Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
Mostrando postagens com marcador aécio neves. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador aécio neves. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Grobo Nius escolhe FHC como sucessor de Temer

Globo News escolhe FHC como sucessor de Temer


fhc globo
Como todos já devem saber a esta altura, se o presidente Michel Temer renunciar ou mesmo se for cassado pelo Congresso, seu substituto será eleito indiretamente pela Câmara e pelo Senado.
Ao longo da quinta-feira, com o país ainda digerindo o mar de lama em que chafurdam Michel Temer e Aécio Neves, a Globo News passou o dia inserindo em sua programação o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Apesar de a emissora a cabo ter citado sem parar o nome de FHC durante todo dia, um programa de horas de duração passou a tarde citando o nome do ex-presidente tucano uma vez após outra, sem parar.
O programa Estúdio I citou ao menos umas 10 vezes o nome de Fernando Henrique Cardoso.
Tudo que era comentado desembocava no tucano. O programa começou com a citação de mensagem postada pelo ex-presidente em seu perfil no Facebook.
fhc estudio iA programação da Globo a cabo no day after da queda da República deixa ver que a toda poderosa já sabe por qual nome pressionará o Poder Legislativo a escolher em caso de vacância da Presidência da República.
Como se sabe, FHC é um defensor da agenda de “reformas” de Temer e seu apreço pelo neoliberalismo e pela privataria é amplamente conhecido.
Todos já sabem, portanto, o que esperar em caso de vacância da Presidência da República. O ex-presidente tucano será encarregado de terminar o serviço sujo de Michel Temer de vender o país, acabar com direitos trabalhistas e com o direito de se aposentar.
Até hoje, Fernando Henrique Cardoso é odiado pelos brasileiros. A mídia amiga evita colocar seu nome nas pesquisas de intenção de voto porque o resultado seria desastroso.
Mas tudo isso tem um lado bom. Se FHC suceder Temer, acabará com qualquer chance de um tucano se eleger no ano que vem, caso não tentem adiar as eleições. Com uma tacada só, o país ficará livre de Alckmin, Doria etc.
Para assistir a lenga-lenga pró FHC da Globo News, clique aqui – são duas horas de programa chato

terça-feira, 14 de março de 2017

PSDB será o mais afetado por delações da Odebrecht e da lista de Janot

Untitled-1

Não precisa ser muito inteligente, nem mesmo razoavelmente inteligente, para entender por que os partidos grandes mais prejudicados por denúncias envolvendo empreiteiras foram PT e PMDB apesar de expoentes do PSDB estarem tão envolvidos quanto; desde o início da Operação Lava Jato, em março de 2014, houve seletividade nas investigações.
E o PSDB, obviamente, não vinha sendo poupado por ter não corruptos, ainda que a intenção seja levar a sociedade a esse entendimento. A Lava Jato não quer é investigar tucanos.
Investigou até a Marinha, mas não esbarrou nas estripulias das Odebrecht, Camargo Correa et caterva nos Estados e Municípios, em escândalos que se tornaram questões federalizadas pelo envolvimento desses corruptores que atuaram em todos os níveis da administração pública.
Trocando em miúdos: a Odebrecht não pode ser sujinha nos negócios que fez com a Petrobrás e limpinha nos negócios que fez com o Metrô e o Rodoanel em São Paulo e com a Cidade Administrativa em Belo Horizonte / Minas Gerais.
E do que tratam as delações da Odebrecht e a segunda lista de denúncias ao STF que está para ser emitida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot? Tratam de casos escabrosos envolvendo o PSDB que ficaram ocultados até hoje por conta da seletividade da primeira instância da Lava Jato, decorrente da parcialidade da República de Curitiba contra o PT e a favor do PSDB, ou do “Cara” que tanto encanta a Lava Jato.
17274784_1379865502064190_262076332_n
Todavia, o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Júnior afirmou, em sua delação premiada à Lava Jato, que se reuniu com Aécio Neves para tratar de um esquema de fraude em licitação na obra da Cidade Administrativa para favorecer grandes empreiteiras. http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/02/1855094-aecio-definiu-coluio-em-licitacao-em-minas-afirma-delator-da-odebrecht.shtml
