Apresentadores de TV Marcelo Tas (do CQC, na Band) e Danilo Gentili (do The Noite, no SBT) foram os grandes propagadores de imagens e textos nas redes sociais sobre as vaias e ofensas que foram proferidas contra a presidente Dilma Rousseff (PT) na abertura da Copa do Mundo; no Twitter de Gentili, que possui quase 6 milhões de seguidores, sua principal postagem teve mais de 1,4 mil retweets e foi favoritada por 1,2 mil pessoas; no Facebook, vídeo postado por Tas, que tem 3 milhões de fãs, foi compartilhado mais de 200 mil vezes teve 106 mil likes
Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 13 de junho de 2014
TAS E GENTILI PROPAGARAM INSULTO A DILMA
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sábado, 30 de março de 2013
CQC: "MENTECAPTOS LIDERADOS POR MARCELO TAS"
Definição é do jornalista Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, que diz ainda que "crianças têm que ser protegidas da cafajestice do CQC"; num episódio recente, programa utilizou um garoto de 11 anos para obter uma entrevista com José Genoino
30 DE MARÇO DE 2013 ÀS 06:16
247 - O episódio recente do programa CQC, em que um garoto de 11 anos foi usado para ludibriar o deputado José Genoino (PT-SP), continua rendendo polêmica. Paulo Nogueira, editor do Diário do Centro do Mundo, define a trupe do programa como "mentecaptos sorridentes liderados por Marcelo Tas". Leia abaixo:
As crianças têm que ser protegidas da cafajestice do CQC
A gangue pseudocômica faz um garoto mentir, enganar e torturar psicologicamente José Genoíno.
Alguns meses atrás, a gangue do CQC já descera à lama ao abordar José Genoíno de maneira cafajeste logo depois do trauma de uma absurda decisão da justiça que decretou prisão para ele.
Agora, a gangue conseguiu descer ainda mais.
Ao longo de um interminável, odioso filme de sete minutos os pseudo-humoristas submeteram Genoíno sessão de violência que degrada não quem a sofreu, mas quem a fez – os mentecaptos sorridentes liderados por Marcelo Tas.
O que eles fizeram não é nem comédia e nem jornalismo: é simplesmente um caso de polícia.
Um repórter-palhaço ficou trollando desvairadamente Genoíno, em Brasília, em busca de uma “entrevista”, aspas.
Louvo aqui o autocontrole de Genoíno, porque pouca gente é capaz de suportar uma provocação tão baixa pelo que pareceu uma eternidade.
Depois, a gangue colocou um garoto pré-adolescente num papel que em algum momento haverá de envergonhá-lo, se ele tiver decência básica.
O menino enganou Genoíno. Se fez passar por admirador para entrar na sala de Genoíno e extrair algumas palavras.
Depois, em seguimento às mentiras que o fizeram contar, o garoto disse a Genoíno que seu tio estava fora da sala, esperando para cumprimentá-lo.
O tio era um dos integrantes da gangue.
Genoíno saiu da sala e deu de cara com o tio de mentira. E isso foi comemorado como um triunfo pela gangue.
Se há algum comitê de proteção à infância que funcione no Brasil, ele tem que cobrar satisfações de quem fez o garoto se submeter a uma infâmia dessa natureza. Dificilmente ele terá outra aula tão completa de canalhice.
Em poucos minutos, o menino foi obrigado a agir como um pequeno trapaceiro desprezível. O risco é que ele cresça e se torne um adulto tão asqueroso como Marcelo Tas e os integrantes da gangue.
Assista, abaixo, ao programa:
quinta-feira, 28 de março de 2013
ONG denuncia CQC ao Ministério Público por exploração de menor
Em sua edição de 25 de março, o programa da TV Bandeirantes CQC levou ao ar o que alega ter sido “reportagem” feita por um “repórter-mirim”. Um menino de aparentes 10 ou 11 anos de idade foi levado ao Congresso Nacional por seu pai e pela equipe do programa a fim de enganar o deputado federal José Genoino (PT-SP), que não queria dar entrevista.
