Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 29 de abril de 2014

Merval e seu labirinto Quem manda acreditar na Folha …


Ataulfo e Cerra - é tudo a mesma sopa, diria o Mino !

O Conversa Afiada reproduz o Miguel do Rosário, do Cafezinho, o primeiro a revelar a evasão fiscal da Globo – cadê o DARF?

(Como se sabe, aqui o Merval é tratado de Ataulfo (*).)

Merval em seu labirinto



Peço desculpas aos leitores por trazer esse chorume para cá, mas eu preciso rebater essas mentiras:

Trecho da coluna do Merval de hoje:

“Não haveria grandes novidades nessa fala, a não ser a medição do que foi política e do que foi jurídico na opinião de Lula, mas o ex-presidente mostrou mesmo o desencontro de seus pensamentos quando, confrontado com o fato de que as pessoas condenadas eram líderes do PT, disse ao entrevistador que eram pessoas que não mereciam a sua confiança.”


É uma mentira. Assista ao vídeo. Eu recortei exatamente o trecho em questão:






É incrível como as falas de Lula são, sistematicamente, distorcidas. Lula não disse que os petistas presos “não eram homens de sua confiança”. A repórter fazia uma pergunta e dizia: “… homens de sua confiança…”. Lula a interrompe e diz: “Não se trata de homens de minha confiança”. A interpretação de texto correta, em função do uso do termos “não se trata”, é a seguinte: “Não se trata disso“. Lula queria dizer: a questão não é essa, o negócio é que “não houve mensalão”.

Esta afirmação: “não houve mensalão” foi o ataque mais direto já feito por Lula à farsa montada pela mídia e setores corruptos ou manipulados do Ministério Público e do STF. O primeiro procurador federal a montar a farsa, Antônio Fernando de Souza, livrou a cara de Daniel Dantas e inventou a teoria escalafobética do desvio da Visanet. Hoje Souza é advogado de Daniel Dantas. Joaquim Barbosa escondeu o Inquérito 2474 e depois mentiu aos ministros dizendo que “não tinha nada a ver com a Ação Penal 470″. Com isso, ele escondeu, de seus colegas, da opinião pública e da defesa, documentos essenciais para se compreender o que a imprensa denominava ser o “mensalão”, sobretudo o Laudo 2828, que inocentava Henrique Pizzolato e derrubava o pilar central daquela farsa.

Merval, em seguida, insiste em outra mentira. A de que Lula respondeu, a uma repórter, estar “por fora” do escândalo da Petrobrás. Lula havia respondido que “estava fora” do país, mas que teria o maior prazer em responder às questões quando voltasse ao Brasil.

Veja o que Merval diz:


Dias antes desta entrevista, ele se escusou de comentar o escândalo da Petrobras alegando para os jornalistas estar “por fora”. Como ficou muito feio dizer que estava “por fora” da compra polêmica da usina de Pasadena realizada no seu governo, Lula consertou a declaração dizendo, como sempre, que a culpa era da imprensa, os jornalistas entenderam errado. Ele dissera, na verdade, que estava fora (do país) e por isso não falaria sobre o assunto.

Lula não “consertou a declaração”. A própria Folha, que foi o jornal que obteve a declaração de Lula, deu uma errata definitiva, até porque não havia dúvidas.


A degradação do colunismo político da nossa imprensa tradicional chegou ao fundo do poço. Agora não há mais sequer o escrúpulo de ser fiel a uma gravação do que disse o entrevistado. Toma-se a liberdade de inventar palavras que não dissemos, e interpretar às avessas o significado do que falamos.

O que nos consola é saber que, apesar do grande número de pessoas que ainda são vítimas diárias dessas manipulações, cresce com muito mais velocidade o número de outras que adquiriram maior consciência política sobre esse tipo de mentira.



(*) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.

domingo, 27 de maio de 2012

Degradação do Judiciário

Gilmar Mendes degradou o judiciário, como previsto por Dalmo Dallari


Dalmo de Abreu Dallari 

São Paulo, quarta-feira, 08 de maio de 2002

Nenhum Estado moderno pode ser considerado democrático e civilizado se não tiver um Poder Judiciário independente e imparcial, que tome por parâmetro máximo a Constituição e que tenha condições efetivas para impedir arbitrariedades e corrupção, assegurando, desse modo, os direitos consagrados nos dispositivos constitucionais.