A reunião, segundo o delator, ocorreu quando o tucano governava Minas.
Benedicto Júnior, conhecido como BJ, disse aos procuradores que, após o acerto, Aécio orientou as construtoras a procurarem Oswaldo Borges da Costa Filho. De acordo com o depoimento, com Oswaldinho, como é conhecido, foi definido o percentual de propina que seria repassado pelas empresas no esquema.
Ainda de acordo com o delator, esses valores ficaram entre 2,5% e 3% sobre o total dos contratos.
Oswaldinho é um colaborador das campanhas de Aécio Neves. O ex-executivo da Odebrecht afirmou que o próprio Aécio decidiu quais empresas participariam da licitação para a obra.
Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, a Cidade Administrativa, sede do governo mineiro, custou R$ 2,1 bilhões em valores da época. Foi inaugurada em 2010, último ano de Aécio como governador, sendo a obra mais cara do tucano no governo de Minas.
17270909_1379865602064180_1481100161_n
Com Oswaldinho, que foi presidente da Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais), as empresas negociariam, ainda de acordo com Benedicto Júnior, como seriam feitos os pagamentos.
As informações fornecidas por BJ em sua delação premiada foram confirmadas e complementadas, segundo pessoas com acesso às investigações, pelos depoimentos do ex-diretor da Odebrecht em Minas Sergio Neves.
O mesmo Sergio Neves aparece nas investigações como responsável por operacionalizar os repasses a Oswaldinho e é ele quem detalha, na delação, os pagamentos a Aécio.
Líder do consórcio, que contou com Andrade Gutierrez, OAS e Queiroz Galvão, a Odebrecht era responsável por 60% da obra e construiu um dos três prédios que integram a Cidade Administrativa, o Edifício Gerais.
Benedicto Júnior e Sérgio Neves estão entre os 77 funcionários da Odebrecht que assinaram acordo de colaboração com a Lava Jato. As delações foram homologadas pela presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Carmén Lúcia, e enviadas à Procuradoria-Geral da República, sob sigilo.
A qualquer momento, segundo vem sendo amplamente noticiado, Janot fará denúncia de cerca de 80 nomes ao STF por conta dessas delações.
Procuradores da Lava Jato exigiram dos advogados da Andrade Gutierrez, no fim de 2016, uma espécie de complementação das delações de seus executivos, que eles chamam de “recall”. Isso porque, segundo investigadores, funcionários da Andrade não detalharam o esquema de propina na Cidade Administrativa e em outras duas obras especificadas nas delações da Odebrecht: a construção do Rodoanel e do Metrô, em São Paulo.
Sim, é isso mesmo. Serão investigadas obras até aqui ininvestigáveis. Obras nas quais vicejam escândalos de bilhões de reais que o Ministério Público restringiu a funcionários do Metrô, da CPTM e do Rodoanel, sem denunciar um mísero político apesar das vultosas quantias envolvidas e de esses esquemas terem atravessado os vinte anos de governos tucanos em São Paulo.
Não é à toa que militantes tucanos na mídia, como Reinaldo Azevedo ou Merval Pereira, ou militantes tucanos no STF, como Gilmar Mendes, já estejam comentando que querem colocar “todos no mesmo saco”, como se corrupção tucana fosse aceitável e corrupção petista não.
Aliás, o sigilo inquebrantável das delações da Odebrecht, que boatos diziam que seria quebrado na última sexta-feira, só existe porque as delações da Odebrecht afetam primordialmente a tucanada. Ou alguém acredita que haveria sigilo tão sigiloso se as informações afetassem o PT?
É por isso que estão fazendo tanta cera para levantar o sigilo das delações da Odebrecht e para divulgar a lista de denunciados pelo procurador-geral da República ao STF com base nessas delações, porque o Ministério Público e o STF estão agindo politicamente por medo da reação não do PSDB, mas da mídia tucana se incomodarem tucanos blindados.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Mídia, empresários e PSDB prometeram que golpe consertaria economia

