Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

PT e PSB sobem. PSDB desaba

O vencedor foi Lula

O grande derrotado do primeiro turno foi o PSDB. O desempenho tucano sequer qualifica o partido como oponente nacional do PT.

Paulo Moreira Leite

Eu pergunto quando tempo nossos analistas de plantão vão levar para reconhecer o grande vitorioso do primeiro turno da eleição municipal.

Não, não foi Eduardo Campos, embora o PSB tenha obtido vitorias importantes no Recife e em Belo Horizonte.

Também não foi o PDT, ainda que a vitória de José Fortunatti em Porto Alegre tenha sido consagradora. Terá sido o PSOL? Os “novos partidos”?

O grande vitorioso de domingo foi Luiz Inácio Lula da Silva e é por isso que os coveiros de sua força política passaram o dia de ontem trocando sorrisos amarelos.

Nem sempre é fácil reconhecer o óbvio ululante. É mais fácil lembrar a derrota do PT no Piauí, ou em São Luís.

Nosso leitor Roberto Locatelli lembra: o PT passou o PMDB  e foi o partido que mais acumulou votos na eleição. Tinha 550 prefeituras. Agora tem mais de 612.

Vamos combinar: a  principal aposta de Lula em 2012 foi Fernando Haddad que, superando as profecias do início da campanha, não só passou para o segundo turno mas entra nessa fase da disputa em posição bastante favorável. Em São Paulo se travou a mãe de todas as batalhas.

Imagino as frases prontas e as previsões sombrias sobre o futuro de Lula e do PT se Haddad tivesse ficado de fora…

A disputa no segundo turno está apenas no início e é cedo para qualquer previsão.

Mas é bom notar que as  pesquisas indicam que Haddad é a segunda opção da maioria dos eleitores de Celso Russomano. Uma pesquisa disse até que Haddad poderia chegar em segundo no primeiro turno, mas tinha boas chances de vencer Serra, no segundo. Qual o valor disso agora? Não sei. Mas é bom raciocinar com todas as informações.

Quem assistiu a pelo menos 30 minutos dos debates presidenciais sabe que Gabriel Chalita já tem lado definido desde o início – como adversário de José Serra. O que vai acontecer? Ninguém sabe.

O próprio Serra tem uma imensa taxa de rejeição, que limita, por si só, seu potencial de crescimento.

O apoio de  Russomano tem um peso relativo. Se ele não conseguia controlar aliados quando era favorito e podia dar emprego para todo mundo, inclusive para uma peladona de biquini cor de rosa descrita como assessora, imagine agora como terá dificuldades para manter a, digamos, fidelidade partidária…

O mais provável é que seu eleitorado se divida em partes mais ou menos iguais.

Não vejo hipótese da Igreja Universal ficar ao lado de José Serra. Nem Silas Malafaia com Haddad.

A votação de Haddad confirma a liderança de Lula e a disposição dos eleitores em defender o que ele representa. Mostra que o ambiente político de 2010, que levou a eleição de Dilma Rousseff, não foi revertido. Isso não definiu o resultado em cada cidade mas ajudou a compor a situação no país inteiro.

Os 40% de votos que Patrus Ananias obteve em Belo Horizonte mostram um desempenho bem razoável, considerando que o tamanho do  condomínio adversário.

Quem define a boa vitória de Lacerda como uma vitória de Aécio sobre Dilma incide no pecado da ejaculação precoce.

O grande derrotado do primeiro turno, que mede a força original de cada partido, não aquilo que se pode conquistar com alianças da segunda fase, foi o PSDB.

O desempenho tucano sequer qualifica o partido como oponente nacional do PT. Perdeu eleição em Curitiba, onde seu concorrente tinha apoio do governador de Estado, desapareceu em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, terra do vice de José Serra em 2010 – que não é tucano, por sinal. Se a principal vitória do PSDB foi com um candidato do PSB é porque alguma coisa está errada, concorda?

Respeitado por ter chegado em primeiro lugar em São Paulo, Serra já teve desempenhos melhores.

As cenas finais da campanha foram os votos do julgamento do mensalão, transmitidos em horário nobre durante um mês inteiro. Tinham muito mais audiência do que os programas do horário político.

Menino pobre e preto, Joaquim Barbosa já vai sendo apresentado como um contraponto a Lula…

Antes que analistas preconceituosos voltem a dizer que a população de renda mais baixa tem uma postura menos apegada a princípios éticos – suposição que jamais foi confirmada por pesquisadores sérios  — talvez seja prudente recordar que o eleitor é muito mais astuto do que muitos gostariam.

Sabe separar as coisas.

