Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 15 de maio de 2012

Nota da PF diz que mulher de Gurgel mente



Zé Cardozo: defender subordinado ? É muito risco !

PF nega ter pedido para procuradora arquivamento de Operação Vegas


Luciana Lima

Repórter da Agência Brasil


Brasília – A Polícia Federal (PF) informou hoje (14), por meio de nota, que não houve qualquer pedido feito à subprocuradora da República, Cláudia Sampaio, a respeito da Operação Vegas, que investigou as atividades ilegais do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. No documento, a PF contestou as informações prestadas pela subprocuradora de que o inquérito teria sido arquivado a pedido do delegado Raul Alexandre Marque de Sousa, que conduziu as investigações.


“O delegado Raul Alexandre não pediu à subprocuradora Cláudia Sampaio, mulher do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o arquivamento ou o não envio da Operação Vegas ao STF”, diz a nota, que detalha os encontros ocorridos entre o delegado e Cláudia Sampaio.


“Ocorreram três reuniões entre o delegado Raul Alexandre Marques Sousa e a subprocuradora da República Cláudia Sampaio. As duas primeiras tiveram como objetivo a apresentação da operação policial e o encaminhamento dos autos à subprocuradora. O último encontro se deu em outubro, quando a subprocuradora informou não haver elementos suficientes para a instauração de investigação no [ Supremo Tribunal Federal] STF e que opinaria pelo retorno dos autos ao juízo de primeiro grau”.


Gurgel vem sendo questionado por ter ficado dois anos sem apresentar denúncia contra o esquema comandado por Carlinhos Cachoeira e que envolveu políticos como o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). De acordo com Polícia Federal, o inquérito foi enviado à Procuradoria-Geral da República em 2009.


“A Polícia Federal encaminhou os autos da Operação Vegas à PGR em setembro de 2009 a partir de decisão do juiz federal de Anápolis/GO para que fosse avaliado, pelo juízo competente, o conteúdo da investigação, cujos fatos se relacionavam com pessoas que possuíam prerrogativa de função”, diz a nota.


Ainda de acordo com a PF, a Operação Vegas teve início em março de 2008 por causa de um “vazamento de informações sobre a deflagração de uma operação policial e da tentativa de cooptação de um policial federal da superintendência regional em Goiás por membros de organização criminosa”.


A Operação Vegas antecedeu a Operação Monte Carlo, que resultou na prisão, em fevereiro deste ano, de Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar um esquema de jogos ilegais e uma organização criminosa envolvendo empresários e políticos.


Na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, instalada no Congresso para investigar a ligação de políticos com o esquema de Cachoeira, há requerimentos pedindo a convocação do procurador-geral e de da subprocuradora. Os integrantes da comissão querem que Gurgel esclareça os motivos de não ter oferecido naquela ocasião denúncia sobre o caso.


De acordo com o presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), esses requerimentos serão apreciados pelo plenário da comissão na próxima reunião administrativa.


Revelador que a nota tenha sido expedida pela própria Polícia Federal e, não, pelo Ministério a que está subordinada.
Explica-se.
O Ministro da Justiça está naquela fase do “risco-zero”.
Aquela estratégia que marcou a vida do Marco Maciel: não correr risco nenhum.
Por que ?
Porque o Zé – clique aqui para ver por que os amigos do Daniel Dantas o chamam carinhosamente de “Zé” – Cardozo está em plena campanha para ser Ministro do Supremo – o que, é obvio, deixaria o Daniel Dantas exultante.
E seria arriscado dizer que a mulher do Procurador Geral mente.
Seria arriscadíssimo entrar nessa linha de fogo de mensalão pra cá, mensalão pra lá.
Já imaginou se o Gilmar Dantas, que defende o Gurgel com unhas e dentes, dá uma de suas 783 entrevistas do mês e diz que o Zé não está qualificado para vestir a toga ?
Defender os subordinados da Polícia Federal ?
Na hora em que dois de seus homens podem ser incriminados por “prevaricação” ?
Isso é querer muito do Zé.
(Na Inglaterra se diz que “cavalheiros fazem a barba duas vezes por dia”.)
Na Inglaterra.