Posted by 
caos capa

O impeachment de Dilma Rousseff foi vendido pela mídia, pelos grandes empresários e pelos políticos golpistas (PSDB e PMDB à frente) como panaceia para a crise econômica. Com base nesse estelionato político, grande parte da população apoiou o golpe.
caos 1Em dezembro de 2015, o jornal Valor Econômico afirma que “Empresários querem que processo de impeachment corra de forma rápida” para destravar a economia
Em maio de 2016, o jornal O Globo afirma que “A aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff abre espaço para uma retomada de confiança na economia brasileira”
Em agosto de 2016, a revista IstoÉ afirma que “Empresários aguardam o afastamento definitivo de Dilma Rousseff   para retomar investimentos”
Em setembro de 2016, o Correio Brasiliense afirma que “Para especialistas, PIB do país deve melhorar com impeachment de Dilma”.
Também em setembro, o dono da Riachuelo afirma que “Com impeachment, agonia [da economia] será curta”
Para não me estender muito, fecho as previsões empresariais, políticas e midiáticas de melhora na economia com o impeachment de Dilma com a previsão de um entre uma horda de políticos de direita que afiançaram à sociedade que o golpe resolveria tudo.
Em agosto do ano passado, o senador pelo PSDB mineiro Aécio Neves afirma que “Saída de Dilma é essencial para a retomada da economia”
Ou seja, o apoio de parcela majoritária da sociedade ao golpe decorreu de um estelionato político perpetrado a seis mãos pelo grande empresariado, pela mídia conservadora e por políticos de direita, que prometeram à população que tudo se resolveria como por mágica se a democracia fosse estuprada.
Contudo, muitos avisaram que era mentira. Este Blog, por exemplo, em abril do ano passado escreveu o seguinte:
“(…) A incerteza jurídica que se abaterá sobre um país que tira uma governante honesta e coloca picaretas investigados e processados em seu lugar terá repercussões imensas na vida econômica do país.
(…)
Se o golpe vingar, portanto, sobrevirá uma era de incertezas e de choques violentos na sociedade.
(…)
O que iria convulsionar o país e afundá-lo econômica e institucionalmente seria a forma como os golpistas iriam governá-lo se o golpe passasse. O desmonte de políticas públicas que tanto melhoraram a distribuição de renda e o nível de pobreza é um dos objetivos dos golpistas. E esse desmonte irá ocorrer.
De início, o desmonte do Estado de Bem Estar social edificado ao longo da era petista será levado a cabo timidamente. Com o passar do tempo, o ritmo será acelerado.
(…)
Tudo isso irá gerar um conflito social imenso, de proporções e intensidade imprevisíveis. Após mais de uma década melhorando de vida ano a ano, a maioria pobre dos brasileiros descobrirá que cometeu um erro imenso ao condescender com o golpe (…)”
Mas não foi só o Blog da Cidadania que previu o desastre. Bradando no deserto como esta página, a imprensa séria também avisou a desestruturação da economia que o golpe iria gerar.
caos 2Como se vê na matéria da BBC, foram os analistas internacionais que alertaram o Brasil para a insensatez que seria levar a cabo um longo processo de impeachment após um ano inteiro (2015) de sabotagens, com o Congresso, sob Eduardo Cunha, recusando-se a aprovar qualquer medida de Dilma Rousseff para sanear a economia e ainda criando as tais “pautas-bomba”, as quais criavam despesas no momento em que havia que conter gastos.
Isso sem falar na Lava Jato, que paralisou a Petrobrás e o setor de construção pesada brasileiro, responsável por uma fatia enorme do PIB.
Com a sabotagem e o longo processo de impeachment, a economia afundou. Mas não foi só. Ao passo que a economia afundava, instaurou-se um processo fascista no Brasil, com aumento da intolerância e do ódio.
Sob a “liderança” dos conservadores tucanos e peemedebistas, hordas fascistas se espalharam. Ministros de Estado, governadores de Estado, lideranças políticas de todo o país começaram a pregar contra o “politicamente correto” e a pregar a intolerância.
Na economia, o golpe foi mortal. Da derrubada de Dilma em abril para cá, a economia, em vez de melhorar como os golpistas prometiam, piorou. Basta uma busca no Google para comprovar.
caos 3Mas o caos legado pelo golpe não piorou só a economia (em boa parte, devido ao fato de que ninguém quer investir em país com democracia mambembe). A sociedade está enlouquecendo. Um massacre de presidiários em Manaus abriu a caixa de Pandora.
Políticos de direita como Bolsonaro, Feliciano, membros do governo Temer e o próprio governador do Amazonas começaram a defender chacinas de presidiários
A reação não tardou. Organizações criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC) começaram a promover mais chacinas em presídios e, vendo a comemoração dos setores enlouquecidos da sociedade, já partem para a radicalização.
Enquanto a mídia tucana minimiza o risco, o respeitado diário espanhol El País avisa que a organização criminosa promete promover ataques à população nesta terça-feira, dia 17 de janeiro.
Se vai se concretizar, tudo vai depender das negociações do tucano Geraldo Alckmin com o movimento – desde 2006, os governos tucanos de São Paulo vêm negociando com o PCC para que não promova ataques como o daquele ano.
Enquanto o país afunda por conta do golpe, os golpistas propriamente ditos e sua militância do ódio comemoram a derrubada do PT do poder após 4 mandatos e 13 anos vencendo sucessivas eleições contra os fascistas tucanos. Enquanto o país pega fogo, só conseguem se masturbar com o processo fraudulento que extinguiu a democracia brasileira.
A má notícia é que vai piorar, já que os golpistas pensam que estão abafando.
Menos mal que vão finalmente desencadear uma revolução francesa no Brasil. Esses que comemoram o golpe enquanto berram que são “ricos” vão se arrepender amargamente do que fizeram. O povo irá para cima deles. É só esperar.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Ao defender Azeredo, PSDB perde condição de criticar o PT

