Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 26 de julho de 2016

Eleonora de Lucena: elite deu tiro no pé com o golpe

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Editora da Folha entre 2000 e 2010, a jornalista Eleonora de Lucena publica um importante artigo nesta terça-feira, em que denuncia como as elites brasileiras foram míopes ao apoiar o golpe de 2016, que levou o vice Michel Temer ao poder provisório; "A elite brasileira está dando um tiro no pé. Embarca na canoa do retrocesso social, dá as mãos a grupos fossilizados de oligarquias regionais, submete-se a interesses externos, abandona qualquer esboço de projeto para o país", diz ela; "O impeachment trouxe a galope e sem filtro a velha pauta ultraconservadora e entreguista, perseguida nos anos FHC e derrotada nas últimas quatro eleições. Com instituições esfarrapadas, o Brasil está à beira do abismo. O empresariado parece não perceber que a destruição do país é prejudicial a ele mesmo"; ou seja: para destruir o PT, o Brasil decidiu se autodestruir. 


247 – Editora-executiva da Folha de S. Paulo entre 2000 e 2010, a jornalista Eleonora de Lucena publica um importante artigo nesta terça-feira, em que aponta como a elite brasileira abraçou um projeto de autodestruição nacional e dela própria, ao abraçar o golpe de 2016, rotulado por ela como um Escracho.

"A elite brasileira está dando um tiro no pé. Embarca na canoa do retrocesso social, dá as mãos a grupos fossilizados de oligarquias regionais, submete-se a interesses externos, abandona qualquer esboço de projeto para o país", diz a jornalista, fazendo a ressalva de que o golpe de 2016 não é o primeiro exemplo de retrocesso patrocinado pela própria elite. "Não é a primeira vez. No século 19, ficou atolada na escravidão, adiando avanços. No século 20, tentou uma contrarrevolução, em 1932, para deter Getúlio Vargas. Derrotada, percebeu mais tarde que havia ganho com as políticas nacionais que impulsionaram a industrialização."

Lucena afirma que a inclusão social fortalecida no governo Lula trouxe grande rentabilidade para a elite, mas não ameaçou o rentismo – o que só veio a acontecer na presidência de Dilma Rousseff. "Os últimos anos de crescimento e ascensão social mostraram ser possível ganhar quando os pobres entram em cena e o país flerta com o desenvolvimento. Foram tempos de grande rentabilidade. A política de juros altos, excrescência mundial, manteve as benesses do rentismo. Quando, em 2012, foi feito um ensaio tímido para mexer nisso, houve gritaria."

Ela afirma que, com o impechament, foi colocada em marcha uma agenda de retrocessos, que coloca o Brasil à beira do abismo. "O impeachment trouxe a galope e sem filtro a velha pauta ultraconservadora e entreguista, perseguida nos anos FHC e derrotada nas últimas quatro eleições. Privatizações, cortes profundos em educação e saúde, desmanche de conquistas trabalhistas, ataque a direitos", diz ela. "O objetivo é elevar a extração de mais valia, esmagar os pobres, derrubar empresas nacionais, extinguir ideias de independência. Em suma, transferir riqueza da sociedade para poucos, numa regressão fulminante. Previdência, Petrobras, SUS, tudo é implodido com a conversa de que não há dinheiro. Para os juros, contudo, sempre há."

"Com instituições esfarrapadas, o Brasil está à beira do abismo. O empresariado parece não perceber que a destruição do país é prejudicial a ele mesmo", lembra ainda a jornalista

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

MOTTA VOLTA A ACUSAR INTERNAUTAS DE RELINCHAR


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Os precursores dos rola-bostas



Vidas Paralelas: Paulo Francis e Christopher Hitchens 


Ambos surgiram na esquerda e ao virar conservadores ganharam poderosos holofotes reservados aos chamados rolabostas
Os colunistas e escritores Christopher Hitchens e Paulo Francis viveram vidas paralelas no jornalismo. Começaram na esquerda, Hitchens na Inglaterra, Francis no Brasil – e acabaram por se transformar, com a idade, em vitriólicos direitistas na capital mundial do conservadorismo, os Estados Unidos. Ambos morreram nos Estados Unidos que adotaram e idolatravam, Francis do coração, Hitchens de câncer na garganta arrasada por cigarros em quantidade torrencial.

