dos brasileiros aceitar perda de direitos em geral, além dos trabalhistas, está mesmo achando que vai ter sucesso.
Na última quinta-feira, a coluna da jornalista Monica Bergamo, na Folha de São Paulo, mostrou que os bolsomínions estão se suicidando com esses ataques aos direitos da maioria para beneficiar meia dúzia de capitães da indústria.

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Não tem jeito de esse liberalismo genocida dar certo. Ouça o especialista entrevistado pela Globo News. Na entrevista dele, você entenderá por que o povo vai ficar extremamente irritado com os golpistas e, nesse momento, exigirá a volta da esquerda ao poder.
E a esquerda voltará através de Lula ou de quem ele indicar, se a ditadura conseguir impedir os brasileiros de votarem nele

domingo, 30 de novembro de 2014

Crônica do golpe: o cerco a Tóffoli e a tática do “Tira bom, tira mau”

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Na sexta-feira, o blogueiro da Veja Reinaldo Azevedo publicou um texto incomum. O atual guru da direita brasileira saiu em defesa do ministro do STF José Antonio Dias Tóffoli (!) por conta de matéria do Blog do repórter Fausto Macedo no portal do Estadão que relatou denúncia do Ministério Público contra o irmão mais velho daquele ministro.
Abaixo, trecho do post de Azevedo.
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Uau! Azevedo dizendo que “denúncia ainda não é condenação”? Daria para encher a Biblioteca da Alexandria tudo que o blogueiro da Veja escreveu condenando pessoas na mesma situação do irmão de Tóffoli. Um exemplo recente é o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
É óbvio que o neo “garantismo” de Azevedo tem uma razão (cínica) de ser.
Não, eu não leio Reinaldo Azevedo – a menos que tenha um motivo que valha pena tão dura. E esse motivo que me levou a tal empreitada foi um fenômeno que não ocorre sempre no jornalismo: fonte importante procurar o jornalista em vez de ser procurada por ele.
A fonte (mais do que fidedigna) me procura para ironizar o texto de Azevedo:
Estão ‘seduzindo’ o Tóffoli por conta das contas de campanha no TSE
A sedução não começou agora; começou logo após a escandalosa “distribuição por sorteio” das contas de campanha de Dilma Rousseff no TSE, que colegas de blogosfera dizem que não teve nada demais por – com todo respeito – estarem desinformados.
Senão, vejamos: no dia 14 último, a jornalista Vera Magalhães, da Folha, publicou matéria dando conta de que duas prestações de conta da campanha de Dilma Rousseff caíram na mão de Gilmar Mendes por “sorteio”.
Confira, abaixo, a matéria
toffoli 2

