Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Serra: chilique foi “indisposição estomacal”


O Terra colocou no ar e, graças ao aviso de vários comentaristas, achei no youtube a transcrição do áudio do trecho de entrevista a Márcia Peltier, no programa Jogo do Poder, da CNT, que Serra interrompeu e só completou depois de muita insistência da apresentadora. O José “Chilique” Serra tá perdendo as estribeiras facinho, facinho. Assista e leia a transcrição, pois o áudio não é dos melhores. Vamos ver se a CNT colocará o trecho no programa, que vai ao ar depois de 22 horas.

Agora, com tempo de ler a matéria do Estadão consegui achar, lá no meio do texto, a narrativa sobre o piti de Serra com os apresentadores Márcia Peltier e Alon Feuerwerck. O assunto nem aparece nos primeiros parágrafos da matéria. É só no sétimo que vamos ler:

“Convidado para a gravação de uma entrevista que vai ao ar hoje à noite na rede CNT, Serra se irritou logo no primeiro bloco ao ser questionado sobre as pesquisas e sobre o episódio da Receita. Tentando evitar o assunto, alegou que a questão da Receita era um “assunto da imprensa” e que preferiria discutir sobre suas propostas de governo.

Mas ao ser pressionado pelos jornalistas Alon Feuerwerker e Márcia Peltier (a quem havia elogiado momentos antes por sua “juventude”), Serra interrompeu a entrevista bruscamente. “Não vou dar essa entrevista, vocês me desculpem”, disse.

Para a surpresa dos jornalistas, o tucano se levantou e reiterou que eles estavam perdendo tempo com aquelas questões. “Faz de conta que eu não vim”, disse, já se retirando do estúdio de gravação. “Eu não posso fazer um programa sem perguntas”, argumentou Márcia Peltier. Após ouvir os apelos dos entrevistadores, Serra retomou a gravação, desta vez para discutir suas propostas de governo.”

Lá no final, o Estadão divulga o diagnóstico do “Melhor Ministro da Saúde do Mundo” sobre a razão do “piti”: “Após gravar o programa, o candidato tucano justificou a irritação como resultado de uma indisposição estomacal, proveniente da agenda corrida de campanha.”

Ou será que o que faz mal ao estõmago de José “Chilique” Serra é ver, mesmo que pouco, povo perto dele?

FHC: “política é comunicação”. Lula é quem sabe da vida dele


Na mesma entrevista em que comparou Lula a Mussolini e deu a entender que Lula é líder de uma facção como o Comando Vermelho (vermelho !), o Farol de Alexandria disse também: “política é comunicação” (Valor, pág. A6).

É uma crítica oblíqua ao Zé Baixaria e a seus jeniais marqueteiros.

Eles não souberam – segundo o novo Chacrinha dos tucanos – pregar o selo do “mensalão” na testa da Dilma (com a pseudo-crise da Erenice).

Além disso – supremo erro de comunicação ! -, Zé Baixaria e seus jeniais marqueteiros não souberam “comunicar” os feitos do Grande Governo dele e do Serra.

O Grande governo dele e do Serra – para ser breve – quebrou o Brasil três vezes, e, como resumiu o Delfim Netto, cometeu a proeza de “vender o patrimônio e aumentar a dívida”.

Eles são jeniais, os dois, Mestre e discípulo !

A tese de que a “política é comunicação” não se ancora em autores que o Farol se vangloria de dominar: Maquiavel e Max Weber.

De Platão e Aristóteles a Fernando Gabeira, ninguém seria capaz de sustentar isso, a sério.

Isso não passa de reles preconceito.

Clique aqui para ler “O preconceito que se esconde atrás da tese de que Lula se comunica bem”.

É preconceito porque os dois jenios tucanos se consideram acima dos outros.

Eles sabem mais.

São mais preparados (para que, não se sabe …).

Se não os entendem, a culpa é dos outros.

Eles estão num degrau mais alto, onde não se contaminam (se houver algum risco, passam álcool nas mãos).

E o Lula, “comunicador”, engrupe as massas com pão – Bolsa Família – e circo – o estádio do Corinthians.

Lula, é claro, conta com a colaboração de uma facção – provavelmente o Comando Vermelho, do Rio, onde o Gabeira levará tunda retumbante.

Fazer “Política” é o que o Lula fez em 2010: polarizou a eleição entre ele e o FHC e deu de 10 a 0.

Clique aqui para ler a tabelinha que compara os dois Governos.

E Lula fez mais “Política”, ao pendurar o FHC no pescoço do Zé Baixaria.

E o bobo é o Lula.

Daqui a 17 dias, o Farol e o Zé Baixaria passarão a ser, como diria o Manuel Bandeira, “poetas municipais”.


Paulo Henrique Amorim

A RAINHA DA "MASSA CHEIROSA" TÁ DOIDONA


O PT de Dirceu que Dilma esconde
A declaração de que o PT terá mais poder com Dilma do que com Lula, feita pelo ex-ministro José Dirceu, eterno presidente de fato do partido, é motivo para reflexões, avaliações e projeções muito sérias. Até porque - ou principalmente porque - o PT tem sido um ausente do discurso de Dilma na campanha.

A equação não fecha: Dilma disfarça o partido, mas o partido vai ter ainda mais poder no governo dela?

No debate Rede TV!/Folha, no domingo à noite, Dilma relegou mais uma vez o PT ao segundo plano, referindo-se ao 'presidente Lula' e ao 'nosso governo' como os seus verdadeiros partidos. Mas Dirceu entregou o jogo: o PT é que vai dar as cartas no governo Dilma - que, não custa lembrar, era do PDT até outro dia.

