Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Mercado ainda compra o fim do Brasil na 2ª feira

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Irracionalidade prevalece no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo a quatro dias da eleição; aumento das chances de Dilma Rousseff, estimadas agora em 70% para vencer no 2º turno, segundo a consultoria Eurasia, derruba pregão; baixa em setembro somou 11%, e outubro começou com queda de 1%; Petrobras abriu dia perdendo 3%, bancos também; candidatura do PT anunciou o que o mercado quis ouvir, como aumento dos combustíveis até o fim do ano e mudança da equipe econômica; birra impede reconhecimento de pleno emprego e inflação sob controle; disputa contra vontade política da população mostra que investidores não aceitam a realidade de carências e necessidades da sociedade; companhias de capital aberto apresentam resultados sustentados, mas o que conta são os números das pesquisas; fundamentos ignorados em benefício da opção partidária 

247 – O mercado financeiro está rompido com a realidade de carências e necessidades da sociedade brasileira. O discurso de atenção aos pobres, por meio da ampliação de programas sociais e condução de uma política econômica anticíclica que fecha os quatro anos do governo da presidente Dilma Rousseff com pleno emprego e inflação, apesar das predições negativa, dentro da meta, não combina com a voracidade dos investidores e especuladores. Nesta quarta-feira 1, após a divulgação, na véspera, de duas pesquisas importantes – Datafolha e Ibope -, a Bolsa manteve o movimento de queda e caiu, logo na abertura, mais 1%.

Com todas as baixas ocorridas no mês de setembro, as perdas chegam a 12% nos últimos 31 dias. O dólar, no mesmo passo atrás, valorizou-se 9% sobre o real nas últimas quatro semanas. Há quem, na Bovespa, projete os próximos pregões abaixo dos 45 mil pontos, em novas e fortes depressões. Hoje, o mercado abriu aos 53.333 pontos, mil a menos que no dia anterior.

O motivo para a entrada no buraco está num único fato: o mercado comprou a ideia de que a reeleição da presidente Dilma Rousseff vai provocar algo como o fim da economia brasileira. Sabe-se no entanto, por tudo o que a candidata disse em campanha e, especialmente, pelo que entrega de realizações do governo, que essa projeção não faz nenhum sentido.

É certo que Dilma pode encerrar a eleição, em primeiro turno, já no domingo 5, ou partir para 2º turno com prognósticos de 70% de vitórias sobre qualquer que seja seu adversário, Marina Silva, do PSB, o Aécio Neves, do PSDB. Mas isso não significa que a vontade política da população, a ser expressa nas urnas, aponte para o pior cenário imaginado pelos mais pessimista dos agentes do mercado.

Dilma entrega o governo, nem que seja para ela mesma, com uma situação de pleno emprego e, mesmo perto do teto, a inflação dentro da meta. O dólar, em razão de sucessivas intervenções do Banco Central, vinha estabilizado em cerca de R$ 2,40, mas disparou, nitidamente, por questões políticas desde que a mesma Dilma aumentou suas chances de vitória.

Na Bovespa, que até o ano passado se comportava em linha com as demais bolsas do mundo, os fundamentos das companhias abertas passaram a ser, desde o início de 2014, jogados de lado para trazer os números das pesquisas ao centro da cena. Nada a ver com a racionalidade que, de tempos em tempos, a própria direção da Bovespa diz existir como forma de atrair pessoas físicas para participar do pregão. Não é por menos que que o cidadão comum, ao contrário do que acontece nos Estados Unidos e em países nos quais o capitalismo está mais avançado, foge desses apelos pontuais. O mercado pertence mesmo aos tubarões e os tigres.

PETROBRAS CRESCE SOB ATAQUES - Nos ataques promovidos contra o valor de companhias como a Petrobras, as maiores empresas do País e todo os gandes bancos, privados e públicos, o mercado e sua aposta no caos não conseguem se explicar. Por mais que a estatal de petróleo tenha sido sacudida por denúncias de corrupção, o que o mercado também sabe é que a Petrobras foi a única grande petrolífera do mundo a aumentar, nos últimos seis anos, suas marcas de extração de petróleo.
Enquanto o pré-sal bate recordes, a companhia voltou a disputar a posição de maior companhia da América Latina, permanecendo nos últimos meses entre as três primeiras posições. Num pedido nítido do mercado, o governo afirmou que, sim, haverá um aumento nos preços dos combustíveis ao público até o fim do ano.

Não era exatamente o que se queria?

A equipe econômica, alvo das críticas mais duras dos últimos 20 anos, apesar dos resultados no campo do emprego, será outra, já disse a presidente Dilma por mais de uma vez nesta campanha. Igualmente, essa não é a vontade dos chamados investidores?

RESULTADOS DE BANCOS IGNORADOS - Como explicar, tecnicamente, por outro lado, como os bancos brasileiros podem somar perdas em suas ações de quase 6% apenas nos três primeiros dias desta semana? Até os arcos da entrada da Bovespa sabem que os resultados das instituições financeiras têm sido espetaculares, com quebras de recordes a cada divulgação de balanço trimestral. Os próximos balanços, num consenso entre diferentes analistas, deverão ser ainda mais fortes. E, entretanto, a diferença política do mercado com as pesquisas de intenção de votos os penaliza.

A irracionalidade dos investidores terá, necessariamente, de ser corrigida quando os resultados eleitorais aconteceram. Até lá, a sangria está contratada. Depois, o fim do Brasil e do mundo prometidos terão de ser adaptados à realidade – essa que insiste em fazer o sol se levantar todos os dias. A acomodação terá de acontecer, ainda que não se admita.

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