Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 22 de junho de 2016

Jatinho e laranjal dos pneus implodem o legado de Eduardo Campos; danos na política atingem base de Temer e a “terceira via”




Jatinho e laranjal dos pneus implodem o legado de Eduardo Campos; danos na política atingem base de Temer e a “terceira via”


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Da Redação VIOMUNDO
Depois do PT, do PMDB e do PSDB, agora quem vai ocupar as manchetes dos jornais é a autodenominada “terceira via”: Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva (Rede) se apresentaram assim nas eleições presidenciais de 2014.
Porém, a Operação Turbulência poderá demonstrar que a campanha de ambos foi financiada por um grupo de empresários associado ao que policiais definiram como a “máfia dos pneus”.
A história vem de longe.
Em 18 de janeiro de 2005 autoridades brasileiras pediram formalmente a um tribunal federal dos Estados Unidos que o FBI investigasse um grupo de pessoas e indivíduos suspeitos de fraude e lavagem de dinheiro.
Da lista faziam parte Apolo Santana Vieira, Matteo Bologna, Marco Arce, Rodrigo Arce (Rodrigo Tavares ou Rodrigo Tavares Arce), Eduardo Manoel Priori Ferreira da Silva, Maria das Graças Queiroz Gomes, Antônio Henrique Vieira Nunes, Carlos Rafael de Santana, Maria Silza Ferreira de Lavor, Joselma Gonçalves da Silva, Eudes Queiroz Gomes, Walter da Silva Vieira, Robson Magno Conceição Fonsêca, Gil Tavares de Freitas (Gil Tavares Freitas) e Evandro Antônio do Nascimento.
No pedido eram mencionadas as empresas Alpha Pneus, Alpha Trading Comércio Importação e Exportação Ltda. e a RAM Trading International Inc.
Os brasileiros só tomaram conhecimento da existência do grupo, ainda que superficialmente, depois que o empresário Apolo Santana Vieira foi identificado como um dos donos do Cessna Citation 560 XLS que espatifou com o candidato ao Planalto Eduardo Campos (PSB-PE) a bordo durante a campanha eleitoral, em 2014. Apolo era um dos donos da aeronave, em parceria com João Carlos Lyra.
Quando investigou a propriedade do avião acidentado, a PF chegou ao laranjal que deu origem à Operação Turbulência, deflagrada nesta terça-feira 21.
Nela, além de Apolo, foram presos os empresários João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite e Arthur Roberto Lapa Rosal. Paulo César de Barros Morato está foragido.
CENTO E UM MILHÕES DE REAIS
Apolo foi alvo de ao menos três outras investigações. Uma de 2005 e duas de 2009, quando ele e seu grupo foram denunciados pelo Ministério Público Federal por sonegação de R$ 101.370.753,17.
Isso mesmo, mais de R$ 100 milhões.
Segundo o MPF, “a organização criminosa tinha seu núcleo no Recife e ramificações em outras cidades brasileiras, dentre as quais Brasília (DF), Salvador (BA) e Fortaleza (CE). O esquema fraudulento também ocorria em Miami, nos Estados Unidos”.
“O grupo montou uma estrutura para forjar documentos que eram apresentados à Secretaria da Receita Federal e, com isso, reduzir a incidência dos tributos devidos pela importação dos pneus”, informou o MPF.
“Os acusados estabeleceram oito sociedades brasileiras e três estrangeiras no intervalo de aproximadamente 12 anos. O objetivo de se criar diferentes sociedades, uma após a outra, era dificultar o trabalho do fisco, da polícia judiciária, do Ministério Público Federal e do Poder Judiciário, bem como a identificação de responsabilidades”, acrescentou.
“As fraudes nas importações permitiam a revenda dos pneus no mercado interno a preços com os quais as empresas em funcionamento lícito não poderiam competir, em razão da menor carga tributária incidente sobre as mercadorias do grupo criminoso. As fraudes foram realizadas entre os anos de 1997 e 2001″.
Ficaram sujeitos a pegar penas de até 55 anos de cadeia, por crimes contra a ordem tributária e o sistema financeiro nacional: Apolo Santana Vieira, Matteo Bologna, Marco Arce, Rodrigo Arce, Eduardo Manoel Priori Ferreira da Silva, Maria das Graças Queiroz Gomes, Antônio Henrique Vieira Nunes, Carlos Rafael de Santana, Maria Silza Pereira de Lavor, Joselma Gonçalves da Silva, Eudes Queiroz Gomes, Walter da Silva Vieira, Robson Magno Conceição Fonsêca, Gil Tavares de Freitas e Evandro Antônio do Nascimento.
Empresas relacionadas a eles: Alpha Internacional Comércio, Importação e Exportação Ltda., Alien Road Pneus Representações, Comércio, Exportação e Importação Ltda.,Mixim Comércio Importação e Exportação Ltda.,Vieira Nunes Comércio Ltda. ME, Maryland Comércio, Importação e Exportação Ltda.,Kruger Comércio, Importação e Exportação Ltda.,Austin Importação e Exportação Ltda.,D’Marcas Comércio Ltda.,Ama Import & Export, Corp.,Free Way Capitals, Corp. (às vezes também identificada como Freeway Capitals, Inc., ou Freeway Capitals Corp. ou Freeway Capital Corp.) e RAM Trading International, Inc.
Portanto, o laranjal começou a ser montado quase duas décadas antes da Operação Turbulência.
Como os pneus eram importados da China, é óbvio que a “máfia dos pneus” dispunha de uma estrutura internacional, mas autoridades nunca identificaram relações dela com o crime organizado. Pelo menos, não até agora.
O APOIO INSTITUCIONAL
A Bandeirantes Comércio e Renovação de Pneus, baseada em Jaboatão de Guararapes, obteve em 19.04.2004 os benefícios do Prodepe, o Programa de Desenvolvimento de Pernambuco. No papel, é a redução dos impostos pagos a título de estimular o desenvolvimento local. Na prática, isso abre espaço para muitas fraudes.
À época Pernambuco era governado por Jarbas Vasconcelos, tendo como vice Mendonça Filho, hoje ministro da Educação no governo interino de Michel Temer.
Em 2006, quando “herdou” o Palácio das Princesas, Mendonça estabeleceu cotas que regulamentavam a importação de pneus pela Bandeirantes: 4 mil pneus para veículos e máquinas industriais, 4 mil para máquinas agrícolas ou florestais e 5 mil para veículos diversos. Ou seja, um total de 13 mil pneus.
Em janeiro de 2007, Eduardo Campos assumiu o governo. Uma de suas medidas foi extinguir os limites para a importação de pneus existentes anteriormente. Além disso, em 7 de novembro de 2011, ele prorrogou os benefícios do Prodepe à Bandeirantes até 2018. A empresa já era associada então a Apolo Santana Vieira.
Em 30 de julho de 2015, os benefícios foram ampliados pelo governador Paulo Câmara. Desconto de até 10% no ICMs para vendas locais e de até 47,5% para operações interestaduais passou a valer para uma série de pneus especiais importados pela empresa.
Um trecho do decreto assinado por Paulo Câmara, sucessor de Eduardo Campos, poderia muito bem ter sido escrito pelo lobista da empresa:
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A SIMBIOSE COM A POLÍTICA
A captura do Estado é uma necessidade do empresário que busca vantagens competitivas com seus concorrentes.
Daí a imbricação com a política.
Andrea Pinho, delegada da Polícia Federal: “O que temos na nossa investigação, através dos dados cruzados com o STF (Supremo Tribunal Federal), é que Fernando Bezerra Coelho teria sido a pessoa encarregada de colher os valores do percentual devido para a campanha de Eduardo Campos”. Fernando Bezerra é pai do ministro das Minas e Energia do governo interino de Michel Temer, Fernando Filho.
O ministério das Minas e Energia é poderosíssimo. Sinal de que o apoio do PSB a Temer era essencial para a montagem da coalizão que afastou Dilma Rousseff e que pretende cassá-la no Senado.
A base pernambucana do governo interino pode sair fortemente abalada do escândalo.
NÃO DÁ EM NADA
Quando Ronaldo passou mal nos vestiários do Stade de France e o Brasil perdeu a final da Copa do Mundo, em 1998, um terremoto abalou as bases do futebol brasileiro.
Circunstâncias políticas daquele período levaram à criação de duas CPIs no Congresso.
Muita roupa suja foi lavada em público, com a produção de manchetes e fartas provas contra a cartolagem.
Porém, de prático, nada aconteceu. O ímpeto investigativo e punitivo foi desmantelado decisão a decisão, na Justiça, bem longe da opinião pública.
Teixeira só caiu mais de uma década depois, por conta de uma investigação na Suiça que abalou sua base de apoio na FIFA.
Hoje, ele não pode deixar o Brasil, mas desfruta de uma aposentadoria de ouro em sua mansão no Rio de Janeiro.
Por isso diz-se que o Brasil é o país do Big Bang.
Decisões portentosas, daquelas que parecem prenunciar novos tempos, se perdem na fricção do dia-a-dia.
Lembram-se da busca e apreensão do FBI na Flórida, em 2005, a pedido das autoridades brasileiras?
Aquele primeiro processo contra o laranjal dos pneus morreu de inanição.
O TRF5, baseado em Recife, decidiu pelo descarte das principais provas.
O próprio MPF pediu a absolvição dos acusados.
Em 14 de setembro de 2015, a juíza Carolina Souza Malta absolveu os réus, inclusive Apolo Santana Vieira, agora preso.
Dois meses antes, a Bandeirantes tinha obtido novos benefícios fiscais do governo de Pernambuco, concedidos pelo sucessor de Eduardo Campos.
Leia também:
Quem se alimentou bem no Minas Sem Fome?

