EUA realizam bombardeios secretos contra insurgentes no Iêmen em defesa do ditador iemenita Ali Abdullah Saleh, que luta para permanecer no poder. Os bombardeios ocorrem no momento em que Abdullah Saleh encontra-se refugiado na Arábia Saudita, após ser ferido em um ataque rebelde ao palácio presidencial. Enquanto as bombas 'democráticas' despencam sobre o Iêmen, Obama & Hillary emitem ameaças contra a ditadura Líbia...
Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 9 de junho de 2011
DEU NO NEW YORK TIMES:
EUA realizam bombardeios secretos contra insurgentes no Iêmen em defesa do ditador iemenita Ali Abdullah Saleh, que luta para permanecer no poder. Os bombardeios ocorrem no momento em que Abdullah Saleh encontra-se refugiado na Arábia Saudita, após ser ferido em um ataque rebelde ao palácio presidencial. Enquanto as bombas 'democráticas' despencam sobre o Iêmen, Obama & Hillary emitem ameaças contra a ditadura Líbia...
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A polícia do mundo
E as fontes são o insuspeito The New York Times e a própria Veja, de onde transcrevo:
“Os Estados Unidos mantêm uma “guerra encoberta” no Iêmen contra alvos da rede terrorista Al Qaeda, atacando-os com aviões não tripulados), aproveitando o vazio de poder no país, informa nesta quarta-feira o jornal The New York Times.
A campanha secreta americana se nutre dos enfrentamentos que feriram e afastaram do país o presidente Ali Abdullah Saleh, internado em um hospital na Arábia Saudita, segundo o jornal, que cita fontes do governo americano.
Diante da escalada de violência relacionada aos protestos populares, as tropas iemenitas que lutavam contra militantes da Al Qaeda no sul do país voltaram à capital, Sana, indica o New York Times.
Nesse cenário, o governo americano “vê os ataques aéreos como uma das poucas opções que lhe restam para evitar que os militantes consolidem seu poder”, acrescenta o diário.
A campanha é liderada pelo Comando Especial de Operações Conjuntas do Pentágono e coordenada com a Agência Central de Inteligência (CIA), de um posto de controle em Sana que recebe as informações de inteligência sobre os alvos – a CIA considera que o braço da Al Qaeda na Península Arábica apresenta o maior risco imediato para os Estados Unidos “.
Sé verdade ou mentira que sejam da Al Qaeda os “alvos”, se o bombardeio atinge pessoas desarmadas, se isso é um ataque não-provocado a um país – em tese – soberano, se um membro da comunidade internacional – a Arábia Saudita – cede seu território para ações militares não-autorizadas, nada importa.
Eles são apenas árabes.
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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Obama ainda vai pedir desculpas ao Celso Amorim
Diz a piada que as ideias levam 10 anos para chegar ao Brasil. E mais 10 para serem institucionalizadas. Donde a vantagem de ter gente capaz de enxergar antes, como o Celso Amorim:
Irã: uma nova viagem de descobrimento
23/2/2011, Kaveh L Afrasiabi, Asia Times Online
“Os EUA esforçam-se muito para não aparecer como alvo desses gigantescos levantes populares, mas fracassam, porque o povo já sabe que as políticas dos EUA e seus comparsas são causa de humilhação e divisão entre as nações. Por isso, a chave para resolver os problemas do povo está em dar fim a todos os arranjos que os EUA impõem à Região”
(Supremo Líder do Irã, aiatolá Seyed Ali Khamenei)
(Supremo Líder do Irã, aiatolá Seyed Ali Khamenei)
Na 2ª-feira, com dois navios de guerra iranianos preparados para cruzar o Canal de Suez – para grande preocupação em Israel, que interpreta o movimento “como de máxima gravidade” – o Supremo Líder do Irã aiatolá Ali Khamenei dirigiu-se a um grupo de dignitários estrangeiros de todo o mundo árabe e falou-lhes, confiante, da aurora de uma nova era no Oriente Médio, que refletiria “um novo despertar islâmico”.
Com o fim das duas ditaduras pró-ocidente na Tunísia e no Egito, e com protestos que crescem no Bahrain predominantemente xiita, onde está atracada a 5ª Frota da Marinha dos EUA, os líderes iranianos têm ampla justificativa para a confiança com que falam de “um Novo Oriente Médio”, cada dia menos rendido aos interesses ocidentais e cada dia mais independente e assertivo.
Uma fragata iraniana e um barco de suprimentos navegaram pelo Canal de Suez a caminho da Síria, depois de autorizados pelas autoridades egípcias –, primeira vez que navios iranianos navegam pelo canal, desde antes da queda do Xá, em 1979. O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu disse no domingo que o Irã estaria tentando aproveitar-se da instabilidade na Região.
Pela legislação internacional, só navios de países que estejam em guerra contra o Egito são impedidos de passar pelo Canal de Suez. Mas navios militares têm de, antes, ser autorizados pelos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores do Egito.
