Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Filha de ex-chefe do Mossad recusou o exército israelense (VIDEO)



Pública indica

O site Your Middle East traz um vídeo com uma série de depoimentos de jovens israelenses que se negaram a servir o exército, entre eles está a filha de um ex-representante da Mossad. Eles recusam o o alistamento mesmo sabendo que isso pode lhes custar anos na prisão. Para esses jovens, o tratamento do exército israelense aos palestinos é imoral, antiético, ilegal e vai contra suas crenças. Assista ao vídeo.

Não há dúvida de que 2013 vai continuar a adicionar mais complexidades para o conflito palestino-israelense. Em vez de mergulhar em uma agora, vamos voltar a 2008, para o bem do mundo do reintroduzir a Omer Goldman.
Omer se tornou o rosto de um grupo de rápido crescimento de jovens israelenses recusando-se a se alistar no Exército israelense. Ela, e muitos como ela, como pode ser visto no vídeo acima, afirmar que o que eles viram o IDF fazer para os palestinos é imoral, antiético, ilegal e simplesmente contra suas crenças. Caso Omer era especificamente interessante.
"Eu cresci com o exército. Meu pai era vice-chefe do Mossad e vi minha irmã, que é oito anos mais velha do que eu, fazer o seu serviço militar. Como uma menina jovem, eu queria ser um soldado. Os militares era tal uma parte da minha vida que eu nunca sequer questionou. "
Foi uma viagem para uma pequena cidade chamada Shufa na Cisjordânia que Omer completamente chocado. A viagem foi organizada por um grupo chamado Combatentes pela Paz, composto por ex-soldados israelenses e palestinos que se uniram para protestar contra a injustiça do conflito em curso. Durante a viagem, o grupo se aproximou de um posto de controle que aparentemente foi evitar que as crianças palestinas de ir para a escola. Como o grupo começou a demonstrar em uma tentativa de aumentar a conscientização, os israelenses guardando o posto de controle abriram fogo. Omer percepção sobre a vida militar, que a esperava e cada graduando Senior High School tinha mudado.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Israel cometeu um erro que custará muitas vidas, diz pacifista


O palanque da guerra: pacifistas israelenses denunciam que Ahmed Jabari, chefe militar do Hamas, assassinado em ataque de Israel nesta 4ª feira (veja:http://youtu.be/P6U2ZQ0EhN4), negociava um cessar fogo duradouro na faixa de Gaza** o paradoxo ajuda a entender as motivações subjacentes à espiral da guerra em curso na região: Israel tem eleições dia 22 de janeiro; o extremista Benjamin Netanyahu disputa a reeleição como 1º ministro** na 4ª feira em resposta a ataques rotineiros do Hamas na fronteira, ele ordenou a ofensiva que matou Jabari e mais 14 pessoas, entre elas a filha de 11 meses de um jornalista da BBC em Gaza; há 100 feridos**na sequência, mísseis do Hamas mataram 3 israelenses. Em 2008, em contexto eleitoral parecido, foram mortos 1400 palestimos e 13 israelenses; Netanyahu foi eleito (leia nesta pág) 

LEWANDOWSKI: DESAGRAVO AO DIREITO BRASILEIRO

Carta Maior  conclama seus leitores, bem como advogados e juristas brasileiros, ademais das organizações sociais e suas lideranças a endossarem o manifesto ecumênico de apoio a Ricardo Lewandowski  iniciado e liderado pelo blog 'Cidadania', a ser entregue ao ministro, em Brasília. (LEIA MAIS AQUI)




quinta-feira, 5 de abril de 2012

Ilan Pappé: As perspectivas de solução para o conflito Israel-Palestina

por Jair de Souza

Em 2010, o brilhante professor e humanista israelense Ilan Pappé deu uma palestra magnífica sobre o significado do sionismo: suas características inerentemente colonialistas e racistas.

Ilan Pappé observou como é enganosa a ideia propalada por certos círculos da “esquerda” europeia de que entre os sionistas israelenses há forças democráticas de esquerda que estariam interessadas em chegar a uma solução justa com os palestinos.

Ilan Pappé deixou patente que não há diferenças significativas no comportamento colonialista e racista tanto da direita como da “esquerda” sionistas. Ambas correntes compartilham igualmente o objetivo e o desejo de livrar-se da presença do povo palestino nativo. A única grande diferença está em que a “esquerda” sabe manipular as palavras muito mais habilmente que seus pares direitistas. Daí que, para os que lutam realmente para o fim do colonialismo naquela região, esta “esquerda” seja até mais perigosa do que a direita aberta e declarada, uma vez que, com seu palavreado ardiloso, ela consegue neutralizar boa parte da intelectualidade europeia, que parece contentar-se tão somente com palavras de efeito, independentemente da realidade sobre o terreno.

Para Pappé, a luta contra o colonialismo e o racismo na Palestina exige que o combate seja feito primeira e abertamente contra a ideologia que o impulsa, sustenta e ampara, ou seja, contra o sionismo. Sem a derrota ideológica do sionismo não há perspectivas de paz e justiça na Palestina.

Como Pappé tratou de várias questões de fundamental importância (em minha opinião) para o desenvolvimento do trabalho de solidariedade com a luta anticolonialista do povo palestino, resolvi traduzir e legendar a memorável palestra de 2010. Dividi-a em quatro partes, que compartilho com vocês, leitores do Viomundo.






quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Os EUA não têm imprensa e televisão independentes. Tem prostitutas midiáticas [4] pagas pelas mentiras que proferem. O Governo dos EUA, na prossecução dos seus fins imorais, obteve o estatuto do governo mais corrupto da história da humanidade. E, no entanto, Obama discursa como se Washington fosse a fonte da moral do homem.

GOVERNO E MÍDIA NOS EUA AGEM PARA SILENCIAR OS CRÍTICOS

“Em 2010, o FBI invadiu a casa de ativistas pela paz em vários estados e apreendeu bens pessoais, no que chamou de “investigação de atividades relacionadas com o apoio ao terrorismo” (e tendo orquestrado falsos “grupos terroristas”).

Por Paul Craig Roberts, estadunidense ex-editor e colunista do “Wall Street Journal”.

“SILENCIAR OS CRÍTICOS“

Os que protestavam contra a guerra foram intimados a depor perante um júri, enquanto a acusação fabricava o argumento de que a oposição às guerras de agressão de Washington representa apoiar e encobrir terroristas. O objetivo dessas buscas e intimações era refrear e desmobilizar o movimento antiguerra.
Na semana passada, de uma assentada, os últimos dois críticos do imperialismo de Washington/Tel Aviv foram eliminados dos grandes meios de comunicação social. O popular programa de Andrew Napolitano, “Freedom Watch”, foi cancelado pelo canal Fox, e Pat Buchanan foi despedido da MSNBC. Ambos especialistas tinham muitos espectadores e eram apreciados por falarem com franqueza.

