Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 10 de abril de 2017

Quem ajudou o Moro a achar o grampo? A CIA, a NSC ou o consulado americano em SP?

Quem ajudou o Moro a achar o grampo?
A CIA, a NSC ou o consulado americano em SP?
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Nem no sequestro com cárcere privado o Juiz Moro foi original. O filme "Lula, o Filho do Brasil", de Fábio Barreto, mostra que meganhas invadiram a casa dele também às 6:30 da manhã, quando ainda não tinha sido (duas vezes) Presidente da República
Colaboração de amigo navegante que assistiu à imperdível entrevista de Cristiano Zanin à TV Afiada:
Foi anunciada poucos dias atrás, a informação por parte da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, que certamente provocará opiniões e críticas contrárias de muitos brasileiros; sendo que, alguns dirão que se trata de um avanço geral nas relações entre a nação gigante dá América do Sul e o gigante mundial dos EUA, mas outros céticos acreditam que se trata de mais uma forma de manifestação do imperialismo norte-americano no país. O RDECOM (Comando de Engenharia, Desenvolvimento e Pesquisa do Exército dos Estados Unidos) abriu as portas no dia 24 de março, de um escritório localizado no Consulado dos EUA na Zona Sul da Cidade de São Paulo, segundo as autoridades daquela nação com o único intuito de intensificar relações de parcerias diversas com o Brasil, no que diz respeito aos trabalhos nos campos da inovação e pesquisas.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O PIRATA-MOR. BIONDI, UBALDO E MILLÔR “FHC vendeu as jóias e aumentou a dívida da família”- Delfim Netto


No dia 6 de maio de 1997, o Farol de Alexandria, com o apoio vigilante do Padim Pade Cerra, vendeu a Companhia Vale do Rio Doce, por US 3,3 bilhões, financiados.

Dez anos depois, o valor de mercado da Vale era de US$ 160 bilhões – 60 vezes mais.

Dentro, tinha maior província mineral do mundo, descoberta por geólogos brasileiros, Carajás.

Mario Covas “vendeu” a Cosipa por R$ 300 milhões e absorveu as dívidas da empresa.

O tucano – ex-brizolista – Marcelo Alencar vendeu o Banerj por R$ 330 milhões depois de levantar  um empréstimo de R$ 3,3 bilhões – dez vezes mais !!! – para demitir funcionários e limpar as dividas do banco.

Cerra vendeu a Light e seus bueiros.

Reichstuhl criou a Petrobrax e, sob sua jestão, houve 62 acidentes graves na empresa, inclusive o afundamento da plataforma P-36 – o que contribuiu para difundir a imagem de uma empresa afundada, que precisava ser salva pela Chevron, como prefere o Cerra, no WikiLeaks.

(A Petrobrax ia ser fatiada em 40 pedaços, para ficar mais fácil vender. 

Como vai fazer agora, no México, com a PEMEX, o presidente do PRI, o Peña Nieto.

O México, como se sabe, incorporou-se definitivamente ao gigante do Norte.

Que é o que o FHC e o Celso Lafer, o dos sapatos, iam fazer com a ALCA, na “diplomacia da dependência”.)

FHC isentou as empresas que forneciam à Petrobras de imposto de importação e quebrou 5 mil fornecedoras.

A Dilma e a Graça Forster, no Governo do Nunca Dantes, recriaram a política do “conteúdo nacional”, que, agora, exige 65% de produto nacional – e portanto, emprego de brasileiros – para poder vender à Petrobras.
Essas reflexões surgiram ao ansioso blogueiro ao repassar informações do livro “Brasil Privatizado”, de Aloysio Biondi.

