Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
Mostrando postagens com marcador canalhices. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador canalhices. Mostrar todas as postagens

domingo, 27 de maio de 2012

Degradação do Judiciário

Gilmar Mendes degradou o judiciário, como previsto por Dalmo Dallari


Dalmo de Abreu Dallari 

São Paulo, quarta-feira, 08 de maio de 2002

Nenhum Estado moderno pode ser considerado democrático e civilizado se não tiver um Poder Judiciário independente e imparcial, que tome por parâmetro máximo a Constituição e que tenha condições efetivas para impedir arbitrariedades e corrupção, assegurando, desse modo, os direitos consagrados nos dispositivos constitucionais.

Sem o respeito aos direitos e aos órgãos e instituições encarregados de protegê-los, o que resta é a lei do mais forte, do mais atrevido, do mais astucioso, do mais oportunista, do mais demagogo, do mais distanciado da ética.

Essas considerações, que apenas reproduzem e sintetizam o que tem sido afirmado e reafirmado por todos os teóricos do Estado democrático de Direito, são necessárias e oportunas em face da notícia de que o presidente da República, com afoiteza e imprudência muito estranhas, encaminhou ao Senado uma indicação para membro do Supremo Tribunal Federal, que pode ser considerada verdadeira declaração de guerra do Poder Executivo federal ao Poder Judiciário, ao Ministério Público, à Ordem dos Advogados do Brasil e a toda a comunidade jurídica.

Se essa indicação vier a ser aprovada pelo Senado, não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional. Por isso é necessário chamar a atenção para alguns fatos graves, a fim de que o povo e a imprensa fiquem vigilantes e exijam das autoridades o cumprimento rigoroso e honesto de suas atribuições constitucionais, com a firmeza e transparência indispensáveis num sistema democrático.

Segundo vem sendo divulgado por vários órgãos da imprensa, estaria sendo montada uma grande operação para anular o Supremo Tribunal Federal, tornando-o completamente submisso ao atual chefe do Executivo, mesmo depois do término de seu mandato. Um sinal dessa investida seria a indicação, agora concretizada, do atual advogado-geral da União, Gilmar Mendes, alto funcionário subordinado ao presidente da República, para a próxima vaga na Suprema Corte. Além da estranha afoiteza do presidente -pois a indicação foi noticiada antes que se formalizasse a abertura da vaga-, o nome indicado está longe de preencher os requisitos necessários para que alguém seja membro da mais alta corte do país.

É oportuno lembrar que o STF dá a última palavra sobre a constitucionalidade das leis e dos atos das autoridades públicas e terá papel fundamental na promoção da responsabilidade do presidente da República pela prática de ilegalidades e corrupção.
A comunidade jurídica sabe quem é o indicado e não pode assistir calada e submissa à consumação dessa escolha inadequada
É importante assinalar que aquele alto funcionário do Executivo especializou-se em "inventar" soluções jurídicas no interesse do governo. Ele foi assessor muito próximo do ex-presidente Collor, que nunca se notabilizou pelo respeito ao direito. Já no governo Fernando Henrique, o mesmo dr. Gilmar Mendes, que pertence ao Ministério Público da União, aparece assessorando o ministro da Justiça Nelson Jobim, na tentativa de anular a demarcação de áreas indígenas. Alegando inconstitucionalidade, duas vezes negada pelo STF, "inventaram" uma tese jurídica, que serviu de base para um decreto do presidente Fernando Henrique revogando o decreto em que se baseavam as demarcações. Mais recentemente, o advogado-geral da União, derrotado no Judiciário em outro caso, recomendou aos órgãos da administração que não cumprissem decisões judiciais.

Medidas desse tipo, propostas e adotadas por sugestão do advogado-geral da União, muitas vezes eram claramente inconstitucionais e deram fundamento para a concessão de liminares e decisões de juízes e tribunais, contra atos de autoridades federais.

Indignado com essas derrotas judiciais, o dr. Gilmar Mendes fez inúmeros pronunciamentos pela imprensa, agredindo grosseiramente juízes e tribunais, o que culminou com sua afirmação textual de que o sistema judiciário brasileiro é um "manicômio judiciário".