Sem o respeito aos direitos e aos órgãos e instituições encarregados de protegê-los, o que resta é a lei do mais forte, do mais atrevido, do mais astucioso, do mais oportunista, do mais demagogo, do mais distanciado da ética.

Essas considerações, que apenas reproduzem e sintetizam o que tem sido afirmado e reafirmado por todos os teóricos do Estado democrático de Direito, são necessárias e oportunas em face da notícia de que o presidente da República, com afoiteza e imprudência muito estranhas, encaminhou ao Senado uma indicação para membro do Supremo Tribunal Federal, que pode ser considerada verdadeira declaração de guerra do Poder Executivo federal ao Poder Judiciário, ao Ministério Público, à Ordem dos Advogados do Brasil e a toda a comunidade jurídica.

Se essa indicação vier a ser aprovada pelo Senado, não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional. Por isso é necessário chamar a atenção para alguns fatos graves, a fim de que o povo e a imprensa fiquem vigilantes e exijam das autoridades o cumprimento rigoroso e honesto de suas atribuições constitucionais, com a firmeza e transparência indispensáveis num sistema democrático.

Segundo vem sendo divulgado por vários órgãos da imprensa, estaria sendo montada uma grande operação para anular o Supremo Tribunal Federal, tornando-o completamente submisso ao atual chefe do Executivo, mesmo depois do término de seu mandato. Um sinal dessa investida seria a indicação, agora concretizada, do atual advogado-geral da União, Gilmar Mendes, alto funcionário subordinado ao presidente da República, para a próxima vaga na Suprema Corte. Além da estranha afoiteza do presidente -pois a indicação foi noticiada antes que se formalizasse a abertura da vaga-, o nome indicado está longe de preencher os requisitos necessários para que alguém seja membro da mais alta corte do país.

É oportuno lembrar que o STF dá a última palavra sobre a constitucionalidade das leis e dos atos das autoridades públicas e terá papel fundamental na promoção da responsabilidade do presidente da República pela prática de ilegalidades e corrupção.
A comunidade jurídica sabe quem é o indicado e não pode assistir calada e submissa à consumação dessa escolha inadequada
É importante assinalar que aquele alto funcionário do Executivo especializou-se em "inventar" soluções jurídicas no interesse do governo. Ele foi assessor muito próximo do ex-presidente Collor, que nunca se notabilizou pelo respeito ao direito. Já no governo Fernando Henrique, o mesmo dr. Gilmar Mendes, que pertence ao Ministério Público da União, aparece assessorando o ministro da Justiça Nelson Jobim, na tentativa de anular a demarcação de áreas indígenas. Alegando inconstitucionalidade, duas vezes negada pelo STF, "inventaram" uma tese jurídica, que serviu de base para um decreto do presidente Fernando Henrique revogando o decreto em que se baseavam as demarcações. Mais recentemente, o advogado-geral da União, derrotado no Judiciário em outro caso, recomendou aos órgãos da administração que não cumprissem decisões judiciais.

Medidas desse tipo, propostas e adotadas por sugestão do advogado-geral da União, muitas vezes eram claramente inconstitucionais e deram fundamento para a concessão de liminares e decisões de juízes e tribunais, contra atos de autoridades federais.

Indignado com essas derrotas judiciais, o dr. Gilmar Mendes fez inúmeros pronunciamentos pela imprensa, agredindo grosseiramente juízes e tribunais, o que culminou com sua afirmação textual de que o sistema judiciário brasileiro é um "manicômio judiciário".

Obviamente isso ofendeu gravemente a todos os juízes brasileiros ciosos de sua dignidade, o que ficou claramente expresso em artigo publicado no "Informe", veículo de divulgação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (edição 107, dezembro de 2001). Num texto sereno e objetivo, significativamente intitulado "Manicômio Judiciário" e assinado pelo presidente daquele tribunal, observa-se que "não são decisões injustas que causam a irritação, a iracúndia, a irritabilidade do advogado-geral da União, mas as decisões contrárias às medidas do Poder Executivo".

E não faltaram injúrias aos advogados, pois, na opinião do dr. Gilmar Mendes, toda liminar concedida contra ato do governo federal é produto de conluio corrupto entre advogados e juízes, sócios na "indústria de liminares".