O Amaury Ribeiro Júnior, que vendeu quase 150 mil exemplares da Privataria do clã do Cerra, valeu-se do “Brasil Privatizado” para iniciar os trabalhos de prospecção familiar.
Ocorreu ao ansioso blogueiro que trechos do livro do Biondi fossem lidos na posse de Fernando Henrique Cardoso, na cadeira P-36 da Academia Brasileira das Letras (porque se fosse dos números ali ele não entrava).
Ocorreu ao ansioso blogueiro que o discurso de saudação ao privateiro-mór fosse de autoria de João Ubaldo Ribeiro, que o tem em altíssima conta –http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2013/03/26/ubaldo-fhc-e-a-academia-voce-e-um-mediocre/
Outro que poderia saudar o Farol seria Millôr Fernandes, se não tivesse partido.
Ele fez análise minuciosa da dependência, escrito no “exílio” no Chile e, assim, Millôr pronunciou-se:
Sobre Dependência e Desenvolvimento na América Latina, de Fernando Henrique Cardoso:
“(…) De uma coisa ninguém podia me acusar – de ter perdido meu tempo lendo FhC (superlativo de PhD). Achava meu tempo melhor aproveitado lendo o Almanaque da Saúde da Mulher. Mas quando o homem se tornou vosso Presidente, achei que devia ler o Mein Kampf (Minha Luta, em tradução literal) dele, quando lutava bravamente, no Chile, em sua Mercedes (‘A mais linda Mercedes azul que vi na minha vida’, segundo o companheiro Weffort, na tevê, quando ainda não sabia que ia ser Ministro), e nós ficávamos aqui, numa boa, papeando descontraidamente com a amável rapaziada do Dops-Doi-Codi. (…)”
Por falar na amável rapaziada do DOI-CODI, como é que o Cerra saiu do Estádio Nacional do Chile do Pinochet e apareceu em Cornell, nos Estados Unidos, onde foi lecionar (segundo ele …) Economia ?
O Amaury não esclareceu esse enigma.
Em tempo: esse Bessinha …


Paulo Henrique Amorim

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Onde estavam Cantanhêde e FHC quando Lula encarou a ditadura?


A colunista da Folha de São Paulo Eliane Cantanhêde cometeu um texto revoltante na edição desta quinta-feira (27) daquele jornal, no qual cobrou exposição voluntária de Lula neste momento de crise política no Brasil. E, para variar, exaltou Fernando Henrique Cardoso por estar “se expondo” enquanto o petista teria “sumido”.
Segundo Cantanhêde, “O Brasil está de pernas para o ar e os Poderes estão atônitos diante da maior manifestação em décadas, mas o personagem mais popular do país, famoso no mundo inteiro, praticamente não disse nada até ontem”.
O “personagem” em questão deu algumas declarações, sim. Primeiro, endossou os protestos e, depois, convocou movimentos sociais e sindicatos para irem à rua disputar espaço com os fascistas e oportunistas que se assenhoraram das manifestações a fim de imporem suas pautas psicóticas, como extinção dos partidos, fechamento do Congresso e até volta da ditadura.
Mas, no geral, Lula vem se mantendo discreto, sim, sobretudo por respeito à líder política da Nação, a presidente Dilma Rousseff, quem tem o dever constitucional e a primazia política para indicar aos brasileiros que direção tomar, sempre convivendo com as críticas democráticas da oposição declarada e da não-declarada, à qual a colunista em questão pertence.
O que espanta na cobrança dessa senhora é o seu nível de amnésia – ou de má fé – ao sugerir oportunismo e covardia de um homem que foi à rua em um momento da história deste país em que não se podia denunciar e, assim, acuar as forças de repressão do Estado como fizeram os jovens que a polícia agrediu com violência desmedida.
Em 1979, sob a liderança de Lula, os metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema decidiram declarar greve geral da categoria. A reação das forças de repressão da ditadura, que desde o início da paralisação já era intensa, a partir dali se tornou ainda mais agressiva e violenta.
A Polícia Militar mobilizou toda a sua Tropa de Choque, cavalaria e soldados com cães para o ABC. A repressão não se limitou a bombas de efeito moral e balas de borracha. Quem enfrentava a ditadura não só corria risco de morte, mas de sofrer uma morte excruciante, sob tortura.
O ministro do Trabalho, naquele ano, decretou a segunda intervenção no sindicato presidido por Lula, cassando seus diretores da vida sindical, mas sem conseguir que se afastassem do comando do movimento.
Para calar Lula, a ditadura enviou agentes do DOPS à sua casa para prendê-lo, em uma operação coordenada pelo então governador Paulo Maluf que envolveu a prisão de inúmeros dirigentes sindicais em todo o ABC, inclusive sindicalistas e juristas de São Paulo.
Hoje é fácil sair à rua, convocar manifestações e denunciar a truculência policial. Hoje, FHC pode até dar pitacos sobre as massas que foram às ruas porque não corre risco de ir parar na cadeia ou de sumir da face da Terra. Aliás, quando esse risco era alto o “príncipe dos sociólogos” tratou de deixar o país, enquanto tantos outros ficaram e lutaram.
Àquela época, não se sabe onde andava a venenosa colunista da Folha. Provavelmente era uma menina. Talvez por isso não saiba que tanto ela quanto FHC precisarão comer muito arroz com feijão para cobrarem postura de um homem que se tornou famoso justamente por sua coragem diante de uma ditadura assassina.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Aloizio Mercadante bajula Folha e esbofeteia vítimas da ditadura



