Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 27 de julho de 2011

O nazista norueguês e os racistas nativos

O neonazista Anders Behring Breivik, que já confessou à polícia ter recebido a ajuda de “outras células” terroristas nos atentados na Noruega, pode virar um herói dos racistas brasileiros. No manifesto publicado na internet poucas horas antes da ação criminosa, o direitista cita o Brasil, fazendo duras críticas à miscigenação racial existente no país.
A miscigenação no Brasil
No texto “Declaração Européia de Independência”, com 1.500 páginas, ele condena a pretensa “revolução marxista” no Brasil, que teria resultado na mistura de povos europeus, africanos e asiáticos. Na sua visão racista, esta mistura seria culpada pelos “altos níveis de corrupção, falta de produtividade e em um conflito eterno entre várias culturas”.
O neonazista também condena a existência de “mulatos e mestiços” no Brasil, afirmando que eles são “subtribos”. Os bárbaros atentados em Oslo e na ilha de Utoeya, que causaram 76 mortes (número oficial), objetivariam evitar esta miscigenação na Noruega. “É evidente que um modelo semelhante na Europa seria devastador”, concluiu o direitista.
A força do preconceito
Apesar de a mídia relativizar a ação criminosa do extremista, tratando-o como um maluco – como insinua a Folha no seu editorial de hoje –, as suas idéias têm força em vários países. Na Noruega, o Partido do Progresso, organização de extrema direita da qual o assassino foi militante, obteve 614 mil votos (23% do total) nas eleições de 2009. Nos EUA, os racistas estão presentes no Tea Party, a extrema-direita do Partido Republicano, que prega o ódio aos imigrantes.
Mesmo no Brasil, Anders Breivik tem os seus adeptos. Há grupos fascistas históricos, como a TFP e a seita Opus Dei, e também setores mais recentes, que ficaram indignados com as políticas distributivas do governo Lula. A campanha presidencial do ano passado confirmou a existência destes segmentos preconceituosos, racistas e homofóbicos.
Serra, a mídia e o ódio
Incentivados pelo discurso direitista do tucano José Serra, eles vieram à tona. Na internet, jovens da chamada classe média pregaram o ódio racial. “Mate um nordestino”, foi uma das mensagens mais difundidas pelas redes sociais. No período da eleição, várias agressões homofóbicas ocorreram na Avenida Paulista e outras partes da capital.
O preconceito também está presente na mídia burguesa. É só lembrar as declarações racistas de Boris Casoy, âncora da TV Bandeirantes, contra os garis; ou as bravatas elitistas do ex-comentarista da RBS, filial da TV Globo, contra o consumo de carros pelos “pobres”. Nos jornalões, nas rádios e TVs, as visões direitistas são totalmente hegemônicas.
"O terrorismo de cada dia"
Como aponta Luciano Martins Costa, no comentário “A mídia e o terrorismo de cada dia”, postado no Observatório da Imprensa, as sandices do direitista norueguês infelizmente “freqüentam o ambiente midiático” no Brasil. “Não são raros os articulistas e até mesmo editorialistas que acreditam em teses de supremacia racial”.
“Na mídia do sul do Brasil proliferam apresentadores de rádio e TV, colunistas e outros jornalistas que costumam debitar as históricas carências nacionais ao que consideram como o ‘peso’ do Nordeste. Mesmo com os altos índices de desenvolvimento das regiões Norte e Nordeste, registrados nos últimos anos, o mote preconceituoso ainda acompanha, explicitamente ou de maneira velada, comentários sobre corrupção, violência e deficiência educacional”.
Como atento observador da mídia nativa, Luciano se mostra preocupado com o avanço das idéias racistas no país:
“Com a conivência da imprensa – que continua cedendo espaço ao que há de mais conservador por aí – a reiteração de raciocínios tortos contribui para desvalorizar a diversidade cultural e racial e estimular o preconceito... Um ato terrorista como o que atingiu a Noruega sempre produz reações de choque, mas o noticiário e o opiniário do dia a dia dissimulam o fato de que a intolerância amadurece até o ponto da explosão por meio da repetição de conceitos anti-humanitários através da mídia”.
Altamiro Borges

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

PiG (*) mostra como fabrica a violência do Rio


Delegada Martha Rocha trata o PiG como o PiG merece
Elvira Lobato e Ítalo Nogueira, repórteres da Folha (**), perguntam (pág. C6):

- A corrupção policial é mais grave no Rio ?

- Onde está essa medida ?, pergunta a entrevistada Martha Mesquita da Rocha, nova chefe da Polícia Civil do Rio.

- É o que indica o noticiário, insistem Lobato e Nogueira.

Responde a delegada:

“Você sabia que o New York Times quer falar comigo ? Não porque eu sou a Martha Rocha, mas porque sou chefe da Polícia Civil do Rio, e o Rio está no foco do mundo. A metragem do noticiário não reflete a verdade.”

Navalha
O amigo navegante percebeu o que se esconde atrás das perguntas.
A medida para avaliar se a corrupção policial no Rio é mais grave do que a de São Paulo (implícito na pergunta) é o PiG (*).
O PiG (*) é que diz que o Rio é um Inferno.
A Globo é que pinta o Rio com as tintas de Ramallah.
Para o PiG (*) de São Paulo, é essencial caracterizar o Rio como uma cidade violenta e corrupta.
Faz parte da ideologia da elite paulista (que é, por definição, separatista).
O Rio trabalhista, brizolista, esquerdista tem que ser o polo oposto de referência para São Paulo.
Como foi para os militares, como George Washington (Geisel) e Thomas Jefferson (Golbery).
Eles esvaziaram o Rio e não queriam deixar o Brizola voltar.
(Por isso, tentaram promover a vitória do Wellington Moreira Franco na urna eletrônica.)
O Juscelino já tinha feito uma parte da obra, ao levar a capital para o deserto verde.
O trabalho que o delegado Beltrame faz na Polícia do Rio deveria ser um exemplo que São Paulo copiasse.
Mas, não “é o que indica o noticiário”.
Para o PiG de São Paulo, a ocupação do Alemão foi um desastre.
O PiG de São Paulo engole calado as estatísticas de criminalidade do Cerra, que transformaram “homicídio” e “latrocínio” em óbito de causa desconhecida.
Na Secretaria de Segurança do Rio se acredita nas estatísticas de violência em São Paulo como na lista de livros “mais vendidos” da Veja.
Enquanto isso, a violência no Rio, com o delegado Beltrame, cai de forma consistente.
Este ansioso blogueiro saúda a delegada Martha Rocha e lhe dá passagem (neste ansioso blog).
Saravá.



Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.