O Conversa Afiada acaba de receber um documento sob a forma da “Nota de esclarecimento”, assinado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr, da TV Record.
Trata-se de súmula do depoimento que prestou hoje à Polícia Federal em São Paulo, a propósito da “Operação Caribe” sobre lavagem de dinheiro.
O depoimento é em torno do livro que Amaury lançará em breve e que já aloprou Serra – clique aqui para ler “O Livro que aloprou Serra”.
Como leitura complementar, leia o que Leandro Fortes e a Carta Capital publicaram: como a filha de Serra e a irmã de Dantas abriram 50 milhões de sigilos fiscais e o Governo FHC/Serra abafou.
Neste documento, Amaury reafirma que suas fontes são públicas.
Não violou nenhum sigilo na Receita.
E o mais importante: todos os documentos de seu livro estão, desde hoje, de posse da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, além das promotorias distritais de Miami e de Nova York.
Vai chover pena de tucano para todo lado.
Para ajudar o amigo navegante a entender a questão, o Conversa Afiada publica a “Nota de Esclarecimento”
E e o post que aloprou Serra e trata, com detalhes, da filha do Serra e de seu genro :
Livro desnuda a relação de Serra com Dantas. É por isso que Serra se aloprou
O Conversa Afiada recebeu de amigo navegante mineiro o texto que serve de introdução ao livro “Os porões da privataria” de Amaury Ribeiro Jr., que será lançado logo depois da Copa, em capítulos, na internet.
Vai desembarcar na eleição.
É um trabalho de dez anos de Amaury Ribeiro Jr, que começou quando ele era do Globo e se aprofundou com uma reportagem na IstoÉ sobre a CPI do Banestado.
Não são documentos obtidos com espionagem – como quer fazer crer o PiG (*), na feroz defesa de Serra.
É o resultado de um trabalho minucioso, em cima de documentos oficiais e de fé pública.
Um dos documentos Amaury Ribeiro obteve depois de a Justiça lhe conceder “exceção da verdade”, num processo que Ricardo Sergio de Oliveira move contra ele. E perdeu.
O processo onde se encontram muitos documentos foi emcaminhado à Justiça pelo notável tucano Antero Paes e Barros e pelo relator da CPI do Banestado, o petista José Mentor.
Amaury mostra, pela primeira vez, a prova concreta de como, quanto e onde Ricardo Sergio recebeu pela privatização.
Num outro documento, aparece o ex-sócio de Serra e primo de Serra, Gregório Marin Preciado no ato de pagar mais de US$ 10 milhões a uma empresa de Ricardo Sergio.
As relações entre o genro de Serra e o banqueiro Daniel Dantas estão esmiuçadas de forma exaustiva nos documentos a que Amaury teve acesso. O escritório de lavagem de dinheiro Citco Building, nas Ilhas Virgens britânicas, um paraíso fiscal, abrigava a conta de todo o alto tucanato que participou da privataria.
Não foi a Dilma quem falou da empresa da filha do Serra com a irmã do Dantas. Foi o Conversa Afiada.
Que dedica a essa assunto – Serra com Dantas – uma especial atenção.
Leia a introdução ao livro que aloprou o Serra:
Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Quando a ascensão social causa medo e perplexidade
por Luiz Carlos Azenha
Há, por toda parte, da direita à esquerda, uma certa perplexidade. Intelectuais à esquerda e à direita se debruçam sobre a campanha eleitoral com uma ponta de saudosismo em relação ao passado e desprezo pela aparente despolitização do eleitorado. O domínio do marketing, a presença do Tiririca e a influência de Lula são apontados como sinais de que a democracia brasileira está às vésperas de um naufrágio.
Em um caderno especial, “Desafios do Novo Presidente”, o Estadão exibe sua saudade de um tempo em que ainda era possível controlar o protagonismo das multidões para negociar, por cima, uma “solução política”. Foi assim no movimento das Diretas Já! , em que o vozerio das ruas foi instrumentalizado para buscar uma democracia “de bastidores”. “Democracia à brasileira”, anuncia o Estadão, obviamente sem notar a ironia da foto que escolheu. Se tivesse escolhido uma imagem da greve dos metalúrgicos do ABC, em 1980, não seria, naturalmente, o Estadão, embora a greve tenha sido o golpe que de fato chacoalhou o regime militar.
Na Folha, um colunista identificou no Tiririca o símbolo de tudo o que há de errado com a política brasileira. Ele se esqueceu que a despolitização é herança da cidadania negada e está explícita não só nos candidatos bizarros, mas também em partidos que não resistem a prévias internas para a escolha do candidato a presidente. O dedaço, como se sabe, é um mal apenas quando praticado pelo atual presidente da República, nunca quando se dá em um apartamento de Higienópolis. Politização exige engajamento. A amnésia do colunista se estende à campanha movida contra as tênues tentativas do governo Lula de promover a cidadania política, através das conferências nacionais e do Plano Nacional de Direitos Humanos, campanha da qual fez parte… a Folha.
O Globo de domingo gastou uma página inteira de papel e tinta para falar em Vazio de ideias, por que a apatia e a ausência de reflexão tomaram conta da campanha eleitoral. Na página, o poeta Claufe Rodrigues prega “mudar radicalmente o sistema de representação”. Será que ele sonha com o voto censitário? O jornalista Eugenio Bucci trata como “discurso autoritário” a propaganda eleitoral de Dilma Rousseff que dá ênfase à ascensão social (‘”pusemos” não sei quantos brasileiros na classe média’). O sociólogo Bernardo Sorj fala em “massa apática”, sustentada pela “classe média pagadora, que se preocupa com problemas como liberdade de expressão, transparência do Estado e corrupção”.
Curiosamente, as pílulas de O Globo revelam mais sobre os entrevistados do que sobre a população brasileira, os eleitores brasileiros e a conjuntura política e econômica do Brasil. Revelam desconhecimento, preguiça intelectual e a falta de reflexão que eles, os entrevistados, preferem atribuir — como sempre — “aos outros”.
Infelizmente, pouca gente tem se dedicado até agora a estudar a erupção política de milhões de brasileiros como resultado da ascensão social que eles viveram nos últimos anos. O fenômeno, em números, foi retratado mais recentemente no estudo A Nova Classe Média: o Lado Brilhante dos Pobres, da Fundação Getúlio Vargas. Do ponto de vista da ciência política, foi estudado por André Singer, em Raízes sociais e ideológicas do Lulismo.
Além da ignorância, no entanto, torcer o nariz para a atual campanha eleitoral também serve a um objetivo político: desqualificar antecipadamente os eleitos. Para além do golpismo, no entanto, está a perplexidade de classe — e aqui localizamos a esquina onde se encontram direitistas e esquerdistas (alguns, pelo menos). O Brasil é um país de extrema concentração de poder, de riqueza e de saber. E o fenômeno que vai influenciar as eleições brasileiras a longo prazo representa uma ameaça a essa sociedade, em que as “ideias” políticas, de comportamento e de consumo “vertem” dos ungidos em direção às massas.
Assistimos, em câmera lenta, a uma revolução nos papéis sociais, que vai se acelerar quando a ascensão econômica se combinar com a interiorização do conhecimento, o acesso à universidade e as tecnologias de informação.
Perplexos, os que se acreditam mantenedores de nossa ordem hierarquizada confundem sua irrelevância com a decadência definitiva da democracia brasileira. É um jeito elegante de dizer que eles sentem desprezo pelos pobres.
Há, por toda parte, da direita à esquerda, uma certa perplexidade. Intelectuais à esquerda e à direita se debruçam sobre a campanha eleitoral com uma ponta de saudosismo em relação ao passado e desprezo pela aparente despolitização do eleitorado. O domínio do marketing, a presença do Tiririca e a influência de Lula são apontados como sinais de que a democracia brasileira está às vésperas de um naufrágio.
Em um caderno especial, “Desafios do Novo Presidente”, o Estadão exibe sua saudade de um tempo em que ainda era possível controlar o protagonismo das multidões para negociar, por cima, uma “solução política”. Foi assim no movimento das Diretas Já! , em que o vozerio das ruas foi instrumentalizado para buscar uma democracia “de bastidores”. “Democracia à brasileira”, anuncia o Estadão, obviamente sem notar a ironia da foto que escolheu. Se tivesse escolhido uma imagem da greve dos metalúrgicos do ABC, em 1980, não seria, naturalmente, o Estadão, embora a greve tenha sido o golpe que de fato chacoalhou o regime militar.
Na Folha, um colunista identificou no Tiririca o símbolo de tudo o que há de errado com a política brasileira. Ele se esqueceu que a despolitização é herança da cidadania negada e está explícita não só nos candidatos bizarros, mas também em partidos que não resistem a prévias internas para a escolha do candidato a presidente. O dedaço, como se sabe, é um mal apenas quando praticado pelo atual presidente da República, nunca quando se dá em um apartamento de Higienópolis. Politização exige engajamento. A amnésia do colunista se estende à campanha movida contra as tênues tentativas do governo Lula de promover a cidadania política, através das conferências nacionais e do Plano Nacional de Direitos Humanos, campanha da qual fez parte… a Folha.
O Globo de domingo gastou uma página inteira de papel e tinta para falar em Vazio de ideias, por que a apatia e a ausência de reflexão tomaram conta da campanha eleitoral. Na página, o poeta Claufe Rodrigues prega “mudar radicalmente o sistema de representação”. Será que ele sonha com o voto censitário? O jornalista Eugenio Bucci trata como “discurso autoritário” a propaganda eleitoral de Dilma Rousseff que dá ênfase à ascensão social (‘”pusemos” não sei quantos brasileiros na classe média’). O sociólogo Bernardo Sorj fala em “massa apática”, sustentada pela “classe média pagadora, que se preocupa com problemas como liberdade de expressão, transparência do Estado e corrupção”.
Curiosamente, as pílulas de O Globo revelam mais sobre os entrevistados do que sobre a população brasileira, os eleitores brasileiros e a conjuntura política e econômica do Brasil. Revelam desconhecimento, preguiça intelectual e a falta de reflexão que eles, os entrevistados, preferem atribuir — como sempre — “aos outros”.
Infelizmente, pouca gente tem se dedicado até agora a estudar a erupção política de milhões de brasileiros como resultado da ascensão social que eles viveram nos últimos anos. O fenômeno, em números, foi retratado mais recentemente no estudo A Nova Classe Média: o Lado Brilhante dos Pobres, da Fundação Getúlio Vargas. Do ponto de vista da ciência política, foi estudado por André Singer, em Raízes sociais e ideológicas do Lulismo.
