Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

CERVERÓ DESDIZ O QUE DISSE SOBRE LULA. E AGORA?

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Petrobras: oh, que delícia de crise ! ​E o que importava passou a produzir na Abreu e Lima !​

A Petrobras não exporta petróleo.

Portanto, pouco se lhe dá se os preços do barril desabaram no mercado internacional.

A Petrobras importa diesel.

Com a inauguração da estratégica Refinaria Abreu e Lima – a primeira que o Brasil construiu em séculos – a Petrobras passa a produzir diesel internamente.

A Petrobras cada vez mais se utiliza do petróleo do pré-sal – cuja produção cresce vertiginosamente e já significa 30% do consumo nacional.

Portanto, pode abastecer o país com tranquilidade, com mais ou menos petróleo extraído do pré-sal, sem gastar um dólar de divisa.

É só chupar o óleo lá de dentro, custe US$ 1.000, o barril, ou U$ 10 …

Com a estratégica decisão – da Dilma e da Graça – de garantir 60% de conteúdo nacional, as compras da Petrobras serão pouco afetadas pelo aumento do custo de importação, com a desvalorização do Real.

Porque os custos serão os internos, em Real.

Ah, mas a queda do preço do petróleo vai desorganizar o mundo.

Sim !

Leia sobre “Obama, Putin e a ‘crise’ da Petrobras”.

E muito provavelmente o Brasil dela se beneficiará.

Porque os países que consomem petróleo importado vão gastar menos com petróleo e comprar mais – comprar mais soja, carne, café e produtos manufaturados, como os aviões da Embraer.

Portanto, qualquer tentativa de transformar a crise russa numa crise brasileira não passa de fraude intelectual.

Até porque não se sabe a extensão dessa crise: qual a reação do Putin e se Obama vai deixar Wall Street quebrar pela segunda vez nas suas mãos …


Paulo Henrique Amorim

quarta-feira, 23 de abril de 2014

PML: oposição começa a perder em Pasadena

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Colunista da Istoé diz que dados dos últimos dias mostram que a compra da refinaria norte-americana foi um negócio menos feio do que se divulgou; segundo ele, Sérgio Gabrielli, que presidia a Petrobrás no momento da compra, colocou um dado importante: lembrou que em 2014, com a nova conjuntura econômica americana, Pasadena deu um lucro de US$ 54 milhões num único mês
23 de Abril de 2014 às 08:48

247 – O colunista da Istoé Paulo Moreira Leite diz que a oposição começa a perder a batalha pela criação da CPI da Petrobras diante dos dados divulgados recentemente sobre a compra a de Pasadena. Leia:

OPOSIÇÃO COMEÇA A PERDER EM PASADENA

Dados dos últimos dias mostram que a compra da refinaria norte-americana foi um negócio menos feio do que se divulgou

O governo mostrou-se desarticulado e dividido no debate sobre Pasadena, assunto que a população acompanha de olhos atentos – justamente por compreender o lugar da Petrobrás no desenvolvimento do país.
Ocorreram acusações e cobranças que só beneficiam os adversários de Dilma-Lula.
O balanço de três semanas de denúncias mostra que aí reside o maior risco.
O debate sobre a compra de Pasadena (eu acho esquisita essa mania de falar Pasadíiina, com pronuncia inglesa para uma palavra castelhana) está ficando mais claro do que parecia no início.
E isso não é bom para a oposição, que queria transformar o negócio no escândalo de entrada da sucessão presidencial.
Não sou especialista em petróleo e por isso evitei fazer comentários e observações antes da poeira baixar. Diante dos dados surgidos nos últimos dias, a pura lógica comercial permite considerar que a compra de 50% da refinaria, entre 2006-2007, era um bom negócio.
Tanto é assim que, quando surgiram as primeiras divergências, os belgas se ofereceram para desfazer a compra e pegar a empresa de volta. Se fosse aquele mico escandaloso, do qual teriam tido a chance de se livrar aplicando um conto do vigário no governo brasileiro, a reação natural seria de deixar a Petrobrás com o prejuízo, vamos combinar.
Em vez disso, em 2007 os belgas fizeram duas tentativas para desfazer o negócio. Engraçado, não?
Também parece claro que boa parte dos esforços da oposição para criminalizar o diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró não funcionaram.
Cerveró deu um depoimento firme e consistente no Congresso, a tal ponto que os deputados do PSDB e do PSB foram embora trocando sorrisos amarelos.
No esforço para seguir justificando a convocação de uma CPI exclusiva para debater o caso, um deles chegou a dizer que nesta situação seria mais fácil promover um massacre sem apelação do depoente.
Quanto espirito cívico, quanta preocupação para esclarecer um negocio de US$ 1,2 bilhão, não é mesmo?
Em sua entrevista ao Estado de S. Paulo, Sérgio Gabrielli, que presidia a Petrobrás no momento da compra e assume sua responsabilidade pelo que ocorreu, colocou um dado importante. Lembrou que em 2014, com a nova conjuntura econômica americana, Pasadena deu um lucro de US $ 54 milhões num único mês.
Fazendo uma projeção linear de ganhos futuros, Gabrielli argumentou que, a seguir nesse ritmo, em dez meses o prejuízo do negócio terá sido coberto. Pode ser otimismo excessivo, claro. Mas, como nada indica uma recaída no crescimento norte-americano nos próximos meses, a projeção faz sentido.
Coube a Gabrielli esclarecer um ponto importante sobre a compra. Lembrou que grande parte do custo final se refere ao que a Petrobrás teve de pagar a Astra Oil por decisão da justiça norte-americana. Estamos falando de conflitos jurídicos, que tiveram um resultado desfavorável, e não de pagamentos feito voluntariamente, numa insinuação que tinha a finalidade de dar a impressão de que tudo havia sido uma compra superfaturada e a partir daí sustentar ...você sabe o que.
Ninguém precisa imaginar que não podem aparecer novos esqueletos no armário da Petrobrás. Não se sabe, até agora, o que se apurou em torno dos negócios de Paulo Roberto da Costa, o ex-diretor que se encontra preso. Também não se sabe se os R$ 10 bilhões do doleiro Alberto Youssef podem trazer informações relevantes a respeito. É preciso aguardar pelas investigações.
O que está claro, hoje, é o lugar da oposição e do governo.
Com apoio de empresários que desde a fundação da Petrobrás se dedicam a combater o monopólio estatal do petróleo e defendem a privatização da empresa, a oposição contou com muitas mãos amigas para encenar um teatro que não lhe cabe.
Fingir que quer defender a empresa quando sua história e seu discurso aponta na direção contrária. Não custa lembrar que em 2003 o patrimônio em Bolsa da Petrobrás se encontrava em US$ 15 bilhões e que hoje vale US$ 180 bilhões.
Ou seja: se for para fazer brincadeiras estatísticas, a oposição ainda deve R$ 165 bilhões.
Em qualquer caso, é bom relativizar o valor da Petrobrás na Bolsa. A remuneração de acionistas não pode ser o único critério para se julgar o desempenho de uma empresa que não é um investimento privado igual a tantos outros, mas foi formada com recursos da população – ou do contribuinte, com diz a turma do impostômetro. Sua finalidade é atender à necessidades do país e não enriquecer acionistas.
A verdade oculta sobre a desvalorização da Petrobrás consiste em dizer que ela deveria reajustar o preço dos combustíveis, o que deixaria seus acionistas felizes. Pode ser. Muita gente gosta de lembrar que milhares de assalariados investiram seu FGTS em ações da Petrobrás e agora perdem patrimônio. Verdade.
Mas um salto para equiparar o preço dos combustíveis ao mercado internacional teria efeitos daninhos para as famílias de trabalhadores, também. Os preço dos alimentos e dos principais bens de consumo iria subir consideravelmente, criando dificuldades no orçamento doméstico, aqui e agora, além de gerar novas pressões inflacionárias.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Folha descobre que Pasadena dá lucro