A par desse desrespeito pelas instituições jurídicas, existe mais um problema ético. Revelou a revista "Época" (22/4/ 02, pág. 40) que a chefia da Advocacia Geral da União, isso é, o dr. Gilmar Mendes, pagou R$ 32.400 ao Instituto Brasiliense de Direito Público -do qual o mesmo dr. Gilmar Mendes é um dos proprietários- para que seus subordinados lá fizessem cursos. Isso é contrário à ética e à probidade administrativa, estando muito longe de se enquadrar na "reputação ilibada", exigida pelo artigo 101 da Constituição, para que alguém integre o Supremo.

A comunidade jurídica sabe quem é o indicado e não pode assistir calada e submissa à consumação dessa escolha notoriamente inadequada, contribuindo, com sua omissão, para que a arguição pública do candidato pelo Senado, prevista no artigo 52 da Constituição, seja apenas uma simulação ou "ação entre amigos". É assim que se degradam as instituições e se corrompem os fundamentos da ordem constitucional democrática.

Dalmo de Abreu Dallari, 70, advogado, é professor da Faculdade de Direito da USP. Foi secretário de Negócios do município de São Paulo (administração Luiza Erundina).

sábado, 16 de julho de 2011

Desmascarando Merval Pereira.A forma mais eficiente de desmascarar um mentiroso


A forma mais eficiente de desmascarar um mentiroso é dando a ele espaço para mentir, pois mentirosos subestimam a inteligência alheia.  Se quem mente for inteligente, é mais difícil desmascará-lo. Alguns mentirosos, porém, são estúpidos e sabem disso, mas confiam em “ferramentas” que lhes permitiriam sustentar as mentiras mais frágeis e, assim, tornam-se mais ousados.
O “imortal” Merval Pereira é um homem de Inteligência escassa, por isso conta mentiras mal-elaboradas. Mas por que os gigantes de pés de barro das comunicações prestigiam alguém tão estúpido em vez de buscarem mentirosos que elaborem melhor as suas mentiras? Simples: poucos jornalistas se dispõem a mentir sobre bases tão frágeis. Merval é cultuado pelos barões da mídia porque é burro o suficiente para achar que poderão sustentar suas invencionices.
A prova da burrice desse indivíduo se exibe, despudorada, em artigo que publica no jornal O Globo deste sábado, no qual deixa ver que seus senhores acusaram o golpe que lhes representou o escândalo que fechou as portas do jornal britânico “The News of the World”, do barão internacional da mídia Rupert Murdoch.
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O Globo
16 de julho de 2011
Obsessão
Merval Pereira
Como se sabe, temos no Brasil dois grandes especialistas em imprensa: o ex-presidente Lula e o ex-ministro José Dirceu. Os dois dedicam-se, desde os primeiros meses do primeiro mandato do petista na Presidência da República, a tentar aprovar legislações que controlem a informação, uma tendência que vem se alastrando por toda a América Latina.
O movimento de contenção da liberdade de imprensa está presente em diversos países, como Venezuela, Argentina, Bolívia e Equador, onde TVs, rádios e jornais vão sendo fechados sob os mais variados pretextos, e muitos outros são ameaçados com diversas formas de pressão, seja financeira, seja por meio de medidas judiciais.
No início do governo, tivemos que lutar contra a criação de várias agências oficiais. A Agência Nacional de Cinema e Audiovisual daria poderes para o governo interferir na programação da televisão e direcionar o financiamento de filmes e de toda a produção cultural para temas que estivessem em sintonia com as metas sociais do governo.
O Conselho Nacional de Jornalismo teria a finalidade de controlar o exercício da profissão e poderes para punir, até mesmo com a cassação do registro profissional, os jornalistas que infringissem normas de conduta que seriam definidas pelo próprio conselho.
Os mesmos grupos políticos continuam empenhados em aprovar novos tipos de cerceamento à liberdade de imprensa no país, sob o pretexto de exercer um “controle social” sobre os meios de comunicação, sendo que o Partido dos Trabalhadores decidiu que uma das prioridades é o que chamam, paradoxalmente, de “democratização da comunicação”.
A presidente Dilma, ao assumir o governo, relegou a um plano secundário um projeto que objetivava controlar a informação, sob o pretexto de regulamentação dos novos meios eletrônicos.
