Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sábado, 30 de março de 2013

EM 64 HAVIA O IPES E O IBAD. HOJE, O 'MILLENINUM'


*Carta Maior: Especiais de fim de semana :
 'Iraque: a mentira que sangra há dez anos (nesta pág)   
*Chipre: uma ilha do arquipélago especulativo global (nesta pág)

*FSM 2013: as ruas do mundo se encontram em Túnis. O que dizem? (nesta pág)


*A batalha do investimento: Dilma enfrenta a pátria rentista. Mídia uiva (leia mais aqui)

*Ali Kamel que calar Azenha: o sombra da Globo não gosta de ser exposto à luz (nesta pág)

*Mídia e ditadura: 49 anos depois, soa familiar o que a mídia fazia em 64? Confira. (Leia aqui


Redações de jornais e revistas tem sido brindadas pelo
Millenium com palestras sobre assuntos variados, da reforma do Judiciário à "assustadora crise econômica". O currículo dos palestrantes, colaboradores do institutos,explica o objetivo real das palestras: consolidar no meio jornalístico o papel oposicionista da mídia brasileira. Fundado em 2005, o Millenium foi oficialmente lançado em abril de 2006 com o apoio de grandes empresas e entidades patronais lideradas pela Editora Abril e pelo grupo Gerdau. A elas juntam-se a locadora de veículos Localiza, a petroleira norueguesa Statoil, a companhia de papel Suzano, o Grupo Estado e a RBS, conglomerado de mídia que opera no sul do Brasil. A Rede Globo, como pessoa jurídica, não aparece na lista, mas um dos seus donos, João Roberto Marinho, colabora. Essa integração entre empresas de mídia e empresários faz do Millenium uma organização capaz de formular e difundir programas de ação política em larga escala, com maior capacidade de convencimento do que muitos partidos políticos. Essa articulação faz lembrar a de organismos privados como o Instituto Brasileiro de AçãoDemocrática (Ibad), fundado em 1959, e o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes), nascido em 1961. Ambos uniram empresários e mídia conservadora
na formulação e divulgação de ideias que impulsionaram o golpe de 1964.