A explosiva delação pernambucana







A explosiva delação pernambucana


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Segundo a blogueira pernambucana Noelia Brito, foi uma delação premiada, feita pelo ex-sócio de Eduardo Campos e ex-presidente da Copergás, Aldo Guedes, que permitiu à Polícia Federal e ao Ministério Público, através da Operação Turbulência, identificar e prender os quatro operadores do esquema que teria desviado mais de R$ 600 milhões de contratos de obras da Petrobrás (refinaria Abreu e Lima) e da transposição do Rio São Francisco para financiar campanhas do PSB e especialmente de Campos, adquirindo inclusive, por meio de laranjas, o avião em que ele morreu no meio da campanha presidencial de 2014. Os operadores presos, como já noticiado, são João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite (Ventola), Apolo Santana Vieira e Arthur Lapa Rosal. Guedes seria o chefe do esquema, integrado também pelo senador Fernando Bezerra Coelho, do PSB, ex-ministro da Integração e ex-secretário de


Desenvolvimento Econômico de Pernambuco. Ambos são investigados pela Lava Jato, por suposto pedido de propina de R$ 20 milhões à empreiteira Camargo Correia, para a campanha de Campos a governador. O ministro Teori Zavascki teria compartilhado provas com a Operação Turbulência.

A delação premiada de Aldo Guedes teria poder explosivo, podendo atingir em cheio o PSB e outros empresários e políticos de Pernambuco. Pelo visto, não vai sobrar ninguém da atual elite política para juntar os cacos do sistema estilhaçado.

Leia o blog da Noelia aqui.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Janio de Freitas: A cenografia de campanha da Polícia Federal teve outro episódio em 2014


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Produção da Polícia Federal?
09/11/2014

Outras dívidas eleitorais


Pela quarta vez, o estímulo procedente da Polícia Federal para as tendências do eleitorado não resultou. E as investigações desses estímulos, também não.

Logo depois de definidos os disputantes do segundo turno, os três passageiros de um táxi aéreo foram presos pela PF ao descerem no aeroporto de Brasília. Revistados, dizia o primeiro noticiário que um tinha R$ 80 mil, outro levava R$ 30 mil, e R$ 6 mil o terceiro.

Esse total de R$ 116 mil foi baixando nos dois ou três dias em que ainda houve noticiário a respeito. Os três voltavam de Belo Horizonte, onde haviam trabalhado na campanha de Fernando Pimentel.

Fernando Pimentel? Petista. Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, empresário gráfico que levava a maior quantia, havia produzido material impresso para a campanha petista e em 2010 fora interrogado pela PF, a pretexto de um tal dossiê que seria elaborado em Minas contra José Serra.

E o crime de agora? Nenhum. Não é ilegal transitar com dinheiro de procedência legítima, voltando os três de atividades remuneráveis. Bem, um inquérito ia verificar se, por acaso, não se tratava de lavagem de dinheiro. E, para isso, por que precisariam ir três, levando quantias tão diferentes, e pagando um táxi aéreo para levar soma que não justificaria a despesa? Sem resposta.

Mas a PF teve a gentileza de cometer uma imprudência sugestiva de armação. Com as informações da prisão no aeroporto de Brasília, alguns jornais e TVs exibiram uma foto do embarque de Benedito no avião em Belo Horizonte. Autor, aquele nomezinho quase ilegível que os jornais grudam nas fotos? Nenhum.

A foto foi fornecida às redações para acompanhar a notícia de prisão dos três petistas portadores de dinheiro dado como suspeito. Não houve uma ação preventiva da PF em Brasília. Houve uma armação começada em Belo Horizonte, passada à imprensa e à TV como um fato bem sucedido da PF. E com implicações políticas e eleitorais.

Faz um mês que o assunto apareceu e desapareceu. Se a própria PF interveio na PF e esvaziou o balão, não precisa fazer cerimônia. Pode informar a população sobre o que foi aquilo e sobre o inquérito. Fará bem à sua imagem e ninguém pedirá punição de policiais. Como não foi pedida quando daquele dinheiro “achado” em São Luís.

dinheiro
E do dinheiro “achado” no caso dos “aloprados” (este, com a colaboração dramatúrgica do Ministério Público Federal). E do “dinheiro cubano” também “achado”, antes de enriquecer a campanha de Lula, em caixa de bebidas dirigida a um diplomata cubano.

Se a investigação continuou, hipótese pouco atraente, a PF deve à sociedade as informações a respeito. Afinal de contas, foi da PF que saíram as informações e a foto destinadas ao eleitorado que se voltava para sua decisão do segundo turno. Já basta a dívida imensa da PF com o seu silêncio antidemocrático sobre os epílogos daqueles três casos. A população precisa e quer ter confiança na PF.

Por esse mesmo motivo, mas também por outros, a pesarosa morte de Eduardo Campos não justifica que a Polícia Federal não esclareça as zonas escuras de onde saiu, para a campanha eleitoral, o jato da fatalidade. O começo da busca de explicação, nas primeiras semanas depois do desastre, sustou-se deixando apenas estranhezas.

Está aí a direção do PSB enrolada com esse assunto, que prometeu deixar limpo em sua prestação de contas à Justiça Eleitoral, e mais complicou ao prestá-la sem dar conta do avião e seu uso. Diz que depende da Anac, mas não é de quilômetros voados que se trata. E a Polícia Federal sabe disso.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O que Marina e PSB ganharam apoiando Aécio

BlogCidadania

Apesar do inegável avanço da direita no país, uma nova centro-direita que se revelou a partir do momento em que Marina Silva e o PSB aderiram à candidatura Aécio Neves, no segundo turno, transformou-se na grande perdedora da eleição presidencial deste ano. E este texto pretende comprovar esse fato com números, acima de tudo.

Lembremo-nos de como tudo começou. No início oficial da campanha eleitoral à Presidência de 2014, Dilma tinha uma situação confortável e caminhava para uma reeleição tranquila. Pesquisa Datafolha divulgada em 18 de julho último mostrava Dilma Rousseff com 36% dos votos totais, Aécio Neves com 20% e Eduardo Campos com 8%.

No segundo pelotão, o Pastor Everaldo Pereira (PSC) aparecia com 3%; José Maria (PSTU), Luciana Genro (PSol), Eduardo Jorge (PV), Rui Costa Pimenta (PCO), e Eymael (PSDC), com 1% cada. Os candidatos Levy Fidelix (PRTB) e Mauro Iasi (PCB) não atingiram 1%. Uma parcela de 13% dos eleitores votaria em branco ou anulariam o voto e 14% estavam indecisos.

Havia empate numérico entre Dilma e os candidatos de oposição, mas era esperável uma reação da petista, quem, até então, apanhava diariamente da mídia sem poder dar o contraponto que a propaganda eleitoral no rádio e na TV, a começar dali a dias, lhe permitiria.

Eis que menos de 30 dias depois, especificamente no dia 13 de agosto – considerado o mais azarado daquele que é conhecido como “mês do desgosto” –, Eduardo Campos perde a vida em um dos acidentes aéreos mais estranhos da história recentíssima, apesar de as investigações terem apontado para “fatalidade” ou “erro do piloto”.

No âmbito da campanha virulenta e cheia de golpes que seria movida contra Dilma enquanto era acusada de “jogo baixo” por fazer críticas legítimas a propostas dos adversários tais como autonomia do Banco Central ou choque monetário para “baixar a inflação a 3%”, os mesmos golpistas que, recentemente, criaram uma página fake do portal G1 para inventar que o doleiro Yousseff teria sido encontrado morto no dia do segundo turno começaram, após a morte de Campos, a espalhar que o PT ou a própria Dilma estariam por trás da morte do ex-governador de Pernambuco.

Como se veria mais adiante, porém, Dilma não teria nada a ganhar com aquele acidente. E tampouco Aécio.
A única que lucrou com tudo aquilo foi Marina.

A comoção causada no país e, sobretudo, em Pernambuco, terra de Campos, com sua família mergulhando de cabeça na política poucos minutos após sua morte (o irmão do ex-governador lançou-se candidato a vice em uma chapa com Marina pelo PSB que sequer fora cogitada, em momento como aquele), fez Marina disparar nas pesquisas.

Cinco dias após a morte de Campos, no cenário em que Marina assumia a candidatura à Presidência no lugar dele, Dilma apareceu com 36% das intenções de voto e a ex-senadora do Acre com 21%, agora empatada com Aécio Neves (PSDB), que teria a preferência de 20% do eleitorado.