Além da ignorância, no entanto, torcer o nariz para a atual campanha eleitoral também serve a um objetivo político: desqualificar antecipadamente os eleitos. Para além do golpismo, no entanto, está a perplexidade de classe — e aqui localizamos a esquina onde se encontram direitistas e esquerdistas (alguns, pelo menos). O Brasil é um país de extrema concentração de poder, de riqueza e de saber. E o fenômeno que vai influenciar as eleições brasileiras a longo prazo representa uma ameaça a essa sociedade, em que as “ideias” políticas, de comportamento e de consumo “vertem” dos ungidos em direção às massas.
Assistimos, em câmera lenta, a uma revolução nos papéis sociais, que vai se acelerar quando a ascensão econômica se combinar com a interiorização do conhecimento, o acesso à universidade e as tecnologias de informação.
Perplexos, os que se acreditam mantenedores de nossa ordem hierarquizada confundem sua irrelevância com a decadência definitiva da democracia brasileira. É um jeito elegante de dizer que eles sentem desprezo pelos pobres.
O dossiê Erenice preparado pela turma do Serra
"Ele [delegado Onésimo] disse que esse grupo do Itagiba, depois de vasculhar a vida do Aécio Neves e da Dilma e não ter encontrado nada contra, eles estavam desesperados. E disse que tem uns 500 dossiês..."
Amaury Ribeiro Júnior, em entrevista à Folha de São Paulo, 07/06/2010
Por que da madrugada do sábado até domingo surgiu uma avalanche de notícias que devassou a vida da família da Ministra Erenice Guerra?
Só pode ser DOSSIÊ previamente preparado por alguém MUITO ligado e MUITO interessado em eleger José Serra, porque a imprensa não teria tempo hábil para fazer essa devassa no fim de semana.
E este DOSSIÊ Erenice está sendo distribuído diluído em diversos órgãos de imprensa operando em estreita ligação com a campanha de Serra.
Se fosse um dossiê com denúncias consistentes, tudo bem, teria mais é que ser denunciado mesmo, mas até agora, não há nenhuma acusação que tenha consistência de fato. Tudo publicado até aqui contra ela são informações recheadas de mentiras, outras procurando confundir para levantar suspeitas e dúvidas sobre a conduta da ministra, sem uma apuração, sem tipificar se há de fato algum ilícito.
Na madrugada do sábado foi a "reporcagem" da revista Veja, com falso dono de empresa e falso contrato.
No domingo "descobriram" a simples existência da abertura de uma microempresa familiar de 1997 (época em que FHC reinava), como se fosse uma "denúncia". O que essa empresa fez de errado? Ou pelo menos, o que ela fez de fato? A "reporcagem" não diz nada. Apenas diz que se é da família de Erenice, logo tem que ser suspeita.
Também "descobriram" que o filho de Erenice já trabalhou na ANAC, e depois disso, com sua experiência e conhecimentos profissionais na área, trabalhou em escritórios privados. Desde quando trabalhar é crime? Se houvesse denúncia de que foi funcionário fantasma, como no caso da filha de FHC, faria sentido. Se a notícia trouxesse comprovações de tráfico de influência faria sentido. Mas apenas o fato de trabalhar virar uma manchete "denunciando", chega a ser ridículo.
Se fosse assim todos os juízes e procuradores que abriram escritório de advocacia após se aposentarem, todos teriam que ser suspeitos de fazerem tráfico de influência nos tribunais em que trabalharam.
O mesmo ocorre com outros parentes da Ministra, alguns funcionários públicos ou ex-funcionários, outros profissionais liberais, como advogados que, se vivem e trabalham em Brasília, uma cidade repleta de órgãos públicos, é óbvio que em algum dia terão causas envolvendo estes órgãos. Onde está o ilícito? A imprensa não fala, apenas suspeita.
A imprensa pode suspeitar o que quiser de quem quiser, mas que apure estas suspeitas antes de publicar para ver se tem fundamento. Fazer falsas denúncias, sem apurar, apenas para depreciar a imagem das pessoas, é um jornalismo de calúnias (o que, aliás, virou regra nos manuais de redação do PIG em se tratando de gente ligada ao governo Lula).
É óbvio que o dossiê Erenice estava pronto, na gaveta. O dossiê não encontrou nada que rendesse um "bom escândalo", que justificasse ser divulgado antes.
Há 3 semanas das eleições, com a revista Carta Capital colocando a filha de Serra no olho do furacão do vazamento de sigilos bancários, sem nada melhor nas mãos, a turma dos dossiês de José Serra espalharam o dossiê Erenice, fraquinho mesmo, deixando por conta da criatividade dos editores do PIG carregarem nas tintas com ilações.
Deve ter outros dossiês na gaveta, vasculhando a vida da Dilma, da filha da Dilma, e provavelmente não encontraram nada que rendesse um "bom" escândalo, senão já teria saído.
Se não podem desgastar frontalmente Dilma e Lula, o objetivo é desgastar pelas bordas, criando no imaginário popular um clima de suspeição sobre o governo Lula, preparando o terreno para o eleitor incauto suspeitar até de boatos às vésperas das eleições.
Se soltassem um dossiê falso contra Dilma agora, seria desmentido poucas horas pela internet e até as eleições o efeito seria bumerangue, voltando-se contra a candidatura do Zé Baixaria.
O dossiê Erenice, é preparação de terreno, para soltar um dossiê falso contra Dilma na véspera das eleições, no estilo das fichas falsas que a Folha de São Paulo já publicou.
Tem que ser na véspera, para dar menos tempo de desmentir. O desmentido na internet virá a tempo, mas não chegará a todo mundo que assistirá o Jornal Nacional.
Junto com o dossiê falso contra Dilma e os boatos, virá o chavão em todos os editoriais e discursos, incluindo de candidaturas auxiliares como de Marina Silva: "É melhor levar a eleição para o segundo turno, para ter certeza se é só boato ou não".
Esse chavão já foi usado nas eleições de 2006.
É esse o golpe anunciado que está em curso.
Todo mundo ficou sabendo que filha de Serra tinha negócios em paraísos fiscais no dia 4 de junho
Os "blogs sujos" como o nosso e o Conversa Afiada, no dia 4 de junho deste ano,mostramos a introdução do livro de Amaury Ribeiro Júnior, que repetimos abaixo.
Introdução ao livro que aloprou o Serra:
Os porões da privataria
Quem recebeu e quem pagou propina. Quem enriqueceu na função pública. Quem usou o poder para jogar dinheiro público na ciranda da privataria. Quem obteve perdões escandalosos de bancos públicos. Quem assistiu os parentes movimentarem milhões em paraísos fiscais. Um livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que trabalhou nas mais importantes redações do país, tornando-se um especialista na investigação de crimes de lavagem do dinheiro, vai descrever os porões da privatização da era FHC. Seus personagens pensaram ou pilotaram o processo de venda das empresas estatais. Ou se aproveitaram do processo. Ribeiro Jr. promete mostrar, além disso, como ter parentes ou amigos no alto tucanato ajudou a construir fortunas. Entre as figuras de destaque da narrativa estão o ex-tesoureiro de campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, Ricardo Sérgio de Oliveira, o próprio Serra e três dos seus parentes: a filha Verônica Serra, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marin Preciado. Todos eles, afirma, tem o que explicar ao Brasil.
Ribeiro Jr. vai detalhar, por exemplo, as ligações perigosas de José Serra com seu clã. A começar por seu primo Gregório Marín Preciado, casado com a prima do ex-governador Vicência Talan Marín. Além de primos, os dois foram sócios. O “Espanhol”, como (Marin) é conhecido, precisa explicar onde obteve US$ 3,2 milhões para depositar em contas de uma empresa vinculada a Ricardo Sérgio de Oliveira, homem-forte do Banco do Brasil durante as privatizações dos anos 1990. E continuará relatando como funcionam as empresas offshores semeadas em paraísos fiscais do Caribe pela filha – e sócia — do ex-governador, Verônica Serra e por seu genro, Alexandre Bourgeois. Como os dois tiram vantagem das suas operações, como seu dinheiro ingressa no Brasil …
Atrás da máxima “Siga o dinheiro!”, Ribeiro Jr perseguiu o caminho de ida e volta dos valores movimentados por políticos e empresários entre o Brasil e os paraísos fiscais do Caribe, mais especificamente as Ilhas Virgens Britânicas, descoberta por Cristóvão Colombo em 1493 e por muitos brasileiros espertos depois disso. Nestas ilhas, uma empresa equivale a uma caixa postal, as contas bancárias ocultam o nome do titular e a população de pessoas jurídicas é maior do que a de pessoas de carne e osso. Não é por acaso que todo dinheiro de origem suspeita busca refúgio nos paraísos fiscais, onde também são purificados os recursos do narcotráfico, do contrabando, do tráfico de mulheres, do terrorismo e da corrupção.
A trajetória do empresário Gregório Marin Preciado, ex-sócio, doador de campanha e primo do candidato do PSDB à Presidência da República mescla uma atuação no Brasil e no exterior.
Ex-integrante do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), então o banco público paulista – nomeado quando Serra era secretário de planejamento do governo estadual, Preciado obteve uma redução de sua dívida no Banco do Brasil de R$ 448 milhões (1) para irrisórios R$ 4,1 milhões. Na época, Ricardo Sérgio de Oliveira era diretor da área internacional do BB e o todo-poderoso articulador das privatizações sob FHC.
(Ricardo Sergio é aquele do “estamos no limite da irresponsabilidade. Se der m… “, o momento Péricles de Atenas do Governo do Farol – PHA)
Ricardo Sérgio também ajudaria o primo de Serra, representante da Iberdrola, da Espanha, a montar o consórcio Guaraniana. Sob influência do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, mesmo sendo Preciado devedor milionário e relapso do BB, o banco também se juntaria ao Guaraniana para disputar e ganhar o leilão de três estatais do setor elétrico (2).
O que é mais inexplicável, segundo o autor, é que o primo de Serra, imerso em dívidas, tenha depositado US$ 3,2 milhões no exterior através da chamada conta Beacon Hill, no banco JP Morgan Chase, em Nova York. É o que revelam documentos inéditos obtidos dos registros da própria Beacon Hill em poder de Ribeiro Jr. E mais importante ainda é que a bolada tenha beneficiado a Franton Interprises. Coincidentemente, a mesma empresa que recebeu depósitos do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, Ricardo Sérgio de Oliveira, de seu sócio Ronaldo de Souza e da empresa de ambos, a Consultatun. A Franton, segundo Ribeiro, pertence a Ricardo Sérgio.
