Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

#OCCUPYWALLSTREET (A primeira convocação)

homens e mulheres, começaremos a andar para conseguir o que queremos: seja o desmonte imediato de pelo menos metade das mil bases militares que os EUA têm ao redor do mundo, seja a reaplicação da Lei Glass-Steagall de reformas bancárias para controlar a especulação, de 1933, seja o fim da lei segundo a qual se você participar de três greves, você está demitido pelos empresários criminosos

Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

#OCCUPYWALLSTREET

Ver também
30/9/2011 – Chris Hedges, Commondreams, #OccupyTogether: Eles são os melhores de nós
29/9/2011, DJ Pangburn The Occupy Wall Street Journal
Nesse momento, está em andamento uma mudança na tática revolucionária, que abre novas vias para o futuro. O espírito dessa nova tática, uma fusão da Praça Tahrir e das acampadas da Espanha, está sintetizada na frase abaixo:

“O movimento antiglobalização foi o primeiro pé na estrada. Antes, nosso modelo era atacar o sistema como uma matilha de lobos. Havia um macho alfa, um lobo que liderava a matilha, e os que o seguiam. Agora, o modelo evoluiu. Hoje, somos um enxame de gente.” [Raimundo Viejo, Universitat Pompeu Fabra, Barcelona, Espanha]

A beleza dessa nova fórmula, e o que torna excitante a nova tática, é a simplicidade pragmática: nos falamos, uns com outros, nas mais variadas reuniões presenciais e em assembleias populares virtuais… Começamos por definir qual será nossa demanda número 1, uma demanda que desperte a imaginação e que, se alcançada, nos lançará na direção da democracia radicalizada do futuro. E então, saímos e tomamos e ocupamos uma praça de significado simbólico e pomos a bunda na rua, para fazer acontecer.
É chegada a hora de empregar esse novo estratagema contra o principal corruptor de nossa democracia: Wall Street, a Gomorra financeira dos EUA.
Dia 17 de setembro, queremos ver 20 mil pessoas tomando a Manhattan de baixo, com tenda, cozinha de rua, barricadas pacíficas, para ocupar Wall Street durante alguns meses. Uma vez lá, temos de repetir uma única demanda, que terá de ser formulada em poucas palavras bem claras e repetida por uma multidão de vozes.
Tahrir aconteceu em boa parte porque o povo do Egito formulou um ultimatum claro – “Fora Mubarak” – e repetiu-o sem parar, até a queda de Mubarak. Seguindo esse modelo: qual é nossa demanda n. 1? Como podemos formulá-la de forma descomplicada e clara?
A primeira demanda que começa a configurar-se como candidata mais excitante a nossa demanda n.1 vai ao coração do por que o establishment político dos EUA chegou a um ponto em que já nem se pode chamar de democracia: exigimos que Barack Obama crie uma Comissão Presidencial com a missão de pôr fim à influência do dinheiro sobre nossos representantes em Washington. É tempo de DEMOCRACIA, não de dinheirocracia, onde só as grandes empresas mandam. Estamos fartos disso. A dinheirocracia acabou com os EUA.
Essa demanda parece capturar o sentimento atual nos EUA, porque acabar com a corrupção em Washington é coisa pela qual anseiam todos os norte-americanos, da direita e da esquerda, uma demanda que todos podem apoiar. Se nos plantarmos lá, 20 mil homens e mulheres, semana após semana, sem arredar pé, resistindo a todos os ataques da Polícia e da Guarda Nacional para nos expulsar de Wall Street, Obama não poderá nos ignorar. O governo dos EUA será forçado a optar publicamente entre servir ao povo ou servir ao lucro das grandes empresas.
Pode ser o começo de toda uma nova dinâmica social nos EUA, um passo adiante do movimento Tea Party, o qual, em vez de ser apanhado despreparado e desprotegido na atual estrutura de poder, nós, homens e mulheres, começaremos a andar para conseguir o que queremos: seja o desmonte imediato de pelo menos metade das mil bases militares que os EUA têm ao redor do mundo, seja a reaplicação da Lei Glass-Steagall de reformas bancárias para controlar a especulação, de 1933, seja o fim da lei segundo a qual se você participar de três greves, você está demitido pelos empresários criminosos. Começando com uma demanda simples e clara – uma comissão presidencial para separar dinheiro e política – começaremos a construir a agenda para EUA novos, diferentes do que hoje há.
Distribua esse postado, escreva comentários, distribua para sua rede e ajude a dar a partida. Reproduza nossa demanda n. 1. E, em seguida, pegue sua barraca e sua coragem e parta para ocupar Wall Street, num 17 de setembro de vingança.