Na semana que finda, o ex-delegado da Polícia Civil Cláudio Guerra delatou o comparsa de atrocidades durante a ditadura militar, o fundador do jornal Folha de São Paulo, Octavio Frias de Oliveira (1912-2007). Revelou que ele visitava “frequentemente” o Dops (Departamento de Ordem Política e Social), que, como se sabe, era um centro de torturas.
A denúncia foi feita ao vereador Gilberto Natalini, presidente da Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo. Além dessa denúncia, também revelou que a Folha emprestou carros e ajudou a financiar os órgãos da repressão na época – denúncia que não é nova e que figura no livro Cães de Guarda, da doutora em História social Beatriz Kushnir.
Palavras do denunciante: “O Frias visitava o Dops constantemente. Isso está registrado.”
Sim, está registrado. Recentemente, a Comissão da Verdade de São Paulo recebeu o livro de visitas do DOPS, onde empresários como Frias parece que davam expediente, sendo “inexplicável” a razão para comparecerem a um centro de torturas e morte seguidas vezes.
Segundo a própria Folha de São Paulo, em matéria publicada na quinta-feira, “Guerra disse também que o publisher da Folha era ‘amigo pessoal’ do delegado Sérgio Paranhos Fleury, um dos mais ativos agentes da repressão”.
O depoimento do congênere de Frias durante a ditadura foi apresentado em vídeo na terça-feira em audiência da Comissão da Verdade na Câmara Municipal de São Paulo.
Verdade seja dita, a Folha publicou as denúncias contra si em sua edição de quinta-feira. A coragem do jornal, porém, contrasta com a covardia do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que enviou carta ao Painel do Leitor da publicação a fim de bajulá-la. Fazendo isso, Mercadante envergou o PT e esbofeteou as vítimas da ditadura.
Leia, abaixo, o texto patético de alguém que é fundador do PT e ministro da educação do governo Dilma e que foi publicado na edição da Folha desta sexta-feira.
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A Folha publicou notícia de que o empresário Octavio Frias de Oliveira visitou frequentemente o Dops e era amigo pessoal do delegado Sérgio Paranhos Fleury, um dos mais ativos agentes da repressão.
A denúncia partiu do ex-agente da repressão, Cláudio Guerra. Recebi a informação perplexo e incrédulo. Especialmente porque militei contra a ditadura militar na dura década de 70 e tive a oportunidade de testemunhar o papel desempenhado pelo jornal, sob o comando de “seu Frias”, na luta pelas liberdades democráticas.
A coluna de Perseu Abramo sempre foi referência da luta estudantil nos dias difíceis de repressão. A página de “Opinião” abriu espaço para o debate democrático e pluralista. A Folha contribuiu decisivamente para a campanha das Diretas Já.
Ao longo desses 40 anos de militância política, mesmo com opiniões muitas vezes opostas às da Folha, testemunho que o jornal sempre garantiu o debate e a pluralidade de ideias, que ajudaram a construir o Brasil democrático de hoje.
E “seu Frias” merece, por isso, meu reconhecimento. Acredito que falo por muitos da minha geração.
Aloizio Mercadante, ministro de Estado da Educação (Brasília, DF)
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Quem escreveu esse texto vergonhoso não foi um general de pijama nem um dos barões da mídia, foi um dos fundadores do PT em 1980, vice-presidente do partido entre 1991 e 1999, senador pelo estado de São Paulo entre 2003 e 2010, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil de 2011 a 2012 e que se tornou ministro da Educação no ano passado.
Apesar de Mercadante ser filho de General do Exército, não parece que seja essa a sua motivação para se fazer de desinformado e, assim, dar à Folha o que ela precisava, um depoimento em defesa de Frias pai por parte de alguém que, por ser petista, seria insuspeito de estar mentindo a favor dele – a Folha parece reconhecer que está publicando o depoimento de um adversário político.