Pastor Everaldo (PSC) aparecia com 3% e Zé Maria (PSTU) e Eduardo Jorge com 1% cada. Os candidatos Levy Fidelix (PRTB), Mauro Iasi (PCB), Luciana Genro (PSol), Rui Costa Pimenta (PCO) e Eymael (PSDC) não atingiam 1%. Uma parcela de 8% dos eleitores votaria em branco ou anularia o voto e 9% estavam indecisos.

Em 1º de setembro, em menos de duas semanas como candidata oficial à Presidência da República, Marina Silva (PSB) deixou para trás Aécio e alcançou a presidente Dilma. Agora aparecia como favorita também para bater a petista no 2º turno.

Desde a primeira quinzena de agosto, a candidata do PSB passara de 21% para 34% das intenções de voto, mesmo índice obtido por Dilma. Quem mais perdeu terreno na corrida presidencial fora Aécio, quem, na pesquisa anterior, empatava com Marina com 20% e, agora, caíra para 15%.

Um mês e quatro dias depois, em 5 de outubro, Marina obteria, no primeiro turno, 2,9 pontos percentuais a mais do que no primeiro turno de 2010, quando recebeu 19,33% dos votos. Além de pífio aumento do seu capital eleitoral, Marina só venceu a eleição presidencial em dois Estados, Acre e Pernambuco.

Vários fatores influenciaram a queda de Marina a partir da pesquisa em que apareceu empatada com Dilma. Tudo começou no enterro de Campos, quando ela se deu a posar para “selfies” com eleitores, toda sorridente, exatamente sobre o caixão do falecido.

Em seguida, sua candidatura começaria a mostrar a que veio. Com uma banqueira a tiracolo – ou com Marina a tiracolo da banqueira –, a candidata do PSDB passou a se mostrar por inteira.

Marina insultou a comunidade homossexual retirando apoio às suas causas de seu programa de governo, deu declarações sobre o comando da economia que chegaram a chocar até economistas de linha neoliberal, que não esperavam que uma candidatura do partido socialista fosse mais conservadora do que a do próprio candidato in pectore da direita brasileira, Aécio Neves.

Em Pernambuco, Marina obteve a única grande vitória da oposição no Nordeste: 48% dos votos válidos. Porém, a partir de sua adesão tardia, porém convicta, à agenda tucana, sua popularidade despencou não só no país, mas, sobretudo, em Pernambuco, onde os 48% de votos de Marina no primeiro turno, os 5,92% de Aécio e o 1,83% dos nanicos, que perfaziam 49, 83% dos votos totais, viraram pó.

A duas semanas da eleição em segundo turno, de acordo com o Datafolha Marina agora atraía, no país, praticamente tanta rejeição (13%) quanto apoio (16%) a Aécio.

Porém, foi na eleição presidencial em segundo turno em Pernambuco que a candidata do PSB literalmente derreteu. Os 48% que Marina obteve naquele Estado no primeiro turno reduziram-se a menos de 30% dos votos válidos mesmo com o apoio entusiasmado da família de Eduardo Campos a Aécio Neves.

Por fim, o PSB, que conseguiu aumentar em 10 deputados sua bancada na Câmara no primeiro turno, trocou esse “lucro” pela participação que tinha no governo federal no primeiro governo Dilma, no qual tinha ministérios e muito prestígio e influência.

Agora na oposição, com perda de nomes importantes do partido como Roberto Amaral, que tende a se desfiliar da legenda, o PSB não tem motivos para comemorar o futuro.

Dilma tem quatro anos e dois meses de poder pela frente. Ao longo desses anos, a tendência é a de que haja migração de parlamentares de partidos de oposição para partidos governistas, como acontece em toda legislatura devido ao fisiologismo que permeia o Legislativo no Brasil. Desse modo, os tais dez deputados que o PSB obteve este ano, podem virar fumaça.

Claro que Marina pode vir a se fortalecer entre a direita, mas não é provável. Um dos motivos que fizeram sua candidatura se desidratar ao fim da campanha do primeiro turno foi a desconfiança que ela gera entre a direita, que preferiu e sempre preferirá Aécio ou qualquer outro tucano.

O colunista da Veja Reinaldo Azevedo, por exemplo, bateu tanto em Marina quanto no PT no primeiro turno. E esse fenômeno irá se reproduzir enquanto o partido preferido da direita continuar sendo o PSDB.

Além de Marina e o PSB se desmoralizarem à esquerda e no Nordeste, o partido perdeu metade dos governos estaduais que obteve em 2010, quando conseguiu governar seis estados. A partir de 2015, o PSB comandará Pernambuco, Distrito Federal e Paraíba.

Valeu o PSB aumentar sua bancada em 10 deputados – que nem sabe se vão permanecer no partido – em troca da desmoralização de sua imagem “socialista” e da consequente perda de metade dos governos estaduais? Não sei você, leitor, mas acho que não foi um grande negócio.

E se Dilma e o PT perderam apoio no país em 2014, Aécio e o PSDB perderam a eleição e o partido perdeu 3 governos estaduais em relação a 2010, quando elegeu 8 governadores – agora, elegeu 5.

Apesar de o PT ter perdido 18 deputados federais, caindo de 88 para 70, além de ter mantido a Presidência da República conseguiu os mesmos cinco governos estaduais que em 2010. Porém, passou a governar Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país, depois de São Paulo.

Quem mais ganhou com a eleição de 2014, portanto, foram, primeiro, o PT, por razões óbvias, e, em segundo, o PSDB, por ter aumentado em pouco mais de 4 pontos percentuais sua votação em relação à eleição presidencial de 2010 e em 10 deputados sua bancada na Câmara, tornando-se mais forte na oposição e tendo um candidato altamente competitivo para 2018: Aécio Neves.

Já quanto a Marina e PSB, grande parte dos que votaram nela nos primeiros turnos de 2010 e 2014 é de esquerda e acreditou que sua candidata seria de esquerda até que ela aderisse a Aécio. Em 2018, portanto, esse eleitorado de esquerda que confiou em Marina, não confiará mais. E o eleitorado de direita terá opção bem “melhor” em Aécio.

Marina Silva e o PSB, portanto, foram os grandes derrotados nas eleições de 2014. Ir para a direita não lhes fez nada bem. Até porque, oportunismo e traição não são o melhor caminho para quem tem planos a longo prazo, como deve ter todo partido político. O PSB e Marina foram vítimas de ambição desmedida e afobação. Deu no que deu.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Braço direito de Campos, FBC também foi delatado

:

Segundo o colunista Claudio Humberto, o senador eleito Fernando Bezerra Coelho (PSB), que era braço-direito do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, foi citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em depoimento; "Ele relatou que em 2010 o doleiro Alberto Youssef recebeu de Bezerra, então secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, pedido de doação para a reeleição do governador Eduardo Campos. E R$ 20 milhões teriam sido doados pelo Consórcio Ipojuca Interligações (CII), contratado da Petrobras na refinaria Abreu e Lima", diz nota; empreiteiras envolvidas são Queiroz Galvão e Iesa; presidente do PSB, Carlos Siqueira, diz não ter registro dessa doação; caixa dois? 

Pernambuco 247 - O senador eleito e ex-ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho (PSB) foi citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em depoimento à Polícia Federal, sob acordo de delação premiada na Operação Lava Jato. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do portal Diário do Poder. Segundo ele, FBC, que era braço-direito do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, pediu doações para o doleiro Alberto Youssef para a campanha de reeleição de Campos, falecido em agosto em um acidente aéreo. Na coluna de ontem, o jornalista também afirmou que o ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra [já falecido], também teria sido cotado na delação premiada feita por Costa.

O pedido foi atendido, ainda segundo o colunista, através do Consórcio Ipojuca Interligações (CII), formado pelas empresas Iesa e Queiroz Galvão, que tem contrato nas obras da implantação da Refinaria Abreu e Lima, em Suape. Nas prestações de contas do PSB à Justiça Eleitoral não aparece nenhuma doação deste valor. Na época, o partido era presidido por Eduardo Campos. O Tribunal de contas da união suspeita que as obras da Refinaria Abreu e Lima foram superfaturadas em até  R$ 316,9 milhões.

O presidente do PSB, Carlos Siqueira, diz desconhecer qualquer doação do gênero e que a campanha de Eduardo Campos não custou tanto. Já a Queiroz Galvão teria informado que  “todas as doações realizadas pela empresa seguem rigorosamente a legislação eleitoral".

Entre 2007 e 2010, Fernando Bezerra Coelho ocupou a presidência do Porto de Suape e acumulou a função de secretário de Desenvolvimento Econômico. Ele ficou no cargo até 2011, quando assumiu o Ministério da Integração Nacional, por indicação de Campos, cujo partido integrava a base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff. O PSB deixou o governo em 2013, quando Campos decidiu lançar-se candidato à Presidência da República.

Confira abaixo a nota publicada pelo jornalista Cláudio Humberto.