UM MILHÃO DE DOCUMENTOS DO DOPS NA INTERNET


quarta-feira, 27 de março de 2013

O temor do Azenha sobre a lista fascista do colunista da Veja

Eduguim.
No fim do ano passado, o colunista da revista Veja Augusto Nunes publicou em seu “blog” – hospedado no site da revista, da qual é colunista – uma lista esquisita em que divide os que apoiam o ex-presidente Lula em “núcleos” parecidos com aqueles em que o procurador-geral da República dividiu os réus da Ação Penal 470 (inquérito do mensalão).
Na visão do colunista, empresários, sindicalistas, políticos, jornalistas, artistas e acadêmicos dividir-se-iam em “núcleos” de apoio a Lula – “político, operacional-financeiro, artístico-intelectual-colunável, jurídico, jornalístico-esgotosférico, sindical, presidiário, internacional e doméstico” (este último, inclui a família do ex-presidente).
Este blogueiro foi incluído no “núcleo jornalístico-esgotosférico” – ao menos na primeira de várias outras versões da lista que foram surgindo e que foi a mais difundida, como ocorre com qualquer post na internet logo que é publicado. Figurei ao lado de nomes como Luis Fernando Veríssimo, Mino Carta, Luis Nassif e Paulo Henrique Amorim.
Veja, abaixo, a lista completa.
Inicialmente, pareceu-me uma brincadeira – de gosto obviamente duvidoso – de alguém que enxerga a política como guerra, em vez de substituta para a guerra como realmente ela é. Alguém que, apesar da cara-de-pau de ainda se dizer “isento”, não passa de um militante político.
Alguns dias após a publicação da lista, avisado por leitores fui conferi-la e fiz até uma brincadeira aqui no Blog agradecendo ao Augusto Nunes por ter me colocado ao lado de nomes importantes da vida nacional.
No dia seguinte, reuni-me com amigos blogueiros no nosso quartel-general oficioso, o restaurante Sujinho, na avenida Consolação, no centro de São Paulo. Com Luiz Carlos Azenha, Paulo Henrique Amorim, Rodrigo Vianna, Altamiro Borges, Renato Rovai, Conceição Oliveira e Conceição Lemes, ri muito da lista do colunista da Veja.
Do começo do ano para cá, porém, o Azenha começou a me dizer de sua preocupação com aquela lista. Sua tese é a de que, mesmo se for brincadeira de Augusto Nunes – o que já não tenho certeza que seja, pois hoje me parece ter um propósito –, algum psicopata desses que se vê aos montes todo dia na internet postando comentários nojentos em blogs e sites pode resolver agir como aquilo que é (psicopata) e cometer uma violência.
De fato, já pude verificar na carne que alguns desses “trolls” que se vê na internet não são flor que se cheire. Em 2010, no encontro de blogueiros progressistas de Brasília, que foi prestigiado pelo presidente Lula, que ali compareceu e deu uma palestra, uma dupla de rapazes espantou as centenas de pessoas presentes por ter ido lá para me atacar.
Os dois rapazes mandaram confeccionar vários cartazes coloridos em que me insultavam e acusavam de manipular pessoas aqui no Blog. Logo que cheguei, aproximaram-se de mim e me insultaram e ameaçaram de uma forma que pensei que partiriam para a agressão física.
Pelo Twitter, ano passado, um outro rapaz chegou a fazer ameaça pública de me encontrar e me espancar. As ameaças foram tão insistentes que o caso foi levado à ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário. Detalhe: o rapaz aparece em fotos ao lado de outro colunista-blogueiro da Veja, Reinaldo Azevedo, e de alguns militares.
Há alguns meses, no site Brasil 247, onde meus posts são reproduzidos ininterruptamente, um leitor sugeriu que eu fosse abatido a tiros devido às minhas opiniões políticas.
Isso sem falar dos ataques à minha família, que não poupam nem a minha filha Victoria, que, como todos sabem, é uma criança portadora de paralisia cerebral e que está gravemente doente, vivendo em regime de internação hospitalar via home-care.
Apesar de tudo isso, por reiteradas vezes disse ao Azenha, diante de seus avisos, que não levava a sério a hipótese de a lista de Augusto Nunes poder estimular algum desses psicopatas a me “justiçar”. Talvez por isso, meu amigo tomou uma atitude mais radical que, aliás, surpreendeu-me, porque ele não é dado a teorias conspiratórias.
Azenha é o melhor exemplo de jornalista de verdade que conheço. Ele tem uma visão extremamente profissional. Não se deixa embalar por emoções. E, como bom jornalista, questiona tudo, inclusive o lado petista, ainda que enxergue no lado tucano da política uma situação mais preocupante para o país por fatos como essa lista do Augusto Nunes.
Aliás, quem é tido como dado a teorias conspiratórias sou eu. E o Azenha é a minha antítese.
A atitude radical que o Azenha tomou aparentemente não só para me alertar, mas para denunciar algo que ainda não sei o que é, porque ainda não conversamos pessoalmente – só conversamos por email porque a vida dele, de repórter da Record, é uma correria só –, foi publicar um post em que externa seu temor por minha segurança e de minha família.
Para quem não leu, reproduzo, abaixo, o post que o Azenha publicou na última segunda-feira em seu site, o Viomundo.
—–
publicado em 25 de março de 2013 às 17:36
por Luiz Carlos Azenha
Cláudio Marques era jornalista. Escrevia num jornal de grande circulação em São Paulo, durante a ditadura militar. Era o Shopping News. Jornal gratuito, mas que muita gente lia aos domingos. Cláudio Marques publicou uma série de notas sobre comunismo na TV Cultura de São Paulo.
