Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sábado, 9 de julho de 2016

O golpe visto de fora

:

Emir Sader
No começo da crise, a mídia internacional simplesmente reproduzia o que dizia a imprensa brasileira. Era uma espécie de continuidade da operação de desconstrução da imagem do Brasil de Lula, iniciada com as manifestações de 2013. Por ela, o Brasil deixava de ser o país que combatia radicalmente a fome e a desigualdade para ser o país da corrupção. O país deixava de ter modelo de desenvolvimento econômico com distribuição de renda factível e virtuoso para ser um país inviável economicamente e caótico. 

Comandavam essa operação alguns dos órgãos conservadores de maios peso na formação da opinião pública internacional, entre eles The Economist, Wall Street Journal, El País, Financial Times.

Era preciso destruir a imagem do Brasil como modelo internacionalmente reconhecido de alternativa ao neoliberalismo. A imagem de Lula como o mais importante líder político no combate à fome, como "o cara", deveria ser substituída pela de um líder de um projeto falido e sua imagem esquecida.

A crise, segundo grande parte da mídia internacional, no seu início, era uma continuidade da interpretação dela simplesmente como um estágio final da esgotamento dos governos do PT, corroído por sua própria corrupção. Era a versão da mídia brasileira reproduzida mecanicamente fora do Brasil.

Quando a crise se tornou aguda, os principais meios de comunicação de todo o mundo mandaram seus correspondentes para acompanhar seu desenlace, conforme anunciada pela mídia. Ao chegar, logo se deram conta que se tratava exatamente do contrário: são os corruptos, com Eduardo Cunha e Michel Temer à cabeça, os que tratam de derrubar uma presidenta honesta, que não havia cometido nenhum crime de responsabilidade que permitisse a aplicação do impeachment e que se trata efetivamente de um golpe político dos setores mais conservadores do país, para bloquear um modelo vitorioso quatro vezes nas urnas e cuja imagem é o prestígio vigente do próprio Lula, sobre quem nenhuma acusação de corrupção foi comprovada.

Gerou-se então uma impressionante unanimidade internacional, maior do que em qualquer outro momento, inclusive durante a ditadura militar, de condenação do golpe e de ilegitimidade do governo que surge daí. Mesmos os órgãos mais neoliberais, que se entusiasmam com os planos privatizadores de Henrique Meirelles, se dão conta da fragilidade política do governo e de como ele está composto por um bando dos políticos mais corruptos do Brasil

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

“Revoltados” exigiram do secretario de Segurança de SP que PM atacasse petistas

revoltados

Quando esta página afirma que há uma ditadura informal no Brasil, que colocou instituições do Estado a serviço de grupos contrários ao governo constitucional do país e ao partido da presidente da República, podem achar que é exagero. Contudo, o Blog obteve informações que mostram promiscuidade entre o governo de São Paulo e grupelhos políticos.
No último dia 17 de fevereiro, houve um grande tumulto diante do Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, onde o ex-presidente Lula iria depor em processo fraudulento contra si desencadeado por um promotor do Ministério Público paulista ligado ao PSDB – processo que, vale dizer, foi sustado pelo Conselho Nacional do Ministério Público devido aos vícios de origem.
O Blog esteve no local conferindo os acontecimentos e obteve informações de extrema relevância que mostrarão como o governo Geraldo Alckmin está usando instituições do Estado de São Paulo com finalidade política, para atacar adversários políticos e quem possa apoiá-los.
Grupos contrários e favoráveis ao ex-presidente Lula se posicionaram à porta do Fórum e, dali em diante, começou uma guerra de torcidas que elevou sobremaneira o nível de tensão no local.
Como os manifestantes favoráveis a Lula eram milhares e os contrários ao ex-presidente somavam, no máximo, 30 ou 40 pessoas, as Polícias Militar e Civil foram usadas pelo governo Geraldo Alckmin para suprir a falta de manifestantes anti Lula.
—– revoltados 2
A atitude dos policiais civis e militares era francamente hostil aos manifestantes pró Lula e solidária com os anti Lula. Os poucos manifestantes fascistas ficavam cochichando com os policiais e apontando manifestantes contrários.
Em resumo, a PM comandada pelo governo do PSDB agiu como segurança particular dos manifestantes antipetistas.
—– revoltados 3
A certa altura, policiais civis entraram em cena e começaram a fotografar e até a intimidar (de modo dissimulado) os manifestantes pró Lula.
—– revoltados 4
No fim da manhã de quarta-feira 17 de fevereiro, o clima começou a esquentar no local. Os manifestantes antipetistas decidiram inflar um boneco infamante que representa uma caricatura do ex-presidente Lula usando roupa de presidiário e essa intenção começou a incendiar a militância antipetistas, revoltada com o crime que estava começando a ser perpetrado.
Vale ressaltar que o boneco em questão constitui um crime contra a honra do ex-presidente Lula e, portanto, é ilegal. Esse instrumento de difamação está tipificado nos artigos 138, 139 e 140 do Código Penal:
Art. 138 – Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena – detenção, de seis (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
§ 1º – Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
Art. 139 – Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
Art. 140 – Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Como o ex-presidente Lula jamais foi condenado criminalmente e, inclusive, nem mesmo responde a qualquer processo na Justiça, representá-lo como presidiário é um crime claro contra a sua honra.
Todo o quadro descrito acima combina com o relato de um militante petista que decidiu se infiltrar entre os fascistas para ver o que tanto eles conversavam com a polícia.
O militante em questão já saíra de casa preparado. Vestiu uma camisa e um boné com motivos militares para se misturar com os antipetistas, os quais, ao mesmo tempo em que pediam prisão de Lula, defendiam a volta da ditadura militar.
A fonte do Blog relata que um dos líderes daquele movimento de difamação do ex-presidente, um tal “Marcelo Reis”, de um grupo fascista auto intitulado “Revoltados On Line”, não parava de conversar com o comandante da Operação anti Lula da PM.
—– Revoltados 5
O informante deu um jeito de se aproximar e escutou a conversa. O comandante dizia ao tal Reis que já não podia garantir a a segurança do seu grupo porque o efetivo de que dispunha não era suficiente e que se o boneco de Lula fosse inflado haveria confronto e a PM não poderia ajudar, já que os petistas eram milhares e policiais e fascistas juntos não chegavam nem a cem, apesar de que os policiais dispunham de armas de fogo e outros instrumentos.
Reis ficou indignado. Chamou um homem alto, branco, usando óculos escuros e boné. Esse homem fez uma ligação e passou o telefone ao líder dos “revoltados”, que vociferou sua indignação com a pessoa do outro lado da linha.
Após uma breve conversa, Reis passa o telefone para o comandante da operação da PM. Quando o telefone foi passado de uma mão para outra, o informante do Blog tomou um susto. A foto no aparelho, que indicava para quem fora feita a chamada, era do Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Morais.
—– revoltados 6
A fonte do Blog informa que ouviu gritos da pessoa que conversava com o comandante da operação da PM de apoio aos “revoltados” – provavelmente, quem gritava com o comandante da PM era o secretário de Segurança de SP.
Terminada a chamada, o comandante reuniu a tropa, mandou colocar grades em torno do boneco criminoso e afiançou aos revoltados que lhes seria garantido o direito de cometerem crime contra a honra de Lula.
Contudo, devido à coragem da militância petista, que enfrentou as armas da PM, os cassetetes, o gás de pimenta etc., o bonego foi rasgado em cinco lugares diferentes e não pôde ser levantado.
Imagine agora, leitor, se o ministro da Justiça determinasse à Polícia Federal que protegesse manifestantes petistas que tentassem inflar um boneco de Aécio Neves vestido como presidiário por já ter sido citado cinco vezes por delatores da Lava Jato como recebedor de propina?
Essa imagem fictícia serve para que até o leitor de direita entenda por que o governo Alckmin usar instituições públicas como PM e a polícia civil para atacar adversários políticos é ilegal e, aliás, deveria resultar em uma investigação oficial do Ministério Público de São Paulo, caso este também não atuasse a serviço da quadrilha tucana encastelada no governo de São Paulo.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Delcídio “escondia” o PT e se gabava de ter ajudado a condenar Dirceu e Genoino