“Acho que hoje se pode ver o quanto é instável a região em que vivemos, cuja instabilidade o Irã tenta explorar. O movimento de passar pelo Canal de Suez foi pensado para ampliar a influência do Irã” – dizem as notícias, citando palavras de Netanyahu. O primeiro-ministro de Israel considerou a viagem “uma provocação” à qual “a comunidade internacional terá de responder”.
Na avaliação dos especialistas em política exterior do Irã, a decisão dos militares egípcios, de autorizar a passagem dos navios “Alvand” e “Khargh”, foi importante gesto para quebrar o gelo e dá tom positivo a uma muito necessária melhora nas relações entre o Irã e o Egito.
Acusados pelos israelenses de “conivência” com o Irã, no caso da autorização para a passagem dos navios, os militares egípcios – que hoje são governo, depois da deposição do presidente Mubarak – podem acelerar o processo de normalização das relações com o Irã, ainda antes das eleições marcadas para setembro. É decisão que nada tem a ver com a promessa que fizeram de manter todos os compromissos já assumidos com outras nações, inclusive o tratado de paz de Camp David com Israel.
Mas, para o jornal israelense Ha’aretz, Israel já não pode ter certeza de que o Egito continuará seu aliado contra o Irã. Interpretação mais acurada diria que Israel teme que o Egito se alie ao Irã contra Israel, o que, com certeza, alteraria o equilíbrio de forças, em detrimento do bloco conservador liderado por EUA e Israel que visa a isolar o Irã.
Nos tempos tumultuados que se vive no Oriente Médio e Norte da África, vê-se agora a queda de regimes pró-EUA, ou derrubados ou seriamente contestados pelas massas nas ruas, o que cria, para o bloco liderado pelo Irã (e que inclui a Síria, o Hezbollah no Líbano e o Hamás em Gaza), oportunidade única para colher um importante ganho (geo)político. Mais clara a oportunidade será, se o “efeito dominó” hoje ativado levar a mudança radical também no sistema político arcaico do Bahrain.
Apesar de o almirante Mike Mullen, presidente do Conselho do Estado-maior dos EUA, em sua última entrevista, ter acusado implicitamente o Irã de estar estimulando a agitação no Bahrain, fato é que muitos xiitas do Bahrain têm como sagrada a cidade iraquiana de Najaf e como líder espiritual o aiatolá Ali Sistani, enquanto só uma minoria segue a orientação de Khamenei.
Seja como for, a inevitável maior influência dos xiitas do Bahrain – que são superiores, em número, aos sunitas reinantes –, seja por revolução, seja mediante o “diálogo nacional” que o governo propôs, acabará por ser interpretada como importante ganho para o Irã. Com isso, será de esperar que o Bahrain e outros membros do Conselho de Cooperação do Golfo [ing. Gulf Cooperation Council (GCC)] passem a demonstrar maior deferência ao rapidamente crescente maior poder do Irã na região. O GCC foi criado em 1981 e inclui os estados do Golfo Persa, Bahrain, Kuwait, Oman, Qatar e Arábia Saudita, e os Emirados Árabes Unidos.
Esse reconhecimento de que a mudança na maré política favorece o Irã, a bete noir dos EUA no Oriente Médio, já é bem visível na decisão da Arábia Saudita, até agora sem precedentes, de permitir que navios de guerra iranianos passem por portos sauditas (os navios iranianos atravessaram o Mar Vermelho e o Canal de Suez, em rota para o porto de Latika, na Síria). Mas o ramo de oliveira estendido ao Irã pode também ter sido motivado pelo medo, em Riad, de um levante; e dessa vez, dos seus próprios xiitas descontentes (há dois milhões de xiitas na Arábia Saudita, numa população de 26 milhões).
Veem-se assim novas questões relativas ao futuro das relações EUA-Irã, à luz da complexa convivência entre interesses conflitantes e interesses partilhados entre os dois países no caldeirão do Oriente Médio e em outros pontos do mundo.
É provável que os EUA sejam obrigados a revisar a abordagem de coerção e violência contra o Irã e seu programa nuclear; que tenham de evitar futuras sanções e alterar a até agora perfeitamente inócua política de isolar o Irã. É possível que tenham de começar a trabalhar para ganhar a confiança de Teerã para defender interesses partilhados ou, no mínimo, paralelos não conflitantes, como, por exemplo, a tríplice ameaça que paira sobre Irã e EUA: a ação dos Talibã, o extremismo dos wahhabistas e o tráfico de drogas – para não falar da estabilidade regional, que interessa a todos.
No que tenha a ver com os programas nucleares, movimento prudente dos EUA seria aceitar imediatamente o projeto de troca de combustível nuclear para o reator médico de Teerã e apoiar, com todo seu peso político, os esforços da ONU para fazer do Oriente Médio zona livre de armas nucleares.