Clique aqui para ler “Paulo Teixeira quer que mulher de Gurgel deponha na CPI”.

Clique aqui para ler “Collor quer que Robert(o) Civita deponha na CPI (em português)”.


Paulo Henrique Amorim

COMPLICA-SE A SITUAÇÃO DO CASAL GURGEL

*Grécia terá novas eleições em junho e a esquerda deve vencer: nenhum dos partidos mais votados no último dia 6 conseguiu formara maioria parlamentar**pesquisas indicam que a volta às urnas dará vitória à coalizão de esquerda Syriza, que pretende anular os 'acordos' de arrocho ortodoxo impostos pelos credores**  PIB europeu do 1º trimestre é a fotografia da dominação alemã, única economia relevante a crescer na zona do euro: Bolsas caem na UE.
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O delegado da PF  Raul Alexandre Souza, responsável pela Operação Vega, fala à Comissão de Ética do Senado nesta 3ª feira e pode complicar ainda mais a situação do casal Gurgel, respectivamente o procurador-geral da República, Roberto Gurgel e a esposa, subprocuradora Claudia Sampaio. Ontem, a Polícia Federal emitiu nota em que desmente declarações recentes da subprocuradora Claudia. Ela afirmara à imprensa, na última sexta-feira, que o delegado  Raul, responsável pela Operação Vega  --investigação que em 2009 já oferecia provas da ação criminosa de Demóstenes Torres e da quadrilha Cachoeira--,  teria pedido que a PGR não abrisse inquérito sobre o caso, para não atrapalhar as investigações. O desmentido da PF reitera que houve três encontros entre o delegado e a subprocuradora; em nenhum deles Raul teria sugerido o "arquivamento ou o não envio da Operação Vegas ao STF", diz o texto. Fica claro agora, não se trata mais de uma "acusação dos mensaleiros", como deu a entender o Procurador Geral em recente entrevista.  O engavetamento, de acordo com a PF, foi uma decisão deliberada  e unilateral. Ao atribuí-la a um pedido do delegado a subprocuradora implicitamente admite que não haveria outra justificativa para o que ocorreu. E o ocorrido adiou  por três anos o indiciamento e a prisão de um grupo político-criminoso diretamente implicado nos acontecimentos que deram origem às denúncias do chamado processo do 'mensalão'. O caso envolveu o governo do PT, ex-ministros e lideranças do partido, que agora serão acusados justamente pelo procurador-geral, Roberto Gurgel. Quando uma sombra paira sobre a isenção não basta emitir  bordões sob medida para o desfrute da mídia conservadora. O casal Gurgel deve explicações. Não a supostos mensaleiros, à sociedade.

