Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

GABRIEL, FILHO DE OPERÁRIO, NETO DE GARI E UNIVERSITÁRIO O caminho é fortalecer as instituições públicas de ensino – como a UFABC

Gabriel tem um amigo que deixou de ser peão para estudar Engenharia


Conversa Afiada conversou nessa quinta-feira (05), por telefone, com o estudante Gabriel Camargo de Carvalho, 21 anos, aluno do curso de bacharelado de Ciência em Tecnologia e do bacharelado em Neurociência, da Universidade Federal do ABC.

Gabriel é presidente do Diretório Central dos Estudantes e um dos responsáveis pela homenagem ao ex-presidenteLula que recebeu o título de doutor Honoris Causa, pela UFABC.

Filho de operário e neto de gari, ele é o primeiro na família a chegar à universidade, na que talvez seja o melhor símbolo das 14 universidades federais criadas por Lula: um filho de operário se formar doutor numa universidade que tem o ABC no nome. 

Centro das greves dos anos 70 e 80, do novo trabalhismo e do próprio PT, o ABC paulista se confunde com a Historia dos trabalhadores brasileiros.

Segundo Gabriel, ele não está sozinho: muitos dos colegas são como ele, filhos de operários, ou até mesmo ex-operários, que deixaram o pátio da fábrica para estudar e se tornarem engenheiros, médicos, professores.

Segue a integra da conversa em áudio e texto:

Murilo Silva: Gabriel, você esteve no evento que concedeu título de doutor Honoris Causae ao presidente Lula, aí, na Universidade Federal do ABC. Você declarou na cerimonia que é filho de operário, neto de gari e o primeiro em sua família a alcançar o ensino superior. Você vê outros casos semelhantes aí na UFABC?


Gabriel Camargo de Carvalho: Vejo. Felizmente, eu não sou o único caso aqui na Federal do ABC.

Nós temos vários outros casos. Filhos de imigrantes nordestinos, que vieram para São Paulo e que não chegaram ao ensino superior.

Outros casos interessantes – de amigos próximos a mim, inclusive – que eram eles próprios operários.

Tem amigo meu que trabalhou muito tempo no chão da fábrica, catava entulho no fundo do galpão, limpava chão, e hoje está deixando de ser o ”peão” – o torneiro, o ferramenteiro – para estudar Engenharia, aqui na Universidade.


Murilo: Você também é presidente do DCE, Diretório Central dos Estudante. Outra ferramenta de democratização do ensino superior é o Prouni (Programa Universidade Para Todos).

Parte do movimento estudantil, inclusive na esquerda, critica o Prouni por entender que o programa não é o instrumento adequado para promover mudanças no ensino superior. Defendem que o Governo deveria se concentrar nas universidades federais. Qual a sua opinião sobre o Prouni?


Gabriel: Minha opinião é que existe uma urgência, que o Brasil pede, de incluir uma grande parte da população que está numa faixa etária para estudar no ensino superior e que, historicamente, não teve acesso.

O Prouni é um programa que cobre essa urgência. Só que ele tem realmente, algumas fragilidades, porque você desvia os equipamentos do Estado para oferecer educação gratuita de qualidade, e coloca isso na mão da iniciativa privada. Muitas vezes isso cria problemas de formação, no controle da qualidade (do ensino).

Então, como eu vejo?

Eu sou a favor do Prouni. Mas, eu vejo que o Governo tem que tomar cautela para não estabelecer o Prouni como política de Estado, mas como uma política que agora é necessária.

Existe um caminho para se fortalecer as instituições públicas de ensino e esse caminho já foi criado.

O mesmo governo que instituiu o Prouni instituiu também o REUNI (Reestruturação e Expansão das Universidades Federais).

Então, eu acho que nós começamos bem. Nós precisamos agora fazer uma análise de para onde queremos ir: é daqui um tempo acabar com o Prouni ? Ou é reduzi-lo ? É cobrar uma contrapartida melhor das universidades privadas? Elas (universidade privadas) recebem muito dinheiro.

Então, nós temos que olhar com atenção, porque não é só colocar o pessoal na faculdade. Mas o Prouni ainda é necessário.


