O vencedor foi Lula
O grande derrotado do primeiro turno foi o PSDB. O desempenho tucano sequer qualifica o partido como oponente nacional do PT.
Paulo Moreira Leite
Eu pergunto quando tempo nossos analistas de plantão vão levar para reconhecer o grande vitorioso do primeiro turno da eleição municipal.
Não, não foi Eduardo Campos, embora o PSB tenha obtido vitorias importantes no Recife e em Belo Horizonte.
Também não foi o PDT, ainda que a vitória de José Fortunatti em Porto Alegre tenha sido consagradora. Terá sido o PSOL? Os “novos partidos”?
O grande vitorioso de domingo foi Luiz Inácio Lula da Silva e é por isso que os coveiros de sua força política passaram o dia de ontem trocando sorrisos amarelos.
Nem sempre é fácil reconhecer o óbvio ululante. É mais fácil lembrar a derrota do PT no Piauí, ou em São Luís.
Nosso leitor Roberto Locatelli lembra: o PT passou o PMDB e foi o partido que mais acumulou votos na eleição. Tinha 550 prefeituras. Agora tem mais de 612.
Vamos combinar: a principal aposta de Lula em 2012 foi Fernando Haddad que, superando as profecias do início da campanha, não só passou para o segundo turno mas entra nessa fase da disputa em posição bastante favorável. Em São Paulo se travou a mãe de todas as batalhas.
Imagino as frases prontas e as previsões sombrias sobre o futuro de Lula e do PT se Haddad tivesse ficado de fora…
A disputa no segundo turno está apenas no início e é cedo para qualquer previsão.
Mas é bom notar que as pesquisas indicam que Haddad é a segunda opção da maioria dos eleitores de Celso Russomano. Uma pesquisa disse até que Haddad poderia chegar em segundo no primeiro turno, mas tinha boas chances de vencer Serra, no segundo. Qual o valor disso agora? Não sei. Mas é bom raciocinar com todas as informações.
Quem assistiu a pelo menos 30 minutos dos debates presidenciais sabe que Gabriel Chalita já tem lado definido desde o início – como adversário de José Serra. O que vai acontecer? Ninguém sabe.
O próprio Serra tem uma imensa taxa de rejeição, que limita, por si só, seu potencial de crescimento.
O apoio de Russomano tem um peso relativo. Se ele não conseguia controlar aliados quando era favorito e podia dar emprego para todo mundo, inclusive para uma peladona de biquini cor de rosa descrita como assessora, imagine agora como terá dificuldades para manter a, digamos, fidelidade partidária…
O mais provável é que seu eleitorado se divida em partes mais ou menos iguais.
Não vejo hipótese da Igreja Universal ficar ao lado de José Serra. Nem Silas Malafaia com Haddad.
A votação de Haddad confirma a liderança de Lula e a disposição dos eleitores em defender o que ele representa. Mostra que o ambiente político de 2010, que levou a eleição de Dilma Rousseff, não foi revertido. Isso não definiu o resultado em cada cidade mas ajudou a compor a situação no país inteiro.
Os 40% de votos que Patrus Ananias obteve em Belo Horizonte mostram um desempenho bem razoável, considerando que o tamanho do condomínio adversário.
Quem define a boa vitória de Lacerda como uma vitória de Aécio sobre Dilma incide no pecado da ejaculação precoce.
O grande derrotado do primeiro turno, que mede a força original de cada partido, não aquilo que se pode conquistar com alianças da segunda fase, foi o PSDB.
O desempenho tucano sequer qualifica o partido como oponente nacional do PT. Perdeu eleição em Curitiba, onde seu concorrente tinha apoio do governador de Estado, desapareceu em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, terra do vice de José Serra em 2010 – que não é tucano, por sinal. Se a principal vitória do PSDB foi com um candidato do PSB é porque alguma coisa está errada, concorda?
Respeitado por ter chegado em primeiro lugar em São Paulo, Serra já teve desempenhos melhores.
As cenas finais da campanha foram os votos do julgamento do mensalão, transmitidos em horário nobre durante um mês inteiro. Tinham muito mais audiência do que os programas do horário político.
