Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

sexta-feira, 21 de março de 2014

PT: mídia "pinta quadro aterrorizador"


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Resolução aprovada pelo Diretório Nacional do PT acusa mídia de tentar influenciar nas disputas eleitorais; sempre contra o partido e o governo; economia é o campo de ataque midiático "aterrorizador, disseminando maus presságios sem fundamentos técnicos"; com uma expressão já usada pela presidente Dilma Rousseff, documento chama de "velhos do Restelo" – o personagem pessimista de Luis de Camões - os que "tentam agourar" o sucesso da Copa do Mundo no Brasil e não reconhecem "o legado a ser deixado pelo Campeonato Mundial"; e frisa: "Chega a ser impressionante a distância entre o Brasil verdadeiro, governado pelo PT, e o Brasil deles"
21 de Março de 2014 às 16:00
247 – O PT está farto da cobertura que a mídia familiar e tradicional está dedicando à situação econômica do Brasil. Em resolução aprovada pelo Diretório Nacional, o partido acusou uma "parcela da mídia" de traçar um retrato nefasto da economia na tentativa de influenciar nas eleições de outubro, contra o PT e o governo federal.
- Parcela da mídia brasileira faz questão de pintar um quadro aterrorizador na economia, disseminando maus presságios sem fundamentos técnicos, apenas com a clara intenção de tentar influenciar nas disputas eleitorais.
A resolução do partido deixa claro que há pouco espaço para entendimento entre ele próprio e a "parcela da mídia", sem citações nominais.
- Chega a ser impressionante a distância apresentada por uma parcela da mídia entre o Brasil verdadeiro, governado pelo PT, e o Brasil ´deles´"
No texto, a direção do PT usa expressão já utilizada pela presidente Dilma Rousseff, que definiu os pessimistas sobre a situação da economia brasileira como "velhos do Restelo" – o personagem do poeta português Luiz de Camões que fazia maus presságios para as naus que partiam para descobrir novas terras.
- Os ´velhos do Restelo´, parafraseando Camões, ficam agourando o insucesso da Copa no Brasil. Tentam, de todas as formas, estimular manifestações contrárias e alardeiam a inexistência de legado a ser deixado pelo campeonato mundial", diz a resolução aprovada pelo diretório nacional.


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Na entrevista que foi levada ao ar pela equipe do Jornal Nacional na noite de ontem, apenas a fala que cria certo atrito com a presidente Dilma Rousseff, sobre uma cláusula que obrigava a Petrobras a adquirir 50% da belga Astra na refinaria de Pasadena, foi destacada; entrevista integral ressalta aspectos da operação que não foram apontados pela Globo; "a refinaria está em pleno funcionamento e dando lucro", disse Gabrielli; edição alimentou intriga
21 de Março de 2014 às 17:00
247 – Presidente da Petrobras na época em que a estatal adquiriu a refinaria de Pasadena, no Texas (Estados Unidos), em 2006, José Sérgio Gabrielli defendeu a negociação na noite desta quinta-feira, em entrevista ao Jornal Nacional. O trecho de sua fala que foi ao ar na Globo, porém, dá a impressão de que ele foi contrário ao que defendeu a presidente Dilma Rousseff sobre o caso.
Gabrielli disse na entrevista que a compra foi "adequada" se for analisado o cenário da época, quando o mercado brasileiro estava "estagnado em termos de crescimento de consumo". Olhando de hoje, ou até mesmo do ano passado, a situação mudou para algo que não podia ser previsto em 2005, explica ele. "A refinaria está em pleno funcionamento e está dando lucro", chegou a defender Gabrielli.
O ex-dirigente da petroleira também negou que tenha havido "um grande impacto na vida financeira da Petrobras" com o negócio, como menciona a jornalista. "Olha, não há como um valor desse (a estatal gastou quase US$ 1,2 bilhão na compra da refinaria) comprometer uma empresa que vale o valor que a Petrobras vale", disse Gabrielli.
Segundo ele, "não há dúvida que há um impacto importante", mas "é preciso levar em conta o que este ativo produziu durante esse período. Esse ativo produziu derivados, que foram vendidos no mercado tradicional. Hoje, continuam sendo vendidos e pertencem ao patrimônio da Petrobras", acrescentou.
Na entrevista que foi levada ao ar pela equipe do Jornal Nacional, foi destacada apenas a fala que cria certo atrito com a presidente Dilma, sobre uma cláusula que obrigava a Petrobras a adquirir 50% da belga Astra na refinaria de Pasadena. Em nota divulgada na última quarta-feira, a presidente afirmou que desconhecia a cláusula. Gabrielli afirmou na entrevista que esta é uma prática comum no mercado. Assista a íntegra abaixo:

 


Anticomunista, católico, golpista bem sucedido: conheça o cinema do Ipês


Conheça o cinema do Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais, fundado em 1961, essencial na aceitação pacífica do golpe por grande parte da sociedade civil. 