A guinada de ambos para o conservadorismo se deu num momento em que a esquerda como alternativa parecia morta. Experiências calamitosas como o comunismo soviético pareciam ter selado, na década de 1980, o destino da esquerda. Ao mesmo tempo, o ideário de direita era apresentado como o triunfo final no confronto das ideologias. Num livro célebre, o americano Francis Fukuyama escreveu que a “história tinha acabado”: a direita vencera. Ronald Reagan nos Estados Unidos e Margaret Thatcher, na Inglaterra, tinham, ou pareciam ter, a receita do sucesso: o Estado Mínimo. Privatize, privatize e ainda privatize: esta era a palavra de ordem.

Foi sob tais circunstâncias que Hitchens e Francis despontaram como colunistas influentes e polemistas sem outro limite que não fosse a muralha do conservadorismo que haviam erguido para si mesmos e seus escritos. Eram estrelas da Direita Chique. Por escrever em inglês, Hitchens falou para muito mais gente naturalmente. Francis, em compensação, foi mais versátil: se saiu bem na televisão, na Globo — para onde foi levado numa manobra astuta com a qual Roberto Marinho garantiu o silêncio de um velho crítico seu que, na Folha de S. Paulo, adquirira uma repercussão muito acima da que tinha no Pasquim.

Francis não chegou a ver o desabamento do mundo que julgara vitorioso para sempre — e nem a ascensão de uma China governada pelo confucionismo e não pelo thatcherismo ou coisa do gênero. Morreu em 1997, antes que o declínio dos Estados Unidos se tornasse evidente. Hitchens, morto em 2011, presenciou contrariado a decadência americana – que acabou sendo, de alguma forma, a sua também como uma voz ouvida e respeitada por muitos. Em seu americanismo fanático, Hitchens se tornou islamofóbico depois do 11 de Setembro – e apoiou a Guerra do Iraque, um episódio que o tempo mostraria ser marcante na derrocada americana. (O presidente George W. Bush afirmou que o Iraque possuía armas de destruição em massa para justificar uma guerra com finalidades meramente financeiras que ele imaginava que seria vencida em dias. Não apenas logo se comprovaria que tais armas não existiam como uma guerra supostamente fácil acabaria por se arrastar até os dias de hoje.).


Hitchens teve tempo para promover um pequeno ajuste em seu discurso conservador. Em seu melhor momento nos últimos anos, se submeteu a uma sessão de waterboard – a simulação de afogamento que no governo Bush foi considerada legal para interrogar suspeitos de terrorismo. Hitchens, ao cabo de alguns poucos segundos, pediu que a experiência fosse interrompida. Era, sim, tortura, ele logo constatou, apenas legalizada e sob um nome eufemístico.

As opiniões  de Francis e Hitchens parecem extraordinariamente obsoletas hoje, considerado o breve período de tempo passado desde que elas os transformaram em celebridades jornalísticas. Levantamentos sérios e independentes acabariam mostrando que o maior legado de Reagan e Thatcher foi uma concentração de renda sem precedentes no mundo contemporâneo. Por trás de sua retórica anti-Estado, Reagan e Thatcher representaram o governo dos ricos, pelos ricos e para os ricos.

Paraísos fiscais e outros artifícios permitiram aos ricos pagar cada vez menos impostos – uma situação que foi dramaticamente exposta por um deles, o americano Warren Buffett. Num artigo publicado no New York Times, Buffett informou que pagava proporcionalmente menos impostos que sua secretária. Buffett entraria para a história como aquele caso raríssimo de privilegiado que protesta contra os próprios privilégios.