azeredo

 EDUGUIM
Ora, ora… Quer dizer, então, que toda aquela conversa dos tucanos de que o PT “protege” seus expoentes que foram condenados pela Justiça não passa de hipocrisia, caradurismo, falta de caráter, desrespeito supremo à inteligência alheia?
Por que não me surpreendo? Simples, porque é óbvio que aquele discurso, como 200% de tudo o que esse partido diz, não passa de canalhice.
O tucano mineiro Eduardo Brandão de Azeredo foi um dos fundadores do PSDB (1988). Governou Minas Gerais pelo PSDB de 1995 a 1999. Em 2005, quando foi acusado pelo Ministério Público de desvio de dinheiro público, era presidente nacional do PSDB.
Na semana passada, foi condenado pela Justiça a 20 anos de prisão por esses atos de corrupção.
Nesse momento, vale lembrar que há anos que o PSDB acusa o PT de defender expoentes condenados pela Justiça. Aécio Neves chegou a afirmar que o PT trata “como heróis” réus ligados ao partido e que foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal no escândalo do mensalão.
As críticas ao PT por não ter expulsado alguns de seus membros condenados pela Justiça também estão sempre presentes na grande mídia antipetista, isso não é segredo para ninguém.
Voltemos, pois, ao caso de Azeredo.
No despacho em que condenou o tucano, a juíza Marisa Pinheiro Costa Lage, da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, afirmou que ex-governador de Minas e ex-presidente nacional do PSDB falou mentiras aos investigadores “em todas as oportunidades que teve”.
Para a magistrada, que se debruçou nos 55 volumes dos autos desde março deste ano, a responsabilidade de Azeredo nos crimes de peculato (desvio de dinheiro) e lavagem ficou comprovada “mesmo que somente após um trabalho extremamente árduo de retirar, das entranhas do processo, o detalhe, a contradição, a mentira”, afirma na sentença.
A juíza não fez por menos e detalhou, passo a passo, sua afirmação de que Azeredo é um mentiroso:
1 – “Mentiu sobre as relações pessoais que possuía com os demais envolvidos,tentando fazer parecer que eram superficiais”, apontou a juíza em referência a proximidade de Azeredo com os outros investigados que participaram de sua campanha, alguns deles inclusive tendo se licenciado de cargos públicos para atuar na campanha tucana na época.
2 – “Mentiu ao afirmar que não se envolvia na campanha e de nada sabia sobre questões financeiras, o que restou comprovado por meio das declarações e depoimentos dos colaboradores de campanha, demonstrando, inclusive, que o acusado realizou reuniões com lideranças políticas, conforme declararam as testemunhas Carlos Welth Pimenta de Figueiredo, Ricardo Desotti Costa e Antônio do Valle Ramos. Além disso, o acusado realizou contratações diretas, conforme depoimento da testemunha coordenadores, Otimar Ferreira Bicalho, que afirmou ter recebido ligação telefônica de Eduardo Azeredo solicitando sua participação na campanha como gerente da equipe de pintura, afirmando ainda que Eduardo Brandão de Azeredo devia ter conhecimento das irregularidades, notadamente superfaturamento.”
3 – “Mentiu ao afirmar que Claudio Mourão (tesoureiro da campanha de Azeredo em 1998) fora o único responsável por toda a questão financeira da campanha, o que restou esclarecido pelas contradições no próprio interrogatório do acusado e pelos depoimentos das testemunhas referidas anteriormente.”
4 – “Mentiu sobre a participação de Marcos Valérios e a SMP&B na campanha eleitoral à reeleição de 1998, diante das declarações de Clésio Andrade, Marcos Valério, Cláudio Mourão, Denise Landim, Leopoldo José de Oliveira, José Vicente Fonseca e Alezandre Rogério Martins da Silva”.
5 – ” Mentiu sobre os patrocínios determinados pelo Governo do Estado às empresas estatais Copasa, Comig e Bemge, restando claro que foi o acusado Eduardo Azeredo quem os determinou para financiar sua campanha, diante de todas as provas relatadas no item respectivo.
6 – “Mentiu sobre o pagamento das dívidas de Cláudio Mourão e Marcos Valério, sendo que, nesse caso, a mentira foi tão despudorada que prescindível depoimento de testemunha. A análise das próprias declarações do acusado já seria suficiente para demonstrar o tamanho da inverdade.”, afirma a magistrada em referência ao episódio quando Cláudio Mourão procurou Azeredo em 2002 para cobrar uma dívida de R$ 700 mil da campanha de 1998 que acabou sendo quitada por meio de um cheque de Marcos Valério.
7 – “Enfim, aliados a todos os depoimentos, declarações e documentos que, por si sós, foram capazes de demonstrar o caminho de mentiras em que se enveredou o acusado Eduardo Azeredo, encontram-se as declarações de Clésio Andrade, que afirmou que todas as decisões da campanha eram tomadas por Eduardo Azeredo, Walfrido dos Mares Guia, Cláudio Mourão, Álvaro Azeredo e João Heraldo, as quais, associadas às declarações e depoimentos das testemunhas Nilton Monteiro, Vera Lúcia Mourão e Carlos Henrique Martins Teixeira, são uníssonas em afirmar que o acusado tinha conhecimento de toda trama envolvida em sua campanha eleitoral, tornando-se essa, portanto, a única versão possível e plausível para os fatos dos autos.”, segue a juíza na sentença.
Diante dessa enxurrada de acusações da magistrada para embasar sua decisão de mandar o tucano para a cadeia por mais de duas décadas (sentença que supõe crimes ainda mais graves que os atribuídos, por exemplo, a José Dirceu, do PT, cuja pena, no julgamento do mensalão, não foi metade disso), qual foi a reação do PSDB?
Em nota oficial, o partido diz que “Conhece a trajetória política e a correção que sempre orientou a vida do ex-senador e ex-governador” e, assim, deu a ele todo seu apoio, dizendo-o “inocente”.
A posição do PSDB em nada difere da posição do PT em relação, por exemplo, a José Dirceu. Os dois partidos apoiaram seus expoentes após serem condenados pela Justiça. Qual a diferença, então, que autoriza o PSDB a acusar o PT de defender os seus expoentes condenados pela Justiça?
O argumento dos tucanos para justificar tal postura é de revolver o estômago: Azeredo “só” teve “um” julgamento, na primeira instância.
É mesmo, é? E quantos julgamentos, diabos, teve Dirceu? Dez? Vinte? Dirceu também só teve um julgamento, no STF. E o que é pior, a lei foi violada ao não lhe conceder o benefício dado a Azeredo de não ter sofrido com um rito sumário (extremamente rápido) no STF.
Explico: Dirceu não tinha “direito” a “foro privilegiado” (ser julgado pelo STF) quando foi submetido a julgamento simplesmente porque não tinha mandato popular no momento da aceitação de seu julgamento. E Azeredo tinha.
Azeredo não poderia ter sido julgado em primeira instância porque era parlamentar. Então, em uma manobra imoral, em fevereiro do ano passado renunciou ao mandato de deputado federal para não enfrentar o julgamento no STF, já que é irrecorrível e, assim, diminui as chances do acusado.
Só faltaria, pois, alguém vir dizer que é melhor ser julgado pelo Supremo; se assim fosse, Azeredo não teria promovido essa atitude covarde que, aliás, não foi tomada por Dirceu, que se recusou a renunciar ao mandato de deputado federal quando foi denunciado pelo mensalão.
Os tucanos se julgam muito espertos e, assim, acreditam que enganam a sociedade ao terem a cara-de-pau de acusar o PT por ficar ao lado de seus expoentes condenados enquanto faz o mesmo com os seus expoentes igualmente condenados.
É por isso que o PSDB perdeu as quatro últimas eleições presidenciais e perderá a próxima, mesmo que, dessa vez, não seja para o PT, porque o Brasil sabe o quão hipócritas e mentirosos são os tucanos. E eles apenas acabam de dar mais uma prova disso.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Mais escândalos tucanos para a Justiça engavetar