EX-DIRETOR DELATA EX-MINISTRO DO GOVERNO DILMA

Ex-ministro da Integração de Dilma e senador eleito, Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) foi citado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, sob delação premiada. Ele relatou que em 2010 o doleiro Alberto Youssef recebeu de Bezerra, então secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, pedido de doação para a reeleição do governador Eduardo Campos. E R$ 20 milhões teriam sido doados pelo Consórcio Ipojuca Interligações (CII), contratado da Petrobras na refinaria Abreu e Lima.


CRÉDITO APROVADO

Paulo Roberto Costa afirmou que, consultado por Youssef, aprovou a doação. Até o fechamento desta edição, Bezerra não respondeu às ligações da coluna.

SUPERFATURAMENTO

O TCU estima que o consórcio CII, das empreiteiras Iesa e Queiroz Galvão, pode ter superfaturado R$ 316,9 milhões em Abreu e Lima.

NÃO CHEGOU

Hoje presidente do PSB, Carlos Siqueira ignora a suposta doação e diz que a campanha de Eduardo – que não custou tanto – jamais a recebeu.

RESPOSTA PADRÃO

A Queiroz Galvão informou por assessores que “todas as doações realizadas pela empresa seguem rigorosamente a legislação eleitoral".

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Descansa em paz, Bláblá ! Capriglione: Bláblá decreta a morte política ao apoiar quem se recusa a fazer o bafômetro.

Sugestão de Filippo Sandra Brito, no Facebook do C Af:


O Conversa Afiada tem o prazer de republicar do MudaMais esse inspirado artigo da repórter (ainda existem, em São Paulo !) Laura Capriglione:

Laura Capriglione: Marina decretou sua morte política ao apoiar Aécio Neves



Laura Capriglione é uma jornalista com muita bagagem e competência. Escrevendo agora no Yahoo, a jornalista analisa hoje a decisão de Marina em apoiar Aécio no segundo turno da eleição presidencial. Em seu blog Laura ressalta: “Mas Marina Silva acabou no domingo 12 de outubro, quando virou as costas para sua própria trajetória ao declarar voto no candidato Aécio Neves, o representante de uma política econômica ostensivamente contrária à valorização do salário mínimo e à ampliação das políticas sociais e de inclusão”. Um duro golpe em quem acreditava na postura progressista de Marina.

Leia a íntegra
:

Marina Silva, descansa em paz!

Acabou Marina Silva (1958-2014). Fundadora da Central Única dos Trabalhadores e organizadora do PT, além de amiga e fraternal companheira do líder seringueiro Chico Mendes, Marina Silva foi durante anos, dentro do campo da esquerda brasileira, a representante de uma utopia que tentou conciliar três vetores quase sempre desalinhados: o desenvolvimento econômico, a inclusão social e o respeito ao meio ambiente e às populações tradicionais.


Sua saída do PT, em 2009, empobreceu o partido e o debate interno sobre qual caminho seguir na busca por um mundo mais justo e solidário.


A figura frágil – sobrevivente da miséria dos migrantes recrutados para trabalhar na extração da borracha; nascida em uma família de onze irmãos (da qual oito se criaram); órfã aos 15 anos; sonhática (conforme a auto-definição); vítima da malária, da intoxicação pelo mercúrio dos garimpos e da leishmaniose (doenças da extrema pobreza) – pereceu no domingo, 12 de outubro, depois de lenta agonia.


Foi nesse dia que ela formalizou seu apoio ao tucano Aécio Neves no segundo turno das eleições presidenciais, contra a candidatura da petista Dilma Rousseff.


Como membro do Partido dos Trabalhadores, onde militou durante 23 anos, Marina ajudou a eleger e a implantar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em que exerceu o cargo de ministra do Meio Ambiente durante cinco anos e quatro meses. Foi um período importante, que consolidou as condições para o Ceará, terra dos pais de Marina, crescer mais velozmente do que a média nacional –3,4% ao ano, contra 2,3% da média nacional.


Anos também importantes para o Nordeste como um todo, que deixou de ser exportador maciço de mão-de-obra, já que criou oportunidade de emprego e renda “como nunca antes”. Só para efeito de comparação, ainda hoje a atividade econômica nordestina cresce acima de 4% (nos cinco primeiros meses de 2014), resultado superior à média nacional (0,6%), segundo o Banco Central.


Exemplo de superação das dificuldades, Marina Silva conta em sua biografia com uma passagem como empregada doméstica. Dureza. Mas a contribuição de Marina no fortalecimento do governo do primeiro operário na Presidência ajudou a mudar a situação das empregadas domésticas.


Primeiro com a valorização do salário mínimo, que passou de R$ 200, no último ano do governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, para os R$ 724 atuais.


Depois, com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição das Empregadas Domésticas, de 2013, que ela, com seu exemplo e luta a favor dos oprimidos, ajudou (ainda que indiretamente) a garantir.


Mais de um século depois da Abolição da Escravatura, 7,2 milhões de empregados domésticos brasileiros foram incluídos na categoria de cidadãos dotados de mínimos direitos trabalhistas, entre os quais o controle da jornada de trabalho, definida em oito horas diárias.


Além disso, a categoria começou a receber horas extras, remuneradas com valor pelo menos 50% superior ao normal.


Marina estudou muito, de modo a formar-se como historiadora, professora e psicopedagoga, em uma época em que o país só oferecia aos membros da elite branca a possibilidade de conquistar um diploma de nível superior.


Como membro do Partido dos Trabalhadores e afrodescendente, Marina ajudou a fazer a revolução educacional que aumentou o acesso dos mais pobres e morenos aos bancos universitários. Pela via da ampliação no número de vagas nas universidades federais, do ProUni e do Fies, o número de vagas no ensino superior mais do que duplicou de 3,5 milhões (em 2002) para 7,1 milhões (em 2013).


Uma vida de vitórias, exemplos e superações.


Mas Marina Silva acabou no domingo 12 de outubro, quando virou as costas para sua própria trajetória ao declarar voto no candidato Aécio Neves, o representante de uma política econômica ostensivamente contrária à valorização do salário mínimo e à ampliação das políticas sociais e de inclusão.


Com o capital eleitoral que conseguiu reunir no primeiro turno (21,32 % do total de votos, ou 22.176.619 eleitores), Marina poderia ajudar sua Rede Sustentabilidade a se consolidar como a tal terceira via de que tanto falou antes.


Ela preferiu juntar-se a forças bem conhecidas dos brasileiros: Que criminalizam os movimentos sociais; que atentam contra a liberdade de imprensa; que são apoiadas pela chamada “Bancada da Bala”, por Silas Malafaia e por Marcos Feliciano.


Sem contar que os votos de Levi Fidelix (PRTB, o idiota que fez do aparelho excretor um programa de governo) devem ir para Aécio também.


Marília de Camargo César, autora da biografia “Marina: a vida por uma causa” (editora Mundo Cristão, 2010), conta que, diante de um problema de difícil resolução, a ex-ministra costuma praticar a “roleta bíblica”, que consiste em abrir a Bíblia aleatoriamente, para saber o que Deus recomendaria na situação.


Não é difícil imaginá-la nesse mister quando ela se saiu com a idéia de pedir que o PSDB reconsiderasse a campanha pela redução da maioridade penal, como condição sine qua non a seu apoio. Aécio respondeu sem pestanejar: não! E assim acabou-se mais uma convicção “firmíssima” de Marina.


Descansa em paz, Marina!


Leia também:

DataCaf: Dilma já virou

Bláblá: não subo no palanque do PSDB nem …

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Há uma pedra no meio da língua de Aécio

Arquivo
Jean Wyllys, deputado federal reeleito do PSOL declara apoio a Dilma, contra o retrocesso representado por Aécio e o PSDB.

O homofóbico Silas Malafaia é o mais novo aliado de Aécio, desde criancinha, diz o "bispo".

Marina mantém a coerência e adere à candidatura que tem em Armínio Fraga um embaixador do juro alto.

Nova política: a Rede de Marina está rachada e dificulta a baldeação da candidata que quer apoiar Aécio a qualquer custo; Marina já ameaça não acatar a orientação da maioria.

Executiva do PSB decide queimar caravelas e se junta ao PSDB contra o PT; Roberto Amaral sela a travessia do Rubicão com abraço em Aécio Neves; com a palavra, Luiza Erundina

Marcelo Freixo, do PSOL, o deputado federal mais votado do Rio, antecipa-se ao partido e declara apoio a Dilma no 2º turno: Não admito o retrocesso de uma volta a um governo tucano.

Oito dos 13 governadores eleitos domingo apoiam Dilma.



Minas tornou-se a pedra no meio da língua de Aécio. Quanto mais ele ataca Dilma e o PT, mais complicado fica explicar a derrota no seu estado.

por: Saul Leblon

Aécio Neves festejou a virada sobre Marina Silva, cujo encolhimento franqueou ao tucano a vaga de adversário de Dilma Rousseff no 2º turno da eleição presidencial deste ano.