Muitos suspeitam de que Israel usou a sua influência junto dos anunciantes da TV para silenciar os que criticam os esforços do governo israelita para levar Washington para a guerra com o Irã.

A questão é que a voz dos grandes meios de comunicação é agora uniforme. Os norte-americanos ouvem uma voz, uma mensagem, e a mensagem é propaganda. A dissidência é tolerada apenas em assuntos como, por exemplo, saber se os cuidados de saúde a cargo dos empregadores deverão incluir contraceptivos. Os direitos constitucionais foram substituídos por direitos a preservativos grátis.

Os média [mídia] ocidentais demonizam aqueles a quem Washington aponta o dedo. As mentiras chovem para justificar a agressão de Washington: os Talibãs são misturados com a Al-Qaeda, Sadam Hussein tem armas de destruição massiva, Kadhafi é um terrorista e, ainda pior, dava Viagra aos seus soldados para que violassem as mulheres líbias.

O Presidente Obama e membros do Congresso, ao lado de Tel Aviv, continuam a afirmar que o Irã constroi uma arma nuclear, apesar de terem sido publicamente desmentidos pelo Secretário de Estado da Defesa dos EUA, Leon Panetta, e pelo relatório dos Serviços Secretos da CIA. De acordo com relatórios noticiosos, o chefe do Pentágono, Leon Panetta, disse aos membros da Câmara dos Representantes, em 16 de fevereiro, que “Teerã não tomou uma decisão quanto a prosseguir com o desenvolvimento de uma arma nuclear”.

No entanto, em Washington, os fatos não contam. Apenas os interesses materiais de poderosos grupos de interesse têm importância.

Neste momento, o “ministério da verdade [1] norte-americano divide o seu tempo entre mentiras relativas ao Irã e à Síria. Houve, recentemente, algumas explosões na longínqua Tailândia e o Irã foi responsabilizado por isso. Em outubro passado, o FBI anunciou a descoberta de uma conspiração iraniana para pagar a um vendedor de carros usados mexicano que teria contratado traficantes de droga mexicanos para matar o embaixador da Arábia Saudita nos EUA.

O imbecil que falava pela Casa Branca afirmou acreditar nessa inacreditável “conspiração” e declarou ter “fortes evidências”, mas nenhuma foi divulgada. O objetivo do anúncio dessa conspiração foi justificar as sanções de Obama, que representam um embargo (um ato de guerra) contra o Irã pelo desenvolvimento de energia atômica.

Como um dos signatários do Tratado de Não-proliferação Nuclear, o Irã tem o direito de desenvolver energia nuclear. Os inspetores daAgência Internacional de Energia Atômica (AIEA) estão, permanentemente, no Irã e nunca reportaram qualquer desvio de material nuclear para um programa de armas.

Por outras palavras, de acordo com os relatórios da AIEA, o relatório dos Serviços Secretos e o atual Secretário de Estado da Defesa, não há evidência de que o Irã tenha armas nucleares ou de que esteja a fabricá-las. No entanto, Obama impôs sanções ao Irã quando a própria CIA e o seu próprio Secretário de Estado da Defesa, em simultâneo com a AIEA, reportaram que não existe base para as sanções.

A ideia de que os EUA são uma democracia, não tendo, em absoluto, uma imprensa que funcione como um observador atento, é risível. Mas os média [da mídia] não estão a rir. Estão mentindo. Tal como o Governo, cada vez que os grandes meios de comunicação abrem a boca ou escrevem uma palavra, estão a mentir. De fato, os grandes senhores corporativos pagam aos seus empregados para mentir. É esse o seu trabalho. Se disserem a verdade, passam à história, como foi o caso de Buchanan e Napolitano e Helen Thomas.

Rebelde sírio

O “ministério da verdade” chama “manifestantes pacíficos brutalizados pelo exército de Assad” ao que são, na verdade, rebeldes armados e financiados por Washington. Washington fomentou uma guerra civil. Reclama a intenção de “salvar o povo sírio, vítima de opressão e maus-tratos de Assad”, tanto quanto “salvou o povo Líbio, vítima de opressão e maus-tratos de Kadhafi”. Hoje, a Líbia “libertada” é uma imagem do seu passado, aterrorizada por milícias em confronto. Graças a Obama, mais um país foi destruído.

Os relatórios de atrocidades cometidas contra civis sírios pelo exército poderão ser verdadeiros, mas provêm dos rebeldes que querem a intervenção do Ocidente para subirem ao poder. Além disso, em que diferem essas baixas civis das infligidas à civis no Bahrein pelo seu governo, apoiado pelos EUA, e cujo exército foi reforçado com tropas da Arábia Saudita? Não se ouvem protestos na imprensa ocidental quando Washington fecha os olhos às atrocidades cometidas pelos seus estados fantoches.

Em que diferem as atrocidades sírias, se forem reais, das atrocidades de Washington no Afeganistão, no Iraque, no Paquistão, no Iêmen, na Líbia, na Somália, em Abu Ghraib, na prisão de Guantánamo, e em prisões secretas da CIA? Porque se mantém o “ministério da verdade” norte-americano em silêncio em relação a essas violações massivas dos direitos humanos e sem precedentes?

Recordem-se, também, os relatórios das atrocidades sérvias no Kosovo que Washington e a Alemanha usaram para justificar o bombardeamento de civis sérvios pela NATO e EUA, incluindo o consulado chinês, considerado outro dano colateral.

Treze anos mais tarde, um destacado programa de TV alemão revelou que as fotografias que despoletaram a campanha de atrocidades “foram mal interpretadas” e “não eram fotografias de atrocidades cometidas por sérvios”, mas de “separatistas albaneses mortos num tiroteio entre albaneses e sérvios”. As baixas sérvias não foram reveladas.

O problema no conhecimento da verdade é que os ocidentais da mídia mentem continuamente. Nas raras instâncias em que as mentiras são corrigidas, isso acontece sempre muito depois dos acontecimentos terem tido lugar e, portanto, os crimes permitidos pela mídia já estão consumados.

Washington pôs a Síria em causa perante os seus fantoches da Liga Árabe, com o objetivo de isolar perante os seus congêneres, para melhor poder atacá-la. Assad evitou que Washington pusesse a Síria no caminho da destruição quando marcou um referendo nacional por uma nova constituição que possa alargar a perspectiva de poder para além do Partido Baath (o partido de Assad).[O referendo foi realizado ontem, 26].

Poderíamos pensar que, se Washington e o seu ministério da verdaderealmente quisessem a democracia na Síria, Washington apoiaria esse gesto de boa vontade por parte do partido do poder e aprovaria o referendo. Mas Washington não quer um estado democrático. Quer um estado fantoche.