delcídio capa
Delcídio do Amaral Gómez, que acaba de ser preso pela Operação Lava Jato sob razões incontestáveis, trabalhou para a Shell quando morou na Europa – nos últimos meses, vinha defendendo projeto de José Serra que, na prática, entrega o pré-sal.
Em março de 1994 (governo FHC), ocupou a secretaria executiva do Ministério das Minas e Energia. No final do governo Itamar Franco, foi ministro de Minas e Energia.
Delcídio foi filiado ao PSDB de 1998 a 2001. Fez parte da diretoria de Gás e Energia da Petrobrás durante o Escândalo do apagão, a crise de energia de 2000/2001, no governo de Fernando Henrique Cardoso.
O senador que a PF acaba de prender não é um petista histórico. Em 2001, foi convidado pelo então governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, para se candidatar ao Senado. Elegeu-se em 2002.
Em 2005, Delcídio ganhou projeção nacional ao presidir a CPMI dos Correios, que apurou o mensalão. Disputou o governo de Mato Grosso do Sul em 2006, mas foi derrotado já no primeiro turno por André Puccinelli (PMDB).
Em 2014, lança-se a candidato ao governo de Mato Grosso do Sul. Acabou derrotado em segundo turno, por Reinaldo Azambuja (PSDB).
Em abril de 2015, foi escolhido líder do governo no Senado e no Congresso Nacional.
Delcídio foi preso pela Polícia Federal em 25 de novembro de 2015. Escutas telefônicas mostraram que o senador planejava facilitar a fuga de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras que esta preso pelo envolvimento no Petrolão.
A menos que não exista essa gravação de Delcídio propondo fuga de Cerveró e até oferecendo propina para que ele não o acusasse via “delação premiada”, não há defesa possível para esse senhor. Ponto.
Alguns advogam pelo direito de defesa de Delcídio junto ao PT. Discordo. Essa gravação da PF, se realmente existir e tiver o teor que a mídia está informando, acaba com qualquer necessidade de adiar sua expulsão do partido.
Ele tem que ser sumariamente expulso – sempre lembrando que essa gravação precisa aparecer.
O mais engraçado, porém, não é isso. Delcídio do Amaral fez campanha ao governo de Mato Grosso do Sul, ano passado, gabando-se de ter ajudado a condenar José Dirceu e José Genoino por seu trabalho – que ele diz “isento” – como presidente da CPI dos Correios, em 2005.
Matéria do jornal O Estado de São Paulo mostra que Delcídio tratou de “esconder” o próprio partido durante a eleição em seu Estado, ano passado. Chegou a usar cores do PSDB na campanha.
Leia a matéria. O post prossegue em seguida.
delcídio 1

Condenar o governo Dilma, o PT e, quem sabe, até Lula pela prisão de um “petista” como Delcídio, por ele ter sido “líder” do governo no Senado, equivale a condenar todo o PSDB por Eduardo Azeredo (aquele, do mensalão mineiro) ter sido PRESIDENTE DO PSDB.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Mais escândalos tucanos para a Justiça engavetar

