Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 19 de abril de 2015

Os sete tipos de reacionários (e como debater com eles)

Se você já perdeu tempo tentando discutir política com reacionários, deve ter percebido que existem tipos diferentes desses indivíduos, cada um com um estilo particular de “argumentação”. Nesse artigo bem humorado tentaremos desvendar os sete tipos de reacionário, o que há de errado com eles e como devemos agir.
“Quem são os reaças? Onde vivem? De que se alimentam?” (Sérgio Chapelin, sobre reacionários)
Começaremos pelos mais inteligentes e depois seguiremos em direção aos de comunicação mais difícil.
Reacionários Educados
Esses são os mais raros. Eventualmente você esbarra em um em público ou num fórum on-line. Podem ser os mais difíceis de lidar. Eles aprenderam tudo o que há pra se aprender sobre suas posições (de uma perspectiva reacionária). Educaram-se sobre todas as razões que justificam seus posicionamentos como corretos, mas não estão interessados em nada que contradiga suas crenças.
O problema: Qualquer um com internet e cinco minutos livres consegue encontrar algo que descredite completamente sua versão dos “fatos”. Mesmo quando rebatidos, continuam a voltar aos argumentos iniciais, tentam mudar o assunto para algo onde se sintam mais confortáveis ou começam a expressar opiniões sem mérito factual.
Debatendo: Mantenha-os no assunto. Não deixe que ignorem seus contrapontos e mudem o assunto para você. São mestres nisso, mas se você conseguir mantê-los no assunto, começarão a expressar opiniões para as quais você poderá dizer “você tem fatos ou estatísticas que sustentem essa opinião?”.