Não sei se chegou a citar o nome de Vladimir Herzog. Sei, de ter lido, que uma delas dizia respeito à guerra do Vietnã. Cláudio aparentemente acreditava que a cobertura da Cultura era antiamericana. Vladimir Herzog acabou preso e executado.
Eu, em geral, não ligo para aquelas correntes espalhadas pela internet. Prefiro atribuí-las a psicopatas. Porém, recentemente, uma em particular me chamou a atenção:
“Os soldados do passado deram a sua vida pelo Brasil, honrando o seu juramento; os do presente jamais permitirão que seja denegrida a imagem do soldado de todos os tempos. O Exército é uno e indivisível
ESSES INDIVÍDUOS NÃO SÃO PATRIOTAS, SÃO APÁTRIDAS E SÓ FAZEM MUITO BARULHO! NA HORA DO PEGAR PRA CAPAR, VÃO FAZER IGUAIS OS BANDIDOS DO MORRO DO ALEMÃO: DEBANDAR!. AH! O ZÉ DIRCEU NOS ANOS 60 TAMBÉM FUGIU PRA CUBA.
“MEXEU COM LULA, MEXEU COMIGO!”
Depois de 25 seguidores condenados e indo para a cadeia por Corrupção, eis que está sendo divulgada a lista daqueles que apoiam tudo isso e mais um pouco:
Parte dos que tem obrigação de defender os corruptos. São pagos para isso através de seus altos cargos no primeiro escalãO.
Seguem os nomes divulgados por Augusto Nunes da VEJA:
Confira a edição revista, aperfeiçoada e ampliada da lista dos que acham que mexer com o chefe supremo é mexer com eles.
Segue a famosa lista publicada pelo blogueiro Augusto Nunes, de Veja. Estou certo de que a intenção original dele era uma brincadeira bem humorada, ainda que você não ache graça nisso.
Não conheço o Augusto Nunes pessoalmente. No meio jornalístico não temos inimigos, mas adversários ideológicos. Pelo menos assim penso eu.
Porém, ao parir a lista, Augusto Nunes pariu um monstro que pode escapar a seu controle.
O Tarso Genro, o Abílio Diniz e o Luiz Carlos Bresser Pereira, citados na lista, têm meios de se defender. Física e, se for o caso, legalmente.
Apoiar um governo, por pior que ele seja, não é crime, a não ser que consideremos Lula/Dilma a encarnação de Hitler.
Mas lá no meio da lista está o nome de um simples blogueiro, Eduardo Guimarães, que não tem meios nem de garantir a sobrevivência da própria filha adoentada.
Espero que a Victoria não tenha lido a lista. Se leu, espero que não tenha entendido. Ou que sua condição física não se deteriore em função de saber que o pai faz parte de uma lista de “apátridas”. Fico preocupado com a interpretação que a esposa e as filhas do Eduardo deram à lista.
Ele é “inimigo” da Pátria? Alguém a ser eliminado?
Sei que o Eduardo, como vendedor de autopeças, não tem condições de pagar um segurança.
Anders Breivik, o matador de Oslo, como se viu no testemunho dele durante o julgamento, agiu acreditando piamente que estava fazendo justiça contra 69 jovens que achava serem perigosos esquerdistas do Partido Trabalhista da Noruega.
Há muitos psicopatas soltos por aí.
A internet é um meio poderosíssimo, capaz de incentivar as maiores loucuras. Há centenas de casos que eu poderia citar como exemplo, além da viagem psicótica do Breivik.
O que fiz? Em primeiro lugar, alertei o próprio Eduardo.
Em segundo lugar, acho que em nome da decência jornalística o Augusto Nunes deveria deixar explícito, em sua coluna, que aqueles apoiadores de Lula podem ser adversários políticos a combater, mas nunca inimigos a serem eliminados.
Eu não gosto de listas. Goebbels certamente tinha a sua. Beria também. Minha família sofreu tortura psicológica durante mais de 10 anos quando o nome de meu pai, comunista, foi incluída numa lista escrita por um delegado de polícia que era desafeto pessoal dele. Essa tortura deixou sequelas permanentes.
Os autores, portanto, não podem se eximir de responsabilidade quando as listas que compõem e divulgam têm o potencial de deflagrar uma caça às bruxas, bem no estilo macartista.
Fica o alerta.
—–
O Viomundo é um site sóbrio. Surpreendeu-me o Azenha transformar em post os alertas que vem me fazendo por conta da tal lista. Como já disse, ainda não conversamos direito. Não sei, portanto, o que o levou tão longe – além da nossa grande amizade, claro.
Todavia, é possível deduzir que ele tem detectado sinais de que essa lista fascista não foi só uma brincadeira e que tem um propósito. Isso se torna fácil de imaginar devido ao fato de que ela vem circulando em correntes de e-mails, entre outros meios. E sempre exaltando os ânimos de gente maluca como a que mencionei acima e que já me ameaçou.
O que posso fazer diante disso tudo? Muito pouco.
Evidentemente que não posso parar de escrever ou de dizer o que penso. Não tenho coragem de ter medo a ponto de me deixar intimidar – meu maior medo é não poder exercer minha liberdade de expressão.
E, claro, não posso contratar seguranças – pelas razões que o Azenha, que sabe como é minha vida, bem descreveu. Só me resta, portanto, apelar ao bom senso das pessoas: política não é guerra; política serve para substituir as guerras.
Por fim, Augusto Nunes, com sua lista fascista, tornou-se responsável por todos os que nela figuram ou figuraram. Há que analisar, portanto, a possibilidade de todos os citados fazerem um Boletim de Ocorrência preventivo, pois, se algo acontecer a qualquer um, o colunista-blogueiro da Veja terá que responder pelo ocorrido.
Patrick Mariano: Frase de jornalista/humorista do CQC é digna de torturador
CQC usou criança para agredir Genoino. Ele ignorou por completo a violência recebida e foi extremamente atencioso com ela

