Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sábado, 8 de junho de 2013

GOVERNO INVESTE NA AVALIAÇÃO DE MÉDICOS ESTRANGEIROS

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“Estamos desenhando o programa. Desenhando o modelo de avaliação desses médicos, porque nós queremos médicos bem formados, com capacidade de atuar, que conheçam os problemas de saúde do nosso país", diz o ministro da Saúde, Alexandre Padilha
Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O governo está desenvolvendo um método de avaliação para os médicos estrangeiros que vierem trabalhar no Brasil, disse hoje (8) o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao abrir a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite em Heliópolis, zona sul paulistana. “Estamos desenhando o programa. Desenhando o modelo de avaliação desses médicos, porque nós queremos médicos bem formados, com capacidade de atuar, que conheçam os problemas de saúde do nosso país."
Segundo Padilha, além do trabalho conjunto com os ministérios da Educação e das Relações Exteriores, o governo está mantendo contato com os países que podem enviar os profissionais de saúde. “Nós mandamos missões para a Espanha, Portugal, Canadá, Austrália e Inglaterra, que já é uma parceira antiga nossa, para desenhar o programa”, acrescentou.
Os médicos estrangeiros vão, de acordo com o ministro, ajudar a suprir uma demanda de 13 mil profissionais para atender as periferias e o interior. Padilha ressaltou, no entanto, que parte dessa carência já foi atendida com o Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), que incorporou 4 mil profissionais. Com o programa, os médicos recebem uma bolsa mensal de R$ 8 mil para cumprir 32 horas semanais de trabalho nas unidades básicas de saúde e oito horas semanais de curso de pós-graduação em saúde da família, com duração de um ano.
Esse trabalho de formação de médicos é, segundo o ministro, a prioridade do governo. “O grande foco que o Ministério da Saúde tem em primeiro lugar é investir no médico brasileiro, dar mais oportunidades para o médico brasileiro que queira trabalhar na periferia das grandes cidades e nos municípios do interior”, disse.
Para isso, Padilha disse que pretende abrir escolas de medicina nos locais que atualmente têm carência desses profissionais. “Estamos fechando a proposta de ampliação de vagas de medicina. Uma das questões mais importantes é dar mais oportunidade para o jovem que nasceu e cresceu na periferia, no interior, possa fazer uma faculdade de medicina."
Edição: Andréa Quintiere 
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A pedido  de uma profissional da área de saúde , posto comentário , não refletindo a opinião por mim compartilhada sobre o tema , mas respeitando a pluralidade de opiniões.


Como médica, não concordo com a avaliação realizada pelo governo aos médicos estrangeiros.Primeiro, porque o governo NÃO quer aceitar que esta prova seja realizada pelo Conselho Federal de Medicina, órgão que fiscaliza o exercício de Medicina no Brasil, através da prova do REVALIDA.
Ou seja, o governo deseja flexibilizar o acesso dos médicos estrangeiros, já que não permite que o CFM esteja à frente da situação.Outro ponto que sempre insisto: existem médicos suficientes no Brasil, apenas as condições de trabalho no interior são péssimas e isto sou testemunha.Faltam exames, aparelhos, leitos hospitalares.Como arriscar um atendimento a um paciente nestas condições? Governo, forneça condições dignas de trabalho e verás que os médicos brasileiros não fugirão da luta.