Foi dentro desse cenário que acabariam surgindo movimentos de protesto como o Ocupe Wall Street, que consagrou a divisão do mundo, nas últimas três décadas, entre o 1% e os 99%. O conceito de Estado Mínimo tem sido revisitado – e o que vai-se formando é um novo consenso. O Estado-Babá – como os conservadores chamavam regimes que protegiam os interesses dos 99% — foi sendo substituído por outro Estado-Babá. A diferença é que este novo Estado-Babá pega no colo os superricos, ou o 1%.

Hitchens e Francis foram uma espécie de babás (ou vassalos)  intelectuais do 1% cujos interesses eles defenderam apaixonada e brilhantemente — e por isso é impossível ler o que eles escreveram sem a sensação de obsolescência que toma você ao pegar domingo o jornal de sábado.




segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Os horroristas brasileiros.Sobre os humoristas brasileiros



O Brasil, conforme constatou agudamente um leitor do Diário, tem uma esquisitice humorística: os comediantes são reacionários. Não vou entrar no fato de que são essencialmente sem graça. Me atenho apenas ao conservadorismo. Comediantes, como artistas em geral, costumam, em todo o mundo, ser progressistas. Eles quase sempre têm uma forte consciência social que os leva a criticar situações de grande desigualdade e a ser antiestablishment.

Os comediantes brasileiros fogem da regra, e esta é uma das razões pelas quais são tão sem graça. Marcelo Madureira é um caso extremo de conservadorismo petrificado e completo alinhamento com o chamado “1%”. Marcelo Tas é outro caso. De Londres, não o acompanhei, mas ao passar algumas semanas no Brasil, agora, pude ver – sem sequer assistir a um episódio de seu programa – o quanto ele é mentalmente velho.

O que o CQC fez a Genoino em nome da piada oscila entre o patético, o ridículo e o grotesco. Não me refiro apenas ao episódio em si de explorar o drama de Genoíno. Também a sequência foi pavorosa. Vi no YouTube Tas ter uma disenteria verbal ao falar de Genoino. Corajosamente, aspas, chamou-o repetidas vezes, aos gritos, de “mequetrefe”.

Não sou petista.

Jamais votei uma única vez em Genoíno.

Mas Tas tem condições morais — e conhecimento, pura e simplesmente —  para julgar e condenar Genoíno?  Várias vezes ele diz que Genoíno foi condenado pela justiça. E daí? Quem acredita na infalibilidade da justiça brasileira acredita em tudo, como disse Wellington.

O que me levou a procurar Tas no YouTube foi uma mensagem pessoal que recebi de Ana Carvalho. Ela estava no local em que houve a confusão entre o humorista Oscar Filho e amigos de Genoino. Ana acabou sendo citada num texto que OF escreveu, e ficou tão indignada que decidiu escrever sua versão dos fatos numa carta aberta que ela, cerimoniosamente, me pediu que lesse. Li. Primeiro, ela esclarece: ao contrário do que OF escreveu, ela não é militante do PT. Estava apenas votando, com a família, no lugar do tumulto, e tentou ajudar a serenar os ânimos,  como boa samaritana.

Ana relata o que ouviu, na refrega, do produtor do CQC e de Genoino. Do produtor, berros que diziam que os “mensaleiros filhos da puta” iam ser punidos: em vez de um minuto, o programa falaria horas do caso. De Genoíno, ela ouviu: “Calma, calma, sem bater, sem bater”. Mas quem publicaria o que ela ouviu? Essa pergunta Ana fez a si mesma, e é um pequeno retrato da maneira distorcida com que a grande mídia trata assuntos de política no Brasil. A resposta é: ninguém. Nem Folha e nem Estadão e nem Veja e nem Globo publicariam o relato de Ana – embora ela fosse testemunha privilegiada da confusão.

Há formas e formas de violência. O que o pessoal do CQC fez foi uma violência mental, uma tortura. Não faz muito tempo, o mundo soube que presos nos Estados Unidos tinham sido torturados com sessões de música ininterrupta da série Vila Sésamo. Vinte e quatro horas, sete dias por semana. (O autor ficou perplexo com o uso dado a sua canções tão inocentes.)