A virada sobre a candidata do PSB, de fato expressiva (pesquisas de véspera davam a Aécio 21% das intenções de voto e ele chegou a 33,5%), precisa ser qualificada para não ser subestimada, nem mistificada.

Aécio cresceu menos por seus méritos, mais pela polaridade estabelecida entre Marina e Dilma, que praticamente monopolizaram o primeiro turno.

Se o embate entre as duas deixou a candidatura tucana no limbo por um período, contribuiu também para preservá-la de um escrutínio mais duro de propostas e dissecação histórica.

À medida  em que Marina perdeu o magnetismo inicial, setores que a apoiavam migraram em debandada de volta a Aécio, que arrebanhou, ademais, os votos temerosos de uma vitória de Dilma no primeiro turno.

Isso ficou nítido na votação significativa do tucano no quartel-general do conservadorismo brasileiro: no estado de São Paulo ele obteve mais de 10 milhões de votos, contra 5,9 milhões de Dilma.

Mesmo assim, a  vantagem que Dilma leva agora para o 2º turno (41,5% x 33,5%, oito pontos), embora inferior a de 2010 quando fez 47% contra  32,6% de Serra,  representa oito milhões de votos de dianteira. Em 2010 foram 14 milhões de votos (*).
Se é óbvio que desfrutará do apoio uníssono do jornalismo isento,  tucano não disporá mais do abrigo de ostracismo agora que personifica o polo antagônico do projeto de construção de uma democracia social no Brasil.

Não só.

Será difícil para quem se propõe a ‘consertar o país’, explicar por que os eleitores do seu estado natal, que vivenciaram essa habilidade  ao longo de dois mandatos sucessivos do candidato, rechaçaram solenemente a sua continuidade neste domingo.

Aécio foi duplamente derrotado em Minas Gerais.

Não qualquer dupla derrota.

O candidato do ex-governador foi derrotado logo no primeiro turno da disputa estadual; não por uma margem estreita, mas por 52% contra 43%. E não por qualquer adversário: pelo PT.

O mesmo partido que ele acusa de haver demolido o Brasil e assaltado a Petrobrás.

Minas tornou-se a pedra no meio da língua de Aécio.

Quanto mais ele ataca o PT, mais complicado fica explicar a sua derrota em Minas.

Como um partido tão ruim foi capaz de derrotar um ciclo tão bom de administrações comandadas por ele?

E para que não haja qualquer tentativa de confundir a derrota emblemática com questões locais, Minas enviou um segundo torpedo ao Brasil.

Embrulhado no ditado ‘só quem não conhece que te compra’, deu a Dilma 43,46% dos votos, contra 39,77% para Aécio Neves.

Nada disso deve ser confundido com otimismo ingênuo diante da virulenta batalha do 2º turno que começa nesta 2ª feira.

Mas é preciso qualificar o adversário que o conservadorismo tentará vender nos próximos dias  com o mesmo celofane da ‘unanimidade mudancista’, com que revestiu Marina Silva, quando ela chegou a ostentar 10 pontos de vantagem no 2º turno sobre Dilma (50% a 40%).

Despida a mística do proficiente governador chega-se ao núcleo duro da disputa, aquilo que realmente importa e está em jogo.

Serão três semanas de confronto duro entre dois projetos de país e duas estratégias de enfrentamento da crise mundial, que está longe de acabar.

Uma, preconiza desarmar a sociedade e amesquinhar o  Estado. Liberado o campo  –de que faz parte derrotar o PT--  entrega-se a economia à lógica do arrocho, esfarelando direitos, empregos, renda e soberania, para dessa forma canalizar riqueza aos mercados encarregados de reordenar  o país, a economia e os pilares do crescimento.

É a mesma lógica da ‘contração expansiva’ (contração dos de baixo para abrir caminho à expansão dos do alto) aplicada na Europa há quatro anos, com os resultados sabidos.

A outra estratégia envolve uma obstinada negociação política das linhas de passagem para um novo ciclo de desenvolvimento.

Ancora-se em quatro patas: avanço da igualdade, salto na infraestrutura, impulso industrializantes do pré-sal e reforma política com democracia participativa.

Nessa repactuação  de metas, prazos, concessões, sacrifícios, ganhos e salvaguardas, a voz dos mercados não poderá sem impor, nem abafar a da sociedade, que para isso requisita  canais adicionais que a vocalizem.

Esse é o jogo, cujo segundo tempo começa agora.

Como diz Lula, não é o tipo do jogo que se ganha em gabinetes.

Mãos à obra.

E pés nas ruas.
(*) Dados sobre totais de votos de 2010 retificados em 06/10 , às 12:57

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Grampos da PF tem Caixa 2 de Campos e pegam PSDB! Carta Maior e blogueira Noelia Brito tem a capa do inquerito e copia dos documentos


Do Blog da Noelia Brito



O Conversa Afiada reproduz a partir da Carta Maior:


Grampos da Polícia Federal revelam esquema milionário durante governo de Eduardo Campos



Investigações revelaram intensa atividade de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e corrupção de empresários e políticos ligados ao PSDB e ao PSB.


(*) Publicado originalmente no Blog da Noelia Brito


Grampos realizados pela Polícia Federal, com autorização da justiça, dentro das Operações “Farda Nova” e ”Zelador”, iniciadas ainda em 2007, para investigar ações do doleiro Jordão Emerenciano, com o “Jogo do Bicho” (objeto da Operação “Zebra”), acabou por flagrar a intensa atividade de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva, de políticos e empresários, dentro do governo Eduardo Campos e até do que nas conversas se chamou de negócios com “petróleo”.



Dentre os flagrados pelos grampos da Polícia Federal, destacam-se, pela desenvoltura com que operavam e direcionavam licitações e negócios de empresários em SUAPE, em troca de comissões que chegavam a 35% do valor contratado pelas mais diversas secretarias e órgãos do Governo do Estado de Pernambuco, o ex-vereador de Jaboatão dos Guararapes, Geraldo Cisneiros, hoje um dos coordenadores da campanha de Aécio Neves, em Pernambuco e extremamente ligado a tucanos da mais alta plumagem, o ex-deputado federal Bruno Rodrigues, hoje do PSB, mas quando das práticas criminosas filiado ao PSDB e o até hoje presidente da CEASA de Pernambuco, Romero Pontual, do PSB e ex-tesoureiro de campanha do Partido Socialista Brasileiro e do ex-governador Eduardo Campos.


Da “Operação Zelador” surgiu a Operação “Farda Nova”, onde Romero Pontual é apontado pelos agentes federais como integrante de uma “verdadeira quadrilha” destinada a fraudar licitação para compra de fardamentos para alunos da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco. Já ali, chama a atenção dos agentes federais, o fato de que Pontual fora “tesoureiro da campanha” do então governador Eduardo Campos:




Nos grampos, é possível acompanhar a desenvoltura com que o ex-tesoureiro de campanha de Eduardo Campos e do PSB, juntamente com o doleiro Jordão Emerenciano, direcionavam as licitações milionárias nos mais diversos órgãos do Estado de Pernambuco, para favorecer as empresas comprometidas com o esquema de corrupção de seu grupo: fardamento, combustível, merenda, medicamentos, empreiteiras, Petrobras, influência política, instalação de empreendimentos em SUAPE, nada ficava fora do esquema do que a própria Polícia Federal chamou de “Organização Criminosa”, que usava a própria sede da CEASA para reuniões de “negócios”:







Em um dos relatórios a que o Blog teve acesso, fica claro que o doleiro Jordão Emerenciano era uma espécie de Alberto Youseff dos esquemas de corrupção, em Pernambuco, que não poupava nem o FUNDEPE – Fundo de Pensão dos Servidores do Estado de Pernambuco, numa espécie de conluio com o então deputado federal do PSDB, depois filiado ao PSB, Bruno Rodrigues: “aparecem indícios de que o mesmo poderia estar envolvido na prática de crimes de tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, possível pagamento de propina a políticos dentre outros crimes contra o Sistema Financeiro, e operações ilegais de câmbio e corretagem, o que, pelo menos em tese, se constatado mediante investigação policial, formaria verdadeira Organização Criminosa”:




O relatório da Polícia Federal chega a comparar o esquema montado pelo doleiro Jordão Emerenciano juntamente com o ex-deputado Bruno Rodrigues com aquele arciculado pela Corretora Bônus Banval: “O esquema montado pelo DEPUTADO FEDERAL BRUNO RODRIGUES e por JORDÃO EMERENCIANO se assemelha ao esquema praticado pela BANVAL CORRETORA que se aproveita dos fundos de pensão para fazer operações(…):




A Polícia Federal flagrou, ainda, nos grampos, articulações do então vereador de Jaboatão dos Guararapes, Geraldo Cisneiros e do doleiro Jordão Emerenciano, junto  ao que chamaram de “caciques da política pernambucana ligados ao PSDB” para “aprovarem projetos e instalações de empresas no PORTO DE SUAPE”:

Outro fato que chama a atenção nos grampos da “Operação Zalador” é o próprio ex-governador Eduardo Campos ser flagrado cobrando Romero Pontual sobre a licitação da Saúde, apesar de Romero Pontual ser presidente da CEASA, órgão, portanto, totalmente dissociado da área a ele cobrada pelo ex-governador. Em outra conversa interceptada entre Romero Pontual e o ex-governador Eduardo Campos, observa-se que o assunto tratado é a licitação da “Educação”. Confiram:




Os grampos ainda apontam para a influência de Romero Pontual, juntamente com Jordão Emerenciano na Casa Militar, além de possível tráfico de influência do ex-deputado Bruno Rodrigues, junto ao governador de São Paulo, também do PSDB, que, na época, era o recém eleito senador José Serra:


Os grampos ainda apontam para vários contatos de Pontual com Antônio Figueira, à época presidente do IMIP, o que leva a crer que o contrato a que se referia o então governador Eduardo Campos, era a terceirização dos Hospitais e UPAS para a entidade presidida por seu futuro secretário de Saúde, que também aparece nos grampos da Operação Assepsia do Ministério Público do Rio Grande do Norte, que resultou na cassação da prefeita de Natal, Micarla, do PV.