http://redecastorphoto.blogspot.com/2011/10/occupywallstreet-primeira-convocacao.html
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Os guardiões da inflação

 

O conflito de interesse é um conjunto de condições nas quais o julgamento de um profissional a respeito de um interesse primário tende a ser influenciado indevidamente por um interesse secundário
Como o mercado financeiro está percebendo que o BC vai continuar reduzindo a Selic, está fazendo um verdadeiro terrorismo inflacionário para manter a Selic elevada. Não vai adiantar. O governo vai reduzir a Selic. Com isso sobrarão recursos para ampliar as ações de governo em áreas como educação, saúde e infraestrutura. O governo tem outra preocupação, que é o impacto da crise afetando a atividade econômica.
Enquanto os Estados Unidos e a Europa se debatem para tentar escapar da estagnação, aqui a discussão sobre a economia põe de um lado os guardiões da inflação e de outro os desenvolvimentistas.
São duas posições em debate. A dos guardiões da inflação, liderada pelo mercado financeiro, vê inflação crescente devido ao excesso da demanda em relação à oferta. Para combater a inflação advogam a redução do consumo via elevação da Selic. Se o Banco Central (BC) não manter a Selic em nível elevado, perde a credibilidade e não ancora as expectativas dos formadores de preços, etc.
Para essa corrente o país não pode crescer acima de 3,5%, pois fatalmente seria rompido o teto da meta de inflação de 6,5%, gerando o descontrole dos preços.
Os guardiões da inflação fazem uma verdadeira chantagem inflacionária, para pressionar o BC a manter a Selic elevada. É o seu lucro em jogo e desfilam argumentos para mostrar que há ameaça de inflação no horizonte, pois: a) os preços dos serviços caminham para crescer 8% a 9% neste ano; b) o reajuste salarial de algumas categorias de trabalhadores está sendo feito acima da inflação passada; c) o novo salário mínimo vai aumentar o consumo e; d) os preços das commodities não vão cair, pois a China continuará a ter crescimento forte, demandando produtos.
A outra posição defendida pelo governo é de que não há ameaça de inflação, pois a crise está derrubando os preços internacionais, o que acaba por manter os preços internos sob controle. Nessa situação, a Selic pode cair para um nível inferior ao atual, sem maiores problemas para a inflação. Essa corrente defende que é possível manter a inflação dentro do limite da meta, com um crescimento ao nível de 4,5% a 5,0% e defende estímulos à economia.
A razão parece estar com o governo quanto às perspectivas de inflação.
Em setembro as cotações das commodities tiveram o pior desempenho desde outubro de 2008, ápice da crise financeira com a quebra do Lehman Brothers. A crise na zona do euro pode se transformar em nova crise bancária e a ameaça de recessão na Europa e EUA pode pôr fim a um ciclo exuberante de demanda aquecida e preços estratosféricos. Tudo dependerá em grande parte da China, a grande consumidora, e uma ampla pesquisa feita entre investidores pela Bloomberg apontou que a economia chinesa vai desacelerar nos próximos anos e avançar a um ritmo de 5%.
De modo geral, os produtos agrícolas foram mais castigados que a média das commodities. Em setembro, o índice CRB, que acompanha também matérias-primas metálicas e energéticas, caiu 10,69%, o maior tombo desde outubro de 2008. Isso é importante, especialmente para os países emergentes onde o custo da alimentação prepondera no orçamento doméstico e a inflação depende mais da evolução dos preços dos alimentos. No Brasil alimentos e bebidas respondem por 23,4% do IPCA.
Apesar desta tendência declinante de preços, fato é que prever inflação está sujeito a erro que é tanto maior quanto maior o período que se quer prever. Tanto o mercado financeiro quanto o BC prevêem inflação acima da meta de 4,5% neste e no próximo ano. É puro chute. Essas previsões falham mesmo para um mês à frente, como ocorreu no terceiro trimestre de 2010, quando o mercado financeiro previu inflação de 0,4% em cada mês e ela foi zero. Fato é que se a crise for da intensidade que está se manifestando, pode ocorrer até deflação surpreendendo os guardiões da inflação.