Abaixo, a chamada para essa “reportagem” que consta do site do programa:
“Após ficar na cola de José Genoino, o repórter Mauricio Meirelles finalmente conseguiu falar com o deputado petista. Com ajuda do repórter mirim João Pedro, Genoino falou abertamente sobre sua condenação no processo do mensalão e deu a sua opinião sobre o ‘mensalão mineiro’”.
Segundo o apresentador do programa Marcelo Tas, a criança é filha de um “militante petista”. O programa mostra o suposto pai de “João Pedro” apresentando-se ao deputado em questão à porta de seu gabinete na Câmara dos Deputados. Genoino, então, recebe o “militante” e seu “filho”. Esse “militante” grava um vídeo em que a criança “entrevista” o deputado.
No vídeo, após o garoto fazer perguntas sobre a condenação de Genoino e sobre corrupção, convida o entrevistado a ir “lá fora dar um beijo” em seu “tio”, o repórter do CQC. Quando o deputado sai à porta de seu gabinete, descobre que o menino fora usado para gravar consigo a entrevista que não quis dar ao programa.
Ainda que alguns possam julgar que, como condenado pelo Supremo Tribunal Federal, Genoino é passível de qualquer agressão ou trapaça que se queira fazer contra ele, como se coubesse à sociedade aplicar-lhe penas adicionais à condenação, a criança em questão foi usada em uma trapaça, induzida a mentir e teve sua imagem exposta nessa situação para todo o país.
A justificativa de que “João Pedro” atuou como “repórter-mirim”, na visão da Organização Governamental Movimento dos Sem Mídia, não procede. Não existe regulamentação para tal atividade ou para trabalho de alguém tão jovem e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é muito claro quanto à exposição da imagem de menores.
Abaixo, os textos do LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 (ECA) que versam sobre o tema.
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
Art. 100, item V – privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Com base na legislação pertinente, o Movimento dos Sem Mídia, através de seu presidente, autor deste Blog, nos próximos dias consultará e eventualmente representará ao Ministério Público (de São Paulo ou Federal, a decidir) por conta da exploração de imagem e pela evidente corrupção psicológica e moral da criança em questão.
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Os horroristas brasileiros.Sobre os humoristas brasileiros
O Brasil, conforme constatou agudamente um leitor do Diário, tem uma esquisitice humorística: os comediantes são reacionários. Não vou entrar no fato de que são essencialmente sem graça. Me atenho apenas ao conservadorismo. Comediantes, como artistas em geral, costumam, em todo o mundo, ser progressistas. Eles quase sempre têm uma forte consciência social que os leva a criticar situações de grande desigualdade e a ser antiestablishment.
Os comediantes brasileiros fogem da regra, e esta é uma das razões pelas quais são tão sem graça. Marcelo Madureira é um caso extremo de conservadorismo petrificado e completo alinhamento com o chamado “1%”. Marcelo Tas é outro caso. De Londres, não o acompanhei, mas ao passar algumas semanas no Brasil, agora, pude ver – sem sequer assistir a um episódio de seu programa – o quanto ele é mentalmente velho.
O que o CQC fez a Genoino em nome da piada oscila entre o patético, o ridículo e o grotesco. Não me refiro apenas ao episódio em si de explorar o drama de Genoíno. Também a sequência foi pavorosa. Vi no YouTube Tas ter uma disenteria verbal ao falar de Genoino. Corajosamente, aspas, chamou-o repetidas vezes, aos gritos, de “mequetrefe”.
Não sou petista.
Jamais votei uma única vez em Genoíno.
Mas Tas tem condições morais — e conhecimento, pura e simplesmente — para julgar e condenar Genoíno? Várias vezes ele diz que Genoíno foi condenado pela justiça. E daí? Quem acredita na infalibilidade da justiça brasileira acredita em tudo, como disse Wellington.