Nossos dois “especialistas” voltaram às suas obsessões nos últimos dias. Lula motivado pelas críticas ao apoio oficial ao Congresso da UNE, onde foi o grande homenageado. E José Dirceu incentivado pelo escândalo na imprensa inglesa que provocou o fechamento do jornal “News of the World”, além da demissão de vários dirigentes do conglomerado de informações do magnata Rupert Murdoch, uma espécie de “cidadão Kane” pós-moderno.
Insistindo nos seus equívocos, Lula tentou pela enésima vez menosprezar o peso dos jornais tradicionais que chamaram a reunião da UNE de chapa-branca. E declarou-se “invocado” por considerar que a imprensa não larga do seu pé.
A pretexto de consolar o presidente da UNE, Augusto Chagas, o ex-presidente garantiu a ele que os grandes jornais do Rio e de São Paulo não têm alcance nacional e não chegariam, segundo o ex-presidente, à Baixada Fluminense ou ao ABC paulista.
“Eles não perceberam que as coisas estão mudando no Brasil. O povo não quer mais intermediário entre eles e a informação. O povo está se informando de muitas formas. Muitas formas. E não apenas naqueles (meios) que habitualmente achavam que formavam”, argumentou o ex-presidente, revelando sua peculiar postura ética, além de ignorância em relação à circulação das informações nas novas mídias.
Se a notícia não chega a todo o país, e muito menos ao interior, então não é preciso se preocupar, ensina Lula. O fato em si não tem a menor importância, desde que a grande massa de cidadãos permaneça na ignorância deles.
Esquece-se o presidente que, da mesma maneira que a internet e as novas mídias sociais permitem que as informações circulem mais largamente, com versões de várias fontes, elas também levam as reportagens da grande imprensa aos recantos mais longínquos do país.
Estudo recente demonstra que as reportagens da grande imprensa são replicadas no Facebook, no Twitter e em outras mídias sociais, amplificando sua repercussão.
O ex-presidente também se esqueceu que, no Brasil, a circulação dos jornais vem crescendo, especialmente a dos chamados “jornais populares”, o que leva as questões nacionais a esse público que Lula pretende controlar sozinho, sem a interferência de outros agentes.
Além do mais, os blogs mais acessados são justamente os que se ligam aos principais jornais do país, cujas marcas e tradição lhes dão os meios para apuração das notícias e a credibilidade que muitas vezes faltam a blogs personalistas.
Não é à toa que a presidente Dilma Rousseff vem demitindo ministros e assessores do primeiro escalão com base em denúncias da chamada “grande imprensa”. E, se considerasse mesmo desimportantes os grandes jornais, Lula não perderia seu tempo com eles.
Não há dúvida de que, com o surgimento das novas tecnologias, os jornais perderam a hegemonia da informação, mas continuam sendo fatores fundamentais para cidadania.
O jornalista espanhol José Luis Cebrian, diretor do “El País”, talvez o jornal mais influente hoje da Europa, considera que os jornais perderam a centralidade da formação da opinião pública, mas continuam sendo um “contrapoder”, com uma enorme influência, embora menor do que anteriormente à chegada das mídias sociais.
Ele relembrou em recentes entrevistas que os jornais continuam sendo importantes para a institucionalização democrática dos países, embora precisem se adaptar à nova realidade tecnológica.
Já o escândalo das escutas ilegais do jornal britânico “News of the World” fez com que o ex-ministro José Dirceu recuperasse o fôlego, depois de ter sido reafirmado pelo procurador-geral da República Roberto Gurgel como o “chefe da quadrilha” do mensalão, e voltasse à carga em seu blog na campanha pela “regulação da mídia”, nova maneira de denominar sua permanente tentativa de controlar a informação.
A gravidade do que aconteceu no “News of the World”, com escutas ilegais e chantagens, liga perigosamente a prática de crimes comuns ao jornalismo, o que é inaceitável e põe em risco a própria essência da liberdade de expressão. O jornalismo, instrumento da democracia, não pode se transformar em atividade criminosa.
O interessante é que nem mesmo na Grã-Bretanha, epicentro dessa grave crise do jornalismo, está em discussão uma legislação oficial para controlar meios de comunicação.
São grandes as críticas à atuação da Press Complaints Commission (comissão de queixas sobre a imprensa), órgão formado pelos próprios jornais para se autorregular, e há um amplo debate sobre a revisão de seus critérios para reconquistar a confiança do público britânico.