“Hoje esse silêncio vai ter que acabar, custe o que custar”
por Patrick Mariano, especial para o Viomundo
A frase que escolhemos de título poderia perfeitamente ser proferida por um torturador em pleno ato de violência, corrosão e degradação da dignidade humana.
Vivemos tempos estranhos. Alguns filmes fazem propaganda de métodos de tortura e recebem o aplauso de parte crítica. Alguns presidentes constroem atos legislativos que permitem a tortura e autorizam seu uso como prática institucionalizada.
É o que se lê em matéria do jornal Brasil de Fato:
O afogamento simulado de um preso “é legal porque os advogados dizem que é legal. Não sou advogado”, disse Bush em novembro de 2010, ao ser entrevistado pelo jornalista Matt Lauer. “Claro que o faria”, respondeu o ex-presidente ao ser perguntado se voltaria a tomar a mesma decisão.
Márcio Sotelo Felippe, em brilhante artigo publicado neste Viomundo, expôs os dilemas éticos e morais da atual sociedade, ao analisar a tentativa de se justificar a prática da tortura por parte de articulista de um jornal de um grande conglomerado de comunicação.
A tortura torna-se, assim, com uma contribuição aqui, outra ali, senso comum para uma parte do universo social e ganha a força tremenda da convencionalidade. Para uma outra parte, desliza para uma mera questão de ponto de vista. Você pode ser a favor ou contra a tortura do mesmo modo como é, digamos, a favor ou contra o parlamentarismo. Um tortura para salvar bebês. Outro, como agente do Estado, para defender a sociedade dos criminosos. Comentaristas de internet, após ler o artigo de Caligaris, assistir Tropa de Elite ou o filme de Bigelow se veem legitimados para escrever pérolas como “bandido bom é bandido morto” e “direitos humanos são para humanos direitos”.
Voltemos à frase do título. Anteontem, 25.03.13, em cadeia nacional de televisão e não em uma sala obscura do DOPS ou de Guantánamo, ela foi proferida por um jornalista/humorista.
O escárnio e desrespeito à dignidade da pessoa humana praticado por alguns programas de TV – que se dizem misto de jornalismo e humor – ultrapassou todos os limites éticos com a “matéria” que veio ao ar ontem, realizada na Câmara Federal e com intenção de agredir o deputado José Genoíno.
Pinçaremos algumas frases ditas pelo jornalista/humorista. Avisamos, desde já, que é preciso estômago para continuar a leitura.
“Feliciano na Comissão de Direitos Humanos, Genoíno na CCJ, chegou a hora de pegar o goleiro Bruno e colocar pra ministro do esporte, vai (…) ou botar o Nardoni pra vara da infância”.
O períplo “justiceiro” pelos tapetes da Câmara continua em ritmo de passo apressado, permeado por tiros certeiros de infâmia:
“Ô Genoino, quanto tempo a gente tá querendo te procurar, como é que está o senhor? Você veio aqui se esconder porque lá na prisão é pior? Aqui tem mais bandido, é mais fácil? Tá  fazendo voto de silêncio, Genoino? Vai ser bom na prisão lá, além de X9 não se ferra, né? (…) A gente estava atrás de você o tempo todo, Genoino, fala com a gente um pouquinho, só dá um tchau”.
Atingindo o ápice da cretinice, arremata:
“Genoino, você vai passar onde o reveillon? Na papuda? Já sabe como é que vai ser? Qual prisão?”
Depois do constrangimento causado o repórter/humorista tenta justificar o ato de agressão dizendo que:
“como vocês puderam notar, mais uma vez o deputado Genoino não respondeu às perguntas do CQC o que ele tem feito constantemente com a imprensa nacional. A gente quer ouvir umas respostas, a população brasileira também quer”.
Pronto, a palavra mágica de estar agindo em nome do povo serve de véu para encobrir as nódoas de um péssimo jornalismo e de um humor sem graça alguma.
O programa ataca o deputado Genoino em razão de uma condenação evidentemente política que sequer transitou em julgado, mas não vê problema ético em se utilizar e obrigar uma criança a mentir, se dizendo filho de um militante petista, com intenção de enganar o parlamentar, para que ele profira algumas palavras sobre o seu processo.
Ao final, na bancada principal, – em que tomam assento os principais jornalistas/humoristas do programa – a infâmia não cessa. Ao contrário, se aprofunda com os risos sobre um “presente” que o programa oferece ao deputado: um livro sobre presídio com um fundo falso em que se esconde um celular (!).
A matéria toda é desrespeitosa não só para com o deputado, como também,   aos parlamentares em geral. Busca-se, com isso, desacreditar o parlamento brasileiro com a tentativa de consolidação de um estereótipo de que todos os deputados e senadores que o compõem sejam ladrões, burros e não trabalhem.
O ataque é seletivo e premeditado. Não se vê matérias deste tipo de programa no Poder Judiciário. Não se vê matérias desses programas na FIESP ou FEBRABAN. O que se quer é por de joelhos o Congresso Nacional para que não se aprove leis que contrariem os interesses ideológicos dos grandes meios de comunicação.
Daí que o alvo seja sempre os parlamentares, ora com perguntas estultas para expô-los ao ridículo, ora com agressões e violências como as praticadas contra José Genoino.
Ninguém, sendo deputado ou não, está obrigado a dar entrevista a quem quer que seja. Isto deve ser respeitado. No entanto, sequer se tratava de uma entrevista, tendo em vista a virulência, desrespeito e impropriedades das perguntas lançadas pelo repórter/humorista.
A real intenção do jornalista/humorista, se é que é capaz de encontrar alguma racionalidade em seu ato, talvez fosse a de ser agredido e, assim, alcançar o estrelato de muitos minutos de fama na grande mídia. O deputado, no entanto, com toda sua dignidade, não passou recibo. Ignorou por completo a violência recebida e foi extremamente atencioso com a criança.
Em muitos casos, o híbrido humor/jornalismo é um salvo conduto para se ferir a dignidade das pessoas. Se por acaso precisam de credencial para entrar em lugares que se fazem presentes jornalistas, dizem que o são. Quando extrapolam qualquer limite ético para seu exercício, se dizem humoristas. E assim se vai levando.
No caso da matéria aqui analisada, não se tratou de jornalismo, sequer de humor. Não existe graça na violência gratuita. Poderíamos nominar como sadismo, mas não existe almoço grátis, estamos diante de uma estratégia política deliberada e colocada em curso há algum tempo.
Patrick Mariano Gomes é advogado, integrante da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares (Renap) e mestrando em Direito, Estado e Constituição na Universidade de Brasília – UnB.