Mídia, Gurgel e Souza ameaçam o Estado de Direito


A Constituição Brasileira de 1988, em seu artigo 5.°, inciso LVII, reza que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Esse é um direito constitucional que vale para todos, dos réus no inquérito do mensalão a Carlinhos Cachoeira. Vale para você, leitor, e para aqueles dos quais diverge. Isso se chama democracia.
A recente decisão do Supremo Tribunal Federal de conceder liminar desobrigando Cachoeira de depor na CPMI que leva seu nome é desagradável porque a culpabilidade do contraventor salta aos olhos, mas a garantia de um processo legal justo e a preservação de direitos constitucionais distinguem democracias de ditaduras.
A decisão do ministro do STF Celso de Melo pode retardar os trabalhos da CPMI, mas a argumentação de que novas acusações no processo não são do conhecimento da defesa do contraventor encerra razoabilidade. Que se dê à parte o conhecimento que pede e que o processo siga em frente.
Grave, porém, é a campanha midiática que tem o evidente intento de pressionar o Supremo Tribunal Federal a condenar in limine os envolvidos no inquérito do mensalão. Nesse contexto, a decisão de ontem do STF sinaliza que a Corte pode não deixar que lhe ponham uma “faca no pescoço” – de novo.
A intenção de coagir vai assumindo proporções escandalosas. Recentes matérias na imprensa dando conta de declarações espantosas de dois expoentes do Ministério Público Federal constituem um verdadeiro atentado aos ditames constitucionais relativos ao direito de defesa e ao contraditório.
Roberto Gurgel, procurador-geral da República, cada vez mais enrolado na suspeição quanto ao engavetamento da investigação que gerou a CPMI do Cachoeira, aproveitou-se da gana midiática em pisotear o Estado Democrático de Direito para condenar previamente os envolvidos no inquérito do mensalão e, assim, não ter que dar explicações.
Este blog, desde o primeiro momento, denunciou a ridicularia das explicações de Gurgel no auge da exploração midiática de sua declaração sobre questioná-lo equivaler a medo de amigos dos envolvidos no mensalão. Agora, vai ficando claro que tudo não passou de estratégia desse cavalheiro para não ter que se explicar.
Concomitantemente, outro membro do MPF que já esteve à frente da instituição revela tudo o que há de ditatorial nessa corrente político-partidária para a qual o julgamento dos indiciados no inquérito do mensalão é mera formalidade que até poderia ser ignorada, pois imprensa e oposição já os condenaram.
Antonio Fernando de Souza, o procurador-geral da República anterior e autor da acusação a membros da base aliada do governo federal no inquérito do mensalão, declarou que negar a compra de votos de parlamentares pelo governo Lula seria “atentado à democracia”. E a imprensa fez a festa com essa declaração.
Se a sociedade der crédito a isso, instalar-se-á uma ditadura no Brasil. Direito de defesa, direito a um julgamento justo de uma acusação em que as provas, mesmo nos casos em que existem, estão muito abaixo de ser incontestáveis, é “atentado à democracia”?! Que história é essa?!! Esse senhor criminalizou a divergência e a presunção da inocência, ora!
Atentado à democracia é querer que todos pensem como ele, Souza. Não tenho qualquer certeza sobre culpa ou inocência dos acusados no inquérito do mensalão, mas não admito que o julgamento do caso se transforme em mera formalidade. Essa é uma ameaça a todos.
Souza foi o autor da denúncia. É óbvio que a defenderá com unhas e dentes. Todavia, ao criminalizar quem não aceita as suas conclusões pretende abolir o direito de defesa e o devido processo legal. E mais: levanta suspeitas de que anseia pelo estrelismo, pela exposição laudatória a si na mídia, posando de Catão da República – e estamos vendo onde terminam os catões.
O mais bizarro em tudo isso é que esses dois procuradores que, por razões distintas, querem dispensar o julgamento e condenar previamente os acusados no inquérito do mensalão, só estão podendo fazer isso porque foram nomeados por aquele que a corrente política que integram acusa acima de todos os outros: Lula.
Tanto a mídia quanto a oposição – que acabam sendo a mesma coisa – acusam Lula, aberta ou veladamente, de ser o verdadeiro mentor intelectual do mensalão, ainda que todas as investigações tenham concluído que não teve a menor relação com o caso.
O mínimo de lógica obriga a perguntar como um presidente que quer montar um esquema criminoso nomeia procuradores-gerais da República como Souza e Gurgel. Afinal de contas, o procurador-geral é o único que pode acusar formalmente o presidente da República. Não é por outra razão que Fernando Henrique Cardoso manteve o ex PGR Geraldo Brindeiro no cargo por oito anos.
Lula nomeou quatro procuradores-gerais e grande parte dos juízes do Supremo Tribunal Federal. Dois desses procuradores comprovam que o ex-presidente não teve medo de nomear escolhidos pela instituição Ministério Público, portanto sem garantia de favorecimento como o que Brindeiro deu a FHC. E ao menos o juiz do STF Joaquim Barbosa, nomeado por Lula, foi implacável no inquérito do mensalão.
Quer dizer que Lula montou um esquema criminoso enquanto nomeava juízes e procuradores independentes? Conversa pra boi dormir, certo?
A sociedade civil deve se levantar contra o que estão fazendo a mídia e esses dois procuradores do Ministério Público. Dizerem que divergir da opinião deles sobre o mensalão atenta contra a democracia é uma bofetada no país. Atentado à democracia é tentarem calar a divergência e colocarem uma faca no pescoço do STF – de novo