Caio Hornstein e Rodrigo Giordano
 
arquivo de youtube.com

E é justamente para coordenar o pensamento e a ação de todos aqueles que não querem ficar de braços cruzados diante da catástrofe que nos ameaça, que é necessário criarmos um organismo novo, com uma mensagem nova para a nova realidade do Brasil de hoje. Temos uma finalidade básica: evitar que a difícil situação que o país atravessa venha a comprometer nossas instituições democráticas e tradições cristãs.

Esse discurso faz parte do vídeo abaixo, um curta-metragem documentário chamado "O que é o Ipês”, um dos quinze curtas (que se tem notícia) produzidos pelo Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais, fundado em 1961. O artífice de sua criação é o general Golbery do Couto e Silva. A ele se juntaram empresários e “democratas” que pretendiam “ver, julgar e agir em defesa da pátria”.
 

O nome do instituto vem da árvore tipicamente brasileira, a qual perde as folhas para florir novamente, simbolismo que evidencia a principal intenção do instituto: derrubar o governo legítimo para construir um novo país.

Como base teórica e prática, os fundadores optaram pela soma da Ata da Aliança para o Progresso, projeto de Kennedy que consistia em apoio financeiro americano para evitar o avanço comunista em países da América Latina, e os princípios da Encíclica Mater et Magistra (Sobre a recente evolução da questão social à luz da doutrina cristã), escrita em 1961 pelo Papa João XXIII.

O verdadeiro princípio do Ipês, no entanto, era construir, a partir de incentivos financeiros estrangeiros e do empresariado local, um aparato ideológico de comunicação a fim de afastar o perigo comunista, derrubar as Reformas de Base propostas por João Goulart e conseguir o apoio civil na troca por um governo que garantisse a manutenção da ordem e da propriedade privada.

Na fundamental obra 1964: A Conquista do Estado, o autor René Armand Dreifuss aponta que “o que ocorreu em 1964 não foi um golpe conspirativo, mas sim o resultado de campanha política, ideológica e militar travada pela elite orgânica, centrada no complexo Ipês/IBAD.”

O Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) era uma organização anticomunista, fundada em 1959. Em conjunto com o Ipês, visava fazer oposição ao governo através de propaganda em todos os meios de comunicação possíveis. No entanto, foi dissolvido em 1963, após CPI que apurou o financiamento do instituto a partir de fundos de origem estrangeira sem autorização. Entre as empresas que desviavam dinheiro para o IBAD estavam Texaco, Shell, Esso, Bayer, IBM, Coca-Cola, General Motors.

Em seu livro Propaganda e Cinema a Serviço do Golpe, Denise Assis aponta que 70% das doações feitas ao Ipês tinham origem nas seguintes empresas: Listas Telefônicas Brasileiras, Light, Cruzeiro do Sul, Refinaria União e ICOMI (Indústria e Comércio de Minerais). Estava posto, portanto, o suporte financeiro para a produção do material de propaganda ideológica. Documentos, seminários, livros, filmes, espaços no rádio e na TV: o Ipês se utilizou de todos os meios possíveis para fazer chegar sua mensagem à sociedade.

Os diretores do instituto consideravam o cinema a mais forte fonte de propaganda da época. Foi elaborada, então, uma comissão composta por ensaístas, escritores e intelectuais com o intuito de produzir roteiros para os filmes que levariam ao público a posição do Ipês em relação ao contexto político e social brasileiro da época. O fotógrafo francês Jean Manzon participou ativamente das atividades de produção e direção de vários curtas do Ipês, assim como o produtor Carlinhos Niemeyer, inventor do Canal 100. O escritor José Rubem Fonseca revisava os roteiros.