O que o CQC fez tem um nome: tortura moral. Humor não é isso. Citei, em outro artigo, os repórteres do Pânico que invadiram o funeral de Amy Winehouse para fazer piada. Tivessem sido pilhados, terminariam na cadeia – e teriam formidável dificuldade para convencer a justiça londrina de que a liberdade de expressão, aspas, os autorizava a fazer o que fizeram.

Humor sem graça, como o feito no Brasil, é um horror. Mas consegue ficar ainda pior quando à falta de espírito se junta um reacionarismo patológico, uma completa desconexão com o povo brasileiro, e este é o caso de Marcelo Tas e seu CQC.






 





quinta-feira, 8 de março de 2012

Juros a 9%. Dilma promete e cumpre

Saiu na newsletter do Bradesco :

Copom reduziu taxa de juros em 0,75 ponto percentual O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu na noite de ontem a taxa básica de juros em 0,75 ponto, levando a Selic para 9,75% ao ano.


Foi a maior redução desde junho de 2009. A decisão não foi unânime, 5 votos a favor e 2 contra e, em seu comunicado após a reunião, o Copom afirmou que “dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 9,75% a.a., sem viés, por cinco votos a favor e dois votos pela redução da taxa Selic em 0,5 p.p.”


Em nossa visão, apesar de breve, o comunicado sinaliza que o processo de afrouxamento monetário seguirá na próxima reunião em abril, sendo que magnitude total do ajuste deve levar a Selic a pelo menos 9% ao final do processo.



O Tombini, o Mantega e a Dilma tiraram a política dos juros das mãos do “mercado”.
A Dilma tinha prometido que ia se aproveitar da crise da Urubóloga para reduzir os juros.
E cumpriu.
O Farol de Alexandria ( FHC) foi aquele que levou a Selic a 40%, não foi, amigo navegante ?

Paulo Henrique Amorim

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Dez fatos que a "grande" imprensa esconde da sociedade



As entidades que reúnem as grandes empresas de comunicação no Brasil usam e abusam da palavra "censura" para demonizar o debate sobre a regulação da mídia. No entanto, são os seus veículos que praticam diariamente a censura escondendo da população as práticas de regulação adotadas há anos em países apontados como modelos de democracia. Conheça dez dessas regras que não são mencionadas pelos veículos da chamada "grande" imprensa brasileira.

O debate sobre regulação do setor de comunicação social no Brasil, ou regulação da mídia, como preferem alguns, está povoado por fantasmas, gosta de dizer o ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Franklin Martins. O fantasma da censura é o frequentador mais habitual, assombrando os setores da sociedade que defendem a regulamentação do setor, conforme foi estabelecido pela Constituição de 1988.

Regulamentar para quê? – indagam os que enxergam na proposta uma tentativa disfarçada de censura. A mera pergunta já é reveladora da natureza do problema. Como assim, para quê? Por que a comunicação deveria ser um território livre de regras e normas, como acontece com as demais atividades humanas? Por que a palavra “regulação” causa tanta reação entre os empresários brasileiros do setor?

O que pouca gente sabe, em boa parte por responsabilidade dos próprios meios de comunicação que não costumam divulgar esse tema, é que a existência de regras e normas no setor da comunicação é uma prática comum naqueles países apontados por esses empresários como modelos de democracia a serem seguidos.

O seminário internacional Comunicações Eletrônicas e Convergências de Mídias, realizado em Brasília, em novembro de 2010, reuniu representantes das agências reguladoras desses países que relataram diversos casos que, no Brasil, seriam certamente objeto de uma veemente nota da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) denunciando a tentativa de implantar a censura e o totalitarismo no Brasil.

