Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

PROGRAMA DO AÉCIO É O FHC DEPOIS DA LIPO Aécio é da categoria “qualquer um deles, desde que não seja a Dilma”.

O PiG (*) cada vez menos cheiroso, o jornal Valor, publica uma síntese do pensamento (sic) econômico do candidato Aécio Never.

O problema começa no título: o economista que faz a cabeça do Aécio é o grande empresario Alexandre Accioly, amigo e compadre de Aécio.

Accioly é dono da rede de fisiculturismo Bodytech, na zona Sul do Rio (onde mais seria ?), e tem uma filosofia empresarial que replica a do amigo e compadre: 

“Não cuido de nada: deixo tudo com os meus sócios”

Foi o que fez Aécio em Minas: deixou tudo com o Anastasia e a irmã. 

O Valor omitiu esse grande pensador na lista dos que fazem a cabeça do Aécio.

Omite também o Príncipe da Privataria, o que substituiu Tancredo na posição de demiurgo do Aécio.

Como se sabe, depois de Ulysses tanto insistir, Tancredo ofereceu a Fernando Henrique o cargo de “Ministro da Articulação Sociológica do Governo no Congresso”.

O cargo correspondia a ter uma sala, uma secretária e um carro oficial – e poder nenhum.

Porque, como se sabe, “não se pode levar esse rapaz a sério”, na opinião do avô do Aécio.

Pois o Príncipe é hoje o patrono de Aécio, após abandonar o Cerra à beira da estrada.

Dentre os economistas notáveis que “fazem a cabeça” do Aécio há os suspeitos neolibelês (**) de sempre.

Armínio 40% de Juros, Edmar Bacha, que trocou a reputação de economista para ser banqueiro, e Gustavo Franco, que foi demitido pelo Fernando Henrique depois de levar o Brasil à bancarrota.

E Elena Landau, devotada conselheira do Daniel Dantas e, antes disso, privatista infatigável.

Ela só não vendeu a Petrobrax porque não teve tempo.

Há novidades na lista do Valor, mas são economistas cuja reputação ainda está por firmar-se.

Aparecem como “especialistas imparciais” no PiG (*), aqueles a quem o Requião chama de “nada sabem de tudo”.

Quais são as ideias que fazem a cabeça do Aécio (outras do Accioly não se conhecem) ?

O primeiro ano de Governo será de forte ajuste fiscal – ou seja, tome juros na veia !

40% à la Armínio !

(Nenhuma novidade: a Bláblárina já tinha defendido isso, para a incontida felicidade do Itaú, de novo, alvo da “ortodoxia tucana”…)

Os economistas neolibelês (**) pregam também uma revisão da rede de proteção social – leia-se o Bolsa Família -, responsável, segundo eles, por uma insuportável carga tributária.

Velha cantilena.

O que eles querem mesmo é realizar o sonho do Cerra: vender o Bolsa Família à Walmart.

Querem reduzir drasticamente as alíquotas de importação.

E dane-se a indústria nacional.

E abram-se as portas à indústria estrangeira.

Para isso, deverão jogar o câmbio às alturas para baratear as importações e levar o Cerra ao desespero (Cerra, como se sabe, tem uma fixação: o câmbio).

Os jenios do Aécio querem rever a Lei do Salário Mínimo, porque “vai obrigar o Governo a elevar impostos”.

Bingo !

Pau no salário mínimo !!!

Também não é novidade nenhuma.

Na entrevista coletiva que concedeu à Folha (***), o Dudu pregou a política do “pau no salário mínimo” !

Quem precisa de salário mínimo ?, perguntava o Príncipe quando governava o Brasil e achatava o salário mínimo.

Os neolibelês do Aécio também querem “oxigenar” o mercado de trabalho.

Ou seja, rasgar a CLT !

(Esse pessoal tem um problema com o Vargas que não foi resolvido até hoje: salário mínimo, CLT, Petrobras …)

E, por fim, como não podia deixar de ser, “uma agenda de privatizações, concessões e parcerias público-privadas sem vedações (sic) ideológicas”.

“Vedação ideológica” deve ser essa praga do “nacionalismo”.

É a velha mania de vender a Petrobrax, agora revigorada pela necessidade de rasgar o contrato de partilha e realizar o sonho do Cerra – entregar o pré-sal à Chevron.

Clique aqui para ver que o Aécio voltou ao local do crime: a Petrobrax.

Esses tucanos são engraçados.

Não tem uma ideia original.

E pensam que conseguem formular velhas ideias com novas palavras e os parvos se deixarão enganar.

O Dudu, a Bláblárina, o Aécio e o Cerra não trazem nada de novo.

Eles são o que o Príncipe definiu com mordaz precisão: serve qualquer um deles, desde que não seja a Dilma.

É só isso o que eles são: o não-Dilma, o não-Lula !

Não precisam de ideias.

Nem novas nem velhas.

São as de sempre.

A menos que os sócios do Accioly tenham outras …


Paulo Henrique Amorim
Accioly e Aécio com as mulheres: e o Anastasia, coitado, em Minas trabalhando ...

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

(***) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

PAULO BERNARDO VAI GIRAR ESSA MAÇANETA?



O governador  tucano,Geraldo Alckmin, levou a tiracolo um estafeta e notório defensor da ditadura  à cerimonia de entrega dos arquivos digitalizados  do DOPS, em São Paulo. O episódio ilustra o corredor de camaradagem  que liga as portas abertas da democracia  e os socavões  escuros da ditadura  ainda existentes  na sociedade. A mais notória delas  guarda os nomes dos mortos e desaparecidos políticos e os de seus respectivos algozes. Outra, abriga a colaboração estreita entre o mundo  empresarial,  a repressão e a barbárie. Um lacre merecedor  da mais  prestigiada das omissões  garante  a intocabilidade do monopólio  do sistema de comunicação, setor cuja centralidade  na vida democrática dispensa apresentações. A presidenta Dilma experimentou na carne , em Durban, as consequências desse anacronismo, que seu ministro das Comunicações tinge de virtude democrática. A indignação de Dilma com o uso distorcido de suas palavras coincidiu, na sua volta, com sugestiva mudança na postura do ministro. Paulo Bernardo, concede agora a hipótese de  desengavetar o projeto de regulação da mídia, deixado pelo antecessor. Mas exala inoxidável má vontade com a missão de faxinar um esqueleto da ditadura, que gostaria  de preservar no confortável formol da omissão. Resta saber por quanto tempo mais a mão do governo poderá  repousar sobre a maçaneta dessa porta. Sem risco de ser decepada pelas baionetas aquarteladas no seu interior. (LEIA MAIS AQUI)


O Chile que se cuide: o Goldman Sachs vem aí!