Como é possível ver no vídeo abaixo, o curta "A Boa Empresa", os primeiros filmes produzidos eram primordialmente voltados ao empresariado e ao operariado da fábrica, tratando de temas mais específicos, rechaçando a ação de greve (“traz prejuízo e angústia a toda coletividade”) e enaltecendo o empreendimento privado.



   


O cenário político e o aumento das tensões, porém, fazem com que os filmes passem a ser mais incisivos, passando a tratar de assuntos mais universais. A chamada do público para tomar algum tipo de ação é direta, mas qual ação seria essa especificamente fica apenas sugerido.

No vídeo abaixo, o curta "O Brasil precisa de você", a manipulação barata da montagem coloca lado a lado Musolini, Hitler, Stalin e Fidel Castro. A ideia era relacionar um regime de esquerda com o totalitarismo. No final, a mensagem é enfática: "O Brasil não pode esperar mais".




A utilização do cinema como instrumento político era feita de forma padronizada. Os filmes são didáticos e informativos, sempre com uma voz over masculina (o locutor Luiz Jatobá), cujas explicações são ilustradas pelas imagens. A montagem é usada tanto para a criação de uma ideia de ameaça, quanto para uma imagem de harmonia social, dependendo do tema do curta.

O Ipês tinha acerto com distribuidoras e exibidoras para que os filmes fossem exibidos em sessões regulares, antes de filmes estrangeiros. Além disso, todo material criado pelo instituto (filmes, panfletos, livros) era enviado para sindicatos, grêmios estudantis e empresas. A intenção era não só angariar simpatizantes à causa, mas formar de fato quadros conservadores nesses setores. E apesar de ter a burguesia e a classe média como alvos, os filmes também foram exibidos em favelas e bairros de periferia, onde era dada ênfase no caráter ateu do comunismo.

O Ipês concentrou suas atividades cinematográficas entre 1962 e 1963. Após o golpe, com a missão cumprida, os empresários não viam mais sentido em continuar bancando as produções do instituto. A pretensão inicial já havia sido conquistada: o apoio civil contra o governo e a organização da elite empresarial. Em sua obra acima citada, Denise Assis aponta o Ipês como "a mais poderosa agremiação civil dos últimos tempos". Ela divide da opinião de Dreifuss, para quem a propaganda massiva elaborada pelo instituto pavimentou a queda do governo Jango. O Ipês foi essencial na aceitação pacífica do golpe por grande parte da sociedade civil e sua produção cinematográfica ajudou a construir as condições políticas para o levante militar de 1964.