A julgar pelas pesquisas, o PT vem numericamente forte por aí. Vai fazer uma bancada grande e experiente no Senado (calcanhar-de-Aquiles de Lula) e tende a ultrapassar o PMDB como maior bancada na Câmara. (Aliás, desbancando a candidatura do peemedebista Henrique Eduardo Alves para a presidência da Casa.)

O PT, então, será o líder no Congresso de uma imensa tropa formada desde o PCdo B ao PP de Maluf, depois de já ter transformado a CUT, o MST e a UNE em agências do governo, financiadas com recursos públicos; já ter aparelhado o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a Petrobras, o BNDES; e estar em vias de 'extirpar' a oposição, como disse Lula sobre o DEM, enquanto ataca pessoalmente os tucanos Tasso Jereissatti no Ceará e Arthur Virgílio no Amazonas.

E aí entra a fala de Dirceu: 'A eleição de Dilma é mais importante do que a do Lula, porque é a eleição do projeto político'. Leia-se: Lula foi um meio para se chegar a um fim, ao tal 'projeto político'. Agora, falta explicar exatamente do que se trata, antes que o governo e o projeto se instalem. Dilma entregou um programa 'hard' de manhã ao TSE e, de tarde, retirou e entregou outro 'light'. Até agora, não se sabe ao certo qual é para valer.

Um dos laboratórios do 'projeto político' de Dirceu foi a liderança do PT na Câmara antes da eleição de Lula, que atuava e respirava conforme Dirceu mandava. Era ali o foco dos dossiês, das CPIs, das denúncias de todo tipo contra Collor, contra Itamar, contra Fernando Henrique, contra tudo e contra todos os demais.

E não é que foi dali que saíram Erenice Guerra, José Dias Toffoli, Márcio Silva? Saíram direto da central de dossiês contra adversários para o comando do país.

Erenice surgiu meio do nada e virou ministra da Casa Civil, principal cargo do governo. Toffoli é um ótimo sujeito, mas tinha todas as desvantagens e nenhum dos atributos para ser ministro, nada mais nada menos, do Supremo Tribunal Federal. E o tal do Márcio Silva é advogado da campanha de Dilma e dono de um escritório meteórico que, como diz o Painel da Folha de hoje (15/09/10), 'é assunto de advogados há muito estabelecidos em Brasília'.

Dilma teve a consideração de indicar a amiga e braço-direito Erenice Guerra como sua sucessora na Casa Civil. Mas, agora que a Casa Civil caiu (de novo) sob o peso da parentada toda dele, teve a desconsideração de rebaixá-la à condição de 'mera assessora'.

Deve estar aí a chave da questão: tem hora de esconder e tem hora de mostrar. É o PT das Erenices dos dossiês, do aparelhamento e do patrimonialismo que vai tocar o 'projeto político' em curso no país?

E com o inestimável apoio do PMDB, evidentemente.

Eliane Cantanhêde é colunista da Folha, desde 1997, e comenta governos, política interna e externa, defesa, área social e comportamento. Foi colunista do Jornal do Brasil e do Estado de S. Paulo, além de diretora de redação das sucursais de O Globo, Gazeta Mercantil e da própria Folha em Brasília.

37 anos do golpe no Chile e o legado de Allende



A direita entrou em pânico. Agustín Edwards (foto), dono do El Mercurio, voou aos Estados Unidos para pedir ao governo do país que interviesse no Chile, a fim de impedir que Allende tomasse posse no La Moneda. Em Washington, encontrou ouvidos receptivos no presidente Richard Nixon e no seu governo. Iniciou-se assim uma onda de atos terroristas por parte de grupos de ultradireita, que recebiam alento, dinheiro e instrução terrorista a partir do exterior.Hoje, como nos anos que precederam o triunfo de Allende, segue vigente a luta pelo que gestou a vitória de 1970. Referimo-nos à unidade de conjunto da esquerda, hoje atomizada. O artigo é de Manuel Cabieses, da revista Punto Final.
Manuel Cabieses - Punto Final
Da revista Punto Final


Faz quarenta anos que, em 4 de setembro de 1970 Salvador Allende venceu as eleições presidenciais, embora tenha de ter ainda esperado pelo Pleno do Congresso. O triunfo de Allende constituiu-se num fato histórico e numa lição política que não devem ser esquecidos. A incansável luta para forjar uma identidade de esquerda orientada para o socialismo tinha, enfim, dado frutos. Nunca uma eleição presidencial no Chile alcançou um caráter tão dramático. Os cidadãos estavam conscientes de que estavam em jogo questões transcendentais no país, as quais determinariam seu futuro. O enfrentamento básico era entre a esquerda e a direita, representadas pelo senador Salvador Allende Gossens e pelo ex-presidente e empresário Jorge Alessandri Rodríguez. Havia um terceiro candidato, Radomiro Tomic Romero, da Democracia Cristã, com um programa que defendia o “socialismo comunitário”, que o aproximava das questões de esquerda.

A direita encurralada buscava fórmulas desesperadas para defender seus interesses. Não descartava nada. Em fins de 1969, um levante no regimento Tacna, encabeçado pelo general Roberto Viaux levou o governo de Frei Montalva à beira do precipício. Grupos de ultradireita levantavam a cabeça. No plano político, a direita postulava a “Nova República”, que esboçava elementos neoliberais e um firme autoritarismo para interditar o caminho da esquerda. Por sua parte, a Unidade Popular, ampla aliança de socialistas e comuninistas, integrava o partido Mapu, e laicos e progressistas que se definiam de esquerda. A candidatura de Salvador Allende emergia com possibilidades de vitória. A esquerda vinha ganhando terreno e um sólido movimento sindical, organizado em torno da Central Única de Trabalhadores, estendia-se ao campo por através de sindicatos agrícolas mobilizados e de grande capacidade de mobilização. O movimento estudantil, majoritariamente de esquerda, era potente e de alcance nacional. O movimento dos sem teto campeava nas principais cidades.