FHC AÉCIO

O processo do mensalão tucano contra o ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) segue parado desde março de 2014, quando caiu do STF para Justiça de Minas Gerais. Apesar de a ação ter saído do Supremo pronta para julgamento.
Demorou um ano para o processo caminhar, ou se arrastar, até as mãos da juíza substituta da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Melissa Pinheiro Costa Lage. No dia 30 de outubro, o caso completou sete meses em suas mãos à espera de sentença, mas a magistrada se finge de morta.
O mensalão tucano é considerado embrião do mensalão petista e apontado pelo Ministério Público Federal como um esquema de desvio de R$ 3,5 milhões (cerca de R$ 14 milhões, corrigidos) de empresas públicas mineiras para financiar a fracassada campanha de reeleição do ex-governador tucano Eduardo Azeredo, em 1998.
Em 2014, Azeredo era deputado federal e renunciou ao cargo para que o processo voltasse à primeira instância, onde são possíveis mais recursos. Com 67 anos, Azeredo chegará aos 70 em 2018, quando as acusações contra si prescreverão e ficarão impunes.
Desde março, o ex-governador é diretor executivo da Fiemg (Federação de Indústrias de Minas) e tem um salário de R$ 25 mil. Ele e os outros réus do caso sempre negaram as acusações.
No passo em que o processo caminha, dificilmente terá algum desfecho antes da prescrição, pois de qualquer sentença haverá recurso até chegar ao STF novamente, quando ainda levará mais tempo para voltar a ser apreciado. A impunidade de Azeredo, devido a esse tempo todo em que seu processo ficou parado, é líquida e certa.
Até os personagens corruptores envolvidos no mensalão tucano são quase iguais aos do mensalão petista. Além disso, não há razão para que o processo não caminhe. Apesar de, anualmente, algum jornal, para cumprir tabela, noticiar o absurdo dessa paralisia, a Justiça mineira simplesmente faz ouvidos moucos e pronto. Fica por isso mesmo.
Diante de tal escândalo, há pouca expectativa de que novos escândalos envolvendo o PSDB noticiados no fim de semana resultem em qualquer tipo de constrangimento para os envolvidos ou para o partido.
Um desses escândalos envolve o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Laudo da Polícia Federal recém-divulgado revelou que a Construtora Norberto Odebrecht pagou R$ 975 mil ao Instituto Fernando Henrique Cardoso entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012. Foram 11 pagamentos mensais de R$ 75 mil e um de R$ 150 mil.
A investigação revela que os valores foram pagos ao ex-presidente em troca de uma palestra, mas a Polícia Federal diz não haver elementos que mostrem que tal palestra foi dada. Desse modo, não se sabe a troco de que os pagamentos foram feitos ao ex-presidente.
Assim como os pagamentos feitos pela mesma empreiteira ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a troco de palestras estão registrados na contabilidade de seu instituto, os pagamentos feitos ao ex-presidente tucano também estão.
Não há diferença alguma entre os dois casos. Se os inimigos do PT disserem que a Odebrechet pagou Lula para obter favores do governo federal devido à influência do petista nesse governo, os inimigos do PSDB poderão dizer que a empreiteira pagou FHC devido à influência do tucano no governo do Estado de São Paulo.
A única diferença entre os dois casos é que aquele que envolve o petista desencadeou inquérito contra ele, enquanto que o caso envolvendo o tucano não desencadeou coisa alguma.
O mais engraçado em tudo isso é que, recentemente, o ex-presidente tucano deu entrevista ao programa Roda Viva, veiculado por emissora pública controlada pelo governo estadual de seu partido em São Paulo, e, nesse programa, acusou Lula de ter recebido dinheiro da Odebrechet para lhe dar palestra e não a deu.
Confira, abaixo, trecho do programa em que FHC dá essa declaração.
No mesmo fim de semana, surge acusação contra o ex-governador mineiro e candidato derrotado a presidente em 2014 Aécio Neves, outro tucano que vive fazendo acusações de abusos éticos contra adversários políticos.
Desta vez, porém, a iniciativa da investigação nem mesmo partiu de autoridades policialescas como a PF ou o Ministério Público; a investigação foi feita, autonomamente, pelo jornal Folha de São Paulo, que, através da lei de acesso à informação, conseguiu do governo do Estado de Minas Gerais relação dos 1.423 voos feitos entre janeiro de 2003 e março de 2010 nos quais o nome de Aécio figura como solicitante.
O resultado é impressionante. A legislação mineira que disciplina o uso das aeronaves oficiais se resume ao decreto 44.028 e à resolução 3, ambos de 2005. O decreto define que “a utilização das aeronaves oficiais será feita, exclusivamente, no âmbito da administração pública estadual (…) para desempenho de atividades próprias dos serviços públicos.”
A resolução, que regulamenta o decreto, estabelece que as aeronaves “destinam-se ao transporte do governador, vice-governador, secretários de Estado, ao presidente da Assembleia Legislativa e outras autoridades públicas ou agentes públicos, quando integrantes de comitivas dos titulares dos cargos”.
Registros do Gabinete Militar de Minas Gerais mostram que durante o governo do tucano Aécio Neves aeronaves do Estado foram cedidas para deslocamentos de políticos, celebridades, empresários e outras pessoas de fora da administração pública a pedido do então governador mineiro.
Em 198 dos 1423 voos pesquisados pela Folha não houve a presença nem de Aécio nem de agentes públicos autorizados pela legislação a usar essas aeronaves, como secretários de Estado, vice-governador e o presidente da Assembleia Legislativa.
Mais comprometedor ainda é o fato de que os transportados são celebridades e donos de meios de comunicação que apoiam ostensivamente o PSDB e que, ano passado, chegaram a fazer campanha eleitoral para Aécio.
Luciano Huck, a dupla Sandy e Júnior, o dono falecido da Veja Roberto Civita, o bambambam da Globo José Bonifácio Oliveira Sobrinho e o enroladíssimo ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira são alguns dos apoiadores de Aécio que, apesar de serem ricos, foram brindados com “cortesias” pagas pelo povo mineiro.
O custo desses deslocamentos aéreos – atividade que vai se mostrando um fetiche de Aécio Neves – remonta a milhões e milhões de reais de dinheiro público, mas, tal qual aeroporto construído com o dinheiro dos mineiros para beneficiar a família do tucano, já se pode ter certeza que não dará em nada assim como nos casos supracitados.
Não para de crescer a lista de escândalos envolvendo o PSDB que jamais geram qualquer tipo de consequência para os envolvidos enquanto que casos similares levam petistas à cadeia, o que mostra que o Brasil vive uma ditadura jurídico-policial que funciona dentro do Estado.
O melhor conceito para definir uma ditadura é o uso da lei de formas diferentes para casos iguais, variando exclusivamente por conta da orientação política do envolvido – o célebre “Para os amigos, tudo; para os inimigos, a lei”.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Dia do trabalhador: Dilma enaltece valorização do salário mínimo

De acordo com Dilma, o Dia do Trabalhador é uma data para “avaliar e celebrar” as vitórias da classe trabalhadora no País




DILMA: VALORIZAÇÃO DO MÍNIMO É UMA DAS MAIORES CONQUISTAS DOS ÚLTIMOS 13 ANOS


No primeiro vídeo divulgado nas redes sociais no Dia do Trabalhador, presidenta fala sobre política de valorização do salário mínimo

A presidenta Dilma Rousseff falou, no primeiro vídeo divulgado nas redes sociais nesta sexta-feira (1º), Dia do Trabalhador, sobre a política de valorização do salário mínimo mantida pelo governo federal nos últimos 13 anos. Para ela, esta é uma das maiores conquistas do trabalhador brasileiro neste período.

“Mais de 45 milhões de trabalhadores e aposentados são beneficiados por essa política do meu governo”, lembrou a presidenta.

De acordo com Dilma, o Dia do Trabalhador, comemorado nesta sexta, é uma data para “avaliar e celebrar” as vitórias da classe trabalhadora no País.

Além disso, a presidenta relembrou que o governo federal encaminhou, em março deste ano, a correção da tabela do Imposto de Renda ao Congresso Nacional. Segundo ela, a medida é uma forma de preservar o salário do trabalhador.

“Com ela (a correção), o trabalhador terá seu salário preservado e não irá pagar um imposto maior. Tudo isso vem garantindo um Brasil mais justo”, encerrou Dilma.



Veja também:

LULA AOS TRABALHADORES: HOJE É MAIS FÁCIL REIVINDICAR!


DILMA É CONTRA AMPLIAÇÃO DA TERCEIRIZAÇÃO

segunda-feira, 16 de março de 2015

Protesto de coxinha. Golpe é o teu nome Esse ministério não aguenta o tranco. O tranco se chama Globo, zé !

Números finais dos protestos de domingo (sugestão de Júlio César Cruzeta, no Twitter)


Escalar o zé da Justiça para defender o Governo de um Golpe que a #globogolpista convocou, orientou e multiplicou é dar ao Felipão a tarefa de enfrentar a Alemanha.

Primeiro, que o zé não tem autoridade moral.

Advogado de Imaculado Banqueiro (ver no ABC do C Af).

Segundo, o zé fechou o Ministério da Justiça.

O Ministério não serve pra nada.

A Polícia Federal deita e rola.