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Enfim um grande jornal brasileiro enviou um repórter à Pasadena! A jornalista Isabel Fleck viajou para lá e publicou hoje sua primeira matéria sobre o tema. E o que ela descobriu? Que nos últimos dois anos, a refinaria teve seu melhor desempenho desde 2005, “operando com uma boa margem”. E com “média de 95% de aproveitamento”!
Ou seja, Pasadena dá lucro!
Trecho da matéria:

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Entretanto, como não podia deixar de ser, o título e o viés da matéria tentam esconder essa informação de todo modo:

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Ora, o mercado de petróleo se caracteriza justamente por esses altos e baixos. A informação mais importante aqui é que a refinaria dá lucro!
O final da matéria chega a ser engraçado e merece um comentário.
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Reparem bem. O email do CEO da Astra, cujo teor tenho certeza que está sendo manipulado, é de 2007. A refinaria foi comprada em 2005. Portanto, ele se referia apenas aos anos de 2005, 2006 e 2007, certo? Não me parece uma base suficiente para análise, ainda mais porque, no primeiro ano da aquisição a Astra teve que investir na modernização do maquinário. E houve diversas paralisações da fábrica por causa de furacões na região, que causaram dano à refinaria, como o furacão Rita, que assolou o golfo do México e o Texas em setembro de 2005.
Mas pedir para a Folha contextualizar as informações seria demais, não é?