Murilo: No vestibular de 2012 da USP, dos 533 alunos matriculados nos cinco cursos mais disputados da Fuvest (fundação responsável pelo vestibular da USP) apenas um deles é negro.

No total de alunos que entraram na USP em 2012, pouco mais de 2% são negros. Aí na Universidade Federal do ABC a coisa é diferente, Gabriel?


Gabriel: Olha, na Universidade Federal do ABC é diferente. Não como a gente gostaria, se você olhar, a maior parte dos nossos estudantes não é de negros. Mas o percentual de negros na universidade já é maior.

Eu não tenho os números exatos aqui da Universidade do ABC, mas eu tenho certeza de que são maiores do que os da USP.

Eu conheço a USP, tenho amigos lá, e aqui na UFABC isso é diferente. Eu vejo muito mais alunos negros aqui do que em outras universidades, principalmente do que na USP e em outras universidades públicas mais elitistas.


Murilo: Inclusive, aí vocês tem sistemas de cotas, não é isso?

Gabriel: Sim, aqui nós temos o sistema de cotas da universidade.

Tem os 50% de inclusão para alunos de escolas públicas – inclusive essa cota da UFABC é anterior à lei do ano passado que estabelece isso para todas as universidades federais, portanto, a UFABC foi pioneira nisso – e dentro dos 50% temos o percentual étnico, para afrodescendente e para outras etnias também.

Nós agora vamos ter cotas para deficientes físicos e a cota sócio-econômica também.


Murilo: Vocês, do movimento estudantil, são a favor da política de cotas?

Gabriel: Sim, absolutamente.

Murilo: Qual é o próximo passo para esse processo de democratização do ensino superior? Quais são as bandeiras que o movimento estudantil levanta, na UFABC, pela educação?


Gabriel: O principal caminho para democratizar, de fato, o ensino superior é estruturar muito bem a Educação básica.

Garantir que no período de formação cognitiva, na infância, a criança tenha um bom desenvolvimento.

Consolidar o ensino publico e gratuito nos níveis fundamental, médio e técnico deve ser a prioridade.

No ensino superior, é preciso continuar com as políticas afirmativas e, ao mesmo tempo, fortalecer a expansão das instituições públicas de ensino – mas que elas realmente tenham essa proposta inclusiva.

A UFABC tem muito dessa disposição de fazer diferente, de mudar esse paradigma de universidade pública elitista.

O caminho é levar esses ares que nós temos aqui na UFABC, do cerne de sua fundação, para outras instituições. Mostrar que o ensino superior público tem uma responsabilidade social inerente.

A gente desenvolve aqui na Federal do ABC – o que também é uma aposta do movimento estudantil nacional – um trabalho para cobrar do Governo mais permanência.

Um grande problema hoje nas universidades é o auxilio permanência. Muitas vezes não é como a gente gostaria, o estudante consegue entrar pelas políticas de cota inclusiva, mas tem dificuldade em se manter na universidade.

A bolsa não tem reajuste e o aluguel do estudante muitas vezes tem, a comida sobe com a inflação, então é preciso ter essa preocupação com o aluno depois que ele entra na universidade.


[Hoje, a Universidade Federal do ABC paga 907 ''bolsas permanência'' e o valor é reajustado a cada edital. No último foi de 400 reais. A Universidade oferece também 489 “bolsas moradia” no valor de 300 reais.]




Murilo Silva é editor do Conversa Afiada

A escola resolve o nosso apartheid?

A escola pode muito. Mas é questionável que vá salvar a pátria, dizia Antonio Candido ao PT, em 2002. Vale reler em 2014.

por: Saul Leblon 

Arquivo


















Quem vai salvar a pátria?

Um traço constitutivo da agenda conservadora consiste em festejar  as derrotas da sociedade brasileira abstraindo  a dimensão estrutural do problema.

Ou seja, omitindo sua responsabilidade.

Espremido o foco, o resto fica  fácil.

Cria-se uma circularidade; ela confina o debate do futuro no campo da moral.

E a moral, como se sabe, é o  apanágio da classe dominante.

Entre nós esse reducionismo determina que o faminto é culpado pela fome. 

O Estado, carcomido pelo cupim privatista, é o responsável pela indigência pública.

