Para um país que teria perdido a credibilidade diante dos investidores, de acordo com analistas no mercado e na imprensa, resultado impressiona: crescimento de 6,3% nos investimentos, que tiveram queda de 4% em 2012, foram a grande diferença para o crescimento de 2,3% do País no ano passado; consumo das famílias também teve impacto importante
Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
quinta-feira, 13 de junho de 2013
Para rico, incentivo; a pobre, populismo
Quando o caro amigo ou a cara amiga ler ou ouvir a palavra populismo, cuidado.
Em geral, é um adjetivo usado para desqualificar o que é bom para o povo.
Hoje, em editorial, o Estadão diz que o crédito facilitado para que os beneficiários do programa “Minha Casa, Minha Vida” comprem móveis e eletrodomésticos é “um ato populista”.
Porque “o Tesouro terá de subsidiar o novo programa de estímulo ao consumo”.
Curioso é que esse argumento não vale quando quem é estimulado é o capital, não o consumo.
Não há preocupação com quanto sai do Tesouro para bancar a elevação da taxa de juros. Nem com quanto deixa de entrar com o fim do IOF sobre investimentos estrangeiros.
Exigem superávits cada vez maiores, a qualquer preço, no Brasil. Mas os europeus, os EUA, o Japão, todos eles têm déficits astronômicos e ninguém os chama de populistas.
Quando Lula, em 2009, tirou o IPI de uma série de produtos para enfrentar a crise européia também não faltaram críticas deste tipo: populista, irresponsável, eleitoreiro.
E, se não fosse isso, a marolinha teria sido mesmo um tsunami.
O financiamento oferecido ao público do Minha Casa, Minha Vida, além do benefício imensurável que traz à vida doméstica de milhões de brasileiros de baixa renda, tem outros méritos.
Inclusive no combate à inflação.
Ao fixar valores máximos para os produtos elegíveis para a compra, a linha de crédito contribuirá para segurar os preços de várias linhas de consumo. Que empresa desejará, por alguns reais, deixar seus produtos fora dos limites do que pode ser financiado? Além disso, com a alta do dólar, o que é produzido aqui, com custos em real, será mais competitivo, certamente.
A roda da economia vai girar e é isso o que mantém a bicicleta equilibrada.
A finalidade das políticas econômicas é produzir bem estar, não superávits a qualquer custo social.
Isso não é populismo. Isso é considerar a economia um bem de todo o povo, não a economia para os bens de uns poucos.
Por: Fernando Brito
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quarta-feira, 5 de junho de 2013
Pilar sólido da economia? O mercado interno, claro
A decisão do Ministro Guido Mantega de zerar a alíquota do Imposto Sobre Operações Financeiras para investimentos estrangeiros em renda fixa em ações pode ter sido necessária, diante da inversão do fluxo de capitais para o Brasil.
E não é só nas aplicações em renda fixa, mas também nos valores em Bolsa: em maio, registrou-se, depois de meses de saldo positivo, uma saída de R$ 1,16 bilhão da Bovespa.
Nada assustador, pois o saldo no ano segue positivo em mais de R$ 8 bilhões. E só os lançamentos de ações atraíram US$ 6,5 bilhões este ano para o mercado de país, pouco menos da metade desse valor proveniente de investidores externos.
Mas isso tem pouca influência – exceto em movimentos pontuais – sobre as pressões do câmbio.
Estas pressões vêm dos sinais cada vez mais intensos de que o Federal Reserve pode reduzir, em breve, o expansionismo monetário que realiza desde a criação do “Quantitative Easing”, um programa de injeção de liquidez no mercado dos EUA.
Ontem, uma dirigente do Banco Central do Kansas, que tem assento no “Copom” americano, falou que os mercados “estão viciados em dinheiro barato”. Também ontem se confirmaram os indicadores de recuperação do consumo americano, que resultou num déficit comercial 8,5% maior em abril, comparado a maio.
Mesmo que não faça uma elevação de juros, o Banco Central americano vai endurecer – ou parar de afrouxar – a expansão monetária por lá.