Existia assim uma ampla base social para o movimento político que defendia um programa centrado na nacionalização das riquezas básicas, no aprofundamento da reforma agrária e na constituição de uma área social da economia, conformada pela banca, pelos principais monopólios e empresas estratégicas. Ainda assim se propunha uma nova Constituição e uma institucionalidade de acordo com as transformações que se impulsionavam, uma ampliação da democracia e a vigência real dos direitos e liberdades individuais e coletivos. Era, em síntese, o que se conheceu como “a via pacífica do socialismo”, um projeto inédito na história da humanidade.

Internacionalmente eram os tempos da Guerra Fria; a União Soviética e o socialismo apareciam competindo exitosamente com o imperialismo. Na América Latina – a partir de 1959 com a Revolução Cubana – havia avanços populares que o Estados Unidos olhava com preocupação. Não queria “uma nova Cuba” em seu quintal. Com esse pretexto tinha invadido a República Dominicana para derrocar o governo democrático de Juan Bosch em 1964, respaldado o golpe militar no Brasil, que derrocou o presidente João Goulart. No entanto, o avanço dos povos não cessava. Na Bolívia, depois da morte do comandante Ernesto Che Guevara numa operação dirigida por estadunidenses, produziam-se avanços democráticos com o governo do general Juan José Torres (1970-71), enquanto na Argentina o peronismo impulsionava o retorno de seu líder, e no Peru o general Juan Velasco Alvarado se empenhava nas reformas anti-imperialistas e integradoras da população indígena. No Uruguai a situação era inquietante para a oligarquia.

Para os Estados Unidos, o Chile era uma peça-chave no seu xadrez de dominação regional. Nas eleições de 1964 já tinham apoiado sem disfarces a candidatura de Eduardo Frei Montalva e sua “revolução em liberdade”. Enormes fluxos de dólares financiaram uma campanha impressionante de terror contra Salvador Allende e a esquerda. O presidente Ke Kennedy - que impulsionava a Aliança para o Progresso – imaginava que a Democracia Cristã no Chile poderia se apresentar como alternativa à Revolução Cubana.

A trajetória de Salvador Allende como parlamentar e líder popular era impecável. Tinha sido ministro da Saúde do governo da Frente Popular (1938-41) e como senador foi democrata irredutível, anti-imperialista e partidário do entendimento socialista-comunista da unidade da classe trabalhadora e dos mais amplos setores da sociedade explorados pelo capitalismo. Defensor valente da Revolução Cubana, memoráveis foram suas lutas contra a Lei de Defesa Permanente da Democracia, paradigma de anticomunismo, e sua constante denúncia dos movimentos do imperialismo e da exploração feita pelas as empresas estadunidenses Anaconda e Kennecott do cobre chileno. Allende era um líder respeitado e querido pelo povo, que sabia que não seria traído por ele. Em muitos aspectos era um educador e um organizador notável, de exemplar perseverança na luta pela unidade da esquerda.

No país, a sociedade se convulsionava. Surgiam os “cristãos pelo socialismo”, os estudantes da Universidade Católica tomavam a reitoria para impor profundas reformas e denunciavam as mentiras do El Mercurio; produziu-se a tomada da Central de Santiago pelos sacerdotes, religiosas e laicos que pediam maior compromisso da igreja com o povo. O país esperava grandes mudanças no marco de um novo período histórico repleto de promessas de justiça e igualdade. A campanha eleitoral foi muito dura. A direita se lançou com tudo, reeditando – corrigida e aumentada – a campanha de terror de 1964. intensificou a pressão sobre as forças armadas, nas quais boa parte da oficialidade tinha passado pelas escolas de formação anti-subversivas do Pentágono. O financiamento da CIA voltou à carga por meio da ITT, que controlava o monopólio telefônico. Contudo, as eleições foram tranquilas e, sobretudo, estreitas. Allende obteve algo mais que um milhão de votos, ganhando por 40 000 votos de Alessandrini, e obtendo 36,3% do total de sufrágios. Tomic obteve 27,84%, com mais de oitocentos mil votos. Como boa parte da votação era antidireita, estava claro que a esquerda contava com um apoio muito superior à direita.

Os resultados foram conhecidos na tarde de 4 de stembro e de imediato Tomic reconheceu a vitória de Allende. Nessa mesma noite, depois de momentos de tensão – quando tanques do exército passaram na Alameda – houve uma enorme manifestação frente à Federação dos Estudantes do Chile. Dezenas de milhares de pessoas chegaram das periferias para celebrar a vitória. Parecia que nunca o povo tinha se sentido tão alegre e esperançado. O discurso de Allende foi emotivo e profundo. Recordou as lutas populares, os esforços cotidianos do povo para subsistir e lutar, e assumiu seu triunfo como uma continuidade com a Frente Popular e, antes, com o governo do presidente José Manuel Balmaceda – levado à morte pela oligarquia – e com a luta incansável de Luis Emilio Recabarren, organizador da classe trabalhadora chilena. Os sessenta dias seguintes, até o momento em que o novo presidente devia assumir o comando, foram emocionantes.