Mas até agora não apareceu nenhum Dirceu para defender o controle governamental da imprensa.
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O ataque que o pistoleiro de O Globo faz ao ex-presidente Lula e ao ex-ministro José Dirceu, ironizando suas posições sobre a libertinagem que é a comunicação no Brasil, por razão que logo ficará clara deixa de fora um ator importante da democratização da comunicação tentada pelo governo anterior, o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República Franklin Martins.
Nos dias 9 e 10 de novembro do ano passado, o Governo Federal promoveu o “Seminário Internacional das Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias”, convocado por iniciativa de Franklin. O evento teve a finalidade de debater os impactos das mudanças tecnológicas. O objetivo foi o de fornecer subsídios para legisladores, reguladores, formuladores de políticas públicas e segmentos empresariais e da sociedade civil que lidam com as diversas questões relacionadas às comunicações.
Naquele Seminário, foi possível discutir os rumos das comunicações eletrônicas por meio da troca de experiências com outros países e conhecer os avanços e limitações de seus processos regulatórios. Participaram, como palestrantes, dirigentes e representantes de órgãos de regulação da mídia dos países que detêm as legislações mais avançadas nessa questão. Foram convidados os dirigentes das seguintes entidades:
- Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom/Portugal)
-Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC/Portugal)
- Conselho Superior do Audiovisual (CSA – Conseil Supérieur de l´Audiovisuel/França)
- Comissão de Mercado das Telecomunicações (CMT – Comisión del Mercado de las Telecomunicaciones/Espanha)
- Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual (AFSCA – Autoridad Federal de Servicios de Comunicación Audiovisual/Argentina)
- Office of Communications (Ofcom/Reino Unido)
- Comissão Federal de Comunicações (FCC – Federal Communications Commission/Estados Unidos)
Além dos dirigentes de agências reguladoras da comunicação social dos países mais desenvolvidos nessa área, foram convidados especialistas na área de regulação da Comissão Européia, da Unesco e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O convite a essas pessoas e entidades mostra quão falsas são as alegações de Merval. O que se buscava, então, era dar ao Brasil um desses órgãos que todo país civilizado tem. E quando ele diz, em seu texto mentiroso, que isso ERA buscado, é porque o atual governo parece ter abandonado os projetos do governo anterior nesse sentido. E esse é um dos três únicos elementos de verdade no texto mentiroso do colunista de O Globo – os outros serão revelados mais adiante.
Merval afirma que “nem mesmo na Grã-Bretanha, epicentro dessa grave crise do jornalismo, está em discussão uma legislação oficial para controlar meios de comunicação”. Ora, mas é claro que não está em discussão, simplesmente porque essa legislação já existe, além de uma agência reguladora, a Ofcom, que, matreiramente, o colunista de O Globo omite que existe. Não existe apenas a “Press Complaints Commission (comissão de queixas sobre a imprensa), órgão formado pelos próprios jornais para se autorregular”.
De acordo com a exposição de Vicent Edward Affleck, diretor internacional da agência britânica de regulação da mídia, a Ofcom (sigla em inglês para Office of Communications), o órgão é gerido por um colegiado misto, formado pela sociedade civil e funcionários públicos indicados pelo Estado. Além do que, grupos de interesse da sociedade civil atuam ativamente na fiscalização da mídia e acionam a agência em casos que considerem irregulares.
O que pretendia o governo Lula, portanto, era apenas isso, pois não temos nada parecido no Brasil. A mídia faz o que quer, quando quer e como quer. É uma “casa da mãe Joana”. E Merval sabe disso porque participou ativamente do evento promovido pela Secom, que foi, inclusive, mediado por um representante da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão). Ou seja: Merval mente.
Mas há dois outros elementos de verdade no texto majoritariamente mentiroso desse sujeito. Um desses elementos está presente quando ele reconhece que “São grandes as críticas à atuação da Press Complaints Commission (comissão de queixas sobre a imprensa), órgão formado pelos próprios jornais para se autorregular”. E que “Há um amplo debate sobre a revisão de seus critérios para reconquistar a confiança do público britânico”.
