Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

IMPRENSA INTERNACIONAL FURA BLINDAGEM DA GLOBO

O 7 de setembro e as viúvas da ditadura


Há sucessivas semanas que a internet foi tomada por uma onda de boatos sobre protesto convocado pelo grupo autodenominado Anonymous em (bem) mais de uma centena de cidades brasileiras no próximo dia 7 de setembro, aí incluídas as principais capitais, com atenção especial para Brasília, mais precisamente para o palanque em que estará a presidente Dilma Roussef durante o tradicional desfile militar que ocorre na capital federal anualmente.
Mas o que há de novidade em protestos de rua? Desde junho deste ano, passaram a ocorrer às pencas dia sim, dia também, ainda que com menor frequência e tamanho de julho em diante.
Mais um, portanto, não faria diferença se não fosse o fato de que, de repente, grupos ligados a oficiais militares da reserva e até a parlamentares assumidamente de direita como deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) passaram a convocar suas tropas virtuais para uma pretensamente apocalíptica e gigantesca manifestação contra o governo no próximo sábado.
Com efeito, as comemorações do 7 de setembro dos últimos anos vêm sendo marcadas por ondas de protestos, mas nunca diretamente contra o governo federal e nunca encabeçadas diretamente por grupos de extrema-direita como esses que, agora, adotam um discurso grandiloquente e ameaçador concomitantemente com preocupação que vem sendo detectada por este blog no governo federal e em importantes políticos do PT e de partidos aliados.
Paralelamente, simpatizantes do governo passaram a espalhar nas redes sociais e na blogosfera memes (peças gráficas com mensagens políticas) e posts diversos denunciando possíveis “atentados” que estariam sendo premeditados pela direita para ocorrer no próximo Dia da Independência.
Não houve, até agora, uma manifestação clara do grupo Anonymous em relação às ameaças de grupos tidos e havidos como compostos por “viúvas da ditadura” e lideranças políticas de extrema-direita contrárias a movimentos sociais, sobretudo aos grupos de mulheres, homossexuais, negros, sindicalistas e todo aquele que professe uma visão socialista ou até mesmo socialdemocrata.
Nesse contexto, inclusive para serenar espíritos, seria oportuno que a Presidência da República determinasse aos chefes das Forças Armadas que fizessem um pronunciamento oficial repudiando chamamentos que lhes têm sido feitos no sentido de reeditarem o movimento que culminou no golpe de 1964, até porque tais chamamentos podem ser encontrados em incontáveis páginas pela internet de forma inclusive criminosa, haja vista que pregam uma ação antidemocrática e ilegal no Estado de Direito vigente.
O que me cumpre dizer, ao fim, é que há várias e várias semanas que venho conversando com pessoas importantes ligadas ao governo, ao PT e a partidos aliados e tais interlocutores não descartam que a extrema-direita possa ter preparado alguma coisa preocupante para ocorrer no próximo dia 7.
Em anos anteriores, o barulho da extrema-direita no 7 de setembro tem se misturado ao da extrema esquerda, que não critica só governos do PT, mas também os do PSDB, do PMDB e de outros partidos que considera “de direita”. Apesar disso, as extremidades da política vêm marchando juntas, contentando-se em fazer número a qualquer preço, tapando o nariz para o oposto ideológico que estiver ao lado, tanto pela esquerda como pela direita.
Todavia, a apropriação do próximo 7 de setembro pela direita poderá afastar os partidos de extrema-esquerda, como PSOL, PSTU e PCO de manifestações com nítido caráter político que estão sendo convocadas inclusive com apoio explícito de lideranças políticas e militares como as supracitadas. Ao menos é que se espera desses partidos, para os quais não pegaria lá muito bem marcharem ao lado de um Jair Bolsonaro.
Seja lá como for, mais uma vez o que se teme é o imobilismo do governo e dos partidos e movimentos sociais que o sustentam diante de um tipo de recurso político que tem uma longa e antiga história neste país, sobretudo nos idos de 1964, quando as ruas foram o embrião de uma agressão à democracia que dispensa maiores detalhes.
Este post está sendo publicado a 48 horas da manhã do próximo sábado. Tempo mais do que suficiente para que a presidente da República DETERMINE às Forças Armadas que se manifestem oficialmente contra o uso de seu nome e de sua imagem nos delírios golpistas de viúvas da ditadura de todas as idades, estratos sociais e regiões do país e que, a cada dia que passa, parecem mais e mais inconformadas com a democracia vigente no país.