FHC AÉCIO

O processo do mensalão tucano contra o ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) segue parado desde março de 2014, quando caiu do STF para Justiça de Minas Gerais. Apesar de a ação ter saído do Supremo pronta para julgamento.
Demorou um ano para o processo caminhar, ou se arrastar, até as mãos da juíza substituta da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Melissa Pinheiro Costa Lage. No dia 30 de outubro, o caso completou sete meses em suas mãos à espera de sentença, mas a magistrada se finge de morta.
O mensalão tucano é considerado embrião do mensalão petista e apontado pelo Ministério Público Federal como um esquema de desvio de R$ 3,5 milhões (cerca de R$ 14 milhões, corrigidos) de empresas públicas mineiras para financiar a fracassada campanha de reeleição do ex-governador tucano Eduardo Azeredo, em 1998.
Em 2014, Azeredo era deputado federal e renunciou ao cargo para que o processo voltasse à primeira instância, onde são possíveis mais recursos. Com 67 anos, Azeredo chegará aos 70 em 2018, quando as acusações contra si prescreverão e ficarão impunes.
Desde março, o ex-governador é diretor executivo da Fiemg (Federação de Indústrias de Minas) e tem um salário de R$ 25 mil. Ele e os outros réus do caso sempre negaram as acusações.
No passo em que o processo caminha, dificilmente terá algum desfecho antes da prescrição, pois de qualquer sentença haverá recurso até chegar ao STF novamente, quando ainda levará mais tempo para voltar a ser apreciado. A impunidade de Azeredo, devido a esse tempo todo em que seu processo ficou parado, é líquida e certa.
Até os personagens corruptores envolvidos no mensalão tucano são quase iguais aos do mensalão petista. Além disso, não há razão para que o processo não caminhe. Apesar de, anualmente, algum jornal, para cumprir tabela, noticiar o absurdo dessa paralisia, a Justiça mineira simplesmente faz ouvidos moucos e pronto. Fica por isso mesmo.
Diante de tal escândalo, há pouca expectativa de que novos escândalos envolvendo o PSDB noticiados no fim de semana resultem em qualquer tipo de constrangimento para os envolvidos ou para o partido.
Um desses escândalos envolve o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Laudo da Polícia Federal recém-divulgado revelou que a Construtora Norberto Odebrecht pagou R$ 975 mil ao Instituto Fernando Henrique Cardoso entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012. Foram 11 pagamentos mensais de R$ 75 mil e um de R$ 150 mil.
A investigação revela que os valores foram pagos ao ex-presidente em troca de uma palestra, mas a Polícia Federal diz não haver elementos que mostrem que tal palestra foi dada. Desse modo, não se sabe a troco de que os pagamentos foram feitos ao ex-presidente.
Assim como os pagamentos feitos pela mesma empreiteira ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a troco de palestras estão registrados na contabilidade de seu instituto, os pagamentos feitos ao ex-presidente tucano também estão.
Não há diferença alguma entre os dois casos. Se os inimigos do PT disserem que a Odebrechet pagou Lula para obter favores do governo federal devido à influência do petista nesse governo, os inimigos do PSDB poderão dizer que a empreiteira pagou FHC devido à influência do tucano no governo do Estado de São Paulo.
A única diferença entre os dois casos é que aquele que envolve o petista desencadeou inquérito contra ele, enquanto que o caso envolvendo o tucano não desencadeou coisa alguma.
O mais engraçado em tudo isso é que, recentemente, o ex-presidente tucano deu entrevista ao programa Roda Viva, veiculado por emissora pública controlada pelo governo estadual de seu partido em São Paulo, e, nesse programa, acusou Lula de ter recebido dinheiro da Odebrechet para lhe dar palestra e não a deu.
Confira, abaixo, trecho do programa em que FHC dá essa declaração.
No mesmo fim de semana, surge acusação contra o ex-governador mineiro e candidato derrotado a presidente em 2014 Aécio Neves, outro tucano que vive fazendo acusações de abusos éticos contra adversários políticos.
Desta vez, porém, a iniciativa da investigação nem mesmo partiu de autoridades policialescas como a PF ou o Ministério Público; a investigação foi feita, autonomamente, pelo jornal Folha de São Paulo, que, através da lei de acesso à informação, conseguiu do governo do Estado de Minas Gerais relação dos 1.423 voos feitos entre janeiro de 2003 e março de 2010 nos quais o nome de Aécio figura como solicitante.
O resultado é impressionante. A legislação mineira que disciplina o uso das aeronaves oficiais se resume ao decreto 44.028 e à resolução 3, ambos de 2005. O decreto define que “a utilização das aeronaves oficiais será feita, exclusivamente, no âmbito da administração pública estadual (…) para desempenho de atividades próprias dos serviços públicos.”
A resolução, que regulamenta o decreto, estabelece que as aeronaves “destinam-se ao transporte do governador, vice-governador, secretários de Estado, ao presidente da Assembleia Legislativa e outras autoridades públicas ou agentes públicos, quando integrantes de comitivas dos titulares dos cargos”.
Registros do Gabinete Militar de Minas Gerais mostram que durante o governo do tucano Aécio Neves aeronaves do Estado foram cedidas para deslocamentos de políticos, celebridades, empresários e outras pessoas de fora da administração pública a pedido do então governador mineiro.
Em 198 dos 1423 voos pesquisados pela Folha não houve a presença nem de Aécio nem de agentes públicos autorizados pela legislação a usar essas aeronaves, como secretários de Estado, vice-governador e o presidente da Assembleia Legislativa.
Mais comprometedor ainda é o fato de que os transportados são celebridades e donos de meios de comunicação que apoiam ostensivamente o PSDB e que, ano passado, chegaram a fazer campanha eleitoral para Aécio.
Luciano Huck, a dupla Sandy e Júnior, o dono falecido da Veja Roberto Civita, o bambambam da Globo José Bonifácio Oliveira Sobrinho e o enroladíssimo ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira são alguns dos apoiadores de Aécio que, apesar de serem ricos, foram brindados com “cortesias” pagas pelo povo mineiro.
O custo desses deslocamentos aéreos – atividade que vai se mostrando um fetiche de Aécio Neves – remonta a milhões e milhões de reais de dinheiro público, mas, tal qual aeroporto construído com o dinheiro dos mineiros para beneficiar a família do tucano, já se pode ter certeza que não dará em nada assim como nos casos supracitados.
Não para de crescer a lista de escândalos envolvendo o PSDB que jamais geram qualquer tipo de consequência para os envolvidos enquanto que casos similares levam petistas à cadeia, o que mostra que o Brasil vive uma ditadura jurídico-policial que funciona dentro do Estado.
O melhor conceito para definir uma ditadura é o uso da lei de formas diferentes para casos iguais, variando exclusivamente por conta da orientação política do envolvido – o célebre “Para os amigos, tudo; para os inimigos, a lei”.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Juiza que investiga filho de Lula é irmã do prefeito tucano de Blumenau