BERGAMO APONTA FALHA NA BIOGRAFIA DE DIRCEU

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"Otávio Cabral, de Veja, diz que entrevistou 63 pessoas. Não me entrevistou. E deu uma informação completamente errada citando meu nome", diz a jornalista Mônica Bergamo, colunista mais influente da Folha, sobre o livro "Dirceu", lançado neste fim de semana; Cabral afirma que o ex-ministro convidou Bergamo para que ela aguardasse sua prisão, no fim do ano passado, mas a informação, segundo a colunista, é falsa; barraco na Folha tende a crescer, uma vez que Cabral é casado com Vera Magalhães, editora do Painel
247 - A jornalista Mônica Bergamo, colunista da Folha e profissional de imprensa mais influente do País, com 281,2 mil seguidores no Twitter, apontou um erro sério de apuração no livro "Dirceu", a biografia não autorizada de José Dirceu, escrita por Otávio Cabral, editor da revista Veja. Ela nega ter sido convidada pelo ex-ministro para acompanhar sua prisão, que poderia ter sido decretada por Joaquim Barbosa, no fim do ano passado.
"Otávio Cabral, de Veja, diz que entrevistou 63 pessoas. Não me entrevistou. E deu uma informação completamente errada citando meu nome", disse Mônica, em seu Twitter. 
Cabral citou Mônica Bergamo ao falar de uma reportagem escrita por ela, quando Dirceu vivia seu momento mais tenso. E insinua um suposto conluio entre o ex-ministro e a jornalista. Ela, por sua vez, diz que, como a prisão era esperada, atuou jornalisticamente e foi às 5h da manhã bater no interfone de Dirceu, que permitiu sua subida. Assim Bergamo descreve o encontro:
Dirceu tem momentos de tensão à espera da polícia
MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA
O interfone tocou ontem às 5h30 da manhã na casa do ex-ministro José Dirceu, na Vila Mariana, em São Paulo.
Um de seus advogados, Rodrigo Dall'Acqua, e a Folha pediam para subir.
O porteiro hesita. "Como é o seu nome? Ele [Dirceu] não deixou autorização para vocês subirem, a gente não chama lá cedo assim." Ele acaba tocando no apartamento do ex-ministro, ninguém atende. Dall'Acqua liga para o advogado José Luis Oliveira Lima, que está a caminho. Telefonemas são trocados, e Dirceu autoriza a subida.
Na saída do elevador, o ex-ministro abre a porta de madeira que dá para o hall. Por uma fresta, pede alguns minutos para se trocar.
Abre a porta.
Pega a Folha entre vários jornais sobre uma mesa. Comenta algumas notícias. Nada sobre a possibilidade de Joaquim Barbosa, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), decretar a sua prisão ainda naquela manhã.
INTUIÇÃO
Está de camiseta preta e calça jeans cinza.
Senta no sofá da sala. A empregada ainda não chegou. Ele se desculpa. Não tem nada o que servir.
"Eu não vou dar entrevista para você, não", diz à colunista da Folha. "Podemos conversar, mas não quero gravar. Não estou com cabeça. Dar uma entrevista agora, sem saber se vou ser preso? É loucura, eu não consigo."
E, diante da insistência: "Estou com uma intuição, não devo dar".
Em poucos minutos, chegam o advogado Oliveira Lima, três assessores e uma repórter que trabalha no blog que o petista mantém.
Dirceu pega o seu iPad.
"Acho que eu vou lá [no escritório do apartamento] fazer um artigo para o blog. Mas falar sobre a situação econômica do Brasil, gente? Hoje? Eu não estou com cabeça."
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O caso tem potencial para criar um pequeno barraco na Folha de S. Paulo, onde outra das principais colunistas, a jornalista Vera Magalhães, é casada com Otávio Cabral. No Twitter, ela e Cabral costumam trocar juras de amor. Até agora, Vera, que edita o Painel, não se manifestou sobre o erro apontado pela colega Mônica Bergamo no livro do maridão.

63 ENTREVISTAS QUE FALTARAM EM “DIRCEU”

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Da presidente Dilma Rousseff ao ex-presidente Lula, passando por políticos que foram deputados estaduais, federais, homens da Igreja e do sindicalismo, todos contemporâneos do biografado, "Dirceu", de Otávio Cabral, se ressente de ao menos 63 entrevistas para dar equilíbrio ao texto; afinal, quando só se ouve adversários, mesmo que sejam 63 - ou 62, em razão da ausência da citada Monica Bergamo - o retrato sempre sai pior que a encomenda; ou a ideia era mesmo fazer o quanto pior, melhor?
247- Já houve na revista Veja, registrado no editorial batizado de Carta ao Leitor, um jornalista que, para escrever uma reportagem sobre religião, houvesse lido, de ponta a ponta, a Bíblia Sagrada. Foi, ao menos, o que estava garantindo no texto de apresentação da matéria, publicada nos anos 1990. Por sorte, ninguém fez sabatina com o profissional para conferir o que ficou retido em sua memória da leitura integral, repita-se, do texto sagrado. Ufa!
Agora, após 63 entrevistas, outro jornalista de Veja concluiu a biografia não autorizada do ex-ministro José Dirceu. Ou melhor, 62, à medida em que a também jornalista Monica Bergamo levantou a mão, na sua conta do Twitter, para dizer que a história na qual ela foi citada não existiu – e que ela jamais foi ouvida por Otávio Cabral.
A questão é que, entre os 63/62 entrevistados, quando foi mesmo que a presidente Dilma Rousseff, colega de Dirceu no governo Lula, foi ouvida sobre o personagem? E o ex-presidente Lula, chefe dele? Ou os com ele condenados na AP 470 José Genoíno e Delúbio Soares?
A resposta é simples: não foram ouvidos, pelo motivo de que mais uns, e menos outros, são todos próximos a Dirceu e pertencem ao partido que ele ajudou a fundar. Poderiam, afinal, contar histórias positivas sobre ele. Não era o caso.
Num exercício de vinte minutos, 247 listou, além dos quatro personagens acima, outros 59 que igualmente conviveram com Dirceu nas últimas três décadas, desde que ele se elegeu deputado estadual em São Paulo, mas não foram ouvidos para o livro. Gente como o ex-deputado Geraldo Siqueira Filho, eleito como Dirceu, no início dos anos 1980, para Assembleia Legislativa do Estado, pela ponta esquerda do eleitorado. Ou o atual prefeito Fernando Haddad, que foi ministro na mesma equipe do biografado.
No campo pessoal, nada foi agendado com Zeca Dirceu, filho de Dirceu, ou com suas ex-esposas Clara Becker e Maria Angela Zaragoza, que teriam, certamente, muito a contribuir para o perfil mais íntimo do personagem.
Não importa, como se vê, o número de entrevistados para a feitura de uma boa biografia. É mais importante a qualidade. E pelo critério do autor, como é típico da revista Veja, mais importante ainda foi ouvir adversários de Dirceu, e não pessoas que pudessem contar o outro lado de cada história. Pelo desvio no nascedouro, o livro chega aos leitores com defeitos de origem que o recomendam mais como um petardo contra o biografado do que como um trabalho equilibrado de encontrar uma verdade em meio a uma apuração – e não partir de uma certeza para justificá-la com histórias e frases escolhidas, como foi feito.