Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Moro já corroeu a Soberania Nacional O Pentágono suspenderia a construção de submarinos nucleares por causa de um Moro qualquer?

bessinha cerra emocionado
O renascimento da Petrobrax no Senado, com a vitória desmoralizante do Renan foi apenas o lance mais dramático do longo processo de desmanche da Soberania Nacional.

O objetivo imediato da Lava Jato, como se sabe, é prender o Lula.

O objetivo de médio prazo é dilapidar a Soberania Nacional.

E transformar o Brasil num Estado-cliente dos Estados Unidos.

Um México!

Uma Colômbia!

Um Porto Rico!

(Para entender melhor como se dá a capitulação, recomenda-se a leitura de “A Tolice de Inteligência Brasileira – ou como o país se deixa manipular pela elite”, do professor Jessé Souza, que deu entrevista à TV Afiada.

Jessé desmonta a lógica vira-latas de intelectuais como Gilberto Freyre (o verdadeiro, com “y”), Sergio Buarque, aquele DoMatto, do Globo, e o mais “pífio” de todos, segundo Jessé, o Príncipe da Privataria.

Segundo Jessé, a teoria de “Dependência”, a doutrina de “tirar os sapatos” para entrar nos Estados Unidos não vale nada – e não tem nada de novo.

É a maldição do Cerra – FHC também nunca teve uma ideia original…)

Para voltar ao Moro.

O Brasil é um dos poucos países que desenvolveu tecnologia própria para beneficiar urânio, além de possuir uma das maiores jazidas de urânio do mundo.

O Brasil construía o seu submarino nuclear, com urânio próprio enriquecido por ele mesmo.

O Brasil seria um dos poucos países a exportar submarinos nucleares.

Mas, antes, a tarefa principal dessa frota de submarinos seria proteger a Amazônia Azul e o pré-sal que, agora, se vê, será da Chevron!

Como os submarinos nucleares se tornaram obsoletos, diante da destruição da Petrobras e sua – finalmente ! - substituição pela Petrobrax, o próximo passo do Moro e sua caravana será fechar o programa de construção dos submarinos.

A Odebrecht é uma – entre milhares, com milhares de trabalhadores brasileiros! - das empresas brasileiras envolvidas no projeto.

Moro realizará o que FHC, presidente, quase conseguiu: fechar a pesquisa com urânio e impedir produção de submarinos.

Porque Lula e Dilma foram os responsáveis por dar vida aos sonhos dos grandes brasileiros Alvaro Alberto e Renato Archer!

Mas, Moro prendeu o engenheiro que desenvolveu a tecnologia brasileira de enriquecimento de urânio.

Moro também prendeu o presidente da empresa estatal que realizou o enriquecimento de urânio.

Agora, ontem, 23/02, a busca centenária da afirmação de Soberania foi de novo abortada!

Ontem mesmo, Moro e sua cruzada entreguista revelaram uma próxima etapa da destruição do projeto de afirmação da Soberania Nacional.

Ao decretar a prisão de João Santana, Moro indicou que vai desconstruir todos os elos de ligação das empresas nacionais de Engenharia com suas atividades no exterior.

Leia “Assim Moro manda no Brasil e põe de férias todos os outros juízes”.

O Brasil tem um dos mais eficientes corpos de Engenharia do Mundo!

Suas empresas foram mundo afora levar tecnologia brasileira e trazer dólares para a conta de capital do balanço de pagamentos.

Além da influência política que vai esteira do investimento em obras de infraestrutura.

Isso tudo agora é irremediavelmente suspeito.

É tudo uma roubalheira desenfreada.

Qualquer um dos executivos de empresas brasileiras no exterior, desde ontem, é um criminoso em potencial!

Suspeito de que?

Não se sabe.

Só se saberá daqui a uns dez anos...

A Engenharia brasileira será reduzida a obras locais, de construção de pinguelas e penicos.

Amigo navegante, que outro país do mundo permitiria essa destruição da Soberania Nacional no espaço de um ano!

Num ano, o Brasil foi devolvido à posição de Colônia!

Os vira-latas estão eufóricos!

Abanam o rabo no jornal nacional!

Que outro país do mundo aceitaria isso, inerte, passivo, imobilizado pela incompetência do zé da Justiça, entre outras…

Os Estados Unidos deixariam um juizeco de província, que mal sabe falar e fazer perguntas, destruir as empresas que fornecem para o Pentágono, porque meia dúzia de ladravazes surrupiou na calada da noite?

Ou será que nenhuma empreiteira roubou o Pentágono?

Nunca teve um sobre-preço num submarino da Marinha americana...

Os Estados Unidos interromperiam seu programa de construção de submarinos nucleares em nome do combate à corrupção?

Uma corrupção de um lado só – uma corrupção do Não Vem ao Caso?

E, se o Obama tolerasse isso, seria bem capaz de sofrer um impeachment promovido pelo seu próprio Partido Democrata!

Israel toleraria um Dr Moro?

O Irã?

A China?

O Putin?

A Índia?

O Paquistão?

Que país, além do Brasil?

O México!

Porto Rico, que deixou de ser país e hoje é um guichê dos fundos abutres de WallStreet!

Essa é a obra magna do Moro.

Do Moro e de um “país que se deixa manipular pela elite”.

Um país de tolos!

O Brasil vira-latas!

Paulo Henrique Amorim

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Dilma rebate Fifa: o que não entregamos?

:

"Eles fizeram as mesmas coisas com a África do Sul, o mesmo discurso. O que prometemos que não entregamos? Entregamos toda a segurança, estádios, aeroportos, até mesmo a rede de fibra óptica para fazer com que todos os celulares funcionem. Teremos wi-fi nos estádios que disponibilizaram e toda rede 3G e 4G funcionará", disse a presidente sobre as criticas de Joseph Blatter e de Jérôme Valcke, presidente e secretário geral da FIFA, respectivamente; segundo ela, o país está preparado "dentro e fora de campo" e o clima de desânimo vai mudar ao longo do torneio: "Acho que isso é o complexo de vira-lata. A Copa aqui no Brasil será um sucesso"
5 de Junho de 2014 às 05:30
247 – Prestes a receber mais de 12 chefes de Estado e de abrir as portas da Copa no Brasil a torcedores do mundo todo, a presidente Dilma Rousseff voltou a rebater críticas de dirigentes da Fifa. Segundo ela, o país está preparado "dentro e fora de campo", e afirma que discurso da entidade não tem nenhuma novidade já que fez o mesmo em relação à África do Sul.
“Eles fizeram as mesmas coisas com a África do Sul, o mesmo discurso. O que prometemos que não entregamos? Entregamos toda a segurança, estádios, aeroportos, até mesmo a rede de fibra óptica para fazer com que todos os celulares funcionem. Teremos wi-fi nos estádios que disponibilizaram e toda rede 3G e 4G funcionará”, disse em entrevista ao SBT.
A presidente ainda descartou pontos negativos que foram levantados na preparação do Mundial. “Disseram que os aeroportos não estariam prontos, que teria epidemia da dengue. Não há essa possibilidade, quando a temperatura cai. Também não teremos racionamento de energia nem durante, nem depois da Copa”.
Dilma reitera que vai garantir a segurança dos que desejam ir ao estádio e diz que considera "barbárie e inadmissível" ferimentos de morte em protestos.
Segundo ela, o clima de desânimo “vai mudar” ao longo do torneio e que o pensamento negativo das pessoas ainda está relacionado com o complexo de inferioridade. “Acho que isso é o complexo de vira-lata. A Copa aqui no Brasil será um sucesso. Nós estamos preparados dentro e fora de campo também”.
Quanto ao técnico Felipão, não poupa elogios: "sensacional, caráter forte, confiável e dá segurança aos jogadores".