O que aconteceu no TSE foi um fenômeno impressionante. Se foi coincidência, deveria entrar no Guinness Book. No mesmo dia, na mesma Corte, dois processos de Dilma foram entregues ao mesmo juiz – as contas da campanha de Dilma e as contas dos gastos do PT para a campanha de Dilma.
Os dois sorteios, ocorridos um após o outro, no mesmo dia, hora e local, deram Gilmar Mendes na cabeça. Coincidência é isso aí, o resto é fichinha.
Mais engraçado ainda é que dias antes Toffoli participou de um almoço em Brasília no qual brincou com uma possível fatalidade para Dilma, ou seja, as contas de campanha dela caírem nas mãos de Gilmar.
“Já pensou se isso acontece?”, provocou o ministro do STF.
Tóffoli, a partir daquele sorteio esquisito, passa a ser submetido à uma tática de investigação policial que Hollywood celebrizou: a tática do “Tira bom, tira mau”. Um é feroz, faz ameaças o tempo todo. O outro é bonzinho. Diz ao interrogado que seu colega está muito bravo é que não sabe se vai conseguir contê-lo.
Aquele que até há pouco era considerado por Reinaldo Azevedo como um títere do PT no STF, o que fez o ministro ser alvo de muita baixaria do blogueiro da Veja, começou a ser seduzido logo após esse episódio do sorteio das contas de campanha de Dilma.
Logo em seguida ao sorteio tabajara, Tóffoli foi convidado a participar do programa Jô Soares, onde defendeu a dita “PEC da Bengala”, que pretende tirar de Dilma Rousseff as nomeações de ministros do STF que ela poderá fazer até 2018.
Mas por que estão seduzindo Tóffoli se, mesmo que Gilmar Mendes rejeite as contas de campanha de Dilma, o processo será julgado por sete ministros do STF?
Explico: entre os sete ministros, três são vistos como “legalistas” e quatro são considerados como “partidários”.
Os ministros “legalistas” seriam Maria Thereza de Assis Moura [que relata as contas de Aécio Neves], Henrique Neves da Silva [que Dilma não reconduziu ao cargo após seu mandato vencer, mas que deve reconduzir] e Luciana Lóssio.
Três dos quatro ministros “partidários” são Gilmar Mendes e Luiz Fux (que dispensam apresentações) e João Otávio de Noronha (nomeado para o STJ pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e que é amigo do peito de Aécio Neves).
O sétimo membro “partidário” do TSE é José Antonio Dias Tóffoli, presidente daquela Corte. Inicialmente, era visto como “partidário” por ter trabalhado para o PT e ter sido advogado-geral da União de Lula.
O “novo” Toffoli seria o fiel da balança se uma eventual rejeição das contas de campanha de Dilma fosse julgada pelo plenário do TSE. Por conta disso, está sendo seduzido e ameaçado ao mesmo tempo.
Diante de Tóffoli está sendo colocada uma “escolha de Sofia”. Ele pode escolher entre o céu e o inferno, ou seja, entre não endossar uma artimanha qualquer de Gilmar para rejeitar (total ou parcialmente) as contas de campanha de Dilma e virar alvo da mídia ou endossar e virar um novo Joaquim Barbosa, sendo aplaudido em aeroportos e restaurantes chiques.
A boa notícia é que, segundo essa e outras fontes, as contas de campanha de Dilma apresentam uma higidez muito grande. Gilmar correrá um grande risco tentando distorcer alguma coisa.
Contudo, não vamos nos esquecer de que estamos no país do julgamento do mensalão, no qual ocorreram condenações sem provas e o qual um ministro do STF considerou “ponto fora da curva”. Está provado que, em se tratando do PT e havendo maioria, o golpismo não se deixa constranger e rasga a camisa. Sem pudor.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

PESQUISADORA APONTA ‘ÓDIOJORNALISMO’ DA VEJA

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Pesquisas põem PSDB em desespero; Veja tenta última cartada


A previsível subida de Dilma nas pesquisas Ibope e Datafolha divulgadas no fim da tarde de quinta-feira 23 se fez acompanhar de indícios de que o PSDB e a parcela mais engajada de seu eleitorado – inclusive uma boa parcela que milita nos grandes meios de comunicação – podem se recusar a aceitar um resultado das urnas que não seja o que desejam.


Enquanto colunistas tucanos como Reinaldo Azevedo e Demétrio Magnoli já falam em derrubar Dilma no segundo mandato, Veja antecipou em dois dias a capa de sua edição que só deve sair no próximo sábado para tentar contaminar a tempo a parcela do eleitorado que ainda não se decidiu ou que for mais suscetível a manipulações de última hora.
Detalhe: Magnoli publica seu artigo golpista no site de um “Clube Militar” e Azevedo diz, em seu texto não menos golpista, a seguinte pérola:
“(…) Se Dilma for reeleita e se for verdade o que diz o doleiro, DEVEMOS RECORRER ÀS LEIS DA DEMOCRACIA — não a revoluções e a golpes — para impedir que governe”
Azevedo sugere que a oposição tentará pedir o impeachment de Dilma com base em suposta declaração de um meliante. Já Magnoli afirma que, mesmo vencendo a eleição, Dilma não terá “legitimidade para governar”.
Quanto a Veja, o de sempre: sem provas, acusa a presidente da República e o ex-presidente Lula de saberem de um suposto esquema de desvio de dinheiro na Petrobrás. É a última cartada.
A teoria de Veja é a seguinte: como a eleição supostamente estaria “apertada”, qualquer denúncia que não puder ser rebatida a tempo por Dilma pode levar os mais suscetíveis a mudar de voto.
Paralelamente, o centro de São Paulo viu ocorrer no mesmo dia agressão odiosa de militantes do PSDB contra militantes do PT. Parte de um grupo de 500 militantes tucanos invadiu uma manifestação de cerca de 50 petistas no centro da capital e os agrediu. Os petistas reagiram e foi necessária intervenção da Polícia Civil para separar os contendores.
Como se vê, vencer a eleição nem chega a ser o maior problema de Dilma, que, apesar da tentativa desesperada da Veja, dificilmente será derrotada com ou sem a denúncia irresponsável da revista, que espera que a presidente e seu padrinho político sejam condenados preliminarmente, sem apelação, de preferência até o próximo domingo.
Não vai rolar.
Mas o que se percebe é que a campanha eleitoral deixará cicatrizes. O PSDB não vai querer conversa. Se a mídia vai entrar na dos tucanos e participar de uma tentativa de sabotar o segundo governo de Dilma ao ponto de provocar seu impeachment, como sugere Reinaldo Azevedo, é outra história.
A impressão que se tem é de que alguns veículos já buscam se dissociar do extremismo da Veja e do próprio PSDB, que parece achar que pode ganhar a eleição se gritar bastante.
Seja como for, alguém deveria dizer a Azevedos, Magnolis, Vejas e Aécios que o Brasil é uma democracia e, em democracias, cara feia de perdedores de eleição é fome. Essa gente aproveitaria melhor seu tempo se começasse a planejar já alguma estratégia para 2018 que convença este povo a lhe dar nova chance de governar o Brasil.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