O presidente da CEASA de Pernambuco, Romero Pontual, de acordo com as investigações realizadas pela Polícia Federal, nas Opreações “Farda Nova” e “Zelador”, mantinha rotina de almoços com o ex-governador Eduardo Campos, ao mesmo tempo em que manipulava os resultados das licitações e negócios nas mais diversas secretarias e órgãos do governo de Pernambuco, o que demonstra o alto grau de confiança e proximidade do Chefe do Executivo pernambucano com seu subordinado, chefe do esquema de achaques ao Erário, flagrado pela Polícia Federal:



O filho de Romero Pontual, conhecido como Romerinho, é dono de várias empresas fornecedoras de merenda escolar, entre elas a “Casa de Farinha”, fornecedora, por coincidência, de todas as prefeituras do PSB, inclusive para a Prefeitura do Recife, Ipojuca, São Lourenço da Mata, Paulista, Moreno e para o governo do Estado de Pernambuco.

As empresas de Romero Pontual Filho também já foram alvo de Operações da Polícia Federal. Em um trecho das gravações, os policiais flagram uma conversa entre pai e filho sobre um cheque que haveria para eles na sede da Construtora Moura Dubeux e que foi considerada uma “conversa obscura” pelos agentes federais:

O que causa estranheza é que tendo sido iniciadas em 2007, nenhuma dessas operações, apesar dos flagrantes de crimes gravíssimos, até agora resultaram nem no afastamento do senhor Romero Pontual e nem muito menos em processos ou prisões para os criminosos flagrados, pela própria Polícia Federal, com o conhecimento do Ministério Público Federal, em atos atentatórios contra o Erário.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Mídia festeja sem máscara candidatura Aécio









Marcelo Freixo, do PSOL, o deputado federal mais votado do Rio, antecipa-se ao partido e declara apoio a Dilma no 2º turno: 'Não admito um retrocesso com a volta de um governo tucano'
  
Oito dos 13 governadores eleitos domingo apoiam Dilma 

Marina mantém a coerência e adere à candidatura que tem em Armínio Fraga um embaixador do juro alto e em Agripino Maia o coordenador ético da campanha tucana

Epitáfio: 'Às vezes o reacionário serve de avanço' (palavras de Roberto Amaral, dirigente do Partido Socialista que um dia foi de Arraes)

Dilma venceu em 11 capitais; aliança petista manteve maioria na Câmara: 339 deputados x 181 de Aécio e Marina ; no Senado Dilma terá maioria de 52 cadeiras x 27 de Aécio e Marina



:
Nas redes sociais, jornais Folha de S. Paulo e Estado comemoram passagem de Aécio Neves para segundo turno; “Ufa!”, suspira editorial do Estadão; concorrente da rua Barão de Limeira divulgou panfleto tucano sem nem dar tratamento de notícia, mas como adesão, em sua página no Facebook; Diários Associados convocaram jornalistas e funcionários para passeata pró-tucano; na semana anterior ao primeiro turno, Jornal Nacional e Folha aumentaram exposição negativa da presidente Dilma Rousseff, conforme apurou o manchetômetro, da Uerj; neutralidade dedicada apenas a Aécio e Marina Silva 

247 – A mídia rasgou a fantasia e se jogou de cabeça nas comemorações pela passagem de Aécio Neves para o segundo turno das eleições presidenciais. Na semana anterior ao domingo 5, as preferências já estavam claras com o noticiários crítico em peso contra a presidente Dilma Rousseff em veículos como o Jornal Nacional, Folha de S. Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo. Como mostrou o manchetômetro da Uerj, que apura o volume e a inclinação editorial dos veículos da mídia tradicional (tabelas abaixo), as notícias consideradas neutras foram reservadas para as candidaturas de Aécio e Marina Silva, do PSB. As negativas foram praticamente todas elas dedicadas à personagem Dilma Rousseff.

O que ainda não se conhecia era a maneira como a mídia tradicional iria comemorar a passagem de Aécio pra o segundo turno.

No domingo 5, às 20h, a Folha publicou em sua página no Facebook uma imagem compartilhada pelo PSDB, de comemoração pela ida do tucano ao segundo turno da disputa. "Show da virada. Graças ao seu voto é Aécio no segundo turno!", dizia o texto da imagem. Muitos leitores reagindo, escrevendo que a Folha nem sequer tratou de dar tratamento de notícia ao panfleto. Nele se veem braços jogando um bonequinho de Aécio Neves para o alto em sentido de comemoração.

Nos comentários da postagem, alguns usuários expressaram seu estranhamento: "Não seria melhor postar a foto de uma comemoração do que material de propaganda do candidato, Folha?", questionou um leitor. "Ainda bem que a Folha é imparcial", ironizou outra. "O candidato da Folha de São Paulo!", constatou uma terceira.

Sempre mais sisudo, o concorrente O Estado de S. Paulo fez um editorial nesta terça-feira 7 intitulado "Alívio e esperança". "Ufa", começa o texto que expressa a opinião da publicação. "A exclamação resume o sentimento de alívio com que a maioria dos brasileiros conheceu o resultado da votação de domingo".

O grupo Diários Associados, diante dessa concorrência, fez um movimento absolutamente original. Em comunicado postado na página da rede de jornais, anunciou-se uma manifestação de jornalistas e funcionários, em praça pública, em apoio à candidatura do tucano. Leia abaixo:

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Coordenador da Dilma pega marineiro ex-comunista Ex-comunista quer fazer o que o regime militar não fez



De Miguel Rossetto, coordenador da campanha “Dilma Presidente”:

“Esta declaração é uma vergonha. Desrespeita a democracia e o povo brasileiro.


Nem a ditadura baniu a esquerda, o PT e o povo da vida democratica. Walter Feldman deveria pedir desculpas imediatamente. Responderemos a essas declaraçoes com uma grande vitória democrática no domingo”.


É que  o coordenador da campanha de Bláblárina, Walter Feldman disse nesta sexta-feira (3) que a democracia do Brasil corre risco, caso Dilma seja reeleita.

Ex-tucano (leia “em tempo”), Feldman disse que a presidente poderá fazer um “segundo mandato bolivariano”.

Corremos risco democrático”, disse Feldman, em teleconferência promovida pela consultoria GO Associados, de Gesner Oliveira, ex-presidente da Sabesp no governo do PSDB em São Paulo (leia “em tempo2”).

O ex-tucano  afirmou ainda que a Presidenta tenta limitar a liberdade de imprensa (quá, quá, quá !) e um eventual segundo mandato poderá ter “características bolivarianas”.

Em tempo: Feldman se elegeu pelo PCdoB e, no meio do mandato, traiu os eleitores e o partido e aderiu ao PSDB. Ali, fez gloriosa carreia à sombra do Padim Pade Cerra.  Marginalizado no PSDB, abrigou-se com Blabla. Ou seja, sua carreira replica a da sua (atual) lider.

Em tempo2: Gesner de Oliveira transformou a Sabesp em centro de midia da campanha – derrotada fragorosamente em 2010 – do Padim Pade Cerra (ABC nele ) à Presidência. Ele tentou vender esgoto no Acre e seria ele quem construiria aquele cano  que ia de Sergipe ao Ceará.

Em tempo3: suspeita-se que Feldman tenha sido o autor do “convite” de Blablárina para Cerra ser ministro dela. Portanto, isso aí não passou de um convescote tucano…

Em tempo4: pior que um ex-comunista … não é, Roberto Freire ?

Paulo Henrique Amorim

Dilma engole Aécio. Bláblá perde a cabeça Bláblá já tinha agredido Luciana Genro. Olha o Rogerio Cerqueira Leite …

Lula, chamada geral: 'Tem que trabalhar muito. Não pode dar moleza. Se a gente pensar que já ganhou, os adversários podem atropelar a gente'

Debate Globo: Dilma dá uma aula a Marina sobre a diferença entre um BC independente e um BC autônomo: 'a política econômica é eleita com o Presidente da República; o presidente do BC não pode ter independência para afrontá-la'.