Reacionários “Globais”
Estes estão entre os mais raivosos. Assistem aos jornais da Globo ou outras mídias de massa burguesas, leem a Veja e acreditam que isso os faz especialistas em política (do mesmo modo que acreditam que assistir ao jogo os faz técnicos e assistir à missa os faz santos). O único conhecimento político que apresentam é uma papagaiada sem base. Quando você os contrapõe, te chamam de “esquerdopata”, “comuna”, “socialista”, etc. Eles acham que todo revolucionário é um socialista que quer tirar seu dinheiro e entregar para pessoas que não merecem.
O problema: Eles não têm ideia do que estão falando. Geralmente estão repetindo coisas ditas pelo Arnaldo Jabor ou, com mais azar, pelo Olavo de Carvalho. Eles acreditam que movimentos anticapitalistas querem roubar sua liberdade (toda a liberdade que o dinheiro possa comprar), mas não compreendem o conceito de capitalismo, nem reconhecem como esses movimentos foram cruciais para que ele tivesse os direitos que têm hoje. Eles acham que o PT é comunista, e se você discorda dizem que você é um leitor da Carta Capital. Dizem que você é uma ovelha, mas esperam que você aceite cegamente tudo o que dizem, sem questionar.
Debatendo: Mantenha-se pedindo fatos e comprovações para as afirmações que fazem até que se desesperem e te chamem dos nomes já citados. Peça-os para enumerar quais os direitos que os movimentos anti-capitalistas já o roubaram (talvez eles digam que perderam o “direito de proibir a união homossexual” ou coisa do tipo, mantenha-se cobrando fatos). Eles tendem a ser violentos, então se estiver cara-a-cara, fique de olho em suas mãos.
Reacionários Cristãos
Estes reacionários são hipócritas. Eles fazem tudo em nome de Jesus, enquanto simultaneamente agem da maneira mais anticristã humanamente possível. Defendem armamento da população, são pró-militares, contrários à igualdade de direitos entre os sexos e à emancipação feminina e, principalmente, ignoram todos os trechos da bíblia que demonstram que Jesus era um personagem revolucionário (e libertário). As partes que mais esquecem são as de “amar o próximo como a si”, “não julgar” e a em que joga filhos contra pais e pais contra filhos. Porque o patriarcado não pode ser agredido, não é mesmo? Eles também acreditam que países em guerra estão assim por falta de Deus no coração, mesmo que quase a totalidade desses países seja de religião abraâmica e siga essencialmente o mesmo deus (com mais rigor!)… E eles odeiam os gays, claro.
O Problema: Eles fazem coisas horríveis em nome do Senhor. Eles acham que aqueles que discordam estão condenados ao inferno, porque são pessoas más. Eles acreditam que somos uma nação cristã, mesmo com uma influência inegável de cultos indígenas e afro-brasileiros em nossa cultura. E eles dizem defender a liberdade religiosa, mas condenam tudo o que não é cristão como “demoníaco”. Ah, eles também negam a evolução…
Debatendo: Insista na mensagem de “amor” cristão. Jesus os orientou a amar incondicionalmente e não julgar. Pergunte como eles acreditam que Cristo agiria no mundo de hoje frente à desigualdade social, e o que ele pensaria do dízimo que se paga às igrejas caça-níqueis. De qualquer forma, eles responderão com citações aleatórias e mostrarão que esse debate em específico é uma perda de tempo.
Reacionários “Contra a Corrupção”
Aqui estão os coleguinhas que vão aos protestos de branco, com a cara pintada de verde e amarelo, cantando o Hino Nacional ou a clássica do Geraldo Vandré. Eles querem um movimento bonito, higiênico, pacífico e, principalmente, passivo. Querem ir às ruas pra protestar por seus direitos, mas não conhecem seus direitos e menos ainda seus deveres. Acham que a polícia tem que sentar a borracha nos “vândalos” do Black Bloc, que eles nem sabem o que é. Dizem que a culpa do tráfico é do usuário, gostam de filmes como Tropa de Elite (alguns até citam Capitão Nascimento). O mais importante: defendem o fim da corrupção. Que corrupção? Não sabem. Mas quando dá preguiça de “vem pra rua”, eles ficam de “luto”.
O Problema: Esses indivíduos defendem pautas vazias. Aliás, eles querem enfiar essas pautas em qualquer lugar onde estejam, dizendo que as pessoas precisam ter foco (nas pautas vazias). São a pior praga dentro da Anonymous. Reproduzem-se como coelhos. Vão tentar levar qualquer debate para o eixo PT/PSDB, vão criminalizar movimentos sociais populares, mas vão defender reforma tributária (ignorando a transferência do poder do estado para o setor privado) e a reforma política (mesmo sem especificar o que é isso, significando, na prática, nada).
Debatendo: Peça que ele defina os conceitos que apresenta. Pergunte a que corrupção se refere, que reforma pretende. A melhor arma contra estes é a história. Tudo aquilo que eles almejam, na prática, até hoje foi conquistado com as práticas que eles condenam. Quando ironizarem o assistencialismo, traga estudos acadêmicos sobre seus resultados e deixe claro que esse é um pilar do capitalismo, para que ele mesmo não desabe em crise. Quando ele disser que o usuário financia o tráfico, pergunte se ele concorda que quem usa gasolina não é igualmente culpado pela guerra por petróleo no Oriente Médio.
Reacionários Xenófobos
Nessa categoria, incluem-se os que pensam que São Paulo é a locomotiva do Brasil, que defendem que o Sul se separe para formar um país de melhor IDH, que chamam tudo o que vive nas regiões Norte e Nordeste de “baiano” e os culpam pela crise urbana no Sudeste e, claro, as patricinhas e os mauricinhos que vão a aeroportos vaiar médicos cubanos. Esse tipo é complicado, porque é do tipo que tem medo de perder o pouquinho que tem pra “esses pobres”.
O Problema: Eles vão defender a superioridade de suas categorias. São meritocratas quando lhes convém, acham que um diploma te faz uma pessoa mais íntegra, mas colam em provas e compram carteiras de motorista. Eles acreditam que o êxodo rural encheu a cidade de gente “vagabunda”, mas dependem do serviço desses “vagabundos” até pra fazer um almoço. Quando você os contrariar, vão tentar te associar ao crime organizado ou ao terrorismo. E também vão dizer que “se usa chinelo não é índio”.
Debatendo: Desse grau pra baixo vai ficar difícil debater, já avisamos. Felizmente, as estatísticas atuam contra esses reacionários, assim como a política internacional, mas essas são esferas que eles não compreendem. E como eles também nunca “sentiram na pele” os problemas sociais, você vai ter que usar metáforas. Só não faça ironias com “Playstation” e “iPhone”, porque isso os deixa fora de controle.
Reacionários Racistas e Sexistas
Esses vêm quase por último por uma razão. Sabemos que racismo e sexismo não são exclusividade de reacionários. Sofremos muito com isso mesmo dentro dos grupos que se afirmam revolucionários. Mas essa junção funesta gera um dos piores tipos: o fascistóide. Eles não odeiam a Dilma pelas contradições de seu governo, mas essencialmente porque ela é mulher. Eles acreditam que liberdade de expressão é poder praticar ódio e discriminação sem sofrer consequências. Eles acreditam numa diferença “natural” fantasiosa entre homens e mulheres, entre brancos e negros, e entre heterossexuais e homossexuais que está muito distante da realidade científica. E por conta disso eles são máquinas de agressão e opressão, ainda que alguns de modo inconsciente.
O Problema: Eles são preconceituosos e discriminadores, mas quando você apontar isso, alegarão perseguição. Eles vão dizer que o dia da consciência negra e as cotas nas universidades é que são racistas, porque desprezam a história e a cultura do país, se pautando num silogismo pobre. Eles não sabem diferenciar a violência do opressor e a resistência do oprimido. Acima de tudo, eles não conseguem compreender porque as pessoas os chamam de machistas, racistas ou homofóbicos quando eles abriram um discurso com “eu tenho vários amigos gays, mas…” ou “eu respeito muito minha mulher e minhas filhas, mas…”. Pra finalizar, eles não entendem que democracia é o governo do povo. Todo o povo, e não só a maioria do povo.
Debatendo: Não se debate com fascistóides. Se os expurga. Você teria mais trabalho tentando convencer algum desses xucros sem educação do que são direitos humanos do que se tentasse convencer uma macieira a dar laranjas.
Reacionários Mal Educados
Esses reacionários são reacionários porque eles acham descolado. Eles têm amigos economistas, ou assistiram a uma meia dúzia de vídeos do Olavinho ou do Dâniel Fraga, então eles pensam que sabem do que estão falando. Eles têm uma gramática horrível, ignoram pontuações e têm uma tendência a escrever tudo em caixa alta (caps lock) e com vários pontos de exclamação, ASSIM!!! ACORDA BRASIL!!! ESSE É O PAÍS QUE VAI SEDIAR A COPA!!!???!!!. Irritante, não? Eles também esperam que você acredite em tudo o que eles dizem, só porque estão dizendo. E também citam vídeos de opinião quando você pede fontes que comprovem o que eles dizem.
O Problema: É difícil categorizar problemas num debate de ogros que não sabem se comunicar. Eles mal compreendem qual é seu posicionamento político, só repetem o que ouviram de um amigo ou viram num vídeo. Eventualmente, publicarão essas correntes mentirosas, com casos de um “famoso professor” que nunca existiu, ou do “grande economista” que nunca disse aquilo. Eles são 100% cegos aos fatos e só dão atenção ao que reforça suas crenças irracionais.
Debatendo: Não há lógica ou fatos que os vá convencer de nada. Você pode ser doutor na área, eles vão inventar uma desculpa do tipo “seu professor de história mentiu pra você” ou “esquerda e direita é coisa do passado”. No lugar de discutir com eles, tente explicar álgebra ao seu animal de estimação. Há mais chances de sucesso.
Esperamos que esse informativo lhes seja útil, ou ao menos que tenha servido como um desabafo coletivo. Lembrem-se disso antes de entrar em debates incansáveis nas redes sociais, pois nem sempre vale a pena. E saiba que esses grupos de reacionários reproduzem entre si e evoluem, como pokémons, então você poderá encontrar híbridos ou formas muito extremas de qualquer um deles.
Este artigo da @AnonymousFUEL foi inspirado no artigo “The 7 Types Of Republicans and How To Debate With Them”, de Matthew Desmond, na AddictingInfo.
http://www.addictinginfo.org/2013/08/01/the-seven-types-of-republicans-and-how-to-debate-them/