Mais Médicos: Médicos que não foram trabalhar, não iriam mesmo

torrico


Não posso, por óbvio, dizer que alguns médicos inscritos no “Mais Médicos” que abandonaram o programa no primeiro dia de “trabalho”, jamais pretenderam trabalhar e se inscreveram com o único objetivo de tumultuar o programa.
Mas que parece, parece.
Julgue você mesmo o caso destes quatro, citados hoje na num único trecho de matéria deO Globo:
Na cidade do Rio, dos 16 médicos selecionados, dez faltaram. Desses, três já desistiram de assumir a vaga. Um deles é o alergista Ulisses Linhares, de 54 anos.
— Desisti, achei que não valia a pena pelo salário. O programa é necessário, mas enquanto o governo não der garantias e estabilidade, ele não vai conseguir levar os médicos a essas áreas distantes. É uma utopia achar que o médico recém-formado vai para o interior. Com uma salinha qualquer, nesse mesmo interior, atendendo duas vezes por semana, cobrando R$ 60 a consulta, o médico já ganha muito mais — disse Linhares: — Enquanto o govemo não pagar de forma digna, o médico não vai ter condição de exercer Medicina com dignidade.
Linhares é casado com a pediatra Clarissa Rego Medeiros, que também havia se inscrito e desistiu anteontem.
Carlos Muylaert, alergista e imunologista com consultório na Barra, Zona Oeste, também desistiu. Ontem, ele disse estar de licença médica por conta de uma cirurgia na coluna.
Município que figura na lista dos prioritários, Japeri iria receber uma médica brasileira. No entanto, Andrea Santos Nunes avisou no último domingo à Secretaria municipal de Saúde que não ia assumir. Alegou que a cidade fica muito longe de Miguel Pereira, onde mora.”
Vamos a eles, um por um.
O alergista Ulisses Linhares, que se candidatou a trabalhar 40 horas,  é professor da Unirio, com jornada de 40 horas. Aparece na internet com consultórios na Tijuca e em Bento Ribeiro. Portanto, não deve ter dificuldade em, como ele mesmo diz, “com uma salinha qualquer, nesse mesmo interior, atendendo duas vezes por semana, cobrando R$ 60 a consulta”, ganhar os R$ 10 mil que acha pouco no “Mais Médicos”. Curioso é que, segundo o Portal da Transparência, ganha menos de R$ 4,5 mil na Unirio.
capitaSua mulher, a pediatra Clarissa Rego Medeiros, trabalha no Hospital Universitário Gafreé Guinle, com jornada de 60 horas, também é (ou era, pelo menos) oficial médica do Corpo de Bombeiros, tendo sido promovida a capitã, no Diário Oficial de 20/12/2011. Pode ser um caso de hominímia, mas a bombeira também é pediatra, o que torna isso quase impossível.(acréscimo às 18:42. É capitã e está ativa)
Carlos Muylaert Torrico, o terceiro médico, trabalha em Búzios, para a Prefeitura, num posto de saúde em Jacarepaguá e em seu consultório no Recreio dos Bandeirantes, onde atende o pessoal do Exército, conforme contrato publicado no Diário Oficial de 27 de setembro passado, no valor de R$ 350 mil! Aliás, contrato que vem sendo seguidamente prorrogado desde 2009 e que vai até o final deste ano. Como isso dá quase R$ 20 mil mensais, imagino que não lhe sobre muito tempo para as 40 h semanais do “Mais Médicos”.
Por fim, sobre a última personagem, Andrea Nunes Pereira, não se pode fazer afirmações por pesquisa na internet, pelo risco de homonímia. Mas para quem não sabe onde ficam os dois locais citados, informo que distam 40 km (24 km em linha reta), em estrada, o que dá menos de 40 minutos. Aliás, tem ônibus direto e a tarifa é R$ 7,50.
A nenhum deles se critica a qualificação profissional. Mas que a história de “desistência” não cola, não cola mesmo.
Por: Fernando Brito

BRICS, O ‘SNOWDEN' DA GUERRA ECONÔMICA?

Na reunião desta 5ª feira, em São Petersburgo, os BRICS podem tomar uma decisão histórica. O grupo formado por Brasil,Rússia, Índia, China e África do Sul  deve anunciar oficialmente a criação de um fundo comum de reservas  de divisas. Trata-se de um instrumento de coordenação e  autodefesa cambial para fazer frente à turbulência crescente, fruto dos sinais emitidos pelo Fed , de que reduzirá as injeções de liquidez destinadas a reaquecer a economia americana. Mutatis mutandis, a decisão dos BRICS equivaleria à criação de uma frente internacional para afrontar a  sistemática violação de soberanias pelo aparato de espionagem dos EUA. Reiterada pelas revelações da dupla Snowden/Greenwald, a ação da CIA revolta, mas não configura propriamente uma singularidade. Atropelar a soberania das nações é a essência do poder imperial, que na esfera econômica o faz  com frequência e intensidade até superiores à exibida na guerra da informação. Mais que isso: indiferente à necessidade de coordenar seu interesse com o da comunidade mundial. Para que as economias em desenvolvimento deixem de ser o quintal pró-cíclico  dos impulsos americanos é preciso construir instrumentos de defesa financeira e de coordenação econômica. É sobre essa retaguarda que, se tudo der certo, o mundo começa a falar a partir desta 5ª feira, quando os BRICS iniciam o resgate do elo perdido entre Bretton Woods e a luta pelo desenvolvimento. (LEIA MAIS AQUI)

G-20 ADERE AO DISCURSO DO BRASIL SOBRE DÓLAR