Aprendeu a decodificar o discurso moralista,  severo com uns, benigno com outros, como a turma do mensalão do PSDB-MG, os empresários que jamais foram denunciados na hora devida…

Anunciava-se, até agora, que a eleição seria  nacionalizada e levaria a  um julgamento de Lula.

Não foi. O pleito mostra que o eleitor não mudou de opinião.

O eleitor mostrou, mais uma vez, que adora rir por último.



O PT cresceu 14% em número de prefeituras; o PSDB, futuro DEMO, elegeu 13% menos prefeitos que em 2008.

O Bom (?) Dia Brasil noticiou assim, com a ligeireza com que trata de engarrafamento em Cascadura.

A Folha (*) destacou o menos importante:

PMDB é campeão em número de prefeitos, PT vence em total de votos



Os partidos da base da Dilma e do Lula ganharam a eleição.

A oposição perdeu.

O PSDB ruma ao buraco do DEMO.

Senão, vejamos.

O PMDB ainda é o partido com o maior número de prefeitos, mas caiu 15% em relação a 2008.

O PT cresceu 14% em número de prefeituras.

E é o partido que recebeu mais votos em todo o país – um aumento de 4% em relação a 2008.

O PSB foi ainda melhor.

Cresceu 51% no total de votos e 41% no total de prefeituras.

O PSDB, futuro DEMO, elegeu 13% menos prefeitos que em 2008.

Em todo o país, o número de eleitores do PSDB caiu 4%.

A soma de PMDB com PT e PSB demonstra que a Presidenta Dilma ganhou a eleição.

O Eduardo Campos, também.

O objetivo do PiG (**), agora, será fabricar a oposição entre Dilma e Campos, como tentou separar Lula de Dilma.

O Fernando Henrique foi quem tentou de forma mais ousada, e recebeu como prêmio uma nota devastadora da Dilma, de que não se recuperou até hoje.

Neste domingo, o Farol de Alexandria, que só aparece no PiG (**), mas o PSDB o esconde do palanque, diz que o PSDB deve tentar se aproximar do PSB:

FHC defende aproximação com PSB em 2014



Precisa ver se o Eduardo Campos quer segurar a alça da mala do FHC.

Em tempo: o Conversa Afiada saúda com entusiasmo a retumbante votação do tucano Marcelo Lunus Itagiba para vereador, no Rio: 9 mil votos, num colégio de 4 milhões 700 mil eleitores. Um jênio. Cerra e Daniel Dantas perdem um Legislador de escol.


Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.


Vitória do PT em São José dos Campos


Governada pelo PSDB há 16 anos, São José dos Campos terá uma administração petista a partir de 2013. Carlinhos Almeida (PT) foi eleito ontem com 51% dos votos válidos, ante 43% do tucano 

O Vale do Paraíba, onde a cidade está localizada, é região tradicionalmente tucana, reduto político do governador Geraldo Alckmin, natural de Pindamonhangaba. 

A derrota do PSDB é histórica. O partido está no poder há quatro mandatos seguidos -dois do atual prefeito, Eduardo Cury, e dois do seu antecessor, Emanuel Fernandes.Foi a terceira vez que Carlinhos se candidatou à prefeitura. Vereador e deputado estadual por três mandatos, é deputado federal desde 2011. 