Créditos da foto: arquivo de youtube.com

O Ibope e a primeira “bala de prata” de 2014


A pouco mais de seis meses do primeiro turno das eleições de 2014, a pesquisa Ibope sobre a sucessão presidencial divulgada na última quinta-feira (20) constitui um terremoto político, ou melhor, uma cataclísmica calmaria política. Ou um banho de água fria para a oposição.
Claro que, em anos eleitorais, seis meses é prazo bem mais longo do que em períodos não-eleitorais. Os fatos políticos e o cenário podem mudar de uma hora para outra, como já se viu em tantas eleições.
Em 2010, por exemplo, Dilma Rousseff só ganhou musculatura no meio do ano.
Após a definição oficial das candidaturas (junho), portanto, a oposição espera melhora do desempenho de seus candidatos, pois o que a pesquisa recém-divulgada mostrou é trágico para eles, para dizer o mínimo.
Para simplificar, Dilma tem quase o dobro das intenções de voto da soma de seus prováveis adversários, seja qual for o cenário.
E na pesquisa que acaba de divulgar, o Ibope inovou. Em primeiro lugar, inovou com cenários em que não aparecem apenas os candidatos mais fortes; incluiu os candidatos nanicos, como os do PSC, do PSDC, do PRTB e do PSOL.
Contudo, a pesquisa também apresentou cenários só com os três candidatos mais fortes – Dilma com Aécio Neves e Eduardo Campos ou com o tucano e Marina Silva.
Seja qual for o cenário, porém, Dilma vence no primeiro turno com quase o dobro dos votos dos adversários. No cenário mais provável (Dilma, Aécio, Eduardo, Pastor Everaldo, Levy Fidelix e Randolfe Rodrigues), Dilma tem 40% e os adversários somados, 23%.
Na hipótese (ainda remota) de haver segundo turno, Dilma venceria Aécio por 47% a 20%, Marina Silva por 45% a 21% e Eduardo Campos por 47% a 16%.
Repito: estamos a praticamente seis meses do primeiro turno das eleições deste ano e é isso o que torna a pesquisa Ibope “cataclísmica” para a oposição.
Pouco antes de ser divulgada a pesquisa Ibope, circulava um boato de que Dilma teria perdido terreno para os adversários. Alguns boateiros começaram a espalhar, inclusive, que o mercado financeiro estaria “eufórico” com essa possibilidade.
A frustração do boato acendeu a luz vermelha entre as hostes oposicionistas na mídia e nos partidos. E bateu o desespero.
Na semana passada, durante um evento qualquer, Dilma disse que o povo “percebe” quem o favorece; ela já tinha os números de sondagens eleitorais encomendadas pelo Planalto. E, apesar do boato sobre avanço dos candidatos oposicionistas, a mídia também tinha.
Bateu o desespero na oposição midiática. De repente, um caso antigo sobre a compra pela Petrobrás (em 2006, ainda no governo Lula) de uma refinaria nos Estados Unidos volta ao noticiário e Dilma começa a ser alvo de acusações virulentas na mídia, com o previsível teatrinho de oposicionistas indignados.
Vendo que, mais uma vez, não dará para usar punhos de renda com um candidato petista à sucessão presidencial, a mídia volta a ser o que foi em 2006 e em 2010 e tirou do armário a sua metralhadora de balas de prata.
Observação: para quem não sabe, os escândalos pré-eleitorais que a mídia dispara contra candidatos a presidente petistas em anos eleitorais são chamados de “balas de prata”, aquelas capazes de matar lobisomens, que podem fazer o que balas comuns não conseguem.
As balas de prata em 2010, por exemplo, foram muitas. A principal foi a criminalização precoce da então substituta de Dilma na Casa Civil, Erenice Guerra. Ela teria permitido que um filho seu fizesse lobby usando o cargo da mãe.
A eleição passou e Erenice, que em 2010 perdeu o cargo e foi tratada como irremediável criminosa, foi absolvida. E ficou o dito pelo não dito.
O caso da refinaria em Pasadena, no Texas, que a Petrobrás comprou em 2006 com o aval de Dilma – ela era presidente do Conselho de Administração da empresa –, é, portanto, a primeira bala de prata de 2014 – outras virão.
Pela terceira eleição presidencial consecutiva, a oposição midiática tentará criminalizar o (a) petista da vez para tentar vencê-lo (a).
Como o noticiário sobre “caos” na economia vai se mostrando inócuo em um país que cria em um só mês 260 mil empregos com carteira assinada, que vê os salários subindo mês após mês, com inflação controlada, com desigualdade caindo, a oposição midiática vai despertando de sua alucinação eleitoral.
Eis que o noticiário volta aos mesmos métodos de eleições presidenciais anteriores. Desta vez, porém, há um elemento que permite visualizar como é artificial essa saraivada de acusações a Dilma na mídia por conta do caso da refinaria.
Durante o ano passado e no início deste, temos acompanhado o escândalo dos trens em São Paulo, apelidado de “trensalão”. O escândalo atinge duramente todos os governos do Estado de São Paulo de 1995 para cá.
Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin estavam à frente da administração paulista enquanto o metrô e a CPTM compravam trens superfaturados de empresas que combinavam preços entre si para aumentá-los.
Um promotor do Ministério Público estadual de São Paulo chegou a pedir o indiciamento do ex-governador José Serra por um executivo de uma das empresas que lhe venderam trens ter afirmado que ele sugeriu aos participantes de uma concorrência que se organizassem em cartel.
Isso, claro, apareceu timidamente no Estadão e em nenhuma outra parte. E já desapareceu. Imagine se fosse com Lula, leitor…
Costumo dizer que uso muito o noticiário da Folha de São Paulo porque tanto faz, hoje, o grande meio de comunicação que se leia, ouça ou assista, porque todos têm o mesmo viés antipetista. Assim, vejamos o noticiário da Folha de sexta-feira, 21 de março.
O ataque a Dilma começa na primeira página. Quem a Folha escalou para um dos ataques foi ninguém mais, ninguém menos do que Lula (?!). Com informações “em off”, o jornal afirma que Lula disse que Dilma deu “um tiro no pé” ao “tentar sair do foco das investigações”.
É hilariante, mas não é o pior.
Ainda na primeira página, o jornal indica artigo de Reinaldo Azevedo (o lado Veja da Folha) em que ele ironiza Dilma dizer que não sabia de irregularidades na empresa que a Petrobrás comprou em 2006 por preço que hoje se mostra exagerado. Segundo o rotweiler da Folha, Dilma “Usa o eu não sabia como desculpa”.
A frase “Eu não sabia” foi usada durante anos para criticar Lula por negar que soubesse do escândalo do mensalão.
Nas páginas internas da Folha, editoriais, colunas e cartas de leitores responsabilizam Dilma pessoalmente pelo mau negócio da Petrobrás em 2006 e insinuam que sua responsabilidade pode ser criminal.
Como sempre digo, o que mantém o PT no poder é, além da falta de propostas de seus adversários, a burrice deles.
Explico: justo no momento em que dois dos três governadores de São Paulo durante os últimos vinte anos dizem que “não sabiam” da roubalheira na compra de trens pelo Estado sem nunca terem sofrido da mídia acusações diretas como Dilma está sofrendo, o tratamento dispensado à presidente se mostra uma aberração. E as pessoas percebem.
Cada uma das críticas exacerbadas e das conclusões criminosamente apressadas sobre a responsabilidade da presidente nesse caso da refinaria no Texas poderia ser usada contra Alckmin e Serra. Porém, ninguém viu algum grande jornal ou revista acusando um dos dois, pessoalmente, pela compra superfaturada de trens.
O surgimento da primeira “bala de prata” antipetista de 2014, aliás, também é uma boa notícia.
A mídia até que tentou afetar “isenção” a partir das “jornadas de junho” de 2013. Chegou a noticiar o escândalo dos trens em São Paulo – claro que sem acusar os governadores tucanos. Mas como os candidatos de oposição não deslancham, volta o recurso a “balas de prata”.
Acreditava-se que os protestos violentos contra a Copa de 2014 fariam o serviço, ou seja, fariam Dilma se enfraquecer politicamente como no ano passado. Mas com a progressiva perda de apoio desse movimento de partidos de esquerda de oposição a Dilma, caiu a ficha midiática.
Mas por que a volta das “balas de prata” é uma boa notícia? Porque revela que vai batendo o desespero na oposição midiática. Assim como em 2006 e em 2010. E, como sabemos, o brasileiro aprendeu a não dar bola a essas denúncias pré-eleitorais.