E dentro dela, PF, reina a mais completa desorganização hierárquica: cada delegado é uma PF individual.

Um Estado Policial dentro de um Estado.

O zé …

O zé ?

Ora, ele assegura a republicana autonomia dos delegados.

Sobretudo dos delegados aecistas.

O pacote anti-corrupção que o zé anunciou no domingo – como se os protestos fossem contra a corrupçao – não está sob a responsabilidade dele, mas do Ministro Adams, que, também negocia, em lugar do zé, os acordos de leniência – veja entrevista de Adams ao Conversa Afiada.

O Ministro Rossetto, que desculpe o Conversa Afiada, saiu de onde ?

Que papel desempenhou na vida pública, em âmbito nacional ?

Que obras políticas realizou sob as vistas do povo brasileiro ?

Qual sua representatividade ?

Quantos votos ele tem ?

Foi governador ?

Senador ?

Quem o conhecia fora do Rio Grande do Sul ?

A que grupo do PT ele pertence ?

Ao minoritário !

Ele é o porta-voz do Governo, aquele que às 11h00 e às 16h00 deveria receber os repórteres pigais, as natuzas tucanhêdes para enfrentar o Golpe na cara, todo dia, duas vezes por dia ?

O Ministro Rossetto tem todas as virtudes – e não são poucas -  para ser um quadro de retaguarda, de pano de fundo, mas não é a pessoa adequada para enfrentar crises abertas, escancaradas, de Golpe de Estado.

Para enfrentar a #globogolpista.

É espantoso o zé vir com o trololó de que “eles têm todo o direito de se manifestar”, “que democracia é assim mesmo”, a presidenta está felicíssima porque não houve baderna, tudo ocorreu na Santa paz !

Ora, me poupe !

O protesto é o Golpe, o impítim do Fernando Henrique.

Que não foi dessa vez, mas será em abril, no protesto que a Fel-lha do HSBC já convoca.

Eles querem botar um milhão, dois milhões, três milhões na rua !

Fazer a ruptura.

Rachar o Brasil ao meio.

Encurralar a Dilma dentro do Palácio.

Os pobres, a maioria, voltam ao gueto.

A minoria tenta ir a Miami – agora, com o dólar a R$4, fica mais difícil.

A minoria da minoria, bota o dinheiro no HSBC …

E o zé vem tratar de tentativa de Golpe de Estado de “atos contra a corrupção”.

Corrupção de quem, cara pálida ?

Da Privataria Tucana ?

Da compra da reeleição pelo Príncipe da Privataria.

Da Operação Banqueiro.

Das ambulâncias superfaturadas ?

Do Trensalão ?

Por que o zé não falou assim no domingo:

“A Polícia Federal, sob o meu comando, começa amanhã a apurar a compra da reeleição do Fernando Henrique. Vamos tentar abrir o cofre do Serjão ! Vocês não querem combater a corrupção ? Então, vamos começar pelo “se der m …”

Ora, me poupe, zé !

Essa é a turma do terceiro turno, do quarto turno.

Eles não engoliram a derrota.

Tem muito pouco a ver com corrupção: eles querem é suprimir a soberania popular.

E instalar o governo da #globogolpista, com o Ministro Gilmar de Primeiro Ministro !

Parlamentarismo com voto distrital do Cerra !

A verdade, amigo navegante, é que esse ministério não aguenta o tranco.

E quem não faz gol, leva.

O resto é o trololó do ministro que se bernardiza a passos rápidos e diz que vai consultar a sociedade – SEM PRAZO ! – para fazer a Ley de Medios.

Aqui pra nós, Presidenta, que ninguém nos ouça, a senhora não soube escalar o time.

Ou melhor, esse time da senhora não presta para o Brasil depois da eleição.

É um time escalado na consagradora vitória popular de novembro do ano passado.

Mas, não dá para enfrentar o que veio depois: o Eduardo Cunha e a tentativa de Golpe de Estado nas ruas de São Paulo.

Vamos aos protestos golpistas.

Primeiro, que a Fel-lha, como sempre, errou.

Ela disse que o protesto de São Paulo teve menos gente que a Parada Gay: a Parada Gay teve 270 mil e o protesto 210 mil.

Está errado.

O ansioso blogueiro consultou o Profeta Tirésias, que a Dilma não consulta, porque prefere o General Aloysio Oliva (ver no ABC do C Af) e o zé da Justiça.

O Profeta é experiente.

Já fez greve, campanha, passeata, eleição.

E o cálculo dele é simples.

Se o nosso, de sexta-feira, teve 30 mil, o deles deve ter tido de 300 mil a 400 mil.

“Porque eles têm dez vezes mais motivos para ir às ruas derrubar o Governo do que nós para defender o ajuste que não ferra os ricos”, disse o Profeta.

Sobre ferrar os ricos, é necessário recorrer ao Flávio Dino e à Jandira Feghali.

Ao Profeta, portanto:

- O número de São Paulo não está fora do previsível. A classe média de São Paulo não aceitou a derrota.

- E ela é desse tamanho mesmo.

- Dá pra encher a Avenida Paulista.

- Mas, se você estivesse na Freguesia do Ó ou na periferia da cidade e não ligasse na GloboNews nem ia saber que tinha protesto na Paulista.

- O resto foi o previsto: Brasília, Avenida Atlântica no Rio, Farol da Barra na Bahia, e Boa Viagem em Recife. Tudo coxinha incendiado pela Globo. Não tinha negro … Nem em Salvador. É mais fácil achar um branco na Nigéria do que em Salvador, e não tinha um negro no protesto na Barra …

- Mas não se pode menosprezar algumas realidades.

- A D. Dilma não esta agradando.

- São Paulo é contra nós desde a Proclamação da República …

- Não tem jeito.

- É a mesma classe média de São Paulo que foi para as ruas em 2013 e não deu em nada.

- Quer dizer, deu sim: ajudou a eleger o Parlamento mais reacionário dos últimos tempos …

- O Governo tem que se concentrar no Norte, Nordeste, Rio e Minas.

- E em quem votou em nós.

- Governar para seus eleitores.

- Não adianta governar para os que batem na panela: eles não votaram e não vão votar em nós, nunca !

- Governar para os pobres, se quiser fazer o sucessor.

- E pode fazer.

- Se ela dialogar com o PT.

- Com o PT majoritário, aquele que ganha eleição.

- O zé Cardozo não ganha eleição desde que tocava piano pra Mamãe.

- Se a Dilma dialogar com o PMDB.

- O PMDB inteiro não vai querer se enforcar com esse que você chama de Imaculado Cunha (ver no ABC do C Af).

- Mas, com o Renan se pode conversar, perfeitamente.

- Pegar os melhores quadros do PCdoB, o Aldo, a Jandira, e botar no Palácio, no centro do Governo.

- Dar a Política ao Jaques Wagner.

- A verdade é que o Governo perdeu a iniciativa.