Leia também:


domingo, 22 de agosto de 2010

O Encontro dos Blogueiros e os leitores ‘cansados’ do Noblat



Posted by eduguim on 21/08/10 • Categorized as Opinião do blog



Da noite de sexta-feira à tarde de sábado, estivemos reunidos às centenas. Blogueiros progressistas, dizemo-nos. E dizemos porque assim nos consideramos. Outros blogueiros que lá não estavam poderiam ter se declarado progressistas e feito inscrição para participar do evento. Não fizeram porque não quiseram.

O blogueiro da Globo Ricardo Noblat, por exemplo, poderia ter se inscrito, já que convidá-lo para o encontro teria parecido provocação, até. Sem dizer que não o consideramos progressista.

Mas posso garantir que se ele tivesse aparecido por lá e quisesse se manifestar, de minha parte teria os microfones franqueados e o gesto democrático amparado ao menos por mim, ainda que tenha forte convicção de que meus companheiros no evento, em maioria, ficariam ao meu lado.

Mas Noblat tem preferido nos fazer acusações no Twitter de estarmos sendo financiados pelo governo Lula com dinheiro público, insinuando que faz isso para comprar nossa opinião em seu favor.

Noblat, como sempre replicando José Serra – até há pouco tempo, porque agora o barco tucano já começa a sofrer as defecções dos que sempre vazam primeiro de embarcações indo a pique –, acusa blogueiros sem nominá-los, que nem o tucano, nem o blogueiro são bobos.

Interessante foi o blogueiro da Globo publicar post reproduzindo trecho de matéria da edição desta semana da revista Carta Capital tratando do Encontro. Abaixo, reproduzo o post do Noblat. Depois, este post segue em frente.

Enviado por Ricardo Noblat –

21.8.2010 | 9h12m

Show abre evento histórico dos blogueiros progressistas

André Cintra, Carta Capital

Uma roda de chorinho e samba, comandada pelo jornalista Luis Nassif, dará a largada para o maior evento na história da blogosfera brasileira. Às 20 horas desta sexta-feira (20/8), começa em São Paulo o 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas – um feito que tem tudo para fazer avançar a luta pela democratização da mídia no país.

(…) Já o restante da programação, no sábado (21) e domingo (22), está marcado para o Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, ao lado da Câmara Municipal, no Centro paulistano. É lá que os 312 participantes inscritos acompanham a mesa de abertura, as oficinas, parte dos grupos de discussão e a plenária final.

(…) Para Paulo Henrique Amorim, blogueiro do Conversa Afiada e também membro da Comissão Organizadora, a blogosfera já mostrou a que veio. “Antigamente, os tucanos de São Paulo davam três telefonemas e controlavam o Brasil. Eles ligavam para o Doutor Roberto (Globo), o Ruy Mesquita (O Estado de S. Paulo) e o Seu Frias (Folha de S.Paulo) e governavam a opinião pública brasileira. O que desmontou essa estratégia concentrada em três telefonemas foi a blogosfera.”

Já Luis Nassif fala em “nova etapa” para definir os desafios atuais dos blogs progressistas. “Nos últimos anos, montamos uma rede de grande impacto para impedir as maluquices da direita e o processo avassalador da mídia. Essa guerra acabou”, afirma o jornalista. “Agora é preciso enfrentar as divergências entre nós mesmos – entre os blogueiros dessa frente. É uma oportunidade para mostrar que a blogosfera comporta essa democracia.”

Mais do que democrático, o encontro também será altamente representativo. É fato que o estado de São Paulo vai responder por pouco mais de 60% dos blogueiros mobilizados – mas haverá representantes de outros 17 estados e do Distrito Federal. Um dos maiores objetivos dos organizadores – atrair estudantes para os debates – também foi bem-sucedido. Pelo menos 90 inscritos são universitários, sobretudo de Comunicação Social.

No encontro, esses jovens blogueiros, tuiteiros ou simples internautas poderão ter contato com as principais referências em blogs progressistas no Brasil. É o caso de Luiz Carlos Azenha (Viomundo), Rodrigo Vianna (Escrevinhador), Eduardo Guimarães (Blog da Cidadania), Emir Sader (Blog do Emir) e Brizola Neto (Tijolaço) – além dos já citados Altamiro Borges, Paulo Henrique Amorim e Luis Nassif.

O post do blogueiro da Globo recebeu, até a hora em que li, 50 comentários. A maioria, insultando-nos e nos acusando.

Vale notar que o post do Noblat reproduzido acima não contém acusações como a que ele nos fez pelo Twitter. Em um dos twits, disse que os blogueiros reunidos são tão mais progressistas quanto mais dinheiro público recebem…

Como o blog de Noblat está linkado no portal da Globo na internet e, assim, tem uma enormidade de acessos, penso que muitos dos seus leitores devem ser pessoas de boa fé que podem estar se deixando enganar pelas informações falsas veiculadas por ele.

Assim sendo, reproduzo, agora, o que os leitores do blogueiro global escreveram contra os blogueiros progressistas. A cada um dou a minha resposta individual, que, de maneira alguma, representa a Comissão Organizadora do Encontro dos Blogueiros ou qualquer outro participante do evento, ainda que suspeite de que pensam como eu.

Apelido: Maramu – 21/8/2010 – 18:57
Progressistas??? !!!