Lula volta a negar “invencionices” de Folha

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Em nota, ex-presidente nega declarações atribuídas a ele nesta sexta-feira pelo jornal; matéria publicada com fontes em "off" diz que Lula considerou a nota do governo sobre a negociação de Pasadena pela Petrobras um "tiro no pé"; assessoria diz que Folha de S. Paulo, "mais uma vez", atribuiu ao ex-presidente "declarações que não foram feitas por ele"; "É lamentável a reincidência do jornal em invencionices", diz o texto; publicação tem alimentado, sempre com fontes não identificadas, intrigas entre Lula e Dilma
21 de Março de 2014 às 11:36
247 – O ex-presidente Lula voltou a negar, nesta sexta-feira 21, que tenha dado declarações publicadas em "off" – quando a fonte não é identificada – pelo jornal Folha de S. Paulo. Em nota, a assessoria de imprensa do Instituto Lula diz que, "mais uma vez", o jornal atribuiu ao ex-presidente "declarações que não foram feitas por ele".
Reportagem publicada hoje pelo jornal da família Frias noticia que a opinião de Lula sobre a nota publicada pela presidente Dilma Rousseff a respeito da negociação da refinaria de Pasadena, pela Petrobras, foi "um tiro no pé". "Na avaliação de Lula, Dilma agiu por impulso", diz trecho da matéria (leia aqui).
"É lamentável a reincidência do jornal em invencionices. Apenas desinforma seus leitores e conspira contra a verdade", responde a nota da assessoria de Lula, que já rebateu matérias da Folha em outros casos. Recentemente, o jornal tem investido em intrigas entre a presidente Dilma e o antecessor.
Leia abaixo a íntegra da nota:
NOTA À IMPRENSA
São Paulo, dia 21 de março de 2014,
Hoje, mais uma vez, o jornal Folha de S.Paulo atribuiu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarações que não foram feitas por ele em público ou em privado. É lamentável a reincidência do jornal em invencionices. Apenas desinforma seus leitores e conspira contra a verdade.
Assessoria de Imprensa do Instituto Lula