A direita entrou em pânico. Agustín Edwards, dono do El Mercurio, voou aos Estados Unidos para pedir ao governo do país que interviesse no Chile, a fim de impedir que Allende tomasse posse no La Moneda. Em Washington, encontrou ouvidos receptivos no presidente Richard Nixon e no seu governo. Iniciou-se assim uma onda de atos terroristas por parte de grupos de ultradireita, que recebiam alento, dinheiro e instrução terrorista a partir do exterior.

Em 3 de novembro de 1970, porém, derrotando as manobras e os atos criminosos, como o assassinato do general René Schneider, comandante em chefe do exército, Salvador Allende assumiu o país. Começou assim o governo mais progressista, liberador e popular da história do Chile. Em meio à oposição férrea e à conspiração da direita, junto com o governo dos Estados Unidos, Allende conseguiu feitos notáveis, como a nacionalização do cobre, o aprofundamento da reforma agrária, as políticas de saúde, educação e habitação, e avanços gigantescos no plano cultural. As forças criadoras do povo se desataram no influxo de um programa socialista e democrático. Os pobres da cidade e do campo alcançaram o protagonismo e a participação que, durante décadas lhes tinham sido negados. No plano internacional o Chile conseguiu um reconhecimento mundial que valorizou o projeto de avançar o socialismo em liberdade. Mas esse propósito nobre viu-se frustrado pela conspiração interna e externa, sem negar os erros da própria Unidade Popular, que culminaram com o golpe militar de 11 de setembro de 1973. O presidente Salvador Allende, fiel a seu juramento, preferiu morrer no La Moneda a trair a confiança do povo.

Hoje, como nos anos que precederam o triunfo de Allende, segue vigente a luta pelo que gestou a vitória de 1970. Referimo-nos à unidade de conjunto da esquerda, hoje atomizada. É esse o passo indispensável para construir sua própria identidade ideológica e programática e, a partir daí, avançar nos acordos políticos e sociais mais amplos. Na América Latina hoje ganham espaço tendências revolucionárias que, com suas diferentes particularidades estão fazendo o caminho que o Chile tentou. De alguma maneira os processos da Venezuela, da Bolívia e do Equador reivindicam a via pacífica do socialismo, que proclara com decidida convicção o democrata e presidente mártir Salvador Allende. Reiniciam-se tempos de revolução que, nas condições contemporâneas fazem voltar os olhos para o caminho que o presidente Allende abriu com sacrifício.

(*) Manuel Cabieses é o diretor do quinzenário da esquerda chilena Punto Final.

Tradução: Katarina Peixoto

VERDADES ABORTADAS A MULHER DO SERRA ...E A MATERNIDADE 'MODELO' DO MARIDO DELA



VERDADES ABORTADAS
A MULHER DO SERRA ...E A MATERNIDADE 'MODELO' DO MARIDO DELA

Estadao [14-09]
'... anunciando a quem passasse: “Sou a mulher do Serra e vim pedir seu voto”, Mônica Serra, passou a tarde de hoje em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, acompanhada do candidato a vice na chapa encabeçada por José Serra (PSDB), Indio da Costa (DEM), a mulher de Serra partiu para o ataque à adversária do marido, a petista Dilma Rousseff. A um eleitor evangélico, que declarou voto em Dilma, a professora afirmou que a petista é a favor do aborto. “Ela é a favor de matar as criancinhas”, disse a mulher de Serra ao vendedor ambulante Edgar da Silva, de 73 anos.

UOL NOTÍCIAS [15-09]
Documentos revelam falhas em 'maternidade de referência' em SP .

"...Documentos internos assinados por médicos e gestores do Hospital [estadual] Maternidade Leonor Mendes de Barros, na zona leste de São Paulo, mostram que, apesar dos prêmios de gestão e do rótulo de unidade referência [...] sofrem com a falta de infraestrutura, superlotação e são obrigados a improvisar procedimentos para evitar a morte de pacientes – nem sempre com sucesso...".

A seguir, alguns exemplos de apelos --inúteis-- dos médicos ao governo estadual de José Serra, relatados pela reportagem da UOL:
(1) "Saliento a necessidade urgente de uma unidade de terapia intensiva nesta instituição para que os profissionais [...] possam estar trabalhando com mais segurança..."

(2) "...na chegada ao plantão não havia sequer macas para retirar paciente da sala obstétrica", diz outro registro no livro dos médicos, relatando a precariedade no atendimento ..."

(3)“É desumana a situação que a direção do hospital nos deixa diariamente nesta maternidade dita de ‘alto risco’. Não vou repetir o que dizem e escrevem neste livro nos últimos 19 anos que convivo e trabalho neste C.O. (Centro Obstétrico) sem UTI e clínico intensivista”, escreveu um médico nas páginas 50 e 51 do livro no domingo de 30 de agosto de 2009, referindo-se a uma paciente cujo atendimento foi prejudicado pela falta de materiais como cateter central e lâmina de ventilação.

(4) No total, mesmo diagnosticada com choque hemorrágico, ela ficou aguardando durante cerca de seis horas por uma vaga em uma UTI, obtida somente em região distante. “A paciente foi transferida para o Hospital Cachoeirinha, e não sei se ela está viva”, complementa o médico, pedindo providências da direção.