O que me levou a procurar Tas no YouTube foi uma mensagem pessoal que recebi de Ana Carvalho. Ela estava no local em que houve a confusão entre o humorista Oscar Filho e amigos de Genoino. Ana acabou sendo citada num texto que OF escreveu, e ficou tão indignada que decidiu escrever sua versão dos fatos numa carta aberta que ela, cerimoniosamente, me pediu que lesse. Li. Primeiro, ela esclarece: ao contrário do que OF escreveu, ela não é militante do PT. Estava apenas votando, com a família, no lugar do tumulto, e tentou ajudar a serenar os ânimos, como boa samaritana.
Ana relata o que ouviu, na refrega, do produtor do CQC e de Genoino. Do produtor, berros que diziam que os “mensaleiros filhos da puta” iam ser punidos: em vez de um minuto, o programa falaria horas do caso. De Genoíno, ela ouviu: “Calma, calma, sem bater, sem bater”. Mas quem publicaria o que ela ouviu? Essa pergunta Ana fez a si mesma, e é um pequeno retrato da maneira distorcida com que a grande mídia trata assuntos de política no Brasil. A resposta é: ninguém. Nem Folha e nem Estadão e nem Veja e nem Globo publicariam o relato de Ana – embora ela fosse testemunha privilegiada da confusão.
Há formas e formas de violência. O que o pessoal do CQC fez foi uma violência mental, uma tortura. Não faz muito tempo, o mundo soube que presos nos Estados Unidos tinham sido torturados com sessões de música ininterrupta da série Vila Sésamo. Vinte e quatro horas, sete dias por semana. (O autor ficou perplexo com o uso dado a sua canções tão inocentes.)
O que o CQC fez tem um nome: tortura moral. Humor não é isso. Citei, em outro artigo, os repórteres do Pânico que invadiram o funeral de Amy Winehouse para fazer piada. Tivessem sido pilhados, terminariam na cadeia – e teriam formidável dificuldade para convencer a justiça londrina de que a liberdade de expressão, aspas, os autorizava a fazer o que fizeram.
Humor sem graça, como o feito no Brasil, é um horror. Mas consegue ficar ainda pior quando à falta de espírito se junta um reacionarismo patológico, uma completa desconexão com o povo brasileiro, e este é o caso de Marcelo Tas e seu CQC.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
MARCELO TAS PENSA QUE É ALI KAMEL .
LIBERDADE RELATIVA: MARCELO TAS QUER ME PROCESSAR
Por Lola Aronovich, do blog Escreva Lola Escreva
.
"Estou indignada, mas vou me esforçar para não parecer tão indignada. Ontem, como vocês viram, publiquei um post mandando o CQC pra PQP. Isso foi no título. No texto em si eu estava muito mais comedida, e expliquei porque é misoginia ter nojo da anatomia feminina (principalmente quando esta anatomia não está a serviço dos homens adultos e héteros, como no caso da vagina no parto e dos seios na amamentação). Por que fiquei tão revoltada? Por uma questão de princípios. Não sou mãe, nunca quis ser mãe, e agora, prestes a completar 44 anos na próxima segunda, definitivamente não serei mãe. Portanto, nunca amamentei. Também nunca fiz aborto, e no entanto sou 100% a favor da legalização do aborto. Assim como não sou lésbica, mas comemorei quando a união homoafetiva passou no Supremo. Não sou negra, mas faça uma piadinha racista perto de mim. E por aí vai. Eu não defendo apenas as causas que me beneficiam diretamente.
Já faz tempo que eu e muitas, muitas pessoas não engolimos as asneiras “politicamente incorretas” (código para “posso falar o que quiser e não aceito ser contestado”) de Rafinha Bastos, Danilo Gentili, e do CQC em geral, entre tantas outras celebridades e seus programas. Mês passado foram dois casos: Rafinha, numa revista, defendendo com todos os dentes piada de estupro (é um favor uma mulher feia ser estuprada, estuprador merece um abraço etc), e Danilo twittando que entende porque os judeus de Higienópolis são contra a construção do metrô — porque, da última vez que entraram num vagão, foram parar em Auschwitz. No segundo caso, a Band exigiu retratação do seu contratado, e Danilo rapidamente tirou o tweet do ar e pediu desculpas. No caso de Rafinha, nada. Parece que não é bacana fazer piada com judeu, mas com mulher, zuzo bem, tá liberado. Afinal, somos apenas 52% da população.