A documentação da Beacon Hill levantada pelo repórter investigativo radiografa uma notável movimentação bancária nos Estados Unidos realizada pelo primo supostamente arruinado do ex-governador. Os comprovantes detalham que a dinheirama depositada pelo parente do candidato tucano à Presidência na Franton oscila de US$ 17 mil (3 de outubro de 2001) até US$ 375 mil (10 de outubro de 2002). Os lançamentos presentes na base de dados da Beacon Hill se referem a três anos. E indicam que Preciado lidou com enormes somas em dois anos eleitorais – 1998 e 2002 – e em outro pré-eleitoral – 2001. Seu período mais prolífico foi 2002, quando o primo disputou a presidência contra Lula. A soma depositada bateu em US$ 1,5 milhão.
O maior depósito do endividado primo de Serra na Beacon Hill, porém, ocorreu em 25 de setembro de 2001. Foi quando destinou à offshore Rigler o montante de US$ 404 mil. A Rigler, aberta no Uruguai, outro paraíso fiscal, pertenceria ao doleiro carioca Dario Messer, figurinha fácil desse universo de transações subterrâneas. Na operação Sexta-Feira 13, da Polícia Federal, desfechada no ano passado, o Ministério Público Federal apontou Messer como um dos autores do ilusionismo financeiro que movimentou, através de contas no exterior, US$ 20 milhões derivados de fraudes praticadas por três empresários em licitações do Ministério da Saúde.
O esquema Beacon Hill enredou vários famosos, entre eles o banqueiro Daniel Dantas. Investigada no Brasil e nos Estados Unidos, a Beacon Hill foi condenada pela justiça norte-americana, em 2004, por operar contra a lei.
Percorrendo os caminhos e descaminhos dos milhões extraídos do país para passear nos paraísos fiscais, Ribeiro Jr. constatou a prodigalidade com que o círculo mais íntimo dos cardeais tucanos abre empresas nestes édens financeiros sob as palmeiras e o sol do Caribe. Foi assim com Verônica Serra. Sócia do pai na ACP Análise da Conjuntura, firma que funcionava em São Paulo em imóvel de Gregório Preciado, Verônica começou instalando, na Flórida, a empresa Decidir.com.br, em sociedade com Verônica Dantas, irmã e sócia do banqueiro Daniel Dantas, que arrematou várias empresas nos leilões de privatização realizados na era FHC.
Financiada pelo banco Opportunity, de Dantas, a empresa possui capital de US$ 5 milhões. Logo se transfere com o nome Decidir International Limited para o escritório do Ctco Building, em Road Town, ilha de Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas. A Decidir do Caribe consegue trazer todo o ervanário para o Brasil ao comprar R$ 10 milhões em ações da Decidir do Brasil.com.br, que funciona no escritório da própria Verônica Serra, vice-presidente da empresa. Como se percebe, todas as empresas tem o mesmo nome. É o que Ribeiro Jr. apelida de “empresas-camaleão”. No jogo de gato e rato com quem estiver interessado em saber, de fato, o que as empresas representam e praticam é preciso apagar as pegadas. É uma das dissimulações mais corriqueiras detectada na investigação.
Não é outro o estratagema seguido pelo marido de Verônica, o empresário Alexandre Bourgeois. O genro de Serra abre a Iconexa Inc no mesmo escritório do Ctco Building, nas Ilhas Virgens Britânicas, que interna dinheiro no Brasil ao investir R$ 7,5 milhões em ações da Superbird. com.br que depois muda de nome para Iconexa S.A…Cria também a Vex capital no Ctco Building, enquanto Verônica passa a movimentar a Oltec Management no mesmo paraíso fiscal. “São empresas-ônibus”, na expressão de Ribeiro Jr., ou seja, levam dinheiro de um lado para o outro.
De modo geral, as offshores cumprem o papel de justificar perante o Banco Central e à Receita Federal a entrada de capital estrangeiro por meio da aquisição de cotas de outras empresas, geralmente de capital fechado, abertas no país. Muitas vezes, as offshores compram ações de empresas brasileiras em operações casadas na Bolsa de Valores. São frequentemente operações simuladas tendo como finalidade única internar dinheiro nas quais os procuradores dessas offshores acabam comprando ações de suas próprias empresas… Em outras ocasiões, a entrada de capital acontecia através de sucessivos aumentos de capital da empresa brasileira pela sócia cotista no Caribe, maneira de obter do BC a autorização de aporte do capital no Brasil. Um emprego alternativo das offshores é usá-las para adquirir imóveis no país.
Depois de manusear centenas de documentos, Ribeiro Jr. observa que Ricardo Sérgio, o pivô das privatizações — que articulou os consórcios usando o dinheiro do BB e do fundo de previdência dos funcionários do banco, a Previ, “no limite da irresponsabilidade” conforme foi gravado no famoso “Grampo do BNDES” — foi o pioneiro nas aventuras caribenhas entre o alto tucanato. Abriu a trilha rumo às offshores e as contas sigilosas da América Central ainda nos anos 1980. Fundou a offshore Andover, que depositaria dinheiro na Westchester, em São Paulo, que também lhe pertenceria…
Ribeiro Jr. promete outras revelações. Uma delas diz respeito a um dos maiores empresários brasileiros, suspeito de pagar propina durante o leilão das estatais, o que sempre desmentiu. Agora, porém, existe evidência, também obtida na conta Beacon Hill, do pagamento da US$ 410 mil por parte da empresa offshore Infinity Trading, pertencente ao empresário, à Franton Interprises, ligada a Ricardo Sérgio.
(1)A dívida de Preciado com o Banco do Brasil foi estimada em US$ 140 milhões, segundo declarou o próprio devedor. Esta quantia foi convertida em reais tendo-se como base a cotação cambial do período de aproximadamente R$ 3,2 por um dólar.
(2)As empresas arrematadas foram a Coelba, da Bahia, a Cosern, do Rio Grande do Norte, e a Celpe, de Pernambuco.
Introdução ao livro que aloprou o Serra:
Os porões da privataria
Quem recebeu e quem pagou propina. Quem enriqueceu na função pública. Quem usou o poder para jogar dinheiro público na ciranda da privataria. Quem obteve perdões escandalosos de bancos públicos. Quem assistiu os parentes movimentarem milhões em paraísos fiscais. Um livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que trabalhou nas mais importantes redações do país, tornando-se um especialista na investigação de crimes de lavagem do dinheiro, vai descrever os porões da privatização da era FHC. Seus personagens pensaram ou pilotaram o processo de venda das empresas estatais. Ou se aproveitaram do processo. Ribeiro Jr. promete mostrar, além disso, como ter parentes ou amigos no alto tucanato ajudou a construir fortunas. Entre as figuras de destaque da narrativa estão o ex-tesoureiro de campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, Ricardo Sérgio de Oliveira, o próprio Serra e três dos seus parentes: a filha Verônica Serra, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marin Preciado. Todos eles, afirma, tem o que explicar ao Brasil.
Ribeiro Jr. vai detalhar, por exemplo, as ligações perigosas de José Serra com seu clã. A começar por seu primo Gregório Marín Preciado, casado com a prima do ex-governador Vicência Talan Marín. Além de primos, os dois foram sócios. O “Espanhol”, como (Marin) é conhecido, precisa explicar onde obteve US$ 3,2 milhões para depositar em contas de uma empresa vinculada a Ricardo Sérgio de Oliveira, homem-forte do Banco do Brasil durante as privatizações dos anos 1990. E continuará relatando como funcionam as empresas offshores semeadas em paraísos fiscais do Caribe pela filha – e sócia — do ex-governador, Verônica Serra e por seu genro, Alexandre Bourgeois. Como os dois tiram vantagem das suas operações, como seu dinheiro ingressa no Brasil …
Atrás da máxima “Siga o dinheiro!”, Ribeiro Jr perseguiu o caminho de ida e volta dos valores movimentados por políticos e empresários entre o Brasil e os paraísos fiscais do Caribe, mais especificamente as Ilhas Virgens Britânicas, descoberta por Cristóvão Colombo em 1493 e por muitos brasileiros espertos depois disso. Nestas ilhas, uma empresa equivale a uma caixa postal, as contas bancárias ocultam o nome do titular e a população de pessoas jurídicas é maior do que a de pessoas de carne e osso. Não é por acaso que todo dinheiro de origem suspeita busca refúgio nos paraísos fiscais, onde também são purificados os recursos do narcotráfico, do contrabando, do tráfico de mulheres, do terrorismo e da corrupção.
A trajetória do empresário Gregório Marin Preciado, ex-sócio, doador de campanha e primo do candidato do PSDB à Presidência da República mescla uma atuação no Brasil e no exterior.
Ex-integrante do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), então o banco público paulista – nomeado quando Serra era secretário de planejamento do governo estadual, Preciado obteve uma redução de sua dívida no Banco do Brasil de R$ 448 milhões (1) para irrisórios R$ 4,1 milhões. Na época, Ricardo Sérgio de Oliveira era diretor da área internacional do BB e o todo-poderoso articulador das privatizações sob FHC.
(Ricardo Sergio é aquele do “estamos no limite da irresponsabilidade. Se der m… “, o momento Péricles de Atenas do Governo do Farol – PHA)
Ricardo Sérgio também ajudaria o primo de Serra, representante da Iberdrola, da Espanha, a montar o consórcio Guaraniana. Sob influência do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, mesmo sendo Preciado devedor milionário e relapso do BB, o banco também se juntaria ao Guaraniana para disputar e ganhar o leilão de três estatais do setor elétrico (2).
O que é mais inexplicável, segundo o autor, é que o primo de Serra, imerso em dívidas, tenha depositado US$ 3,2 milhões no exterior através da chamada conta Beacon Hill, no banco JP Morgan Chase, em Nova York. É o que revelam documentos inéditos obtidos dos registros da própria Beacon Hill em poder de Ribeiro Jr. E mais importante ainda é que a bolada tenha beneficiado a Franton Interprises. Coincidentemente, a mesma empresa que recebeu depósitos do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, Ricardo Sérgio de Oliveira, de seu sócio Ronaldo de Souza e da empresa de ambos, a Consultatun. A Franton, segundo Ribeiro, pertence a Ricardo Sérgio.
A documentação da Beacon Hill levantada pelo repórter investigativo radiografa uma notável movimentação bancária nos Estados Unidos realizada pelo primo supostamente arruinado do ex-governador. Os comprovantes detalham que a dinheirama depositada pelo parente do candidato tucano à Presidência na Franton oscila de US$ 17 mil (3 de outubro de 2001) até US$ 375 mil (10 de outubro de 2002). Os lançamentos presentes na base de dados da Beacon Hill se referem a três anos. E indicam que Preciado lidou com enormes somas em dois anos eleitorais – 1998 e 2002 – e em outro pré-eleitoral – 2001. Seu período mais prolífico foi 2002, quando o primo disputou a presidência contra Lula. A soma depositada bateu em US$ 1,5 milhão.