O banco de investimento estadunidense Goldman Sachs, protagonista do desastre financeiro global de 2008, começou a operar neste ano a partir de uma base no Chile. O que os banqueiros desejam por lá? A resposta não é complicada: aproveitar este paraíso da desregulamentação financeira latino-americano.


No final de fevereiro, o banco de investimento estadunidense Goldman Sachs começou suas operações no Chile com um capital de modestos 289 milhões de pesos. A notícia, embora a boa recepção que a imprensa financeira local concedeu, refrescou a memória de não poucos leitores: o Goldman Sachs não só é um dos maiores bancos de investimento do mundo, mas também foi um dos causadores do desastre financeiro dos Estados Unidos em 2008. O estado atual da economia mundial não é alheio às corruptas e obscuras operações desta instituição.

O Goldman Sachs já realizava atividades no Chile através da sua filial em Buenos Aires. Mas é compreensível o passo dado ao transpor a cordilheira. Sob a tramoia dos negócios globalizados no marco do neoliberalismo ultrarradical, o Chile, embora seja um mercado pequeno, leva a dianteira na América Latina. As declarações do gerente da empresa para suas operações na região, reproduzidas pela imprensa especializada, corroboram esta afirmação: “A banca de investimento pode se desempenhar muito bem no Chile, assim como a colocação de ações e gestão de riqueza privada. Mas o mais interessante é que nos últimos anos vimos o capital chileno desempenhar um papel muito mais proeminente, enquanto a financiamento, na América Latina”.

Vale lembrar algo deste protagonista do desastre financeiro de 2008. Como banco de investimento, tem um verdadeiro prontuário e não só na crise das subprimes, mas também como detonador da crise grega, que neste momento tem boa parte da Europa pendendo por um fio. Um documentário titulado Inside Job (Trabalho Confidencial, completo no Youtube) desenreda a ensebada trama entre o poder político e financeiro: como responsáveis pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos estavam altos executivos do Goldman Sachs, que iam e vinham dos salões da Casa Branca aos escritórios financeiros. Assim vem se dirigindo a economia mundial durante as últimas décadas. O documentário narra que Ronald Reagan nomeou como secretário do Tesouro Donald Regam, ex-diretor geral do Merrill Lynch, apenas poucos anos depois, durante a administração de Bill Clinton, nesse mesmo cargo foi sucedido por Robert Rubin, que vinha do Goldman Sachs. Após sua passagem pelo governo, voltou ao setor financeiro, desta vez ao Citigroup. Uma verdadeira porta giratória do ouro e dos milhões.

O caso mais recente, e certamente o mais escandaloso, é o de Henry Paulson, ex-presidente do Goldman Sachs e mais tarde secretário do Tesouro de Bush. Em meio à catástrofe e durante a administração de Obama, o Congresso dos Estados Unidos vazou um relatório sobre os responsáveis da crise. Entre bancos e outras agências, o Goldman Sachs aparece com papel protagônico. Esta empresa, diz, “especialmente sob a presidência de Henry Paulson (pouco antes de ser nomeado por Bush) aliviou os efeitos da queda do mercado das subprimes” potencializando a criação e difusão de produtos tóxicos, com a cumplicidade das agências de qualificação. Como resultado destas operações, a economia estadunidense expressa hoje todo o contraste neoliberal, com um aumento histórico da pobreza e concentração da riqueza.

Em suma, no dia 16 de abril de 2010 a Comissão do Mercado de Valores dos Estados Unidos acusou a Goldman Sachs de fraude pelas hipotecas subprime. Trata-se de uma informação pública. Até a Wikipédia corrobora: “A Comissão considera que estão no centro da fraude Fabrice Tourre, vice-presidente do Goldman, e aponta também Paulson, gestor principal do fundo de investimento livre (hedge fund) Paulson & Co. A Goldman Sachs é considerada um dos atores principais na ocultação do déficit da dívida grega”.

Que interesse pode ter este banco no Chile? Muito. Bem sabemos que este é o paraíso da desregulamentação financeira, o que significa que os fluxos de capitais entram e saem com muita intimidade. Mas não só é a utopia do mercado transformada em realidade, também é hoje um paraíso para videntes e especuladores financeiros, o combustível atual do forte crescimento no consumo e a economia, o que deveria, como em bom ano eleitoral, prolongar-se pelo menos até novembro.

A máquina financeira está que arde, fenômeno celebrado pelo empresariado, o consumidor e, como não, pelo governo. Um processo febril que pouco tem que ver com o cauteloso e também angustioso passo do capitalismo mundial, em franca deterioração. Existem fluxos especulativos que ingressam para fazer seus negócios na Bolsa, na construção, no mercado cambiário em um processo complexo e arriscado - uma clássica bolha especulativa - que tem já as características de um cassino financeiro, o cenário perfeito para o Goldman Sachs.

*Publicado em “Punto Final”, edição Nº 777, 22 de março, 2013. 

**Tradução: Liborio Júnior

quinta-feira, 28 de março de 2013

BC AMERICANO TRADUZ A VISÃO DE DILMA


sexta-feira, 27 de julho de 2012

EURO: UMA CONVERSA ENTRE A MORTE E A AGONIA


*5ª feira difícil para o dispositivo midiático escolher a manchete: 'governo acelera obras do PAC e investimento cresce 39%' ** 'preço da energia elétrica deve cair 10% com corte de tributos, o que reduz o custo do investimento e a inflação' ** 'juro ao consumidor atinge o menor nível da história'**crédito cresce, inadimplência cai **depósitos na poupança crescem apesar da nova regra de rendimento.



O presidente do Banco Central Europeu declarou nesta 5ª feira que fará o que for preciso para salvar a Espanha e a Itália da moratória iminente --e o fará de modo suficiente. Ato contínuo os juros tombaram; as bolsas dos dois países subiram. Eureka! Mas, então, por que não o fez antes, há menos de uma semana, por exemplo, quando o mesmo Mário Draghi, cobrado a agir, declarou que o BCE não estava a serviço de países? A resposta começa por aí. O colapso da ordem neoliberal  descarregou sobre o tabuleiro da UE o peso das contradições letais: aquelas que se confrontam com os seus próprios termos e reduzem as opções a uma conversa entre a morte e a agonia. (LEIA MAS AQUI)

sexta-feira, 15 de junho de 2012

O puro e mal disfarçado ódio da elite inglesa ao 'social'