O lado ‘gobineau’ das  elites –em que a genética define a história--  tem na educação um compêndio ilustrativo de sua versatilidade e dos seus limites.

Manchetes desta semana esponjaram-se no desempenho sofrível dos estudantes brasileiros no Pisa, edição 2012.

O  Programa de Avaliação Internacional de Estudantes da OCDE  sabatina alunos de 15 e 16 anos em matemática, leitura e ciências.

A mensagem subliminar do jornalismo conservador era:  esse, o país dirigido pelo populismo!

Das 65 nações  incluídas no teste, o Brasil foi a que apresentou a melhor progressão no aprendizado de matemática nos últimos nove anos.

O fato de persistir no 58º  lugar depois disso (em ciências figura no 59º; em leitura, no 55º, num total de 65)  é sugestivo do ponto de partida pantanoso  sobre o qual a elite ‘esclarecida’ fixou a escola pública brasileira.

 O mais irônico é que a narrativa conservadora  define  a educação como o único canal legítimo de mobilidade  das massas no país.   

Por trás desse simulacro de meritocracia esconde-se o círculo de ferro de uma das piores estruturas de distribuição de renda do planeta, que se avoca o direito à  eternidade.

Endinheirados  que se orgulham de patrocinar  ONGs pela redenção educativa, garantem: será assim, através da escola, não  da reforma agrária, a tributária ou a urbana, tampouco através do salário mínimo ‘inflacionário’, que a miséria material e espiritual perderá seu reinado neste lugar.

A escola pode muito.

Acertou em cheio o governo ao impor uma regulação soberana sobre a riqueza do pré-sal, que  permitirá transferir múltiplos de bilhões de reais à politica educacional nos próximos anos.

Mas é questionável que a escola possa tudo o que lhe atribui  a emancipação a frio apregoada pela agenda conservadora.

Ser uma ilha de excelência, capaz de abrigar e exorcizar o oceano de iniquidades ao seu redor, parece  mais um enredo de aventura nas estrelas do que o horizonte histórico de uma nação.

Os analistas do Pisa  parecem corroborar essa avaliação.

Eles afirmam que a metade do ganho brasileiro em matemática, por exemplo, foi uma decorrência de mudanças no entorno social dos alunos.

Uma parte do noticiário conservador  interpretou esse dado de forma desairosa, como se fora um atestado de fracasso do MEC. Outra,  omitiu-o.

Compreende-se.

Investigá-lo talvez levasse à conclusão de que as políticas demonizadas pela mídia – como o Bolsa Família, a valorização do salário mínimo, crédito barato, subsídio à habitação popular etc--  ajudaram o estudante brasileiro a ter maior poder de aprendizado.

Um exemplo:  estudantes do ensino médio beneficiados pelo Bolsa Família nas regiões Norte e Nordeste têm rendimento melhor do que a média nacional  (82,3% e 82,7%, contra  taxa brasileira de 75,2%).

Outro:  pesquisa feita na Universidade de Sussex, na Inglaterra, em 2012, revela que quanto maior é o tempo de  participação das famílias no Bolsa Família, maior é o aproveitamento escolar das crianças.  Segundo a pesquisa, a taxa de aprovação dos alunos do 5º ano aumenta 0,6 ponto percentual para cada R$ 1 de aumento no valor médio do benefício per capita pago às famílias.

A influência da entorno social na escolarização não é privilégio de sociedade pobre.

Tome-se o caso dos EUA.

O país  retrocedeu cerca de 20 pontos  na classificação global do Pisa- 2012.

Em 2009  ocupava a 17ª posição; caiu agora para a 36ª, abaixo da média geral em ciências e matemática.

O que mudou nos EUA entre 2009 e 2012? 

A sociedade norte-americana mergulhou na sua maior crise desde a Depressão de 1929.

Uma em cada cinco crianças norte-americanas vive atualmente em ambiente de pobreza. A renda  média das famílias  com filhos recuou cerca de US$ 6.300 (tomando-se 2001 como base de comparação). Com a implosão da bolha imobiliária, um milhão de estudantes de escolas públicas viram suas famílias serem despejadas .  As taxas de desemprego aberto e oculto hoje superam a faixa dos 13%. O grau de recuperação do mercado de trabalho na presente crise é o mais lento de todas as recessões anteriores.