O maior depósito do endividado primo de Serra na Beacon Hill, porém, ocorreu em 25 de setembro de 2001. Foi quando destinou à offshore Rigler o montante de US$ 404 mil. A Rigler, aberta no Uruguai, outro paraíso fiscal, pertenceria ao doleiro carioca Dario Messer, figurinha fácil desse universo de transações subterrâneas. Na operação Sexta-Feira 13, da Polícia Federal, desfechada no ano passado, o Ministério Público Federal apontou Messer como um dos autores do ilusionismo financeiro que movimentou, através de contas no exterior, US$ 20 milhões derivados de fraudes praticadas por três empresários em licitações do Ministério da Saúde.
O esquema Beacon Hill enredou vários famosos, entre eles o banqueiro Daniel Dantas. Investigada no Brasil e nos Estados Unidos, a Beacon Hill foi condenada pela justiça norte-americana, em 2004, por operar contra a lei.
Percorrendo os caminhos e descaminhos dos milhões extraídos do país para passear nos paraísos fiscais, Ribeiro Jr. constatou a prodigalidade com que o círculo mais íntimo dos cardeais tucanos abre empresas nestes édens financeiros sob as palmeiras e o sol do Caribe. Foi assim com Verônica Serra. Sócia do pai na ACP Análise da Conjuntura, firma que funcionava em São Paulo em imóvel de Gregório Preciado, Verônica começou instalando, na Flórida, a empresa Decidir.com.br, em sociedade com Verônica Dantas, irmã e sócia do banqueiro Daniel Dantas, que arrematou várias empresas nos leilões de privatização realizados na era FHC.
Financiada pelo banco Opportunity, de Dantas, a empresa possui capital de US$ 5 milhões. Logo se transfere com o nome Decidir International Limited para o escritório do Ctco Building, em Road Town, ilha de Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas. A Decidir do Caribe consegue trazer todo o ervanário para o Brasil ao comprar R$ 10 milhões em ações da Decidir do Brasil.com.br, que funciona no escritório da própria Verônica Serra, vice-presidente da empresa. Como se percebe, todas as empresas tem o mesmo nome. É o que Ribeiro Jr. apelida de “empresas-camaleão”. No jogo de gato e rato com quem estiver interessado em saber, de fato, o que as empresas representam e praticam é preciso apagar as pegadas. É uma das dissimulações mais corriqueiras detectada na investigação.
Não é outro o estratagema seguido pelo marido de Verônica, o empresário Alexandre Bourgeois. O genro de Serra abre a Iconexa Inc no mesmo escritório do Ctco Building, nas Ilhas Virgens Britânicas, que interna dinheiro no Brasil ao investir R$ 7,5 milhões em ações da Superbird. com.br que depois muda de nome para Iconexa S.A…Cria também a Vex capital no Ctco Building, enquanto Verônica passa a movimentar a Oltec Management no mesmo paraíso fiscal. “São empresas-ônibus”, na expressão de Ribeiro Jr., ou seja, levam dinheiro de um lado para o outro.
De modo geral, as offshores cumprem o papel de justificar perante o Banco Central e à Receita Federal a entrada de capital estrangeiro por meio da aquisição de cotas de outras empresas, geralmente de capital fechado, abertas no país. Muitas vezes, as offshores compram ações de empresas brasileiras em operações casadas na Bolsa de Valores. São frequentemente operações simuladas tendo como finalidade única internar dinheiro nas quais os procuradores dessas offshores acabam comprando ações de suas próprias empresas… Em outras ocasiões, a entrada de capital acontecia através de sucessivos aumentos de capital da empresa brasileira pela sócia cotista no Caribe, maneira de obter do BC a autorização de aporte do capital no Brasil. Um emprego alternativo das offshores é usá-las para adquirir imóveis no país.
Depois de manusear centenas de documentos, Ribeiro Jr. observa que Ricardo Sérgio, o pivô das privatizações — que articulou os consórcios usando o dinheiro do BB e do fundo de previdência dos funcionários do banco, a Previ, “no limite da irresponsabilidade” conforme foi gravado no famoso “Grampo do BNDES” — foi o pioneiro nas aventuras caribenhas entre o alto tucanato. Abriu a trilha rumo às offshores e as contas sigilosas da América Central ainda nos anos 1980. Fundou a offshore Andover, que depositaria dinheiro na Westchester, em São Paulo, que também lhe pertenceria…
Ribeiro Jr. promete outras revelações. Uma delas diz respeito a um dos maiores empresários brasileiros, suspeito de pagar propina durante o leilão das estatais, o que sempre desmentiu. Agora, porém, existe evidência, também obtida na conta Beacon Hill, do pagamento da US$ 410 mil por parte da empresa offshore Infinity Trading, pertencente ao empresário, à Franton Interprises, ligada a Ricardo Sérgio.
(1)A dívida de Preciado com o Banco do Brasil foi estimada em US$ 140 milhões, segundo declarou o próprio devedor. Esta quantia foi convertida em reais tendo-se como base a cotação cambial do período de aproximadamente R$ 3,2 por um dólar.
(2)As empresas arrematadas foram a Coelba, da Bahia, a Cosern, do Rio Grande do Norte, e a Celpe, de Pernambuco.
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VOX POPULI PÓS-DEBATE: DILMA 54% x SERRA 22%
O PLANO 'B' -- 'BÊ' DE SERRA 'BATUMOU'
enquanto Serra ainda comete delírios messianicos do tipo, 'eu sou a certeza', sem especificar em relação a quê, buliçosos lobistas arranchados nas editorias de economia fingem levar o tucano a sério, mas azeitam o Plano 'B', 'bê' de Serra ' batumou'.
O novo cardápio, antecipado desde já por notinhas e colunas em forma de aperitivo 'bem-informado' pretende enquadrar o futuro governo Dilma na engrenagem da ortodoxia rentista. O pressuposto é de que é possível passar uma borracha nas lições da maior crise capitalista desde 1929 e, sobretudo, na margem de manobra ideológica que ela abriu dentro do governo e do PT [leia coluna de Paulo Kliass nesta pág.]
Não por acaso, duas vezes nos úlimos dias, a candidata Dilma Rousseff rechaçou a ofensiva ardilosa que visa dois objetivos: o fundamental é 'viabilizar' nomes da confiança dos ' mercados' num futuro ministério; secundariamente, criar um clima de inquietação e desconfiança entre segmentos progressistas, avessos a retomada da agenda ortodoxa.
Indispor Dilma com movimentos sociais, por exemplo, seria uma forma de enfraquece-la e pavimentar a volta ao passado. Aspas para a reação da candidata diante da armação em curso:
"...o papo do ajuste fiscal é a coisa mais atrasada que tem. Não se faz ajuste fiscal porque se acha bonito. Faz porque precisa. E eu quero saber, com a inflação sob controle, com a dívida pública caindo e com a economia crescendo, vou fazer ajuste para contentar a quem? Quem ganha com isso? O povo não ganha..." [Dilma; Globo online, 10-09]
‘Estão querendo dizer que 2002 [o neoliberalismo ortodoxo tucano] vai continuar. Sinto informar que isso não existe mais, acabou [...]. O Brasil possui reservas de mais de US$ 255 bilhões; relação dívida/PIB em queda e inflação controlada. É um Brasil completamente diferente do Brasil que tínhamos em 2003 [...]. Ajuste fiscal [ou seja, arrocho ortodoxo] representa olhar apenas o hoje, considerando que o amanhã não existe; você diminui o Estado investidor e aumenta o Estado fiscalizador, porque o mais importante é fazer caixa. Eu não concordo com isso’. [Dilma; Valor, 1-09]
(Carta Maior 13-09)
“Liberdade de expressão” – o que significa para o PiG
Judith Brito é a presidente da ANJ, líder da oposição e guardiã da “liberdade de expressão”
O Conversa Afiada reproduz texto de Washington Araújo, enviado pelo amigo navegante Miguel:
Novas definições para liberdade de expressão
Por Washington Araújo
Após o encontro promovido pelo Instituto Millenium, liberdade de expressão possui 30 novos significados.
1. Liberdade de expressão é interditar todo e qualquer debate democrático sobre os meios de comunicação.
2. Liberdade de expressão só pode ser invocada pelos que controlam o monopólio das comunicações no País.
3. Liberdade de expressão é bem supremo estando abaixo apenas do Deus Mercado.
4. Liberdade de expressão é moeda de troca nas eternas rusgas entre situação e oposição.
5. Liberdade de expressão é denunciar qualquer debate sobre mecanismos para termos uma imprensa minimamente responsável.
6. Liberdade de expressão é gerar factoides, divulgar informações sabidamente falsas apenas para aproveitar o calor da luta.
7. Liberdade de expressão é deitar falação contra avanços sociais, contra mobilidade social, contra cotas para negros e índios em universidades públicas.
8. Liberdade de expressão é cartelizar a informação e divulgá-la como capítulos de uma mesma novela em variados veículos de comunicação.
9. Liberdade de expressão é não conceder o direito de resposta sem que antes o interessado passe por toda a via crucis de conseguir na Justiça valer seu direito.
10. Liberdade de expressão é explorar a boa fé do povo com programas de televisão que manipulam suas emoções e suas carências oferecendo uma casa aqui outro carro ali e assim por diante.
11. Liberdade de expressão é somente aprovar comentários aptos à publicação em sítio/blog da internet se estes referendarem o pensamento do autor e proprietário do sítio/blog.
12. Liberdade de expressão é ser leviano a ponto de chamar a ditadura brasileira de “ditabranda” e ficar por isso mesmo.
13. Liberdade de expressão é imputar ao presidente da República comportamento imoral tendo como fundamento depoimento fragmentado da memória de um indivíduo acerca de fato relatado quase duas décadas depois.
14. Liberdade de expressão é apresentar imparcialidade jornalística do meio de comunicação mesmo quando os principais jornalistas fazem de sua coluna tribuna eminentemente partidária.
15. Liberdade de expressão é fazer estardalhaço em torno de um sequestro que não ocorreu há quase 40 anos com a clara intenção de tumultuar o processo político atual.
16. Liberdade de expressão é assacar contra a honra de pessoa pública utilizando documentos de autenticidade altamente duvidosa e depois fazer mea culpa na seção “Erramos”.
17. Liberdade de expressão é submeter decisões editoriais a decisões comerciais de empresas e emissoras de comunicação.
18. Liberdade de expressão é somente dar ampla divulgação a pesquisas de opinião em que os resultados sejam palatáveis ao veículo de comunicação.