Paris — No período entre as duas grandes guerras era comum jovens aristocratas ingleses participarem da repressão a movimentos populares e greves. Era uma forma de entretenimento, naquela época e naquele mundo tão bem descritos nos romances de Evelyn Waugh e outros: a luta de classes transformada em esporte para os rapazes queimarem calorias e ajudarem a manter a ordem.
Não surpreende que boa parte da aristocracia da ilha simpatizasse com o nazismo — inclusive, suspeitava-se, o próprio rei — quando seu principal atrativo era o de conter a expansão comunista.
Num museu da Segunda Guerra Mundial que visitamos em Cherbourg havia uma exposição de cartazes alemães dirigidos à população francesa durante a ocupação, e o apelo de todos era ao medo do bolchevismo, que o nazismo tinha vindo evitar.
Depois daquele período entre as guerras muita coisa mudou na Inglaterra, que inclusive foi pioneira em diversas medidas formadoras do welfare state, o estado de bem-estar social que floresceria na Europa a partir da metade do século passado. Mas a Inglaterra também está liderando o combate à crise da dívida com medidas de austeridade mais profundas e duras do que a de países da comunidade europeia em processo de esfarelamento.
No caso do governo conservador inglês, como observou o Paul Krugman em artigo recente, além das razões discutíveis mas defensáveis para a austeridade, existe um componente de puro e mal disfarçado ódio ao “social”, que sobrevive na elite inglesa desde os bons e divertidos anos 20 e 30. Ou, para ser mais preciso, desde sempre.
Entre todos os objetivos declarados e não declarados do sacrifício de benefícios sociais está o deliberado desmonte do welfare state e o fim da social-democracia. Quer dizer, esqueça os arrazoados econômicos e as justificativas bem sonantes. Está-se assistindo a uma revanche.
Perigo
As eleições legislativas francesas deram uma apertada maioria para os socialistas e o apoio que o Hollande precisava para começar a fazer algo diferente no governo. Mas o fato mais notável das eleições foi o bom desempenho, outra vez, da direitista Marine Le Pen que, como tem as mesmas ideias xenófobas e retrógradas do seu pai, mas é muito mais simpática e bem articulada, passa a ser a personalidade mais perigosa da política francesa.
 
Luís Fernando Veríssimo

sexta-feira, 23 de março de 2012

Em SP, economistas discutem crise global e o novo desenvolvimentismo para o Brasil e o mundo

Grupo de economistas brasileiros e estrangeiros participa de projeto coordenado pelo professor Luiz Carlos Bresser-Pereira, da Fundação Getúlio Vargas. Novo encontro realizado em São Paulo discute as marcas que serão deixadas pela crise global, o que as turbulências do passado ensinam sobre o futuro, e quais relações há entre instabilidade financeira, câmbio e desisdustrialização no Brasil

São Paulo - Diante de uma crise financeira gestada pela desregulamentação neoliberal, que idéias podem oferecer os economistas heterodoxos aos países que sofrem com instabilidade cambial, desemprego, estagnação e desindustrialização?

A busca por respostas a essa questão é o principal objetivo da nova etapa de um ciclo de seminários que reúne economistas, brasileiros e estrangeiros, nesta quinta e sexta-feira na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo.
A coordenação dos trabalhos é feita por Luiz Carlos Bresser-Pereira, há anos um crítico da ortodoxia neoliberal e que propõe um novo desenvolvimentismo para o Brasil.

Segundo o economista, coordenador do Centro de Macroeconomia Estruturalista do Desenvolvimento da FGV, essa nova etapa desenvolvimentista não deve mais estar baseada na substituição das importações, como ocorreu no início da segunda metade do século XX.

A estratégia de agora seriam taxas moderadas de juros, equilíbrio nas contas externas, abertura comercial com política industrial e crescimento baseado na poupança interna - este último ponto de fundamental diferença em relação à ortodoxia neoliberal, que prega expansão econômica através de poupança externa.

No primeiro encontro já realizado pelos pesquisadores, dez reflexões foram apresentadas sobre o conceito de novo desenvolvimentismo. No segundo, o objetivo era a análise do papel da governança e da regulação financeira para a promoção de uma taxa de câmbio competitiva no Brasil. O terceiro seminário, que acontece agora, concentra-se em três metas.

Primeiro, quais efeitos perenes deixará a crise financeira internacional nas economias global e da América Latina; segundo, o que as crises financeiras do passado vividas pelos latino-americanos ensinam sobre o futuro; terceiro, quais relações existem entre instabilidade financeira, taxa de câmbio e desisdustrialização no Brasil.

Toda a complexidade desse debate teórico já pode ser conhecida em artigos escritos pelos economistas, e que podem ser acessados na página do projeto na internet.

Debates do dia
O economista norte-americano Thomas Palley, que assessorou a central sindical AFL-CIO e hoje conduz em Washington o projeto Economia para Sociedades Democráticas e Abertas, defendeu nesta quinta-feira que a crise global tem sido potencializada por uma falha na "arquitetura do euro".

O problema, segundo ele, estaria na inexistência de uma coordenação européia das finanças do bloco, que relega a cada um dos países boa parte da gestão de suas políticas monetárias e fiscais.

Diante da crise de confiança nos títulos da dívida nacionais, o Banco Central Europeu (BCE) pouco pode fazer. Por isso, Palley devende a criação de uma Autoridade para as Finanças Públicas Européias, que atuaria junto ao BCE na governança bancária do bloco.

Isso seria possível, entre outros pontos, através do impulso a um mercado de títulos públicos europeus, "nos quais não haveria traço da nacionalidade dos países". O BCE atuaria comprando e vendendo esses país, de modo a garantir confiança e liquidez.

Palley criticou medidas contracionistas adotadas pelos países europeus para combater a crise. "Essa esquizofrenia dos policymakers europeus, de combater a crise com austeridade, apenas gera mais turbulências", diz ele. Isso ocorreria por uma razão elementar: com a economia mais fraca, a receita do governo cai, ampliando o déficit.

Concordando com Palley sobre os problemas de governança financeira, sobretudo quanto ao excesso de risco assumido pelo setor bancário, o economista Randall Wray, da Universidade Missouri-Kansas City, alertou que a ajuda financeira dada pelo Tesouro dos Estados Unidos ao mercado financeiro não tem sido feita com nova pactuação sobre governança.

"O sistema continua guiado pelo curto prazo, e a ajuda financeira mantém, senão aumentou, os rendimentos dos altos executivos do setor bancário", afirma ele, nominando empresas como Goldman, Bank of America, Citigroup, and JPMorgan-Chase.

Diante disso, Wray defende que a ajuda esteja condicionada à supervisão plena da autoridade monetária no banco que receber os recursos, além de que empréstimos públicos sejam vinculados "às melhores garantias".

Wray e Palley foram apenas dois dos economistas que têm traçado novas rotas para as finanças globais. O grupo ao qual eles pertencem aposta no aprofundamento da produção teórica como forma de combate à ortodoxia - para eles, frágil na teoria e cada vez mais ineficiente na prática.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O maior investidor no Brasil é a LAVAGEM DE DINHEIRO !