Deve-se desejar também que os EUA parem de impedir que a Índia participe do projeto do oleoduto Irã-Paquistão-Índia. A lógica econômica da interdependência, que ensina a praticar a moderação, não pode nem deve ser ignorada.
Infelizmente, é pouco provável que Washington, em futuro próximo, venha a reconhecer o papel de destaque de Teerã em todos os negócios no Oriente Médio. Em vez disso, como já transparece na fala de Mullen, os EUA continuarão a analisar o quadro político pelas lentes da fobia anti-Irã – motivo pelo qual toda uma enorme área de “interesses mútuos” permanecerá sem ser nem considerada nem explorada.
Direitos dos palestinos
Direitos dos palestinos
Como esperado, a mídia no Irã atacou duramente o veto, pelo governo Obama, semana passada, contra projeto de Resolução do Conselho de Segurança da ONU que criticaria as colônias ilegais, exclusivas para judeus e erguidas em territórios palestinos ocupados.
Reforça-se assim a percepção, já generalizada no Irã e em outras partes do mundo árabe e do mundo muçulmano, de que o governo dos EUA está sob controle absoluto do lobby pró-Israel e fundamentalmente incapaz de agir com independência (e nem se fala de opor-se declaradamente aos planos de ação de Israel para a região).
A menos que a Casa Branca demonstre o contrário, ajustando suas abordagens do “processo de paz” e passando a efetivamente pressionar Israel, firma-se, em todo o Oriente Médio, a conclusão de que a política dos EUA para o Oriente Médio é concebida em Telavive.
O interesse do Irã na “questão” palestina é, simultaneamente, ideológico e resultado do desejo de ampliar suas áreas de influência – o que significa, essencialmente, que a política dos EUA, de excluir o Irã do diálogo multilateral sobre o processo de paz, é, ao mesmo tempo, disfuncional e contraproducente.
“As políticas expansionistas israelenses causaram grave dano aos interesses dos EUA e sem dúvida contribuíram para a impopularidade do Xá dos EUA, Hosni Mubarak” – diz cientista político especialista em assuntos de política exterior do Irã, da Universidade de Teerã. E completa: “Entende-se que os políticos israelenses estejam cegos para isso. Mas e os norte-americanos? Por que não veem?”
Sobre recente decisão dos militares egípcios de abrir a fronteira com Gaza por vários dias, como indicação da nova abordagem do Egito, que já não estaria a favor do sítio de Gaza, todos, o professor de Teerã e vários jornalistas e comentaristas iranianos, são otimistas quanto a um brilhante futuro para as relações Irã-Egito. Para todos, essas novas relações seriam baseadas “na solidariedade de todos aos palestinos”.
No mínimo, Cairo tem agora melhores condições para barganhar com EUA-Israel, depois de livrar-se dos impedimentos que afastavam o Irã – e esse é, sem dúvida, desenvolvimento extraordinariamente importante – além de extraordinariamente preocupante do ponto de vista dos interesses de EUA-Israel.
Perfeitamente consciente da necessidade de implantar uma cunha entre EUA e Israel, a estratégia iraniana combina hoje um porrete e uma cenoura. De um lado, o porrete do antiamericanismo e o correspondente slogan de “Oriente Médio sem EUA”, parafraseando o que o presidente Mahmud Ahmadinejad disse no discurso de comemoração do 32º aniversário da revolução de 1979; de outro, a cenoura da cooperação no campo das “preocupações comuns”, como os Talibã.
O fato de que o Irã pode ser muito oportuna linha de fuga, contra os repetidos ataques dos Talibã às linhas de suprimento da OTAN que atravessam o Paquistão e o Afeganistão, ou pode ser influência de moderação para escapar da fúria dos xiitas no Golfo Persa – também já apareceu comentado em veículos da mídia de Teerã.
Nessas possíveis negociações, o Irã introduziria, como pré-condição, o fim das políticas norte-americanas (1) de sanções e (2) de tentativas de golpe para derrubar o regime iraniano.
A ironia disso tudo é que o resultado das políticas dos EUA contra o Irã parece ser exatamente o oposto do que os EUA esperavam conseguir: os aliados dos EUA caem como maçãs podres de seus respectivos postos ditatoriais de governo; e o Irã sofreu impacto mínimo da “febre democrática” que varre a região. Por isso, exatamente, Teerã considera-se no pleno direito de conduzir os termos de qualquer diálogo futuro com os EUA.
Isso, também, porque os EUA estão sendo vistos como os principais perdedores, hoje; em posições muito enfraquecidas; na defensiva; e já “operando no modo ‘pânico’, à vista da chuva de dominós que caem” – como se leu ontem, no editorial de um dos jornais iranianos conservadores.
O império pode recuperar o fôlego e descobrir novas vias para retaliar e voltar ao comando do jogo. Mas os vencedores do dia, hoje, são o Irã e seus aliados.
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