Onde. Todos vendidos e pagos com o “nosso dinheiro”.

É triste vermos esta juntada…

Resposta do Blog da Cidadania:

Maramu,

por favor, informe a fonte dessa informação de que os blogueiros progressistas somos “todos vendidos” e pagos com o “vosso dinheiro” – sejam “vocês” quem forem. E aproveite para apresentar as provas e dizer quem é que nos paga.

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Apelido: Alef_Santos – 21/8/2010 – 18:49
Noblat, ainda que você não seja “progressista”, seria bom você aparecer.

Resposta do Blog da Cidadania:

Alef Santos,

Concordo com você e acrescento que ele poderia ter “aparecido”, pois tenho certeza de que seria convidado para um debate conosco no qual lhe garantiríamos a palavra que seus patrões nos negam. Mas nem ele, nem você o consideram progressista. Por isso ele não foi. Porque tem a mesma opinião que a sua.

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Nome: Maurício de Mattos Salgado – 21/8/2010 – 15:05
Pior é que deve estar sendo bancado pelo meu, o seu, o nosso. E ainda se dizem pela “democratização da mídia”. Hehehehe

Resposta do Blog da Cidadania:

Maurício,

Posso garantir que o seu dinheiro e o dos seus amigos não deu as caras no Encontro dos Blogueiros Progressistas. Foram recursos de empresas privadas como a Gol ou de organizadores do Encontro como Paulo Henrique Amorim e Luiz Carlos Azenha, por exemplo, e de alguns sindicatos que têm verbas absolutamente legais para utilizar em comunicação de acordo com a filosofia de cada entidade.

Quem recebe dinheiro público, que também me pertence, é o blogueiro que você lê. A Globo recebe dezenas de milhões de reais dos cofres públicos e usa, em parte, para pagar o salário do signatário do Blog do Noblat para ele fazer insinuações contra mim.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Avisem a Globo: Brasil vai crescer 6,5% em 2010



por Luiz Carlos Azenha

A estratégia adotada pela campanha de José Serra ficou razoavelmente aparente no debate da TV Bandeirantes: diminuir as conquistas do governo Lula, assumir co-produção em algumas conquistas do governo Lula e colocar o tucano no papel de herdeiro natural do legado de Lula, não por afinidade política, mas por competência gerencial e experiência política e administrativa.

A “naturalização” de Serra como herdeiro de Lula vem sendo trabalhada há muito tempo, tanto pelo ativismo da grande mídia ao apresentá-lo assim quanto pelo tratamento crítico não isonômico. O Brasil tem graves e profundas crises federais (nos portos, nos aeroportos, nas rodovias) mas não tem graves e profundas crises paulistas (saúde, educação e segurança). Os problemas, em São Paulo, são pontuais e nunca chegam ao Palácio dos Bandeirantes. A mídia não articula, em nível local, o mesmo discurso que faz em nível federal, onde todo e qualquer problema é debitado na conta da ex-ministra Dilma Rousseff (o financiamento das APAEs, por exemplo, independentemente das críticas serem ou não justas).

A entrevista do Jornal Nacional com a candidata governista precisa ser entendida assim. Duvido que William Bonner e Fátima Bernardes tenham formulado por conta própria o rumo da entrevista. A primeira pergunta seguiu na linha de desqualificação pessoal da candidata petista, que não teria jogo de cintura e, segundo o próprio presidente Lula, teria “maltratado” ministros. Em seguida, questionou-se um ponto central da plataforma da petista: o crescimento econômico brasileiro. Através de comparações meramente numéricas e descontextualizadas, houve uma tentativa de diminuir o extraordinário período de crescimento que o Brasil atravessa. A candidata conseguiu enfiar numa das respostas que o Brasil criou 1,7 milhão de empregos no ano da crise econômica.

No dia seguinte, qual foi a manchete de O Globo?

Após 7 anos, Dilma diz que país cresce pouco por culpa de FH

Ou seja, o jornal adotou a premissa de William Bonner e Fátima Bernardes, segundo os quais o Brasil cresce pouco.

É uma formulação claramente absurda, para qualquer observador.

Mas serve para demonstrar como, se não existe uma articulação aberta entre a campanha de José Serra e a TV Globo, existe uma simbiose intelectual.

Quanto o Brasil vai crescer em 2010? Segundo o mais recente relatório do Ministério da Fazenda, 6,5%.

Pelos padrões tradicionais do Brasil, é uma enormidade, especialmente num quadro de crise mundial.

Além disso, não custa nada relembrar o que disse um dos comentaristas da Globo, que trabalha na rádio CBN e no Jornal da Globo, quando a economia brasileira se expandiu em ritmo chinês, de 9%:

“Não é bom e não é um problema só brasileiro. O país quando ele cresce além das suas possibilidades o que acontece? Começa a faltar estrada, começa a faltar porto, começa a entupir os aeroportos, começa a faltar mão de obra, começa a faltar matéria prima, etc. O correto para os bancos centrais, para os governos é não deixar a coisa estourar nesse ponto, é tomar medidas preventivas quando a economia ameaça crescer mais do que pode, que é o caso do Brasil e até o caso da China, que está crescendo mais do que pode lá no esquema deles, né?”.