- Não ataca.

- Não bate.

- E o mais desastroso: não enfrenta o inimigo número 1, a #globogolpista.

- Mas, caro Profeta, o Berzoini …

- Meu filho, dali não sai mais nada, interrompeu o Profeta e desligou o telefone.

Pano rápido.


Paulo Henrique Amorim


 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

CARTA MAIOR IRÁ PROCESSAR A FOLHA DE S PAULO

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

O Bolsa Imprensa e a mídia do dinheiro fácil

bolsaimprensa
Ontem, logo após a entrevista da Presidenta Dilma Rousseff, postei aqui minha sugestão que o tão desejado corte nas despesas públicas comece pela mídia.

Hoje, tenho a ótima companhia de Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo que aprofunda e quantifica o que chama de “Bolsa Imprensa” que os governos brasileiros sempre concederam ao baronato de uma mídia decadente – em qualidade e controle da comunicação – neste país.

Ninguém está sugerindo que se pare de veicular publicidade nos veículos privados, ou que para isso eles apoiem o governo.

Mas há medidas de austeridade a tomar.

É muito “bonito” criticar o gasto de R$ 1 bilhão em obras públicas e receber R$ 1 bilhão (só no 1° turno, R$ 839 milhões), sem esforço algum, pela veiculação do horário eleitoral em suas concessões públicas de rádio e televisão, sem que para isso gaste um ceitil ou deixe de faturar outros, porque não me consta – e duvido e faço pouco – que suas tabelas de preço baseadas em grade de programação tivessem sido canceladas. Ou alguém viu a novela sem comerciais, já que o seu horário normal do pago pelos cofres públicos.

Gastar menos e gastar melhor.

Porque não faz sentido que a televisão – leia-se:a Globo – tenha a mesma parcela nas verbas se não tem, faz muito tempo, a mesma participação na comunicação.

Idem o da escolha de perfis de público, que é parte de uma “mídia técnica” e não um fator estranho a ela.
Ou será que um anúncio da Petrobras,  publicado num blog de política e economia, será menos eficiente do que um anúncio na Contigo?

Dinheiro de publicidade é gasto público, tanto quanto qualquer outro. Deve seguir o princípio da economicidade, da eficiência.

Fazer o que se pretende – informar ou promover empresas públicas, comportamentos e atitudes – com o menor gasto possível.

A mídia não quer que o governo mexa no ‘Bolsa Imprensa’

Paulo Nogueira

“O PT  busca golpear as receitas publicitárias dos veículos de informação – o que poderia redundar, no futuro, no controle de conteúdo pelo governo.”
Está na Veja, e raras vezes ficou tão clara a dependência financeira e mental que as grandes corporações jornalísticas têm do dinheiro público expresso em publicidade federal.

Havia, naquela frase, uma alusão à decisão do governo de deixar de veicular propaganda estatal na Veja, em consequência da capa criminosa que a revista publicou às vésperas das eleições.

Era o mínimo que se poderia fazer diante da tentativa de golpe branco da Abril contra a democracia.

Mas a revista fala em “golpear as receitas publicitárias” da mídia corporativa.

A primeira pergunta é: as empresas consideram direito adquirido o ‘Bolsa Imprensa’, o torrencial dinheiro público que há muitos anos as enriquece – e a seus donos – na forma de anúncios governamentais?

Outras perguntas decorrem desta primeira.

Que capitalismo é este defendido pelas empresas jornalísticas em que existe tamanha dependência do Estado e do dinheiro público?

Elas não se batem pelo Estado mínimo? Ou querem, como sempre tiveram, um Estado-babá?

Os manuais básicos de administração ensinam que você nunca deve depender de uma única coisa para a sobrevivência de seu negócio.

E no entanto as grandes empresas de comunicação simplesmente quebrariam, ou virariam uma fração do que são, se o governo federal deixasse de anunciar nelas.

Tamanha dependência explica o pânico que as assalta a cada eleição presidencial, e também ajuda a entender as manobras que fazem para eleger um candidato amigo.

Essa festa com o dinheiro público tem que acabar, e famílias como os Marinhos e os Civitas têm que enfrentar um choque de capitalismo: aprender a andar sem as muletas do dinheiro público.

Ou, caso não tenham competência para sobreviver num universo sem favorecimentos, que quebrem. O mercado as substituirá por empresas mais competitivas.

Não são apenas anúncios: são financiamentos a juros maternais em bancos públicos, são compras de lotes de assinaturas de jornais e revistas, são aquisições enormes de livros da Abril, da Globo etc.

Numa entrevista a quatro jornais, ontem, Dilma disse que o novo governo vai olhar com “lupa” as despesas, para equilibrar as contas e manter sob controle a inflação.

Não é necessária uma lupa para examinar as despesas com publicidade.

Entre 2003 e 2012, elas quase dobraram, segundo dados do Secom. De cerca de 1 bilhão de reais, foram para as imediações de 2 bilhões ao ano.

Apenas a Globo – com audiência em franca queda por causa da internet – recebeu 600 milhões de reais em 2012.

Um orçamento base zero, como os livros de gestão recomendam, evitaria a inércia dos aumentos anuais do governo com esse tipo de despesa.

Murdoch, em seu império mundial de mídia, tem dependência zero de publicidade de governos.

Banco estatal nenhum financia seus empreendimentos, e por isso ele quase quebrou na década de 1990 quando não conseguiu honrar os empréstimos para ingressar na área de tevê por satélite.

Foi obrigado a se juntar a um rival em tevê por satélite. Só agora Murdoch teve os meios para tentar comprar a outra parte, mas o governo inglês negou por conta do escândalo do News of the World.

Ele se bate pelo capitalismo, e pratica o capitalismo.

As empresas jornalísticas brasileiras pregam o capitalismo, mas gostam mesmo é de cartório.

E julgam, pelo que escreveu a Veja, que até o final dos tempos estão aptas a receber o Bolsa Imprensa.

Médicos que pediram “castração química” de petistas atacam de novo



Após o lançamento do programa Mais Médicos e a consequente chegada de médicos cubanos ao Brasil, a classe médica brasileira vem promovendo um show de horrores. Há menos de um mês, o portal IG fez uma denúncia estarrecedora:

Grupo com quase 100 mil que se dizem médicos ou estudantes de medicina defende ‘castrações químicas’ a eleitores do PT

A denúncia do IG espalhou-se como fogo e por certo fez ver a boa parte dos formadores de opinião o movimento nazista que se aglutinou em torno da candidatura Aécio Neves. Para entendimento dos fatos que serão narrados mais adiante, vale rever trecho daquela matéria.


Sobre a comunidade do Facebook “Dignidade Médica”, que propôs “holocausto” e “castrações químicas” contra eleitores do PT, sobretudo nordestinos, para que “não se reproduzam” tem como uma das organizadoras a senhora Patricia Sicchar, que se declara médica da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus em perfil da rede social.
Confira, abaixo, trecho de outra matéria do IG sob o título “Médica de grupo anti-PT minimiza holocausto a nordestinos: ‘é revolução do agir’”.