Sugestão do amigo navegante Luiz:

Luxemburgo é campeão de investimento estrangeiro no Brasil


Luxemburgo foi disparado a principal fonte de investimentos estrangeiros diretos no Brasil no mês de janeiro.


Segundo o Banco Central, o paraíso fiscal respondeu por 33% dos US$ 5,37 bilhões de IED registrados no primeiro mês do ano.


O segundo lugar da lista ficou com os Estados Unidos, com 8,9%.


Os Países Baixos – que lideraram os IEDs em 2011, com 25,3% do total – apareceram em terceiro, com 8%.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

NEM HABILITADOS, NEM INTERESSADOS

Até 2020, o mundo precisará criar 650 milhões de novos empregos para enxugar as demissões geradas pelo colapso neoliberal e incorporar as novas gerações que chegam ao mercado  de trabalho. O cálculo da OIT estima em US$ 1,3 trilhão o investimento produtivo necessário para que isso ocorra. O valor representa cerca de 10% do socorro  oferecido às finanças desreguladas para salvá-las do abismo por elas escavado. A julgar pela agenda dos distintos governos conservadores em ascensão na Europa, esse objetivo não tem qualquer chance de ser atingido no prazo preconizado. Políticas de arrocho fiscal e salarial vitaminadas pelo torniquete de cortes de direitos sociais escavam o fundo do abismo recessivo, aprofundando a crise urbi et orbi. Os representantes do dinheiro não estão habilitados, nem interessados nessa equação. Ela simplesmente não cabe nos limites da lógica mercadista. A conversa começa a partir daí. Hoje, 5ª feira, a partir das 9 horas, no auditório da Ajuris, em Porto Alegre, Carta Maior promove um capítulo dessa conversa, com a participação de Luiz Gonzaga Belluzzo, Mario Burkún, Samuel Pinheiro Guimarães, e Ignacio Ramonet:"O crepúsculo neoliberal, o horizonte da esquerda e o déficit de democracia"



Carta Maior promove debate sobre crise do neoliberalismo e rumos da esquerda

Luiz Gonzaga Belluzzo, Samuel Pinheiro Guimarães, Ignácio Ramonet e Mario Búrkún debaterão em Porto Alegre a crise econômica mundial e os desafios políticos e econômicos que ela coloca para a esquerda internacional. Seminário ocorrerá no dia 26 de janeiro, às 9 horas, no auditório da Escola Superior da Magistratura da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris). Atividade faz parte da programação do Fórum Social Temático 2012.



Porto Alegre - A Carta Maior promove dia 26 de janeiro, em Porto Alegre, um debate sobre “A crise do neoliberalismo e os rumos da esquerda no século XXI”, com a participação de Luiz Gonzaga Belluzzo, Samuel Pinheiro Guimarães, Ignácio Ramonet e Mario Búrkún.

A atividade, que faz parte da programação do Fórum Social Temático 2012, será realizada a partir das 9 horas, no auditório da Escola Superior da Magistratura, da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), rua Celeste Gobbato, n° 229, bairro Praia de Belas. O encontro, que será mediado pelo jornalista e historiador Gilberto Maringoni, é aberto ao público, mas recomenda-se antecipação no horário pois os lugares são limitados.

 Luiz Gonzaga Belluzzo: economista, professor da Unicamp e diretor da Facamp.

Samuel Pinheiro Guimarães: Alto Representante do Mercosul, ex-secretário geral do Ministério de Relações Exteriores do Brasil.

Ignácio Ramonet: Jornalista espanhol. Presidente do Conselho de Administração e diretor de redação do Le Monde Diplomatique.

Mario Burkún é Doutor em Ciências Econômicas da Universidade Pierre Mendes France, de Grenoble, França. Professor de Ciências Econômicas na Universidade de Buenos Aires e na Universidade de La Matanza.



Sobre os participantes:


Fotos: Carol De Goes


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Merkel quer CPMF. Urubóloga e FHC são contra



Saiu no Brasil Econômico, na capa:

“Alemanha exige criação de CPMF na Europa para acabar com a crise.”

“A chanceler alemã, Angela Merkel, reafirma que um imposto sobre transações financeiras é a ‘resposta certa’ para os problemas econômicos da Zona do Euro e estabelece prazo para que os países do bloco aceitem a proposta; Sarkozy diz que a França criará a taxa de qualquer forma.”


Isso tudo é uma brincadeira, na melhor das hipóteses.
Na pior, manobra eleitoreira de baixo calão.
Populismo.
Merkel não tem base parlamentar para aprovar isso.
E Sarkozy apenas corteja a esquerda, já que é candidato, este ano, à re-eleição.
Portanto, não perca o seu tempo.
Isso não é para valer.
CPMF – nem por cima do meu cadáver.
Esse foi o veredito irreversível da Urubóloga, no Bom (?) Dia Brasil, que será transmitido ao longo do dia, em toda a Europa – e ajudará a sepultar essa ideia rasteira.
A Urubóloga foi tão convincente que a Renata Vasconcelos, que faz um curso, de Alta Economia, ao vivo, todo dia, ao lado da Urubóloga, cantou no mesmo tom: já que isso aí da Merkel e do Sarkozy não passa de uma …
Quem também é contra é o Farol de Alexandria.
Foi ele, beneficiário, quando presidente, da CPMF do Ministro Adib Jatene, na hora de renovar a CPMF ele liderou a campanha “vamos tirar o remédio da boca das crianças”.
Com o apoio do inigualável Arthur Virgilio Cardoso e do Tasso tenho jatinho porque posso, Fernando Henrique derrotou a CPMF no Senado e deu uma pnhalada nas costas do Lula.
É o que ele mais quer(ia).
Um gesto que se inscreverá na biografia desses três tucanos estadistas.
Arthur Virgilio Cardoso é aquele que disse que ia dar uma surra no presidnete Lula e levou DUAS surras do eleitorado amazonense.
Portanto, Merkel é uma coitadinha.
O maciço apoio que tem no eleitorado e no Congresso da Alemanha se evaporam diante da dialética tucana e global.
Mal sabe ela do poder da Urubologa e do Farol de Alexandria.



Clique aqui para ler “O Brasil está no caminho certo”.


Paulo Henrique Amorim

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

"Novo governo pós-Berlusconi aprofundará neoliberalismo na Itália"


Ex-senador no Parlamento italiano pelo Partido da Refundação Comunista (2006-08), o ativista ítalo-brasileiro José Luís Del Roio prevê dias turbulentos na Itália, com a intensificação dos protestos de rua contra o desmonte do sistema de bem-estar. França pode ser a próxima vítima da crise. Sem aprofundar práticas democráticas e aproximar-se das massas, União Européia pode implodir, diz ele à Carta Maior.