19. Liberdade de expressão é não ter visto Lula, o filho do Brasil e considerá-lo péssimo produto cinematográfico.
20. Liberdade de expressão é minimizar o descaso do poder público ante as enchentes de São Paulo e reduzir candidato à Presidência a mero poste.
21. Liberdade de expressão é ter dois pesos em política externa: Cuba é o inferno e China é o paraíso.
22. Liberdade de expressão é demonizar movimentos sociais e defender a todo custo latifúndios vastos e improdutivos.
23. Liberdade de expressão é usar uma concessão pública para aumentar os níveis de audiência com o uso perverso de crianças no papel de vilões.
24. Liberdade de expressão é desqualificar quem não aprecia a programação servida pelo Instituto Millenium.
25. Liberdade de expressão é rejeitar in totum toda e qualquer proposição da Conferência Nacional de Comunicação.
26. Liberdade de expressão é apostar em quem ofereça garantias robustas visando manter o monopólio dos atuais donos da mídia brasileira.
27. Liberdade de expressão é obstruir qualquer caminho que conduza mecanismos de democracia participativa.
28. Liberdade de expressão é fazer coro contra qualquer governo de esquerda e se omitir contra malfeitorias de qualquer governo de direita. Ou vice-versa.
29. Liberdade de expressão é fugir como o diabo foge da cruz de expressões como liberdade, democracia, cidadania, justiça social, controle social da mídia.
30. Liberdade de expressão é lutar para manter o status quo: “O direito de informar é meu e ninguém tasca.”
Miguel Baia Bargas
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Tudo sobre Serra, FHC, Preciado e Ricardo Sergio
Abaixo, quatro matérias publicadas pela Folha de São Paulo em 2002, no espaço de cinco dias, falando das ligações de Ricardo Sergio com o
Serra, Preciado e FHC e com explicações sobre os bastidores da privatização da Vale:
1 – No BB, Ricardo Sérgio ajudou empresário ligado a Serra
2 – Entenda o caso da privatização da Vale do Rio Doce
3 – Saiba os bastidores da privatização da Vale do Rio Doce
4 – Saiba mais sobre Ricardo Sérgio, ex-diretor do Banco do Brasil
No BB, Ricardo Sérgio ajudou empresário ligado a Serra
FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O empresário e economista Ricardo Sérgio de Oliveira ajudou a favorecer no Banco do Brasil, em 1995, empresas de um dos doadores de campanha do pré-candidato tucano a presidente, José Serra. A pessoa favorecida também mantinha um terreno em sociedade com o tucano.
Segundo documentos do BB, a ajuda contou com “operações heterodoxas” e “atípicas” de empréstimo e de redução de dívidas. Ricardo Sérgio foi diretor da Área Internacional do banco de 95 a 98.
O beneficiário foi Gregorio Marin Preciado, um empresário espanhol naturalizado brasileiro que atua na região do ABC, na Grande São Paulo. À época da operação, ele tinha um terreno no Morumbi, bairro nobre da cidade de São Paulo, em sociedade com José Serra. A mulher de Marin, Vicencia, é prima em primeiro grau do tucano. A mãe de Vicencia é irmã da mãe de Serra.
O BB concedeu a Marin uma redução de dívida de, pelo menos, R$ 73,719 milhões resultantes de juros e encargos acumulados sobre empréstimos. Esse benefício foi dado a duas firmas de Marin, a Gremafer e a Aceto, que estavam em situação de inadimplência crônica com o banco.
Em 25 de julho de 95, quando as empresas Gremafer e Aceto continuavam inadimplentes, houve uma tentativa do Banco do Brasil de arrestar bens pessoais de Marin. Depois de fazer uma pesquisa em cartório, o Banco do Brasil elaborou lista de bens pertencentes ao empresário.
Um desses bens foi o terreno que Marin possuía em sociedade com Serra no Morumbi. Vários documentos do banco citam o caso, alguns mencionando o nome do tucano.
Antes que a Justiça pudesse agir, Marin foi mais rápido. Vendeu, junto com Serra, o terreno do Morumbi em 19 de setembro de 95, menos de dois meses depois de o banco ter decidido entrar na Justiça. Impediu assim que a ordem de arresto fosse cumprida, driblando a tentativa do Banco do Brasil de recuperar parte da dívida.
O valor oficial de venda do imóvel foi de R$ 140 mil, segundo registro no 15º Cartório de Registro de Imóveis de São Paulo. O comprador, a construtora Alfons Gehling & Cia Ltda., projetou para o local um prédio de 12 andares e dois subsolos, depois de ter comprado um lote vizinho e aumentado a área para 1.620 m2.
Primeiro empréstimo
O negócio da Gremafer e da Aceto com o Banco do Brasil começou em 93. O primeiro empréstimo foi equivalente a US$ 2,5 milhões, em agosto daquele ano. Era denominado em dólar porque saía por meio da Resolução 63, um instrumento que os bancos têm no Brasil para captar dinheiro no exterior e repassá-lo a tomadores no país.
O segundo empréstimo saiu no final de 95. Foi equivalente a US$ 2,8 milhões. No total, a Gremafer e a Aceto receberam em reais um valor correspondente a US$ 5,3 milhões do BB. A dívida disparou por causa dos juros altos e da falta de pagamento. Chegou a passar de R$ 61 milhões em novembro de 98, quando o Banco do Brasil finalmente desistiu de ajudar as empresas -uma data que coincide com a saída de Ricardo Sérgio da instituição.
Apesar de lhe faltar dinheiro para pagar em dia o Banco do Brasil, Marin encontrou fundos para fazer doações de campanha a Serra em 94. Ao todo, a Gremafer e a Aceto doaram R$ 62.442,82, segundo a prestação de contas do tucano. No começo de 95, as empresas estavam com dívidas de mais R$ 20 milhões.
Ricardo Sérgio e charutos
A Folha entrevistou sete funcionários do Banco do Brasil que participaram formalmente das decisões a respeito da Gremafer e da Aceto. Em reserva, dois confirmaram inteiramente a influência de Ricardo Sérgio na aprovação da redução de dívidas. Dois disseram que não sabiam. E três se recusaram a falar sobre o assunto, alegando sigilo bancário.
O próprio Marin não esconde que Ricardo Sérgio teve participação na aprovação das operações de empréstimos. “Estive com ele algumas vezes nesse período”, disse o empresário ontem, usando um celular na Espanha, onde se encontra no momento.
Marin faz a ressalva de que as operações não lhe foram favoráveis, e que Ricardo Sérgio esteve presente em reuniões sempre com outros funcionários do Banco do Brasil. A Folha apurou, porém, que as relações do empresário com o ex-arrecadador de fundos do tucano foi mais próxima do que isso.
Em um determinado momento, durante a negociação do empréstimo e da recomposição das dívidas da Gremafer, Marin mandou de presente uma caixa de charutos para Ricardo Sérgio. Confrontado com essa informação, o empresário ficou em silêncio alguns segundos e disse: Eu fumo charutos”. E a Folha: “E daí?”. Ao que o empresário concluiu: “Daí, pronto. Já estou te respondendo. Não vamos entrar nesse nível de detalhes”.
Em seguida ao diálogo sobre o charuto, a ligação caiu. Até o final da tarde de ontem Marin não telefonou novamente para a Folha, embora o jornal tivesse insistido com seu filho, Gregorio Marin Junior, que desejava continuar a entrevista.
Diretores do BB
O superintendente do BB em São Paulo à época da operação com a Gremafer e com a Aceto era Wolney Ferreira. Ele escreveu uma correspondência contundente a respeito do episódio.
Arquivada em meio a centenas de papéis desse caso, a carta de Wolney dá a impressão de que seu autor se precavia contra futuros problemas -afinal, apesar da influência de Ricardo Sérgio, eram funcionários de escalão inferior que tinham de assinar os relatórios favoráveis.
A preocupação de Wolney era com a operação aprovada em 8 de novembro de 95 pela diretoria do BB. Nessa data, foi aprovada uma redução de R$ 16,453 milhões na dívida das empresas de Gregorio Marin Preciado. Além disso, a Gremafer e a Aceto receberam um novo empréstimo no valor equivalente a US$ 2,8 milhões.
Ao comentar essa operação, Wolney redigiu sua carta em 27 de novembro de 95. Endereçou-a ao então presidente do BB, Paulo César Ximenes. Wolney, hoje aposentado e vivendo em Nova York, começava dizendo que a redução de R$ 16,453 milhões e o dinheiro novo se tratavam de “operações em curso anormal”. Eis alguns trechos do documento:
- “Essas soluções heterodoxas e atípicas e, como tais, não ajustadas às normas têm sido invariavelmente submetidas ao Conselho Diretor, com vista ao seu exame e decisão a respeito” (…);
- “Buscou-se dar total transparência sobre a situação dos capitais mutuados, abrangendo desde a sua origem até a eventual decisão de continuidade de cobrança judicial -implementada para pressionar os devedores-, passando, obviamente, por detalhada análise da realidade patrimonial das empresas e coobrigados e, principalmente, posição mercadológica e possibilidade de recuperação econômica dos devedores” (…);
- “No caso da Gremafer e da Aceto, foi efetuado, inclusive pela Diretoria, completo exame de todas as variáveis, tendo sido adotada opção por solução heterodoxa, compreendendo programa de desimobilização [arresto de imóveis], inclusive com concessão de crédito novo para retomada das atividades produtivas dos devedores (…)”.
Parte do BB foi contra
Segundo a Folha apurou, em novembro de 95 havia divergência dentro do Banco do Brasil sobre se essa era a melhor opção a ser adotada. Mas a decisão final foi a de reduzir a dívida e dar mais dinheiro a Marin.
Quem lê as páginas do processo da Gremafer e da Aceto nota que tudo tramitou pelas instâncias normais do Banco do Brasil. Não há nos documentos nenhuma indicação clara de pressão política. Mas fica evidente que as duas empresas tinham situação muito delicada para serem agraciadas em 95, com redução de dívida e mais dinheiro novo.
A descrição do esquema está em um documento de outubro de 95. A conclusão formal é que o BB deveria aprovar a proposta formal de redução de dívida e oferecimento de dinheiro novo. Apesar dessa decisão favorável, o corpo do texto de 14 páginas traz inúmeros argumentos contrários.
Por exemplo, depois que Gregorio Marin Preciado recebeu seu primeiro empréstimo em 93, diz o documento, “houve considerável saldo financeiro remanescente que passou a ser renovado sem nenhuma amortização”.