segunda-feira, 24 de março de 2014

A história de Pasadena que a mídia não contou


Já que o assunto do momento é Pasadena, fomos pesquisar a origem da refinaria, e tentar esclarecer algumas confusões.
A nossa mídia, como de praxe, está muito mais interessada em produzir uma crise política do que em esclarecer a sociedade.
A refinaria de Pasadena foi fundada em 1920, pela Crown Central Petroleum, uma das companhias remanescentes do império Rockfeller, cujo grupo Standard Oil havia chegado a controlar 88% do refino de petróleo nos EUA.
Em 1911, a Suprema Corte americana valida uma lei anti-truste defendida pelo governo (Sherman Antitrust Act) e a Standard é dividida em 34 empresas. Uma delas, será a Standard Oil of Indiana, que depois será renomeada para Amoco, a qual, por sua vez, dará origem a Crown Central Petroleum.
Os herdeiros mais conhecidos da Crown, os Rosenberg, decidiram, no início dos anos 2000, vender os ativos da companhia, incluindo a refinaria de Pasadena.
Não foi uma venda fácil. Em 2003, um artigo no Baltimore Sun explicava porque se tratava de um negócio complexo. Construir uma nova refinaria igual àquela custaria mais de US$ 1 bilhão, estimava o autor da matéria, Jay Hancock. Nos livros contábeis da Crown, ela vinha avaliada em US$ 270 milhões, mas operadores do mercado diziam que os Rosenberg teriam sorte se conseguissem US$ 100 milhões por ela.
Ao cabo, a refinaria foi vendida para Astra Holding USA, uma subsidiária da Astra Oil, sediada na California, e que por sua vez é controlada pela belga Transcor Astra Group.
Nunca se soube o preço final da refinaria. A imprensa tem repetido que a Astra adquiriu a refinaria em 2005 por US$ 42 milhões. Mas eu ainda não consegui encontrar esse valor em lugar nenhum. É preciso verificar qual era o estado da refinaria antes da compra pela Astra, e que melhorias, exatamente, foram feitas. O que eu sei é que a refinaria vinha enfrentando, há décadas, uma dura oposição da comunidade local, por causa da poluição emitida, e que a justiça havia tomado decisões, mais ou menos na época da venda, que obrigavam a refinaria a se adaptar às novas exigências ambientais do governo.
Está claro que a Astra, logo após a compra, fez uma série de investimentos na refinaria. Aí entra a primeira grande confusão: compara-se o preço de compra pela Astra em 2005, com o preço pago pela Petrobrás, em 2006. São negócios diferentes. A Astra compra uma refinaria que há anos não era modernizada. No momento da compra, o novo presidente da refinaria, Chuck Dunlap, declara que a Astra investiria US$ 40 milhões nas instalações, preparando-as para processar outros tipo de petróleo e fabricar mais variedades de derivados. “Nós temos grandes planos”, asseverou um animado Dunlap à imprensa local.
Uma refinaria moderna é altamente tecnificada, com poucos funcionários. Seu principal ativo são os equipamentos e a tecnologia usada, mas a localização é fundamental, naturalmente. A refinaria de Pasadena, por exemplo, fica bem no coração do “Houston Ship Channel”, uma espécie de eixo no porto de Houston, aberto para o Golfo do México (onde ficam os principais poços de petróleo em operação nos EUA) e com ligações modais para todo os EUA.
Em 2006, a Petrobrás pagou US$ 360 milhões para entrar no negócio, sendo US$ 190 milhões por 50% das ações e US$ 170 milhões pelos estoques da refinaria. No balanço da Petrobrás de 2006, o valor total para a aquisição da refinaria de Pasadena, incluindo despesas tributárias, ficou estabelecido em US$ 415,8 milhões.
Isso tudo aconteceu no início de 2006.
Ao final do mesmo ano, o negócio foi abalado com a descoberta do pré-sal no Brasil.
Até então a Petrobrás tinha planos de investir na refinaria de Pasadena para adaptá-la ao refino de óleo pesado vindo do Brasil. A companhia planejava abocanhar um pedacinho do mercado de refino dos EUA, de longe o maior do mundo.
Com a descoberta do pré-sal, houve uma revolução nos planos da Petrobrás. Todo o capital da empresa teve de ser imediatamente remanejado para o desenvolvimento de exploração em águas profundas e prospecção nas áreas adjacentes às primeiras descobertas. A refinaria de Pasadena teria que esperar.
Aí veio 2008, e a crise financeira que fez evaporar os créditos no mundo inteiro. A Astra, provavelmente já aborrecida porque a Petrobrás havia deixado Pasadena de lado, e espremida pelo aperto financeiro que asfixiava empresas em todo mundo, decide sair do negócio. E obtém uma vitória judicial espetacular na Corte Americana, obrigando a Petrobrás a pagar US$ 296 milhões pelos 50% da Astra, mais US$ 170 milhões de sua parcela no estoque.
Esses estoques de petróleo e derivados, sempre é bom lembrar, não constituíram prejuízo à Petrobrás, porque foram consumidos e vendidos.
A esse montante foram acrescidos mais US$ 173 milhões, correspondente a garantias bancárias, juros, honorários e despesas processuais.
Com isso, o total a ser pago pela Petrobrás elevou-se a US$ 639 milhões. Como a Petrobrás recorreu, naturalmente, a decisão final saiu apenas em junho de 2012, após acordo extrajudicial. O total, agora acrescido de mais juros e mais custos legais, ficou em US$ 820 milhões.
A refinaria continua lá, funcionando. É um ativo da Petrobrás. A presidente da Petrobrás relatou a ministros do TCU que teria recebido propostas de venda da refinaria de US$ 200 milhões, mas rejeitou as ofertas.  O momento não é bom para vender. Neste momento deve ter um monte de gente esfregando as mãos e querendo explorar a “crise política” para comprar Pasadena a preço de banana. O valor das refinarias nos EUA voltou a subir bem rápido, na esteira da recuperação da economia americana e talvez, ao cabo, a Petrobras consiga vendê-la por um preço vantajoso ou então converte-la numa refinaria mais lucrativa. Se me permitem um palpite talvez infeliz, eu acho que a Petrobras não deveria vender a refinaria de Pasadena, porque ela pode a se tornar estratégica para o escoamento dos derivados do presal no mercado norte-americano.
A descoberta sucessiva de novos campos do pré-sal demandam cada vez mais capital da Petrobrás, a qual não pode, por isso, desviar nenhum recurso para investir na refinaria de Pasadena, cuja capacidade de refino permanece em torno de 100 a 120 mil barris por dia. Mas quando o presal começar a jorrar, daqui a poucos anos, o dinheiro deixará de ser um problema para a Petrobrás, que precisará de bons lugares para investir, e nada melhor que uma refinaria que ela já tem, no coração do maior mercado do mundo.
O problema principal da refinaria de Pasadena, portanto, foi a descoberta do pré-sal, conforme a própria Petrobrás respondeu, em fevereiro de 2013. Só que esse problema também será a solução.

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Refinaria de Pasadena (Fonte da foto).