Ouça Rubem Paiva e entenda porque a covardia odeia a coragem. Audio ao final do texto !

rubem

Por que Rubem Paiva, um deputado federal cassado, foi sequestrado, torturado, assassinado e seu corpo lançado em algum lugar desconhecido, provavelmente ao mar, como se admite agora?
A ditadura e seus viúvos sempre procuram “justificar” sua brutalidade e seus assassinatos dizendo que, do outro lado, estavam guerrilheiros armados, mas esta “desculpa” cínica não servia para Rubem, que jamais praticara nenhuma ação violenta.
Mas não por medo ou covardia.
Porque Rubem Paiva era um valente.
Tão valente que  morreu por ter voltado do exílio,  que não suportou.
Morreu pelas mãos de covardes, acobertados por um regime que os açulou como hienas contra homens e mulheres indefesos, dominados, encarcerados e lhes encheu do prazer doentio de maltratarem e exterminarem seres humanos.
Não numa guerra, mas numa vendetta.
Havia anos Paiva estava marcado.
Por sua fidelidade ao povo trabalhador, à legalidade democrática, ao Brasil.
Na madrugada de 1° de abril, com o golpe em curso, Paiva foi aos microfones da Rádio Nacional praticar este amor, como você pode ouvir no precioso áudio recuperado pela EBC, como parte da memória dos 50 anos da ditadura que escureceu tantas vidas.
Um amor perigoso, que anos mais tarde lhe tomaria a vida.
Mas que ele jamais renegou.

Barbosa processa Noblat por racismo. Começou a vingança…

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Divirjo muitas vezes do jornalista Ricardo Noblat.
Quase sempre, aliás.
Muito menos aprecio a orientação política que ele assume em sua coluna em O Globo e eu seu blog, na mesma empresa.
Não desconheço, também, que ele jamais tomou a defesa de outros profissionais, a que vê serem chamados de ‘blogueiros sujos”, sem que lhes proclame o direito de escrever o que pensam e tanto quanto qualquer outra publicação, merecerem  - na proporção de suas audiências – a destinação de verbas publicitárias.
Nada disso, entretanto, faz deixar de ser absurdo que ele seja denunciado por racismo pelo Presidente do STF, Joaquim Barbosa, por tê-lo censurado por seus modos grosseiros ao agredir verbalmente Ricardo Levandowski.
Por dizer que Barbosa não tem o direito “tratar mal seus semelhantes, a debochar deles” e a “humilhá-los”.
Não tem, mesmo.
Ou que Barbosa teve, na sua indicação para a Corte,o fato de ser negro como elemento de convicção do Presidente Lula para decidir assim.
Foi, e que bom que tenha sido.
Porque significou a ascensão de um negro – como milhões de nossos irmãos – à corte mais alta do País, como é preciso para que esse país comece, um pouquinho, a exorcizar os séculos de discriminação, humilhação e injustiça.
Que Noblat tenha dito que o comportamento de Barbosa é eivado de autoritarismo e recalques, basta ver os espetáculos que ele protagoniza na TV Justiça, ante os olhos de todos.
Ou será que mandar um jornalista ir “chafurdar no lixo” é exemplo de comportamento equilibrado próprio de um magistrado?
Da mesma forma, não é temerário dizer que Joaquim Barbosa sabe do peso com que recai, diante do Ministério Público, uma demanda sua para que se processe alguém.
Noblat talvez seja só o primeiro.
O rancor da derrota final no processo da Ação penal 470, o chamado “mensalão”, já deixou claro, na diatribe final de Barbosa contra seus colegas, onde apontou um “maioria formada sob medida” que iria seguir sua “sanha reformadora”, que aquele era “apenas o primeiro passo”.
Talvez o primeiro passo seja justamente Noblat, a quem, por caminho transverso, se busque punir por no trecho final do julgamento, não ter seguido razões de elevado valor jurídico, como a de dosar penas “sob medida” para evitar a progressão ao regime semi-aberto de determinados presos.
E talvez seja a Noblat uma lição de que os adversários que o enfrentamos com a verve, a ironia e o questionamentos políticos somos muito, muito mais democratas do que aqueles que figuram injúrias para exercer a perseguição.
Porque, afinal, o que se lhe imputa como injurioso é o mesmo – em palavras até mais duras – do que se acusou o jornalista Paulo Henrique Amorim em relação a Heraldo Pereira.
Quando muito, uma ofensa pessoal, não aos negros.
Noblat não achou isso merecedor de defesa
Ainda assim, terá nossa defesa diante de um esgar autoritário.