juiza capa
A leitura do despacho da juíza federal Celia Regina Ody Bernardes Carrer, que determinou a operação de busca e apreensão na empresa do filho de Lula Luiz Cláudio espanta pela contudência. Ela determinou que até pessoas que estivessem no local sofresse revista corporal.
Além disso, a juíza determinou que os familiares do alvo da operação não tivessem acesso à acusação visando preservar o “sigilo das investigações”, apesar de que tudo foi parar na mídia minutos após seu despacho.
Diante do ineditismo de uma operação como essa sem que o nome do filho de Lula sequer constasse da operação Zelotes – que seria o objeto da investigação que desembocou na operação no escritório de Luiz Cláudio -, muitos começaram a questionar a atitude dessa juíza.
Foi o que bastou para a Folha de São Paulo divulgar que Celia Regina seria “de esquerda”, de forma a afastar suspeitas de que sua decisão tenha tido motivação política. Confira, abaixo, coluna de Rogério Gentile na edição de 29 de outubro desse jornal.
juiza 1
Circula pela internet, porém, informação que o colunista da Folha esqueceu de repassar aos seus leitores. Celia Regina é irmã de Napoleão Bernardes, prefeito de Blumenau desde 1o de janeiro de 2013.
O site que divulgou a informação reproduziu notícia veiculada pela Rádio Clube de Blumenau, onde Napoleão fez carreira antes de se tornar prefeito da cidade. Segundo a matéria, Napoleão foi a Brasília em 2011 para prestigiar a posse da irmã Celia Regina como juíza federal.
Como o site que divulgou essa informação postou apenas um print da matéria, o Blog fez uma busca e descobriu que essa matéria foi apagada, mas pode ser acessada em cache – recurso que permite localizar postagens na internet que depois são apagadas.
Confira, abaixo, o print. Para acessar a página em cache, clique aqui
juiza 2
Se restar qualquer dúvida, basta acessar o perfil de Napoleão na Wikipedia, onde aparece o nome de sua mãe: Maria Celia Ody Bernardes.
Há muita coisa na internet sobre Celia Regina que sugere que ela é simpática ao PSDB. Na eleição do ano passado, quando a campanha de Aécio Neves acusou os Correios de atuarem em favor de Dilma, a empresa tentou notificar o tucano por via judicial de que sua acusação era caluniosa e poderia gerar uma ação judicial. Adivinhe, leitor, quem julgou a tentativa dos Correios de notificar Aécio e deu parecer favorável a ele? Ela mesma, Regina Célia.
Para ler a matéria, clique aqui
Será que o Conselho Nacional de Justiça tem alguma coisa a dizer sobre a conduta dessa juíza? Pelos seus laços políticos e familiares, ela deveria se declarar impedida de atuar contra o filho de um inimigo político de seu irmão.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Versão de Aécio para doações da UTC é uma afronta à lógica

aécio

No último sábado (27), este Blog divulgou que o líder da oposição ao governo Dilma Rousseff, Aécio Neves, recebeu da empreiteira UTC, de Ricardo Pessoa, R$ 1,2 milhão a mais do que a adversária, a quem o tucano e a imprensa que o apoia atribuem chantagem contra esse empreiteiro para que fizesse doações eleitorais ao PT e à campanha à reeleição.
Enquanto Dilma recebeu R$ 7,5 mi da UTC, Aécio recebeu R$ 8,7 mi.
Aécio esteve em Parintins, no Amazonas, onde participou de festividade local chamada “festa do boi”. Ao embarcar de volta, o tucano deu uma declaração no mínimo espantosa ao ser inquirido pela imprensa sobre a notícia de que recebeu mais doações da UTC do que a adversária, apesar de esta estar sendo acusada de sua campanha ter coagido o dono dessa empresa a lhe fazer doações.
Segundo Aécio, pouco importam os milhões que recebeu da empreiteira porque “Tudo que tinha pra dar à UTC era alforria”, ou seja, libertação do jugo do “malvado” PT.
Antes de prosseguir pelo labirinto retórico tucano, analisemos alguns dados sobre a campanha eleitoral de 2014.
Para quem não sabe, os grupos empresariais citados na Operação Lava-Jato, juntos, fizeram doações eleitorais a partidos no valor de espantosos R$ 484,4 milhões. Isso mesmo, meio bilhão de reais.
Os partidos mais contemplados por essas doações foram PT, PSDB, PMDB e DEM (este último, de forma espantosa porque tem pouquíssima representatividade, atualmente). Entre as empresas doadoras, a UTC, que doou a esses partidos, segundo o TSE, R$ 52,7 milhões.
A tese de Aécio, é a seguinte: se a UTC não tivesse sido pressionada pelo PT, não teria feito doações ao partido. Teria doado a todos os partidos, menos ao PT. Assim, a empresa de Ricardo Pessoa diferiria de todas as outras grandes empresas que doaram ao PT e aos outros partidos citados e que não acusaram a campanha de Dilma de tê-los pressionado.
A UTC, segundo Aécio Neves, apesar de prestar serviços para vários governos tucanos, não tem interesse algum em doar a tucanos. Doa por amor – à democracia e à “social democracia” tucana.
A declaração de Aécio de que “nada tinha a dar” à UTC é espantosa. Uma afronta aos fatos, à lógica e à própria sociedade brasileira. Isso se torna mais evidente quando se analisa o fato de que empresas investigadas por cartel no Metrô de São Paulo, que vicejou durante duas décadas sob o olhar “desatento” da tucanada local, bancaram 56% da campanha de Geraldo Alckmin à reeleição.
Adivinhe, agora, leitor, quem é uma das empresas que bancaram metade dos custos da reeleição do “desinteressado” governador tucano. Se você marcou UTC, do mesmo Ricardo Pessoa, acertou na mosca.
Claro que, pela lógica safada, sem-vergonha, cara-de-pau, o PSDB nada tinha a oferecer à UTC – além, é claro, de polpudos contratos pelo país todo, nas diversas administrações estaduais e municipais que utilizam os serviços das empreiteiras. Isso sem falar que a mesma UTC tinha expectativa de que o PSDB vencesse as eleições nas Minas Gerais de Aécio.
Mas o que a “lógica” aecista contempla ainda menos, é o seguinte:  se o PT tinha todo esse poder de pressão sobre a UTC, por que aceitou que a empreiteira doasse mais a Aécio do que a Dilma. E por que não exigiu, inclusive, que não doasse nada aos adversários? E mais: por que todas as outras empresas não acusam o PT de tê-las pressionado a doar?
Essa acusação de que Dilma, seu partido e sua campanha teriam extorquido o dono da UTC foi, inclusive,desmentida por ele, segundo a coluna Painel, da Folha de São Paulo. Trata-se de uma versão da imprensa sobre supostos desdobramentos da já dita Operação Vaza-Jato, da qual só se tem notícia quando surge alguma acusação ao PT.
O que está acontecendo neste país é um escândalo. Há um golpe de Estado “branco” ocorrendo em capítulos. Uma investigação sigilosa sofre vazamentos de informações seletivas o tempo todo e as autoridades que investigam não tomam providência. Mentiras são “vazadas’ e não são desmentidas.
Enquanto a esquerda caviar se masturba contra o “ajuste fiscal” – cuja necessidade nenhum economista sério ignora -, a democracia brasileira vai sendo feita em picadinho. Mais uma vez, a exemplo do que ocorreu tantas vezes na história, a esquerda fica assistindo de camarote a democracia ser estuprada enquanto se droga com dogmas e palavras de ordem.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