WSJ ( Wall Street Journal ) reconhece a força do pré-sal do Brasil


Isso é a Bovespa: Petrobrás bate recorde produção em julho, mas as ações da estatal caem nesta 5ª feira porque Dilma bate os gêmeos ideológicos no 1º turno, 38% x 32%, diz o Ibope

Dilma no encontro com as centrais sindicais: 'Eu estou do lado do trabalhador: não quero ser reeleita pra arrochar salário, desempregar e tirar direitos trabalhistas


Piada: Aécio critica desindustrialização no mesmo dia em que seus assessores econômicos defendem câmbio livre que incentiva a importação e mata a indústria


Aprovação à Presidenta, segundo o Ibope, salta de 44% para 47%: jornais classificam isso de estabilidade

Inflação despenca e Banco Central revoga a palavra resistente associada à alta dos preços: discurso conservador da estagflação esfarela

Fonte: Site Carta Maior.


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“Quando a Petrobras revelou a maior reserva de petróleo da sua história, em 2007, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva brincou que a descoberta havia provado que Deus é brasileiro. Novos dados de produção estão levando muitos na indústria a compartilhar esse otimismo”, diz reportagem do americano Wall Street Journal; extração de 520 mil barris, um recorde histórico para a estatal, e reconhecimento internacional derrubam teses derrotistas de colunistas como Carlos Alberto Sardenberg e Reinaldo Azevedo 


247 – Em reportagem nesta sexta-feira, o Wall Street Journal furou previsões incrédulas da mídia brasileira reconhecendo a força do pré-sal no Brasil.
“Quando a Petrobras revelou a maior descoberta de reservas de petróleo da sua história, em 2007, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva brincou que a descoberta havia provado que Deus é brasileiro. Novos dados de produção estão levando muitos na indústria a compartilhar esse otimismo”, diz o texto.
 
Em maio, a extração de 25 poços da província do pré-sal resultou em 520 mil barris, um recorde histórico para a estatal. O governo estuda até ceder mais áreas para a produção da Petrobras, seguindo modelo adotado para a produção de quatro áreas da Bacia de Santos - Búzios, Florim, Nordeste de Tupi e Entorno de Iara.

“É um crescimento rápido para a Petrobras em uma das regiões petrolíferas mais desafiadoras do mundo. Os depósitos se encontram a cerca de 320 quilômetros longe da costa sudeste do Brasil, enterrados no solo oceânico sob uma grossa camada de sal, o que dá nome aos campos”, afirma a publicação.

Texto diz ainda que, com o pré-sal, o Brasil pretende ser um dos cinco principais produtores de petróleo do mundo até 2020, quando a produção deve chegar a quatro milhões de barris por dia.
 
Recentemente, a presidente Dilma Rousseff comemorou a marca ao lado da presidente da estatal, Graça Foster, lembrando que a exploração do pré-sal foi desacreditada por muitos comentaristas.

“A solidez, os avanços e as conquistas de uma empresa do porte e da importância estratégica da Petrobras só podem ser compreendidas numa cadeia ininterrupta de sucessos. Não vai ser um ou outro fato isolado que irão mudar essa história”, disse Dilma.
 
Em 2008, o colunista Carlos Alberto Sardemberg chegou a publicar que «o petróleo do pré-sal só existia na campanha do governo”. “Acreditar que o óleo esta na mão é como acreditar que o Brasil é auto-suficiente em petróleo”, escreveu.