Nessa discussão cada lado tem seus argumentos, mas o que chama a atenção é que ambos os lados usam a Selic para defender sua posição e ela não tem nada a ver com o problema, pois não altera o preço dos serviços, não altera a oferta de crédito, nem o valor das prestações, não influi sobre os preços internacionais e pior, desestimula a oferta ao inibir os investimentos das empresas, sendo esse importante fator de equilíbrio entre oferta e demanda. Em vez de atenuar a inflação a Selic a agrava.
Assim, tem-se uma falsa discussão. A inflação pode subir ou cair? Pode. A crise pode reduzir os preços internacionais? Pode. E a Selic, o que tem a ver com isso? Nada, absolutamente nada.
Se não tem a ver com isso, porque é a mais alta do mundo há tanto tempo? É porque predomina no País o rentismo, que é o ganho fácil, sem risco, em cima do governo federal, que paga os juros de quem aplica em, seus títulos, que têm taxas de juros balizadas pela Selic.
Quer dizer que a inflação segue seu caminho próprio, independente da Selic e ainda independente do nível de crescimento? Sim. O crescimento se dá pelo estímulo ao consumo e, também, pelo estímulo ao investimento para aumentar a oferta interna de produtos e serviços. É essa oferta que irá atender junto com a oferta internacional o mercado, suprindo suas necessidades. Se os preços internacionais estiverem em queda, a inflação estará em queda. Se, ao contrário, estiverem em ascensão, teremos pressão inflacionária. Mas a pressão inflacionária não se combate com a redução da atividade econômica, mas sim com, a elevação da oferta. É esse o caminho virtuoso do crescimento.
A realidade é que a inflação está há vários anos conduzida pelos preços internacionais. Seu efeito sobre os mercados internos é marcante para as economias abertas, como é o nosso caso. Estamos sob a égide da globalização. Cada empresa compete com empresas de vários países. Não são as empresas domésticas que definem os preços, mas o mercado externo. Se uma empresa tenta vender seu produto acima do preço da concorrência fatalmente irá sofrer a perda de posição no mercado, sendo forçada a praticar o preço que possa concorrer com os produtos similares ou substitutos.
Segundo o relatório de inflação do Banco Central de setembro é provável que a inflação fique dentro da meta neste ano, com o risco de 45% (?) de probabilidade que possa ultrapassá-lo, dependendo da magnitude da crise internacional.
Face à crise o BC reduziu a previsão de crescimento deste ano de 4,0% para 3,5%, nível abaixo da média do crescimento mundial prevista em 4,0% pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e bem abaixo do crescimento dos países emergentes de 6,4%.
O governo ainda objetiva alcançar o crescimento entre 4,0% e 4,5% e prevê crescer 5,0% em 2012. Para isso vai precisar ativar a economia, pois a crise já começou a afetar todos os países.
Mas, como o mercado financeiro está percebendo que o BC vai continuar reduzindo a Selic, está fazendo um verdadeiro terrorismo inflacionário para manter a Selic elevada. Não vai adiantar. O governo vai reduzir a Selic. Com isso vão sobrar recursos fiscais para ampliar as ações de governo em áreas chaves como educação, saúde e investimentos em infraestrutura.
O governo tem outra preocupação, que é o impacto da crise afetando o nível da atividade econômica. Os principais indicadores da atividade apontam para forte desativação da economia com ampliação do desemprego e tensão social decorrente. Tem-se a nona queda seguida do índice de confiança da indústria, atingindo o menor patamar desde agosto de 2009 e as perspectivas do setor seguem em tendência de piora.
Diante disso, o governo pretende estimular a economia e reduzir a Selic que está inibindo os investimentos das empresas e danificando o desempenho fiscal.
Creio que será possível ter uma inflação dentro da meta. Basta que a inflação média mensal no último quadrimestre fique em 0,49%. A possibilidade de isso ocorrer é grande. No segundo quadrimestre a inflação média mensal foi de 0,29%. Caso se mantenha nesse nível, a inflação neste ano poderá ficar em 5,6%. Caso vá para o nível ocorrido em agosto de 0,37%, a inflação atingiria 6,0%.
Vê-se que é possível ter uma inflação dentro do limite da meta e, mesmo que ultrapasse, está na hora de pisar no acelerador face aos impactos da crise que está crescendo e reduzir firmemente a Selic. Os guardiões da inflação que busquem novas fontes de lucro, pois a mamata da Selic vai acabar.
Amir Khair
Carta Maior
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