E mais: “Para fazer frente aos inúmeros investimentos idealizados pelo sócio majoritário do grupo, a administração da agência optou por continuar assistindo as duas empresas, acatando expressivos valores em cheques em conta corrente”.
Depois de fazer uma primeira recomposição de dívida em maio de 94, “em vista das expressivas obrigações assumidas pelas empresas junto ao banco e a terceiros que oneravam toda a sua capacidade de pagamento, foi realizada uma única quitação de uma única parcela, em outubro de 94″.
Ou seja, as empresas de Gregorio Marin Preciado estavam em situação de inadimplência crônica em 95. Há também uma acusação contra o empresário. O documento do BB de outubro de 95 dizia: “Destaca-se que os recursos captados em nome do grupo possivelmente foram utilizados em diversos negócios pessoais do sr. Gregorio. (…) Tais investimentos não obtiveram o retorno esperado (…) provocando total descasamento entre a capacidade de geração de receitas e fluxos de desembolso das obrigações assumidas”.
Desconto de R$ 57,3 mi
Ainda assim, com toda a depauperação da situação financeira da Gremafer e da Aceto, o Banco do Brasil optou em 95 por dar mais um empréstimo e conceder uma redução de dívida. O argumento básico era que o caminho por via judicial resultaria na obtenção de “créditos em valores inferiores aos apurados” na proposta de recomposição.
A maior redução de dívida ainda estava para acontecer. Em 1998, o Banco do Brasil resolveu liquidar as operações e fazer uma nova recomposição.
Infladas pelos encargos e juros altos, a dívida da Gremafer e da Aceto estava em R$ 61,380 milhões. Conseguiram um abatimento de R$ 57,266 milhões e passaram a dever apenas R$ 4,114 milhões e novas condições de pagamento.
Não adiantou. A Gremafer e Aceto nunca saldaram suas dívidas. Hoje, a Gremafer deve R$ 3.142.937,30, valor que consta na contabilidade do BB no último dia 25 de abril. A Folha não obteve o valor atualizado do débito da Aceto. As duas empresas lutam na Justiça para não pagar. Querem receber de volta algum dinheiro, pois acham que os imóveis que cederam como penhora foram subavaliados.
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Entenda o caso da privatização da Vale do Rio Doce
da Folha Online
Veja, a seguir, os principais fatos que envolvem a suposta cobrança de propina durante a privatização da Companhia Vale do Rio Doce:
Acusação
O economista Ricardo Sérgio, ex-diretor do Banco do Brasil, é acusado de cobrar comissão para ajudar a montar o consórcio que comprou a Companhia Vale do Rio Doce, em 1997. A acusação é feita por Benjamin Steinbruch, que liderou a compra da Vale e se tornou presidente de seu conselho de administração. Ricardo Sérgio nega as acusações.
Queixa
Após ter arrematado a Vale, Steinbruch, segundo reportagem da revista “Veja”, teria se queixado em 1998 ao então ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros (Comunicações) e ao ministro Paulo Renato de Souza (Educação) sobre o comportamento de Ricardo Sérgio.
Valor
Segundo Mendonça de Barros, Steinbruch relatou que o valor pedido por Ricardo Sérgio era de 15 milhões de dólares ou reais – à época, o dólar tinha a mesma cotação do real. De acordo com o ministro Paulo Renato, seriam R$ 15 milhões.
O presidente
Mendonça de Barros diz ter informado o presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o caso. FHC teria dito não saber nada sobre o assunto e teria recomendado ao ministro a não se envolver no assunto.
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Saiba os bastidores da privatização da Vale do Rio Doce
da Folha Online
Veja como aconteceu a privatização da Companhia Vale do Rio Doce, em 1997:
Privatização
A CVRD (Companhia Vale do Rio Doce) foi privatizada em 6 de maio de 1997. O consórcio Brasil, liderado pela Companhia Siderúrgica Nacional, de Benjamin Steinbruch, adquiriu o controle acionário da Vale por R$ 3.338.178.240.
A surpresa
O resultado do leilão causou surpresa. O consórcio favorito era o Valecom, liderado pelo Grupo Votorantim, de Antônio Ermírio de Moraes, que contava com a participação da Anglo American, do Centrus (fundo de pensão do BC), do Sistel (fundo de pensão da Telebrás), da Caemi-Mitsui e da Japão-Brasil Participação (formado por 12 corporações).
Intervenção
Para fazer frente ao Valecom, o governo FHC interveio no processo, impedindo que os demais fundos de pensão de estatais aderissem ao consórcio de Antônio Ermírio e optassem pelo consórcio de Steinbruch, que ficou assim:
CSN, Previ (fundo de pensão do BB), Petros (fundo de pensão da Petrobrás), Funcef (fundo de pensão da CEF), Funcesp (fundo de pensão dos empregados da Cesp), Opportunity e Nations Bank (fundo).
Opportunity
O Banco Opportunity, o mesmo que Ricardo Sérgio favoreceu em 1998 no leilão do Sistema Telebrás, criou o Sweet River Fund (Fundo Rio Doce) para atrair cotistas no exterior.
Ermírio chegou a se reunir com FHC para reclamar da concentração de fundos no Consórcio Brasil e pediu uma participação mais equilibrada. Apesar disso, o Consórcio Brasil acabou ficando com a maioria dos fundos.
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Saiba mais sobre Ricardo Sérgio, ex-diretor do Banco do Brasil
da Folha Online
e da Folha de S.Paulo
O ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira teria cobrado do empresário Benjamin Steinbruch, que liderou a compra da Companhia Vale do Rio Doce, R$ 15 milhões para organizar o consórcio vencedor da privatização, segundo reportagem da “Veja”. O ex-diretor nega as acusações.
Veja, a seguir, as principais ligações de Ricardo Sérgio com o caso Vale e com políticos:
Pré-história
Ricardo Sérgio de Oliveira, formado em economia pela PUC-SP e pós-graduado pela Fundação Getúlio Vargas, tornou-se em 1989 sócio da corretora de ações RMC S/A Sociedade Corretora.
Em 1994, Ricardo Sérgio trabalhou informalmente como arrecadador de fundos para a campanha de José Serra (PSDB-SP) ao Senado, embora não aparecesse como tesoureiro.
Início no BB
Em 1995, foi indicado pelo ministro Clóvis Carvalho (Casa Civil), com endosso de Serra, para ocupar a diretoria da Área Internacional do Banco do Brasil.
As privatizações
Ricardo Sérgio desempenhou um papel decisivo no processo de privatização das estatais no governo FHC, influindo na atuação da Previ, fundo de pensão dos funcionários do BB.
A Previ fez parte do Consórcio Brasil, que arrematou a Vale do Rio Doce em 1997, e do Consórcio Telemar, que adquiriu a Tele Norte Leste em 1998.
Crise
Em 8 de novembro de 1998, foram divulgadas gravações clandestinas de telefonemas na sede do BNDES entre autoridades do governo sobre o leilão da Telebrás, em 29 de julho de 1998.
As fitas indicam o interesse do ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, e do presidente do BNDES, André Lara Resende, para que o Opportunity vencesse um dos leilões.
Nas conversas, o próprio presidente Fernando Henrique Cardoso permitiu que seu nome fosse usado para pressionar a Previ a entrar no consórcio liderado pelo Banco Opportunity.
Em uma conversa com Mendonça de Barros, Ricardo Sérgio revela que deu uma carta de fiança para o Opportunity, assegurando sua participação no leilão da Tele Norte Leste.
Saída do BB
O escândalo da privatização das teles leva Ricardo Sérgio a deixar o cargo de diretor do BB em novembro de 1998.
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
Empresa acusada em reportagem da Veja nega existência de contrato
POR LUIZ CARLOS AZENHA-BLOG VI O MUNDO
Curioso, isso. A reportagem-denúncia da revista Veja contra Erenice Guerra, que analisarei com maior cuidado nas próximas horas, tem como espinha-dorsal a publicação de um contrato. Teria acontecido no fechamento dele o pagamento de propina.
Porém, a empresa Via Net nega a existência do contrato reproduzido pela revista:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
VIA NET EXPRESS TRANSPORTES LTDA, empresa de direito privado inscrita no CNPJ 02.701.816/0001-78, por seu advogado abaixo subscrito, vem esclarecer o que segue:
Em reportagem veiculada pela Revista Veja e demais meios de comunicação, a empresa Via Net Express Transportes Ltda é citada em reportagens que circularam nesse fim de semana.
Cumpre esclarecer que o sr. Fabio Baracat nunca foi sócio, procurador ou gestor, e tampouco pertenceu algum dia ao quadro de funcionários da empresa, fatos esses que podem facilmente ser comprovados.
A Via Net Express não conhece o contrato apresentado na reportagem, não assinou esse suposto contrato, não conhece a Capital Assessoria, não conhece seus sócios, nunca manteve qualquer contato e qualquer tipo de relação comercial com a mesma.
Por fim cumpre informar que a Via Net Express não possui nenhum tipo de contrato de prestação de serviços com o Correio, nem compra serviços de tranpostre aéreo nas aeronaves do Correio.
Para os transportes das mercadorias dos clientes da Via Net Express, esta utiliza as ofertas das cias aéreas disponíveis no mercado.
A Via Net Express, diante de todos esses fatos e principalmente das publicações envolvendo o seu nome buscará os esclarecimentos necessários, para em seguida adotar as medidas judiciais cabiveis.
São Paulo, 12 de setembro de 2010
Via Net Express Transportes Ltda.
Marcos Paulo Baronti de Souza
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Jango e a imprensa golpista em 1964; Lula e o bombardeio midiático em 2010
do Escrevinhador Rodrigo Vianna
Releio o indispensável “O Governo João Goulart”, de Luiz Alberto Moniz Bandeira, em edição revista e ampliada – agora pela Editora Unesp. É obra impressionante, pelo volume de documentos e entrevistas que Moniz Bandeira recolheu, a reconstituir a marcha do confronto e do golpismo que abateu Jango.
Lá pelas tantas, no capítulo 10, ele conta o episódio em que Lacerda, “O Corvo”, vai ao “Los Angeles Times”, nos EUA, e anuncia que os militares brasileiros estavam avalaindo o que fazer com Jango, se seria “melhor tutelá-lo, patrociná-lo, colocá-lo sob controle até o término do seu mandato ou destrui-lo agora mesmo”.
Corria o ano de 1963. Jango e os militares “legalistas” que o apoiavam viram na declaração de Lacerda uma senha de que a direita daria o golpe, e tentaram decretar o estado de sítio. Mas o presidente não teve apoio no Congresso para tanto. A ala brizolista do PTB, diz Moniz Bandeira, não queria estado de sítio, queria um processo revolucionário mesmo. Jango prendia-se à legalidade e, sem apoio para atacar os oponentes dentro da Constituição, acabou recuando. Caminhou a passos largos para a deposição.