Urnas mostram que povo não culpa PT pelo mensalão

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Há dois meses que a direita midiática brasileira divulga uma realidade paralela na qual todos os seus sonhos se materializariam. O primeiro desses sonhos se refere a Lula, que teria perdido influência junto ao povo. O segundo sonho envolve o PT, que estaria em vias de extinção política. E tudo isso estaria ocorrendo devido ao julgamento do mensalão.
As pesquisas de intenção de voto também vinham sendo cruéis com os petistas por terem mostrado uma realidade paralela que, ao fim do processo eleitoral em primeiro turno, deixou de ser “realidade” e voltou a ser a fantasia que sempre foi.
Temos, porém, que nos deter nesse capítulo: umas duas dezenas de horas antes de fecharem-se as urnas o instituto Datafolha divulgou quadro sobre a disputa eleitoral em São Paulo que não corroborava a teoria sobre a “morte” do PT que os donos desse instituto, entre outros, vinham alardeando, e idealizava o segundo turno dos sonhos da mídia e do PSDB.
No sábado, horas antes da eleição, o Datafolha afirmava que José Serra e Celso Russomano eram os mais cotados para ir ao segundo turno. Todavia, fechadas as urnas, todos descobriram o que este blog vinha dizendo ser a verdade: o instituto de pesquisas do jornal Folha de São Paulo havia produzido uma realidade em vez de se limitar ao dever de relatá-la.
No Datafolha, durante toda a campanha do primeiro turno, Fernando Haddad nunca ficou em segundo lugar, numericamente. Mas ficou nas urnas, que é o que importa.
Todavia, não foi por outra razão que este blogueiro e o doutor Antonio Donizeti da Costa, diretor-jurídico do Movimento dos Sem Mídia, varamos dias a fio elaborando uma denúncia contra fraudes em pesquisas que envolvia o Datafolha e o instituto que é considerado sua antítese, o Vox Populi. Sabíamos que havia algo errado com as pesquisas de um deles. Agora, todos sabem qual é.
Sobre a realidade paralela que a mídia tucana criou, sobre a pseudo débâcle do PT e de Lula, os fatos falam por si. Sobre “efeitos políticos” que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o ministro do Supremo Marco Aurélio de Mello e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso torciam para que resultasse do julgamento do mensalão, não se materializaram.
Talvez a melhor tradução do recado do povo à direita midiático-judiciária seja a eleição em primeiro turno do candidato do PT a prefeito de Osasco, Jorge Lapas. Para quem não sabe, ele substituiu o deputado João Paulo Cunha, recentemente condenado (sem provas) pelo Supremo Tribunal Federal.
Pois bem, o STF impediu a candidatura de um petista e o povo, então, elegeu outro petista. O recado do povo de Osasco foi claríssimo: não acreditamos no julgamento que condenou João Paulo e, então, vamos votar no candidato que ficou em seu lugar. Ponto.
Por todo o país, o PT teve um desempenho tão além do que a mídia previa que até (pasmem) Merval Pereira reconheceu, na Globo News, que “o julgamento do mensalão não teve o efeito esperado”. Ora, Merval, se você lesse a blogosfera – ou ao menos este blog – teria descoberto isso antes.
Claro que o PT ainda pode não vencer em cidades-chave como São Paulo, mas isso, se ocorresse, não mudaria a vitória imensa que o partido obteve no primeiro turno. Nas maiores cidades, o PT certamente é, ao lado do PSB, o partido que mais elegeu vereadores e prefeitos em primeiro turno. Em breve os números estarão aí para quem quiser comprovar.
Mas, para não dizerem que não falei de flores, vamos ao que julgo que ocorrerá em São Paulo no segundo turno.
Gabriel Chalita já avisou que deve se compor com Haddad – até porque, é inimigo figadal de José Serra. Quanto a Celso Russomano, independentemente do que possa querer os eleitores que estavam consigo devem migrar, em expressiva maioria, para o candidato do PT.
Explico: o eleitorado que votou em Russomano é da periferia, do chamado “cinturão vermelho” de São Paulo, um eleitorado entre o qual o PT sempre vence em qualquer eleição para cargos majoritários, seja para prefeito, governador ou presidente. Esse eleitorado estava com Russomano porque julgava que era ele quem tinha mais chance de derrotar Serra.
Sobre o tucano, sua enorme rejeição reside, em grande parte, sabe entre que eleitorado, leitor? Entre o de Haddad e o de Russomano. Não que não exista quem rejeite Serra entre o eleitorado de Gabriel Chalita, mas a periferia paulistana é que dava base a Russomano porque apostava nele para impedir que o atual modelo de gestão de São Paulo prosseguisse.
Claro que, para Haddad, será muito mais duro enfrentar Serra do que o frágil Russomano, que tinha votos emprestados do petista. Afinal, a mídia cairá matando em cima de Haddad para tentar salvar a carreira política do seu aliado tucano. Todavia, Serra não terá mais a ajudinha do Datafolha, que sai desmoralizado do primeiro turno.
O Datafolha pode até praticar suas bruxarias, mas, desta vez, o eleitorado já saberá que não deve lhe dar muita bola.
Claro que mídia e Serra vão tentar, mais uma vez, oferecer mensalão aos paulistanos em vez de propostas para melhorar a cidade. Contudo, mais uma vez o prognóstico deste blog é o de que colherão o mesmo resultado que colheram em todas as eleições nas quais apostaram nessa “bala de prata”.
Quem enxerga o que a direita midiática tenta fazer no Brasil e percebe quão antidemocrático  é, portanto, tem motivos de sobra para comemorar. Como foi dito incontáveis vezes nesta página, a maioria esmagadora do povo não está nem aí para o mensalão. A direita pode ter a mídia e o STF, mas não tem povo – que, ao fim, é quem manda.