A sua resposta é de que o covarde Assad enganou Washington dando passos em direção à democracia na Síria antes que Washington conseguisse esmagá-la e instalar um fantoche. Eis a resposta de Obama às medidas de Assad pela democracia: “É na verdade risível; é gozar com a revolução síria”, disse o porta-voz da Casa Branca Jay Carney a bordo do “Air Force One”.

Obama, os neoconservadores e Tel Aviv estão realmente contrariados. Se Washington e Tel Aviv conseguirem descobrir como contornar a Rússia e a China e derrubar Assad, irão julgá-lo como criminoso de guerra por propor um referendo democrático.

Bashar al-Assad

Assad era oftalmologista na Inglaterra até que o seu pai morreu e ele foi chamado para chefiar o conturbado governo sírio. Washington e Tel Aviv demonizaram Assad por recusar ser seu fantoche.

Outro ponto nevrálgico é a base naval russa em Tartus. Em Washington, estão desesperados para expulsar os russos da sua única base no Mediterrâneo, para fazer deste um lago norte-americano. Washington, inculcada com visões neoconservadoras de domínio mundial, quer o seu próprio mare nostrum [2].

base naval russa em Tartus

Se a União Soviética ainda existisse, os planos de Washington para Tartus seriam suicidas. Mas a Rússia é política e militarmente mais fraca que a União Soviética. Washington infiltrou-se na Rússia com organizações não-governamentais que trabalham contra os interesses da Rússia e irão perturbar as próximas eleições. Além disso, as “revoluções coloridas” [3] financiadas por Washington fizeram, do que eram partes da antiga União Soviética, estados fantoches de Washington. Washington não espera que a Rússia, esvaziada de ideologia comunista, prima o botão nuclear. Desse modo, a Rússia está lá para tirar proveito.

A China representa um problema mais difícil. O plano de Washington é cortar-lhe o acesso a fontes independentes de energia. O investimento chinês em petróleo no leste da Líbia é a razão pela qual Kadhafi foi derrubado e o petróleo é uma das razões fundamentais por que Washington aponta agora para o Irã. A China tem grandes investimentos em petróleo no Irã e vai buscar 20% do seu petróleo no Irã. Vedar-lhe esse acesso, ou converter o Irã num estado fantoche de Washington, ameaça 20% da economia chinesa.

A Rússia e a China levam tempo a aprender. No entanto, quando Washington e os seus fantoches na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) fizeram um uso abusivo da resolução daOrganizações das Nações Unidas (ONU) relativamente à zona de exclusão área na Líbia, infringindo-a e transformando-a numa agressão militar contra as forças armadas líbias, que tinham todo o direito de reprimir uma rebelião apoiada pela CIA, a Rússia e a China finalmente perceberam que não podem confiar em Washington.

Desta vez, a Rússia e a China não caíram na armadilha de Washington. O seu veto no Conselho de Segurança da ONU impediu ataque militar à Síria. Agora, Washington e Tel Aviv (entre esses dois, nem sempre é claro quem é o fantoche e quem o manipula) têm de decidir se irão prosseguir, face à oposição russa e chinesa.

Os riscos para Washington multiplicaram-se. Se Washington prosseguir, a mensagem que é transmitida à Rússia e à China é que, a seguir ao Irã, chegará a sua vez. Portanto, a Rússia e a China, ambas dispondo de armas nucleares, provavelmente irão pôr o pé na linha traçada sobre o Irã. Se os loucos militaristas em Washington e Tel Aviv, com a fúria arrogante que lhes corre forte nas veias, ignorarem a oposição russa e chinesa, o risco de confronto perigoso aumenta.

Por que razão os da mídia norte-americana não questionam esses riscos? Vale a pena rebentar o planeta para impedir o Irã de ter um programa de energia nuclear ou mesmo uma arma nuclear? Pensará Washington que a China ignora que aquela [estratégia dos EUA] aponta para as suas fontes de energia? Pensará que a Rússia ignora que está a ser cercada de bases militares hostis?

Que interesses estão sendo servidos pelas guerras infinitas de Washington, que custam tantos trilhões de dólares? Certamente, não os interesses de 50 milhões de norte-americanos que não têm acesso a cuidados de saúde, nem as 1.500.000 crianças sem abrigo, que vivem em carros, quartos de motéis abandonados, cidades de acampamentos e coletores de águas dos temporais no subsolo de Las Vegas, enquanto enormes somas de dinheiros públicos são usados para resgatar bancos e esbanjados em guerras pela hegemonia mundial.

Os EUA não têm imprensa e televisão independentes. Tem prostitutas midiáticas [4] pagas pelas mentiras que proferem. O Governo dos EUA, na prossecução dos seus fins imorais, obteve o estatuto do governo mais corrupto da história da humanidade. E, no entanto, Obama discursa como se Washington fosse a fonte da moral do homem.

O Governo dos EUA não representa os norte-americanos, representa uns poucos interesses especiais e um poder estrangeiro [Israel]. Os cidadãos dos EUA não contam, e certamente não contam os do Afeganistão, Iraque, Líbia, Somália, Iêmen e Paquistão. Washington encara a verdade, a justiça e a misericórdia como valores risíveis. O dinheiro, o poder, a hegemonia, são tudo o que conta para Washington, a cidade sobre a colina, a luz das nações, o exemplo para o mundo.”

NOTAS DA TRADUÇÃO:

[1] Trata-se de um dos ministérios do governo imaginado por George Orwell em 1984, que se ocupa de fabricar a verdade histórica conforme as conveniências políticas do momento.
[2] Os Romanos chamavam Mare Nostrum ao Mediterrâneo.
[3] “Revoluções coloridas”: muitos meios de comunicação social têm assim designado uma série de manifestações políticas no que foi território da URSS, depois CEI, supostamente contra governos e líderes “tiranos”, acusados de serem “ditadores” etc., desde começos da década de 2000.
[4] No original: “presstitutes”

FONTE: escrito por Paul Craig Roberts, estadunidense, economista e cronista. Já foi editor e colunista do “Wall Street Journal”. Transcrito no site português “O Diário.Info” e no portal “Vermelho”  (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=176512&id_secao=9). [Título, imagens do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Caio Blinder defende assassinato

