No dia 25 de janeiro último, o serralheiro paulistano Itamar Santos começou a construir uma saga que o transformaria em uma espécie de celebridade. A partir de um acontecimento aparentemente trágico no qual perdeu um fusca antigo que usava para trabalhar, a solidariedade de incontáveis cidadãos de todas as partes do país mudou essa história.
Esse caso volta à baila por conta de matéria do jornal O Estado de São Paulo publicada nesta quinta-feira (20 de fevereiro), quase um mês após o fusca de Itamar ter se transformado em uma bola de fogo no centro de São Paulo. O jornal descobriu que o serralheiro ganhou um carro de um empresário curitibano (dono de um bar), uma Brasília ano 1980.
Na matéria do Estadão, foram informados vários fatos. O nome do doador da Brasília, sua atividade, o estado realmente impecável do veículo e também que não foi só isso que Itamar ganhou.
Internautas de várias partes do país se sensibilizaram com o drama vivido por ele, duas mulheres e uma criança de seis anos (uma menina) durante protesto contra a Copa do mundo naquele dia 25 e lhe depositaram milhares de reais em sua conta corrente.
Esses internautas que fizeram doações ao dono do Fusca incendiado descobriram o número dessa conta através deste Blog. No dia 27 de janeiro, o signatário desta página esteve na residência do senhor Itamar e recebeu dele o número de sua conta corrente no banco Itaú.
Nesse mesmo dia, aqui foi publicado o post Ajude Itamar a comprar outro Fusca #VaiTerFusca. A matéria exibiu vídeo em que o senhor Itamar autorizou este Blog a fazer a campanha de arrecadação que, segundo informa agora – no vídeo ao fim deste post -, rendeu-lhe “quase 9 mil reais”.
Três dias após o início da campanha #VaiTerFusca, desencadeada nesta página, o Blog voltou a procurar Itamar para saber o resultado em sua conta no banco Itaú. O post Itamar agradece #VaiTerFusca foi publicado em 30 de janeiro último e apresenta vídeo em que o simpático serralheiro agradece ao Blog, mostra extrato de sua conta e dá mais detalhes do caso.
A matéria do Estadão omitiu todos esses fatos apesar de o serralheiro bafejado pela solidariedade de todas as partes do país ter me relatado que informou ao jornal o nome do autor da campanha de arrecadação, quanto essa campanha arrecadou e que só deu o número de sua conta bancária a uma única pessoa, ao signatário desta página.
Todas essas informações constam do vídeo ao fim deste post.
Abaixo, no entanto, pode-se ver que a matéria do Estadão informou outra coisa. Confira o trecho que trata das doações.
—–
“(…) Surgiu pela internet uma corrente para ajudar o serralheiro e tentar compensar o prejuízo. Vários depósitos bancários foram feitos diretamente na conta de Itamar, somando cerca de R$ 7 mil. Uma vaquinha online já arrecadou R$ 6,7 mil – os organizadores pretendem comprar outro carro (…)”
—–
Outro fato que o Estadão omitiu foi Itamar ter informado que jamais recebeu nenhum outro dinheiro além daquele que centenas de pessoas, após pegarem nesta página o número de sua conta, depositaram em seu nome no banco Itaú, conforme ele confirma no vídeo ao fim do post.
Aliás, a tal vaquinha que o jornal diz que teria arrecadado “R$ 6,7 mil” não arrecadou nada porque não atingiu o valor a que se propôs, ou seja, R$ 10 mil reais.
Explico: a “vaquinha online” a que o Estadão se refere foi encerrada com pouco mais de 60% do valor que se propôs a arrecadar e provavelmente quem a fez tampouco pôs a mão em dinheiro algum, pois se não chegou a dez mil o dinheiro foi estornado de volta aos doadores.
Confira, abaixo, o print-screen da página da vaquinha, mostrando que foi encerrada sem ter atingido seu objetivo. A imagem foi publicada pelo amigo do Facebook “Rei Lux”, em seu mural naquela rede social.
Mas não foi só isso que a matéria do Estadão deixou de informar. O senhor Itamar também deu ao jornal a sua versão sobre como aconteceu o acidente com o seu Fusca e deu sua opinião sobre o tipo de protesto que o vitimou. Contudo, nada disso consta da matéria do jornalão paulista. As razões dessas omissões, porém, só o Estadão sabe.
*
Assista, abaixo, ao vídeo da entrevista com Itamar Santos
Nenhum comentário:
Postar um comentário
comentários sujeitos a moderação.