Mas eu me ofendo. Sou feminista desde os 8 anos de idade, e pra mim é ponto pacífico que a mulher tenha liberdade sobre seu corpo. Portanto, quando vem um bando de marmanjo ridicularizar mulheres por amamentarem em público, vejo isso como uma intervenção no corpo da mulher. É dizer que ela não pode amamentar na frente de outras pessoas, que existe apenas um tipo de seio que pode ser exposto. Isso num momento em que os mamaços se intensificam por todo o país, porque as mães não são bobas: elas sabem que vem crescendo no Brasil um conservadorismo que é contra a liberdade feminina (e também contra a liberdade de todas as outras minorias).
Quando Rafinha desdenhou do mamaço (e do beijaço), ele sabia o que estava fazendo. O CQC sabia. E aqui admito que errei numa informação no meu texto, como me informou uma leitora: não foi na TV que esse lamentável diálogo (veja aqui) aconteceu. Foi no CQC 3.0, que passa na internet após o programa televisivo. Mas faz muita diferença? Os participantes são os mesmos. Os temas, pelo que me contam, são os mesmos. O nível de estupidez é o mesmo. Se a gente considerar que integrantes do CQC estão ligados ao programa até quando falam numa revista ou no twitter, imagino que o que eles digam num troço pra internet chamado CQC 3.0 conte como parte do CQC, ou não?
De todo modo, ontem mais ou menos no almoço recebi um email do Marcelo Tas, curto e grosso, querendo saber onde e quando ele se posicionou contra a amamentação. Eu respondi, com a mesma educação que me foi dispensada, que nem ele nem o CQC se opuseram à amamentação, e sim à amamentação em público, como está claro no meu texto. E que eu só citei o Tas uma vez, num parênteses sem referência à amamentação em si, em que eu dizia que é claro que a sociedade gosta de seios (desde que direcionados a sua função única, a de fazer babar os homens) porque a TV não sobreviveria só de Rafinhas ou Marcelos Tas. Mas ele me mandou um outro email, subindo o tom, pedindo retificação imediata, porque ele não se disse contra a amamentação em público, ele não disse nada daquilo, e ele não é misógino. Comentei no Twitter que eu tinha recebido email do Tas e, mais tarde, publiquei nos comentários do meu post esses dois emails curtinhos como resposta dele, como um “outro lado”. Recebi outro email em seguida, em que ele diz: “Você vai aprender através de um processo por calúnia e difamação a ser mais responsável com o que publica, esta troca de e-mails documenta a minha tentativa de dialogo com voce antes de tomar o caminho da Justiça”. Quer dizer, o que foi isso? Ameaça de processo, certo?
E isso me deixa indignada. O CQC tem o direito sagrado da liberdade de expressão para caluniar todas as mulheres, mas eu não tenho a liberdade para criticá-los? Então me parece que essa tal liberdade é meio relativa. Eu, por exemplo, dona deste humilde bloguinho com suas 90 mil visitas e 150 mil pageviews por mês, jamais ameacei ninguém com um processo. Sou contra a censura. Em todas as minhas críticas aos machistas, misóginos, homofóbicos e racistas de plantão (e são muitas críticas em 3,5 anos de blog com atualizações diárias), nunca exigi que alguém se calasse ou que algo fosse tirado do ar ou da internet. No caso do Rafinha fazendo piada com estupro, não divulguei nem o que seria totalmente legítimo — que passássemos a boicotar os anunciantes do CQC, programa que o emprega.
É engraçado que o Tas queira me processar porque, como lembrou a Srta.Bia, no caso do Danilo, quando a PinkyWainer perguntou ao Tas se ele apoiava o tipo de humor danístico sobre judeus e o metrô de Higienópolis, ele respondeu: Engraçado também que o CQC e demais programas são os primeiros a gritar “Censura! Exijo liberdade de expressão!” quando recebem qualquer crítica, mas são tão rápidos no gatilho pra ameaçar com processo quem os critica.