(5)Em 20 de junho de 2009, outra situação semelhante é relatada: “Histerectomia total puerperal de paciente por choque hemorrágico + atonia uterina + coagulopatia. Paciente transferida para a UTI do Hospital Geral de Sapopemba, evoluindo para óbito na chegada do mesmo”, diz o registro médico, assinado por um profissional do hospital...."
(Carta Maior;15-09)

SEP Alagoas não pode ser nem tucana, nem collorida

Serra agride outra mulher (jornalista)



Publicado em 15/09/2010 Compartilhe | Imprima | Vote (+15)
Serra acusa Peltier de fazer pergunta petista
Serra usa essa técnica: quando não gosta de uma pergunta atribui ao entrevistador animo petista.

Foi assim com o Heródoto, que ele defenestrou do Roda Viva (ou melhor, Morta).

Para evitar esse dissabor, os repórteres que forem entrevistar o jenio furioso devem seguir as instruções que constam nesse Manual.

O Conversa Afiada publica texto do Terra, a partir de twitter de BillGuinzani.

Acompanhe o textpo original :


Serra se irrita e ameaça deixar entrevista em programa de TV

Priscila Tieppo
Direto de São Paulo

Em gravação do programa Jogo do Poder, da CNT, o candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, se irritou com perguntas sobre a quebra de sigilos de tucanos e pesquisas e ameaçou deixar a entrevista.

O candidato disse que eles “estavam perdendo tempo falando daqueles assuntos”, enquanto podiam dar ênfase aos programas de governo dele. Após a apresentadora Márcia Peltier citar que a quebra de sigilo teria acontecido em 2009, antes do anúncio das candidaturas à presidência, Serra subiu o tom:
- Que antes da candidatura, Márcia? Nós estamos gastando tempo aqui precioso, estamos repetindo os argumentos do PT, que você sabe que são fajutos, estamos perdendo tempo aqui.

Márcia tentou contemporizar, mas não conseguiu acalmá-lo. “A candidata do PT virá aqui?”, perguntou. Após a afirmativa de Márcia, ele retrucou: “então, pergunta para ela”.

“Agora nós vamos falar sobre programas”, tentou prosseguir a apresentadora. Neste momento, Serra levantou-se e ameaçou sair do estúdio. Tentando arrumar o fio do microfone, disse: “eu não vou dar essa entrevista, você me desculpa”.

Márcia insistiu dizendo que eles falariam de programa de governo, mas ele se manteve firme. “Faz de conta que eu não vim”. “Mas porquê, candidato?”, disse, ainda sentada. “Porque não tem nada a ver com pergunta, não é um troço sério. (…) Apaga aqui”. “O que o senhor quer que apague?”, perguntou Márcia. “Apague a TV pra gente conversar”.

Márcia pediu que as câmeras fossem desligadas e as luzes do estúdio apagadas, mas Serra continuou falando: “porque isso aqui está parecendo montado”. “Montado para quem? Aqui não tem isso”, defendeu a jornalista.

O candidato voltou a reclamar da pauta das perguntas – que até então, havia se fixado nos acessos fiscais e sobre as pesquisas. “Me disseram que eu ia falar de política e economia”.

Depois de conversar reservadamente com Márcia e o apresentador Alon Feuerwerker, Serra voltou ao estúdio e respondeu a questionamentos sobre economia, saúde e saneamento básico.

Ao final da gravação, Serra foi questionado pelos jornalistas que estavam no local sobre sua irritação. O candidato negou ter se irritado e afirmou que apenas estava “com estômago ruim” porque não tinha tomado café da manhã.

Segundo a assessoria de imprensa da emissora, as perguntas feitas ao candidatos sobre os assuntos que o incomodaram serão mantidas na edição que irá ao ar nesta quarta-feira (15), às 22h50.

"O que a imprensa não cava"


Tijolaço - 14/09/2010

Brizola Neto

Só um jornal deu primeira página, hoje, para o anúncio da – vou transcrever o Estadão – “maior descoberta mundial de petróleo dos últimos 20 anos”(*), a reserva de Libra, que pode conter 8 bilhões de barris de petróleo, mais que o poço gigante de Tupi, o maior da camada pré-sal.

Libra, sozinha, pode ser uma jazida igual a tudo o que o nosso país possuía em 2001. Pode, junto com Tupi, representar o aumento em 100% de nossas reservas.

Não é notícia, aqui, mas a agência Reuters dedicou a isso uma grande matéria, destacando que o novo poço já será explorado dentro do novo marco regulatório do pré-sal, onde a Petrobras será necessariamente a operadora e ganhará o direito, na licitação, quem oferecer à União a maior parcela do petróleo extraído.

A exploração terá, também, um conteúdo nacional de 60 a 65%. Isso significa uma imensa massa de produção, que vai de plataformas a pequenos componentes da atividade de perfuração e extração.

A tudo isso, a turma do Serra se opôs violentamente no Congresso, inclusive com a tentativa desmoralizar a Petrobras, com métodos que chegaram, inclusive, à quebra ilegal do sigilo fiscal de seus diretores.

Nossa imprensa ignora solenemente este grande momento do país. Sua capacidade de perfuração é apenas para extrair escândalos, mesmo que para isso tenha de injetar lama na campanha eleitoral.
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(*) Os grifos em verde negritado são do ContrapontoPig

"O Candidato Sumiu!"



DoLaDoDeLá - 15/09/2010

Marco Aurélio Mello*

Às vésperas do último debate na televisão o candidato da oposição desaparece. Homens de preto armados invadem a casa dele, jogam-no no porta-malas de um carro de luxo e partem em alta velocidade.
Começam as especulações. O repórter da TV Globo entrevista uma testemunha que diz ter visto um dos homens de terno com uma estrelinha do PT na lapela. O repórter de polícia do Estadão ouve outra testemunha que afirma: a trama foi feita no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A Folha de S. Paulo ouve a filha do candidato, mãe de três filhos, que conta estar sofrendo ameaças desde que seu pai desapareceu, e que não dorme mais à noite. A revista Veja lança uma capa toda preta com a estrela do PT no meio. Abaixo a manchete pergunta: É isso que você quer para o Brasil? Nesta altura, a Polícia Federal já está no caso.