Alguns esclarecimentos importantes sobre Pasadena

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Agora as coisas ficaram mais claras. Os brasileiros foram enganados mais uma vez pela mídia. As notícias sobre a refinaria de Pasadena trazem informações vergonhosamente manipuladas.
O assunto foi politizado com fins eleitorais, de maneira que o PT tem a obrigação de vencer o seu medo já patológico da mídia e enfrentá-lo de cabeça erguida. Até porque está em jogo aqui muito mais do que o PT. Estão jogando contra a Petrobrás e, portanto, contra a nossa soberania econômica.
Mais que isso, estão tentando passar a perna nos brasileiros e matar vários coelhos com uma só pancada. Desgastar a presidente, tirando-lhe e votos, e de bucha forçar a Petrobrás a vender por alguns trocados uma refinaria que, para ser construída novamente, num lugar tão estratégico como o canal de Houston, custaria talvez mais de 2 bilhões de dólares. Talvez muito mais que isso.
Eu tiro esse valor de várias fontes. Em 2003, em sua coluna no Baltimore Sun, o jornalista Jay Hancock estima que construir uma refinaria igual à de Pasadena custaria mais de 1 bilhão. O New York Times, por sua vez, informa que a estimativa inicial do governo do Paquistão para construir uma refinaria de petróleo com capacidade para 40 mil barris por dia, é de 600 milhões de dólares. A construção da Abreu Lima, em Pernambuco, com capacidade de 230 mil barris por dia, está custando US$ 17 bilhões. Qual o objetivo em nos fazer acreditar que uma refinaria situada no coração do corredor petrolífero dos EUA, funcionando a pleno vapor, com capacidade para processar até 120 mil barris por dia, não vale os US$ 1 bilhão pagos pela Petrobrás? Sem contar que, neste bilhão estão incluídos estoques e milionários custos processuais. O preço efetivamente pago pela refinaria foi a metade disso.
Pasadena, aliás, vale mais que dinheiro. Como tudo que envolve segurança energética, ela também possui um valor estratégico e político.
Para adaptar-se às novas exigências ambientais, a refinaria de Pasadena passou a adotar, a partir de 2005, um sistema que reduz drasticamente a emissão de gases poluentes na atmosfera.
A implantação dessa tecnologia pela Astra foi um dos motivos que fizeram seu preço subir tanto de 2005 para 2006.
Uma coisa é comprar uma refinaria com gravíssimos problemas ambientais, trabalhistas e logísticos.
Outra coisa é comprar uma refinaria que investiu mais de US$ 100 milhões para se adaptar às rígidas exigências ambientais vigentes hoje nos Estados Unidos, e que também resolveu suas outras pendências.
A mídia repete que a Petrobrás pagou US$ 360 milhões por uma refinaria que tinha sido vendida por apenas US$ 42 milhões no ano anterior. E aí houve uma incompetência incrível por parte da comunicação da Petrobrás e do governo. O próprio Gabrielli confundiu a opinião pública ao dar a informação, até hoje não confirmada, aliás, por nenhum documento, nem mesmo por um mísero link para alguma reportagem, sem contextualizá-la adequadamente.
Fica parecendo que estamos falando de um carro que alguém compra por 42 mil reais e depois revende por 360 mil.
Refinaria não é carro.
O valor de uma refinaria é medido pelo seu posicionamento estratégico (no caso de Pasadena, ela está localizada no coração do principal “corredor” energético da maior potência do planeta), pelo maquinário usado, assim como pela existência ou não de pendências tributárias, trabalhistas e ambientais.
A Astra comprou uma refinaria cheia de problemas. Pasadena tinha vivido, a partir de meados dos anos 90, a maior greve da história da indústria petrolífera, a qual apenas foi resolvida em 2002.
A poderosa OCW, o principal sindicato de trabalhadores da indústria petrolífera dos EUA, vinha lutando há muitos anos contra a Crown Central Petroleum (nome da refinaria antes de ser comprada pela Astra, em 2005). A Crown era acusada de violar direitos humanos, racismo, poluição, falta de segurança, entre outros problemas.
Em 1999, a estatal petrolífera da Noruega informa que não iria mais trabalhar com a Crown Central Petroleum enquanto ela não respondesse às denúncias.
Todos pareciam odiar a refinaria, e com razão.
A empresa, então controlada por Henry Rosenberg, era acusada de racismo contra trabalhadores afrodescendentes, e de não tomar cuidado para evitar a poluição jogada sobre a vizinhança pobre, a maior parte composta de latino-americanos.
Para piorar, uma série de explosões vinham causando transtornos à refinaria. Só em 2001, foram três.
É preciso considerar todos esses fatores quando se analisa o negócio feito pela Astra no início de 2005.
Sob a nova direção, todos esses problemas seriam resolvidos.
Astra ainda ganharia a sorte grande, na forma de uma tragédia, ocorrida no mesmo ano. Os furacões Katrina e Rita causaram danos a inúmeras refinarias do Texas. Pasadena sofreu alguns danos, mas poucos. Entretanto, com a redução da oferta causada pela paralisação de dezenas de refinarias da região, as cotações do produto refinado disparariam, aumentando exponencialmente o faturamento daquelas que permaneceram em atividade.
E aí entra a Petrobrás na história. O ano é 2006 e o seu presidente era Sérgio Gabrielli.
A Petrobrás ainda vivia a era anterior à descoberta do pré-sal. Mas já tinha planos ambiciosos de expansão internacional.
Quer dizer, à luz dos projetos atuais da estatal, de centenas de bilhões de dólares, o plano de investimento da Petrobrás em 2006, para o período 2007 a 2011, parece até tímido. Em 2006, Gabrielli viaja à Londres, Nova York e Boston para apresentar o novo plano de investimento da empresa.
Segundo esta apresentação, a empresa pretendia investir US$ 75 bilhões no período, sendo US$ 12 bilhões fora do país
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Grande parte desses investimentos internacionais seria feito na exploração de petróleo no golfo do México. A empresa esperava aplicar, fora do Brasil, o seu know how de prospecção e exploração em águas profundas. Deu certo. De 2001 a 2005, a Petrobrás vinha anunciando várias descobertas no Golfo.
Comprar uma refinaria nos EUA era um sonho da companhia desde 1999. Com sua entrada no golfo do México, a ideia agora parecia ainda melhor. A razão é simples. A Petrobrás exploraria petróleo no golfo e usaria a refinaria de Pasadena para processar o óleo cru e vendê-lo ao consumidor norte-americano.

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Negócios com refinaria, como qualquer outro do setor de petróleo, sofrem com as variações bruscas de preço. Naquele momento, o preço dos derivados vinha subindo rapidamente, e as perspectivas eram excelentes.
É muito fácil, hoje, criticar Gabrielli e o Conselho de Administração por decisões feitas em 2006. Os anos de 2006 a 2007 foram férteis em decisões que se revelaram, no mínimo, questionáveis, ou mesmo desastrosas, nos anos seguintes. Em 2008, algumas das melhores e mais tradicionais empresas do mundo, como a General Motors e a Lehman Brothers, declaram-se à beira da falência. A primeira é praticamente estatizada pelo governo americano, em mais uma prova de que a ideologia neoliberal é um dogma apenas para economistas subdesenvolvidos. A secular Lehman, por sua vez, vai pro saco.
A utopia hegemônica pós-queda do muro de Berlim, de que um mundo regido pelas leis do mercado e pela competência da iniciativa privada traria uma longa e estável prosperidade, terminou em pesadelo. Governos do mundo desenvolvido tiveram que torrar trilhões de dólares para tampar o buraco deixado pela má-gestão temerária de até então respeitadas corporações privadas.
Em 2008, a crise financeira mundial faz o preço dos derivados de petróleo despencarem, reduzindo a lucratividade das refinarias. É neste momento que a Petrobrás, que vinha descobrindo, sucessivamente, novas reservas gigantes de petróleo em águas ultraprofundas da costa brasileira, decide suspender, por tempo indefinido, seus planos de investir na refinaria de Pasadena. Até então, a Petrobrás planejava investir quase US$ 2 bilhões em Pasadena para dobrar a sua capacidade de refino, dos então 100 ou 120 mil barris para algo próximo de 200 mil barris/dia. O projeto previa a construção de uma nova unidade processadora, dentro da refinaria, voltada para óleos pesados, como é o petróleo brasileiro até hoje extraído nas áreas do pós-sal. Desistiu disso, por enquanto. Paradoxalmente, o pré-sal trouxe um grave problema de caixa à Petrobrás. Para que a empresa possa converter aquele óleo sujo e malcheiroso, situado a milhares de metros abaixo da superfície marinha, em dinheiro para aplicarmos em educação, ela antes tem que investir dezenas ou mesmo centenas de bilhões de dólares em maquinários, plataformas, tecnologia e mão-de-obra. A empresa está numa caça alucinada por recursos, vendendo seus ativos no mundo inteiro, numa tentativa de fazer caixa e focar investimentos nas novas reservas descobertas. Está vendendo inclusive alguns ativos que possuía no Golfo do México.
No momento, a Petrobrás parece não saber o que fazer com a refinaria de Pasadena. Vender agora não valeria a pena, porque não conseguiria o preço que deseja.
Desde 2012, entretanto, o mercado de refino tem melhorado, elevando a lucratividade das refinarias. Em outubro de 2012, o New York Times publicou um artigo cujo título, traduzido livremente por mim, significa: “Refino de petróleo volta a criar fortunas”.
A descoberta de novos campos de gás e petróleo no golfo e no Texas trouxe vida nova às refinarias da região, onde também se localiza a de Pasadena, porque lhes deu competitividade sobre suas concorrentes no exterior. Ao invés de pagar altos preços por petróleo importado do oriente médio, as refinarias texanas agora podem se beneficiar de novos campos descobertos no sul do estado, que lhe fornecem matéria-prima a um custo muito menor. Segundo o New York Times, o lucro das refinarias da região cresceu 400% de 2008 a 2012.
Em julho do ano passado, o site especializado Oil Price fez uma entrevista com Fadel Gheit, diretor e analista sênior de uma respeitada empresa do setor, na qual Gheit afirma que o negócio com refinarias, que durante tanto tempo foi o patinho feio da indústria do petróleo, agora estava se tornando num lindo cisne. O título da matéria vai direto ao ponto: “O negócio com refinaria nos EUA serão a gema da indústria do petróleo”. Repare bem o que ele disse: refinarias nos EUA.
É preciso muito cuidado, portanto, para evitar que interesses obscuros utilizem o momento eleitoral para pressionar a Petrobrás a vender uma refinaria estratégica, situada no centro do cinturão petrolífero do país mais rico do mundo.