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Reforma Política: só com Lula na rua

A pouco mais de cem dias das eleições a rotatividade na política brasileira é tão intensa que fica difícil acompanhar o sopão das siglas que se misturam.

por: Saul Leblon 

Instituto Lula















A pouco mais de cem dias das eleições de outubro a rotatividade na política brasileira é tão intensa que fica difícil acompanhar o sopão das siglas se misturam pela manhã para se dissociarem à noite.

O ziguezague forma um caldeirão desprovido de qualquer  coerência retrospectiva ou prospectiva, para não falar de referencias de somenos importância, como história, ideologia, programas ou projetos de nação.

O cenário político estilhaçado é um dos gargalos à continuidade do desenvolvimento brasileiro, que requer o lastro de amplas maiorias para seguir em frente.

Hoje, é essa lava de interesses incandescentes que modela a composição e a lógica do Congresso brasileiro.

Vinte siglas se digladiam ali num jorro desordenado a equiparar a coerência programática de qualquer governante ao desafio de conduzir um trem longe dos trilhos.

Todos os governantes e todos os partidos são reféns dessa montanha russa desengonçada que compõe o sistema político brasileiro.

O sobe e desce abrupto nos dias que correm tem provocado  sugestivas manifestações de enjoo e indigestão.

O Prefeito do Rio, Eduardo Paes, por exemplo.

Ex-demo, ele  classificou de ‘bacanal’ a possível junção entre PMDB, seu atual partido, e o PSDB,  na disputa pelo governo do Estado.

Dias antes, fora a vez de a palavra ‘suruba’ dar o ar da graça no noticiário, para classificar o apoio do PSB ao PT na mesma disputa fluminense. O desabafo veio então do deputado federal pelo PSB, ex-verde, Alfredo Sirkis.

Beirando o despudor em relação ao eleitorado, ao contribuinte e à democracia, o  presidenciável Aécio Neves esponjou-se nesse ambiente carregado de cenas explícitas de promiscuidade.

O tucano exortou os convivas a um comportamento que ilustra o seu conceito de retidão republicana e respeito ao país e ao povo: ‘Suguem mais um pouquinho e depois venham para o nosso lado’, disse esse que se anuncia um cruzado mudancista na vida política nacional.

A sucção tem funcionado bem no seu nariz, mais precisamente em São Paulo, onde Alckmin apunhala Serra e ‘aspira’ Kassab, do PDS --que apoia Dilma--  para candidato a senador, na vaga do PSDB.

Foi no âmbito desse corso financiado pelo dinheiro privado  –com todos os complementos daí decorrentes--  que a discussão sobre a ‘corrupção petista’, catalisada pelo julgamento da AP 470, assumiu contornos de um imenso biombo.

Savonarolas de biografias inflamáveis e togas coléricas cerraram fileiras para fazer desse episódio  uma nuvem de fumaça capaz de desviar a atenção daquilo que o circunstanciava e decifrava: a urgência de uma reforma política para  libertar a democracia da subordinação a interesses que se impõem à revelia das urnas.

Alertas como os feitos atualmente por dirigentes do PT e membros do governo  --que advertem para a disseminação do estigma conservador, que colou no PT  o carimbo de corrupção --   são benvindos.

Mas correm o risco de perder a força renovadora que carregam, sempre que cederem lugar ao lamento reiterativo, em detrimento da mobilização por uma Constituinte destinada a promover uma mudança efetiva na política do país.

Lula, em vídeo recente em defesa dessa bandeira (https://www.youtube.com/watch?v=q1X66PR3KZ), foi eloquente em evocar a sua importância como um divisor na história brasileira.