Como se vê, uma das médicas organizadoras do tal “holocausto” médico contra nordestinos eleitores do PT é servidora da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus, sob responsabilidade do prefeito tucano Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM), líder do PSDB no Senado de 2003 a 2010.
Agora, os médicos manuenses voltam à ribalta com um movimento que pretendem espalhar pelo país. Chegou ao Blog uma denúncia séria contra médicos daquela capital. E o pior: a denúncia sugere que abuso desses médicos contaria com a conivência dos hospitais em que trabalham.
O denunciante enviou ao Blog link de perfil no Facebook de um médico manuense chamado Lano Macedo, que se diz funcionário do Hospital Beneficente Português do Amazonas, que já se envolveu em polêmicas como desrespeitar a “Lei do acompanhante no parto”, conforme denúncia do médico psiquiatra Rogélio Casado.



O tal médico Lano Macedo lidera um movimento de médicos manauenses no Facebook que propõe que a classe médica – e, consequentemente, os hospitais onde aqueles médicos trabalham – boicotem os laboratórios que doaram recursos à campanha da presidente Dilma Rousseff


A confissão dos médicos de que irão deixar de recomendar fabricantes de medicamentos sob razões político-partidárias e ideológicas é um escândalo. E se aquele laboratório tiver medicamento mais conveniente para os pacientes, seja em termos de preço, qualidade ou outro?
Após o episódio “holocausto e castração química”, produzido a partir de organização de médicos de Manaus como o tal Lano Macedo, o Conselho Federal de Medicina (CFM) emitiu nota condenando os autores daquela barbaridade.

Resta saber o que o CFM tem a dizer sobre essa atitude de médicos de Manaus. E, aliás, deveria investigar – talvez até com participação do Ministério Público – se médicos de outras regiões também estão adotando uma conduta profissional inadequada não só por se misturar com os interesses político-partidários deles, mas por prejudicar seus pacientes.
Por fim, resta saber, também, que atitude o prefeito tucano Arthur Virgílio tomou contra a servidora pública  Patricia Sicchar, que se declarou médica da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus e organizou o movimento propondo “castração química” de eleitores do PT.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Fórmula para Dilma vencer o golpismo e terminar seu mandato




Em setembro deste ano da graça de 2014, a taxa de desemprego medida pela Pesquisa Mensal do Emprego, do IBGE, caiu para 4,9% no conjunto das seis regiões metropolitanas pesquisadas na série histórica daquela instituição. Já o salário médio do trabalhador brasileiro subiu para R$ 2.067,10 – um aumento de 1,5% em relação a um ano atrás.
No fim deste mês, serão divulgados os números da PME referentes a outubro, mas já se pode prever que, como vem ocorrendo há mais de uma década, os números serão ainda melhores. Até porque, no segundo semestre o desemprego sempre cai mais, historicamente.
Quanto à inflação (terceira perna do tripé do bem-estar social), para 2014, 2015 e 2016 a meta central é de 4,5%, mas o IPCA, que serve de referência para medir o aumento dos preços, deve oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
No acumulado de 12 meses até setembro, o IPCA somou 6,75% – acima do teto de 6,5% do sistema de metas brasileiro. Entretanto, a meta de inflação refere-se ao período de janeiro a dezembro de cada ano, não à comparação de cada mês com o mesmo mês do ano anterior, de forma que, como ocorre desde que o PT chegou ao poder, a meta de 2014 deve ser cumprida.
Para fechar esse tópico, a cereja do bolo: o rendimento médio do trabalhador em agosto foi de R$ 2.055,55, o que representa um aumento de 2,5% acima da inflação comparado a agosto de 2013 (R$ 2.005,72).
O que esses números significam, é espantoso. Significam, simplesmente, que não há uma razão lógica para que Dilma tenha tido tanta dificuldade para se reeleger. A população não sente mal-estar. Pelo contrário, com os salários subindo, o desemprego caindo e a inflação sob controle, os brasileiros veem suas vidas melhorarem a cada ano.
Alguns cientistas políticos afirmam que, apesar de a qualidade de vida do brasileiro não estar piorando nem estar estagnada, o ritmo de melhora caiu muito – devido à crise internacional, que nos afeta – e, assim, sob o discurso “certo” esse ritmo mais brando de progresso social pode ser caracterizado como “piora” pelos adversários políticos do governo federal.
Além disso, o combate mais intenso à corrupção a partir do governo Lula – com fortalecimento da Polícia Federal e dos órgãos de controle do próprio governo federal – deram aos adversários do PT a possibilidade de confundir a sociedade caracterizando a divulgação de mais casos de corrupção – decorrentes de mais investigação – com “aumento” da corrupção.
Se os adversários dos governos petistas e do próprio PT fossem apenas os partidos políticos, não seria nada. Tivéssemos, no Brasil, uma imprensa imparcial – ou menos parcial –, que noticiasse de forma equânime os problemas que todos os governos enfrentam, não pareceria que tudo caminha às mil maravilhas nos governos estaduais da oposição enquanto que, no âmbito federal, só há roubalheira e piora da economia.
Composto o quadro socioeconômico atual do Brasil, voltemo-nos à verdadeira rebelião que tomou a base aliada do governo Dilma no Congresso logo após a reeleição, com destaque para o PMDB, assustado com a possível hecatombe que a revelação completa das “delações premiadas” pode lhe trazer.
A rebelião em curso decorre, em grande medida, de declarações que a presidente Dilma deu em entrevistas às tevês logo após a reeleição, quando avisou que, no combate à corrupção, não vai deixar “pedra sobre pedra”, o que foi entendido como ameaça por políticos – sobretudo do PMDB – que têm consciência pesada.
Ciente disso tudo, o PSDB e seu novo “golden boy”, Aécio Neves, fizeram um circo no Congresso, com declarações grandiloquentes do novo “líder da oposição”, que foi recebido no Senado como se tivesse vencido a eleição enquanto prometia oposição sistemática a quem o derrotou nas urnas.
Supõe-se, portanto, que a presidente Dilma e seus conselheiros e assessores devem estar dando tratos à bola para formularem um meio de garantir governabilidade tendo uma base aliada em pé-de-guerra, sedenta de cargos e de proteção contra a política do quarto governo consecutivo do PT de combater sem trégua a corrupção.
Essa fórmula de pacificação da base aliada no Congresso passa, infelizmente, pela aliança formal com partidos como o PMDB e algumas legendas de aluguel. Tal fórmula, porém, desagrada profundamente os partidos de esquerda e os movimentos sociais que ao longo dos governos Lula e Dilma acabaram servindo, involuntariamente, como linha auxiliar da direita.
Desde as “jornadas de junho” e o movimento “não vai ter Copa”, os partidos de esquerda e os movimentos sociais – que, no segundo turno, assustados com a possibilidade de a extrema-direita chegar ao poder correram para debaixo das asas do PT e de Dilma – ajudaram a produzir a situação política que vige hoje no Brasil sobretudo por não quererem aceitar a realidade: o brasileiro é conservador e para fazer um povo assim votar na centro-esquerda, só com alianças à direita.
Costumo repetir sempre essa história: em 2012, a revista Fórum entrevistou, via streaming, o então candidato do PSOL a prefeito de São Paulo, Carlos Giannazi. Este blogueiro foi um dos entrevistadores. Perguntei ao candidato justamente sobre governabilidade.
Disse a Giannazi que o partido dele repelia alianças com partidos de direita ou de centro direita não na eleição, mas para governar. Porém, se fosse eleito prefeito dificilmente o PSOL conseguiria governar, pois teria uma bancada extremamente pequena que não lhe permitiria aprovar nada na Câmara Municipal.
A resposta de Giannazi – uma pessoa séria – foi estarrecedora: disse que governaria com pressão popular nas galerias da Câmara.
Trata-se de uma verdadeira loucura. Nem se “as galerias” invadissem o plenário e espancassem os deputados que votassem contra um hipotético prefeito do PSOL seria possível aprovar alguma coisa. A Polícia prenderia os manifestantes e a vida seguiria.
Contudo, mesmo com todos os equívocos da esquerda a partir de junho do ano passado, partidos como o PSOL, o PSTU, o PCB, o PCO e movimentos sociais como o MTST, o MST e outros que compactuaram com as “jornadas de junho” e o “não vai ter Copa” finalmente perceberam que, à diferença do que diziam, o PT não é “igual ao PSDB”.
Durante o primeiro turno da campanha eleitoral à Presidência, a brilhante Luciana Genro chegou a dizer isso. Passada a primeira etapa da eleição, o partido dela e todos os outros grupos de esquerda supracitados apoiaram Dilma extraoficialmente, convictos de que, não, o PT não é “igual ao PSDB” coisa nenhuma.
Aliás, quem melhor definiu o que se conseguiu com as “jornadas de junho” e o “não vai ter Copa” foi o entusiasta de primeira hora desses movimentos, o professor da USP Wladimir Safatle, que quase foi candidato a governador de São Paulo pelo PSOL.
Na Folha, Safatle escreveu um artigo desalentado em que reconheceu no que deu toda a mobilização de seu partido – e da “Rede”, de Marina Silva – em favor das tais “jornadas de junho”.