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Crie vergonha nessa cara, Noblat

Francamente, Noblat, depois de ter assistido à aula de jornalismo que lhe ministrou Janio de Freitas no Roda Viva, você poderia ao menos ter pudor e não divulgar em seu blog peça de caradurismo como o comentário em que defende a cobertura escandalosa que seus patrões – os filhos sem nome de alguém andava de braço dado com a ditadura – fazem do mensalão.
Mas como falar em pudor a alguém que compara a cobertura apoteótica e engajada de um só dos mensalões – que está por provar-se – com a cobertura constrangida, forçada e infinitamente inferior que a Globo fez de casos de corrupção envolvendo partidos de oposição?
Você defende que a cobertura do julgamento do mensalão “petista” ocupe 10, 15 minutos do Jornal Nacional todo dia durante semanas em tom condenatório, com espaço infinitamente inferior à defesa e dando veredicto contra todos os acusados sem diferenciação ou gradação de culpabilidade, sob o seguinte argumento:
Saber o que foi o mensalão, saber como funcionava, saber quem participou dele, acompanhar o julgamento no Supremo Tribunal Federal, tudo isso ajudará, certamente, para que o caso não se repita. Ou para dificultar a repetição do caso
Até poderia ser verdade se escândalos envolvendo todos os partidos fossem tratados da mesma forma. Como a Globo – e o resto da mídia partidarizada – não cobre casos análogos ao mensalão “petista” (como o mensalão “tucano”), a cobertura desse julgamento não “ajudará para que o caso não se repita” coisa nenhuma.
Aliás, essa prática de tratar diferentemente casos de corrupção iguais estimula a que os políticos corruptos tomem o cuidado de manter boas relações com a mídia e servir aos seus interesses para serem protegidos por ela quando forem flagrados. Ou seja: a mídia estimula a corrupção com essa cobertura partidarizada.
E quem diz que a Globo não dá bola a mensalões de partidos adversários do PT não sou (só) eu ou “os petistas”, Noblat.
Só para ficar em dois exemplos insuspeitos, quem diz é o jornalista Janio de Freitas, colunista da Folha de São Paulo e membro de seu Conselho Editorial, e o ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que gente como você diz ser voto certo pela condenação de todos os acusados do mensalão “petista”.
Em seu comentário, Noblat, você compara a cobertura do mensalão “petista” às coberturas do mensalão “do DEM” e das estripulias do governador tucano Marconi Perillo na Cachoeira goiana de corrupção. Compara, assim, o incomparável.
No caso do DEM, apesar de a cobertura da mídia tucana ter sido infinitamente menor e restrita ao estouro do escândalo – tendo sido abandonada e nunca mais retomada –, naquele caso havia, “apenas”, um vídeo mostrando o governador José Roberto Arruda recebendo um maço de dinheiro.
Como a mídia poderia ignorar uma bomba dessas? Teve que noticiar, ora. Arruda não foi preso por conta do noticiário, mas por conta de prova incontestável que a mídia divulgou a reboque dos fatos.
Já no caso de Perillo, é piada. Quando foi que se viu acusação formal e decretação de culpa de Perillo no Jornal Nacional, por exemplo? Foram sempre relatos sóbrios, rápidos, esparsos, episódicos e totalmente imparciais. E ninguém precisa acreditar em mim. Basta ir ao site do Jornal Nacional e fazer a comparação.
Aliás, nem precisa ter tal trabalho. Basta ler seu comentário para ver a diferença de tratamento que você e seus patrões dão a petistas e tucanos. Enquanto você defendeu Perillo, quando estourou o escândalo , acusa o PT inteiro de ter engendrado o mensalão. Alguma vez você acusou o PSDB inteiro de ter engendrado o mensalão “tucano”, por acaso?
E talvez ainda pior seja ter comparado o noticiário político nacional com a cobertura do golpe que derrubou o presidente do Paraguai Fernando Lugo. Em primeiro lugar, a mídia não tomou partido – aliás, chegou a defender o golpe. Em segundo lugar, ninguém está reclamando de o julgamento do mensalão ser coberto pela empresa em que você trabalha, mas da dimensão e do viés parcial da cobertura.
Alguns dirão que estou gastando vela com mau defunto. Não acho. Você desafia os “petistas” a lhe darem uma resposta. Eu não sou petista – apesar de ser simpatizante do PT –, mas aqui vai o que você pediu. Dei-me ao trabalho de responder para que as pessoas saibam que você pede resposta e não tem coragem de encará-la.
*
Abaixo, o comentário em questão do blogueiro do PSDB.
Espertos e alienados, por Ricardo Noblat
Será desproporcional o espaço oferecido pelos meios de comunicação à cobertura do julgamento do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal?
Muita gente do PT acha que sim. Muita gente apenas simpática ao PT também acha. O espaço deveria ser menor, sim senhor.
Por que?
Porque a maioria dos brasileiros não está interessada no julgamento.
Então por que se gasta tanto espaço com o assunto?
Ora, porque os meios de comunicação são contra o PT. E querem prejudicá-lo.
Em resumo, é assim que pensam filiados e adeptos do PT.
Sinto muito, mas estão errados.
É verdade que a maioria dos brasileiros não está nem aí para o julgamento do mensalão. Mas ela costuma não se ligar em fatos políticos.
Temos eleições de dois em dois anos, por exemplo. E a maioria só começa a prestar atenção na campanha e nos candidatos em cima da hora, faltando poucas semanas para votar.
Isso é bom ou ruim? É ruim. Muito ruim.
Não se constrói uma democracia sólida desprezando-se a política.
São políticos bandidos, empenhados em enriquecer, os que mais ganham com o desprezo dos brasileiros à política.
Os meios de comunicação servem bem à democracia quando oferecem generoso espaço para tudo o que tenha a ver com o exercício da política. Para tudo o que tenha a ver com a vida. E a política tem.
O escândalo do mensalão decorreu do modo como o PT imaginou garantir a governabilidade.
Lula se elegeu em 2002 sem dispor de ampla sustentação no Congresso.
De princípio não quis ceder à idéia de lotear o governo, entregando aos partidos grandes quantidades de cargos.
Então o PT teve a brilhante idéia de pagar mesadas a deputados para que votassem com o governo.
No seu segundo mandato, uma vez que o mensalão fôra sepultado, Lula loteou o governo com 17 partidos.
Saber o que foi o mensalão, saber como funcionava, saber quem participou dele, acompanhar o julgamento no Supremo Tribunal Federal, tudo isso ajudará, certamente, para que o caso não se repita. Ou para dificultar a repetição do caso.
Noutro dia, o presidente do Paraguai foi deposto em menos de 48 horas.
Nossos meios de comunicação passaram semanas falando sobre o episódio. Alguns chamaram de golpe o que aconteceu no Paraguai. Outros não viram nada demais.
Se os brasileiros dão as costas para fatos políticos eminentemente locais, imaginem se deram bola para o que se passou no Paraguai…
Portanto, a queda do presidente paraguaio não deveria ter ocupado espaço nos nossos meios de comunicação. Certo?
Não vi ninguém do PT ou próximo dele reclamar da cobertura.
Como antes não vira ninguém do PT ou próximo dele reclamar da cobertura do escândalo do partido Democratas, em Brasília.
Nunca antes na história um escândalo foi tão bem documentado. O governador de Brasília acabou preso. E depois renunciou ao mandato.
E a situação do governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, enrolado com o bicheiro Carlinhos Cachoeira? Hein?
Como brasileiro não gosta de política, os meios de comunicação deveriam deixar Perillo em paz. É ou não é?
Hein, petistas? Faço a pergunta a vocês.
A alienação só favorece os espertos, uma minoria ativa, mas uma minoria.
Quando os espertos se dão bem, vocês sabem para quem sobra.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Internet e segurança falham em Londres; imagina se fosse… no Brasil!