São Paulo - Apesar de "felicíssimo" com a iminente queda do premiê Silvio Berlusconi e o fim da "bordelcracia" na Itália, o ativista ítalo-brasileiro José Luís Del Roio não projeta um cenário otimista.

Ex-senador no Parlamento italiano pelo Partido da Refundação Comunista (2006-08), ele acredita que o novo governo terá um caráter ainda mais neoliberal, ao apostar na destruição do sistema de bem-estar e em medidas recessivas como estratégias para superar a turbulência econômica.

A Itália é hoje a bola da vez da crise financeira européia. Berlusconi já admitiu a renúncia, pressionado pelo tamanho da dívida pública, o baixo crescimento econômico e a explosão dos juros cobrados dos títulos italianos.

"O novo governo será feito por homens educados, engravatados, que falam línguas, mas será terrivelmente neoliberal. (...) É uma visão extremamente equivocada para resolver a crise. (...) Se reduzirmos a arrecadação de impostos, a dívida pública em relação ao PIB só poderá aumentar", disse Del Roio à Carta Maior.

Nesta entrevista exclusiva, o ativista, que hoje vive entre São Paulo e Bragança Paulista, sua cidade natal, e desenvolve um projeto de pesquisa junto ao Instituto Vladimir Herzog, prevê uma temporada de turbulências sociais na Itália, especialmente com protestos de rua conduzidos por sindicalistas.

Del Roio foi dirigente do PCB nos anos 1960. Fundou, com Carlos Marighella e outros ativistas, a Aliança de Libertação Nacional (ALN), que abraçou a luta armada como forma de resistência. Quando a ditadura fechou o cerco aos opositores, Del Roio seguiu para o exílio e trabalhou no Peru, Chile, Argélia, Moscou e Itália. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista, concedida por telefone.

Carta Maior - Na Grécia, a crise levou situação e oposição a criarem um governo de união nacional. Na Itália, após a queda de Berlusconi, há essa possibilidade?
José Luís Del Roio - Na Itália não irá nascer propriamente um governo de unidade nacional, mas algo similar. Acredito que o novo governo terá a característica de um governo técnico. Mario Monti, que deve ser o próximo primeiro-ministro, não é um homem de partido. Por esse caráter, o novo governo deve ter participação tanto de partidos da chamada direita quanto da chamada esquerda. Mas a "esquerda-esquerda", como a Refundação, não participará, porque não tem mais nenhum deputado no Parlamento, após a mudança das regras nas últimas eleições.

CM - Imagino que o objetivo desse "governo técnico" será resolver a questão da crise da dívida. Mas é possível que haja novidades no campo político? Quem sabe a própria alteração da lei eleitoral?
Del Roio - É bem provável que o novo governo amenize alguns aspectos antidemocráticos da lei eleitoral. Acredito nisso porque a sociedade italiana irá se mobilizar diante das perdas de conquistas sociais que virão. E essas manifestações sociais que precisarão de algum canal constitucional que absorva a pressão.

CM - Não se viu na Itália protestos da dimensão dos ocorridos na Grécia. Eles podem ocorrer?
Del Roio - É possível, sim. Mas há um fator que conta a favor dos gregos. Lá, eles têm um partido comunista forte e organizado, que teve papel central naquelas mobilizações. Na Itália os protestos devem ser centralizados pela Federação Italiana dos Metalúrgicos e a Confederação Geral dos Trabalhadores Italianos, a CGIL. Já houve recentemente grandes mobilizações no país, mas elas se concentraram na tentativa de derrubar o governo Berlusconi.

CM - E o governo acabou caindo por conta da crise...
Del Roio - Pois é. É claro que estou felicíssimo com isso e com o fim da "boldelcracia" no país. Tínhamos um governo desqualificado internacionalmente. Agora teremos um outro, feito por homens educados, engravatados, que falam línguas, mas será terrivelmente neoliberal. É uma visão extremamente equivocada para resolver a crise. A política econômica que eles desejam aplicar resultará na destruição do sistema de bem-estar social e na desaceleração econômica, que não colaboraram em nada para a redução da dívida. Se reduzirmos a arrecadação de impostos, a dívida pública em relação ao PIB só poderá aumentar. A Itália deve hoje 120% de seu PIB, e isso poderá chegar a 130%, 140%, 150%... o céu é o limite.

CM - Na Grécia, os efeitos da crise têm sido terríveis no dia-a-dia das pessoas, com desemprego e corte de salários. Como a crise tem afetado a vida dos italianos?
Del Roio - A Itália ainda não chegou à situação da Grécia, e eu espero que não chega. Mas há problemas graves, como a desocupação crescente, sobretudo entre jovens. A faixa etária de 26, 27 anos enfrenta 40% de desemprego. Isso é um drama. Primeiro do ponto de vista econômico, porque são pessoas que não produzem e nem consomem. Segundo, do ponto de vista da esperança. Metade da juventude italiana não tem perspectiva e fica em casa sem fazer em nada ou acaba imigrando. Um outro problema trazido pela crise atinge os funcionários públicos, já que o governo decidiu impor-lhes quatro anos sem reajuste de salários. Além disso, os que se aposentam não poderão sacar um tipo de fundo de garantia por tempo de serviço que beneficia o funcionalismo italiano.

CM - A extensão da crise gerou discussões sobre o futuro da União Européia. Chanceler alemã, Angela Merkel, chegou a propor a revisão de tratados. Qual sua opinião sobre isso?
Del Roio - A situação da União Européia é pior do que parece. Em primeiro lugar, por sua própria estrutura. São 27 países e só parte deles adota o euro. Em segundo lugar, o governo da União Européia é extremamente antidemocrático e afastado das massas. As pessoas não conhecem o governo europeu, não sabem se tem presidente ou nome de ministros. O que há é uma burocracia feroz que não gosta de eleições. A Constituição da União Européia foi recusada em referendos na França e na Holanda e, então, decidiram impô-la. Antes de tudo, precisamos de democracia na União Européia. Há uma grande desatenção quanto à importância do voto das pessoas. A União Européia costuma criticar a democracia dos Estados nacionais, quando esse é um problema central dela. Ou ela se democratiza, ou está perdida.

CM - Em sua opinião, países podem deixar o bloco ou, pelo menos, o euro?
Del Roio - É possível. Quem estiver de acordo com o eixo central, formado por Alemanha e França, fica. Quem se revoltar, sairá. O problema é que a França não está imune à crise, nem economicamente e nem socialmente. Após o massacre contra os italianos, chegará a vez dos franceses. Isso pode gerar grandes transformações na Europa, porque a Alemanha, a meu ver, tem outra perspectiva estratégica em vista, que seria uma parceria com a Rússia. Desde antes de ser formada, em 1870, a Alemanha olhava para o leste, onde estão grande parte das reservas energéticas mundiais. Se a União Européia balançar, um eixo entre Alemanha e Rússia poderia se fortalecer.