Obviamente isso ofendeu gravemente a todos os juízes brasileiros ciosos de sua dignidade, o que ficou claramente expresso em artigo publicado no "Informe", veículo de divulgação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (edição 107, dezembro de 2001). Num texto sereno e objetivo, significativamente intitulado "Manicômio Judiciário" e assinado pelo presidente daquele tribunal, observa-se que "não são decisões injustas que causam a irritação, a iracúndia, a irritabilidade do advogado-geral da União, mas as decisões contrárias às medidas do Poder Executivo".

E não faltaram injúrias aos advogados, pois, na opinião do dr. Gilmar Mendes, toda liminar concedida contra ato do governo federal é produto de conluio corrupto entre advogados e juízes, sócios na "indústria de liminares".

A par desse desrespeito pelas instituições jurídicas, existe mais um problema ético. Revelou a revista "Época" (22/4/ 02, pág. 40) que a chefia da Advocacia Geral da União, isso é, o dr. Gilmar Mendes, pagou R$ 32.400 ao Instituto Brasiliense de Direito Público -do qual o mesmo dr. Gilmar Mendes é um dos proprietários- para que seus subordinados lá fizessem cursos. Isso é contrário à ética e à probidade administrativa, estando muito longe de se enquadrar na "reputação ilibada", exigida pelo artigo 101 da Constituição, para que alguém integre o Supremo.

A comunidade jurídica sabe quem é o indicado e não pode assistir calada e submissa à consumação dessa escolha notoriamente inadequada, contribuindo, com sua omissão, para que a arguição pública do candidato pelo Senado, prevista no artigo 52 da Constituição, seja apenas uma simulação ou "ação entre amigos". É assim que se degradam as instituições e se corrompem os fundamentos da ordem constitucional democrática.

Dalmo de Abreu Dallari, 70, advogado, é professor da Faculdade de Direito da USP. Foi secretário de Negócios do município de São Paulo (administração Luiza Erundina).

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

CADÊ OS ARTISTAS DA GLOBO GOTA D'ÁGUA? PARA GRINGO NÃO VALE? OU PENSAM QUE ESTÃO LIDANDO COM VIRA-LATAS COMO ELES? TÔ CANSADINHA.....Confissão do presidente da Chevron escancara o "arrego" da Rede Globo

Alguns dias depois de a Globo viajar no avião da Chevron para fazer reportagem sobre o vazamento na Bacia de Campos a empresa texana foi obrigada a admitir que editou as imagens sobre a tragédia ambiental com o intuito de “ajudar” as autoridades brasileiras.
O maior órgão de imprensa do Brasil defende a demissão do Ministro do Trabalho por voar em avião de um prestador de serviços do ministério, considerando esta conduta inaceitável.
Muito bem!
No entanto, a Globo, após utilizar o avião da Chevron para gravar uma reportagem sobre o vazamento, passou os dias seguintes “tranqüilizando” a população brasileira quanto as dimensões do desastre.
Mas em audiência pública na Câmara dos Deputados, o presidente da texana Chevron, George Buck (não é Bush), foi obrigado a admitir que “editou” as imagens do vazamento. Ou seja, mandou ver um “fotoshop” para maquiar a real dimensão da tragédia.
Hoje (23 de novembro), a Agência Nacional do Petróleo suspendeu as atividades da Chevron no Brasil.
Inconformada, a Globo noticiou a investigação do TCU nos contratos da Petrobrás com a Chevron.
Quem abre o portal G1 nesta noite de quarta-feira , ao se deparar com a notícia da suspensão das atividades da empresa texana no Brasil, lê as seguintes noticias imediatamente abaixo da manchete principal:
Ø Vazamento está reduzido a um barril, segundo Chevron (positiva)
Ø Óleo em praia é improvável, diz IBAMA (positiva)
Ø TCU investigará contrato com a Petrobrás. (negativa - mas para a empresa brasileira)
Para defender a privataria e a entrega do subsolo brasileiro para as empresas estrangeiras a Globo perde o pudor e escancara o próprio arrego.
Os atores da Globo que se mostram tão atentos às causas ambientais, em especial à construção da usina de Belo Monte, podeiram se pronunciar também a respeito do vazamento da Chevron.
Ops! Mas esta não parece ser uma causa incorporada por nenhuma ONG financiada por recursos estrangeiros.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Mas é muito sem-vergonha... essa revista Veja...