POR BOB FERNANDES, DIRETO DE LONDRES

Manchetes do Terra nessa terça-feira, 17:

"Massacrada, organização admite falhas na segurança da Olimpíada”

"Empresa britânica desiste de fazer segurança na Copa de 2014”

Integrantes da Metropolitan Police Service fazem segurança no aeroporto de 
Heathrow (Crédito: Bruno Santos/Terra)
É ler as manchetes e pensar na frase tão cheia de significados, inclusive os patéticos, que se tornou um bordão, que rola de boca em boca no Brasil:

- Imagina na Copa!

Estar em Londres, conviver com a infraestrutura e a organização das Olimpíadas e as quase sempre inevitáveis falhas humanas, técnicas e operacionais, é lembrar Nelson Rodrigues e uma de suas máximas:

- O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na sua própria imagem. Nossa tragédia é que não temos o mínimo de auto-estima.

Sexta-feira, 13… (será que foi isso?) desembarque no Novo Hotel London Tower Bridge. Hotel legal, pertinho daquela torre medieval onde a tortura rolava solta (será que…?). Funcionários do hotel eficientes e corteses. Check-in, um deles oferece um pacote de wi-fi, 19 euros e 90 por um mês. Muita estrada depois, sabe-se que, por segurança, nunca é demais uma outra conexão.

O simpático Valentin, francês, oferece o "Orange". Salvo na África do Sul, onde "Orange" lembra o colonizador, um produto francês com esse nome, "Orange", não tem como o freguês não se render.

Mas, na dúvida, jornalistas investigam. Dois cliques e está lá:

- Orange Business Services, negócios de serviços, é o braço da France Telecom, um integrador global de soluções de comunicação para corporações multinacionais…

Não há como uma potência dessa fazer algo errado, pensamos vários de nós. Mas, por que não pesquisar mais um pouco?

- A Orange opera em mais de 220 países e territórios e emprega mais de 30.000 funcionários em 166 países.

Isso escrito em francês e inglês! Embarcamos, vários. Um chegou a comentar:

- Imagina na Copa! Imagine a Olimpíada no Brasil! Imagina se a gente vai ter algum como esse!

O Orange funcionou que foi uma beleza. Por dois dias. No domingo, a primeira derrapada. Casa de Fernand F., lá em Chiswick a caminho de Richmond via Green Line, meia hora do centro de Londres. Meio da tarde, a conexão cai. Inglês, portanto fleumático, Fernand F. sobe e desce as escadas. Uma, duas, três vezes, a repetir:

- Problema no roteador, vou ligar e desligar o Orange, acho que ele está quente…

(Vai que é a distância? Meia hora do centro da cidade…)

Segunda cedo, no hotel. O Orange dá tilt. Tá fora do ar. Nada a ver com o hotel. É o Orange. Colegas confirmam:

-… o meu também… pensei que era só o meu… ih, o meu também…

Ninguém disse nada antes porque, sabem como é, né?… Orange! Um negócio com esse nome, e francês, não tem como falhar.

Simpática, constrangida, a mocinha da portaria tenta ajudar. Não consegue, e entrega:

- Olha, não é o hotel, é o Orange.

Outro simpatico atendente, um português, informa:

- A semana passada o Orange ficou dois dias fora do ar aqui em Londres…

Impossível! O Orange? Se ainda fosse no Brasil… (imagina na Copa!)

Pesquisa mais extensa. Jornalismo investigativo. Informa a Reuters, não sobre o tilt em Londres, mas na França, a casa da Orange:

- A Orange, da France Telecom, pediu desculpas aos usuários neste sábado (7 de julho) e disse que iria indenizá-los depois de um blecaute nos celulares e na Internet que durou mais de nove horas e deixou milhões incapazes de se comunicar. (…)

(…) O serviço de celulares ficou mudo no início da tarde de sexta-feira, deixando os 26 milhões de usuários da Orange na França incapazes de fazer e de receber chamadas, de consultar seus emails e de enviar ou receber textos de mensagens. (…)

(…) Em uma coletiva de imprensa em Paris, o executivo-chefe da Orange, Stephane Richard, disse que os clientes de sua malha ganhariam um dia gratuito de comunicação, enquanto os que tivessem contratos ilimitados obteriam capacidade extra de download gratuito. (…)

Um dia gratuito? Bah, os caras são legais. Batuta.

Ainda nem chegaram todos aqueles quase trinta mil jornalistas, atletas, Vips e penduricalhos do COI, e já tá dando tilt na França e em Londres… mas é seguro que um "Integrador global de soluções" tira essa de letra.  

Mesmo porque, reza outro verbete:

- (Orange) oferece comunicações integradas, soluções e serviços para empresas globais em computação em nuvem e comunicações unificadas, comunicação para gerenciar e integrar a complexidade das comunicações internacionais e permitir que corporações multinacionais se concentrem nas iniciativas estratégicas que conduzem seus negócios…

Ufa!

Lido isso, relaxamos todos. Mas tranquilidade total, só quando soubemos do resto:

- Orange Business Services foi fundada em 1 de Junho de 2006, através de rebranding e consolidação das empresas já existentes da France Telecom, da Equant e Wanadoo…

Rebranding da France Telecom, Equant e Wanadoo? Pronto. Zerou a pedra. É correr pro abraço.

Esta terça-feira, 17. O simpático pessoal do hotel informa aos hóspedes: a Orange comunica a todos que a conexão será gratuita durante as Olimpíadas e já a partir do dia 19.

E a Orange voltou a funcionar nessa parte de Londres e no hotel. Problema, outro, segue dando no aeroporto de Heathrow.

A natação, o Cielo, o judô, a vela… 50 atletas e técnicos do Brasil chegaram na segunda. Um amigo jornalista que lá estava, resumiu:

- Banzé total. Uma hora e meia de fila, os voluntários diziam pra os credenciados irem em frente e a polícia mandava voltar atrás… um circo! E uma atleta nossa disse: "Imagine o que diriam se fosse no Brasil!!!".