O vídeo da fala do comentarista Carlos Alberto Sardenberg (no Jornal da Globo) aparentemente foi retirado do ar

Tudo isso seria cômico, não refletisse uma profunda desonestidade intelectual e o engajamento não declarado da maior rede de emissoras de rádio e TV do Brasil — concessões públicas — em uma das campanhas.

Desonestidade intelectual, diga-se, sustentada com dinheiro público: Petrobras, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil etc.

Fiquem com o recém-divulgado relatório do Ministério da Fazenda sobre a economia:

10/08/2010
Fazenda: País cresce 6,5% em 2010 e taxa de inflação deve ficar próxima de 5%

Relatório aponta avanço da classe C e manutenção de equilíbrio fiscal

O Ministério da Fazenda divulgou nesta terça-feira o relatório bimestral junho/julho “Economia Brasileira em Perspectiva”. O documento traz projeções macroeconômicas para 2010, como perspectivas de crescimento do PIB em 2010, o comportamento do mercado de consumo de massa, previsão da inflação, juros e crédito, política fiscal.

Conforme projeção da Fazenda, o PIB este ano deverá ser de 6,5%. O crescimento médio da economia será de 5,7% nos próximos quatro anos, ritmo a ser puxado pelos investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo), que estão crescendo três vezes superior ao do PIB, e pelo consumo das famílias, com nível de demanda acima de 9% neste ano. Com o crescimento do PIB estimado em 6,5%, o PIB per capita atingirá o valor recorde de R$ 17,3 mil em 2010, segundo o relatório.

Inflação – Com o fim dos estímulos fiscais e monetários, das chuvas e dos ajustes sazonais em educação, saúde e transporte público, o IPCA volta a uma trajetória compatível com o atual nível de crescimento da economia, afirma o documento. De acordo com o relatório, as expectativas de mercado recuaram e se alinharam ao patamar previsto pelo Ministério da Fazenda anteriormente e apontam para IPCA próximo de 5% em 2010.

A inflação apurada pelo IPCA ficou em 0% em junho de 2010, abaixo da variação de 0,43% do mês anterior, enquanto o índice de julho ficou estável em 0,01%. O resultado representa a variação mensal mais baixa de 2010. A desaceleração dos preços de junho de 2010 em relação ao mês anterior resultou da desaceleração de oito dos nove grupos que compõem o IPCA.

Avanço da classe C – O Ministério da Fazenda estima que a classe C manterá expansão nos próximos anos. A expectativa é de que o percentual da população nesta faixa cresça 21,5% de 2008 a 2010. Em 2010 a classe C responde por cerca de 103 milhões de brasileiros. Desde 2002, cerca de 25 milhões de brasileiros deslocaram-se para o meio da pirâmide social.

Além disso, desde 2002 até agora, o poder de compra das classes sociais de menor renda tem evoluído constantemente, o que deve resultar no aumento da participação das classes C e D no ranking de potencial de consumo, reflexo, segundo o relatório, do aumento do salário mínimo, controle da inflação, geração de empregos e benefícios sociais, como o programa Bolsa Família.

O benefício pago pelo Bolsa Família eleva a renda da população atendida em 48,7%, conforme análise divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O efeito geral do programa foi diminuir o tamanho da população em extrema pobreza, que era de 12%, para um patamar de 4%. Cerca de 49 milhões de pessoas foram beneficiadas.

Crédito – O crédito total disponibilizado pelo sistema financeiro no Brasil cresceu 2% em junho em comparação a maio e 19,7% frente a junho de 2009, fechando o primeiro semestre do ano com desembolso de R$ 1,5 trilhão, equivalente a 45,7% do PIB.

O crédito para Pessoa Física liderou a expansão no primeiro semestre, impulsionado pela redução dos juros médios cobrados, a migração para modalidades de menor risco e custo, como empréstimo consignado e financiamento imobiliário. A queda nos spreads e na inadimplência e o alongamento dos prazos também foram destaques no primeiro semestre de 2010.

Em relação ao período pré-crise, o avanço do crédito foi de 31,6%, enquanto que, nos últimos 12 meses, a concessão média diária de novos empréstimos acumulou expansão de 16,6%.

A avaliação do Ministério da Fazenda é de que os bancos públicos representam papel essencial na disponibilização do crédito desde o período da crise. De setembro de 2008 a junho de 2010, o saldo das operações de crédito desses bancos cresceu 63,9%, acima dos bancos privados de capital nacional (19,7%) e dos estrangeiros (9,4%).

Em junho, a participação dos bancos públicos no saldo total de créditos do sistema financeiro nacional atingiu 42,3% em junho, ante 40,1% dos privados nacionais e 17,6% dos estrangeiros.

Com o recuo da inadimplência verificado ao final de 2009, aliado ao favorável cenário de retomada de crédito em 2010, as taxas médias anuais de juros bancários caíram a níveis históricos: 41,1% para pessoa física e 26,3% para pessoa jurídica.