Menino pobre e preto, Joaquim Barbosa já vai sendo apresentado como um contraponto a Lula…
Antes que analistas preconceituosos voltem a dizer que a população de renda mais baixa tem uma postura menos apegada a princípios éticos – suposição que jamais foi confirmada por pesquisadores sérios — talvez seja prudente recordar que o eleitor é muito mais astuto do que muitos gostariam.
Sabe separar as coisas.
Aprendeu a decodificar o discurso moralista, severo com uns, benigno com outros, como a turma do mensalão do PSDB-MG, os empresários que jamais foram denunciados na hora devida…
Anunciava-se, até agora, que a eleição seria nacionalizada e levaria a um julgamento de Lula.
Não foi. O pleito mostra que o eleitor não mudou de opinião.
O eleitor mostrou, mais uma vez, que adora rir por último.
Eu pergunto quando tempo nossos analistas de plantão vão levar para reconhecer o grande vitorioso do primeiro turno da eleição municipal.
Não, não foi Eduardo Campos, embora o PSB tenha obtido vitorias importantes no Recife e em Belo Horizonte.
Também não foi o PDT, ainda que a vitória de José Fortunatti em Porto Alegre tenha sido consagradora. Terá sido o PSOL? Os “novos partidos”?
O grande vitorioso de domingo foi Luiz Inácio Lula da Silva e é por isso que os coveiros de sua força política passaram o dia de ontem trocando sorrisos amarelos.
Nem sempre é fácil reconhecer o óbvio ululante. É mais fácil lembrar a derrota do PT no Piauí, ou em São Luís.
Nosso leitor Roberto Locatelli lembra: o PT passou o PMDB e foi o partido que mais acumulou votos na eleição. Tinha 550 prefeituras. Agora tem mais de 612.
Vamos combinar: a principal aposta de Lula em 2012 foi Fernando Haddad que, superando as profecias do início da campanha, não só passou para o segundo turno mas entra nessa fase da disputa em posição bastante favorável. Em São Paulo se travou a mãe de todas as batalhas.
Imagino as frases prontas e as previsões sombrias sobre o futuro de Lula e do PT se Haddad tivesse ficado de fora…
A disputa no segundo turno está apenas no início e é cedo para qualquer previsão.
Mas é bom notar que as pesquisas indicam que Haddad é a segunda opção da maioria dos eleitores de Celso Russomano. Uma pesquisa disse até que Haddad poderia chegar em segundo no primeiro turno, mas tinha boas chances de vencer Serra, no segundo. Qual o valor disso agora? Não sei. Mas é bom raciocinar com todas as informações.
Quem assistiu a pelo menos 30 minutos dos debates presidenciais sabe que Gabriel Chalita já tem lado definido desde o início – como adversário de José Serra. O que vai acontecer? Ninguém sabe.
O próprio Serra tem uma imensa taxa de rejeição, que limita, por si só, seu potencial de crescimento.
O apoio de Russomano tem um peso relativo. Se ele não conseguia controlar aliados quando era favorito e podia dar emprego para todo mundo, inclusive para uma peladona de biquini cor de rosa descrita como assessora, imagine agora como terá dificuldades para manter a, digamos, fidelidade partidária…
O mais provável é que seu eleitorado se divida em partes mais ou menos iguais.
Não vejo hipótese da Igreja Universal ficar ao lado de José Serra. Nem Silas Malafaia com Haddad.
A votação de Haddad confirma a liderança de Lula e a disposição dos eleitores em defender o que ele representa. Mostra que o ambiente político de 2010, que levou a eleição de Dilma Rousseff, não foi revertido. Isso não definiu o resultado em cada cidade mas ajudou a compor a situação no país inteiro.
Os 40% de votos que Patrus Ananias obteve em Belo Horizonte mostram um desempenho bem razoável, considerando que o tamanho do condomínio adversário.
Quem define a boa vitória de Lacerda como uma vitória de Aécio sobre Dilma incide no pecado da ejaculação precoce.
O grande derrotado do primeiro turno, que mede a força original de cada partido, não aquilo que se pode conquistar com alianças da segunda fase, foi o PSDB.