Dilma das pesquisas vence Dilma que mídia mostra

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Presidente segue soberana nas pesquisa de opinião, acima dos rumores sobre uma suposta perda de pontos; explicação para a manutenção da popularidade de Dilma, apesar de todas as apostas em contrário dos chamados formadores de opinão espalhados pela mídia familiar e tradicional, está nela mesma; o que soa como falta de habilidade política e administrativa nas notícias da imprensa está chegando ao público como sinceridade e objetivo; a cada levantamento publicado desde o início de seu governo a presidente Dilma Rousseff mostra que é bem mais difícil de derrotar do que sugerem tantos comentaristas

20 de Março de 2014 às 20:21
Marco Damiani _ 247 – Com 43% de intenções de votos, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira 20 pelo instituto Ibope, e indicações de sobra para, além de ganhar em primeiro turno, bater qualquer outro adversário num forjado segundo turno, a presidente Dilma Rousseff parece ser duas.
Uma Dilma é, exatamente, a líder popular que jamais perdeu a liderança nas pesquisas desde que assumiu seu mandato, em janeiro de 2011. A figura que, mesmo após as manifestações de junho do ano passado, o máximo que permitiu de esperança aos adversários foi uma remota possibilidade de segundo turno. Nunca uma ultrapassagem. Aquela que o público identifica como patrocinadora de políticas sociais compensatórias e inclusivas, co-responsável pela retirada de 40 milhões de brasileiros da linha da pobreza.
A presidente Dilma Rousseff, enfim, que segue tranquila – de acordo com a ciência das pesquisas, frise-se – para a reeleição.
Outra Dilma é a que surge ao público, diariamente, pela ótica dos veículos da mídia familiar e tradicional. A presidente que não gosta ou não saber fazer política partidária (1); não se entende com o Congresso (2); perde aliados por tratá-los de maneira espartana (3); pilota uma política econômica que sobe juros e é leniente com a inflação (4); confunde e desanima empresários (5); não sabe o que fazer com a crise no setor elétrico (6); ignora assuntos internacionais polêmicos (7); etc etc.
Uma Dilma, portanto, que, de acordo com análises publicadas aos borbotões, estaria cada vez mais isolada no Palácio do Planalto.
Mas à hipotética pergunta 'qual Dilma você considera a verdadeira', a mais recente pesquisa Ibope indica que o público vê muito mais a presidente competente do que a executiva enrolada em dificuldades. A ponto de demonstrar, nas 43% de intenções de voto, que quer mantê-la já em primeiro turno no cargo.
Desta vez, a novidade da pesquisa foi exatamente a de não ter novidade. Nos boatos que cercaram a sua divulgação, capazes de mexer forte no desempenho das empresas estatais na bolsa de valores de São Paulo, a pesquisa Ibope iria mostrar uma queda nas intenções de voto da presidente. Não seria de estranhar. Afinal, o levantamento de campo se deu na semana passada, depois que os pré-candidatos da oposição puderam fazer todas as críticas que bem entenderam ao desempenho da economia no ano passado. E também ao comportamento político da própria presidente. Como se viu pelos 43% dados a Dilma na pesquisa Ibope, porém, nada dessa especulação foi verdade. 
Nem mesmo os reflexos do julgamento do chamado mensalão, o agravamento da violência urbana, a estiagem no Sudeste ou as enchentes no Sul foram capazes de abalar o desempenho de Dilma.  
MOSTRA A CARA - Uma das explicações para a manutenção na popularidade da presidente está em seu estilo. Dilma, como se diz popularmente, dá a cara para bater. Em discursos nos palanques de inaugurações, nas redes nacionais convocadas para pronunciamentos oficiais e na maneira de agir nos bastidores, a presidente vai-se notabilizando por enfrentar os problemas sem subterfúgios. Especialmente aqueles que, em tese, serviriam para proteger sua imagem.
Nesta semana, cujos fatos não influenciaram a pesquisa, fechada anteriormente, a presidente mostrou bem como gosta de agir. Ela respondeu pessoalmente a acusações em off – sem identificação da fonte de informação – publicadas nos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Os jornais alegaram ter obtido de diretores da Petrobras informações segundo as quais Dilma teria tido todas as informações necessárias para, em 2006, barrar a compra, pela estatal, da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
Fiel ao seu estilo de não deixar para depois o que pode responder agora, Dilma divulgou uma nota garantindo que o parecer que orientou o conselho de administração da Petrobras foi "omisso" quanto a pontos do contrato, notadamente a cláusula de compra obrigatória em caso de litígio entre sócios, e "juridicamente falho".
Não é a primeira vez que Dilma encara de frente uma questão grave. No início de sua gestão, ela demitiu ministros por suspeitas de malfeitos. Por menos que isso, no oitavo mês de governo, mandou o então ministro da Defesa interromper viagem à Amazônia e voltar imediatamente para ser demitido do cargo. Motivo: em entrevista, ele haia criticado duas das mais próximas auxiliares da presidente, a atual ministra Ideli Salvatti e a ex Gleisi Hoffman.
Não é comum, no Brasil, que os políticos façam o que de melhor se espera deles. Explicações objetivas sobre situações de suspeita ou atitudes diretas para casos de disciplina quase sempre são trocados por pronunciamentos obtusos e posições dúbias. A conciliação é a regra acima do enfrentamento.
Residem no estilo tratoral que Dilma cultiva para si própria – e na suprema realização deu seu governo até aqui, a criação de 4,8 milhões de empregos desde janeiro de 2011 – as explicações para a perfomance superior da presidente sobre seus adversários. A presidente vem ocupando redes de rádio e televisão para falar até mesmo sobre o Dia da Mulher, como fez em 8 de março. Para a oposição, isso é uso do cargo para fins eleitorais. Mas além dos tribunais já terem recusado essa tese, não aceitando nem mesmo a imposição de pequenas multas à presidente, o que mais sobressai é que o povo não indica estar vendo nenhum problema nisso.
A julgar pelos números atuais, o povo gosta sim da Dilma que a mídia não costuma mostrar.