Diriam:

- Imagina na Copa!

sábado, 7 de julho de 2012

Filme revela estratégias dos EUA para garantir dominação mundial



Dirigido por Diogo Gomes do Santos, o filme A paz é o caminho expõe as estratégias dos Estados Unidos para a dominação da América Latina, Oriente Médio e África. Realizado pelo Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz), o filme é uma ferramenta a serviço da luta por uma cultura de paz diante de um mundo militarizado. O média-metragem vem participando de mostras e festivais de cinema e vídeo, além de ser exibido pelo circuito alternativo.

sábado, 14 de abril de 2012

O DISPOSITIVO ENTRA EM CENA

LEIA MAIS AQUI) **FRANÇA: a uma semana do pleito, o candidato socialista François Hollande volta a liderar todas as pesquisas de intenção de voto e Mélenchon está perto dos 15%**

 CÓDIGO FLORESTAL: Dilma veta anistia a desmatamento de grandes proprietários; manchete da Folha, em letras garrafais: "Planalto cede aos ruralistas"

** FOLHA, uma credibilidade em ruína **DEMÓSTENES: " o importante é a causa e a causa em SP é Serra ganhar a eleição contra esse projeto maluco do PT " (Valor 26-02)
 


Passado o primeiro momento de perplexidade e catatonia, depois que  savonarolas, bicheiros e jornalistas  foram flambados nas próprias chamas, o dispositivo midiático demotucano se recompõe. A pasmaceira aos poucos recupera a afinação cúmplice de um coral de igreja: o importante no primeiro momento  é confundir. A desempenadeira torta da suspeição entra em campo para nivelar partidos  e reputações. A mensagem é martelada: a política é uma confederação de quadrilhas; todos os gatos são pardos. Instalada a neblina, a hierarquia se inverte: o secundário se sobrepõe ao principal. Demóstenes & Cia são vítimas de uma estratégia do PT para encobrir o 'mensalão que Gilmar Mendes quer julgar antes das eleições municipais (leia-se: antes que Serra naufrague em SP). Sombra e luz, tudo a mesma coisa. Agora é fixar a versão: não há mais fatos A versão diz que a verdadeira origem e destino da corrupção é o governo e o PT. A mídia vocifera e o judiciário togado de conservadorismo insolente pontua. Nivelado o terreno, borbulha a cachoeira de recados. A chantagem se amolda ao veículo e ao grau de cinismo do emissor. Oscila da sutileza ao ranger descarado dos blindados golpistas. Mas a ameaça velada a Lula é uma só: 'E aí, vai encarar?'. Deveria. Dificilmente haverá outro momemto tão pedagógico para desnudar o condomínio midiático-conservador que tem feito gato e sapato da democracia brasileira. Sempre em nome da ética.

terça-feira, 10 de abril de 2012

O ressentimento travestido de sociologia

 
Fala muito, fala muito o Felipão Pondé
Blog do Provocador
Guardar ressentimento é tomar veneno e esperar que outra pessoa morra. A frase, de um tal de Shakespeare, parece ter se tornado o lema da elite brasileira contra a chamada classe média ascendente. Puro rancor.

Já se tornou um clássico dizer que os aeroportos se tornaram rodoviárias depois que o povão passou a ter acesso a esses terminais — para logo em seguida ser responsabilizado pelo caos aéreo que há décadas vinha sendo engendrado na incompetência de um Estado feito apenas para os 10% mais ricos da população.

A burguesia tupiniquim não gostou de ter te dividir o espaço de suas bagagens com os antigos empregados. Mas como não tem muitos argumentos, fica na dependência de que algum reacionário de plantão venha esculachar o “churrasco na laje” feito nos saguões aeroviários.

É assim que fala o colunista da Folha e profeta do apocalipse Luiz Felipe Pondé. Sem nenhuma originalidade, repetiu essa ladainha carcomida pela inveja no tvfolha deste domingo, 08. Puro despeito, travestido de sociologia de botequim.

Como colonizador escravocrata que sempre foi, ainda teve a petulância de dar conselhos civilizatórios para o povaréu. Alertou sobre o risco do excesso de bagagem. Aviões podem cair com o peso dos brasileiros que estão sendo incorporados à economia formal. Sei.

Os esnobes sempre foram fazer compras em Miami. Era chique. Agora que chegou a vez do pessoal da “laje”, não pode mais, é feio. As malas dos pobres redimidos incomodam muito o refinado reacionário.

Quer saber? Fala muito, fala muito esse Felipão Pondé. Como diria um aristocrata de verdade: por que no te callas?
 
 

 
Nascido em Bauru, no interior paulista, Silva, que teve passagens pela presidência da Petrobras e da extinta Varig, e pelo Ministério da Infraestrutura, no governo Collor, foi também um dos principais artífices do processo de privatização da companhia de São José dos Campos. Ainda hoje mantém laços próximos com os diretores e integrantes do conselho de administração da Embraer. Aos 81 anos, Silva, que continua na ativa, como reitor da universidade Unimonte, de Santos, falou à DINHEIRO sobre os próximos passos da Embraer, elogiou a concessão dos aeroportos e mostrou por que o Brasil ainda é um peixe pequeno em termos de inovação.

Leia mais (Read More): Poder Aéreo - Informação e Discussão sobre Aviação Militar e Civil

DINHEIRO – Qual foi a escolha?
SILVA –  A decisão do conselho de administração, tomada no fim do ano passado, foi permanecer no mesmo segmento, usando a experiência nessa classe para aperfeiçoar cada vez mais seus aviões e derrubar a concorrência. A única saída para a Embraer é a competência. Dominar o mercado fazendo produtos melhores e mais baratos.
DINHEIRO – Mas se justifica operar em um segmento que tende a encolher?
SILVA –  É melhor ser a líder mundial de um mercado menor do que um participante pequeno de um mercado maior, que impõe custos bem mais elevados e uma concorrência já estabelecida. A Embraer optou por ser a cabeça do rato em vez do rabo do leão (risos).
DINHEIRO – E como fica a relação da empresa com os EUA, que cancelaram a compra dos Super Tucanos, alegando problema na documentação?
SILVA – Esse argumento deles foi completamente estapafúrdio. O que ocorre é que estamos em época eleitoral nos EUA, e falar em comprar produtos de uma empresa brasileira em vez de preferir uma companhia americana é algo extremamente sensível. O cancelamento foi claramente uma decisão política. Informalmente, espera-se a retomada dessa concorrência após o fim do processo eleitoral. Tudo indica que a empresa vença de novo, até porque o avião da Embraer é infinitamente superior ao da concorrente.
DINHEIRO – Falando em dificuldades, a crise financeira mundial tende a diminuir?
SILVA –  A turbulência que nós temos hoje é uma crise financeira. Tenho dito claramente que os financistas não vão conseguir resolvê-la. Isso porque o dinheiro tem uma característica extraordinária, que é a de gerar valor, mas o financista usa o dinheiro para gerar mais dinheiro. Temos de trocar os interlocutores. Não são os economistas ou o pessoal dos bancos que vão resolver os problemas, mas sim os empreendedores.  Os EUA cresceram dessa maneira. O risco reduzido para os empreendedores carregou os EUA e os trouxe para o posto onde estão. Como não temos isso no Brasil, nós ficamos para trás.
DINHEIRO – Mas o Brasil foi menos afetado pela crise do que os EUA e a Europa.
SILVA –  Isso acontece porque o dinheiro no Brasil não corre risco. Quem está em crise colocou dinheiro no risco, para gerar valor. Progrediram um bocado com isso, mas chegou o momento em que eles exageraram. Isso gerou um estoque de dívida mundial que não está sendo pago e que precisará ser perdoado de algum modo. Já por aqui nossos bancos estão bem porque não correram risco algum. Quem corre risco no Brasil é o empreendedor, o empregado, o produto e a empresa. Esses quebram. Mas isso dificilmente acontece com os bancos aqui no Brasil.
DINHEIRO – Na prática, como usar o dinheiro para criar riqueza?
SILVA –  Veja a quantidade de dinheiro que o governo arrecada via impostos. Se ele alocasse uma parte desses recursos para gerar capital de risco para financiar novas empresas, como a Embraer, você teria resultado. Não seria preciso muito, não mais do que uns 2% ou 3%. Veja só: o governo deve ter alocado uns R$ 80 milhões para criar a Embraer, e isso é o que ela fatura hoje em cinco dias. É um retorno extraordinário.
DINHEIRO – Como ex-presidente da Petrobras, como vê os vazamentos de petróleo na perfuração da Chevron?
SILVA –  O que fica claro é que vamos ter que desenvolver mais a tecnologia para explorar o pré-sal. E fazer parcerias, tal como fizemos na Embraer. Trouxemos partes, peças e equipamentos de vários fornecedores de outros países. E formamos recursos humanos de altíssimo nível por meio do Instituto Tecnológico da Aeronáutica. Juntamos esses dois recursos e trabalhamos a partir disso. É o que a Petrobras vai ter que fazer, aproveitando os cursos universitários que têm surgido na área do petróleo.