CM - O senhor foi senador no Parlamento italiano. Pensa em se candidatar novamente?
Del Roio - Não penso em voltar. A vida parlamentar me incomodava muito. Você passa 4/5 do seu tempo discutindo minúcias, se deve ou não deve cobrar pelo uso dos banheiros da rodoviária. Eu gosto de discutir estratégias, de discutir se a rodoviária cumpre seu papel no sistema de transportes.

Leia mais
Em 2006, recém eleito senador, Del Roio concedia entrevista à Carta Maior


Fotos: Gilberto Maringoni/Carta Maior

Da série: ai se o Kamel souber...

Por Luis Nassif, em seu blog:

Ontem gravamos uma entrevista especial, em vídeo - a ser disponibilizada aqui em breve - com a professora da Unicamp e cientista social Walkiria Domingues Leão Rego que há cinco anos pesquisa a Bolsa Família. Walkiria tem ido anualmente às regiões mais pobres do nordeste tomando depoimentos dos beneficiários, não questionários frios, mas longas conversas para apreender as mudanças ocorridas.



Um dos episódios narrados é fantástico.

Na casa de uma senhora em Alagoas, outro pesquisador que a acompanhava, italiano, maravilhou-se com alguns quadros, pinturas na parede, sem moldura. Indagaram da senhora o que era aquilo.

Inicialmente, ela relutou em responder. Walkiria contou que no país do seu amigo valorizavam-se muito as pinturas, daí a razão do interesse dele.

A senhora venceu, então, o temor e contou que um de seus netos tem uma grande vocação para a pintura. Na escola, a professora recomendou que recebesse aulas.

Ela reuniu, então, a família e, juntos, discutiram se poderia desviar parte do dinheiro da comida para as aulas de pintura do menino. Todos concordaram. O resultado foram as pinturas que maravilharam o italiano.

Se Ali Kamel souber, haverá denúncias em O Globo sobre o esbanjamento de recursos do Bolsa Familia.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

ÚLTIMAS DOS REPRESENTANTES DA MASSA CHEIROSA

Tucano ficha-imunda toma posse no senado com presença de Serra

Barrado pela Lei da Ficha Limpa, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) tomou posse nesta terça-feira (8) no Senado.

"A lei não deve atingir fatos do passado", disse Cunha Lima. Ao tomar posse, foi aplaudido de pé (por colegas de crime?). Ele já deve participar de votações de autoridades no plenário.
O tucano disse que não há nenhum incômodo em assumir o mandato mesmo tendo sido barrado. Ele teve a candidatura suspensa porque teve o mandato de governador cassado em 2009 por abuso de poder econômico e político e por conduta vedada a agente público. "Tenho mais do que Ficha Limpa, uma vida limpa. A cassação foi em cima de uma avaliação subjetiva."

Os tucanos José Serra e Sérgio Guerra prestigiaram a posse de Cunha Lima.

A chegada de Cunha Lima reforça a bancada da oposição e tem efeito na correlação de forças do PMDB, que perdeu a vaga que era ocupada por Wilson Santiago e alinhado com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) e o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL).

Além de Cunha Lima, o Senado também deve empossar mais dois senadores barrados pela Ficha Limpa em 2010.
Leia mais em: O Esquerdopata

Alckmin não quer faxina em São Paulo

Alckmin desiste de decreto que instituiria Ficha Limpa em SP

Geraldo Alckmin desistiu de incluir, no pacote anunciado ontem para aumentar a transparência em sua gestão, decreto que instituiria a Ficha Limpa para o funcionalismo paulista. A medida, já adotada em Minas, forçaria o afastamento de José Bernardo Ortiz, aliado histórico do tucano instalado na FDE. Ele tem condenação em segunda instância.

Sujeira em baixo do tapete

Indicado informalmente à relatoria do Orçamento de 2012 pelo governo paulista, Roberto Engler (PSDB) enviou cartas aos 93 colegas pedindo a lista de emendas a serem contempladas na cota individual de R$ 2 mi. Deu errado: insatisfeita, a base de Alckmin vai escolher a deputada Maria Lúcia Amary (PSDB) para o posto.

Mais dinheiro para os tucanos

Em tempo recorde, o BID aprovou ontem financiamento de US$ 1,15 bi para o trecho norte do Rodoanel. A missão do banco avaliava o projeto desde fevereiro. O montante é o maior já destinado pela instituição para obras viárias no país.Coluna da Renata Lo Prete

A ética do PSDB de Jundiaí e do porcalista Anselmo Brombal


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FHC lança mote de campanha para o PSDB: “Yes, we care”


Nenhum candidato foi lançado, nenhum novo manifesto foi escrito, mas os tucanos presentes ao evento promovido ontem pelo Instituto Teotônio Vilela (ITV) saíram de lá com a sensação de que algo novo aconteceu. Sim aconteceu! FHC pensa que mora nos EUA..

FHC sugeriu o mote da campanha para as eleições 2012 e 2014 “Yes, we care” (sim, nós cuidamos). como slogan do PSDB.

A tucanada copiou do mote de campanha de Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos, "Yes, we can [sim, nós podemos]"......

O QUE QUEREM OS TUCANOS

PRIVATIZAÇÕES
O economista Gustavo Franco, ex-presidente do BC, defendeu a retomada das privatizações e a abertura da economia

MINISTÉRIOS
O ex-presidente do BC Armínio Fraga propôs o corte dos ministérios à metade. O mesmo deve ser feito com cargos de confiança

JUROS
O ex-presidente do BC Pérsio Arida propôs acabar com o crédito subsidiado do BNDES e de outros bancos públicos e aproximar a taxa de juros que eles cobram das do mercado

INVESTIMENTOS
Fraga e o economista Armando Castelar sugeriram aumentar a taxa de investimento público. Para Castelar, ela deve passar dos atuais 2,1% do PIB para algo em torno de 5%, cortando gastos correntes

EDUCAÇÃO
O sociólogo Simon Schwartzman propôs investir mais na qualificação de professores e na melhoria da qualidade de ensino no país

APOSENTADORIAS
Os tucanos sugerem a Reforma da Previdência, com revisão das pensões por morte e da aposentadoria integral do setor público, além de rediscutir a idade mínima para aposentadoria, considerada muito baixa

SAÚDE
Sugestão de André Médici, economista com atuação na área de saúde, prevê ressarcimento pelo SUS dos que usam o sistema tendo plano privado de saúde



"Nós estamos começando a falar com uma nova voz. Agora é a voz dos que querem vencer", disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que também falou em união do partido, e tinha ao seu redor alguns dos principais nomes do PSDB, como o senador Aécio Neves, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o ex-governador do Estado José Serra (que chegou ao evento de surpresa), o presidente do partido, Sérgio Guerra e o presidente do ITV, Tasso Jereissati.