Ao esconder a existências dessas regras e o modo funcionamento da mídia em outros países, essas entidades empresariais é que estão praticando censura e manifestando a visão autoritária que tem sobre o tema. O acesso à informação de qualidade é um direito. Aqui estão dez regras adotadas em outros países que os barões da mídia brasileira escondem da população:

1. A lei inglesa prevê um padrão ético nas transmissões de rádio e TV, que é controlado a partir de uma mescla da atuação da autorregulação dos meios de comunicação ao lado da ação do órgão regulador, o Officee of communications (Ofcom). A Ofcom não monitora o trabalho dos profissionais de mídia, porém, atua se houver queixas contra determinada cobertura ou programa de entretenimento. A agência colhe a íntegra da transmissão e verifica se houve algum problema com relação ao enfoque ou se um dos lados da notícia não recebeu tratamento igual. Após a análise do material, a Ofcom pode punir a emissora com a obrigação de transmitir um direito de resposta, fazer um pedido formal de desculpas no ar ou multa.

2. O representante da Ofcom contou o seguinte exemplo de atuação da agência: o caso de um programa de auditório com sorteios de prêmios para quem telefonasse à emissora. Uma investigação descobriu que o premiado já estava escolhido e muitos ligavam sem chance alguma de vencer. Além disso, as ligações eram cobradas de forma abusiva. A emissora foi investigada, multada e esse tipo de programação foi reduzida de forma geral em todas as outras TVs.

3. Na Espanha, de 1978 até 2010, foram aprovadas várias leis para regular o setor audiovisual, de acordo com as necessidades que surgiam. Entre elas, a titularidade (pública ou privada); área de cobertura (se em todo o Estado espanhol ou nas comunidades autônomas, no âmbito local ou municipa); em função dos meios, das infraestruturas (cabo, o satélite, e as ondas hertzianas); ou pela tecnologia (analógica ou digital).

4. Zelar para o pluralismo das expressões. Esta é uma das mais importantes funções do Conselho Superior para o Audiovisual (CSA) na França. O órgão é especializado no acompanhamento do conteúdo das emissões televisivas e radiofônicas, mesmo as que se utilizam de plataformas digitais. Uma das missões suplementares e mais importantes do CSA é zelar para que haja sempre uma pluralidade de discursos presentes no audiovisual francês. Para isso, o conselho conta com uma equipe de cerca de 300 pessoas, com diversos perfis, para acompanhar, analisar e propor ações, quando constatada alguma irregularidade.

5. A equipe do CSA acompanha cada um dos canais de televisão e rádio para ver se existe um equilíbrio de posições entre diferentes partidos políticos. Um dos princípios dessa ação é observar se há igualdade de oportunidades de exposição de posições tanto por parte do grupo político majoritário quanto por parte da oposição.

6. A CSA é responsável também pelo cumprimento das leis que tornam obrigatórias a difusão de, pelo menos, 40% de filmes de origem francesa e 50% de origem européia; zelar pela proteção da infância e quantidade máxima de inserção de publicidade e distribuição de concessões para emissoras de rádio e TV.

7. A regulação das comunicações em Portugal conta com duas agências: a Entidade reguladora para Comunicação Social (ERC) – cuida da qualidade do conteúdo – e a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), que distribui o espectro de rádio entre as emissoras de radiodifussão e as empresas de telecomunicações. “A Anacom defende os interesses das pessoas como consumidoras e como cidadãos.

8. Uma das funções da ERC é fazer regulamentos e diretivas, por meio de consultas públicas com a sociedade e o setor. Medidas impositivas, como obrigar que 25% das canções nas rádios sejam portuguesas, só podem ser tomadas por lei. Outra função é servir de ouvidoria da imprensa, a partir da queixa gratuita apresentada por meio de um formulário no site da entidade. As reclamações podem ser feitas por pessoas ou por meio de representações coletivas.

9. A União Européia tem, desde março passado, novas regras para regulamentar o conteúdo audiovisual transmitido também pelos chamados sistemas não lineares, como a Internet e os aparelhos de telecomunicação móvel (aqueles em que o usuário demanda e escolhe o que quer assistir). Segundo as novas regras, esses produtos também estão sujeitos a limites quantitativos e qualitativos para os conteúdos veiculados. Antes, apenas meios lineares, como a televisão tradicional e o rádio, tinham sua utilização definida por lei.