O que aconteceu na Inglaterra, aconteceu porque, apesar de o país ter uma legislação de regulação da mídia anos-luz à frente da nossa – que, aliás, nem existe –, esse país ainda é, de fato, o mais liberal nesse aspecto. As agências francesa (CSA) e portuguesa (ERC), porém, consideram que a legislação inglesa de autorregulação é responsável pelo escândalo do The News of the World simplesmente porque não se pode pôr a raposa para tomar conta do galinheiro.
De qualquer forma, tanto no Reino Unido quanto nos demais países a legislação é dura e fiscaliza com mão de ferro sobretudo a imparcialidade dos meios de comunicação, principalmente durante períodos eleitorais.
Por fim, o terceiro elemento de verdade na empulhação de Merval Pereira pode ser visto quando ele reconhece que “Com o surgimento das novas tecnologias, os jornais perderam a hegemonia da informação”. Apesar de apresentar o fato como símbolo do poder dos barões da mídia que Lula e José Dirceu colocaram em questão, o dado correto é o de que ela perdeu a hegemonia que detinha.
Nesse aspecto, vale a pena ler texto bem mais honesto de um colega de Merval nas Organizações Globo. Artigo recente do jornalista Paulo Moreira Leite, em seu blog, mostra o fato pelo aspecto correto. É imprescindível a leitura desse texto porque revela a razão do desespero que leva a família Marinho a usar gente como Merval para tentar tapar o sol com a peneira.
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Do blog de Paulo Moreira Leite
12 de julho de 2011
A herança que chegou a todos nós
Na medida em que surgem novas indecências no arquivo de imoralidades praticadas pelos jornais de Robert Murdoch, torna-se obrigatório fazer uma pergunta maior.
A questão é definir o papel de Robert Murdoch, o maior empresário de comunicações do planeta, no negócio mundial da mídia. É uma questão imensa e complicada, vamos combinar. Mas é possível fazer algumas observações.
Todos nós, jornalistas e leitores, temos consciência de que no mundo inteiro existe um fenomeno que costuma ser descrito como uma crise nos meios de comunicação. Jornais e revistas não param de perder leitores. O mesmo ocorre com canais abertos de TV e com emissoras de rádio.
O conteúdo da mídia, diz-se, tornou-se menos profundo, menos plural, mais superficial e mais vulgar. Sem dúvida, é cada vez mais apelativo.
Não há dúvida de que boa parte dessas dificuldades é o resultado de mudanças no modo de vida das sociedades contemporâneas.
Podemos listar vários fatores. Por exemplo: os cidadãos querem viver num mundo mais horizontal — e a velha mídia funciona no esquema clássico das sociedades verticais. Graças não só a internet, mas também a formidável elevação dos níveis de educação, o leitor comum possui hoje um acesso primário à informação e a cultura que lhe permite dispensar boa parte das reportagens e análises que as revistas e jornais tem para oferecer.
Há outras mudanças, porém, que são produto de transformações ocorridas dentro da mídia. Não foi só o mundo que mudou. O produto também mudou. E, sob vários aspectos, mudou para pior.
Acho difícil negar que Murdoch e suas empresas tenham dado uma contribuição importante nestas mudanças.
Com um império econômico de vários bilhões de dólares, instalado no centro do capitalismo mundial, operando no segundo idioma dos 6 bilhões de moradores do planeta, Murdoch ajudou a trazer uma nova lógica para um velho negócio. Não foi o único, com certeza. Mas, pela economia e pela geografia, foi um dos mais importantes e talvez o mais decisivo.
No passado, quando  o  jornalismo era uma profissão invejada pela influencia e prestígio havia a preocupação com um certo rigor na informação, com a separação entre o público e o privado, na distinção clássica entre os interesse da Igreja (o jornal) e o Estado (a empresa).
É claro que todos procuravam equilibrar o negócio. As vendas e a conquista de novos leitores sempre foi um ponto essencial da atividade. Mas havia um pouco de pudor. Nem tudo era industria, comercio e finanças. A preocupação com vendas não fazia parte da pauta das redações.
De uns anos para cá, ocorreu uma mudança no eixo da profissão.
Para dizer muito numa frase curta, o jornalismo banalizou-se. Tornou-se uma atividade empresarial como tantas outras. Frequentemente procura ser rentável como um investimento de alto risco,  alienada como uma fábrica de sabonetes, descartável como filminho que a TV  exibe à tarde.