sexta-feira, 21 de março de 2014

PT: mídia "pinta quadro aterrorizador"


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Resolução aprovada pelo Diretório Nacional do PT acusa mídia de tentar influenciar nas disputas eleitorais; sempre contra o partido e o governo; economia é o campo de ataque midiático "aterrorizador, disseminando maus presságios sem fundamentos técnicos"; com uma expressão já usada pela presidente Dilma Rousseff, documento chama de "velhos do Restelo" – o personagem pessimista de Luis de Camões - os que "tentam agourar" o sucesso da Copa do Mundo no Brasil e não reconhecem "o legado a ser deixado pelo Campeonato Mundial"; e frisa: "Chega a ser impressionante a distância entre o Brasil verdadeiro, governado pelo PT, e o Brasil deles"
21 de Março de 2014 às 16:00
247 – O PT está farto da cobertura que a mídia familiar e tradicional está dedicando à situação econômica do Brasil. Em resolução aprovada pelo Diretório Nacional, o partido acusou uma "parcela da mídia" de traçar um retrato nefasto da economia na tentativa de influenciar nas eleições de outubro, contra o PT e o governo federal.
- Parcela da mídia brasileira faz questão de pintar um quadro aterrorizador na economia, disseminando maus presságios sem fundamentos técnicos, apenas com a clara intenção de tentar influenciar nas disputas eleitorais.
A resolução do partido deixa claro que há pouco espaço para entendimento entre ele próprio e a "parcela da mídia", sem citações nominais.
- Chega a ser impressionante a distância apresentada por uma parcela da mídia entre o Brasil verdadeiro, governado pelo PT, e o Brasil ´deles´"
No texto, a direção do PT usa expressão já utilizada pela presidente Dilma Rousseff, que definiu os pessimistas sobre a situação da economia brasileira como "velhos do Restelo" – o personagem do poeta português Luiz de Camões que fazia maus presságios para as naus que partiam para descobrir novas terras.
- Os ´velhos do Restelo´, parafraseando Camões, ficam agourando o insucesso da Copa no Brasil. Tentam, de todas as formas, estimular manifestações contrárias e alardeiam a inexistência de legado a ser deixado pelo campeonato mundial", diz a resolução aprovada pelo diretório nacional.


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Na entrevista que foi levada ao ar pela equipe do Jornal Nacional na noite de ontem, apenas a fala que cria certo atrito com a presidente Dilma Rousseff, sobre uma cláusula que obrigava a Petrobras a adquirir 50% da belga Astra na refinaria de Pasadena, foi destacada; entrevista integral ressalta aspectos da operação que não foram apontados pela Globo; "a refinaria está em pleno funcionamento e dando lucro", disse Gabrielli; edição alimentou intriga
21 de Março de 2014 às 17:00
247 – Presidente da Petrobras na época em que a estatal adquiriu a refinaria de Pasadena, no Texas (Estados Unidos), em 2006, José Sérgio Gabrielli defendeu a negociação na noite desta quinta-feira, em entrevista ao Jornal Nacional. O trecho de sua fala que foi ao ar na Globo, porém, dá a impressão de que ele foi contrário ao que defendeu a presidente Dilma Rousseff sobre o caso.
Gabrielli disse na entrevista que a compra foi "adequada" se for analisado o cenário da época, quando o mercado brasileiro estava "estagnado em termos de crescimento de consumo". Olhando de hoje, ou até mesmo do ano passado, a situação mudou para algo que não podia ser previsto em 2005, explica ele. "A refinaria está em pleno funcionamento e está dando lucro", chegou a defender Gabrielli.
O ex-dirigente da petroleira também negou que tenha havido "um grande impacto na vida financeira da Petrobras" com o negócio, como menciona a jornalista. "Olha, não há como um valor desse (a estatal gastou quase US$ 1,2 bilhão na compra da refinaria) comprometer uma empresa que vale o valor que a Petrobras vale", disse Gabrielli.
Segundo ele, "não há dúvida que há um impacto importante", mas "é preciso levar em conta o que este ativo produziu durante esse período. Esse ativo produziu derivados, que foram vendidos no mercado tradicional. Hoje, continuam sendo vendidos e pertencem ao patrimônio da Petrobras", acrescentou.
Na entrevista que foi levada ao ar pela equipe do Jornal Nacional, foi destacada apenas a fala que cria certo atrito com a presidente Dilma, sobre uma cláusula que obrigava a Petrobras a adquirir 50% da belga Astra na refinaria de Pasadena. Em nota divulgada na última quarta-feira, a presidente afirmou que desconhecia a cláusula. Gabrielli afirmou na entrevista que esta é uma prática comum no mercado. Assista a íntegra abaixo:

 