A sobrevalorização do papel da escola na agenda conservadora brasileira padece de outros flancos de coerência.

Há uma distancia robusta entre o que se fala e o que se pratica quando se mede o hiato em moeda sonante.

O piso salarial do magistério brasileiro hoje, R$ 1560,00,  é um dos mais baixos do mundo. A perspectiva de corrigi-lo para modestos R$ 1.860 reais  em 2014  dispara as sirenes de alerta do jornalismo que promete mostrar o abismo fiscal na próxima edição.

Segundo o Pisa, o Brasil investe três vezes menos  que a média da OCDE para educar uma criança dos 6 aos 15 anos (R$ 64 mil e R$ 200 mil, respectivamente).

Em termos de PIB, fica com uma fatia equivalente a 5%.

O pedaço destinado aos rentistas da dívida pública é maior: 5,7% do PIB.

O mesmo jogral que atribui à educação poderes sobrenaturais,  martela a necessidade de submeter a economia a uma ação purgativa contundente feita de juros mais altos e cortes no poder de compra da população (em especial, a depreciação real do salário mínimo).

O conjunto visa, no fundo,  preservar  a regressividade fiscal brasileira, que privilegia ricos e penaliza pobres e remediados, contra eventuais reformas progressistas.

Nos salões elegantes, os candidatos a candidato do dinheiro grosso em 2014    acenam com a miragem desse país impossível: um Brasil com produtividade chinesa, civilidade suíça, superávit ‘cheio’ e carga fiscal equiparável a de Burkina Faso, onde o índice de alfabetização não ameaça a barreira dos 25%.

Não é apenas o entorno social do aluno pobre que está ameaçado por esse coquetel ; na verdade, ele rasga a própria  fantasia da prioridade educacional,  reduzindo-a a sua verdadeira essência histórica: uma agenda protelatória.

Ou seja, um deslocamento espacial e temporal do conflito distributivo, confinado em uma escola e em um aluno, aos quais caberá a exclusiva responsabilidade de erguer a sociedade  pelos próprios cabelos.

Ou não será assim também com a saúde pública, desafiada a ‘fazer mais com menos’, --com menos ainda  depois  que a coalizão demotucana  subtraiu R$ 40 bilhões por ano do SUS em 2007?

Um comparativo da OMS mostra o quanto há de perversidade na fotografia que imortalizou esse ato cometido na madrugada de 13 de dezembro de 2007. A imagem mostra a nata do retrocesso político comemorando a extinção da CPMF em alegria obscena. A indecência se  panfletada nas filas do SUS  ainda guarda nitroglicerina para sublevar o país.

Segundo a OMS, o gasto público mundial per capita com a saúde  chegou a US$ 571 por ano em 2010. Inclua-se nessa média os US$ 6 mil per capita da Noruega e os US$ 4 per capita do Congo; o valor brasileiro é de US$ 466/ano; em 2000, no governo FHC, somava US$ 107 per capita.

Os mesmos que gargalhavam na madrugada de 13 de dezembro de 2007 fuzilariam o ‘Mais Médicos’ seis anos depois. E não por acaso são as mesmas bocas de onde ecoa a cínica profissão de fé em uma escola  capaz de corrigir aquilo que suas madrugadas políticas cuidam de perpetuar.

 Os resultados do Pisa deveriam servir de combustível para um aggiornamento do debate brasileiro  que de forma preguiçosa adotou o cacoete de terceirizar à educação tarefas que só uma repactuação do desenvolvimento pode honrar.

Na ante-sala do debate eleitoral de 2014  seria oportuno, por vezes,  inverter os termos da equação. E arguir o que o projeto mercadista pretende fazer em benefício da pobreza e da desigualdade hoje para que elas possam mudar a escola pública  amanhã.

Vale retornar às origens e reler um trecho inspirador de uma entrevista concedida pelo professor, crítico literário e cientista social Antonio Candido de Mello e Souza, à campanha de Lula, em 2002, sobre o assunto.

Como ele, as palavras aqui emitem uma luminosidade clássica:

"Temos  uma crise de civilização (...) Talvez seja um mal que deriva de um bem. 
 