MPF engaveta prova contra Aécio enquanto busca incriminar Lula

Posted by 
yousseff
Há muitas evidências de que a Operação Lava Jato não passa de uma farsa que visa, exclusivamente, destruir Lula e o PT, mas, talvez, a mais contundente resida em entrevista que o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, do Ministério Público Federal (MPF), deu à Agência Reuters na última terça-feira (23).
Perguntado sobre os boatos de que Lula estaria sendo investigado no âmbito da Lava Jato, Santos Lima, que integra a força-tarefa do MPF que investiga o caso Petrobras, afirmou que, “Neste momento”, não há investigação contra o ex-presidente porque o que há contra ele são “só notícias da imprensa”, mas que, se a força-tarefa conseguir encontrar algo, Lula será investigado.
Antes de prosseguir no tratamento que o MPF e a própria Operação Lava Jato estão dando a políticos de acordo com o partido a que pertencem, vale comentar uma segunda informação do procurador Santos Lima, de que essa Operação “deve levar ao menos mais dois anos” para ser concluída e irá chegar ao setor elétrico, mais especificamente a obras da Eletrobras como Belo Monte e Angra 3.
Saiba, leitor, que a crise econômica que o país está vivendo tem ligação íntima com a Operação Lava Jato. Semela, o país já poderia estar recomeçando a crescer.
Na verdade, se não houvesse exploração política das investigações e o segredo de Justiça estivesse sendo mantido, a Lava Jato não estaria interferindo na economia. Contudo, essa investigação se transformou em um espetáculo regado a vazamentos seletivos que atingem, única e exclusivamente, o PT e seus aliados, de modo que o mercado tem dúvidas sobre a governabilidade e, sem governabilidade, não há confiança do empresariado para investir, e, sem investimento, ficamos atolados na crise.
A Lava Jato e sua força-tarefa, que congrega MP e Polícia Federal, demonstram, com seus vazamentos seletivos, o claro objetivo de, em primeiro, impedir que o país volte a crescer, pois isso poderia resultar em recuperação da popularidade da presidente Dilma Rousseff, e, em segundo, de estender essas investigações até a próxima eleição presidencial.
Enquanto um procurador do Ministério Público Federal diz abertamente à imprensa que está caçando elementos para implicar Lula, a mesma instituição engaveta evidência escandalosamente forte contra o líder da oposição, presidente do PSDB, Aécio Neves.
Lula nunca foi acusado diretamente de nada, jamais foi sequer citado nas delações premiadas, nada existe contra ele além de mísera especulação da imprensa de que teria “proximidade” com a Odebrecht, como se a empreiteira não tivesse igual “proximidade” com vários outros políticos de oposição, como Aécio Neves, Fernando Henrique Cardoso etc.
Ao contrário de Lula, porém, Aécio Neves foi citado pelo doleiro Alberto Yousseff. Em delação premiada, o doleiro afirmou que o ex-deputado José Janene (PP/PR) – condenado no processo do Mensalão e mentor do esquema de propinas na Petrobrás – lhe contou que “dividia diretoria de Furnas com Aécio Neves”.
“O partido (PP) tinha a diretoria, mas quem operava a diretoria era o Janene em comum acordo com o então deputado Aécio Neves. Tinha algumas operações que ele (Janene) dividia com o então deputado Aécio Neves (PSDB).”
Youssef disse que não sabia qual diretoria Janene controlava em Furnas. “Mas ouvi dizer que, na verdade, ele dividia essa diretoria com o então deputado na época Aécio Neves. O partido (PP) tinha a diretoria, mas quem operava a diretoria era o Janene em comum acordo com o então deputado Aécio Neves.”
Youssef disse que não falara sobre esse caso antes porque “Janene era compadre dele e ele não quis abordar”. Como ninguém perguntou, ele também não falou. Indagado sobre quem lhe disse sobre Aécio, ele respondeu: “O próprio deputado José Janene. Mais de uma vez.”
Segundo Youssef, esse assunto surgiu em conversas políticas que eles estavam tendo”. Eu estava junto, acabava escutando. Por exemplo, ele (Janene) conversando com outro colega de partido, então, naturalmente, saía essa questão de que na verdade o Partido Progressista não tinha a diretoria só e, sim, dividiria com o PSDB, a cargo do deputado Aécio Neves.”
Quem era o operador do PSDB na época?, perguntaram os procuradores ao doleiro na audiência de fevereiro. “A gente sabe por ouvi dizer. Ouvi dizer, não tenho certeza, não posso afirmar, mas diziam que era a irmã dele, a irmã do Aécio. Uma das irmãs, não sei se ele tem duas ou uma. Ouvi do seu José [Janene], na época”.
Os defensores de Aécio poderão dizer que as acusações são vagas. Sim, de fato são. Contudo, as acusações ao hoje presidente do PSDB são muito mais do que existe contra Lula, contra quem não existe absolutamente nada.
Ora, como falar em investigar Lula sem que exista nada contra ele além de suposta “proximidade” com a Odebrecht enquanto, contra Aécio, existe uma citação formal na delação premiada de Alberto Yousseff? Como é que o MP e a mídia não dizem nada sobre isso enquanto ficam transformando especulações sem prova alguma contra Lula em investigação iminente?
Poder-se-ia perguntar, também, por que, apesar de tantas relações que a Odebrecht e tantas outras empreiteiras têm com o PSDB, só se fala nas relações dessas empresas com o PT.
Defensores dos tucanos dirão que quem controla a Petrobras é “o PT” – o que é falso, porque a Petrobras é controlada por um governo de coalizão integrado pelo PT. Mas o PSDB controla vários governos estaduais que têm íntimas relações com as empresas investigadas.
Se houvesse interesse real em acabar com a corrupção no Brasil, todas as relações dessas empreiteiras com governos de todos os níveis estariam sendo investigadas. Porém, como está se vendo, a Lava Jato irá continuar investigando só o PT até 2018, a fim de manter a economia andando de lado e, no ano eleitoral, inventar alguma coisa contra Lula para que nem se candidate ou tenha possibilidade de influir no pleito.
Assista, abaixo, vídeo em que Alberto Yousseff acusa Aécio Neves e a irmã. As principais acusações estão nos primeiros minutos.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