E POR AÍ VAI..........................................

Treinador esportivo é suspenso e tem que se desculpar por dar opinião em ditadura

Nesta terça-feira, o Miami Marlins, franquia de Major League Baseball (MLB), anunciou que o técnico da equipe, Ozzie Guillén, foi suspenso por cinco partidas devido a comentários sobre Fidel Castro feitos em entrevista recente à revista americana Time.

À publicação, Guillén disse "respeitar" Castro porque "muita gente quis matá-lo nos últimos 60 anos, mas o filho da p... ainda está lá".

"Os Marlins reconhecem a seriedade dos comentários atribuídos a Guillén", informou a franquia, em comunicado publicado em seu site oficial.

Nos últimos dias, Guillén havia pedido desculpas(?) por seus comentários, dizendo estar "100% contra o modo como este homem (Castro) tem tratado as pessoas pelos últimos 60 anos". Mesmo assim, ele foi suspenso por cinco jogos pelo Miami com efeito imediato.

Guillén, 48 anos, é venezuelano e recebeu a cidadania americana em 2006. Ele estreou na liga americana como jogador em 1985 pelo Chicago White Sox e defendeu ainda Baltimore Orioles, Atlanta Braves e Tampa Bay Devil Rays.

Vasto e profundo comentário do Esquerdopata:
Gemza, já dizia a dona Rosa: "Liberdade é a liberdade de ser contra". Liberdade de ser a favor existia sob Stalin, Hitler e Médici, a única liberdade que conta é a de ser contra. O tal técnico nem sequer defendeu a Revolução Cubana ou Fidel, só fez um comentário engraçadinho, mas se estivesse num país democrático poderia, sim, defender livremente Fidel. Se não pode é porque a liberdade de expressão tem tanto valor nos EUA quanto a busca da paz e da convivência pacífica entre os povos.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Os juros no Brasil e os “economistas engajados”

por Luiz Carlos Azenha
Recentemente o Eduardo Guimarães refutou artigo de um ex-economista-chefe da Febraban, publicado na Folha de S. Paulo, sobre a tentativa que ele, ex-assessor da poderosa Federação dos Bancos, sugeriu ser fadada ao fracasso: a dos bancos oficiais brasileiros, de reduzirem o spread (taxa de risco) nos empréstimos como forma de forçar os bancos privados a fazerem o mesmo.
Felizmente, neste caso, o articulista foi identificado, embora sem muita clareza: Roberto Luis Troster, 61, doutor em economia pela USP, é consultor. Foi economista-chefe da Febraban e professor da PUC-SP, Mackenzie e USP.
Consultor de quem?
Na mesma linha, o blog Amigos do Presidente Lula denunciou que os jornalões estariam colocando em dúvida a eficácia da estratégia adotada pelos bancos estatais recorrendo a “especialistas” não identificados.
Um trecho do post, que se refere a texto do jornal O Globo:
Segundo interlocutores ["interlocutores" são os bancos privados que plantaram a matéria no jornalão], os bancos privados avaliam que o spread (diferença entre o custo da captação e o valor cobrado do tomador final) somente cairá com a adoção de medidas de longo prazo, que melhorem as condições legais e tributárias e não apenas corte de juros “na canetada”. Eles acreditam ainda que, mesmo com os cortes significativos nas taxas cobradas pelos bancos públicos, não vão perder clientes, porque há uma resistência natural em trocar de banco.
Pois é bom saber que, fora do Brasil, esse estado de coisas está mudando.
Na edição de março de Le Monde Diplomatique, Renaud Lambert relata que desde janeiro deste ano a Associação Norte-Americana de Economia, AEA, faz uma exigência a seus associados:
Desde o começo deste ano, os artigos publicados nas revistas científicas por membros da associação devem revelar os eventuais conflitos implicando seus autores. Os economistas deverão assim identificar e mencionar as ‘partes interessadas’que lhes tenham pago uma remuneração financeira importante, quer dizer, um valor total ou superior a U$ 10 mil, ao longo dos três últimos anos (comunicado do dia 5 de janeiro de 2012). A medida se aplicará também às somas recebidas pelos “próximos”.
E mais:
Depois do sucesso do documentário Inside Job, de Charles Ferguson, a irritação se tornou palpável. Os emolumentos de alguns conselheiros próximos ao presidente Barack Obama implicados na liberalização do setor bancário tinham levantado questionamentos na opinião pública. Como Lawrence Summers, diretor do Conselho Econômico Nacional (National Economic Council), remunerado em U$ 5,2 milhões, entre 2008 e 2009, pelo fundo especulativo D.E. Shaw e em até U$ 135 mil por suas conferências, mais frequentemente organizadas por empresas financeiras — sem contar seus freelances (generosos) no Financial Times. A cólera cresceu também dentro da profissão. Durante 2011, explica-nos George DeMartino, da Universidade de Denver, “uma série de estudos científicos demonstrou que os conflitos de interesse constituem mais a regra que a exceção”.
A partir disso, um abaixo-assinado de mais de trezentos economistas provocou a decisão da AEA.
No artigo, Economistas engajados, Lambert demonstra que o que vale nos Estados Unidos não vale na França, onde “especialistas” pontificam na mídia sem identificar possíveis conflitos de interesse. Se serve de consolo a ele, podemos dizer que o mesmo acontece no Brasil.
Leia também:
Fernando Brito: Cachoeira é um tsunami na oposição

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Eles escandalizaram o templo do racismo em São Paulo