 Debate Globo: Dilma rebate Aécio sobre crise do país lembrando-lhe os 'feitos' do seu eventual futuro ministro Fazenda: um juro sideral de 45% em 1999 e dois estouros rombudos do limite superior da meta de inflação

Debate da Globo: Luciana Genro tira Aécio do sério com o caso do aeroporto e ainda o repreende pelo dedo erguido; mineiro acusa o golpe e se descontrola.

Debate da Globo: Dilma acua Marina lembrando-a que quando ministra um alto assessor do Meio Ambiente foi demitido por desvio de recursos. 'Nem por isso eu diria que você acobertava corrupção'

 Morales tem 59% das intenções de voto e deve ser reeleito na Bolívia dia 12 de outubro no 1º turno.
 


De Turquim, no twitter

Pouco depois da meia noite, Bláblá mostrou as garras, no debate da Globo.

Ela veio com o blablarismo da corrupção.

E que a Dilma nao tinha cumprido o que prometeu.

Dilma lembrou que o Brasil pratica hoje as taxas de juros mais baixas da História.

E que o Governo dela nao tinha Engavetador; Governo que deu autonomia ao Ministério Público e à Policia Federal.

“Nós investigamos”, disse Dilma.

E aí, Dilma lembrou que o diretor do Ibama, na gestão da Bláblá, ela, Dilma, demitiu por “desvio de recursos”.

E nem por isso acusou a Bláblá de corrupção.

E lembrou que a corrupção no metrô de São Paulo foi investigada pela Suiça.

O tempo se esgotou.

Aí, Bláblá perdeu a cabeça e tentou manter a discussão, com tom de voz mais alto, com o microfone desligado.

Em seguida, Dilma se esmerou em desmontar o Arrocho.

Lembrou que o Governo dele (e FHC e Cerra) quebrou o Brasil tres vezes, se ajoelhou diante do FMI, e o Ministro da Fazenda dele – o Arminio NauFraga – praticou a taxa de juros (45%) mais alta da História.

E sobre o Bolsa familia, se o Bolsa do FHC era de 5 milhões de pessoas, o meu, disse Dilma, é de 56 milhões !

Arrocho, nervoso, acusou Dilma de repetir o que o marqueteiro, João Santana diz…

Arrocho também tinha perdido o prumo quando Luciano Genro o apertou.
“Tu falando da Dilma pareces sujo falando do mal lavado. Quem não tem conexão com a realidade é você. É você quem anda de jatinho”, falou Luciana ao candidato do PSDB.
Genro também perguntou sobre mensalão tucano, Privataria Tucana e Aecioporto com chave do Titio.

Aécio perdeu a cabeça e tentou apontar o dedo para ela.

Não aponte o dedo para mim, disse ela.

E Aécio obedeceu.
Arrocho acusou Bláblá de cúmplice do mensalão do PT

Bláblá acusou Arrocho de cúmplice do maior dos mensalões, a compra da reeleição.

Arrocho não leu o livro do Palmério Dória e ousou dizer que não há prova de compra de reeleição.

Bláblá disse que saiu do PT para não compactuar.

Mentira.

Ela saiu do PT porque Lula cansou de bagrologia e preferiu a Dilma.
Bláblá vai passar gastos com a segurança de 600 (sic) para R$ 6 bilhões.
Bláblá agride a Luciana Genro, que lembrou como ela cedeu a quatro twitters do Malafaia.
“Quem muda de posição toda hora é a senhora e não eu”, disse Aecioporto a Bláblá.
Antes, a Presidenta Dilma sugeriu à candidata Marina Silva (PSB) que lesse o seu programa governo quanto à independência do Banco Central. “Acho que você deliberadamente está confundido autonomia com independência”, disse. “Acho importante a senhora ler o que escreveu em seu programa, repito”, continuou a petista ao afirmar que a adversária diz algo diferente do que está no seu plano de governo.

“Tem gente que combate a corrupção pra fortalecer a Petrobras e tem gente que faz para enfraquecê-la”, rebateu Dilma a Aécio Neves,em outro momento.

Abaixo, outras frases da Presidenta Dilma:


“Eu sugeri medidas concretas contra a corrupção”
“No caso da Petrobras eu demiti esse diretor que está envolvido nesse escândalo”
“Não acho que são alianças que define o corrupto. O corrupto está em todos os lugares”
“A abertura para as investigações estão no meu governo. Todos os crimes devem ser investigados e punidos”
“Não acho que tem alguém acima da corrupção. As instituições é que têm que ser fortes e estar acima da corrupção”
“Eu acredito que nós temos um programa muito importante que é o Pronatec”
“Eu sei que o senhor sabe que houve uma lei que proibia que o governo federal investisse em escola técnica”
“Eu concordo com o senhor que é muito importante valorizar o professor”
“Tanto é assim que enviamos para o Congresso que 70% do pré-sal fosse direcionado para a educação”
“Sem valorizar o professor não tem como melhorar a educação no Brasil”
“Eu primeiro gostaria de dizer que no tema corrupção eu gostaria de fazer um esclarecimento”
“Eu queria ler o depoimento do Paulo Roberto na CPI”, disse Dilma ao confirmar a demissão do ex-diretor da Petrobras.
“Eu sou a favor de reforçar toda a proteção à juventude pra previnir toda a gravidez precoce”
“Tem gente que combate a corrupção pra fortalecer a Petrobras e tem gente que faz para enfraquecê-la”
“Tem candidato que fala de corrupção na Petrobras para privatizá-la”
“Vocês praticamente entregaram para nós a Caixa e o Banco do Brasil num estado precário. Hoje são bancos sólidos”
“Foi no governo do senhor que um alto funcionário do governo disse: ‘estão tratando a privatização no limite da responsabilidade’
“Acho que você deliberadamente está confundido autonomia com independência”

“Esse diretor nós investigamos, nós prendemos. No passado, ninguém prendia ninguém. Os crimes do metrô de São Paulo foram descobertos pela Suíça”

“Se esses malfeitos estão sendo descobertos, é porque nós investigamos”

Acredito que cumpri todos os meus compromissos.”

“Porque o povo iria acreditar que nós que criamos o programa não sabemos fazê-los e vocês saberão?”


“Gostaria de dizer que 79% da matriz elétrica do Brasil é ambientalmente sustentável”

“Eu sinto muito, mas não sou imperial. Eu sigo a Constituição”

Do Blog do Mello, no twitter
  

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Mercado ainda compra o fim do Brasil na 2ª feira

:

Irracionalidade prevalece no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo a quatro dias da eleição; aumento das chances de Dilma Rousseff, estimadas agora em 70% para vencer no 2º turno, segundo a consultoria Eurasia, derruba pregão; baixa em setembro somou 11%, e outubro começou com queda de 1%; Petrobras abriu dia perdendo 3%, bancos também; candidatura do PT anunciou o que o mercado quis ouvir, como aumento dos combustíveis até o fim do ano e mudança da equipe econômica; birra impede reconhecimento de pleno emprego e inflação sob controle; disputa contra vontade política da população mostra que investidores não aceitam a realidade de carências e necessidades da sociedade; companhias de capital aberto apresentam resultados sustentados, mas o que conta são os números das pesquisas; fundamentos ignorados em benefício da opção partidária 

247 – O mercado financeiro está rompido com a realidade de carências e necessidades da sociedade brasileira. O discurso de atenção aos pobres, por meio da ampliação de programas sociais e condução de uma política econômica anticíclica que fecha os quatro anos do governo da presidente Dilma Rousseff com pleno emprego e inflação, apesar das predições negativa, dentro da meta, não combina com a voracidade dos investidores e especuladores. Nesta quarta-feira 1, após a divulgação, na véspera, de duas pesquisas importantes – Datafolha e Ibope -, a Bolsa manteve o movimento de queda e caiu, logo na abertura, mais 1%.

Com todas as baixas ocorridas no mês de setembro, as perdas chegam a 12% nos últimos 31 dias. O dólar, no mesmo passo atrás, valorizou-se 9% sobre o real nas últimas quatro semanas. Há quem, na Bovespa, projete os próximos pregões abaixo dos 45 mil pontos, em novas e fortes depressões. Hoje, o mercado abriu aos 53.333 pontos, mil a menos que no dia anterior.

O motivo para a entrada no buraco está num único fato: o mercado comprou a ideia de que a reeleição da presidente Dilma Rousseff vai provocar algo como o fim da economia brasileira. Sabe-se no entanto, por tudo o que a candidata disse em campanha e, especialmente, pelo que entrega de realizações do governo, que essa projeção não faz nenhum sentido.

É certo que Dilma pode encerrar a eleição, em primeiro turno, já no domingo 5, ou partir para 2º turno com prognósticos de 70% de vitórias sobre qualquer que seja seu adversário, Marina Silva, do PSB, o Aécio Neves, do PSDB. Mas isso não significa que a vontade política da população, a ser expressa nas urnas, aponte para o pior cenário imaginado pelos mais pessimista dos agentes do mercado.