É injusto acusar Dilma de “estelionato eleitoral” por nomear Levy

JN domésticas 1

A crescente possibilidade de a presidente Dilma Rousseff nomear Joaquim Levy como ministro da Fazenda gerou especulações sobre seu segundo governo que desafiam os fatos. Eis no que consiste o estardalhaço em torno dessa ainda hipotética, mas provável nomeação.
Ao longo de 3 anos, 10 meses e 25 dias, o governo Dilma foi acusado de tudo, menos de ortodoxia econômica. Muito pelo contrário: a administração da economia vem sendo acusada pela direita midiática de ser “bolivariana”, no mínimo.
Ainda que a crise econômica internacional venha a impor ajustes macro e microeconômicos menos desenvolvimentistas, cobrar que o governo Dilma não faça o que fariam Aécio Neves ou Marina Silva é, no mínimo, uma impropriedade.
Em primeiro lugar, ninguém ousará dizer que Dilma ou Levy darão “independência” ao Banco Central – o que, no frigir dos ovos, tratar-se-ia não de independência, mas de dependência do sistema financeiro, que passaria a mandar na economia.
Como acusar Dilma de pretender descumprir o programa econômico de governo que venceu a eleição presidencial se não se vislumbra tal possibilidade? Com base na provável indicação de Levy? É muito pouco.
O programa econômico de governo que Dilma apresentou ao longo da recém-terminada campanha eleitoral pregou, basicamente, ajustes na economia, sim. Ela disse com todas as letras, em vários debates, que faria os ajustes que se impõem, mas que, à diferença de Aécio ou Marina, faria paulatinamente, de forma a não gerar sacrifícios insuportáveis.
Dilma mandará seu ministro da Fazenda implantar ajustes monetário (juros) e fiscal (impostos) e cortes no orçamento, entre outros. Só que de uma forma menos dolorosa. E ela disse que faria isso durante a campanha. Está gravado em vários debates.
Só para refrescar algumas memórias: enquanto Armínio Fraga, durante a campanha, pregava “redução do papel dos bancos públicos na economia”, inclusive dizendo que não sabia se iria “sobrar muito” desses bancos, Dilma dizia que, em seu segundo mandato, as instituições continuariam tendo um papel importante.
Esses são apenas alguns pontos de tudo que Dilma prometeu durante a recente campanha eleitoral e que será lembrado aqui ao longo do tempo, inclusive para cobrar promessas.
Contudo, achar que Dilma acabará com o papel que os bancos públicos têm tido ou que promoverá um choque monetário ou fiscal do tamanho e com a velocidade com que Aécio ou Marina implantariam só porque seu novo ministro é de linha mais ortodoxa, vai uma longa distância.
O governo explica a quem quiser ouvir – e este Blog sugere que os críticos à esquerda busquem tal informação junto ao governo – que o papel de Levy será o de implantar as medidas necessárias de austeridade, mas que quem decidirá em que ritmo elas ocorrerão será Dilma.
E, mais uma vez, vale repetir que Dilma disse claramente, durante a campanha, que medidas de ajuste viriam, porém em ritmo e intensidade muito diferentes do que fariam seus adversários.
A proposta de Marina e Aécio era a de dar uma paulada na inflação e no ritmo da economia enquanto ambos criticavam o baixo crescimento dos últimos anos. Qualquer um deles no poder, porém, subiria fortemente os juros, provocando uma recessão profunda, e atribuiria o desastre ao governo anterior, com apoio da mídia.
A filosofia dessa gente é a de Maquiavel, de fazer a maldade toda de uma vez e as bondades em doses homeopáticas. Vimos isso ao longo dos dois governos Fernando Henrique Cardoso. A proposta de Dilma, porém, é muito diferente.
O governo fará as “maldades” em suportáveis doses homeopáticas, evitando forte aumento do desemprego e arrocho salarial, enquanto que as “bondades” serão feitas o quanto antes, mas dentro do possível.
Adeus, Maquiavel.
Dessa forma, evitar-se-á que milhões de empregos sejam perdidos, que os salários se tornem iníquos, que a economia sofra o tal “freio de arrumação” que integra as taras de dez entre dez neoliberais.
Onde está, portanto, o “estelionato eleitoral” sugerido por campanhas que pedem que Dilma cumpra o programa de governo com o qual venceu a eleição? Na nomeação de Levy? Bobagem.
Segundo o governo, Levy será o homem certo para apontar áreas vitais para corte, o que não quer dizer que tudo que detectar e apontar será encampado por quem decide: Dilma Rousseff. Ela determinará a velocidade e a intensidade dos ajustes. Levy dirá quais são.
As campanhas contrárias à indicação do dito “discípulo de Armínio Fraga” – carimbo que carece de materialidade – para a Fazenda são bem-intencionadas, mas carecem de memória sobre o que foi que Dilma prometeu durante a campanha eleitoral.
Para demonstrar como são injustas as acusações a Dilma, este Blog reproduz, abaixo, reportagem do Jornal Nacional sobre a nova libertação de escravos durante o governo dela.  Quem promove tal feito não pode ser acusado dessa forma.

JN domésticas