10. Uma das regras mais importantes adotadas recentemente pela União Europeia é a que coloca um limite de 12 minutos ou 20% de publicidade para cada hora de transmissão. Além disso, as publicidades da indústria do tabaco e farmacêutica foram totalmente banidas. A da indústria do álcool são extremamente restritas e existe, ainda, a previsão de direitos de resposta e regras de acessibilidade.

Todas essas informações estão disponíveis ao público na página do Seminário Internacional Comunicações Eletrônicas e Convergências de Mídias. Note-se que a relação não menciona nenhuma das regras adotadas recentemente na Argentina, que vem sendo demonizadas nos editoriais da imprensa brasileira. A omissão é proposital. As regras adotadas acima são tão ou mais "duras" que as argentinas, mas sobre elas reina o silêncio, pois vêm de países apontados como "exemplos a serem seguidos" Dificilmente, você ouvirá falar dessas regras em algum dos veículos da chamada grande imprensa brasileira. É ela, na verdade, quem pratica censura em larga escala hoje no Brasil.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Miro Borges: Congresso convoca Otavinho, da Folha


Extraído do blog do Miro Borges:

Do blog Desculpe a Nossa Falha:

Foi aprovado por unanimidade na Comissão de Legislação Participativa a realização de Audiência Pública na Câmara dos Deputados sobre a censura da Folha contra o blog Falha de S.Paulo. Nenhum deputado federal se manifestou contra a iniciativa. O requerimento do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) prevê convites para representantes da Falha e da Folha falarem.

Da Falha, Pimenta vai convidar os irmãos-criadores do blog (Mário e Lino Ito Bocchini) e, da parte do jornal serão chamados para explicar publicamente no Congresso Nacional a censura Otavio Frias Filho (vulgo Otavinho, dono do jornal), Sérgio Dávila (editor-executivo), Taís Gasparian (advogada-censora da Folha) e Vinícius Mota (secretário de Redação).

“Vamos também convidar a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas) e outras entidades para participarem dessa audiência”, discursou Pimenta agora há pouco. “É grave, além da censura o jornal pede dinheiro aos irmãos”, completou.

O deputado Edivaldo Holanda Jr. (PTC-MA), que presidia a sessão, parabenizou o deputado pela iniciativa, e sugeriu: “Vamos convocar a CNJ [Conselho Nacional de Justiça] para participar também, já que esse é um assunto que está nos tribunais”.

O deputado federal Fernando Ferro (PT-PE) também discursou na aprovação. “Esse processo de censura revela a intolerância da Folha e como eles dizem defender a liberdade de expressão mas, quando chega na hora deles, não resistem ao desejo de censurar. E olha que o humor, a paródia, até tornam a política até mais suportável”.

Nos próximos dias será marcada a data da audiência, que vai acontecer no Congresso Nacional. E, claro, fica a dúvida: quase um ano após cometer um ato inédito de censura no Brasil – que pode abrir uma jurisprudência terrível para toda a internet brasileira –, será que a Folha pela primeira vez terá coragem de colocar uma pessoa para defender sua posição abertamente?

De nossa parte estaremos lá, como sempre mostrando a cara, defendendo a mesma posição que defendemos desde o primeiro dia, e prontos pra debater seja com dono do jornal ou com quem for.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Por que Gilmar falou tanto ?


Ele é candidato a tudo

Este ansioso blogueiro decidiu consultar Tirésias, o profeta, que no início de noite desta quarta-feira abatia um frango ao molho pardo.

- Venerável profeta, por que Gilmar votou por duas horas se sabia que tinha perdido ?

- Porque aquilo não foi um voto, disse Tirésias.

- Então, o que foi ?

- Foi uma peça de campanha.

- Campanha ? Como assim ?, perguntei estupefato.