 

 

 

Racistas agridem nordestinos no Twitter por votarem em Haddad



De sábado para domingo, repetiu-se fenômeno que se viu em 2010 na rede social Twitter. Uma horda de paulistanos jovens passou a veicular mensagens racistas insultando nordestinos por votarem no candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.
Na imagem acima, o leitor pode ver uma dessas mensagens. Logo abaixo do texto, dá para ver que foi repassada por incríveis 85 outras pessoas.
O fenômeno é escandaloso e recorrente em São Paulo. O preconceito contra nordestinos é extremamente forte nos bairros ricos da cidade. E não é exatamente um preconceito regional, um tipo de xenofobia, mas preconceito racial puro.
Os paulistanos das classes mais abastadas chamam negros e pardos de “baianos”. Se for loirinho, branquinho, pode até ter sotaque nordestino que é aceito. O preconceito da elite de São Paulo é racial mesmo, dirigido a quem tenha traços de negro. É negro, é “baiano”.
Como todo preconceituoso é também um covarde, a jovem que publicou  no Twitter a mensagem supra reproduzida apagou seu perfil naquela rede social logo após começarem a denunciá-la ao Ministério Público e à Safernet. Todavia, há muitos outros.
Essa é uma das razões pelas quais o voto no PT é muito importante sobretudo aqui em São Paulo. Esses racistas são eleitores declarados de José Serra. Em toda eleição na qual ele está envolvido, quando as coisas não vão bem para ele começam a culpar “nordestinos”.
Aliás, vale dizer que essa gente não se limita a insultos racistas na internet. De 2010 para cá, casos de agressões a nordestinos na internet e até em plena rua vêm se sucedendo.
O ódio que Serra espalha para tentar vencer eleições aumenta a intolerância religiosa, sexual, racial e política. Por isso, você, paulistano, neste domingo de eleição, reflita: é preciso derrotar o PSDB nas urnas para livrar a política dessa infecção moral.
Neste domingo, portanto, eu, minha mulher, meu filho e minhas filhas votaremos em Fernando Haddad por uma São Paulo sã, liberta do preconceito, do ódio, da mesquinharia e da insensibilidade que José Serra representa e estimula.

VIRADA EM SÃO PAULO; VITÓRIA EM CARACAS: O ELEITOR RESOLVEU 'METER O BICO'

Foi  um domingo para não esquecer. A história  rugiu, rangeu e se mexeu; repôs certas correlações entre a nervura social e o voto; entre o discernimento popular e o legado histórico de projetos e propostas antagônicas. As urnas falaram e como é natural, em escrutínios municipais marcados por peculiaridades locais, emitiram vereditos ecumênicos. Mas certas linhas se destacaram. Ali onde a natureza da disputa incorporou a  tensão do conflito entre dois grandes blocos de interesses contraditórios -- não apenas no âmbito local, mas nacional e também no plano da crise global-- a resposta do voto desautorizou o prognóstico conservador. Ou seria melhor dizer a torcida e, em alguns casos, a quase fraude?   O domingo mostrou que o mundo seria perfeito para o conservadorismo se a democracia pudesse ser resolvida à frio. No campo  das ilações, digamos, tão a gosto de certas togas e dos interesses aos quais elas se oferecem ao desfrute, sendo por eles obscenamente desfrutadas. Se  bastassem as ilações do Datafolha, por exemplo, Serra iniciaria hoje um passeio pelo segundo turno para desmontar o frágil Russomano. O Datafolha modelou esse cenário e insistiu nele até o último instante, reservando a Haddad uma 3ª colocação algo desanimadora (quem é que gosta de votar em quem vai perder?). Súbito, em 24 horas, o candidato do PT saltou dos 19% que lhe eram atribuídos pelo instituto dos Frias e encostou nos 29%. Como um instituto que se pretende isento não capta um migração de votos dessas proporções? Se Haddad fosse um furacão e o Datafolha um serviço de meteorologia, que destino caberia aos responsáveis por tão clamorosa falha? As ilações --engajadas-- tampouco se revelaram pertinentes na tarefa de derrotar Chávez neste domingo. Maciçamente apresentado como uma ruína política pelo jornalismo conservador --incluindo-se os mervais brasileiros-- o 'autoritário' Chávez venceu Henrique Capriles, num pleito limpo, por uma diferença  superior a mais de um milhão de votos  (54% a 44%).  Um domingo, portanto, memorável em que o eleitor resolveu 'meter  o bico' em São Paulo, em Caracas e outras praças, para horror dos Serras, Aécios e Capriles, que  não suportam  'estrangeiros' em seus currais.  O impacto dessas  transgressões, ademais de desautorizar  e desqualificar  pesquisas e colunistas que agora terão que explicar seus malabarismos de campanha e boca de urna, mais uma vez, inclui também uma advertência às candidaturas de esquerda que seguem para o 2º turno:  é hora de vestir a camisa do bloco  progressista ao qual pertencem, se quiserem obter os votos que  --tradicionalmente--  a eles se destinam.