Afrontar a elite branca e racista de São Paulo foi a estratégia de centenas de manifestantes – em maioria, negros – que, no sábado (11), saíram com bandeiras e faixas do largo Santa Cecília, subiram a avenida Higienópolis e ousaram entrar naquele que é o mais genuíno templo do racismo na cidade.
O Shopping Pátio Higienópolis foi inaugurado no dia 18 de outubro de 1999. Instalado no coração do bairro de Higienópolis, região de alto poder aquisitivo em que vive o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é composto por mais de 245 lojas distribuídas em seis pisos.
Ano passado, o shopping foi alvo de outro ato público, o Churrascão da Gente Diferenciada, levado a cabo em protesto contra abaixo-assinado de 3 mil moradores “higienopolitanos”  que pedia ao governo do Estado que não construísse ali uma estação de metrô para não atrair gente pobre – ou, como preferiram chamar, “diferenciada”.
A escolha desse shopping para um ato público dessa natureza fez todo sentido porque não há outra parte da cidade em que o racismo hipócrita e visceral que encerra seja tão evidente. Só quem conhece o local é capaz de entender. A mera visita a ele desmonta a teoria de que não existe racismo no Brasil.
No Pátio Higienópolis, a sensação que se tem é a de estar em algum país nórdico. Só o que lembra que se está no Brasil são os empregados negros ou mestiços, tais como faxineiros, seguranças e alguns poucos funcionários das lojas. A clientela do shopping é quase que exclusivamente branca.
A manifestação foi convocada pelo “Comitê Contra o Genocídio da Juventude Negra” e protestou contra a reintegração de posse do bairro Pinheirinho, em São José dos Campos, contra a ação truculenta da PM na Cracolândia e contra o caso de uma funcionária negra da escola Anhembi Morumbi que alega que a direção a pressionou a alisar os cabelos.
Em um momento solene e apoteótico da manifestação dentro do shopping um refrão cheio de simbolismo, extraído do poema “Negro Homem, negra poesia”, de José Carlos Limeira, 56, um dos autores baianos de maior destaque na comunidade negra, foi entoado por centenas de vozes, para horror daquela elite perplexa.
Por menos que conte a história
Não te esqueço meu povo
Se Palmares não existe mais
Faremos Palmares de novo

Ver um pequeno exército de negros altivos entoando palavras de ordem enquanto enveredavam por um local em que são raros de se ver e, quando aparecem, estão sempre cabisbaixos e servis, escandalizou e intimidou a clientela habitual. Lojas fechavam as portas e madames debandavam, esbaforidas, rumo ao estacionamento.
A Folha de São Paulo colheu depoimentos das indignadas madames habitués do shopping sobre a “invasão” de sua praia. Suas declarações revelam toda a burrice do racismo.
Fiquei com medo que saqueassem a loja, podia ter tiros, morte. São uns vândalos, vagabundos
Achei ridículo esse negócio de racismo. Onde é que está? Veja a quantidade de seguranças e empregados negros
Dois depoimentos, duas provas incontestáveis de racismo e burrice. Será que se fosse uma manifestação de estudantes branquinhos da USP haveria medo de saques, tiros e mortes? Será que o fato de só haver funcionários negros, mas não consumidores, não prova o racismo e a desigualdade racial que infecta a sociedade?
Esse é só mais um dos capítulos da guerra contra o racismo e o higienismo racial e social do governo e de parte da sociedade de São Paulo. Foi travada onde deveria, em Higienópolis (bairro cujo nome não poderia ser mais apropriado). E, desta vez, as forças da igualdade racial e social venceram.
Veja, abaixo, vídeos da manifestação.






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Do site do PSTU (via Viomundo)
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Do leitor Chico Mendes, que participou da manifestação:

“02 de maio de 1967 e 11 de fevereiro de 2012. O que há em comum entre estas duas datas?

Naquele primeiro momento, vivia-se, nos Estados Unidos da América, um turbilhão de embates sobre a condição de negros e negras: um grupo de 29 panteras negras, militantes e guerreiros em prol de um tratamento igualitário, promovem uma entrada triunfal e convicta no Capitólio.

O congresso americano tomou um susto quando aquele grupo, aquela pequena onda negra adentrou a “Casa do Povo”. Estavam de armas em punho, pois, até ali, as leis permitiam que qualquer norte-americano portasse armas de fogo. Não era crime algum.

Um tabu e medo que perseguem a sociedade burguesa desde sempre, qual seja, armas na mão do povo, do eleitor. Entraram e fizeram seu discurso antirracista perante deputados brancos e assustados.

Pois bem: 45 anos depois, outra onda, de tamanho dez vezes maior mas com a mesma demanda, adentra, de forma surpreendente, símbolo da sociedade burguesa atual: um Shopping Center.

As armas que portavam não eram de fogo, eram armas verbais. Estavam armados, orgulhosamente, com a cor negra.

Militantes do movimento negro em São Paulo pegaram de surpresa a segurança do Shopping Higienópolis. Era por volta de quatro da tarde quando uns 300 militantes adentraram rapidamente e provocaram um frenesi nas faces brancas e rosadas da elite privilegiada deste país.

Ultrapassadas as três portas principais, objetivava-se, agora, chegar ao ponto central da casa que é a antítese da “Casa do Povo”. Os seguranças tentaram impedir, havendo um início de tumulto, logo superado pela onda negra que fazia pressão para que não se parasse nos corredores.

Tomamos o ponto central com nossas bandeiras, com nossas palavras, com nossa cor preta. A disposição arquitetônica deste centro mercantilista é perfeita para este tipo de ato, pois dos vários andares poder-se-ia avistar o nosso grito de protesto.

As forças de segurança do Estado racista brasileiro estavam em nosso encalço, mas fizeram as intervenções de rotina. Os militantes do movimento negro se revezavam ao microfone para dar o recado nunca antes ouvido pela elite branca que gastava ali o dinheiro advindo do suor do povo negro deste país.

Os olhares de perplexidade foram a tônica. Incredulidade da burguesia por termos chegado até onde chegamos. Ouvir verdades nunca foi o forte dessa gente. Enfatizo o fato de que o alvo poderia ter sido qualquer outro Shopping, mas era preciso algo a simbolizar nossa história de exclusão.

Esse templo do consumo carrega em seu nome a característica eugênica de nossa elite branca pensante de fins do século XIX e início do século XX. Nossas palavras fizeram eco. Nossa intenção jamais foi reclamar participação e existência naquele ambiente de luxo. Nossa intenção era denunciar, olho no olho, quem vive a custa do suor do povo negro.

Encerramos a manifestação e nossa alma foi duplamente lavada pela chuva que caía sem cessar. Vivemos um grande momento de Panteras Negras com aquela entrada. O Povo negro deste país existe e vai exigir sua participação em suas riquezas, doa a quem doer.”
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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Aeroportos: PiG é contra. Será ?


Amiga navegante desatenta teve que ouvir o Merval Pereira na CBN, a rádio que troca a notícia.

É uma catilinária contra a Petrobrás e o PT, daquelas que o embaixador americano adora ouvir e depois é apanhado no WikiLeaks.

Nada de novo.

O Estado é incompetente e não tem dinheiro.

Tinha mesmo que vender a Vale a preço de banana.

A Petrobrás é um cabide de emprego do PT.

O sistema de exploração do pré-sal tinha que ser o da concessão do Governo Cerra/FHC.

Clique aqui para ler sobre concessão e partilha a propósito da privatização dos aeroportos.

(“Concessão” vem de “conceder”, não é isso, amigo navegante ?

Daquele jeito que o Cerra prometeu à Chevron, não é isso ? ).