Eu até entendo. Por coincidência, estava lendo uma matéria da Lúcia Rodrigues na Caros Amigos de maio. Chama-se “As Novas Táticas da Repressão Política” (trecho aqui) e fala justamente sobre como processos jurídicos são movidos para intimidar os ativistas. É o que está em alta atualmente. O MST incomoda? Não basta só jogar a polícia em cima, mete também um processo! Processo é usado pra calar qualquer um que se oponha ao status quo. E Tas e seus colegas de CQC, apesar de posarem de moderninhos, representam, com seus preconceitos ultrapassados, esse status quo. Seu exército de advogados, sempre prontos para defender os integrantes de qualquer processo, também serve para intimidar. Mas se alguém achar que difamei o Tas, peço para que leia o post, do qual não troquei uma só vírgula. Como disse o Bruno, “se esse post é calúnia, o CQC é formação de quadrilha”.
Tas em nenhum momento criticou o que seus colegas disseram, ou as outras besteiras que vivem dizendo. Mas se irritou porque eu o chamei de misógino. É, fui injusta. Gostaria de acrescentar que, além de considerá-lo um misógino de marca maior, também o vejo como um tucano enrustido e um babaca arrogante. Isso é calúnia e difamação? Ou é a minha opinião?
Se não tenho direito a minha opinião, então, Tas, me processe. Pela demonstração de apoio que recebi ontem, suponho que bastante gente ficará do meu lado, a favor da liberdade de expressão. Acho que na hora muit@s de nós nos levantaremos gritando “Eu sou Spartacus”, sabe? Você deve saber a força de uma mobilização online. Fico no aguardo de você começar uma luta de Davi e Golias contra mim. Ao contrário de você, eu não tenho um dos maiores grupos de comunicação do país me dando apoio. Tenho apenas a minha consciência, e esta precisará de mais de um processo pra ser calada. Eu sou mulher, sou feminista, tenho peito, não tenho medo. Pra mim “aquilo roxo”, balls, cojones, nunca foram sinônimo de coragem. Coragem é enfrentar todo um sistema que insiste em perpetuar preconceitos".
Mas eu me ofendo. Sou feminista desde os 8 anos de idade, e pra mim é ponto pacífico que a mulher tenha liberdade sobre seu corpo. Portanto, quando vem um bando de marmanjo ridicularizar mulheres por amamentarem em público, vejo isso como uma intervenção no corpo da mulher. É dizer que ela não pode amamentar na frente de outras pessoas, que existe apenas um tipo de seio que pode ser exposto. Isso num momento em que os mamaços se intensificam por todo o país, porque as mães não são bobas: elas sabem que vem crescendo no Brasil um conservadorismo que é contra a liberdade feminina (e também contra a liberdade de todas as outras minorias).
Quando Rafinha desdenhou do mamaço (e do beijaço), ele sabia o que estava fazendo. O CQC sabia. E aqui admito que errei numa informação no meu texto, como me informou uma leitora: não foi na TV que esse lamentável diálogo (veja aqui) aconteceu. Foi no CQC 3.0, que passa na internet após o programa televisivo. Mas faz muita diferença? Os participantes são os mesmos. Os temas, pelo que me contam, são os mesmos. O nível de estupidez é o mesmo. Se a gente considerar que integrantes do CQC estão ligados ao programa até quando falam numa revista ou no twitter, imagino que o que eles digam num troço pra internet chamado CQC 3.0 conte como parte do CQC, ou não?