O comentário de Blinder – que pode (ou não pode?) ser enquadrado em apologia ao crime de assassinato – não alcançou grande visibilidade por ter sido feito no obscuro (e abjeto) Manhattan Connection, antro do pensamento ultraconservador que não conseguiria ser mais pró-EUA nem se fosse produzido pela assessoria de imprensa da Casa Branca.
Ainda assim, é gravíssimo. O comentarista da Globo News se referia ao atentado* que vitimou o cientista Mustafa Ahmadi Roshan, de 32 anos, morto após a explosão de uma bomba colocada no seu carro, em ato que feriu outras duas pessoas, em Teerã, a capital iraniana. Roshan é o quinto cientista nuclear iraniano morto em um atentado terrorista nos últimos dois anos.
Para Caio Blinder e Diogo Mainardi, os atos são apenas assassinatos, “terrorismo é outra coisa” (Mainardi), é “o que o Irã faz” (Blinder).
A transcrição literal (vídeo abaixo) do comentário de Blinder, que traduz o pensamento de qualquer diretor da CIA (autorizada pelo governo dos EUA a “neutralizar” pessoas que representem ameaça à segurança do País) não deixa qualquer dúvida sobre a ética seguida pelo jornalista (?!):
“Você às vezes precisa matar gente agora, assassinar, é um assassinato… e não só isso… você também intimida os outros cientistas”.
Para o jornalista da Globo, assassinar alguém é um instrumento objetivo legítimo para garantir um fim subjetivo, a “segurança nacional”. É legítimo também o uso da tortura? O sequestro e a prisão sem julgamento, tudo em nome da garantia da “liberdade” e da “democracia”?
Algum órgão (ABI, Fenaj, ANJ, Abert) vai se manifestar a respeito? Ou a liberdade de expressão inclui a liberdade de justificar e defender crimes e atos terroristas?
Caio Blinder é o mesmo sujeito que chamou a rainha da Jordânia de “piranha”, num “elogio” estendido às primeiras-damas de outros países do Oriente Médio e do norte da África.
Curioso que o jornalista, para afirmar sua tese que acusa o Irã de Estado terrorista, cita o desrespeito às resoluções da ONU acerca do programa nuclear iraniano. Israel, país recordista de resoluções das Nações Unidas violadas (até 2006 eram 66), receberia a mesma pecha? E os EUA, que promoveram mais de uma centena de ataques a outros países desde o final do século XIX, devem ser chamados como?
Que o Irã é uma ditadura e viola os direitos humanos da sua população em larga escala, não tenho a menor dúvida. Desconheço, entretanto, fatos concretos – já que as bravatas de Ahmadinejad não o são – que justifiquem a acusação de terrorismo e ameaça a outros países. O mesmo não se pode dizer dos EUA e de Israel.
E a turma da Globo não hesita nas suas escolhas…
O portal da Globo, o G1, registrou o fato falando apenas em atentado, mas não mencionou “terrorismo” ou “terrorista” ou termo afim. Aula da novilíngua orwelliana. Clique aqui para conferir. Já o Manhattan Connection, veja no vídeo, usou a legenda “Terror e a morte dos cientistas” enquanto mostrava as imagens do pesquisador assassinado. Ato falho.
PS: Observe no vídeo que, no início do seu comentário, Caio Blinder faz piada sobre a morte dos cientistas iranianos, levando seu colega Mainardi a desatar o riso. São estas pessoas que cobram respeito aos direitos humanos por parte do governo iraniano.
Leia mais sobre este assunto, clicando aqui.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Um pregador de golpes de Estado




O nome dele é Roger Noriega (foto), um linha-dura que ocupou o cargo de subsecretário do Departamento de Estado no governo de George W. Bush e de embaixador dos Estados Unidos na Organização dos Estados Americanos (OEA).

Notoriamente vinculado ao complexo industrial militar norte-americano, Noriega volta e meia é convocado pela mídia de mercado para dar recados de grupos que se utilizam de expedientes de todos os tipos na defesa de poderosos interesses econômicos.

Pois bem, a revista Veja, sempre ela, divulgou entrevista em que Noriega faz previsões suspeitas envolvendo o Brasil. Segundo este estimulador de golpes nas Américas, o Brasil dá cobertura e serve de base para o terrorismo internacional.

Noriega, que segue como funcionário do Departamento de Estado, ainda por cima acusa o Brasil de ser complacente e apoiar o terrorismo na Tríplice Fronteira. Esta região, por sinal, volta e meia aparece no noticiário com matérias requentadas acusando a existência de células terroristas árabes.

A própria revista Veja já publicou matérias do gênero em várias ocasiões. Aí vem Noriega para voltar ao tema que o governo brasileiro já investigou e concluiu a improcedência das acusações.

Dá ou não dá para desconfiar que a nova investida de Noriega é suspeita?

Além de fazer duras críticas aos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, da Bolívia, Evo Morales e Rafael Correa do Equador, Noriega previu nas páginas da Veja que o Brasil será alvo de atentados durante a Copa do Mundo, sugere ainda que o governo mude sua política externa e rompa os elos com os três dirigentes sul americanos mencionados.

Noriega, que em abril de 2002 foi um dos estimuladores da tentativa de golpe de estado contra o presidente Hugo Chávez, está mais uma vez se intrometendo indevidamente em assuntos internos de um país soberano e no fundo tenta provocar pânico ao fazer previsões com base em coisa alguma, o que também levanta a suspeita segundo a qual serviços de inteligência dos EUA, a CIA e outros, podem estar preparando algum atentado terrorista para incriminar os governos dos países que não rezam pela cartilha de Washington. Ele na prática procura preparar a opinião pública a aceitar o argumento de que Venezuela, Bolívia e Equador representam um perigo para o Brasil.

E, de quebra, Noriega ainda afirma que as embaixadas do Irã incrementam células terroristas na América Latina.

Pelos antecedentes deste funcionário do Departamento de Estado todo o cuidado é pouco. Nesse sentido, representantes de vários movimentos sociais reunidos em Brasília chamaram atenção para as declarações de Noriega. Pediram providências imediatas do governo brasileiro e chegaram até a pedir que o embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, seja considerado persona non grata. Para estes movimentos, a adoção de tal medida seria uma forma de demonstrar que o Brasil não aceita passivamente intromissões indevidas em questões internas.

Não contente com a entrevista publicada na Veja, Noriega andou fazendo declarações de caráter golpista em outras plagas. Empolgado com o desfecho das ações militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Líbia, Noriega mais uma vez deitou falação contra o governo constitucional da Venezuela.

Fez mais uma previsão, a de que Chávez não teria mais de seis meses de vida e que a sua morte provocaria o caos no país petrolífero devido a confrontos entre apoiadores e opositores do presidente venezuelano, o que justificaria uma intervenção militar dos EUA. No portal Inter American Security Watch, ao pregar abertamente a intervenção ele declara textualmente que “as autoridades dos Estados Unidos devem estar preparados para lidar com o impacto de uma situação de turbulência a curto prazo em um país onde se compra 10 por cento do nosso petróleo”.

Não é a primeira vez que Noriega se manifesta sobre a doença de Chávez. No mês de setembro chegou a afirmar que “deveríamos nos preparar para um mundo sem Chávez”. As declarações de Noriega então entraram em contradição com a dos médicos de Chávez assegurando que ele reagia bem ao tratamento a que vinha sendo submetido contra o câncer,

Por coincidência ou não, poucas horas antes da declaração de Noriega sobre o estado de saúde de Chávez, o governo venezuelano denunciava a presença de um submarino no litoral do país.