A polícia Civil de São Paulo também abre uma investigação paralela. Os sequestradores fazem contato - com a polícia paulista, claro - e dizem pertencer a um grupo que defende a luta armada para transformar o país na República Socialista do Pau Brasil. São taxados de terroristas e passam a ser perseguidos. O Disque-denúncia abre uma linha especialmente para receber informações sobre o caso.

Uma marcha à luz de velas é organizada pela classe média na Avenida Paulista. Cariocas consternados, liderados pelo candidato ao governo no estado, Fernando Gabeira, decidem abraçar a Lagoa Rodrigo de Freitas para pedir paz no processo eleitoral.

Um pouco antes da eleição, o candidato é encontrado num cativeiro em... Minas Gerais. Ele está magro, fraco, com barba por fazer e ao reencontrar a família chora copiosamente. A libertação é transmitida ao vivo pela televisão (só não me perguntem como foi que o veículo transmissor - o link - chegou a tempo?) Começam especulações sobre a participação do ex-governador mineiro no episódio, mas não ganham corpo, porque a imprensa não leva adiante as denúncias. No dia da eleição o candidato acena para o povo.

As pesquisas de boca de urna informam que já há empate técnico. Ufa, haverá segundo turno. A velha mídia decide então premiar seus profissionais pelo sucesso da cobertura. Agora sim teremos um presidente comprometido com os destinos da nação. Para quem precisa de 8 milhões de votos para chegar ao segundo turno eu não duvidaria de enredo tão engenhoso.
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Marco Aurélio Mello. Vinhedo, São Paulo, BrazilJornalista pela Metodista de SBC. Aluno convidado do curso de Comunicação de Massa e Sociedade Moderna da Universidade de La Crosse, Wisconsin, USA. Bolsista do 1º Curso de formação de Governantes da Fundação Escola de Governo. Desde 1987 já trabalhou em imprensa especializada, sindical, produtora de TV e TV aberta (Editor do JN da Globo). Atualmente é editor especial do Jornal da Record.

Cláudio Lembo (DEM): A mídia está engajada e tem um candidato, o Serra...não temos partidos, só um movimento coordenado por Lula



"Dramático será o dia 4 de outubro, porque não teremos mais partidos políticos, só um movimento social coordenado pelo hoje presidente Lula(...) A mídia está engajada e tem um candidato, o Serra, com isso se perdeu o equilíbrio e é desse embate que nasce a intranquilidade, mas ela é transitória".

A análise é do ex-governador de São Paulo, Cláudio Lembo, em conversa com o portal Terra na manhã desta quarta-feira (15). Atual secretário municipal dos Negócios Jurídicos de São Paulo, Cláudio Lembo, do DEM, enfrentou uma gravíssima crise: a dos ataques do PCC em maio de 2006, quando era o governador do Estado.

Então, em meio ao embate com o Primeiro Comando da Capital, Lembo disse em entrevista ao Terra Magazine viver um momento de "catarse" depois de ter sido instado "pela burguesia" - também "hipócrita" - a valer-se do "o olho por olho" na reação aos ataques do PCC. Ainda à época desabafou com a colunista Mônica Bergamo:

"Nós temos uma burguesia muito má, uma minoria branca muito perversa".

Quatro anos depois, nova eleição presidencial e o ensaio de uma crise política.

Erenice Guerra, chefe da Casa Civil fustigada por denúncias, assina uma nota oficial e chama José Serra, do PSDB, de "candidato aético e já derrotado". Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República, evoca o líder fascista Mussolini ao referir-se ao presidente Lula como "chefe de uma facção". Lula, por seu lado, prega "extirpar o DEM" e os Bornhausen, cujo chefe, Jorge, já defendeu um dia "acabar com essa raça", a do PT.

Diante desse cenário, o Terra ouviu o ex-governador de São Paulo. Abaixo, a conversa.

Terra - Nas últimas horas, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso evocou Mussolini para se referir ao presidente Lula, o ex-dirigente do DEM, Jorge Bornhausen, aconselhou o presidente Lula a "não ingerir bebida alcoólica antes dos comícios", palavras dele, sendo de Bornhausen a famosa frase sobre o PT, "vamos acabar com essa raça". O presidente agora devolveu falando em "extirpar o DEM", e a chefe da Casa Civil fez uma nota oficial chamando o candidato da oposição de "aético e já derrotado". Como o senhor, experimentado também em crises, vê isso?
Cláudio Lembo - É interessante porque a campanha ocorria com normalidade. E abruptamente aconteceram situações novas. Todas, quase todas, nasceram no ventre do próprio governo. Não foi a oposição que criou a complexidade da Casa Civil. Portanto, o que está se vivendo nasce também de equívocos do próprio governo.

Terra - Como o senhor interpreta o cenário todo?

Lembo - É transitório e próprio dos momentos que se aproximam da eleição....mas o dramático será no dia 4 de outubro.

Terra - Por quê?

Lembo - Porque não teremos mais partidos políticos, só um movimento social coordenado pelo hoje presidente Lula, o que é ruim para a democracia. Ou seja, o partido que é coordenado pelo presidente da República sobreviverá muito mais como movimento social do que como partido, porque ele não é orgânico.

Terra - E a oposição?