Ali, se os trabalhistas tivessem atacado, o golpe poderia ter sido debelado. Faltou unidade, combatividade e compreensão do que estava por vir.
A falta de limites e de escrúpulos da oposição a Lula faz-me lembrar essa história de 47 anos atrás. Os tempos são outros, eu sei. Não há Guerra Fria. E hoje a oposição golpista não teria eco em jornais dos EUA – que se derretem em elogios a Lula.
Serra vai mal no papel de Lacerda. Bem que tentou: bateu à porta do Clube da Aeronáutica, feito vivandeira. Mas falta-lhe vivacidade, falta-lhe alma e pulso.
É por isso que a imprensa assumiu o comando da oposição. Segue o mesmo roteiro do pré-64. Os escândalos forjados e o golpismo são explícitos. Colam entre parcelas da classe média – que ainda não se animou a marchas com Deus. Ela virão? Provavelmente, não. Hoje, existem as correntes na internet, os jornalistas apedeutas de esgoto e as capas da “Veja”.
Aliás, Lacerda também não faria sucesso a essa altura do século 21. Procura-se – entre o Jardim Botânico e a Barão de Limeira – um candidato a Micheletti, o líder da quartelada com ares de legalidade em Honduras.
A escalada midiática em 2010 faz necessário relembrar quem é essa gente. Relembrar as manchetes e os textos que eles produziram em 64. É essa a gente que hoje berra em “O Globo”, na “Folha”, no Estadão”. Já berravam em 64.
A velha mídia não tem o poder que tinha em 64, 82, 89 ou até mesmo em 2006. Mas ainda faz algum estrago. Vamos sentir agora, nessas três últimas semanas de bombardeio. Há pelo menos 3 meses, digo humildemente que subestimar o adversário é sempre um erro grave. Quanto mais, adversários desesperados.
Lula poderia tê-los enfrentado a sério no segundo mandato. Preferiu comer pelas beiradas. Agiu certo? Ou titubeou, como Jango em 63?
A história dirá.
Fiquem com o pesadelo e a farsa das manchetes de 64, recolhidas de um post da “Carta Maior” (não deixa de ser também uma forma de homenagear o presidente chileno Salvador Allende, morto em 11 de setembro de 73: ele, como Jango, foi vítima de uma elite perversa e de uma mídia golpista).
“Escorraçado, amordaçado e acovardado, deixou o poder como imperativo de legítima vontade popular o Sr João Belchior Marques Goulart, infame líder dos comuno-carreiristas-negocistas-sindicalistas. Ufa!!” (Tribuna da Imprensa – Rio de Janeiro – 2 de Abril de 1964 – jornal de Lacerda, o campeão do golpismo)
===
“Ressurge a Democracia! Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas (…) para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas…” (O Globo – Rio de Janeiro – 2 de Abril de 1964)
===
Desde ontem se instalou no País a verdadeira legalidade … Legalidade que o caudilho não quis preservar. A legalidade está conosco e não com o caudilho aliado dos comunistas” (Jornal do Brasil – Rio de Janeiro - Abril de 1964, jornal tido como “democrático”)
===
(SÃO PAULO REPETE 32) “Minas desta vez está conosco”… “dentro de poucas horas, essas forças não serão mais do que uma parcela mínima da incontável legião de brasileiros que anseiam por demonstrar definitivamente ao caudilho que a nação jamais se vergará às suas imposições.”
(1o/04/64 –O ESTADO DE SÃO PAULO)–
===
“Multidões em júbilo na Praça da Liberdade.
Ovacionados o governador do estado e chefes militares.
O ponto culminante das comemorações que ontem fizeram em Belo Horizonte, pela vitória do movimento pela paz e pela democracia foi, sem dúvida, a concentração popular defronte ao Palácio da Liberdade” (Estado de Minas, 2 de abril de 64)
===
“A paz alcançada. A vitória da causa democrática abre o País a perspectiva de trabalhar em paz e de vencer as graves dificuldades atuais. Não se pode, evidentemente, aceitar que essa perspectiva seja toldada, que os ânimos sejam postos a fogo. Assim o querem as Forças Armadas, assim o quer o povo brasileiro e assim deverá ser, pelo bem do Brasil” (O Povo – Fortaleza – 3 de Abril de 1964)
Releio o indispensável “O Governo João Goulart”, de Luiz Alberto Moniz Bandeira, em edição revista e ampliada – agora pela Editora Unesp. É obra impressionante, pelo volume de documentos e entrevistas que Moniz Bandeira recolheu, a reconstituir a marcha do confronto e do golpismo que abateu Jango.
Lá pelas tantas, no capítulo 10, ele conta o episódio em que Lacerda, “O Corvo”, vai ao “Los Angeles Times”, nos EUA, e anuncia que os militares brasileiros estavam avalaindo o que fazer com Jango, se seria “melhor tutelá-lo, patrociná-lo, colocá-lo sob controle até o término do seu mandato ou destrui-lo agora mesmo”.
Corria o ano de 1963. Jango e os militares “legalistas” que o apoiavam viram na declaração de Lacerda uma senha de que a direita daria o golpe, e tentaram decretar o estado de sítio. Mas o presidente não teve apoio no Congresso para tanto. A ala brizolista do PTB, diz Moniz Bandeira, não queria estado de sítio, queria um processo revolucionário mesmo. Jango prendia-se à legalidade e, sem apoio para atacar os oponentes dentro da Constituição, acabou recuando. Caminhou a passos largos para a deposição.
Ali, se os trabalhistas tivessem atacado, o golpe poderia ter sido debelado. Faltou unidade, combatividade e compreensão do que estava por vir.
A falta de limites e de escrúpulos da oposição a Lula faz-me lembrar essa história de 47 anos atrás. Os tempos são outros, eu sei. Não há Guerra Fria. E hoje a oposição golpista não teria eco em jornais dos EUA – que se derretem em elogios a Lula.
Serra vai mal no papel de Lacerda. Bem que tentou: bateu à porta do Clube da Aeronáutica, feito vivandeira. Mas falta-lhe vivacidade, falta-lhe alma e pulso.
É por isso que a imprensa assumiu o comando da oposição. Segue o mesmo roteiro do pré-64. Os escândalos forjados e o golpismo são explícitos. Colam entre parcelas da classe média – que ainda não se animou a marchas com Deus. Ela virão? Provavelmente, não. Hoje, existem as correntes na internet, os jornalistas apedeutas de esgoto e as capas da “Veja”.
Aliás, Lacerda também não faria sucesso a essa altura do século 21. Procura-se – entre o Jardim Botânico e a Barão de Limeira – um candidato a Micheletti, o líder da quartelada com ares de legalidade em Honduras.
A escalada midiática em 2010 faz necessário relembrar quem é essa gente. Relembrar as manchetes e os textos que eles produziram em 64. É essa a gente que hoje berra em “O Globo”, na “Folha”, no Estadão”. Já berravam em 64.
A velha mídia não tem o poder que tinha em 64, 82, 89 ou até mesmo em 2006. Mas ainda faz algum estrago. Vamos sentir agora, nessas três últimas semanas de bombardeio. Há pelo menos 3 meses, digo humildemente que subestimar o adversário é sempre um erro grave. Quanto mais, adversários desesperados.
Lula poderia tê-los enfrentado a sério no segundo mandato. Preferiu comer pelas beiradas. Agiu certo? Ou titubeou, como Jango em 63?
A história dirá.
Fiquem com o pesadelo e a farsa das manchetes de 64, recolhidas de um post da “Carta Maior” (não deixa de ser também uma forma de homenagear o presidente chileno Salvador Allende, morto em 11 de setembro de 73: ele, como Jango, foi vítima de uma elite perversa e de uma mídia golpista).
“Escorraçado, amordaçado e acovardado, deixou o poder como imperativo de legítima vontade popular o Sr João Belchior Marques Goulart, infame líder dos comuno-carreiristas-negocistas-sindicalistas. Ufa!!” (Tribuna da Imprensa – Rio de Janeiro – 2 de Abril de 1964 – jornal de Lacerda, o campeão do golpismo)
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“Ressurge a Democracia! Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas (…) para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas…” (O Globo – Rio de Janeiro – 2 de Abril de 1964)
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Desde ontem se instalou no País a verdadeira legalidade … Legalidade que o caudilho não quis preservar. A legalidade está conosco e não com o caudilho aliado dos comunistas” (Jornal do Brasil – Rio de Janeiro - Abril de 1964, jornal tido como “democrático”)
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(SÃO PAULO REPETE 32) “Minas desta vez está conosco”… “dentro de poucas horas, essas forças não serão mais do que uma parcela mínima da incontável legião de brasileiros que anseiam por demonstrar definitivamente ao caudilho que a nação jamais se vergará às suas imposições.”
(1o/04/64 –O ESTADO DE SÃO PAULO)–
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“Multidões em júbilo na Praça da Liberdade.
Ovacionados o governador do estado e chefes militares.
O ponto culminante das comemorações que ontem fizeram em Belo Horizonte, pela vitória do movimento pela paz e pela democracia foi, sem dúvida, a concentração popular defronte ao Palácio da Liberdade” (Estado de Minas, 2 de abril de 64)
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“A paz alcançada. A vitória da causa democrática abre o País a perspectiva de trabalhar em paz e de vencer as graves dificuldades atuais. Não se pode, evidentemente, aceitar que essa perspectiva seja toldada, que os ânimos sejam postos a fogo. Assim o querem as Forças Armadas, assim o quer o povo brasileiro e assim deverá ser, pelo bem do Brasil” (O Povo – Fortaleza – 3 de Abril de 1964)
Leitor de Blog é mais bem informado que jornalista do papel
Enviado por luisnassif
A cada dia que passa, mais se confirma a superioridade da informação dos leitores de blogs em relação aos que se valem exclusivamente da velha mídia.
O fato mais comentado dos dois últimos dias foi a tal denúncia da Veja envolvendo o filho de Erenice Guerra, Ministra-Chefe da Casa Civil.
Vamos a alguns pequenos exemplos:
Caso Anac
A Folha veio com a história de que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) renovou a licença da MTA, contra parecer contrário da diretoria.
A blogosfera desmontou essa tese mostrando que a diretoria negou, por falta de documentação necessária; e renovou assim que a documentação foi apresentada.