Na verdade, Noriega exerce a função de estimulador de setores golpistas latino-americanos e se os governos silenciarem a respeito, o referido funcionário do Departamento de Estado continuará ocupando espaços na mídia de mercado para sugerir retrocessos e tentar fazer com que o continente retorne ao período tenebroso dos anos 70.

Roger Noriega é mesmo uma figura nefasta ao processo democrático latino-americano.

Em tempo: o recorde da semana em termos de deturpação da história ficou por conta de um colunista de O Globo que comparou o ato público organizado pelo governo do Estado do Rio contra o projeto ilegal sobre os royalties do petróleo com a passeata dos 100 mil. O que disse Zuenir Ventura é realmente uma ofensa à geração 68 que lutou com o que estava ao seu alcance contra a ditadura.


Mario Augusto Jacobskind

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Mauro Santayana: Pânico em Washington


por Mauro Santayana, no seu blog
Ao morrer anos antes, Guimarães Rosa perdeu outro tema que a realidade dos sertões mineiros poderia ter oferecido à sua ficção: a da enlouquecida matança de inocentes por alguém acossado pelo medo de inimigos imaginários.
Durante alguns anos, um rico fazendeiro de Curvelo – cidade próxima a Cordisburgo, terra do escritor – manteve pequeno e eficiente grupo de pistoleiros, aos quais encarregava de identificar e matar suspeitos de tramar a sua morte. Os pistoleiros, que recebiam por empreitada, agiam com esperteza. Quaisquer estranhos que surgissem no município eram logo denunciados ao patrão, que, depois de exame sumário da situação, ordenava o assassinato. Os crimes só foram descobertos muito tempo depois, quando, por acaso, descobriram uma cisterna abandonada no distrito de Andrequicé, onde o fazendeiro tinha terras. Nela, exumaram-se ossos de trinta e seis vítimas. Os fatos foram conhecidos em 1975.
As investigações revelaram o horror: nenhuma das vítimas conhecia, sequer, o fazendeiro amedrontado. Eram caixeiros viajantes; turistas escoteiros, atraídos pelas grutas da região e pela represa de Três Marias, homens nascidos nas redondezas que, vivendo longe, visitavam seus parentes.
Os Estados Unidos, ao que parece, estão sob o meridiano fantástico e assustador de Andrequicé. Eles, nesta quadra, se encontram em situação semelhante. Em seu editorial de ontem, o New York Times expõe as dúvidas sobre o suposto complô iraniano contra o embaixador da Arábia Saudita em Washington e outros alvos. As acusações são bizarras e inconsistentes, diz o texto. E adverte o jornal que, desacreditados com tudo o que ocorreu com relação ao Iraque – quando os ianques mentiram do princípio ao fim – os altos funcionários do governo norte-americano deveriam ter provas irrefutáveis contra Teerã, antes de denunciar o plano. Como as coisas foram conduzidas – reitera o editorial – o governo está vendendo o que não tem, com impudência ridícula. Desde a guerra de anexação contra o México, no século 19, os Estados Unidos têm mentido e criado incidentes falsos para justificar seus atos de agressão, como fizeram, mais recentemente, no caso do golpe de 1964, no Brasil; no Chile de Allende; na Argentina; na Nicarágua; na Guatemala; em El Salvador; na República Dominicana; no Vietnã – em todos os países do mundo que não têm armas nucleares, e onde têm interesses.
Outro fato que faz lembrar o mandante do sertão mineiro, foi a decisão de Obama de ordenar o assassinato de um cidadão dos Estados Unidos no Iêmen, sem qualquer processo legal. O congressista republicano Ron Paul declarou que há fundamento legal para um processo de impeachment contra o presidente. Do ponto de vista técnico, trata-se de um assassinato por encomenda. Quanto a seu antecessor, Bush, há um pedido da Anistia Internacional ao governo do Canadá, para que o prenda – quando de sua visita ao país no dia 20 – e o submeta a julgamento por crimes contra a humanidade, por ter ordenado a tortura dos prisioneiros em Guantánamo e em outros lugares.
Convenhamos que não é fácil aceitar o declínio e o administrar com competência. Nisso, os ingleses, experientes e astutos, foram também eficientes, com a invenção da Commonwealth of Nations, o que, pelo menos, deu um pouco mais de fôlego à sua influência política nos domínios mais próximos da cultura européia, como os da Austrália e do Canadá.
Nesse processo de desvario das elites norte-americanas, que já acometeu outros impérios, a lucidez só pode ser imposta pelos próprios nacionais, o que é difícil e demorado, quando está em jogo a supremacia de seu país, mas pode ser inexorável. Tudo vai depender da persistência dos manifestantes e da capacidade que tenham de organizar e ampliar o movimento de resistência política.
É conhecida a tese de alguns historiadores, sobretudo de Toynbee, sobre o fim dos impérios: eles sempre desabam quando há a aliança entre o proletariado interno, o da metrópole, com o proletariado externo, isto é, o das províncias subordinadas. Ao que parece, com as manifestações dos indignados, nos paises centrais e nas antigas colônias, o proletariado do mundo começa a fazer suas alianças, de forma bem diversa da que Marx e Engels pregavam em 1848 – mesmo porque os trabalhadores de nosso tempo são bem diferentes, com a veloz transformação do processo tecnológico de produção dos últimos 60 anos. A articulação desses movimentos poderá surpreender o mundo, se os donos do poder não conseguirem, como já o fizeram antes, apropriar-se da indignação, domá-la e submetê-la aos seus interesses.
Leia também:

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Terrorismo: o Ocidente está livre para matar?