Mercadante apenas bajula a Folha como tantos outros petistas que acham que podem ser menos pisoteados pelo jornal se rastejarem diante dele e se ajoelharem em seu altar de mentiras. Mas caso o ministro da educação seja apenas um idiota que chegou aonde chegou sem conhecer a história de seu país, aí vão alguns esclarecimentos a ele.
O homem fardado e a declaração na foto que encima este texto correspondem a Otávio Frias de Oliveira, o falecido fundador do jornal Folha de São Paulo. Imagem e palavras pertencem a momentos distintos de sua vida. Todavia, unidas, explicam quem foi ele.
Frias de Oliveira lutou na Revolução Constitucionalista de 1932, que tentou dar um golpe de Estado contra Getúlio Vargas. Coerente com seu apreço pelo militarismo e pela derrubada de governos dos quais não gostava, apoiou o golpe militar de 1964.
Nesse período, a Folha de São Paulo serviu de voz e pernas para os ditadores que se sucederiam no poder ao exaltá-los e ao transportar para eles seus presos políticos até os centros de tortura do regime.
No dia 21 de setembro de 1971, a Ação Libertadora Nacional (ALN) incendiou camionetes da Folha que eram utilizadas para entregar jornais. Os responsáveis acusavam o dono do jornal de emprestar os veículos para transporte de presos políticos. Frias de Oliveira respondeu ao atentado publicando um editorial na primeira página no dia seguinte, sob o título “Banditismo”.
Eis um trecho do texto:
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Os ataques do terrorismo não alterarão a nossa linha de conduta. Como o pior cego é o que não quer ver, o pior do terrorismo é não compreender que no Brasil não há lugar para ele. Nunca houve. E de maneira especial não há hoje, quando um governo sério, responsável, respeitável e com indiscutível apoio popular está levando o Brasil pelos seguros caminhos do desenvolvimento com justiça social-realidade que nenhum brasileiro lúcido pode negar, e que o mundo todo reconhece e proclama. [...] Um país, enfim, de onde a subversão -que se alimenta do ódio e cultiva a violência – está sendo definitivamente erradicada, com o decidido apoio do povo e da imprensa, que reflete os sentimentos deste. Essa mesma imprensa que os remanescentes do terror querem golpear.”
(Editorial: Banditismo – publicado em 22 de setembro de 1971; Octavio Frias de Oliveira).
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O presidente da República de então era Emílio Garrastazu Médici. Nomeado presidente pelos militares, comandou o período mais duro da ditadura militar. Foi a época do auge das prisões, torturas e assassinatos de militantes políticos de esquerda pelo regime.
Apesar dos elogios de Frias de Oliveira à ditadura, segundo a Fundação Getúlio Vargas foi no governo Médici que a miséria e a concentração de renda ganharam impulso. O Brasil teve o 9º Produto Nacional Bruto do mundo no período, mas em desnutrição perdia apenas para Índia, Indonésia, Bangladesh, Paquistão e Filipinas.
O que Aloizio Mercadante fez, não tem nome. Nem covardia e oportunismo definem seu ato. O petista, porém, engana-se sobre a Folha. Se for candidato a governador, ano que vem, terá oposição feroz do jornal. Sua bajulação foi inútil.
Concluo este texto, portanto, com uma promessa: enquanto eu viver, esse político nunca mais receberá um voto meu. Além disso, exorto quem me lê e concorda com o que aqui foi dito a fazer o mesmo, pois quem age como o ministro Aloizio Mercandante agiu não só não merece confiança, mas merece muita desconfiança.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