- Ele marcou posição.

- Que posição ?, pergunto.

- Ele quer ser o anti-Lula, porque já viu que o Cerra e o Aécio não vão longe.

- Então, o Supremo é um apenas um trampolim eleitoral ?

- O rapazinho está ficando esperto …

- Então, além de fazer merchandising para escolas particulares na internet, ele usa o pulpito do Supremo para fazer campanha eleitoral …

- Tá ficando esperto …

- Mas, pondero, ele ainda tem muito tempo de Supremo.

- Daqui para frente, ele será com mais frequência parte da minoria.

- Você quem diz que ele exercerá uma ministerial irrelevância. Não é isso ?

- Exatamente ! O mal dele é a Hubris.

- Sim … o que é isso ?

- Ele se acha um Deus e o Supremo deixou de ser o Olimpo privativo dele.

- Ele é candidato a quê ?, pergunto.

- A tudo.

- A tudo o quê ?

- Tudo ! Desde que na condição de Deus.

Pano rápido.


Paulo Henrique Amorim

terça-feira, 15 de março de 2011

De joelhos, esperando Obama chegar


O presidente americano Barack Obama ainda nem chegou ao Brasil e já começaram as demonstrações de submissão explícita. Como bons colonizados que se prezam, os responsáveis por alguns noticiários já se prestam a fazer o papel de terceiro mundo domesticado que faz reverências as autoridades americanas.
Como na última visita de Hillary Clinton, onde promoveu um espetáculo deprimente de bajulação explícita usando jovens carentes para reproduzir perguntar amistosas escolhidas a dedo pela produção, a Rede Globo e demais afiliadas já saem a campo se esforçando para conseguir de populares, declarações bajulatórias em relação ao Obama, como se este fosse algum tipo de pop star idolatrado pelos brasileiros.
Obama foi uma das maiores fraudes midiáticas dos últimos tempos, e frustrou muita gente no mundo inteiro que acreditava que cumpriria as promessas de campanha de desfazer a imagem negativa daquele país, visto como intervencionista, imperialista, que despreza os direitos humanos e que tem sido o maior risco para a paz mundial. Na prática, foi mais do mesmo que seus antecessores.
Em baixa em seu próprio país, Obama vem enfrentando a ira de parte de seus próprios apoiadores nas eleições, que também se deixaram levar pela bandeira de mudanças significativas. Nos EUA é visto como pato manco, sem controle do congresso americano e com chances remotas de se eleger.
Para a felicidade do Obama existem os bajuladores históricos de qualquer que seja o presidente americano da vez, dispostos a estender o tapete vermelho por onde ele passa. Nada como uma visita em um país com uma imprensa com complexo de vira-latas como a nossa para recuperar a auto-estima de um presidente com baixa popularidade, e ele pode ficar tranqüilo que para a velha mídia brasileira ele ainda é rei.
Eu sinceramente não tenho estômago para agüentar esses espetáculos de submissão explícita e o meu controle remoto anda nervoso. A Rede Globo faz o papel de Otávio Mangabeira da vez, e para quem não sabe quem foi ele, se trata do deputado que se ajoelhou e beijou a mão do ex-presidente americano Dwight Eisenhower, quando este visitou o Brasil em 1946, fotografado por Ibrahim Sued, como pode ser visto na imagem destacada desse post. Até hoje esse episódio serve como maior exemplo da submissão da elite brasileira em relação as autoridades norte-americanas
É degradante ver uma emissora que passou décadas tentando humilhar o ex-presidente Lula Por não fazer parte da elite peçonhenta do qual fazem parte, se rebaixar dessa forma para um presidente americano, passando uma imagem distorcida do povo brasileiro. Espero que esse acontecimento ajude a alertar os brasileiros que ainda tem orgulho próprio sobre as intenções de determinados veículos de imprensa, sobretudo a Rede Globo.
Comprem babadores e joelheiras e enviem para a Rede Globo, eles devem estar muito necessitados de acessórios como esses.