Não é um jornal esquerdista, nem mesmo é o governo iraniano, que – embora eleito -  é tratado  pela nossa mídia como se fosse uma quadrilha de lunáticos.
Não, é a respeitadíssima  – e ocidentalíssima – Agência Reuters que informa que foram, segundo analista por ela consultados, agentes dos serviços secretos ocidentais os responsáveis pelo assassinato de um jovem cientista iraniano, que trabalhava no sistema de pesquisas nucleares do Irã.
Darioush Rezaie, de 35 anos, foi assassinado  a tiros no sábado na zona leste de Teerã. Ele é o terceiro cientista assassinado no país desde 2009. Um deles foi morto por um carro-bomba; o outro, por explosivos acionados por controle remoto.
Nos dois casos anteriores, as autoridades reagiram de modo confuso, mas desta vez houve uma divergência ainda mais ampla dentro do governo.
“Os assassinatos continuarão sendo uma ferramenta usada nesta guerra encoberta. Embora seja impossível dizer com certeza se Rezaie era um cientista nuclear ativo, sua morte parece ser mais um episódio nessa guerra”, disse Ghanem Nuseibeh, analista radicado em Londres e fundador da Cornerstone Global Associates.
“A narrativa iraniana tem sido confusa acerca do trabalho de Rezaie, e isso acrescenta credibilidade à especulação de que ele estava envolvido no programa nuclear.”, diz um dos ouvidos pela Reuters, que entende que o Governo de Teerã não quer admitir que ele trabalhasse em atividades que têm sido proibidas ao país em matéria de energia nucler.
“Diz a matéria:
“Suspeito, apenas com base no que se sabe pelos relatos da imprensa iraniana, que Rezaie tenha sido assassinado por causa da sua relação com o programa nuclear do Irã”, disse Afshon Ostovar, analista radicado em Washington e especializado em Irã.
Após a confusão inicial, Ostovar disse ter notado “uma campanha de relações públicas para minimizar o impacto da morte dele sobre o programa nuclear e para desacreditar qualquer sensação de legitimidade do assassinato”.
Vários analistas disseram crer na hipótese de participação de agentes dos EUA ou de Israel no crime.
Só uma pergunta: como assim “desacreditar qualquer sensação de legitimidade do assassinato”? Desde quando é legitimo a Israel ou aos EUA assassinar um cidadão de outro país, em outro país, só porque considera sua atividade potencialmente prejudicial à sua supremacia nuclear? Então o Irã tem o direito de mandar agentes executarem cientistas nucleares dos EUA, em território americano, só porque não acham bom que lá se desenvolvam tecnologias bélicas nucleares?
O 007, ao menos, a gente sabia que era de mentirinha, não é?

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Pelo Estado da Palestina Já!


O Povo Palestino tem o direito de ter o seu próprio Estado, livre, democrático e soberano! Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Plano de Partilha da Palestina, que resultou na criação do Estado de Israel. Essa iniciativa criou uma tragédia cotidiana para o povo palestino. Mais de 500 vilas e comunidades palestinas foram destruídas. Milhares foram presos, torturados e assassinados.
Palestinos foram expulsos de suas casas e de centenas de cidades. Cerca de 4,5 milhões de refugiados palestinos vivem hoje pelo mundo, sendo que a maioria destes se encontra nas fronteiras da Palestina ocupada, e o Estado de Israel segue negando o direito de retorno para todos. A ocupação militar israelense, com o apoio das potencias ocidentais, avançou e conquistou novos territórios, em Gaza, Cisjordânia, Jerusalém e até mesmo nas terras sírias das Colinas de Golã e no Sul do Líbano.
Caberá a ONU, com base no direito internacional e em suas próprias resoluções, (em especial a 181, de 1947, que reconhece o Estado da Palestina) ratificar e admitir o Estado da Palestina como membro pleno da organização, caso contrário, será conivente com os crimes cometidos pelo colonialismo israelense contra o povo palestino.
Em setembro deste ano, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), reconhecida internacionalmente como única e legítima representante do povo palestino, irá solicitar da ONU a aprovação do Estado da Palestina como membro pleno desta organização.
Enquanto o povo palestino vem insistindo por uma paz justa para o conflito, os sucessivos governos israelenses continuam não cumprindo as inúmeras resoluções da ONU, mantendo nos cárceres mais de oito mil presos políticos, reprimindo violentamente as manifestações pacíficas de palestinos e israelenses que defendem a criação do Estado da Palestina e seguindo na construção do muro do apartheid ou muro da vergonha, um muro que hoje já tem cerca de 500 km de extensão, e que proíbe a livre circulação de pessoas e produtos entre as cidades e vilas palestinas.
Uma paz justa e duradoura pressupõe a criação, de fato, do Estado da Palestina, e a inclusão deste como membro pleno da ONU, com todos os direitos e deveres que tal decisão implica.
Estados Unidos e Israel comandam a oposição sistemática para que os direitos inalienáveis do povo palestino ao retorno e à autodeterminação não sejam cumpridos.
Se a ONU permitiu a incorporação do Estado de Israel como membro pleno, apesar do mesmo não obedecer aos princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas, e de violar cotidianamente os direitos humanos, econômicos, sociais, políticos e culturais dos palestinos, é preciso que o Estado da Palestina também tenha o direito de existir plenamente já.
Apoiaremos as mobilizações populares dos palestinos que lutam contra o governo antidemocrático de Israel. Nós, militantes de organizações representativas do povo brasileiro, afirmamos: apoiar o povo palestino é apoiar todos os povos em sua caminhada de paz, justiça e liberdade!
Comitê Palestrina Livre

quinta-feira, 9 de junho de 2011

A polícia do mundo

Sinto muito ter de publicar, poucas horas depois de ter divulgado aqui o que a nossa imprensa não fez – os danos causados com “experiências” dos EUAcom sífilis em recrutas, mulheres e crianças na Guatemala, nos anos 40 – esta matéria que, sim, está nos jornais de hoje.
E as fontes são o insuspeito The New York Times e a própria Veja, de onde transcrevo:
“Os Estados Unidos mantêm uma “guerra encoberta” no Iêmen contra alvos da rede terrorista Al Qaeda, atacando-os com aviões não tripulados), aproveitando o vazio de poder no país, informa nesta quarta-feira o jornal The New York Times.
A campanha secreta americana se nutre dos enfrentamentos que feriram e afastaram do país o presidente Ali Abdullah Saleh, internado em um hospital na Arábia Saudita, segundo o jornal, que cita fontes do governo americano.
Diante da escalada de violência relacionada aos protestos populares, as tropas iemenitas que lutavam contra militantes da Al Qaeda no sul do país voltaram à capital, Sana, indica o New York Times.
Nesse cenário, o governo americano “vê os ataques aéreos como uma das poucas opções que lhe restam para evitar que os militantes consolidem seu poder”, acrescenta o diário.
A campanha é liderada pelo Comando Especial de Operações Conjuntas do Pentágono e coordenada com a Agência Central de Inteligência (CIA), de um posto de controle em Sana que recebe as informações de inteligência sobre os alvos – a CIA considera que o braço da Al Qaeda na Península Arábica apresenta o maior risco imediato para os Estados Unidos “.
Sé verdade ou mentira que sejam da Al Qaeda os “alvos”, se o bombardeio atinge pessoas desarmadas, se isso é um ataque não-provocado a um país – em tese – soberano, se um membro da comunidade internacional – a Arábia Saudita – cede seu território para ações militares não-autorizadas, nada importa.
Eles são apenas árabes.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Brevíssima história de 40 anos de políticas neoliberais


Muitos especialistas dizem que a ideologia neoliberal iniciou nos anos 80 com Reagan, Thatcher e a Escola de Chicago. Mas o que tornou possível esse giro na economia política? Que elementos, que novas forças podem explicar essa mudança ideológica e as desigualdades que a seguiram? Como os poderes que tomam decisões políticas foram sendo postos gradualmente nas mãos de um corpo de tecnocratas neoliberais que pontificavam sobre as limitações dos governos? Responder a essas questões passa por reconhecer que este processo durou décadas. O artigo é de Marshall Auerback.
Um assíduo leitor de New Deal 2.0 faz uma aguda questão:

“Há uma questão que nunca consigo responder. Muitos especialistas dizem que a ideologia neoliberal iniciou nos anos 80 com Reagan, Thatcher e a Escola de Chicago. Mas sigo sem entender o que tornou possível esse giro na economia política. Que elementos, que novas forças nos anos 80 podem explicar essa mudança ideológica e as desigualdades que a seguiram?"