Murdoch foi um dos homens que ajudou a alterar a lógica dessa atividade. Não por acaso, o crescimento de suas empresas coincide com uma mudança no padrão do jornalismo, nos valores em vigor em muitas redações, na meta de trabalho e formação dos profissionais.
Antes, as empresas jornalísticas eram fruto de investimentos de origem familiar, com compromissos definidos por seus fundadores e patronos, competindo por leitores num mercado onde não faltava espaço para a diversidade e a concorrência.
Com uma reconhecida capacidade para encontrar oportunidades favoráveis a seus interesses e batalhar com afinco por eles, Murdoch ajudou a transformar as empresas de comunicação em grandes corporações, impessoais, sem perfil e sem história, dependentes e até associadas a grandes grupos financeiros. Em suas mãos, o pequeno negócio deixou de fazer sentido. Precisava do grande capital, do monopólio do mercado.
Embora nunca tivesse renunciado a suas idéias políticas, de profunda matriz conservadora, sua prioridade real não envolve a qualidade do conteúdo que oferecia — mas a força de mercado que cada novo jornal, cada nova emissora de TV, poderia lhe acrescentar. Seu interesse fundamental não envolvia a mídia como entretenimento, como formação de cidadãos, como parte da democracia, como notícia, mas como instrumento de poder.
Daí a profusão de aquisições, compras e fusões. Embora jamais tenha aberto mão de escândalos em seus veículos, a estratégia não era competir mas eliminar os adversários, transformando-se na única opção para anunciantes e consumidores.
Denuncias e investigações fizeram a glória do jornalismo desde sempre. Mas, enquanto bons jornais e revistas produzem revelações com alguma relação com o interesse público, a rede de Murdoch procura o sucesso em questões privadas, em reportagens que desmoralizam e humilham seus personagens.
Se fosse um empresário fraco, numa cidade remota da Austrália, Murdoch teria criado uma igreja de jornalismo de alcance local e folclórica, como tantas que se encontra em pontos diversos do mundo.
Mas, pelo seu tamanho e sua influencia, tornou-se um padrão imitado e copiado, com outra lógica e outra finalidade. Pela força econômica e pela crescente influencia política, impôs seus métodos aos países onde passou a atuar, num processo de contágio crescente e irresistível, contaminando concorrentes incapazes de enfrentar a chamada desvantagem competitiva.
Como me disse certa vez um dos grandes empresários de mídia do Brasil:
– Se o seu maior concorrente é um grande sonegador de impostos, você tem tres coisas a fazer: ou começa a sonegar impostos como ele, para competir em igualdade de condições. Ou prepara-se para ter custos maiores e lucros menores. Ou muda de ramo.
Foi isso o que ocorreu com a mídia em torno de Murdoch — e não estamos falando de sonegação de impostos, evidentemente.
Felizmente, não é em todo lugar que os repórteres contratam empresas de investigação para promover escutas telefônicas e bisbilhotar a saúde de crianças.
Nem todos os governos se curvam diante dos senhores da mídia de seus respectivos países.
Seria igualmente errado dizer que todas as empresas de comunicação aplicam os mesmos métodos e exibem a mesma falta de escrúpulos.
Mas é difícil negar que há um pouco de Robert Murdoch no pior do que a imprensa mundial exibe hoje, concorda?
BLOG CIDADANIA _ EDUGUIM

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Lula chama de cara-de-pau propostas de Serra sobre salário mínimo e Bolsa Família


Lula chama Serra de "cara-de-pau"


FÁBIO GUIBU
ENVIADO ESPECIAL A ARACAJU (SE)

http://amoralnato.blogspot.com/
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira, 
durante comício em Aracaju (SE), duas das principais propostas do
 candidato do PSDB à Presidência, José Serra: a criação do 13º Bolsa Família e
 o aumento do salário mínimo para R$ 600.

Sem citar nomes, Lula classificou de "cara-de-pau" quem prometeu
 o pagamento do 13º e disse que aqueles que hoje defendem o aumento
 do mínimo não o fizeram quando governaram o país.

"Quando nós criamos o Bolsa Família, era esmola", declarou o presidente. 
"Hoje, estão até na maior cara-de-pau prometendo 13º para o Bolsa Família", disse. 
"Eles pensam que nós somos aqueles eleitores bobinhos de 20 anos atrás", ironizou.


Leia mais em: O esquerdopata
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