A partir dali, as mais importantes lideranças do PSOL acabaram ao lado de Dilma. O candidato do PSOL a governador de SP neste ano, Gilberto Maringoni, que passou 2013 e 2014 descendo a lenha no PT, acabou em uma cerimônia de apoio a Dilma pregando sua reeleição. Jean Willys e Marcelo Freixo, mais comedidos e lúcidos, idem.
O fato é que o PSOL e outros partidos e movimentos sociais citados têm boa intenção e foram importantíssimos para a reeleição de Dilma, mesmo que, no que diz respeito aos partidos de esquerda, não tenha havido apoio formal.
Mas por que, então, esses grupos de esquerda ajudaram tanto a fortalecer a direita? Em grande medida, porque não aceitam as alianças do PT com partidos de direita ou centro-direita. Essa esquerda sempre rejeitou a tese da governabilidade, apesar de nunca ter dito como fazer para governar um país conservador só com uma esquerda sem votos.
Note bem, leitor: o PSOL, com tudo que fez em 2013 e 2014, liderando as massas na rua contra o governo Dilma, elegeu míseros 5 deputados. Sim, foi um aumento de bancada de 66,66% em relação aos 3 deputados que o partido elegeu em 2010, mas, ainda assim, uma bancada que não ajuda em nada.
Nesse ponto, reproduzo, abaixo, outro artigo da Folha que mostra muito bem no que deu a mobilização de esquerda – inclusive da direita travestida de esquerda, a “Rede” de Marina Silva – ao longo do último um ano e tanto.

Eis, aí, a contribuição da esquerda extra-PT para fortalecer a direita como se viu ao longo do processo eleitoral recém-terminado. Ou seja: além dos erros do PT e da própria presidente Dilma, a oposição de esquerda entrou com a parte do leão do processo que quase elegeu presidente um mero despachante do canibalismo financeiro internacional.
Porém, não se pode atribuir tudo à oposição de esquerda. Dilma e o PT erraram muito. E o que se teme, agora, é que continuem errando.
Em junho/julho deste ano, a maioria dos brasileiros achava que o desemprego, então no patamar mais baixo da história brasileira, iria aumentar. Três meses depois, apenas 26% acreditavam nisso devido à propaganda eleitoral da reeleição de Dilma, que mostrou um Brasil que o povo não vê na mídia.
Mas como foi que a mídia conseguiu fazer crer aos brasileiros que o país estava afundando e que todos iriam ficar desempregados se a realidade era – e continua sendo – diametralmente oposta?
Em primeiro lugar, as “jornadas de junho” fizeram o país crer que as coisas iam muito mal. Ora, como é possível que tanta gente vá à rua protestar se o país vai bem? Depois, o “não vai ter Copa”, que muitos dos esquerdistas que apoiaram Dilma endossaram aos berros até junho/julho, convenceu o país de que o governo estaria jogando fora o dinheiro da saúde e da educação, o que era – e é – uma balela.
E, a isso, somou-se o envenenamento diário da sociedade pela mídia, com seu noticiário seletivo sobre corrupção e seu terrorismo econômico, que contaram com a colaboração da presidente da República e de seu partido, que passaram quatro anos apanhando calados.
Aliás, em 26 de setembro último este blogueiro, entre outros, entrevistou a presidente no Palácio da Alvorada e lhe fez uma pergunta que estava na cabeça de todos, mas que jamais havia sido feita a ela: perguntei por que o governo Dilma apanhou calado desde janeiro de 2011 até havia pouco e se iria continuar apanhando calado.
Dilma respondeu que não queria “ir por esse caminho” – do confronto –, mas que havia concluído que “não teria outro jeito”, o que permite supor que ela e seu partido não repetirão o erro de permitir que a mídia continue envenenando a sociedade contra o governo federal, um envenenamento que se dá em pequenas e ininterruptas doses diárias.
Todo santo dia sai uma notícia envenenadora da sociedade, seja sobre corrupção ou sobre terrorismo econômico. Parece aquela novela recente da Globo em que um rico dono de hospital abandou a esposa pela amante, que depois o cegou envenenando-o paulatinamente, dia após dia.
A fórmula para Dilma nem terminar seu 2º mandato, pois, será repetir o primeiro, deixando que a mídia vá envenenando a população contra si. Isso além de desprezar os movimentos sociais e sindicais e os partidos de esquerda que podem até não ter voto, mas têm muita capacidade de pôr gente na rua.
Na entrevista com a presidente, este blogueiro lhe disse que ela deveria usar o “púlpito” natural que o cargo lhe confere para responder aos ataques da mídia oposicionista. Ela respondeu que, em campanha eleitoral, dá para responder devido ao horário eleitoral, mas que, fora desse período, não dá para ficar indo à teve responder a cada ataque.
Dilma tem razão. Se ficar convocando redes nacionais para rebater os ataques da oposição ela correria até o risco de cometer crime de responsabilidade por usar um equipamento público (rede nacional) para fazer política. Mas a presidente pode convocar entrevistas coletivas. A mídia não poderá deixar de reproduzir o que uma presidente da República disser.
Por fim, os partidos de esquerda que já descobriram que o PT não é igual ao PSDB precisam pensar em crescer. Só assim um governo de esquerda como o de Dilma não precisará se aliar a partidos como PMDB, PP, PSD e outros lixos que, apesar de serem o que são, dispõem-se a dar sustentação ao governo, ainda que em troca de cargos.
Como pode um partido como o PSOL – que, nas “jornadas de junho”, ajudou a levar dezenas de milhares às ruas – só conseguir eleger míseros 5 deputados? O problema está na visão de partidos como esse de que têm que dizer tudo independentemente do efeito eleitoral que isso vier a causar.
Darei um exemplo. Luciana Genro, ex-candidata do PSOL a presidente, é uma mulher brilhante. Sua oratória é um show – se Dilma falasse como ela, teria triturado Aécio. Porém, no início da campanha eleitoral, em um dos debates entre os candidatos, atacou as religiões em um país em que cerca de 90% do povo é religioso.
É ou não é uma espécie de haraquiri político?
Esses partidos de esquerda precisam fazer cálculos políticos. Não há outro jeito. Ou melhor, há: ficarem no “honestismo” infantil enquanto a direita domina tudo e joga o povo na miséria, na desigualdade e na ignorância.
Fica aqui, pois, o vaticínio de alguém que alguns julgam que costuma acertar: Dilma só termina seu governo se impedir que o envenenamento diário da mídia atue solto e se se mantiver próxima dos movimentos sociais e sindicais, chamando para seu governo partidos de esquerda e, eventualmente, oferecendo-lhes cargos.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