O documento do Ministério da Fazenda demonstra ainda recuo de 0,7% na demanda das empresas por crédito em junho, na comparação com o mês anterior. No acumulado do ano, porém, a demanda das grandes empresas por crédito avançou 13,3% em relação ao primeiro semestre de 2009. Micro e pequenas empresas obtiveram alta de 10,5% e as de médio porte registraram queda de 8,3% anualizados.

A demanda de crédito do consumidor caiu em junho. Na comparação com o mês anterior, junho registrou queda de 10,2%. A Fazenda avalia que o principal motivo foi o ajuste orçamentário das famílias às antecipações de compras de bens duráveis, no primeiro trimestre de 2010, diante do fim das desonerações tributárias.

Indústria – Após o fim dos estímulos fiscais, a produção industrial também recuou em quase todas as atividades ao longo do segundo trimestre. Em junho, a queda foi de 1% em relação a maio. As atividades de máquinas e equipamentos (-11,6%), vestuários e acessórios (-8,1%) e mobiliário (-10%), foram as que registraram as maiores quedas no mês de junho. No acumulado em 12 meses, o crescimento da produção industrial aumentou 4,5% em maio e para 6,5% em junho.

A produção de bens de capital apresentou recuo (-2,1%) em junho, sendo que equipamentos de transporte responderam por queda de 4%, contra crescimento de 3,8% em maio. Os bens de consumo duráveis também apresentaram queda (-3,2%).

O Ministério da Fazenda espera recuperação nos dados de produção de bens de capital em função da grande gama de investimentos que está ocorrendo no país.

Apesar do recuo na produção industrial, o órgão estima crescimento da produtividade real, já que o setor volta a investir em inovação tecnológica e redução de custos com o objetivo de ampliar sua capacidade competitiva. “A nossa indústria responde por 22% do PIB e 25% dos empregos e 68% do valor exportado”, diz o relatório, que nega haver uma desindustrialização no país.

Outro dado constante do documento divulgado hoje é o crescimento de 6% na venda de veículos em julho deste ano sobre julho de 2010 (302,3 mil unidades). O mês de julho de 2009 já havia sido o melhor de todos os tempos, com emplacamento de 285,4 mil veículos. No acumulado do ano, foram vendidas 1.882.122 unidades.

A produção de veículos automotores em junho totalizou 315,9 mil unidades. No acumulado do ano, a produção cresceu 18,3% em relação a igual período de 2009 e as exportações subiram 65,9%, totalizando US$ 6,9 bilhões.

Em junho, a indústria operou com 82,5% da capacidade instalada, recuo de 0,2 ponto percentual frente a maio. O relatório indica que a queda deve-se não apenas à menor atividade industrial, mas também à ampliação do parque produtivo.

Equilíbrio fiscal – O relatório “Economia brasileira em perspectiva“ confirma o compromisso com o equilíbrio fiscal, que se mantém ao longo de 2010, com expansão das receitas e desaceleração das despesas marcando o primeiro semestre do ano. Até 2010, já são doze anos de superávit acima de 2%.

O documento afirma que, ao contrário de 2009, a economia não precisa de estímulos adicionais. O resultado fiscal forte permite reduzir o déficit nominal e a dívida pública mantendo a inflação sobre controle. Conforme a publicação, o déficit nominal zero será realidade a partir de 2014, considerando o nível atual de superávit primário (3,3% do PIB).

O relatório cita ainda a trajetória de queda da Dívida Líquida Pública do Setor Público, acumulando redução de 18,5 pontos percentuais do PIB desde dezembro de 2001. A Dívida Bruta do Governo Geral, incluindo os títulos utilizados pelo Banco Central, apresenta queda em 2010 depois do crescimento em 2009.

A Dívida Pública Federal melhora seu perfil, minimizando custos nos papéis de longo prazo e mantendo os riscos em níveis prudentes. A demanda externa e doméstica para esses títulos é reflexo da confiança no bom desempenho da economia e da gestão da dívida brasileira.

Investimento – Conforme o relatório da Fazenda, considerando a parcela de investimentos realizados por Estados e Municípios com recursos próprios, a taxa de investimento federal deve ser próxima de 5% do PIB, melhor resultado obtido desde 1994. Em junho, a taxa de investimento federal atingiu 3,2% do PIB, expansão de quase dois pontos percentuais desde 2003/2004.

Em 2010, o crescimento dos investimentos federais (União e empresas estatais) está batendo todos os recordes desde 1994. Nos seis primeiros meses do ano, a União já investiu no país R$ 19,2 bilhões e as estatais outros R$ 31,9 bilhões. Em valores reais a cifra total de R$ 51,2 bilhões é a maior desde o início do Plano Real e três vezes maior do que a registrada no mesmo período de 2002.

Poupança – O Ministério da Fazenda considera que o ano de 2010 deve entrar para a história das finanças públicas como o da maior taxa de poupança do governo geral desde a década de 80. Após anos de poupança negativa, abaixo de 2% do PIB, a Administração Pública (União, Estados e Municípios) registrou o primeiro saldo positivo em conta corrente em 2008 (0,2% do PIB) e neste ano de superar esta marca, com até 0,7% do PIB de superávit.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social – GMF