De todo modo, ontem mais ou menos no almoço recebi um email do Marcelo Tas, curto e grosso, querendo saber onde e quando ele se posicionou contra a amamentação. Eu respondi, com a mesma educação que me foi dispensada, que nem ele nem o CQC se opuseram à amamentação, e sim à amamentação em público, como está claro no meu texto. E que eu só citei o Tas uma vez, num parênteses sem referência à amamentação em si, em que eu dizia que é claro que a sociedade gosta de seios (desde que direcionados a sua função única, a de fazer babar os homens) porque a TV não sobreviveria só de Rafinhas ou Marcelos Tas. Mas ele me mandou um outro email, subindo o tom, pedindo retificação imediata, porque ele não se disse contra a amamentação em público, ele não disse nada daquilo, e ele não é misógino. Comentei no Twitter que eu tinha recebido email do Tas e, mais tarde, publiquei nos comentários do meu post esses dois emails curtinhos como resposta dele, como um “outro lado”. Recebi outro email em seguida, em que ele diz: “Você vai aprender através de um processo por calúnia e difamação a ser mais responsável com o que publica, esta troca de e-mails documenta a minha tentativa de dialogo com voce antes de tomar o caminho da Justiça”. Quer dizer, o que foi isso? Ameaça de processo, certo?
E isso me deixa indignada. O CQC tem o direito sagrado da liberdade de expressão para caluniar todas as mulheres, mas eu não tenho a liberdade para criticá-los? Então me parece que essa tal liberdade é meio relativa. Eu, por exemplo, dona deste humilde bloguinho com suas 90 mil visitas e 150 mil pageviews por mês, jamais ameacei ninguém com um processo. Sou contra a censura. Em todas as minhas críticas aos machistas, misóginos, homofóbicos e racistas de plantão (e são muitas críticas em 3,5 anos de blog com atualizações diárias), nunca exigi que alguém se calasse ou que algo fosse tirado do ar ou da internet. No caso do Rafinha fazendo piada com estupro, não divulguei nem o que seria totalmente legítimo — que passássemos a boicotar os anunciantes do CQC, programa que o emprega.
É engraçado que o Tas queira me processar porque, como lembrou a Srta.Bia, no caso do Danilo, quando a PinkyWainer perguntou ao Tas se ele apoiava o tipo de humor danístico sobre judeus e o metrô de Higienópolis, ele respondeu: Engraçado também que o CQC e demais programas são os primeiros a gritar “Censura! Exijo liberdade de expressão!” quando recebem qualquer crítica, mas são tão rápidos no gatilho pra ameaçar com processo quem os critica.
Eu até entendo. Por coincidência, estava lendo uma matéria da Lúcia Rodrigues na Caros Amigos de maio. Chama-se “As Novas Táticas da Repressão Política” (trecho aqui) e fala justamente sobre como processos jurídicos são movidos para intimidar os ativistas. É o que está em alta atualmente. O MST incomoda? Não basta só jogar a polícia em cima, mete também um processo! Processo é usado pra calar qualquer um que se oponha ao status quo. E Tas e seus colegas de CQC, apesar de posarem de moderninhos, representam, com seus preconceitos ultrapassados, esse status quo. Seu exército de advogados, sempre prontos para defender os integrantes de qualquer processo, também serve para intimidar. Mas se alguém achar que difamei o Tas, peço para que leia o post, do qual não troquei uma só vírgula. Como disse o Bruno, “se esse post é calúnia, o CQC é formação de quadrilha”.
Tas em nenhum momento criticou o que seus colegas disseram, ou as outras besteiras que vivem dizendo. Mas se irritou porque eu o chamei de misógino. É, fui injusta. Gostaria de acrescentar que, além de considerá-lo um misógino de marca maior, também o vejo como um tucano enrustido e um babaca arrogante. Isso é calúnia e difamação? Ou é a minha opinião?
Se não tenho direito a minha opinião, então, Tas, me processe. Pela demonstração de apoio que recebi ontem, suponho que bastante gente ficará do meu lado, a favor da liberdade de expressão. Acho que na hora muit@s de nós nos levantaremos gritando “Eu sou Spartacus”, sabe? Você deve saber a força de uma mobilização online. Fico no aguardo de você começar uma luta de Davi e Golias contra mim. Ao contrário de você, eu não tenho um dos maiores grupos de comunicação do país me dando apoio. Tenho apenas a minha consciência, e esta precisará de mais de um processo pra ser calada. Eu sou mulher, sou feminista, tenho peito, não tenho medo. Pra mim “aquilo roxo”, balls, cojones, nunca foram sinônimo de coragem. Coragem é enfrentar todo um sistema que insiste em perpetuar preconceitos".
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