“Para o Brasil continuar mudando, é preciso garantir a legitimidade das instituições e acabar com a interferência do poder econômico nas eleições”, afirmou reiterando que ela é ‘cada vez mais necessária e urgente; um clamor, que nasce das ruas, que vem da sociedade’.

O ex-presidente que deixou o governo com 80% de apoio popular pede adesão a um manifesto que pretende reunir 1,5 milhão de assinaturas para propor ao Congresso Nacional a convocação de uma Constituinte, exclusiva e soberana, com essa finalidade.

 A manifestação é convincente e ilustrativa da centralidade que a radicalização da democracia passou a ocupar na visão petista do que é prioritário – indispensável-- para destravar o passo seguinte desenvolvimento brasileiro.

Mas carece, ainda, de um lastro mobilizador efetivo.

A ausência desse requisito reflete certa prostração do campo progressista, que hesita em transformar o  aggiornamento histórico de suas reflexões em mobilizações de massa, necessárias para alterar, de fato, a correlação de forças que está na origem dos impasses brasileiros.

Intervenções como a de Lula terão a força requerida pelo objetivo a que se propõem, quando forem parte de um engajamento prático.

Uma determinação feita de agendas, comícios e caminhadas, claramente traduzidos em locais e datas que ofereçam alternativas à participação organizada de amplas esferas da sociedade, para além da franja dos iniciados.

Não apenas isso.

É indispensável  explicitar o vínculo entre democracia e superação da encruzilhada do desenvolvimento do país.

Portanto, entre reforma política e retomada do crescimento brasileiro.

Trata-se de rejeitar a mística conservadora de uma estabilidade em si da economia, fruto da terceirização dos destinos da sociedade aos impulsos dos ‘livres’ mercados.

Em primeiro lugar, a ideia de um capitalismo em equilíbrio é uma contradição nos seus próprios termos.

No capitalismo, a estabilidade reivindicada pela ortodoxia equivale, na verdade, à paz salazarista dos cemitérios, na qual o povo faz o papel de defunto e o dinheiro grosso, o de coveiro.

A retomada do crescimento por aí tem outro nome: concentração de renda; expropriação de direitos trabalhistas; regressão social e alienação do patrimônio público.

É o oposto do compromisso com a melhoria efetiva da qualidade de vida das amplas massas brasileiras.

 Só há uma receita econômica compatível com esse pacto: aquela que entende o desenvolvimento como um processo histórico de transformação da sociedade, o que implica superar estruturas existentes e criar outras novas.

Isso não se faz a frio.

 Ao contrário do que sugerem os dogmas neoliberais apregoados pelo jornalismo isento, quem determina a coerência macroeconômica nesse processo é a correlação de forças de cada época.

Dito de forma muito clara: para romper os torniquetes do dinheiro grosso é necessário poder; e poder hoje no Brasil implica subtrair espaços do mercado em favor da democracia.

Quem pode propiciar isso  é uma reforma política que amplie os canais de participação popular e assegure maior legitimidade à representação da sociedade.
Lula disse em recente encontro de blogueiros, em maio, que ela virá das ruas.
E ela só virá das ruas se Lula estiver nas ruas.

segunda-feira, 24 de março de 2014

GOVERNO REBATE S&P: PAÍS TEM SOLIDEZ NA ECONOMIA

quinta-feira, 13 de março de 2014

Conheça os 40 mandamentos do reacionário perfeito

"Cada um dos tópicos abaixo foi diretamente inspirado nas falas ou nas atitudes de pessoas de carne e osso

Por Gustavo Moreira, em seu Blog / Pragmatismo Político  

1-Negue sistematicamente a existência de qualquer conflito de classe, gênero, etnia ou origem regional ao seu redor, mesmo que o problema seja evidente até aos olhos do turista mais desatento. Afinal, sempre nos foi ensinado que a sociedade é um todo harmônico.

2-Não sendo possível negar o conflito, pela sua extensão, tente convencer seu interlocutor de que ele é limitado, reduzido a alguns focos ou induzido por estrangeiros perversos, mas que logo tudo voltará à tranquilidade costumeira.

3-Sendo impossível negar que o conflito é vasto e presente em quase toda parte, tome o partido dos mais poderosos. Afinal, eles representam a ordem, que deve ser mantida a qualquer custo.

4- Manifeste sua contrariedade diante de qualquer estatística que aponte para uma tendência de aumento da massa salarial. É inadmissível que os abnegados empreendedores sejam constrangidos a margens de lucro menores.

5-Demonstre contrariedade ainda maior quando notar que filhos de operários, camelôs e empregadas domésticas estão frequentando universidades.
Prevalecendo esta aberração, que vai limpar o vaso sanitário para seu filho daqui a vinte anos?

6-Repita mil vezes por dia, para si mesmo e para os outros, que esquerdismo é doença, ainda que faça parte de uma classe média de orçamento curto, mas que, em estranho fenômeno psicológico, se enxerga como parte da melhor aristocracia do planeta.

7-Atribua a culpa pelos altos índices de criminalidade aos migrantes vindos de regiões pobres e imigrantes de países miseráveis. Estas criaturas não conseguem nem reconhecer a generosidade da sociedade que os acolhe.