O desempenho tucano sequer qualifica o partido como oponente nacional do PT. Perdeu eleição em Curitiba, onde seu concorrente tinha apoio do governador de Estado, desapareceu em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, terra do vice de José Serra em 2010 – que não é tucano, por sinal. Se a principal vitória do PSDB foi com um candidato do PSB é porque alguma coisa está errada, concorda?
Respeitado por ter chegado em primeiro lugar em São Paulo, Serra já teve desempenhos melhores.
As cenas finais da campanha foram os votos do julgamento do mensalão, transmitidos em horário nobre durante um mês inteiro. Tinham muito mais audiência do que os programas do horário político.
Menino pobre e preto, Joaquim Barbosa já vai sendo apresentado como um contraponto a Lula…
Antes que analistas preconceituosos voltem a dizer que a população de renda mais baixa tem uma postura menos apegada a princípios éticos – suposição que jamais foi confirmada por pesquisadores sérios — talvez seja prudente recordar que o eleitor é muito mais astuto do que muitos gostariam.
Sabe separar as coisas.
Aprendeu a decodificar o discurso moralista, severo com uns, benigno com outros, como a turma do mensalão do PSDB-MG, os empresários que jamais foram denunciados na hora devida…
Anunciava-se, até agora, que a eleição seria nacionalizada e levaria a um julgamento de Lula.
Não foi. O pleito mostra que o eleitor não mudou de opinião.
O eleitor mostrou, mais uma vez, que adora rir por último.
O PT cresceu 14% em número de prefeituras; o PSDB, futuro DEMO, elegeu 13% menos prefeitos que em 2008.
O Bom (?) Dia Brasil noticiou assim, com a ligeireza com que trata de engarrafamento em Cascadura.
A Folha (*) destacou o menos importante:
A Folha (*) destacou o menos importante:
PMDB é campeão em número de prefeitos, PT vence em total de votos
Os partidos da base da Dilma e do Lula ganharam a eleição.
A oposição perdeu.
O PSDB ruma ao buraco do DEMO.
Senão, vejamos.
O PMDB ainda é o partido com o maior número de prefeitos, mas caiu 15% em relação a 2008.
O PT cresceu 14% em número de prefeituras.
E é o partido que recebeu mais votos em todo o país – um aumento de 4% em relação a 2008.
O PSB foi ainda melhor.
Cresceu 51% no total de votos e 41% no total de prefeituras.
O PSDB, futuro DEMO, elegeu 13% menos prefeitos que em 2008.
Em todo o país, o número de eleitores do PSDB caiu 4%.
A soma de PMDB com PT e PSB demonstra que a Presidenta Dilma ganhou a eleição.
O Eduardo Campos, também.
O objetivo do PiG (**), agora, será fabricar a oposição entre Dilma e Campos, como tentou separar Lula de Dilma.
O Fernando Henrique foi quem tentou de forma mais ousada, e recebeu como prêmio uma nota devastadora da Dilma, de que não se recuperou até hoje.
Neste domingo, o Farol de Alexandria, que só aparece no PiG (**), mas o PSDB o esconde do palanque, diz que o PSDB deve tentar se aproximar do PSB:
FHC defende aproximação com PSB em 2014
Precisa ver se o Eduardo Campos quer segurar a alça da mala do FHC.
Em tempo: o Conversa Afiada saúda com entusiasmo a retumbante votação do tucano Marcelo Lunus Itagiba para vereador, no Rio: 9 mil votos, num colégio de 4 milhões 700 mil eleitores. Um jênio. Cerra e Daniel Dantas perdem um Legislador de escol.
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
Vitória do PT em São José dos Campos
Governada pelo PSDB há 16 anos, São José dos Campos terá uma administração petista a partir de 2013. Carlinhos Almeida (PT) foi eleito ontem com 51% dos votos válidos, ante 43% do tucano
O Vale do Paraíba, onde a cidade está localizada, é região tradicionalmente tucana, reduto político do governador Geraldo Alckmin, natural de Pindamonhangaba.
A derrota do PSDB é histórica. O partido está no poder há quatro mandatos seguidos -dois do atual prefeito, Eduardo Cury, e dois do seu antecessor, Emanuel Fernandes.Foi a terceira vez que Carlinhos se candidatou à prefeitura. Vereador e deputado estadual por três mandatos, é deputado federal desde 2011.