É isso, e não o pequeno terrorismo econômico brasileiro, que interfere no fluxo de dólares.
Mas, então, como responder a isso?
Bem, não vai ser pelas fórmulas ortodoxas que sempre se praticaram aqui e que, a rigor, só foram rompidas em 2009, quando nos atrevemos a enfrentar a crise apelando para o potencial econômico do povo brasileiro.
Domingo, no Estadão, o professor Amir Kayr já apontava a necessidade de agir não como deseja o mercado, ou de forma errática, com medidas pontuais.
No artigo “Chega de ficar parado!“, Kayr coloca o dedo na ferida:
“A política econômica deve seguir um plano estratégico que parta do potencial que o País possui, que é seu imenso mercado interno, indústria e serviços diversificada e posição forte na produção de alimentos e de commodities metálicas.
Esse potencial está sendo pouco explorado. O mercado interno permite um nível de consumo bem acima do atual, pois, para adquirir bens, as pessoas têm de pagar um sobrepreço elevado (a parcela de juros embutida no valor a ser adquirido). Esse sobrepreço existe em todo o mundo e é de cerca de 10% nos países emergentes e de 3% nos países desenvolvidos. Aqui é de 90% (!). Esse é o freio que inibe o consumo. Se não for retirado, será impossível explorar o potencial que o mercado interno possui.”
Consumo, prossegue, se consegue com salário e crédito. A expansão da massa salarial perdeu força e o crédito “tem péssima qualidade devido às taxas de juros abusivas ao consumidor e às empresas.”
Uma e outro pioram com a decisão do BC de subir os juros. Mais recursos públicos que poderiam ser carreados para programas de transferência de renda vão para a conta financeira e o crédito, que já é dependente dos bancos públicos, ficará mais caro e difícil.
Kayr faz uma defesa explícita de menos “pavor” com o câmbio e a inflação. O primeiro significa a oportunidade de voltar a buscar mercado no mundo. A elevação de preços, diz ele, já tinha amainado e não tem espaço para subir muito num mundo onde inflação não é a tônica dos mercados.
O professor pode ser duro, porque no campo teórico as coisas são sempre bem mais simples que na administração da economia. Mas tem toda a razão no rumo que aponta, porque estamos, muito mais do que caminhando no rumo traçado, respondendo às pressões dos agentes do mundo das finanças: bancos, fundos, mídia…
E deixando em segundo plano o imenso poder do grande e verdadeiro poder da economia: a sociedade formada não mais por 25 ou 30% dos brasileiros, mas pela imensa maioria dos 200 milhões de cidadãos deste país.
Por: Fernando Brito
quinta-feira, 28 de março de 2013
POR QUE TANTA MÁ VONTADE?
Projeção de crescimento aponta para PIB de 3,1% este ano, o maior do último triênio; desemprego de 5,6% é o menor em 14 anos, assim como a taxa de juros de 7,25% é a mais baixa dos últimos 20 anos; previsão do Banco Central é de queda de 15% na tarifa de energia e de 2% na de telefonia; empréstimos para empresas crescem 75% em janeiro na Caixa, apontando para investimentos produtivos; inadimplência se mantém estável; preços administrados devem subir 2,7%, dentro da meta traçada; por que esses números não são destacados pela mídia tradicional?
28 DE MARÇO DE 2013 ÀS 13:34
247 - Entre 1999 e 2002, na gestão do fundador do Gávea Investimentos, Armínio Fraga, na presidência do Banco Central, a inflação saltou de 8,44% para 12,53%, variando entre 5,97% e 7,67% nos dois anos intermediários. As metas de inflação daquele quadriênio estouraram por três vezes, sendo respeitadas, com a entrada na variação permitida pela banda pré-estabelecida, em apenas um exercício. Era o segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, com Pedro Malan no Ministério da Fazenda. A alegação para a quebra de todos os limites impostos pelo próprio BC, invariável: culpa da crise internacional.