O Ibope e a primeira “bala de prata” de 2014


A pouco mais de seis meses do primeiro turno das eleições de 2014, a pesquisa Ibope sobre a sucessão presidencial divulgada na última quinta-feira (20) constitui um terremoto político, ou melhor, uma cataclísmica calmaria política. Ou um banho de água fria para a oposição.
Claro que, em anos eleitorais, seis meses é prazo bem mais longo do que em períodos não-eleitorais. Os fatos políticos e o cenário podem mudar de uma hora para outra, como já se viu em tantas eleições.
Em 2010, por exemplo, Dilma Rousseff só ganhou musculatura no meio do ano.
Após a definição oficial das candidaturas (junho), portanto, a oposição espera melhora do desempenho de seus candidatos, pois o que a pesquisa recém-divulgada mostrou é trágico para eles, para dizer o mínimo.
Para simplificar, Dilma tem quase o dobro das intenções de voto da soma de seus prováveis adversários, seja qual for o cenário.
E na pesquisa que acaba de divulgar, o Ibope inovou. Em primeiro lugar, inovou com cenários em que não aparecem apenas os candidatos mais fortes; incluiu os candidatos nanicos, como os do PSC, do PSDC, do PRTB e do PSOL.
Contudo, a pesquisa também apresentou cenários só com os três candidatos mais fortes – Dilma com Aécio Neves e Eduardo Campos ou com o tucano e Marina Silva.
Seja qual for o cenário, porém, Dilma vence no primeiro turno com quase o dobro dos votos dos adversários. No cenário mais provável (Dilma, Aécio, Eduardo, Pastor Everaldo, Levy Fidelix e Randolfe Rodrigues), Dilma tem 40% e os adversários somados, 23%.
Na hipótese (ainda remota) de haver segundo turno, Dilma venceria Aécio por 47% a 20%, Marina Silva por 45% a 21% e Eduardo Campos por 47% a 16%.
Repito: estamos a praticamente seis meses do primeiro turno das eleições deste ano e é isso o que torna a pesquisa Ibope “cataclísmica” para a oposição.
Pouco antes de ser divulgada a pesquisa Ibope, circulava um boato de que Dilma teria perdido terreno para os adversários. Alguns boateiros começaram a espalhar, inclusive, que o mercado financeiro estaria “eufórico” com essa possibilidade.
A frustração do boato acendeu a luz vermelha entre as hostes oposicionistas na mídia e nos partidos. E bateu o desespero.
Na semana passada, durante um evento qualquer, Dilma disse que o povo “percebe” quem o favorece; ela já tinha os números de sondagens eleitorais encomendadas pelo Planalto. E, apesar do boato sobre avanço dos candidatos oposicionistas, a mídia também tinha.
Bateu o desespero na oposição midiática. De repente, um caso antigo sobre a compra pela Petrobrás (em 2006, ainda no governo Lula) de uma refinaria nos Estados Unidos volta ao noticiário e Dilma começa a ser alvo de acusações virulentas na mídia, com o previsível teatrinho de oposicionistas indignados.
Vendo que, mais uma vez, não dará para usar punhos de renda com um candidato petista à sucessão presidencial, a mídia volta a ser o que foi em 2006 e em 2010 e tirou do armário a sua metralhadora de balas de prata.
Observação: para quem não sabe, os escândalos pré-eleitorais que a mídia dispara contra candidatos a presidente petistas em anos eleitorais são chamados de “balas de prata”, aquelas capazes de matar lobisomens, que podem fazer o que balas comuns não conseguem.
As balas de prata em 2010, por exemplo, foram muitas. A principal foi a criminalização precoce da então substituta de Dilma na Casa Civil, Erenice Guerra. Ela teria permitido que um filho seu fizesse lobby usando o cargo da mãe.
A eleição passou e Erenice, que em 2010 perdeu o cargo e foi tratada como irremediável criminosa, foi absolvida. E ficou o dito pelo não dito.
O caso da refinaria em Pasadena, no Texas, que a Petrobrás comprou em 2006 com o aval de Dilma – ela era presidente do Conselho de Administração da empresa –, é, portanto, a primeira bala de prata de 2014 – outras virão.
Pela terceira eleição presidencial consecutiva, a oposição midiática tentará criminalizar o (a) petista da vez para tentar vencê-lo (a).
Como o noticiário sobre “caos” na economia vai se mostrando inócuo em um país que cria em um só mês 260 mil empregos com carteira assinada, que vê os salários subindo mês após mês, com inflação controlada, com desigualdade caindo, a oposição midiática vai despertando de sua alucinação eleitoral.
Eis que o noticiário volta aos mesmos métodos de eleições presidenciais anteriores. Desta vez, porém, há um elemento que permite visualizar como é artificial essa saraivada de acusações a Dilma na mídia por conta do caso da refinaria.
Durante o ano passado e no início deste, temos acompanhado o escândalo dos trens em São Paulo, apelidado de “trensalão”. O escândalo atinge duramente todos os governos do Estado de São Paulo de 1995 para cá.
Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin estavam à frente da administração paulista enquanto o metrô e a CPTM compravam trens superfaturados de empresas que combinavam preços entre si para aumentá-los.
Um promotor do Ministério Público estadual de São Paulo chegou a pedir o indiciamento do ex-governador José Serra por um executivo de uma das empresas que lhe venderam trens ter afirmado que ele sugeriu aos participantes de uma concorrência que se organizassem em cartel.
Isso, claro, apareceu timidamente no Estadão e em nenhuma outra parte. E já desapareceu. Imagine se fosse com Lula, leitor…
Costumo dizer que uso muito o noticiário da Folha de São Paulo porque tanto faz, hoje, o grande meio de comunicação que se leia, ouça ou assista, porque todos têm o mesmo viés antipetista. Assim, vejamos o noticiário da Folha de sexta-feira, 21 de março.
O ataque a Dilma começa na primeira página. Quem a Folha escalou para um dos ataques foi ninguém mais, ninguém menos do que Lula (?!). Com informações “em off”, o jornal afirma que Lula disse que Dilma deu “um tiro no pé” ao “tentar sair do foco das investigações”.
É hilariante, mas não é o pior.
Ainda na primeira página, o jornal indica artigo de Reinaldo Azevedo (o lado Veja da Folha) em que ele ironiza Dilma dizer que não sabia de irregularidades na empresa que a Petrobrás comprou em 2006 por preço que hoje se mostra exagerado. Segundo o rotweiler da Folha, Dilma “Usa o eu não sabia como desculpa”.
A frase “Eu não sabia” foi usada durante anos para criticar Lula por negar que soubesse do escândalo do mensalão.
Nas páginas internas da Folha, editoriais, colunas e cartas de leitores responsabilizam Dilma pessoalmente pelo mau negócio da Petrobrás em 2006 e insinuam que sua responsabilidade pode ser criminal.
Como sempre digo, o que mantém o PT no poder é, além da falta de propostas de seus adversários, a burrice deles.
Explico: justo no momento em que dois dos três governadores de São Paulo durante os últimos vinte anos dizem que “não sabiam” da roubalheira na compra de trens pelo Estado sem nunca terem sofrido da mídia acusações diretas como Dilma está sofrendo, o tratamento dispensado à presidente se mostra uma aberração. E as pessoas percebem.
Cada uma das críticas exacerbadas e das conclusões criminosamente apressadas sobre a responsabilidade da presidente nesse caso da refinaria no Texas poderia ser usada contra Alckmin e Serra. Porém, ninguém viu algum grande jornal ou revista acusando um dos dois, pessoalmente, pela compra superfaturada de trens.
O surgimento da primeira “bala de prata” antipetista de 2014, aliás, também é uma boa notícia.
A mídia até que tentou afetar “isenção” a partir das “jornadas de junho” de 2013. Chegou a noticiar o escândalo dos trens em São Paulo – claro que sem acusar os governadores tucanos. Mas como os candidatos de oposição não deslancham, volta o recurso a “balas de prata”.
Acreditava-se que os protestos violentos contra a Copa de 2014 fariam o serviço, ou seja, fariam Dilma se enfraquecer politicamente como no ano passado. Mas com a progressiva perda de apoio desse movimento de partidos de esquerda de oposição a Dilma, caiu a ficha midiática.
Mas por que a volta das “balas de prata” é uma boa notícia? Porque revela que vai batendo o desespero na oposição midiática. Assim como em 2006 e em 2010. E, como sabemos, o brasileiro aprendeu a não dar bola a essas denúncias pré-eleitorais.