O “leilão” de Eduardo Cunha


O mestre Janio de Freitas – sempre ele, quase só ele – traça um retrato que a imprensa, no seu afã de abanar tudo o que possa ser foco de dificuldades para Dilma Rousseff, tem sido incapaz de traçar.
Mostra como é, de fato, a luta entre o PMDB presidido por Michel Temer e a parte da bancada liderada por Eduardo Cunha, um personagem tenebroso no qual se depositam esperanças de vir a ser o “derrubador parlamentar” da expressão eleitoral do povo brasileiro.
Janio demonstra como Cunha se oferece – e aos deputados que lidera – como uma esfinge sem mistérios, da qual o desafio ao governo é um “atenda-me ou te devorarei”.
Mas que, também, negocia com a oposição a condição de príncipe da sabotagem, que lhe renda poder, vantagens e uma liderança política incompatível com sua pequenez moral.
Janio diz tudo, mas atrevo-me a uma pequena e burlesca contribuição de testemunha ao que diz Janio sobre as artes de Eduardo Cunha é frente da Telerj no Governo Collor. Por meio de um secretário de Estado, foi ao Palácio Laranjeiras, no início do segundo governo Brizola, levar um dos primeiros telefones celulares a opoerar aqui. Um trambolho, que funcionava numa maleta e servia apenas para fazer peso. Brizola recebeu aquele traste e nunca, que eu visse, o usou. A única ligação que Cunha tentou com o sabido gaúcho, caiu logo no começo. Quando Garotinho, ainda no PDT, elegeu-se governador, Cunha foi uma das indicações que levou ao rompimento de Brizola com o recém-eleito, quando lhe entregaram as obras da Cehab,pelo apoio de sua rádio evangélica. Se perguntarem a Garotinho, hoje, o que é Eduardo Cunha, tirem antes as crianças de perto.

Encontro contra

Janio de Freitas
Divisão por divisão –esqueceram aquela?– há uma que, sobre ser verdadeira, está sem o reconhecimento de sua importância e, no entanto, é decisiva para muitas das questões suscitadas com o resultado da eleição presidencial.
O PMDB tem agendadas para hoje duas reuniões contraditórias. Vice-presidente reeleito e presidente do partido, Michel Temer reúne governadores e outros eleitos, lideranças e ministros peemedebistas para considerações conjuntas sobre metas do PMDB e sobre projetos passíveis do apoio partidário, em especial a reforma política. Essa pauta da reunião é real, mas o que une todos os temas é a busca de unir também os presentes, contra a contestação a Temer, ou ao comando partidário em geral, organizada pelo deputado Eduardo Cunha, líder da bancada na Câmara.
Marcada a reunião no Palácio Jaburu por Michel Temer, Eduardo Cunha saiu com a represália: convocou os seus deputados para reunião também hoje. As aparências oferecidas por ele são de que age para defender o objetivo de eleger-se presidente da Câmara. Mas, antes mesmo de expor tal propósito, veio emitindo sinais de um plano de dissensão. Desde logo, por exemplo, com a condução da bancada em frequente oposição à linha do partido. Todos os assuntos pareceram ser-lhe úteis para ser visto como um problema em crescimento.
Eduardo Cunha entrará muito fortalecido na nova Câmara. Adotou uma igreja evangélica, que lhe assegurou votação extraordinária, obteve grande apoio financeiro para candidatos a deputado e não se limitou a ajudar correligionários diretos. É dotado de sagacidade muito aguda e de audácia que ainda não mostrou limite algum, ao impulso de ambições que se revelam sempre maiores do que o já espantoso.
A solução interna dos peemedebistas terá o mesmo significado para o PMDB e para o governo. O predomínio continuado do comando com Michel Temer e sua corrente levará à permanência do convívio peemedebista com Dilma Rousseff, com o governo e com o PT, sem maiores alterações. Incluída a composição em torno da eventual reforma política e de outras possíveis reformas. Esse peso decisivo do PMDB se refletirá, portanto, nas tendências do Congresso e, em particular, da Câmara semelhantes às atuais.
O êxito de Eduardo Cunha levará ao desalinhamento entre PMDB e governo, sem que daí se deduza o alinhamento à oposição. Ser disputado aumenta o valor. E o maior valor torna mais fácil abrir caminhos para o objetivo. É o que Eduardo Cunha tem feito, desde que surgiu, como do nada, recebendo de PC Farias já o cargo, com múltiplas utilidades, de presidente da telefônica do Rio.
A cara do Congresso que se instalará em 2015 está na dependência de como se decida a divisão do PMDB.