A mídia tradicional, naquela quadra histórica, não apenas compreendia o momento, como aquiescia diante das decisões e elevou Fraga ao patamar de intocável, no qual ele está até hoje.
Nos últimos dois anos, o cenário de crise permaneceu tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. O euro, moeda única do Velho Continente, quase virou pó, com os países membros da União Européia tendo conseguido um consenso em torno da manutenção de sua moeda apenas depois de meses de longas reuniões. Países industrializados como a Itália, ascendentes como Portugal e modelares como a Espanha chegaram perto de quebrar. Aconteceu com a Grécia. Para todos, foram necessários bilhões de euros em ajuda para impedir o pior. No entanto, os efeitos da crise que, para ser contida nos Estados Unidos, leva o Federal Reserv a manter as taxas de juros no patamar zero até 2015 – decisão anunciada formalmente –, não levaram o Banco Central do Brasil, como no passado da virada dos anos 1990 para 2000, a estourar suas metas. Ao contrário.
Com base nos indicadores econômicos dos três primeiros meses deste ano, o Banco Central apresentou nesta quinta-feira 28 projeção de crescimento do PIB para 2013 de 3,1%. O resultado, uma vez confirmado, será o melhor do último triênio. A taxa de desemprego, medida pelo IBGE, também hoje foi anunciada em de 5,6%, a menor da série histórica iniciada em 1999. Ou seja, a mais baixa em 14 anos.
Sobre investimentos produtivos, a Caixa Econômica Federal divulgou um dado relevante. A carteira de crédito para pessoas jurídicas (empresas) chegou a R$ 67 bilhões em fereiro, num salto de 75% sobre o mesmo mês do ano passado. A inadimplência de pagamentos, ao mesmo tempo, se mostrou estável em 2%. Os indicadores mostram que os empresários voltaram a tomar recursos para investimentos produtivos, e têm conseguido pagar suas contas junto ao credor CEF.
No campo dos preços, as previsões convergem para estimar uma baixa generalizada de 15% nas tarifas de energia elétrica, beneficiando consumidores residenciais e a indústria, e de 2% nas contas de telefonia. É uma redução próxima à espetacular para um País que já tem mais telefones celulares do que habitantes. Os preços administrados, que na projeção de dezembro divulgada pelo BC poderiam ter alta de 2,4%, têm elevação prevista agora até dezembro de 2,7%. A taxa de inflação, antes projetada para 4,8%, foi ajustada para 5,7%.
Todos os números acima foram divulgados nesta manhã, em relatórios públicos do Banco Central e do IBGE. O destaque da mídia tradicional, porém, como se notava pelos títulos principais dos portais UOL, Estadão e G1, por volta do meio-dia, era apenas um: a taxa de inflação de 5,7%.
O que não foi dito ali com igual destaque, em prejuízo dos leitores, é que a nova projeção era integralmente esperada pelo mercado. E continua, a previsão de 5,7%, dentro da banda de variação de dois pontos acima ou abaixo do centro da meta, que é de 4,5%. Não houve um salto para além de 12%, como ocorreu no último ano da gestão de Fraga no BC. Os demais porcentuais que apontam para uma economia saudável, que vai quebrando, uma a uma, as ondas contrárias chegadas de fora para dentro do País, ficaram relegados a um plano inferior. De menor ou quase nenhuma visibilidade.
Trata-se, sem retoques, de uma estratégia comum de olhar o desempenho da economia brasileira pelo pior ângulo, embotando visualizações de um futuro diferente do que, por exemplo, o abismo do descontrole. Nesse rumo, até mesmo conclamações como as feitas pelos economistas Ilan Goldfajn e Alexandre Schwartasman, arautos do desemprego como forma de conter a inflação, ganham grandes espaços como se fizessem parte do debate sério da economia. "Gênios", como ironizou Delfim Netto.
Ainda bem que Malan está no Itaú Unibanco. E Fraga jogando golfe, aos domingos, no Itanhangá, e atuando no Gávea, e não no BC, nos dias úteis. (Marco Damiani)
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