Em vez de mineiro,Aécio Neves, foi chamado por Guerra, de "o único senador carioca do PSDB", por Aécio morar no Rio.

FHC disse que o PSDB "Tem que ser o partido do carinho e da equidade". Mas o carinho embutia um ataque ao governo petista, que o ex-presidente acusa de não ter estratégia e pecar pela gestão. A equidade também carregava uma crítica ao que FHC chamou de um coletivismo do PT que "não respeita as pessoas". "Não é só querermos mais, é querermos melhor", arrematou.

Melhor em termos de juros, inclusive. O aperto monetário, que foi severo no governo FHC, foi combatido até por aqueles que ocupavam a presidência do Banco Central naquela gestão, como Gustavo Franco e Armínio Fraga. Outro vilão apontado por todos os palestrantes foi a política industrial da administração petista. Fraga atacou a atuação de órgãos do governo em fusões e aquisições, como o Cade e o BNDES.

Tomando o cuidado de não confundir sua crítica ao ataque desferido por Fraga, já que seu banco, o BTG Pactual, apoiou com veemência a tentativa de fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour defendida pelo BNDES, Arida se ateve a combater a tática de financiar setores da economia, discricionariamente, por meio de crédito subsidiado. Sua palestra surpreendeu pelo apelo político e foi encampada pelos caciques do partido que o sucederam no púlpito. Arida disse que, se BNDES e Caixa operassem com juros de mercado, a taxa básica seria menor para todos, enquanto os rendimentos da poupança e do FGTS seriam maiores.

FHC e seus Papéis

Com a elegância de sempre, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a escrever nos jornais dominicais. Por mais que o tempo passe, não perde a capacidade de expressão.
Dessa feita, seu objeto foi a corrupção. Com o título “Corrupção e Poder”, a ideia central do artigo é que a corrupção, antes “episódica”, teria se tornado “um sistema” nos governos do PT.
Instalado na época de Lula, sobreviveria no atual, ainda que Dilma “esboce uma reação” contrária. Para FHC, estaríamos “(...) diante de um sistema político que começa a ter a corrupção como esteio, mais que simplesmente diante de pessoas corruptas”.
O texto reflete a dificuldade que o ex-presidente tem de conciliar os dois papéis diferentes a que as circunstâncias o levam. De um lado, ser algo até coerente com sua biografia acadêmica: um ex-presidente que não se ocupa dos embates políticos do cotidiano e intervém na vida nacional apenas quando é necessária uma palavra de sobriedade e sabedoria. De outro, ser uma liderança partidária como as demais, envolvida na luta ideológica com os adversários.
Não é surpresa que enfrente problemas tentando ser as duas coisas, pois os papéis são, mesmo, contraditórios. É impossível querer falar em nome de todos se muitos são vistos como inimigos.
A atração que sente pelo lugar de estadista, acima do bem e do mal, é nítida na sua participação em instituições que congregam “líderes globais independentes”, como diz o material de divulgação de uma delas, os “Anciãos”. Fundada por Nelson Mandela, essa reúne dez personalidades que atuam na defesa de causas sociais e humanitárias, para “oferecer sua influência coletiva e experiência em apoio à paz mundial, contribuir para o enfrentamento das principais causas do sofrimento humano e promover os interesses comuns da humanidade”. Como se vê, nada mais distante do que é a atuação de um líder partidário.
No site da organização, FHC se apresenta como ex-presidente que “implementou importantes programas de reforma agrária, redução da pobreza e que melhoraram significativamente a saúde e a educação (no Brasil); um aclamado sociólogo e advogado global da reforma da política relativa às drogas”.
Exageros à parte, há verdade nesse resumo de sua vasta biografia. E não há nada de mal no orgulho que sente de estar junto a personagens da importância ética e moral dos Anciãos (Desmond Tutu, Kofi Annan, Jimmy Carter, entre outros).
O problema é que Fernando Henrique não consegue dizer não a seus correligionários e à vontade de ser o porta-voz das oposições, nem que seja para apenas externar suas mágoas contra Lula e o PT.
Por mais que o seduzam os grandes fóruns internacionais suprapartidários, não resiste à tentação de desempenhar papéis menores.
O conflito entre o “aclamado sociólogo” e o político é visível no artigo do último domingo. Em “Corrupção e Poder”, mal se percebe o primeiro.
Em alguns momentos, é quase constrangedor, como quando procura justificar a famosa frase do ex-ministro Roberto Cardoso Alves - “é dando que se recebe”-, desculpando-a como inócua: “referia-se a nomeações (...) que eventualmente poderiam levar à corrupção, mas em si mesmas não o eram”.
Como se Fernando Henrique, líder do governo Sarney no Congresso, ignorasse o que se passava ao seu redor e se iludisse achando que a indicação de apadrinhados para cargos no governo fosse um fim em si mesmo.
Em outros, o texto é um exercício de ficção. Sem o dizer, parece querer se referir a seus dois governos quando afirma que “antes, o desvio de recursos roçava o poder, mas não era condição para seu exercício”. E que, “agora”, “os partidos exigem ministérios e postos administrativos para obter recursos que permitam sua expansão”.
Ou se esqueceu ou imagina que ninguém se lembra do que ocorreu naqueles tempos, quando diversos ministérios, alguns dos de maior orçamento, fizeram parte de acordos semelhantes aos que o PT fez quando chegou ao governo. Lula pode ser culpado de muitas coisas, mas não de ter inventado as regras desse jogo.
A corrupção é um problema antigo e relevante de nosso sistema político. Ela existe na administração federal, nos estados e nos municípios, no Legislativo e no Judiciário.
À frente do governo de oito estados e centenas de prefeituras, o PSDB lida com ela no dia a dia. Seu principal intelectual não tem o direito de pretender que ela nasceu ontem e está restrita ao governo federal.
Para o Brasil, melhor seria se FHC fosse um sábio ancião, daqueles que não se permitem ser ligeiros. O primeiro passo para enfrentar a corrupção é acabar com a brincadeira de que ela é culpa dos outros.
Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

Contra a intriga, a verdade


Posto aí em cima um trecho da entrevista que dei ontem, à saída da reunião da bancada e da Executiva Nacional do PDT. Nada melhor do que a verdade, ainda mais quando a gente tem um blog onde tudo fica registrado, datado, e assinado. A mim, não vão me confundir os espaços fáceis na imprensa para atacar a honra alheia e também não deixo de pensar o que penso em razão de circunstâncias.
Existe uma campanha contra o Governo Dilma e contra os avanços do trabalho no Brasil. Se há ou não irregularidades em algum convênio do Ministério, deve ser investigado e punido quem o cometeu, repito, se tiver acontecido. Simples assim.
Mas daí a embarcar em campanha denuncista e a fazer “jogadas” de mídia para conquistar posições partidárias ou para promoção pessoal, vai uma distância que é do tamanho do caráter de cada um.
Agradeço aos profissionai da homepage do PDT o envio do vídeo, que ajuda mostrar qual é a verdade.