Agora, porém, o Merval, a Urubóloga e todos os que militam na mesma Igreja do neolibelismo (*) estão numa sinuca de bico.
Ou bem gostam da privatização da Dilma ou não gostam.
Gostam, porque agora até o PT faz privatização.
É o que diz o grande estadista Álvaro Dias, da tribuna do Senado.
Um discurso paralisante, tal a qualidade da oratória e a profundidade do raciocínio.
(Dizem que o Aloysio 300 mil também falou na mesma tecla, mas não se percebeu, diante da magnitude da retórica do Dias.)
Acabou o Fla-Flu, proclamou a “musa” da Privataria Tucana.
Os Privatas do Caribe, diria o Amaury Ribeiro Junior, estão perdoados pela racionalidade da Dilma Rousseff.
(Sobre isso, convém ler o discurso de Humberto Costa no Senado, logo após o fulgurante pronunciamento de Dias.)
Mas, como a privatização da Dilma foi estatizante, porque tem o pé na porta e preserva o interesse nacional, aí, eles estão uma fera.
Não !
O modelo não é esse !
Tem que entragar tudo !
Tira esse pé da porta !
O ansioso blogueiro desconfia que o PiG (**), como previu a notável Judith Brito, presidente do Sindicato do PiG (**), é que é a verdadeira Oposição.
O Dias é a banda larga.
O conteúdo são o Merval, a Urubóloga e seus condiscípulos.
Eles pensam o que o Aloysio 300 e o Dias repetem no Senado.
Porque não tem o que pensar, eles mesmos.
E a Oposição verdadeira, o PiG (**), não gosta da privatização da Dilma.
Prefere a outra.
A da Privataria.




Paulo Henrique Amorim


(*) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

CADÊ OS ARTISTAS DA GLOBO GOTA D'ÁGUA? PARA GRINGO NÃO VALE? OU PENSAM QUE ESTÃO LIDANDO COM VIRA-LATAS COMO ELES? TÔ CANSADINHA.....Confissão do presidente da Chevron escancara o "arrego" da Rede Globo

Alguns dias depois de a Globo viajar no avião da Chevron para fazer reportagem sobre o vazamento na Bacia de Campos a empresa texana foi obrigada a admitir que editou as imagens sobre a tragédia ambiental com o intuito de “ajudar” as autoridades brasileiras.
O maior órgão de imprensa do Brasil defende a demissão do Ministro do Trabalho por voar em avião de um prestador de serviços do ministério, considerando esta conduta inaceitável.
Muito bem!
No entanto, a Globo, após utilizar o avião da Chevron para gravar uma reportagem sobre o vazamento, passou os dias seguintes “tranqüilizando” a população brasileira quanto as dimensões do desastre.
Mas em audiência pública na Câmara dos Deputados, o presidente da texana Chevron, George Buck (não é Bush), foi obrigado a admitir que “editou” as imagens do vazamento. Ou seja, mandou ver um “fotoshop” para maquiar a real dimensão da tragédia.
Hoje (23 de novembro), a Agência Nacional do Petróleo suspendeu as atividades da Chevron no Brasil.
Inconformada, a Globo noticiou a investigação do TCU nos contratos da Petrobrás com a Chevron.
Quem abre o portal G1 nesta noite de quarta-feira , ao se deparar com a notícia da suspensão das atividades da empresa texana no Brasil, lê as seguintes noticias imediatamente abaixo da manchete principal:
Ø Vazamento está reduzido a um barril, segundo Chevron (positiva)
Ø Óleo em praia é improvável, diz IBAMA (positiva)
Ø TCU investigará contrato com a Petrobrás. (negativa - mas para a empresa brasileira)
Para defender a privataria e a entrega do subsolo brasileiro para as empresas estrangeiras a Globo perde o pudor e escancara o próprio arrego.
Os atores da Globo que se mostram tão atentos às causas ambientais, em especial à construção da usina de Belo Monte, podeiram se pronunciar também a respeito do vazamento da Chevron.
Ops! Mas esta não parece ser uma causa incorporada por nenhuma ONG financiada por recursos estrangeiros.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Traíra: Cerra negociou com EUA


Trata-se de um ato de traição.

Um governador de Estado negociar com um embaixador estrangeiro à revelia do Governo Federal.
Um ato de traição que demonstra, na essência, o caráter separatista da elite de São Paulo.
Desde a fundação do Partido Republicano Paulista, no fim do século XIX, à “revolução constitucionalista de 32” é assim: primeiro, São Paulo; o resto é o resto.
Não é a primeira vez que o WikiLeaks flagra Cerra de joelhos diante dos americanos: foi assim quando ele prometeu à Chevron entregar o pré-sal.
Observe-se, também, que, em lugar de informar o Itamaraty, Cerra ia usar o PiG (*).
“Vender”, terceirizar a segurança de São Paulo através do PiG (*).
Alguma novidade ?
Clique aqui para ler sobre “FHC, Cerra e o bispo de Guarulhos e a Ética dos Tucanos, segundo Max Weber”.
Como diria o Mauro Santayana, a propósito de um diretor da Vale que foi à encarregada de negócios da embaixada americana entregar os planos estratégicos da empresa, só tem um jeito: tratar esse pessoal a bala, diria Floriano Peixoto.




Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.


Floriano diria: só a bala

Publicado originalmente na Pública:

Serra, governador, pediu ajuda aos EUA contra ataques de PCC


Nova leva de documentos do Wikileaks revelam que Serra queria treinamento para lidar com bombas e ameaças no transporte público, que seriam de autoria da facção


Por Daniel Santini, especial para a Pública


Publicado originalmente pela Pública – livre reprodução desde que citada a fonte (CC)


Assim que assumiu o poder como governador de São Paulo, em janeiro de 2007, José Serra (PSDB) foi procurar o embaixador dos Estados Unidos no Brasil Clifford M. Sobel para pedir orientações sobre como lidar com ataques terroristas nas redes de metrô e trens, atribuídos por membros do governo paulista ao PCC.


O encontro foi o primeiro de uma série em que, como governador, Serra buscou parcerias na área de segurança pública, negociando diretamente com o Consulado Geral dos Estados Unidos, em São Paulo, sem comunicar ao governo federal. É o que revelam relatórios enviados à época pela representação diplomática a Washington e divulgados agora pela agência de jornalismo investigativo Pública, em parceria com o grupo Wikileaks.


Os documentos, classificados como “sensíveis” pelo consulado, são parte de um conjunto de 2.500 relatórios ainda inéditos sobre temas variados, que foram analisados em junho por uma equipe de 15 jornalistas independentes e serão apresentados em reportagens ao longo desta semana. Os telegramas que falam dos encontros de Serra com representantes dos Estados Unidos também revelam a preocupação do então governador com o poder do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas prisões.


Após tomar posse como governador, a primeira reunião de Serra com representantes dos Estados Unidos, realizada em 10 de janeiro de 2007, é descrita em detalhes em um relatório no dia 17.


Na conversa, que durou mais de uma hora, Serra apontou a segurança pública como prioridade de seu governo, em especial na malha de transporte público, disse o Estado “precisava mais de tecnologia do que de dinheiro” para combater o crime e indagou sobre a possibilidade de o DHS (Departament of Homeland Security) treinar o pessoal da rede de metrô e trens metropolitanos para enfrentar ataques e ameaças de bombas.


Semanas antes, três bombas haviam explodido, afetando o sistema de trens, conforme noticiado à época.


Em 23 de dezembro de 2006, um artefato explodiu próximo da estação Ana Rosa do Metrô. No dia 25, outra bomba explodiu dentro de um trem da CPTM na estação Itapevi, matando uma pessoa, e uma segunda bomba foi encontrada e levada para um quartel. Em   2 de janeiro de 2007, um sargento da Polícia Militar morreu tentando desarmar o dispositivo.


Segundo o documento diplomático, “membros do governo acreditam que o Primeiro Comando da Capital (PCC) pode ser o responsável pelos episódios recentes”.


O secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, chegou a entregar uma lista com questões sobre procedimentos adotados nos Estados Unidos e manifestou interesse em conhecer a rotina de segurança do transporte público de Nova York e Washington.


Também participaram desse primeiro encontro o chefe da Casa Civil Aloysio Nunes Ferreira, o secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, o secretário de Transportes, Mauro Arce, o coordenador de segurança do Sistema de Transportes Metropolitanos, coronel Marco Antonio Moisés, o diretor de operações do Metrô Conrado Garcia, os assessores Helena Gasparian e José Roberto de Andrade.


Parceria estabelecida


As conversas sobre as possíveis parcerias entre o governo de São Paulo e os Estados Unidos na segurança da rede de metrô e trens metropolitanos continuaram na semana seguinte, quando Portella  se reuniu com o cônsul-geral em São Paulo, o adido do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (Departament of Homeland Security – DHS) no Brasil e o responsável por assuntos políticos do consulado.


O encontro aconteceu em 17 de janeiro de 2007 e foi relatado em relatório no dia 24.


Acompanhado do secretário adjunto de segurança pública, Lauro Malheiros, e de outras autoridades da área, Portella falou sobre as dificuldades encontradas pelo Metrô em garantir a segurança da rede e informou sobre a tragédia ocorida nas obras da estação Pinheiros, dias antes (12 de janeiro de 2007), quando um desabamento provocou a morte de sete pessoas. No relatório, os representantes dos Estados Unidos destacam que a linha amarela é a primeira Parceria Público-Privada do Brasil e que o projeto foi lançado em meio à “grande fanfarra”.


Portella falou sobre os episódios anteriores de bombas e ameaças no metrô e “respondeu a uma série de questões preparadas pelo adido do DHS sobre a estrutura da rede” e disse que depois que as inspeções foram reforçadas, por causa das ameaças de bomba, mais pacotes suspeitos foram encontrados, e que mesmo “um saco de bananas ou de roupa suja” têm de ser examinados, o que provocava atrasos e paralisações no metrô. Novamente o PCC é mencionado: “Autoridades acreditam que a organização de crime organizado Primeiro Comando da Capital (PCC) pode ser responsável pelos ataques e relatam a prisão de um membro do PCC responsável pelo assassinato de um juiz em 2002”.


No final, Portella designou, então, o coronel da Polícia Militar José Roberto Martins e o diretor de Segurança do Metrô Conrado Grava de Souza para dar continuidade à parceria proposta.


Itamaraty


Nos meses seguintes, Serra voltou a se encontrar com representantes dos Estados Unidos e insistir em parcerias para lidar com o PCC.


Em 6 e 7 de fevereiro, conversou com o subsecretário de Estado dos EUA para Negócios Políticos, Nicholas Burns. De acordo com relatório de 1º de março de 2007, falou no encontro sobre a “enorme influência” que a organização tem no sistema prisional no Estado e pediu ajuda, incluindo tecnologia para “grampear telefones”.


Sua assessora para assuntos internacionais Helena Gasparian agradeceu a assistência na questão da segurança nos transportes públicose afirmou que a participação dos Estados Unidos foi “imensamente útil”.


Diante da sugestão de novas parcerias, o subsecretário Burns e o embaixador Sobel ressaltaram que seria importante obter aprovação do governo federal e destacaram que o Ministério de Relações Exteriores, o Itamaraty, “é às vezes sensível quanto a esses assuntos”.


O relatório afirma que “o governo estadual talvez precise de ajuda para convencer o governo federal sobre o valor de ter os Estados Unidos trabalhando diretamente com o Estado”. Serra disse que ele gostaria de falar com a mídia sobre a necessidade dessa ajuda.


Questionado pela agência Pública sobre esses relatórios, o professor Reginaldo Nasser, especialista no estudo de relações internacionais, de segurança internacional e de terrorismo da PUC de São Paulo, criticou a postura dos governador Serra e disse que acordos deste tipo devem ser intermediados pelo Itamaraty.


“Os Estados Unidos têm pressionado o Brasil para colocar terrorismo no Código Penal e o país até agora resistiu. Este tipo de acordo é uma relação de Estado para Estado e precisaria passar pelo governo federal”, explicou, destacando que, desde os ataques de 11 de Setembro, os Estados Unidos assumiram uma postura de polícia internacional. “Agentes agem com ou sem autorização em outros países, prendem, torturam e assassinam”, diz.


A assessoria de imprensa do Itamaraty disse que ninguém se posicionaria sobre as revelações dos documentos. Procurado por meio de sua assessoria, o ex-governador José Serra não retornou o contato da reportagem.

terça-feira, 15 de março de 2011

De joelhos, esperando Obama chegar


O presidente americano Barack Obama ainda nem chegou ao Brasil e já começaram as demonstrações de submissão explícita. Como bons colonizados que se prezam, os responsáveis por alguns noticiários já se prestam a fazer o papel de terceiro mundo domesticado que faz reverências as autoridades americanas.
Como na última visita de Hillary Clinton, onde promoveu um espetáculo deprimente de bajulação explícita usando jovens carentes para reproduzir perguntar amistosas escolhidas a dedo pela produção, a Rede Globo e demais afiliadas já saem a campo se esforçando para conseguir de populares, declarações bajulatórias em relação ao Obama, como se este fosse algum tipo de pop star idolatrado pelos brasileiros.
Obama foi uma das maiores fraudes midiáticas dos últimos tempos, e frustrou muita gente no mundo inteiro que acreditava que cumpriria as promessas de campanha de desfazer a imagem negativa daquele país, visto como intervencionista, imperialista, que despreza os direitos humanos e que tem sido o maior risco para a paz mundial. Na prática, foi mais do mesmo que seus antecessores.
Em baixa em seu próprio país, Obama vem enfrentando a ira de parte de seus próprios apoiadores nas eleições, que também se deixaram levar pela bandeira de mudanças significativas. Nos EUA é visto como pato manco, sem controle do congresso americano e com chances remotas de se eleger.
Para a felicidade do Obama existem os bajuladores históricos de qualquer que seja o presidente americano da vez, dispostos a estender o tapete vermelho por onde ele passa. Nada como uma visita em um país com uma imprensa com complexo de vira-latas como a nossa para recuperar a auto-estima de um presidente com baixa popularidade, e ele pode ficar tranqüilo que para a velha mídia brasileira ele ainda é rei.
Eu sinceramente não tenho estômago para agüentar esses espetáculos de submissão explícita e o meu controle remoto anda nervoso. A Rede Globo faz o papel de Otávio Mangabeira da vez, e para quem não sabe quem foi ele, se trata do deputado que se ajoelhou e beijou a mão do ex-presidente americano Dwight Eisenhower, quando este visitou o Brasil em 1946, fotografado por Ibrahim Sued, como pode ser visto na imagem destacada desse post. Até hoje esse episódio serve como maior exemplo da submissão da elite brasileira em relação as autoridades norte-americanas
É degradante ver uma emissora que passou décadas tentando humilhar o ex-presidente Lula Por não fazer parte da elite peçonhenta do qual fazem parte, se rebaixar dessa forma para um presidente americano, passando uma imagem distorcida do povo brasileiro. Espero que esse acontecimento ajude a alertar os brasileiros que ainda tem orgulho próprio sobre as intenções de determinados veículos de imprensa, sobretudo a Rede Globo.
Comprem babadores e joelheiras e enviem para a Rede Globo, eles devem estar muito necessitados de acessórios como esses.