8-Associe, sempre que possível, o uso de drogas a universitários transgressores e militantes de esquerda, mesmo sabendo que o pó mais puro costuma ser encontrado nas festas da “boa sociedade”. É necessário ampliar ou pelo menos sustentar o nível de reacionarismo da população em geral.

9- Tente revestir seu conservadorismo com uma face humanitária, reivindicando o direito à vida de todos os fetos, ainda que, na prática, vá pagar um aborto caso sua filha fique grávida de um indesejável, e seja favorável ao uso indiscriminado de cassetete e spray de pimenta contra os filhos de indesejáveis já crescidos.

10- Assuma o partido, em qualquer querela, daquele que for mais valorizado socialmente. Não é prudente que os “de baixo” testemunhem quebras de hierarquia, nem nos casos de flagrante injustiça.

11- Tente justificar, em qualquer ocasião, os ataques militares da OTAN contra países da Ásia, África ou da América Latina, mesmo que estes não representem a menor ameaça concreta para os agressores. Pondere que não é fácil carregar o fardo da civilização.

12- Mantenha assinaturas de pelo menos um jornal e uma revista de linha editorial bem reacionária, para usá-las como argumento de autoridade. Quando suas afirmativas forem refutadas, retruque de imediato com a fórmula “eu sei de tudo porque li o …”.

13-Nunca se esqueça: se um político socialista ou comunista cometer crimes comuns, isto é da essência do esquerdismo; se os crimes forem cometidos por um político de direita, ele é apenas um indivíduo safado que não merece mais o seu voto.

14- Vista-se somente com roupas de grifes caríssimas, não importando o quanto vá se endividar. Sobretudo jamais seja visto sem gravata por pessoas das classes C, D e E.

15- Nunca perca a oportunidade de discursar a favor da pena de morte quando o jornal televisivo noticiar o assassinato de um pequeno burguês por assaltante ou traficante de favela; se, ao contrário, surgir a imagem de algum rico que passou de carro a 200 km/h por cima de pobres, mude de canal, procurando um filme de entretenimento.

16- Quando ouvir narrativas sobre ações violentas de neonazistas e outros militantes de extrema-direita, minimize a questão. Afinal, eles podem ser malucos, mas contrabalançam a ação da esquerda.

17- Reserve pelo menos uma hora, durante as festas de aniversário de seus filhos, para aquela roda em que alguns contam piadas sobre padeiros portugueses burros, negros primitivos, judeus e árabes sovinas, gays escrachados e índios canibais. É necessário, para reforçar a coesão da comunidade burguesa “cristã-velha”!

18- Quando forçado a conversar com pobres, tente parecer um grande doutor, empregando seguidamente expressões estrangeiras; se um subalterno for inconveniente ou falar demais, dispare sem hesitar: “Fermez la bouche!” .

19- Seja sócio de um clube tradicional, ainda que falido, e se possível ocupe uma de suas diretorias, mesmo que totalmente irrelevante. Manifeste-se sempre contra a entrada no quadro social de emergentes sem diploma e outros tipos sem classe.

20- Jamais ande de trem ou de ônibus. É a suprema degradação, comparável somente a ser açougueiro na sociedade absolutista.

21- Obrigue todo empregado doméstico que venha a cair sob suas ordens a comprar uniforme e usá-lo diariamente, impecavelmente lavado e passado. Afinal, para que serve o salário mínimo?

22-Jamais escute música baiana de qualquer vertente, samba, forró ou cantores sertanejos. Uma vez flagrado, sua reputação de homem civilizado estaria arruinada.

23-Pareça o mais alinhado possível com o liberalismo do século XXI. Tendo preguiça de se dedicar a textos complexos, leia pelo menos “Não somos racistas”, de Ali Kamel, e o “Manual do perfeito idiota latino-americano”. 
Passará como intelectual para pelo menos 90% da juventude de direita.

24- Morra virgem, mas nunca apresente como esposa, noiva ou namorada uma mulher que não caiba no estereótipo da burguesa cosmopolita, porém comportada.

25- Faça eco aos discursos dos octogenários conservadores que constantemente repetem a fórmula “no meu tempo não era assim”, mesmo que saiba sobre inúmeras falcatruas e atrocidades “do tempo deles”. Quanto mais perto do Império e da República Velha, mais longe da contaminação esquerdista!

26- Passe sempre adiante, para parentes, amigos e conhecidos, notícias forjadas na Internet, no estilo “Todas as mulheres de uma cidade do Ceará se recusaram a trabalhar numa fábrica de sapatos, porque já recebiam o bolsa-família”. Não importa se é impossível que qualquer pessoa com mais de quatro neurônios ativos acredite que uma cidade inteira tenha recusado um salário de pelo menos seiscentos reais por achar que vive bem com um auxílio de cento e cinquenta.

27- Repasse, igualmente, juízos de valor negativos sobre personalidades de esquerda, na linha “Michael Moore é mentiroso”, “Chico Buarque é um comunista hipócrita que vive no luxo”, “Dilma foi terrorista”, etc. É preciso dar continuidade à teatral associação entre reacionarismo e moralidade.

28-Diante de qualquer texto ou discurso de esquerda, classifique-o imediatamente como doutrinação barata ou lavagem cerebral. Não importando sua eventual ignorância sobre o tema, é preciso fechar todos os espaços à conspiração gramsciana mundial.