O esforço para tornar os níveis de ensino acessíveis a todos força diminuir o nível. Então, você fica num dilema perverso: elitizo ou democratizo e abdico de qualidade?  A saída está numa sociedade igualitária, onde todos tenham acesso à cultura e à educação de qualidade. Foi o que eu vi em Cuba. Instrução pública e gratuita em todos os níveis. E de muito boa qualidade. A chave é a transformação da sociedade, na qual as pessoas se apresentam para a educação em pé de igualdade. 
 
Quem acha que um bom sistema educacional salva a pátria está redondamente enganado. A participação nesse sistema será sempre restrita. Por isso você tem que, primeiro, fazer mudanças estruturais; depois, terá um boa educação. Os liberais pensam: eu tendo uma população instruída, terei uma sociedade melhor. 
 
Errado. Tendo a sociedade melhor, terei uma população instruída. Só assim você supera essa contradição aparente entre elitização e democratização. Continuo achando que a forma republicana do ensino público e gratuito é o grande modelo 
 
(...)  Numa sociedade em que as diferenças de classes ficam muito reduzidas, haverá um desaparecimento da cultura erudita e da popular. E surgirá uma nova cultura. Isso é possível. A função do Estado é fazer um grande esforço econômico e social para que no plano cultural o hiato diminua. De tal maneira que, no fim de certo tempo, o popular se torna erudito e o erudito se torna popular.  
 
(...) Sempre tivemos uma República de elite. Um presidente da República era eleito com 200 mil votos - e votos descobertos. Em 1930, eu assisti na minha cidade, em Cássia, Minas Gerais, à última eleição a descoberto. O eleitor chegava e o coronel, ao lado, fiscalizando. Depois de Getúlio, com a emergência das massas operárias, das massas urbanas, não foi mais possível manter esse estreitamento. O Getúlio era um caudilho esperto. Para manter as elites sob controle, abriu as porteiras e deixou o povo entrar, mas patrocinado por ele. Todavia, abriu a porteira.  E ela está aberta até hoje” (Antonio Candido; site da Campanha Lula Presidente; 2002)

A estourou Inflação Nao, o superávit Localidade: Não desabou. O Que VEM aí, ágora?

Mandela: morreu o homem que transformou o perdão na pior sentença imposta ao colonizador do seu povo.


Cepal: Venezuela foi o país da AL que mais reduziu a pobreza em 2012.


McGreve: um dia depois de Obama denunciar a desigualdade crescente nos EUA, eclode a maior greve do país nos últimos anos; setor de fast food reivindica salário mínimo maior

Cadeias de fast food empregam 13 milhões nos EUA, faturam US$ 200 bi, pagam salário médio de R$ 1800 reais.

IPCA
O indice de Inflação de novembro, divulgado ágora HÁ Pouco Pelo IBGE, confirmou o Opaco QUALQUÉR Pessoa Opaco examinasse serenamente a SUA Evolução JÁ PODIA Prever from O Primeiro semestre: Não haveria UMA Explosão inflacionária.
A Melhor Notícia E Que o INPC, Que mede a variação dos precos parágrafo como FAMÍLIAS de Menor Renda (minimos ATÉ Cinco Salários) inverteu a Tendência fazer Primeiro semestre e seguiu abaixo do IPCA.
Vamos fechar o Ano, provavelmente, com a UMA Inflação ligeiramente Menor - Dois a Três décimos de Ponto percentual - Que a de 5,84% de 2012.
Ou SEJA, no Meio do Caminho Entre uma meta de 4,5% EO teto de 6,5%, AQUELE Que ia explodir, Você. se RecordA?
NAO SE QUER DiZer Que da Nao houve Elevação de Preços. Houve, e No Opaco e Mais Sensível EAo Pobres: os Alimentos, Opaco subiram 8,37% no los Acumulado 12 Meses, Muito Mais Que o Conjunto dos precos.
Sem ISSO, teríamos ficado exatamente no centro da meta UO, comeu, um Pouco abaixo.
E, E Claro, Nao was a Taxa Selic Que fez o Preço do tomate subir, CAIR, subir de novo e CAIR Outra Vez -.
Cessada a histeria com a Explosão inflacionária Opaco Localidade: Não Veio, começou a fazer superávit primário.
Que, also, Caiu POR terra Ontem, when surgiram OS Dados da arrecadação fazer Refis .
Mas a turma da grana ESTA pedindo Mais Juros, AINDA.
A PRESSAO ágora Será, será sem Dolar, Que ESTA evidentemente forçando a Resistência fazer Banco Central.
OS "Fundamentos Econômicos" Para o Mercado Financeiro fazer dia a dia, e Tao do Importante Quanto a Preservação das Espécies num Mercado de Peixes de madrugada.
Fernando Brito - Tijolaço