Dilma das pesquisas vence Dilma que mídia mostra

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Presidente segue soberana nas pesquisa de opinião, acima dos rumores sobre uma suposta perda de pontos; explicação para a manutenção da popularidade de Dilma, apesar de todas as apostas em contrário dos chamados formadores de opinão espalhados pela mídia familiar e tradicional, está nela mesma; o que soa como falta de habilidade política e administrativa nas notícias da imprensa está chegando ao público como sinceridade e objetivo; a cada levantamento publicado desde o início de seu governo a presidente Dilma Rousseff mostra que é bem mais difícil de derrotar do que sugerem tantos comentaristas

20 de Março de 2014 às 20:21
Marco Damiani _ 247 – Com 43% de intenções de votos, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira 20 pelo instituto Ibope, e indicações de sobra para, além de ganhar em primeiro turno, bater qualquer outro adversário num forjado segundo turno, a presidente Dilma Rousseff parece ser duas.
Uma Dilma é, exatamente, a líder popular que jamais perdeu a liderança nas pesquisas desde que assumiu seu mandato, em janeiro de 2011. A figura que, mesmo após as manifestações de junho do ano passado, o máximo que permitiu de esperança aos adversários foi uma remota possibilidade de segundo turno. Nunca uma ultrapassagem. Aquela que o público identifica como patrocinadora de políticas sociais compensatórias e inclusivas, co-responsável pela retirada de 40 milhões de brasileiros da linha da pobreza.
A presidente Dilma Rousseff, enfim, que segue tranquila – de acordo com a ciência das pesquisas, frise-se – para a reeleição.
Outra Dilma é a que surge ao público, diariamente, pela ótica dos veículos da mídia familiar e tradicional. A presidente que não gosta ou não saber fazer política partidária (1); não se entende com o Congresso (2); perde aliados por tratá-los de maneira espartana (3); pilota uma política econômica que sobe juros e é leniente com a inflação (4); confunde e desanima empresários (5); não sabe o que fazer com a crise no setor elétrico (6); ignora assuntos internacionais polêmicos (7); etc etc.
Uma Dilma, portanto, que, de acordo com análises publicadas aos borbotões, estaria cada vez mais isolada no Palácio do Planalto.
Mas à hipotética pergunta 'qual Dilma você considera a verdadeira', a mais recente pesquisa Ibope indica que o público vê muito mais a presidente competente do que a executiva enrolada em dificuldades. A ponto de demonstrar, nas 43% de intenções de voto, que quer mantê-la já em primeiro turno no cargo.
Desta vez, a novidade da pesquisa foi exatamente a de não ter novidade. Nos boatos que cercaram a sua divulgação, capazes de mexer forte no desempenho das empresas estatais na bolsa de valores de São Paulo, a pesquisa Ibope iria mostrar uma queda nas intenções de voto da presidente. Não seria de estranhar. Afinal, o levantamento de campo se deu na semana passada, depois que os pré-candidatos da oposição puderam fazer todas as críticas que bem entenderam ao desempenho da economia no ano passado. E também ao comportamento político da própria presidente. Como se viu pelos 43% dados a Dilma na pesquisa Ibope, porém, nada dessa especulação foi verdade. 
Nem mesmo os reflexos do julgamento do chamado mensalão, o agravamento da violência urbana, a estiagem no Sudeste ou as enchentes no Sul foram capazes de abalar o desempenho de Dilma.  
MOSTRA A CARA - Uma das explicações para a manutenção na popularidade da presidente está em seu estilo. Dilma, como se diz popularmente, dá a cara para bater. Em discursos nos palanques de inaugurações, nas redes nacionais convocadas para pronunciamentos oficiais e na maneira de agir nos bastidores, a presidente vai-se notabilizando por enfrentar os problemas sem subterfúgios. Especialmente aqueles que, em tese, serviriam para proteger sua imagem.
Nesta semana, cujos fatos não influenciaram a pesquisa, fechada anteriormente, a presidente mostrou bem como gosta de agir. Ela respondeu pessoalmente a acusações em off – sem identificação da fonte de informação – publicadas nos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Os jornais alegaram ter obtido de diretores da Petrobras informações segundo as quais Dilma teria tido todas as informações necessárias para, em 2006, barrar a compra, pela estatal, da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
Fiel ao seu estilo de não deixar para depois o que pode responder agora, Dilma divulgou uma nota garantindo que o parecer que orientou o conselho de administração da Petrobras foi "omisso" quanto a pontos do contrato, notadamente a cláusula de compra obrigatória em caso de litígio entre sócios, e "juridicamente falho".
Não é a primeira vez que Dilma encara de frente uma questão grave. No início de sua gestão, ela demitiu ministros por suspeitas de malfeitos. Por menos que isso, no oitavo mês de governo, mandou o então ministro da Defesa interromper viagem à Amazônia e voltar imediatamente para ser demitido do cargo. Motivo: em entrevista, ele haia criticado duas das mais próximas auxiliares da presidente, a atual ministra Ideli Salvatti e a ex Gleisi Hoffman.
Não é comum, no Brasil, que os políticos façam o que de melhor se espera deles. Explicações objetivas sobre situações de suspeita ou atitudes diretas para casos de disciplina quase sempre são trocados por pronunciamentos obtusos e posições dúbias. A conciliação é a regra acima do enfrentamento.
Residem no estilo tratoral que Dilma cultiva para si própria – e na suprema realização deu seu governo até aqui, a criação de 4,8 milhões de empregos desde janeiro de 2011 – as explicações para a perfomance superior da presidente sobre seus adversários. A presidente vem ocupando redes de rádio e televisão para falar até mesmo sobre o Dia da Mulher, como fez em 8 de março. Para a oposição, isso é uso do cargo para fins eleitorais. Mas além dos tribunais já terem recusado essa tese, não aceitando nem mesmo a imposição de pequenas multas à presidente, o que mais sobressai é que o povo não indica estar vendo nenhum problema nisso.
A julgar pelos números atuais, o povo gosta sim da Dilma que a mídia não costuma mostrar.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Petrobras investe R$ 99,2 bi no Brasil em 2013. Precisa explicar por que a odeiam?