E o boato pariu um rato. Dilma, de lavada, sobre Aécio, Eduardo e Marina

Nas últimas 48 horas, o mercado financeiro e a mídia manipularam dois fatos nada triviais: uma pesquisa eleitoral e a decisão do Fed sobre a taxa de juro nos EUA

Por 48 horas, alardeou-se uma queda fictícia de Dilma no Ibope, lucrando-se nas Bolsas

Da mesma forma, vendeu-se como alarmante a decisão do Fed de só cogitar mexer no juro norte-americano em 2015, e de mantê-lo assim por longo período

Ocultou-se a ênfase por uma boa razão: ela enfraquece o poder de chantagem da fuga de capitais, para obter mais juros aqui

O rentismo odeia a estabilidade; seu alimento é a especulação


Especulação no mercado, sobem as ações e desce o dólar.
Foi só isso que conseguiu a estranhíssima pesquisa Ibope.
ibope2Porque os números foram mortais para a oposição.
Com apenas 3 candidatos, Dilma Rousseff teria 43%, contra 15% de Aécio Neves e 7% de Eduardo Campos.
Se Marina ocupasse o lugar de Eduardo Campos,  Dilma teria 41% , contra 14% de Aécio e 12% da redista.
Com todos os candidatos reais, Dilma tem quase o dobro da soma de todos os outros candidatos.
Bastaria que tivesse 1 voto mais para liquidar a fatura no primeiro turno.
Por enquanto, nada de braçada.
Mas a boataria e seus reflexos no mercado financeiro mostram que há, digamos, “combustível” para alimentar todo o tipo de jogadas.
Querem saber quanto?
Está no Valor:
“Os recibos de ações da Petrobras negociados em Nova York (ADRs, em inglês) caíram fortemente no pós-fechamento do mercado americano, após a divulgação da pesquisa Ibope que mostrou larga vantagem da presidente Dilma Rousseff na corrida eleitoral.Por volta das 19h (horário de Brasília), os recibos lastreados nas ações ordinárias caiam 2,68%, para US$ 11,26, enquanto aqueles com base nos papéis preferenciais recuavam 3,09%, para US$ 11,60. No pregão convencional, os ativos tinham subido 6,15% e 5,37%, respectivamente.”
Está bem claro  a quem Dilma agrada e a quem desagrada?