KAMEL CONSEGUIU: JN FICA NA CASA DOS 10% Quando a novela vai mal, o jn vai mal. Logo…


Saiu na excelente Noticias da TV do Daniel Castro: pela primeira vez, o jornal nacional na praça de São Paulo fica na casa dos dez por cento.

A Record morde seus calcanhares.

Aos domingos também, com o Domingo Espetacular.

(Daqui a pouco o Fantástico vai mudar os apresentadores de novo – dos gordos aos magros, dos magros aos gordos …)

A noticia do Daniel Castro mostra que o jn não passa de um sanduíche de luxo, caríssimo, entre duas novelas.

Se as novelas vão bem, o jn vai bem …

Se não vão …

Ou seja, nesse sanduíche, o jn é o tofu, a mortadela de botequim de estação rodoviária.

Se tem gosto, é ruim.

Provoca diarreia.

Há outra explicação: o Gilberto Freire com “i” (*) gasta tanto tempo a processar blogueiro sujo – será que é ele quem paga os advogados ? – que não consegue deter a queda dos telejornais (sic) da Globo.

Daqui a pouco o Mau Dia Brasil e o boletim funerário que vai ao ar às três da madrugada caem abaixo dos 10 por cento.

E com “i” a processar blogueiro.

Não deixe de ler o que se tem escrito aqui sobre a iminente irrelevância da Globo, a começar por “aviso fúnebre“.

Paulo Henrique Amorim


(*) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com “ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.

Dois filhos de Marinho e um do general no Panamá? E o outro irmão? O velho sabia?

5 de Dezembro de 2013 | 23:08 Autor: Fernando Brito

panama
O Miguel do Rosário, parceiro deste Tijolaço, não descansa.
Aceitou a provocação da polêmica sobre o emprego oferecido ao ex-ministro Jose Dirceu por um empresário com negócios no Panamá – um paraíso fiscal – e foi buscar os documentos que provam que também os irmãos Marinho também andaram fazendo seus negócios por lá – e na época em que o velho Roberto ainda estava vivo e mandando muito.
Você vai ler a história, mas, como sou mais velho e conheço esta turma, dou logo uma informação: neste ano da Graça de 1984 em que a empresa foi registrada no Panamá, o executivo de confiança de Marinho na área financeira – com poder até sobre o Boni – era Miguel Pires Gonçalves, cujo pai, Leônidas, era o poderoso Ministro do Exército do Governo Sarney.
Miguel era o homem que cuidava da grana e achei estranhíssimo que José Roberto – o mais low-profile dos três Marinhos – estar fora do negócio. O velho não era de fazer isso: o dinheiro era igual, embora o poder não fosse repartido por igual entre os três.
Leia a reportagem de Rosário.

A empresa da Globo no Panamá!