A  revista Veja soltou uma edição extra para bajular a nova presidenta eleita. Partindo de qualquer outra revista seria normal, mas partindo da Veja e da forma que fez, nunca vi tamanha cara-de-pau e tanta sem-vergonhice.



Depois de capas e mais capas seguidas acusando-a de ser uma espécie de megera que mandava fazer dossiês, e de fazer ilações sobre responsabilidade por atos de terceiros, traz um texto carregado de elogios bajuladores e nenhuma crítica. Termina o texto, abanando o rabo igual à um cachorrinho, querendo se safar de processos e com lobismo:
O pronunciamento, feito na noite de domingo em Brasília, mostrou uma presidente eleita senhora do lugar que agora ocupa e com plena consciência das prioridades políticas, econômicas e sociais do país. Mas, principalmente, salientou sua fé no papel presidencial de zelar pela Constituição e, consequentemente, pelo respeito aos direitos ali assegurados. Dilma reafirmou o respeito irrestrito à liberdade de expressão e seu reconhecimento de que “as críticas do jornalismo livre ajudam o país e são essenciais aos governos democráticos, apontando erros e trazendo o necessário contraditório”. Um grande começo.

Isso dois dias depois da edição de sábado passado (véspera da eleição), quando fez uma capa atacado o presidente Lula, com reportagens imbecis, tais como uma comparação de fotos com Fidel Castro.


Em busca de uma bolsa "famiglia" Civita

A famíglia Civita, dona da revista, desde os tempos da ditadura, sempre manteve o comércio de notícias como negócio, em estreita colaboração com o poder.

Verbas governamentais, empréstimos generosos, determinaram a linha editorial chapa-branca ou oposicionista.

Uma notícia desgastante pode ser atenuada. A versão simpática ao governo pode prevalecer sobre uma versão oposicionista, ou realista. Uma notícia capaz de gerar crises, pode ser encoberta com outra, como cortina de fumaça.

Quem não é "cliente" da revista, nem direito de ser ouvido com isenção, consegue. Quem é "bom cliente", só tem noticia negativa publicada com provas, e quando já vaza para outros órgãos de imprensa, e sem viés golpista e com direito de resposta.

O presidente Lula mandou às favas a revista. Não quis conversa. Não ficava almoçando com a famíglia Civita.

Deu um basta na relação de corrupção que existia entre a imprensa e o poder nos governos anteriores.

Agora, a revista "estende a mão" à nova presidenta eleita, mas não em gesto de boa vontade, e sim com o pires na mão, em busca de verbas governamentais, em troca de uma linha editoral mais chapa-branca.

É o bolsa "famiglia" Civita.

Que Dilma faça como Lula fez e mande a famiglia Civita passar o pires nas empresas privadas e privatizadas. Que vivam como empresa no capitalismo, em vez de mamar nas tetas do governo.

A revista escreveu sobre o compromisso de Dilma de zelar pela Constituição e, consequentemente, pelo respeito aos direitos ali assegurados.

Excelente: que sejam assegurados os direitos à honra de quem a tem assassinada por revistas como a Veja.

A revista esqueceu um detalhe importante: a Constituição impõe DEVERES também. O papel da presidente também é garantir que sejam cumpridos.

"Reaças" devem cancelar assinaturas

O que sobra de bom nisso tudo, é que os reacionários que lêem a revista não devem ter gostado dessa bajulação, e devem cancelar assinaturas.

Ou talvez, a falta de compromisso da revista com seus leitores reacionários seja um indicador de que nem eles existem em número significativo. Há suspeitas de que a revista não tem mais público, e vive de uma circulação artificial bancada por assinaturas de órgãos públicos como as compradas pelo governo do Estado de São Paulo na gestão Serra (PSDB), do governo do Distrito Federal, na gestão de José Roberto Arruda (Ex-DEMos), e da distribuição gratuita.