INVEST
O gráfico aí de cima mostra os investimentos da Petrobras ao longo de cinco períodos de governo: dois de Fernando Henrique, dois de Lula e os três anos de Dilma Rousseff.
Eu creio que dispensa explicações, não é?
O investimento da Petrobras, nos últimos anos, investiu  no país o mesmo que 80% de todo o capital estrangeiro que nos chegou como investimento direto.
Investiu mais que todo o investimento do Orçamento da União, o governo propriamente dito.
Num país que festeja quaisquer 100 milhões de dólares de investimento, 45 bilhões por ano o que são?
Este é o tamanho do esforço da Petrobras para desenvolver a exploração do pré-sal.
É dinheiro que, sem esse compromisso, estaria tinindo no caixa da empresa e engordando os dividendos de seus acionistas: menos da metade do Governo, mais da  metade de privados.
Mas não está: está virando sondas, navios-plataforma, gasodutos, refinarias…
E isso são obras que levam anos de projeto, execução, acabamento e preparativos para a operação.
É obvio que explorar petróleo 2 mil metros abaixo do nível mar, com mais quatro quilômetros de rocha a perfurar, não é como negócios onde você começa hoje e já lucra daí a dois meses.
Sabe aquela cena do petróleo jorrando da boca do poço? Esqueça: não pode vazar uma gota.
Uma empresa que vem investindo quase 50 bilhões de dólares por ano não pode ser avaliada como quem avalia uma livraria ou um armarinho: quanto foi sua féria, hoje?
Mas os inimigos da Petrobras sacodem  números alarmantes.
Chegam a usar, como mostrei aqui, sites de picaretagem na internet para dizer que a empresa vai falir.
Conversa. Sabem que este ano, e mais ano que vem, e mais no outro, todo este investimento vai virar receita e precisam desacreditar a ideia de que podemos explorar nosso próprio petróleo.
E que, com ele, finalmente possamos formar capitais próprios e deixarmos a condição de colônia financeira.
É a nossa independência o que os horroriza.
É o Brasil que lhes mete medo.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Escândalo! Governo está obrigando Petrobras a produzir petróleo!

globpetro


Ficamos sabendo, graças a O Globo, que a “ingerência política” do Governo está obrigando a Petrobras a apressar a instalação de nove unidades de produção,  vão representar um acréscimo de um milhão de barris de petróleo por dia de capacidade instalada no país a partir do ano que vem. Ou, “apenas” mais 50% em nossa produção de óleo cru.
Deu para perceber que coisa escandalosa? Uma empresa de petróleo produzir mais petróleo e mais rápido para ter recursos para procurar e extrair mais petróleo?
Ora, qualquer um sabe – até o “consultor” de O Globo, Adriano Pires – que empresas de petróleo, quando possuem condições técnicas e financeiras, buscam antecipar ao máximo a entrada em produção de seus campos. Exatamente porque o petróleo que sai dali gera caixa para fazer frente a novos investimentos.
É curioso que, em abril deste ano, o mesmo jornal anunciava, com grande destaque, que tudo na Petrobras estava atrasado, em matéria de produção
“(…)a estatal enfrenta atrasos na construção em seis de dez projetos de produção previstos para este ano e o próximo — elevando, assim, segundo analistas, os riscos de não cumprimento de suas metas. De acordo com o Plano de Negócios 2013/2017, a situação mais crítica ocorre nos sistemas planejados para 2013: dos sete, cinco estão fora do cronograma. Para 2014, um dos três previstos está atrasado”.
E aí, claro, começa a cantilena pelo aumento do preço dos combustíveis, que estão baratos demais, embora O Globo não pare de publicar matérias sobre como é cara a gasolina brasileira.
Tudo para ir dourando a pílula e chegar num ponto que não pode ser dito diretamente, e que é o central para essa gente.
“A outra opção seria o governo não exigir que a Petrobras tenha, no mínimo, 30% de participação na exploração do pré-sal. Caso contrário, segundo Ana, o desenvolvimento da indústria petrolífera terá seu ritmo ditado pela capacidade de investimentos limitada da Petrobras.”
Capacidade limitada de investimentos que, como se vê, foi capaz de acelerar a construção e equipagem de navios e sistemas para poder ampliar, em pouco mais de um ano, em 50% a produção. E falar em desenvolvimento da indústria petrolífera, você sabe, é igual àquela história da Vale: tudo lá fora.
Ou você leu sobre alguma petroleira que esteja encomendando um navio, uma plataforma, algum equipamento pesado aqui?
É por isso que esse onirismo de “deixa o petróleo lá” esperando que tudo seja um mar de rosas é, quando não é puerilidade, é irresponsabilidade.
Ou, pior, um ardil para que, amanhã, possam voltar ao esquema entreguista do passado, que está fazendo o possível para tentar passar a imagem de “fracasso” de nossa política de exploração de petróleo e de nossa petroleira, a maior ferramenta de progresso econômico do Brasil, a Petrobras.
Por: Fernando Brito