Já que a Globo, por causa do hotel onde Dirceu irá trabalhar, está tão interessada nas empresas do Panamá, seria bom aproveitar a viagem e explicar ao distinto público porque os irmãos Marinho figuraram como diretores de uma firma naquele país. Trata-se da Chibcha Investment Corporation, presidida por José Manuel Aleixo.
globo-panama
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Os irmãos Marinho, todo mundo conhece. Vamos ver quem são os outros.
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Miguel Coelho Netto Pires Gonçalves é hoje diretor-executivo da Fides Ações. Iniciou sua carreira no mercado financeiro em 1979 como Diretor do Banco do Estado do Rio de Janeiro – Banerj. Possui vasta experiência na área de finanças corporativas, na qual atuou como Superintendente Executivo da área administrativo-financeira da TV Globo de 1980 a 1991, e, posteriormente, como Superintendente Executivo da Globopar, de 1991 a 1994. Foi sócio responsável pela idealização e criação do Banco ABC-Roma e participou do conselho de diversas empresas como: Editora Globo, NEC do Brasil, Seguradora Roma e Globo Agropecuária.
Esta parece ser a figura chave para se entender a razão de ser desta empresa panamanenha. Em julho deste ano, o blog do Mello, publicou um post no qual ele é citado.
Nenhuma outra quadrilha lucrou tanto no negócio de assalto a banco como a quadrilha da Rede Globo’ – O Pasquim
A edição de 29 de setembro de 1983 do jornal carioca O Pasquim não fez por menos. Chamou o então presidente das Organizações Globo Roberto Marinho de “o maior assaltante de bancos do Brasil”.
“Nos dias 28 de fevereiro e 29 de maio de 1980, sem nenhum registro na crônica policial, foram praticados os dois maiores assaltos a banco da história do Brasil. Em duas operações distintas, o grupo do Sr. Roberto Marinho levantou no Banerj, a juros de dois por cento ao mês, a importância de 449 milhões e 500 mil cruzeiros [aproximadamente US$ 613 mil, BdoM]“.
Na reportagem, O Pasquim demonstrou que, caso Roberto Marinho sacasse o dinheiro na boca do caixa e fizesse uma aplicação financeira no próprio Banerj receberia US$ 3 milhões, em valores da época.
“Nenhuma outra quadrilha, inclusive movimentos terroristas, lucrou tanto no negócio de assalto a banco como a quadrilha da Rede Globo. Só no Banerj expropriou um bilhão e oitocentos milhões de cruzeiros. Em retribuição, Roberto Marinho levou toda a diretoria do Banerj para trabalhar na Globo: Miguel Coelho Neto Pires Gonçalves, Diretor Superintendente do Banerj virou Superintendente da Rede Globo; Antônio Carlos Yazeji, Paulo Cesar da Silva Cechetti e Pedro Saiter (ex-vice-presidente, ex-diretor, ex-gerente geral, todos do Banerj) foram agraciados com pomposas diretorias na Rede Globo.”
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Harry Strunz, aparentemente, é o herdeiro de uma empresa importadora situada no Panamá, especializada em importar produtos norte-americanos.
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Quem é o presidente da firma, Jose Manuel Aleixo? Não descobri nada sobre ele? Será um laranja?
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A ICAZA, GONZALEZ-RUIZ & ALEMAN é uma firma de advocacia que prestou consultoria para a firma.
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Pelo que entendi dos documentos, a empresa foi criada em 1985, logo após o fim da ditadura e dissolvida em 1995, quando o governo FHC assume o poder.
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Domingo Diaz Arosemena é, certamente, o herdeiro de um famoso político panamenho, de mesmo nome, conhecido por ter assumido a presidência da república em 1948 após uma eleição notoriamente fraudada.
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Rodolfo Ramon Chiari Correa é/era presidente da Hercules Entreprise, Inc, empresa sediada no Panamá, aparentemente também já dissolvida.  Número da ficha da empresa no site de Registro Público do Panamá: 336763.
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Talvez não haja nada de ilegal na presença dos irmãos Marinho no quadro diretivo de uma empresa do Panamá. No entanto, como eles são proprietários da mais importante concessão pública de TV do país, creio que é de interesse jornalístico saber em que eles estão investindo no exterior. Ainda mais considerando que, alguns anos depois, os mesmos personagens protagonizaram uma tremenda fraude nas Ilhas Virges Britânicas, ao usarem um artifício ilegal para não pagar imposto de renda.
Além do mais, se a imprensa está tão interessada nos donos de um hotel desconhecido de Brasília, só porque Dirceu vai trabalhar lá, a ponto de viajar ao Panamá para descobrir quem é o presidente da empresa proprietária do hotel, bem poderia usar o mesmo esforço para levantar mais informações sobre os negócios no Panamá da família mais rica do país.
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Os documentos estão no site de Registros do Governo do Panamá. Eu entrei, baixei e publico abaixo:
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