Todos esses temas são muito dignos de exploração e eu, quero dizer desde logo, não posso fazer justiça a eles com uma resposta de duas linhas. É melhor recomendar o soberbo livro de Yves Smith, Econned. O livro proporciona uma excelente explicação histórica do modo como algumas teorias infundadas, mas amplamente aceitas, levaram à execução de políticas que geraram o atual estado de coisas. Também ilumina a capacidade dessas filosofias para ressuscitar mesmo quando se acumulam provas conclusivas contra elas. Documenta não só a crescente degradação dos economistas profissionais neoclássicos (e sua concomitante tendência a reduzir a soma da experiência humana a uma série de equações matemáticas), mas também a maneira pela qual fundações muito bem financiadas subvencionaram universidades e think tanks que, por sua vez, legitimaram e validaram essas filosofias charlatanescas.

A ideia de que governos democraticamente eleitos devem servir-se de políticas fiscais discricionárias para contraestabilizar as flutuações do ciclo do gasto público chegou a ser visto como algo muito próximo ao socialismo. Os poderes que tomam decisões políticas foram postos gradualmente nas mãos de um corpo de tecnocratas neoliberais que pontificavam sobre as limitações dos governos e reforçavam as posições fiscalmente pró-cíclicas, ou seja: reforçavam a contração discricionária quando os estabilizadores automáticos levavam a grandes déficits orçamentários como resultado da frágil demanda não-pública.

Essa mudança em nossas políticas públicas foi acompanhada por um processo de tomada de controle dos juristas em uma longa marcha através do poder Judiciário. Foi um esforço patrocinado pelas grandes empresas, centrado exclusivamente no tema da desregulação, e culminou com um esforço titânico para revogar as reformas do New Deal, limitar o poder dos sindicatos e do próprio governo (salvo em matéria de Defesa, cabe assinalar, que organizou seu próprio e formidável exército de lobistas).

Responder a questão colocada por nosso leitor passa por reconhecer que este foi um processo que durou décadas e que veio acompanhado de enormes somas de dinheiro e de vasto exército de forças empresariais, jurídicas e políticas, empenhado em frustrar qualquer alternativa progressista. O processo inteiro ocorreu em um período de aproximadamente 40 anos. Flexibilização da regulação e da supervisão; uma crescente desigualdade que levou às famílias a se endividar para manter o nível de gasto; cobiça e exuberância irracional e liquidez global excessiva: todos esses são sintomas do mesmo problema.

Mas como tudo começou? A análise que o grande economista Hyman Minsky realizou no final de sua vida é particularmente potente, porque permite ver essas mudanças a partir de uma vasta perspectiva histórica. Minsky chamou a situação de saída da II Guerra Mundial de “capitalismo paternalista”. Ela se caracterizava por um “enorme Tesouro público” (cujo custo equivalia a 5% do PIB) dotado de um orçamento que oscilava contraciclicamente a fim de estabilizar a renda, o emprego e os fluxos de lucros; um Banco Central ao estilo de um “enorme banco” que mantinha baixas as taxas de juros e intervinha como emprestador último de recursos; uma ampla variedade de garantias estatais (seguro de depósitos, respaldo público implícito ao grosso das hipotecas); programas de bem estar social (Seguridade Social, ajuda às famílias com filhos dependentes, ajuda médica); estreita supervisão e regulação das instituições financeiras; e um leque de programas públicos para promover a melhoria da renda e a igualdade de riqueza (tributação progressiva, leis de salário mínimo, proteção para o trabalho sindicalmente organizado, maior acesso à educação e à habitação para pessoas de baixa renda).

Além disso, o Estado jogava um papel importante em matéria de financiamento e refinanciamento (por exemplo, a corporação pública para financiar a reforma de imóveis e a corporação pública para o crédito destinado à compra de imóveis) e na criação de um mercado hipotecário moderno para a compra de imóveis (baseado em um empréstimo de tipo fixo amortizável em 30 anos), sustentado por empresas patrocinadas pelo Estado. Minsky reconheceu papel desempenhado pela Grande Depressão e pela II Guerra Mundial na criação de bases para a estabilidade financeira. Nas palavras de Randy Wray:

“A Depressão pulverizou e expulsou o grosso dos ativos e passivos financeiros: isso permitiu às empresas e às famílias saírem com pouca dívida privada. O ciclópico gasto público durante a II Guerra Mundial criou poupança e lucro no setor privado, enchendo os livros de contabilidade com dívida saneada do Tesouro (60% do PIB, imediatamente depois da II Guerra). A criação de uma classe média, assim como o baby boom, mantiveram alta a demanda de consumo e alimentaram um rápido crescimento do gasto público dos estados federados e dos municípios em infraestrutura e em serviços públicos demandados pelos consumidores metropolitanos.

A elevada demanda dos entes públicos e dos consumidores trouxe por sua vez consigo a possibilidade de se cobrir o grosso das necessidades das empresas para financiar o gasto interno, incluindo os investimentos. Assim, durante as primeiras décadas que se seguiram à Segunda Guerra, o capital financeiro desempenhou um papel muito menor. A lembrança da Grande Depressão gerou relutância em relação ao endividamento. Os sindicatos pressionavam e, frequentemente, obtinham mais e mais compensações, o que permitiu o crescimento dos níveis de vida, financiados em sua maior parte somente com a renda dos trabalhadores”.


Na década de 1970 tudo isso começou a mudar, como é bem explicado em Econned. O gasto público começou a crescer mais lentamente que o PIB; os salários ajustados à inflação se estancaram a medida que os sindicatos perdiam poder; a desigualdade começou a crescer e as taxas de pobreza deixaram de cair; as taxas de desemprego dispararam; e o crescimento econômico começou a desacelerar.

Nos anos 70 assistimos também aos primeiros esforços sustentados para fugir das restrições impostas pelo New Deal, a medida que as finanças respondiam para aproveitar as oportunidades. Com o desastroso experimento monetarista de Volcker (1979-82), muitos dos velhos vestígios do sistema bancário estabelecido pelo New Deal foram arrasados.