29- Sustente a surrada versão de que “apesar dos erros, os milicos salvaram o Brasil do comunismo em 1964”. Desconverse mais uma vez se alguém perguntar como se chegaria ao comunismo através da provável eleição de Juscelino Kubitschek em 1965.

30- Deprecie ao máximo mexicanos, chilenos, peruanos, paraguaios, bolivianos, colombianos e demais hispânicos como caboclos de cultura atrasada. Abra exceção para argentinos ricos filhos de pais europeus, desde que estes se abstenham de chamá-lo de macaquito.

31- Defenda o caráter sagrado da propriedade rural. Quando alguém recordar que as terras registradas nos cartórios do estado do Pará equivalem a quatro Parás, procure ao menos convencê-lo de que é uma situação atípica.

32- Afirme com veemência que todo posseiro, índio ou quilombola em busca de regularização de terras é vagabundo, mesmo que seus antepassados estejam documentados no local há duzentos anos. Por outro lado, todo latifundiário rico sempre será um proprietário respeitável, ainda que tenha cercado sua fazenda à bala há menos de vinte.

33- Denuncie nas redes sociais os ambientalistas que tentam embargar a construção de fábricas de artefatos de cimento em bairros superpopulosos e de depósitos de gás ao lado de estádios de futebol. Esses idiotas não sabem que nada é mais importante do que o crescimento do PIB?

34- Rejeite toda queixa que ouvir sobre trabalho escravo. É tirania impedir que alguém trabalhe em troca de água, caldo de feijão, laranja mofada e colchão de jornal, se estiver disposto a isto. Deixem a vida social seguir seu curso espontâneo!

35- Quando alguém protestar contra o assassinato de duzentos gays no ano Y, responda que outras quarenta mil pessoas morreram violentamente naquela temporada. Finja que é limítrofe e não entendeu que a cifra se limita aos gays mortos em decorrência desta condição e não aos que tombaram em latrocínios, brigas entre torcidas e disputas armadas por vagas de garagem.

36- Acuse todo movimento constituído contra determinado tipo de opressão de querer promover a opressão com sinal contrário. As feministas, por exemplo, pretendem castrar os machos e colocar-lhes avental para lavar a louça e cuidar de poodles.

37- Enalteça “esportes e diversões” que favorecem o gosto pelo sangue, como arremesso de anões, rinhas de galo, pegas, caçadas em áreas de preservação ambiental, touradas, farras do boi e congêneres. Como já dizia seu patrono oculto Benito Mussolini, “o espírito fascista é emoção, não intelecto”.

38-Procure enxertar referências bíblicas nas suas falas sobre política. Ao defender um oligarca truculento, arremate a obra dizendo algo como “Cristo também jantou na casa do rico Zaqueu”. Tente dar a impressão de que qualquer um que venha a contestá-lo despreza pessoas religiosas.

39-Apresente a todas as crianças que tiver ao seu alcance, antes dos dez anos, o repertório integral de Sylvester Stallone e similares, nos quais o árabe é sempre terrorista, o vietnamita um comunista fanático que jamais tira a farda e o hispano-americano batedor de carteira ou traficante. Tendo a chance, compre também Zulu, para a garotada aprender desde cedo que africanos são selvagens que correm em torno da fogueira sacudindo lanças de madeira.

40- Não permita que a política externa dos Estados Unidos seja criticada impunemente. Nunca se sabe quando o homem de bem precisará de um poder maior e talvez irresistível para defendê-lo do zé povão."

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Itamar do Fusca diz que Estadão omitiu fatos em matéria sobre seu caso.