 

sábado, 15 de outubro de 2011

Dilma deixa crise da Grécia para a Urubóloga. ‘Não vamos pagar por uma crise que não é nossa’, diz Dilma

Saiu no Globo:


Naira Hofmeister,

especial para O Globo


PORTO ALEGRE – Foi entre os gritos de apoio e saudação do público que lotou o auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e um protesto externo, organizado por sindicatos de bancários e servidores públicos, que a presidente Dilma Rousseff subiu à tribuna para defender o Brasil Sem Miséria, cujo pacto da região Sul foi assinado nesta sexta-feira, em Porto Alegre, pelos governadores Tarso Genro (RS), Raimundo Colombo (SC) e Beto Richa (PR). Em um discurso, a presidente destacou a importância do programa, que tem como meta retirar da miséria extrema 16 milhões de pessoas em quatro anos. Mais do que isso, Dilma pretende converter essa parcela da população, que sobrevive com menos de R$ 70 por mês, em consumidores que impulsionem o crescimento do Brasil, mantendo o país à parte da crise internacional que atinge os mercados europeus e dos Estados Unidos.


- Tirar 16 milhões da pobreza é um imperativo moral e ético, mas também um instrumento econômico, porque é transformar brasileiros em cidadãos plenos, em consumidores – justificou a presidente.


Para a presidente, esta é a melhor fórmula para evitar que a crise tome proporções maiores em território nacional:


- Nós não somos uma ilha: de uma forma ou de outra, somos atingidos pela crise. Mas como a nossa principal força é o mercado interno, a nossa capacidade de resistência é muito elevada.


Assim como fez durante seu discurso na reunião de abertura da Conferência das Nações Unidas, DIlma criticou a atitudes dos países desenvolvidos que optaram por cortar programas sociais e salários em lugar de estimular o desenvolvimento através da ampliação do consumo e da atividade industrial:


- Nós vemos os países envolvidos em discussões que parecem um tanto quanto envelhecidas, porque nós vivemos a nossa crise da dívida soberana a partir de 1982. Nós vivemos todo um processo de fazer um ajuste e depois não crescíamos – relembrou.


Dilma destacou que o maior passo para a soberania econômica brasileira aconteceu quando o país liquidou a sua dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A presidente ressaltou o fato que hoje o Brasil tem recursos aplicados no FMI e futuramente irá ter uma maior participação:


- Agora nós jamais aceitaremos que certos critérios que nos impuseram sejam impostos a outros países.


Ela se solidarizou com os protestos que reúnem milhares de norte-americanos intitulado Ocupe Wall Street, dizendo que simpatiza com dois lemas dos manifestantes:


- Um diz: “nós não vamos pagar pela sua crise” e eu posso garantir que o Brasil não vai pagar por uma crise que não é nossa.


Durante a solenidade da manhã desta sexta-feira, em Porto Alegre, dezenas de acordos foram firmados para garantir a inclusão dos 716 mil cidadão que vivem em miséria extrema nos três estados do Sul do Brasil no Cadastro Único dos programas sociais do governo federal. Na área urbana, onde vive 60% dessa população, os convênios foram firmados com a Associação Brasileira de Supermercados (Abas), o Walmart e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Eles garantem que as vagas de emprego das redes varejistas e da construção civil sejam preenchidas com pessoas cadastradas pelo governo e beneficiárias dos programas sociais como o Bolsa Família. No campo, os tratados determinaram a compra e a distribuição de milhares de sementes crioulas para agricultores familiares em situação de extrema pobreza.

sábado, 1 de outubro de 2011

Sul e SE gostam mais da Dilma que o NE.

 
O ansioso blog não acredita em pesquisa no Brasil, porque o mercado é dominado por subsidiários do PiG (*) – Globope e Datafalha.

Mas, não deixa de se divertir por conta de quem nelas acredita.

Clique aqui para votar na trepidante enquete “O que Cerra achou do IBOPE da Dilma ?”.

Por exemplo: o PiG (*) anuncia que no último IBOPE a popularidade da Presidenta é maior no Sul e Sudeste do que no Nordeste.

Ué, cadê o voto da miséria ?, o voto do Bolsa Família, com que o PiG (*) justificava a popularidade da Dilma no Nordeste ?

Como explicar agora ?

Será por que o Rio Grande do Sul, o Paraná e Santa Catarina são os estados mais miseráveis do Brasil e ninguém sabia ?

Outro aspecto interessante do noticiário do PiG neste sabado é o definhamento acelerado dos tucanos de São Paulo.

Clique aqui para ler “PSDB – tudo menos Cerra e São Paulo”.

O senador Aloysio 300 mil protesta veementemente no twitter e na primeira página do Estadão: ele e o Cerra foram solenemente ignorados no programa do partido para a tevê.

São Paulo, pouco a pouco, volta ao que sempre foi: à subalternidade política.

Passado o efeito eleitoral do Plano Real e a incorporação do PiG (*) ao partido, São Paulo volta a ser o que sempre foi na História política da República.

Segundo time.

Em tempo: o Tijolaço, de Brizola Neto, publica post a este respeito:

Casa onde falta o pão…



O Estadão publica a troca de bicadas protagonizada no Twitter pelo senador Aloysio Nunes Ferreira e o comando paulista do PSDB, que pertence, na prática, ao Governador Geral Alckmin.


É que Aloysio, serrista, foi levado de cambulhada no conflito entre os grupos tucanos e ficou fora das inserções do partido na televisão e no rádio e reagiu no twitter, aparentemente também em nome do “coiso”:


- A propaganda do PSDB ignora também o líder político com a trajetória e o prestígio popular de José Serra. Vamos bem assim…


Vão, senador, vão bem…mal. Com Alckmin e Kassab disputando um torneio para ver quem mais mostra as canjicas para a Dilma, a sucessão municipal é uma fria tão grande que o senhor nem quis entrar nela para aproveitar “o prestígio popular” de José Serra.


Prestígio, aliás, em que nem ele acredita, pois se acreditasse seria candidato e recomporia suas forças.


A coisa vai mal, mesmo, no ninho do tucanato.



Paulo Henique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.