Hoje, os leitores da Folha recebem a seguinte informação (matéria não assinada):
Solange Vieira, estendeu o prazo de concessão da MTA de três para dez anos, de forma monocrática, quatro dias após reunião da diretoria colegiada que deu parecer contrário à renovação.
ornal, que não tem filtros de qualidade, misturou duas decisões: a renovação da concessão da MTA e o aumento do prazo de validade da concessão. Em nenhum deles - pelas notícias do próprio jornal - houve decisão monocrática. No primeiro caso, aprovou quando os papéis foram apresentados. No segundo, foi decisão unânime que se estendeu a todas as demais concessões. Leitores de Blog já tem essa informação desde ontem.
O caso dos 5 milhões
Em matéria no Estadão, o repórter Daniel Bramatti escreveu - e a editoria aceitou - a informação de que:
Segundo a revista, o lobby teria rendido ao filho de Erenice uma comissão de cerca de R$ 5 milhões.
A blogosfera inteira já sabe que a revista tirou da cartola esse valor - pegou a menção a uma comissão de 6%, que valeria para o caso de captação de financiamentos (que jamais ocorreu) e aplicou sobre o valor dos contratos obtidos pela MTA com os Correios. Os jornalistas do Estadão, ainda não - o que dirá, então, os leitores que têm no jornal sua única fonte de informação.
Sem contar que a notícia mais importante do final de semana - a denúncia da Carta Capital de que em 2002 o Banco Central firmou um acordo que colocava todas as informações bancárias do país em um site controlado por Verônica Serra, filha de José Serra, em sociedade com Verônica Dantas, irmã de Daniel Dantas.
Em geral, supõe-se que jornalistas tenham mais informações que leitores. A prática está mostrando que leitores de blogs têm mais informações que repórteres e editores de jornais.
A BALA DE MERDA DA REVISTA VEJA – AUTOR DE REPORTAGEM JÁ PUBLICOU MATÉRIA FALSA
O autor da reporcagem de capa da revista Veja desta semana é Diego Escosteguy. É da lavra dele esta outra empulhação jornalística, publicada no Estadão.
Confira abaixo:
Releases Contato da assessoria
Notas
O ESTADO DE S. PAULO PUBLICA MATÉRIA FALSA
Brasilia, 30 de Janeiro de 2006
A Caixa Econômica Federal exige a retificação imediata, com o mesmo destaque de primeira página, para desmentir os dados incorretos e fantasiosos da matéria "Caixa financia obra da Vila Panamericana sem licitação", publicada sábado, dia 28/01/2006. A matéria começa com erro no título: nenhuma empresa privada precisa entrar em licitação para conseguir financiamento para construção! Esse ponto já demonstra a má fé e falta de competência e ética jornalística que norteou a apuração da matéria pelo repórter Diego Escosteguy.
Vamos aos fatos:
1.O repórter procurou a assessoria de imprensa da CAIXA e, de forma alheia à ética enviou três perguntas sobre o financiamento da Vila do Pan, que foram respondidas prontamente por esta assessoria (o conteúdo do e-mail segue anexo a esta carta). Em nenhum momento o repórter mencionou que se tratava de uma denúncia e tampouco pediu qualquer esclarecimento sobre ela em suas perguntas, genericamente formuladas, que demonstram sua intenção de obter uma "justificativa" de ter ouvido o "outro lado", quando isso é totalmente falso. Omitindo o contexto da matéria, o repórter não deu à CAIXA o direito de responder com fatos e dados que mostrariam que a matéria não tinha sustentação jornalística.
2.A reunião com o Banco Central, em 14 de dezembro passado, realmente ocorreu, como parte de uma rotina típica das atividades do BC. Mas o assunto Vila Pan, não foi tratado em momento algum, atestam os participantes da reunião, membros do Conselho Diretor da CAIXA e o técnico do BC Edson Luiz Domingues, citado na matéria. O parecer GEAMP 035/04, de 15/04/2004, ao qual a matéria se refere, foi elaborado logo no início das negociações, quando o escopo do projeto exigia um financiamento de R$ 350 milhões e não R$ 189 milhões como foi contratado oito meses depois e em condições bastante diferentes da proposta inicial. A CAIXA desconhece qualquer investigação da Polícia Federal sobre o assunto.
3.A operação começou a ser acompanhada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) antes mesmo da assinatura do contrato. Em momento algum o Tribunal apontou irregularidades no processo. Em agosto de 2004, a CAIXA recebeu do TCU expediente cobrando celeridade na análise da operação. É digna de menção a seguinte afirmação do Ministro Marcos Vinicios Vilaça, em voto constante do processo TC 015.223/2004-5, que registra o acompanhamento das providências necessárias a realização dos jogos Pan-americanos: "A Administração também procurou cercar-se de garantias, condicionando a liberação dos recursos à contratação de financiamento com a CAIXA. Por seu turno, a CAIXA estabeleceu diversas medidas acautelatórias, com adoção de regime de Patrimônio de Afetação, garantia hipotecária sobre o terreno e todas as unidades construídas, penhor de todas as ações da empresa contratada, fiança dos garantidores solidários, fiança bancária e seguro garantia de execução, todas com vigência que perpassa o período de execução do empreendimento".
4.A CAIXA, como agente financiador, começou o processo de análise do empreendimento após aprovação de linha de crédito especial, em 17/03/2004, pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). O que motivou a abertura de tal crédito foi o termo firmado entre a Prefeitura do Rio, Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Estado do Rio de Janeiro, Ministério do Esporte e a construtora Agenco, em novembro de 2002, para a construção da Vila Pan-americana.
5.Na sua ânsia de querer fazer uma matéria com inspiração política, o repórter Diego Escosteguy apresenta erros primários de desconhecimento da área de habitação, ao afirmar que os recursos do FAT são usados "habitualmente em empreendimentos voltados para a classe baixa". A afirmação é totalmente errada e teria sido corrigida, assim como toda a matéria, se essa acusação inconsistente fosse colocada desde o início. O FAT sempre foi voltado para financiamento da classe média (famílias com renda mensal superior a R$ 4.900). O repórter mente mais uma vez quando afirma que "os juros são camaradas: ficam por volta de um terço das taxas do mercado". A verdade é que os juros são os mesmos praticados em outros empreendimentos financiados pelo FAT - 4% a 9,7% ao ano mais TJLP; taxas onerosas para a baixa renda.
Segue abaixo um resumo do financiamento da Vila do Pan.
A operação de financiamento da parte residencial da Vila Pan-americana foi estruturada sob a forma de um project finance, mediante a criação de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) para exercer a função de incorporadora do empreendimento, com o principal objetivo de mitigar o risco da operação, cuja fonte de recursos foi o FAT, com a devida autorização do Codefat.
A CAIXA só iniciou a liberação do valor financiado depois de cumpridas todas as exigências contratuais, a exemplo da realização prévia de 15% da obra, com recursos da SPE e sem direito a reembolso.
O projeto definido pelo COB e pela Prefeitura do Rio de Janeiro, bem como a operação de crédito, passaram oito meses sob a análise de 20 técnicos da CAIXA. A proposta foi apresentada em março de 2004, mas o contrato só foi assinado em novembro de 2004, depois de vários ajustes no projeto e nos valores pretendidos - houve redução de unidades e diminuição no valor a ser emprestado para adequação à capacidade de endividamento da empresa.
Os cuidados da CAIXA sempre visaram dar garantias à conclusão do empreendimento, uma vez que o evento ao qual se destina é de suma importância para o Brasil, seja sob o aspecto esportivo, turístico e de geração de emprego e renda. Além disso, trata-se de uma operação vultosa, que envolve o financiamento de R$ 189 milhões, oriundos do Fundo de Amparo ao Trabalhador.
Por se tratar de recursos do FAT, são necessários todos os cuidados, indispensáveis em qualquer empreendimento, especialmente desse porte, para garantir a correta aplicação dos recursos e seu retorno ao Fundo.
A CAIXA vem cumprindo o seu compromisso de financiar as unidades habitacionais a serem construídas na Vila, já integralmente comercializadas, com liberação de recursos somente de acordo com o andamento das obras medidas periodicamente pelos engenheiros da CAIXA, cujo percentual de execução alcançou 47% em janeiro de 2006, estando neste momento rigorosamente em dia com liberação dos recursos do FAT.
Gabriel de Barros Nogueira
Assessor de Imprensa da CAIXA
ANEXO
RESPOSTAS ÀS PERGUNTAS DO ESTADÃO:
01) Por que a Caixa não realizou nenhum tipo de licitação para formalizar o repasse de R$ 189 milhões à Construtora Agenco?
A Caixa Econômica Federal não realizou licitação porque trata-se de um financiamento normal para uma empresa privada. Neste caso a legislação não exige licitação.
02) Por que foram utilizados recursos do FAT no financiamento?
Porque era a fonte de recursos mais adequada às características do empreendimento, que foi aprovado pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). Com características atípicas aos financiamentos feitos pela CAIXA, o empreendimento demandou a aprovação pelo Codefat de uma linha específica, que ficou em análise por oito meses.
03) A Presidência do banco fez algum tipo de pressão para que os técnicos da instituição atropelassem normas técnicas ao aprovar o negócio?
Em momento nenhum. Como respondido acima, o projeto ficou em análise por oito meses - a proposta foi apresentada em março/2004 e a contratação só foi feita em novembro/2004. Todos os procedimentos técnicos foram rigorosamente observados.
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Erenice: o nome do meu filho é Israel. Não é Verônica.
DO CONVERSA AFIADA
Erenice já contratou advogado para processar a Veja
Paulo Henrique Amorim conversou por telefone na noite de domingo com a ministra Erenice Guerra.
Ela disse:
- não brigo para manter o sigilo fechado.
- o meu sigilo, o do meu filho e da minha família estão todos abertos.
- o meu filho se chama Israel e não Verônica.
- contratei Márcio Thomaz Bastos e ele vai me defender.
- vou às últimas consequências.
- vou processar a Veja.
- o meu cargo é temporário.
- mas sem a minha dignidade não posso viver.
- todos os meus sigilos estão abertos.
- não posso conviver com o que a Veja fez.
Erenice já contratou advogado para processar a Veja
Paulo Henrique Amorim conversou por telefone na noite de domingo com a ministra Erenice Guerra.
Ela disse:
- não brigo para manter o sigilo fechado.
- o meu sigilo, o do meu filho e da minha família estão todos abertos.
- o meu filho se chama Israel e não Verônica.
- contratei Márcio Thomaz Bastos e ele vai me defender.
- vou às últimas consequências.
- vou processar a Veja.
- o meu cargo é temporário.
- mas sem a minha dignidade não posso viver.
- todos os meus sigilos estão abertos.
- não posso conviver com o que a Veja fez.
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