No dia 25 de janeiro último, o serralheiro paulistano Itamar Santos começou a construir uma saga que o transformaria em uma espécie de celebridade. A partir de um acontecimento aparentemente trágico no qual perdeu um fusca antigo que usava para trabalhar, a solidariedade de incontáveis cidadãos de todas as partes do país mudou essa história.
Esse caso volta à baila por conta de matéria do jornal O Estado de São Paulo publicada nesta quinta-feira (20 de fevereiro), quase um mês após o fusca de Itamar ter se transformado em uma bola de fogo no centro de São Paulo. O jornal descobriu que o serralheiro ganhou um carro de um empresário curitibano (dono de um bar), uma Brasília ano 1980.
Na matéria do Estadão, foram informados vários fatos. O nome do doador da Brasília, sua atividade, o estado realmente impecável do veículo e também que não foi só isso que Itamar ganhou.
Internautas de várias partes do país se sensibilizaram com o drama vivido por ele, duas mulheres e uma criança de seis anos (uma menina) durante protesto contra a Copa do mundo naquele dia 25 e lhe depositaram milhares de reais em sua conta corrente.
Esses internautas que fizeram doações ao dono do Fusca incendiado descobriram o número dessa conta através deste Blog. No dia 27 de janeiro, o signatário desta página esteve na residência do senhor Itamar e recebeu dele o número de sua conta corrente no banco Itaú.
Nesse mesmo dia, aqui foi publicado o post Ajude Itamar a comprar outro Fusca #VaiTerFusca. A matéria exibiu vídeo em que o senhor Itamar autorizou este Blog a fazer a campanha de arrecadação que, segundo informa agora – no vídeo ao fim deste post -, rendeu-lhe “quase 9 mil reais”.
Três dias após o início da campanha #VaiTerFusca, desencadeada nesta página, o Blog voltou a procurar Itamar para saber o resultado em sua conta no banco Itaú. O post Itamar agradece #VaiTerFusca foi publicado em 30 de janeiro último e apresenta vídeo em que o simpático serralheiro agradece ao Blog, mostra extrato de sua conta e dá mais detalhes do caso.
A matéria do Estadão omitiu todos esses fatos apesar de o serralheiro bafejado pela solidariedade de todas as partes do país ter me relatado que informou ao jornal o nome do autor da campanha de arrecadação, quanto essa campanha arrecadou e que só deu o número de sua conta bancária a uma única pessoa, ao signatário desta página.
Todas essas informações constam do vídeo ao fim deste post.
Abaixo, no entanto, pode-se ver que a matéria do Estadão informou outra coisa. Confira o trecho que trata das doações.
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“(…) Surgiu pela internet uma corrente para ajudar o serralheiro e tentar compensar o prejuízo. Vários depósitos bancários foram feitos diretamente na conta de Itamar, somando cerca de R$ 7 mil. Uma vaquinha online já arrecadou R$ 6,7 mil – os organizadores pretendem comprar outro carro (…)”
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Outro fato que o Estadão omitiu foi Itamar ter informado que jamais recebeu nenhum outro dinheiro além daquele que centenas de pessoas, após pegarem nesta página o número de sua conta, depositaram em seu nome no banco Itaú, conforme ele confirma no vídeo ao fim do post.
Aliás, a tal vaquinha que o jornal diz que teria arrecadado “R$ 6,7 mil” não arrecadou nada porque não atingiu o valor a que se propôs, ou seja, R$ 10 mil reais.
Explico: a “vaquinha online” a que o Estadão se refere foi encerrada com pouco mais de 60% do valor que se propôs a arrecadar e provavelmente quem a fez tampouco pôs a mão em dinheiro algum, pois se não chegou a dez mil o dinheiro foi estornado de volta aos doadores.
Confira, abaixo, o print-screen da página da vaquinha, mostrando que foi encerrada sem ter atingido seu objetivo. A imagem foi publicada pelo amigo do Facebook “Rei Lux”, em seu mural naquela rede social.
Mas não foi só isso que a matéria do Estadão deixou de informar. O senhor Itamar também deu ao jornal a sua versão sobre como aconteceu o acidente com o seu Fusca e deu sua opinião sobre o tipo de protesto que o vitimou. Contudo, nada disso consta da matéria do jornalão paulista. As razões dessas omissões, porém, só o Estadão sabe.
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Assista, abaixo, ao vídeo da entrevista com Itamar Santos

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Jovem preso a poste perambula há dois anos pelas ruas do Rio

O adolescente cuja imagem ganhou as redes sociais no último domingo prestou depoimento à delegada Monique Vidal, na 9ª DP (Catete) na noite desta quarta-feira, e revelou os detalhes da madrugada vivida na calçada da Avenida Rui Barbosa, um endereço nobre do Rio.
A delegada ficou sabendo a verdadeira idade da vítima: 15 anos, não 17, como acreditava a Polícia Civil até então.
Ele tem mãe e dois irmãos, de 12 e 9 anos, mas atualmente pouco sabe da família. O pai morreu assassinado por ter envolvimento com o tráfico de drogas.
Morador de uma favela do bairro de Campo Grande, na Zona oeste, até dois anos atrás, o menor passou a perambular pelas ruas depois que ficou marcado em sua região, por furtar uma furadeira elétrica de um vizinho.
Sem poder voltar para casa, ele perambula pelas ruas da Zona Sul, tendo passado cinco vezes por abrigos da prefeitura desde novembro. O rapaz negou ser usuário de drogas e admitiu ter participado “uma vez” de um furto de uma motocicleta.
Assistentes sociais da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social conseguiram localizar a avó paterna do garoto, em um morro da cidade. Ela, no entanto, recusou-se a receber ou abrigar o neto.
O adolescente detalhou, em depoimento, seus passos na noite de sexta-feira. Contou que seguia para Copacabana com três amigos, também moradores de rua, para tomar “banho de mar”. Depois de passar pelo local onde funciona uma academia ao ar livre, no Aterro do Flamengo, o grupo foi perseguido pelos cerca de 30 jovens que estavam no local, alguns deles motociclistas, segundo conta.
Um dos homens estava armado com uma pistola, disse. Dois dos amigos moradores de rua escaparam. Com o rapaz que não conseguiu fugir, ele passou a ser agredido e ameaçado. Em dado momento, o outro jovem também escapou, e passou a ser ele o único em poder do grupo. Os homens o acusavam de roubar bicicletas e praticar assaltos naquela região.
Os agressores aplicaram uma “banda” e ele foi ao chão. Começaram, então, agressões com capacetes, pontapés e várias humilhações. Acusado de roubos, ele acreditava que seria morto pelos jovens que descreveu como “brancos e fortes” e “playboys”.
Depois do fim da sessão de agressões, ele foi atado ao poste. O rapaz foi localizado e socorrido por alguns moradores do Flamengo – entre eles a artista plástica Yvonne Bezerra de Mello, fundadora da ONG Projeto Uerê, de educação infantil.
Depois de medicado, ele se desvencilhou e procurou ajuda em um abrigo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social no Centro, onde estava desde então, sem ser identificado.
Funcionários da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social descreveram o jovem com um menino calado, pacato e muito querido pelas assistentes sociais. Ao ser identificado pela diretora do abrigo, ele chorou compulsivamente.
Saiba Mais: Unisinos

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

NOGUEIRA MONTA SELEÇÃO DE REACIONÁRIOS DE 2013 Diário do Centro do Mundo escala o “time dos sonhos” entre os jornalistas reacionários.