O rito de inovações se acelerou a medida que foram se adotando muitas práticas financeiras novas para proteger as instituições do risco da taxa de juros. A despeito de todas as apologias feitas sobre os anos de Volcker a frente da Federal Reserve, o certo é que suas políticas de juros altos assentaram as bases do atual sistema financeiro baseado no mercado, incluídas a titulação hipotecária, a inovação financeira na forma de derivativos para cobrir o risco das taxas de juros, assim como muitos dos veículos financeiros “extra contábeis” que proliferaram nas duas últimas décadas. Legislou-se para criar um tratamento fiscal muito mais favorável aos juros, o que, por sua vez, estimulou as compras alavancadas para substituir ativos por dívida (como a tomada de controle empresarial financiada com dívida que seria servida pelos futuros fluxos de receita da empresa assim controlada).

Os excedentes orçamentários dos anos Clinton – outro exemplo de ascendência de uma filosofia neoliberal que fugiu da política tributária e determinou a primazia da política monetária – restringiram a demanda agregada, encolheram as receitas e criaram uma maior dependência da dívida privada como meio de sustentar o crescimento e as receitas. Esse foi claramente facilitado por inovações que ampliaram o acesso ao crédito e mudaram os critérios das empresas e dos lares para definir o nível de endividamento prudente. O consumo conduzia o timão e a economia voltou finalmente aos rendimentos dos anos 60. Regressou o crescimento robusto, agora alimentado pelo déficit do gasto privado, não pelo crescimento do gasto público e da receita privada. Tudo isso levou ao que Minsky chamou de capitalismo dos gestores do dinheiro.

Esse é o contexto histórico básico que veio se desenvolvendo nos últimos 40 anos. E essa é, provavelmente, uma resposta que vai mais além do que nosso amável leitor queria, mas sua questão não é daquelas que possa ser respondida laconicamente.

(*) Marshall Auerback é analista econômico, pesquisador do Roosevelt 
Institute, colaborador da New Economic Perspectives e da NewDeal 2.0.

Tradução para SinPermiso: Casiopea Altisench
Tradução para Carta Maior: Katarina Peixoto

sexta-feira, 4 de junho de 2010

SOLDADOS ISRAELENSES ATIRAM CORPOS AO MAR

SOLDADOS ISRAELENSES ATIRAM CORPOS AO MAR - DIZ BRASILEIRA
Postado por jose luiz ribeiro da silva em 4 junho 2010 às 2:06
Exibir blog de jose luiz ribeiro da silva
LEITURA OBRIGATÓRIA PARA O "JORNAL NACIONAL".QUANDO NOTICIAREM SOBRE A FLOTILHA DA PAZ ESPERO QUE ESSA REPORTAGEM PASSE EM SUAS MENTES DETURPADAS
Soldados israelenses teriam "atirado corpos no mar", diz brasileira que estava em barco
A ativista e cineasta brasileira Iara Lee, detida por tropas israelenses na ação militar contra embarcações que levavam ajuda humanitária à Gaza na segunda-feira passada, disse que passageiros do barco em que viajava "'viram soldados atirando corpos no mar".
Iara viajava no barco Mavi Marmara, que foi palco dos episódios de violência que resultaram na morte de nove ativistas. Em entrevista à BBC Brasil, de Istambul, onde chegou nesta quinta-feira de madrugada junto com um grupo de cerca de 450 ativistas deportados de Israel, Iara disse não ter testemunhado as mortes, mas que "outras pessoas que estavam no barco contaram ter visto soldados atirando corpos no mar".

"Nossa contabilidade é de que 19 pessoas morreram. Ainda há gente desaparecida, não sabemos o que aconteceu com eles. E ainda há feridos muito graves, praticamente morrendo, que não conseguimos retirar do hospital em Tel Aviv." Iara contou que os atiradores de elite do Exército de Israel entraram no principal navio da frota "atirando para matar".

Ela disse que o operador de internet do Mavi Marmara foi morto com um tiro na cabeça.

"Ele estava na sala de operações, perto da ponte, por onde entraram os atiradores de elite. O corpo dele foi encontrado com um tiro na cabeça", disse ela nesta quinta-feira, antes de embarcar para os Estados Unidos, onde vive.

Iara contou que estava embaixo do convés no momento do ataque, mas quando subiu para procurar seu cinegrafista, viu quatro corpos e vários feridos.

"Era muito sangue, eu comecei a passar mal, tive ânsia de vômito e até desisti de procurá-lo." Violência desproporcional Para a cineasta, a violência usada pelas tropas na ação foi desproporcional.

"Nos barcos pequenos, eles usaram balas de borracha, gás lacrimogêneo e armas de choque. Mas no nosso barco, eles chegaram usando munição de verdade", conta.

"Foram atiradores de elite, todos vestidos de preto, armados".

A cineasta contou que a abordagem israelense ocorreu por volta de 04h30 da madrugada, no escuro, e que foi muito rápida.

"Tinha dois barcos da Marinha. Quando a gente piscou apareceram dezenas de barcos de borracha, helicópteros, atiradores de elite descendo no barco. A marca registrada deles é o silêncio, fomos pegos de repente", ela lembra.

Iara acredita que os soldados ficaram assustados com o número de passageiros a bordo - mais de 600 - e que, por isso, ele podem ter optado por uma ação rápida com o objetivo de assumir imediatamente o controle do barco.

"Esperávamos que eles atirassem para o alto, em direção aos nossos pés, para nos assustar. Imaginávamos que eles fossem tentar jogar redes nos nossos motores, deixar a gente à deriva no meio do mar, mas nunca imaginamos isso." Depois da abordagem, as embarcações da tropa foram levadas para o porto de Ashdod, em Israel, com todos os passageiros algemados. "Quando mandaram a gente descer do barco, já tinham jogado todo o conteúdo de nossas malas no chão, estava tudo misturado. Eram roupas, laptops, pijama, escova de dentes, tudo junto." Os ativistas voltaram para a Turquia apenas com a roupa do corpo e seus passaportes. Segundo a cineasta, todas as câmeras, telefones celulares e blackberries foram confiscados pelo Exército. Ela diz que perdeu US$ 150 mil em câmeras e lentes.

Mas Iara disse que os ativistas conseguiram salvar registros do ataque que teriam sido escondidos em peças de roupas.

"A gente conseguiu salvar algumas fitas com imagens do ataque, que costuramos nas nossas roupas e não foram encontradas pelas autoridades israelenses." Iara Lee saiu do Brasil em 1989 e passou 15 anos nos Estados Unidos, onde é radicada. Nos últimos cinco anos, ela morou em diversos países, entre eles Irã, Tunísia e França, onde filmou documentários
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