Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 29 de abril de 2014

Merval e seu labirinto Quem manda acreditar na Folha …


Ataulfo e Cerra - é tudo a mesma sopa, diria o Mino !

O Conversa Afiada reproduz o Miguel do Rosário, do Cafezinho, o primeiro a revelar a evasão fiscal da Globo – cadê o DARF?

(Como se sabe, aqui o Merval é tratado de Ataulfo (*).)

Merval em seu labirinto



Peço desculpas aos leitores por trazer esse chorume para cá, mas eu preciso rebater essas mentiras:

Trecho da coluna do Merval de hoje:

“Não haveria grandes novidades nessa fala, a não ser a medição do que foi política e do que foi jurídico na opinião de Lula, mas o ex-presidente mostrou mesmo o desencontro de seus pensamentos quando, confrontado com o fato de que as pessoas condenadas eram líderes do PT, disse ao entrevistador que eram pessoas que não mereciam a sua confiança.”


É uma mentira. Assista ao vídeo. Eu recortei exatamente o trecho em questão:






É incrível como as falas de Lula são, sistematicamente, distorcidas. Lula não disse que os petistas presos “não eram homens de sua confiança”. A repórter fazia uma pergunta e dizia: “… homens de sua confiança…”. Lula a interrompe e diz: “Não se trata de homens de minha confiança”. A interpretação de texto correta, em função do uso do termos “não se trata”, é a seguinte: “Não se trata disso“. Lula queria dizer: a questão não é essa, o negócio é que “não houve mensalão”.

Esta afirmação: “não houve mensalão” foi o ataque mais direto já feito por Lula à farsa montada pela mídia e setores corruptos ou manipulados do Ministério Público e do STF. O primeiro procurador federal a montar a farsa, Antônio Fernando de Souza, livrou a cara de Daniel Dantas e inventou a teoria escalafobética do desvio da Visanet. Hoje Souza é advogado de Daniel Dantas. Joaquim Barbosa escondeu o Inquérito 2474 e depois mentiu aos ministros dizendo que “não tinha nada a ver com a Ação Penal 470″. Com isso, ele escondeu, de seus colegas, da opinião pública e da defesa, documentos essenciais para se compreender o que a imprensa denominava ser o “mensalão”, sobretudo o Laudo 2828, que inocentava Henrique Pizzolato e derrubava o pilar central daquela farsa.

Merval, em seguida, insiste em outra mentira. A de que Lula respondeu, a uma repórter, estar “por fora” do escândalo da Petrobrás. Lula havia respondido que “estava fora” do país, mas que teria o maior prazer em responder às questões quando voltasse ao Brasil.

Veja o que Merval diz:


Dias antes desta entrevista, ele se escusou de comentar o escândalo da Petrobras alegando para os jornalistas estar “por fora”. Como ficou muito feio dizer que estava “por fora” da compra polêmica da usina de Pasadena realizada no seu governo, Lula consertou a declaração dizendo, como sempre, que a culpa era da imprensa, os jornalistas entenderam errado. Ele dissera, na verdade, que estava fora (do país) e por isso não falaria sobre o assunto.

Lula não “consertou a declaração”. A própria Folha, que foi o jornal que obteve a declaração de Lula, deu uma errata definitiva, até porque não havia dúvidas.


A degradação do colunismo político da nossa imprensa tradicional chegou ao fundo do poço. Agora não há mais sequer o escrúpulo de ser fiel a uma gravação do que disse o entrevistado. Toma-se a liberdade de inventar palavras que não dissemos, e interpretar às avessas o significado do que falamos.

O que nos consola é saber que, apesar do grande número de pessoas que ainda são vítimas diárias dessas manipulações, cresce com muito mais velocidade o número de outras que adquiriram maior consciência política sobre esse tipo de mentira.



(*) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.

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