Conversa Afiada reproduz artigo de Paulo Nogueira, extraído do Diário do Centro do Mundo:

OS JORNALISTAS MAIS REACIONÁRIOS DE 2013: MINHA SELEÇÃO



Bem, final de ano é tempo de retrospectiva.

O DCM acompanhou a mídia com atenção, e então vai montar sua seleção de jornalistas do ano, o Time dos Sonhos do atraso e do reacionarismo, o TS, o melhor do pior que existiu na manipulação das notícias.

A cartolagem é parte integrante e essencial do TS: Marinhos, Frias, Civitas, Mesquitas etc.

À escalação:

No gol, Ali Kamel, diretor de jornalismo da TV Globo. Devemos a ele coisas como a magnífica cobertura da meia tonelada de cocaína encontrada no famoso Helicóptero do Pó, pertencente à família Perrella.

Kamel é também notável pela sagaz tese de que não existe racismo no Brasil.

Na ala direita, dois jogadores, porque pela esquerda ninguém atua. Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes são os selecionados. Os blogueiros da Veja são entrosados, e pô-los juntos facilita o trabalho de treinamento do TS.

Azevedo se notabilizou, em 2013, por ser comparado por diferentes mulheres a diferentes animais, de pato a rottweiler.

Nunes brilhou por lances de genialidade e inteligência – e total ausência de preconceito —  como chamar Evo Morales de “índio de franja” e classificar Lula de “presidente retirante”.

Uma disputa interessante entre Nunes e Azevedo é ver quem utilizou mais a palavra “mensaleiros”. Gênios.

Na zaga, uma inovação: duas mulheres. Temos a cota feminina no TS do DCM. Eliane Cantanhede, colunista da Folha, e Raquel Scherazade, a versão feminina de Jabor.

Ambas defenderam valentemente o país dos males do lulopetismo, e fizeram a merecida apologia de varões de Plutarco da estatura de Joaquim Barbosa, o magistrado do apartamento de Miami.

No meio de campo, três jogadores de visão: Jabor, Merval e Míriam Leitão. Sim, a cota feminina subiu durante a montagem do TS.

Jabor se celebrizou em 2013 pela rapidez com que passou da condenação absoluta à louvação incondicional das jornadas de junho quando seus superiores na Globo lhe deram ordem para mudar o tom.

Merval entrará para a história pelo abraço fraternal em Ayres de Britto, registrado pelas câmaras. Merval conseguiu desmontar a tese centenária e mundialmente reverenciada de Pulitzer de que jornalista não tem amigo.

E Míriam Leitão antecipou todas as calamidades econômicas que têm assaltado o país, a começar pela redução da desigualdade e pelo nível de emprego recorde.

Numa frase espetacular em 2013, Míriam disse que só escreve o que pensa. Aprendemos então que ela é tão igual aos patrões que poderia ser o quarto Marinho, a irmãzinha de Roberto Irineu, João Roberto e Zé Roberto.

No ataque, dois Ricardos, também para facilitar o entrosamento. Ricardo Setti e Ricardo Noblat. Setti foi uma revelação, em 2013, no combate ao dilmismo, ao lulismo, ao bolivarianismo, ao comunismo ateu e à varíola. Noblat já é um jogador provado, e dispensa apresentações. Foi o primeiro blogueiro a abraçar a honrosa causa do 1% no Brasil.

Para completar o trio ofensivo, Eurípides Alcântara, diretor da Veja. Aos que temiam que a Veja pudesse se modernizar mentalmente depois da morte de Roberto Civita, Eurípides provou que sempre se pode ir mais adiante.

Suas últimas contratações são discípulos de Olavo de Carvalho, o astrólogo que enxerga em Obama um perigoso socialista. Graças a Eurípides, em todas as plataformas da Veja, o leitor está lendo na verdade a cabeça privilegiada de Olavo.

Na reserva do TS, e abrindo espaço para colunistas que não sejam necessariamente jornalistas, dois selecionados.

O primeiro é Lobão, novo colunista da Veja e novo olavete também. No Roda Viva, Lobão defendeu sua reputação de rebelde ao fugir magistralmente de uma pergunta sobre o aborto.

O outro é o professor Marco Antônio Villa, que conseguiu passar o ano sem acertar nenhuma previsão e mesmo assim tem cadeira cativa em todas as mídias nacionais.

O patrono do TS é ele, e só poderia ser ele: José Serra.

Mas Joaquim Barbosa pode obrigar Serra a cedê-la a ele, JB, nosso Batman, nosso menino pobre que mudou o Brasil e, nas horas vagas, arrumou um emprego para o júnior na Globo.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

QUEM É A DIREITA BRASILEIRA?