Um ano depois, o jornalista neocon Reinaldo Azevedo comemorava: “E saiu só um tiquinho de petróleo do pré-sal no bloco Tupi”.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Colunistas desvirtuam final em Argentina X Dilma

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Redivivos na Copa pela derrota por 7 a 1 da Seleção Brasileira frente a da Alemanha, colunistas políticos torcem unidos agora pela vitória da Argentina na partida final; tese é pérola do atraso: desse modo, presidente Dilma Rousseff sofreria grande desgaste público – e eleitoral - ao entregar taça para capitão Lionel Messi; xenofobia alimentada por chamados formadores de opinião Merval Pereira, Guilherme Fiúza, Reinaldo Azevedo, Dora Kramer e Eliane Cantânhede, entre outros, é abjeta; entenda-se: como chefe de Estado brasileira, Dilma dará a taça, como anfitriã, ao capitão vencedor; Copa do Mundo não admite preconceito e discriminação; presidente incentivou o Brasil e a competição assim como também o fizeram, corretamente, seus adversários Aécio Neves e Eduardo Campos; Dilma mostrará, mais uma vez, que o Brasil é uma sociedade civilizada e recebe bem a todos; argentinos, alemães e todos os que vêm em paz

247 - Abatidos pela receptividade popular dada à Copa do Mundo em todo o Brasil, colunistas políticos da mídia tradicional se viram redivivos no debate em torno do Mundial em razão da derrota, por 7 a 1, da Seleção Brasileira frente a da Alemanha. Com efeito, um resultado vexaminoso deste porte era tudo - e ainda mais - o que quem torcia contra poderia desejar àquela altura do campeonato, quando o sucesso da organização da Copa no País já era irreversível. Agora, fortalecidos pelo fracasso esportivo da equipe nacional, infelizmente muitos colunistas políticos passaram a divulgar uma tese abjeta que tem centro no xenofobismo – a aversão a estrangeiros que está na base de todo pensamento atrasado e totalitário.

Ora de maneira sutil, ora de modo mais selvagem, estrelas da mídia familiar como Merval Pereira, Guilherme Fiúza, Dora Kramer, Reinado Azevedo e Eliane Catânhede, os chamados "colunistas chatos", como esta última vem definindo a própria turma, vestiram a camisa da Seleção Argentina. Não pelo nobre motivo de admirar o futebol do time do país vizinho, mas para que, com a derrota da Alemanha, a presidente Dilma Rousseff se veja obrigada a entrega a taça ao capitão Lionel Messi. Eles têm considerado essa possibilidade como algo próximo da humilhação, da vergonha, da derrota.

Ao que se depreende do texto e subtexto nas palavras escritas, comentários na tevê e posts em blogs, o gesto representaria para Dilma um grande desgaste, com reflexos em perda de popularidade e, em seguida, perda de votos. Dar a taça a argentinos seria, para a presidente, um mau gesto. Tenta-se passar a ideia de que tudo o que o brasileiro médio não quer é que os argentinos vençam a competição dentro do País. Uma pregação, sem dúvida, de separatismo, exclusão e discriminação.

Bem acima da baixaria disseminada pelos torcedores do contra, não é difícil entender que a presidente Dilma está tendo um comportamento exemplar durante a Copa do Mundo – e continuará a fazê-lo ao entregar a taça seja para Messi ou para o capitão alemão Philipp Lahm. Trata-se de um gesto de chefe de Estado do país anfitrião diante do campeão. Não há nenhuma dúvida de que, se hoje um deles estivesse no papel da presidente, também os candidatos Aécio Neves e Eduardo Campos fariam o mesmo. Assim como

Dilma, também eles vestiram a camisa amarela da Seleção Brasileira e torceram ao lado de todo o povo.

Nem poderia ser diferente. No limite, o que fica é: Dilma, e só ela, não pode fazer o que é absolutamente normal: torcer, e muito, pelo Brasil!

Qual é o problema nisso, caros?

A acusação feita, especialmente nos veículos das Organizações Globo, de que Dilma tentou tirar proveito político da Copa é infame. A presidente, como se sabe, recusou a possibilidade de receber a equipe no Palácio do Planalto para transmitir votos de boa sorte e tirar muitas fotos com os jogadores que vinham sendo tratados como ídolos populares. Dilma deu, como se diz, a cara para bater ao comparecer ao primeiro jogo da Copa. Era o papel dela, outra vez, repita-se, como chefe de Estado do país anfitrião. Seria inconcebível, do ponto de vista protocolar, ela não estar lá. No primeiro jogo da Alemanha, contra Portugal, em Salvador, a chanceler Ângela Merkel esteve na arena Fonte Nova. E também o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, assitiu na arena Dunas, em Natal, sua equipe nacional enfrentar Gana.