Lembo - A oposição terá um resultado mau, muito ruim no pleito, e sai sem voz, sem maior possibilidade de apontar os erros do governo, de ser e fazer oposição. Também por erros da própria oposição.

Terra - E o papel da mídia? Qual é, qual deveria ser?

Lembo - A mídia se engajou, a mídia tem um candidato...

Terra - Qual candidato?

Lembo - O candidato do PSDB, o Serra...

Terra - E qual a consequência disso? Isso esquenta a conversa de botequim das últimas horas, isso...?

Lembo - ... A mída está engajada, tem um candidato que é o Serra e com isso se perdeu o equilíbrio, vem o desequilíbrio, é desse embate que nasce a intranquilidade... mas ela é transitória. Havendo só um grande vencedor no pleito, que é o movimento social, e estando a mídia engajada como que está... disso nasce essa intranquilidade.

Terra - Quando se chega a termos como "Mussolini", "candidato aético já derrotado" e "bêbado..."

Lembo - Isso está fora dos preceitos democráticos e muito além do tom... Terra Magazine

O verdadeiro time do Serra

KRAMER VS. KRAMER A SOBERBA VIROU ESTORVO


“...A moda, agora, na campanha eleitoral do PSDB, é reviver o esporte que vigorou ao longo do processo de definição da candidatura a presidente do partido, entre novembro do ano passado e fevereiro deste, toda vez que a discussão pendia para o então governador de São Paulo: falar muito mal de José Serra. Políticos importantes da cúpula, os de importância média, aprendizes de feiticeiros, grupos de base eleitoral com influência, até simples simpatizantes atribuem a Serra a culpa pelas dificuldades que todos enfrentam na campanha. Serra entrou numa eleição cuja extrema dificuldade, quase uma impossibilidade, só foi percebida em toda a sua crueza quando se viu que o trabalho para enfrentá-la teria que ter começado oito anos antes (...) Quem diz que Serra é culpado não é inocente, e precisa urgentemente trabalhar com a realidade. O que houve até agora foi acerto de Lula com seu eleitorado...” [Valor;15-09]
(Carta Maior e a candidatura que apostava na autossuficiência de um despudorado alinhamento do dispositivo midiático conservador; 15-09)

Quem financia o PSDB de São Paulo?



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Os pesos e as medidas da “pax” americana



No último debate, o candidato José Serra tentou fazer uma provocação – e se deu mal, aliás – com Dilma Rousseff intrigando o fato de o Brasil ter relações político comerciais com o Irã, um país que condena mulheres à pena de morte. Não vai aqui nenhuma defesa da aplicação de uma pena capital, da qual discordo seja para homens ou mulheres, seja por que método for.

Mas há uma notícia ontem, nos jornais de todo o mundo – não a li nos brasileiros – que expõe muito bem a contradição da política ocidental em relação ao mundo árabe e evidencia que este caso do Irã só tem uma diferença de outros: o país não ser um aliado dos EUA.

Querem ver? Ontem, o Wall Street Journal noticiou que o Governo dos EUA vai enviar ao Congresso a proposta de um acordo para vender à Arábia Saudita nada menos que US$ 60 bilhões em armamento, incluindo helicópteros de ataque Apache(foto), de assalto Black Hawk e caças F-15. Será a maior venda de armas alguma vez realizada e as informações é que o “pacote” será ampliado com ofertas a outros aliados americanos no Oriente Médio, como o Kuwait, Omã e Emirados Árabes.

Mas a Arábia Saudita é uma democracia? Não. É uma monarquia onde, ao contrário do Irã, não há partidos políticos nem eleições, ou melhor, só eleições municipais e , assim mesmo, pela primeira vez em 2005 e sob intensas denúncias de fraude.

E a Arábia Saudita respeita os direitos humanos? Não, ela não apenas tem e aplica a pena de morte, como possui um sistema legal saudita prescreve pena de morte ou castigo físico, incluindo amputação das mãos e dos pés para certos crimes, como assassinato, roubo, estupro, contrabando de drogas, atividade homossexual e adultério.

Em 2008, uma mulher, Fawza Falih, foi condenada à morte por “bruxaria” e o caso foi parar até na Folha de S. Paulo.

Infelizmente, a imprensa brasileira e, até, a mundial, não achou isso escandaloso. Como Serra e a mídia brasileira acham normal – e é – que a Arábia Saudita seja um dos maiores parceiros comerciais do Brasil no mundo árabe.

E acham normal, numa região conflagrada e belicosa como o Oriente Médio, uma operação de venda de armas, dez vezes maior que o nosso programa de reequipampento aéreo, podendo chegar a muito mais que isso se considerados os demais “aliados” dos EUA na região?

Não temos nada a ver com as relações entre dois estados soberanos, como os EUA e a Arábia Saudita. Mas temos tudo a ver, no cenário mundial, com um programa de paz que seja equilibrado, sem exigir que um lado se desarme enquanto o outro é cevado com armamento pesado, embora de 2ª geração, porque o melhor, mesmo, os EUA não dão, não vendem e não emprestam.

Mônica Serra embarca na baixaria e dá razão a Rodrigo Vianna

Denúncias
14 de setembro de 2010 às 23:32
Primeiro leiam esta notícia do Estadão:
Mulher de Serra faz campanha no Rio e ataca Dilma
14 de setembro de 2010 | 19h 41
GABRIELA MOREIRA - Agência Estado

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Anunciando a quem passasse: “Sou a mulher do Serra e vim pedir seu voto”, Mônica Serra, passou a tarde de hoje em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, acompanhada do candidato a vice na chapa encabeçada por José Serra (PSDB), Indio da Costa (DEM). Na cidade que foi governada pelo candidato ao senado Lindbergh Farias, do PT, nos últimos cinco anos, a mulher de Serra partiu para o ataque à adversária do marido, a petista Dilma Rousseff.