Dilma entrega o governo, nem que seja para ela mesma, com uma situação de pleno emprego e, mesmo perto do teto, a inflação dentro da meta. O dólar, em razão de sucessivas intervenções do Banco Central, vinha estabilizado em cerca de R$ 2,40, mas disparou, nitidamente, por questões políticas desde que a mesma Dilma aumentou suas chances de vitória.

Na Bovespa, que até o ano passado se comportava em linha com as demais bolsas do mundo, os fundamentos das companhias abertas passaram a ser, desde o início de 2014, jogados de lado para trazer os números das pesquisas ao centro da cena. Nada a ver com a racionalidade que, de tempos em tempos, a própria direção da Bovespa diz existir como forma de atrair pessoas físicas para participar do pregão. Não é por menos que que o cidadão comum, ao contrário do que acontece nos Estados Unidos e em países nos quais o capitalismo está mais avançado, foge desses apelos pontuais. O mercado pertence mesmo aos tubarões e os tigres.

PETROBRAS CRESCE SOB ATAQUES - Nos ataques promovidos contra o valor de companhias como a Petrobras, as maiores empresas do País e todo os gandes bancos, privados e públicos, o mercado e sua aposta no caos não conseguem se explicar. Por mais que a estatal de petróleo tenha sido sacudida por denúncias de corrupção, o que o mercado também sabe é que a Petrobras foi a única grande petrolífera do mundo a aumentar, nos últimos seis anos, suas marcas de extração de petróleo.
Enquanto o pré-sal bate recordes, a companhia voltou a disputar a posição de maior companhia da América Latina, permanecendo nos últimos meses entre as três primeiras posições. Num pedido nítido do mercado, o governo afirmou que, sim, haverá um aumento nos preços dos combustíveis ao público até o fim do ano.

Não era exatamente o que se queria?

A equipe econômica, alvo das críticas mais duras dos últimos 20 anos, apesar dos resultados no campo do emprego, será outra, já disse a presidente Dilma por mais de uma vez nesta campanha. Igualmente, essa não é a vontade dos chamados investidores?

RESULTADOS DE BANCOS IGNORADOS - Como explicar, tecnicamente, por outro lado, como os bancos brasileiros podem somar perdas em suas ações de quase 6% apenas nos três primeiros dias desta semana? Até os arcos da entrada da Bovespa sabem que os resultados das instituições financeiras têm sido espetaculares, com quebras de recordes a cada divulgação de balanço trimestral. Os próximos balanços, num consenso entre diferentes analistas, deverão ser ainda mais fortes. E, entretanto, a diferença política do mercado com as pesquisas de intenção de votos os penaliza.

A irracionalidade dos investidores terá, necessariamente, de ser corrigida quando os resultados eleitorais aconteceram. Até lá, a sangria está contratada. Depois, o fim do Brasil e do mundo prometidos terão de ser adaptados à realidade – essa que insiste em fazer o sol se levantar todos os dias. A acomodação terá de acontecer, ainda que não se admita.

Datafalha e Globope “corrigem” DataCaf Dilma continua a dois pontos de vencer no primeiro turno



A generalizada esculhambação gerada pela multiplicação de “pesquisas” pigais é uma das evidencias de que o Brasil precisa de um plebiscito para convocar uma Constituinte Exclusiva e reformar a política, com financiamento público das campanhas.

São pesquisas manipuladas nas margens de acerto flexíveis (e previsíveis) , desde o primeiro dia, quando a campanha nem existia.

Nessas primeiras pesquisas, o Cerra não perde uma.

(Depois, se se elege, não cumpre um único mandato ate o fim )

São “pesquisas”, como nesta terça-feira (30/09), que se acasalaram no jornal nacional.

Mas, quando a eleição se aproxima, fica mais difícil manipular.

Até porque, com a remessa maciça de ouro de Havana, foi possível montar uma pesquisa diária, alternativa, que implode os institutos pigais.

Obriga-os a manipular menos.

É o DataCaf.

Como explicar, então, sem o ouro de Havana, que o Globope e o Datafalha possam fazer pesquisa carissimas todo dia ?

Quem banca ?

Ouro de quem ?

De onde ?

Ou serão pesquisas, como o jatinho da Bláblá, sem dono ?

Mas, vamos comparar os “resultados” do Globope e da Datafalha, com o DataCaf também de hoje.

O DataCaf dá 40 a Dilma, 24 à Bláblá e 18 ao Arrocho do Ataulfo (no ABC).

Portanto, Dilma está a dois pontos da vitória no primeiro turno.

O Globope tirou um da Dilma e dá um à Bláblá e ao Arrocho do Ataulfo.

O Datafalha mais comedido: dá só dois pontos ao Arrocho.

Na Dilma e na Bláblá não mexe.

Ou seja, os dois tentaram empurrar os candidatos da Casa Grande.

Portanto, prevalecem a consistência e precisão do DataCaf.

Aí está o retrato da opinião publica nesta terça-feira.

O Conversa Afiada se vê obrigado a gastar tanto tempo com pesquisas, que, de resto, são precárias e inutéis.

Mas, só no Brasil se leva isso a sério.

E, sendo assim, o jeito foi detonar as pesquisas pigais.

E, como se viu nessas pesquisas de hoje, o Globope e o Datafalha nada mais fazem do que confirmar o DataCaf, com acrobacias na margem de erro.

E para isso o ouro Havana foi providencial.

Não confundir com a “Providência Divina”: que matou o Eduardo …

Paulo Henrique Amorim

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Marina quer governar com “núcleos vivos” ou núcleos DE vivos?

Não sei que diabo de fetiche é esse que a direita tem por alguns jogos de palavras que, a rigor, não querem dizer coisa alguma.
Querem ver?
Que porcaria é essa de “homens de bem”? É usada por outros autoproclamados “homens de bem” para definir os que consideram seus iguais.
Requisito básico? Ter bens, o que os torna, em vez de “homens de bem”, homens de bens.
De preferência, de muitos bens.
Para muito não me alongar, vamos ao ponto: agora importam, por aqui, expressão inútil, porém pomposa, que, faz tempo, encanta reacionários de países latinos onde o conflito com a direita acirrou-se de forma que nem podemos imaginar por aqui.
Quem trouxe essa belezura para cá? A candidata descolada, claro. Marina, a “nova política” das banqueiras, socialites e de toda uma “geração malhação” que, com papais, mamães e vovôs embonecados infestam shoppings, clubes e “points” invariavelmente ditos “exclusivos”.
Uma turma que, reunida, não enche o maracanã.
A expressão frequentemente usada por Marina em 2010, então chupada da direita latino-americana, voltou à tona. Segundo o Jornal Nacional, nesta semana ela citou uns tais de “núcleos vivos”, dizendo que governará com eles.
Conheci essa droga de expressão lendo o jornal local El Universo durante viagem a Guayaquil, Equador, em 2007. Só que, em vez de “núcleos”, o que se usava por lá era “Fuerzas vivas de la comunidad” ou “de Guayaquil”.
Grandes empresários, donos de veículos de mídia, setores ultraconservadores da Igreja Católica e um opositor do ainda hoje presidente Rafael Correa, o prefeito de então daquela cidade equatoriana, Jaime Nebot, reuniram-se em um evento contra o governo do país.
A direita equatoriana dissera-se “forças vivas da sociedade”, como se uma sociedade fosse composta por mortos e vivos.
Talvez o reaça equatoriano se referisse àquela maioria pobre de seu país que, até então, não vivia, mas sobrevivia, e que o presidente Correa começava a resgatar ao mudar o modelo comercial de extração de petróleo do país, que, naquele ano, era de concessão e mudou para partilha, como seria feito anos depois no Brasil, no caso do pré-sal.
Até então, a maior fonte de divisas equatoriana (o petróleo) ficava com as petroleiras estrangeiras na proporção de 90% para elas e 10% para o país. Correa mudou o modelo e inverteu esses percentuais. Com o modelo de partilha, agora quem ficava com 90% era o Equador.
Contra essa nova realidade, reuniram-se as tais “fuerzas vivas de Guayaquil”.
Destemido, carismático e sem papas na língua, Correa foi aos meios de comunicação no dia seguinte e disparou: “No son fuerzas vivas, son fuerzas DE vivos que saben muy bién por qué no quieren que este Pueblo disfrute de las ganancias del petroleo”.
Anos mais tarde, em 2012, agora na Venezuela, vejo na tevê local o anti Hugo Chávez de plantão, Henrique Capriles Radonski, em plena campanha eleitoral para presidente – que Chávez venceria antes de partir da vida –, referir-se a seus apoiadores como “fuerzas vivas venezolanas”.
Até nisso Marina endireitou.
Resgato, pois, resposta inesquecível de Correa, quem, até hoje, ostenta níveis estratosféricos de popularidade em seu país: Marina, você não quer governar com “núcleos vivos”, mas com núcleos DE vivos que pensam que você os colocará para cuidar do “galinheiro”.
As pesquisas, porém, já mostram que esses núcleos e sua candidata são muito menos “vivos” do que imaginam. Se bobearem, a festa se lhes acabará no próximo domingo.