PAULO BERNARDO VAI GIRAR ESSA MAÇANETA?



O governador  tucano,Geraldo Alckmin, levou a tiracolo um estafeta e notório defensor da ditadura  à cerimonia de entrega dos arquivos digitalizados  do DOPS, em São Paulo. O episódio ilustra o corredor de camaradagem  que liga as portas abertas da democracia  e os socavões  escuros da ditadura  ainda existentes  na sociedade. A mais notória delas  guarda os nomes dos mortos e desaparecidos políticos e os de seus respectivos algozes. Outra, abriga a colaboração estreita entre o mundo  empresarial,  a repressão e a barbárie. Um lacre merecedor  da mais  prestigiada das omissões  garante  a intocabilidade do monopólio  do sistema de comunicação, setor cuja centralidade  na vida democrática dispensa apresentações. A presidenta Dilma experimentou na carne , em Durban, as consequências desse anacronismo, que seu ministro das Comunicações tinge de virtude democrática. A indignação de Dilma com o uso distorcido de suas palavras coincidiu, na sua volta, com sugestiva mudança na postura do ministro. Paulo Bernardo, concede agora a hipótese de  desengavetar o projeto de regulação da mídia, deixado pelo antecessor. Mas exala inoxidável má vontade com a missão de faxinar um esqueleto da ditadura, que gostaria  de preservar no confortável formol da omissão. Resta saber por quanto tempo mais a mão do governo poderá  repousar sobre a maçaneta dessa porta. Sem risco de ser decepada pelas baionetas aquarteladas no seu interior. (LEIA MAIS AQUI)


O Chile que se cuide: o Goldman Sachs vem aí!


O banco de investimento estadunidense Goldman Sachs, protagonista do desastre financeiro global de 2008, começou a operar neste ano a partir de uma base no Chile. O que os banqueiros desejam por lá? A resposta não é complicada: aproveitar este paraíso da desregulamentação financeira latino-americano.


No final de fevereiro, o banco de investimento estadunidense Goldman Sachs começou suas operações no Chile com um capital de modestos 289 milhões de pesos. A notícia, embora a boa recepção que a imprensa financeira local concedeu, refrescou a memória de não poucos leitores: o Goldman Sachs não só é um dos maiores bancos de investimento do mundo, mas também foi um dos causadores do desastre financeiro dos Estados Unidos em 2008. O estado atual da economia mundial não é alheio às corruptas e obscuras operações desta instituição.

O Goldman Sachs já realizava atividades no Chile através da sua filial em Buenos Aires. Mas é compreensível o passo dado ao transpor a cordilheira. Sob a tramoia dos negócios globalizados no marco do neoliberalismo ultrarradical, o Chile, embora seja um mercado pequeno, leva a dianteira na América Latina. As declarações do gerente da empresa para suas operações na região, reproduzidas pela imprensa especializada, corroboram esta afirmação: “A banca de investimento pode se desempenhar muito bem no Chile, assim como a colocação de ações e gestão de riqueza privada. Mas o mais interessante é que nos últimos anos vimos o capital chileno desempenhar um papel muito mais proeminente, enquanto a financiamento, na América Latina”.

Vale lembrar algo deste protagonista do desastre financeiro de 2008. Como banco de investimento, tem um verdadeiro prontuário e não só na crise das subprimes, mas também como detonador da crise grega, que neste momento tem boa parte da Europa pendendo por um fio. Um documentário titulado Inside Job (Trabalho Confidencial, completo no Youtube) desenreda a ensebada trama entre o poder político e financeiro: como responsáveis pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos estavam altos executivos do Goldman Sachs, que iam e vinham dos salões da Casa Branca aos escritórios financeiros. Assim vem se dirigindo a economia mundial durante as últimas décadas. O documentário narra que Ronald Reagan nomeou como secretário do Tesouro Donald Regam, ex-diretor geral do Merrill Lynch, apenas poucos anos depois, durante a administração de Bill Clinton, nesse mesmo cargo foi sucedido por Robert Rubin, que vinha do Goldman Sachs. Após sua passagem pelo governo, voltou ao setor financeiro, desta vez ao Citigroup. Uma verdadeira porta giratória do ouro e dos milhões.