A um eleitor evangélico, que citava Jesus Cristo como o “único homem que prestou no mundo” e que declarou voto em Dilma, a professora afirmou que a petista é a favor do aborto. “Ela é a favor de matar as criancinhas”, disse a mulher de Serra ao vendedor ambulante Edgar da Silva, de 73 anos.

Na caminhada pelo centro da cidade, Mônica ainda parou para conversar com taxistas, mulheres, vendedoras de lojas e jornaleiros. Sobre sua participação na campanha, disse que tem montado a agenda em locais em que tem a oportunidade de conversar com líderes comunitários.

“Minha diretriz é conversar com a população, de fato. Não só ir para eventos, para agitação de bandeiras. Embora isso tenha importância para a militância e para o partido, as necessidades locais são muito importantes”, afirmou. Depois da caminhada por Nova Iguaçu, Mônica e Indio inauguraram um comitê de campanha em Petrópolis. Amanhã, a primeira dama passa o dia em gravações em São Paulo.

Sobre a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que o DEM, partido de Indio da Costa, deveria ser “extirpado” do cenário político nacional, o candidato a vice afirmou que o presidente mostrou o que pensa. “Ele falou o que realmente pensa. Ele não é contra o Democratas, é contra a democracia”, disse.

*****

Agora, leiam o que escreveu o Rodrigo Vianna, que acredita que nas próximas semanas pode ser intensificada uma campanha sorrateira que está sendo feita contra Dilma Rousseff em igrejas.

Clique aqui para ir ao Escrevinhador.

“O povo? Ora, o povo…”



Posted by eduguim on 14/09/10 • Categorized as Crônica

“O povo? Ora, o povo… Se não tem pão, que coma brioches”

Atribui-se a frase em epígrafe a Marie Antoinette Josèphe Jeanne de Habsbourg-Lorraine, arquiduquesa da Áustria e rainha consorte de França de 1774 até a Revolução Francesa, em 1789. Essa frase entrou para os anais da história como suprema demonstração de desprezo das elites pelas camadas majoritárias e empobrecidas das nações.

Nesta parte do mundo, o conceito fundamental da democracia, o império da vontade majoritária dos povos, sempre foi relativizado. Os estratos superiores da pirâmide social sempre acharam que o povo não sabe o que é melhor para si e sempre se dispuseram a tutelá-lo.

A crença aristocrática na ignorância intrínseca das camadas populares e a conseqüente relativização da vontade de maiorias que jamais se formam sem tais camadas fundamentou por aqui aberrações como uma ditadura militar que estuprou a vontade das urnas e destituiu, sem qualquer processo legal, um governo legitimamente eleito.

Há pouco, em um pequeno país centro-americano a violação da vontade da maioria se deu por meio de um golpe de Estado desfechado na calada da noite, no qual o presidente da República, detentor de inquestionável mandato popular delegado pela maioria dos cidadãos, foi colocado de pijamas em um avião e deportado sumariamente. Por aqui, a direita midiática apoiou o golpe e desandou a verter teorias segundo as quais a vontade da maioria não bastaria para garantir ao eleito o mandato que recebeu.

O discurso da direita midiática tupiniquim, portanto, tal como há mais de cinqüenta anos continua sendo o de relativizar o direito democrático das maiorias de fazer julgamentos políticos e, assim, eleger ou não os que governarão, sempre usando como desculpa supostos pecados das massas que as inabilitariam a tomar tais decisões.

Editorial do jornal O Estado de São Paulo de hoje trata dessa maneira o povo brasileiro. O povo? Ora, o povo se vende por “badulaques” propiciados pela bonança econômica, diz, em outras palavras, texto que representa a versão contemporânea da frase histórica de Maria Antonieta.

São “badulaques” como o de jovens negros e pobres se converterem nos primeiros universitários de famílias que, antes deste governo, jamais haviam sonhado com tanto. Miçangas para brucutus como a de 14 milhões de brasileiros entrarem para um mercado formal de trabalho que o governo anterior dizia que só seria ampliado com supressão de direitos trabalhistas.

O último parágrafo do editorial do centenário jornal paulista dispensa o leitor da pena da leitura de toda aquela peça de cinismo, de arrogância e de uma certa alienação quanto ao que é o Brasil contemporâneo. Sobre a tendência esmagadora que as pesquisas revelam de que Dilma Rousseff seja eleita presidente em três semanas, diz o texto:

“Está errado o povo? A resposta a essa pergunta será dada em algum momento, no futuro. De pronto, a explicação que ocorre é a de que, talvez, o povo de Lula seja constituído de consumidores, não de cidadãos”.

O “povo de Lula”… Não é a maioria massacrante do povo BRASILEIRO que as pesquisas mostram que elegerá Dilma Rousseff a despeito de todo o bombardeio acusatório – considerado sem provas pela Justiça – que os aliados de José Serra na mídia e o próprio candidato usam sem parar para tentar modelar a vontade da população. É o “povo de Lula”.

Se encontrasse hoje a “Lâmpada de Aladim”, pediria ao gênio que me facultasse ocupar rede nacional de rádio e TV para ler a acusação do jornal paulista ao povo brasileiro. Em seguida, poderia partir em paz desta vida, ciente de que finalmente conseguira revelar ao meu povo quem são esses maníacos que há gerações tentam impor seus delírios a toda uma nação.