No decorrer da competição, Dilma ocupou suas redes sociais com mensagens de rasgado otimismo pelo desempenho da Seleção, fazendo o mesmo em entrevista e pronunciamentos. Pergunta-se: o que se esperava de um presidente da República em tempos de Copa do Mundo no Brasil? Que tratasse o fato com frieza? Que não assumisse, como é do cargo, a camisa de torcedor número 1? Barack Obama, que vibrou com os Estados Unidos, não poderia ter mostrado sua torcida? Ou ele pode? Queriam que Dilma torcesse contra?

A final da Copa, registre-se, será precedida por um encontro, anfitrionado por Dilma, de 15 chefes de Estado e será sucedida por um encontro decisivo dos Brics, no qual será anunciada a fundação de um banco de fomento que promete atuar na contramão do FMI. Será que os colunistas querem excluir alguém ou algum país desses encontros? Melhor Dilma não ir, talvez? Ou barrar a entrada de Cristina Kirchner, ein, ein?

Ao longo da competição, a presidente procurou, como, de novo, é do seu papel, incentivar o desenvolvimento da competição e, claro, expressar sua torcida pela equipe brasileira. Neste contexto usou a expressão "vamos fazer uma Copa no padrão Felipão", que agora causa risos de colunistas nos programas da Globo News. Qualquer presidente prestigiaria o técnico da Seleção no início de uma Copa do Mundo. E fazer a piada é do jogo.

Por outro lado, Dilma entregar a taça aos campeões, sejam argentinos ou alemães, é um gesto de elegância, respeito e esportividade. Buscar alimentar fanatismos em torno do "desastre" que será passar a taça a um "argentino" – como se essa condição fosse um defeito como foi, no passado, ser "judeu", por exemplo – não é apenas querer politizar uma histórica rivalidade esportiva. É jogar baixo.

Em veja.com, Reinaldo Azevedo aproveitou uma frase do ex-presidente Lula para dar seu pitaco, fazendo questão de, na entrada, bater em Lula abaixo da cintura:

A FALA PREMONITÓRIA DE LULA EM 2007: "Vamos realizar uma copa do mundo pra argentino nenhum botar defeito". Nem diga!Ah, como fala este apedeuta seca-pimenteira! Vejam o que disse Lula em 2007 sobre a Copa do Mundo de 2014, naquele tom bravateiro de sempre.




Retomo
Nem diga! Até agora, os argentinos estão adorando. Já são os vice-campeões. E, não sei, não, é grande a chance de que a governanta entregue a taça para Lionel Messi. Isso, sim, seria um "Maracanazo", né?
Por Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 3 de julho de 2014

A concentração “lulopetista” no estádio de Chicago



soldier
Quero prestar uma singela homenagem a Reinaldo Azevedo, o nosso Dr. Strangelove.
É o vídeo da multidão que encheu o Soldiers Field, um estádio em Chicago, para assistir o jogo em que  seleção dos Estados Unidos perdeu para a Bélgica.
É que Reinaldo Azevedo escreveu, alguns anos atrás, que nem sabiam, nos Estados Unidos, onde era o Brasil.
“Pergunte a americanos comuns onde fica o Brasil. Eles não sabem. Mas isso não quer dizer que sejam ignorantes. Quer dizer que o Brasil não tem, para eles, a importância que eles têm para o Brasil. É simples assim. Diga de bate-pronto, leitor: Angola fica na costa ocidental ou oriental da África? E Moçambique? Qual é capital da Guiné-Bissau? Entendeu ou quer que eu desenhe? E, no que diz respeito aos americanos, o mesmo vale para Uruguai, Paraguai ou Bolívia.”
Bem, depois desta Copa fracassada, desastrada, inútil e politiqueira, alguns já sabem, não é?
Afinal, os americanos foram os maiores compradores de ingressos: 200 mil, mesmo com a Veja dizendo que os estádios ficariam prontos só em 2038.
E outras dezenas, centenas de milhares, milhões talvez, estavam loucos para estar aqui.
Quem sabe quantos mais estariam se a imprensa mundial, apoiada no relato de nossa imparcialíssima mídia, não tivesse projetado o Brasil como uma selva.
Ou será que isso é uma conspiração “lulopetista” que mandou este pessoal para lá, fingir que era gringo para impressionar os incautos.
Depois que o Rodrigo Constantino descobriu a propaganda comunista na logomarca da Copa a gente não pode duvidar de mais nada, não é?