O caso mais recente, e certamente o mais escandaloso, é o de Henry Paulson, ex-presidente do Goldman Sachs e mais tarde secretário do Tesouro de Bush. Em meio à catástrofe e durante a administração de Obama, o Congresso dos Estados Unidos vazou um relatório sobre os responsáveis da crise. Entre bancos e outras agências, o Goldman Sachs aparece com papel protagônico. Esta empresa, diz, “especialmente sob a presidência de Henry Paulson (pouco antes de ser nomeado por Bush) aliviou os efeitos da queda do mercado das subprimes” potencializando a criação e difusão de produtos tóxicos, com a cumplicidade das agências de qualificação. Como resultado destas operações, a economia estadunidense expressa hoje todo o contraste neoliberal, com um aumento histórico da pobreza e concentração da riqueza.

Em suma, no dia 16 de abril de 2010 a Comissão do Mercado de Valores dos Estados Unidos acusou a Goldman Sachs de fraude pelas hipotecas subprime. Trata-se de uma informação pública. Até a Wikipédia corrobora: “A Comissão considera que estão no centro da fraude Fabrice Tourre, vice-presidente do Goldman, e aponta também Paulson, gestor principal do fundo de investimento livre (hedge fund) Paulson & Co. A Goldman Sachs é considerada um dos atores principais na ocultação do déficit da dívida grega”.

Que interesse pode ter este banco no Chile? Muito. Bem sabemos que este é o paraíso da desregulamentação financeira, o que significa que os fluxos de capitais entram e saem com muita intimidade. Mas não só é a utopia do mercado transformada em realidade, também é hoje um paraíso para videntes e especuladores financeiros, o combustível atual do forte crescimento no consumo e a economia, o que deveria, como em bom ano eleitoral, prolongar-se pelo menos até novembro.

A máquina financeira está que arde, fenômeno celebrado pelo empresariado, o consumidor e, como não, pelo governo. Um processo febril que pouco tem que ver com o cauteloso e também angustioso passo do capitalismo mundial, em franca deterioração. Existem fluxos especulativos que ingressam para fazer seus negócios na Bolsa, na construção, no mercado cambiário em um processo complexo e arriscado - uma clássica bolha especulativa - que tem já as características de um cassino financeiro, o cenário perfeito para o Goldman Sachs.

*Publicado em “Punto Final”, edição Nº 777, 22 de março, 2013. 

**Tradução: Liborio Júnior

sábado, 30 de março de 2013

EM 64 HAVIA O IPES E O IBAD. HOJE, O 'MILLENINUM'


*Carta Maior: Especiais de fim de semana :
 'Iraque: a mentira que sangra há dez anos (nesta pág)   
*Chipre: uma ilha do arquipélago especulativo global (nesta pág)

*FSM 2013: as ruas do mundo se encontram em Túnis. O que dizem? (nesta pág)


*A batalha do investimento: Dilma enfrenta a pátria rentista. Mídia uiva (leia mais aqui)

*Ali Kamel que calar Azenha: o sombra da Globo não gosta de ser exposto à luz (nesta pág)

*Mídia e ditadura: 49 anos depois, soa familiar o que a mídia fazia em 64? Confira. (Leia aqui


Redações de jornais e revistas tem sido brindadas pelo
Millenium com palestras sobre assuntos variados, da reforma do Judiciário à "assustadora crise econômica". O currículo dos palestrantes, colaboradores do institutos,explica o objetivo real das palestras: consolidar no meio jornalístico o papel oposicionista da mídia brasileira. Fundado em 2005, o Millenium foi oficialmente lançado em abril de 2006 com o apoio de grandes empresas e entidades patronais lideradas pela Editora Abril e pelo grupo Gerdau. A elas juntam-se a locadora de veículos Localiza, a petroleira norueguesa Statoil, a companhia de papel Suzano, o Grupo Estado e a RBS, conglomerado de mídia que opera no sul do Brasil. A Rede Globo, como pessoa jurídica, não aparece na lista, mas um dos seus donos, João Roberto Marinho, colabora. Essa integração entre empresas de mídia e empresários faz do Millenium uma organização capaz de formular e difundir programas de ação política em larga escala, com maior capacidade de convencimento do que muitos partidos políticos. Essa articulação faz lembrar a de organismos privados como o Instituto Brasileiro de AçãoDemocrática (Ibad), fundado em 1959, e o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes), nascido em 1961. Ambos uniram empresários e mídia conservadora
na formulação e divulgação de ideias que impulsionaram o golpe de 1964.

UM MILHÃO DE DOCUMENTOS DO DOPS NA INTERNET