Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 30 de março de 2014

Há 50 anos do terror

França volta às urnas neste domingo: Hollande abraçou receituário ortodoxo e foi esmagado no 1º turno das eleições municipais

FMI emprestará US$ 14 bi à Ucrânia mediante condicionalidades que incluem um arrocho semelhante ao imposto à Grécia

Espanha flerta com a deflação: anemia da demanda explica a taxa de -0,2% em março; o festejado sucesso do ajuste espanhol jogou 26% do país no desemprego e ressuscitou a fome entre os pobres

Ao PSDB a lei; ao PT, o domínio do fato: decisão do STF sobre mensalão tucano alivia para o PSDB, mas argui parâmetros da AP 470 e abre campo de contestação.


Foi o golpe civil-militar de 1964 que deu inicio à implantação de ditaduras que constituiriam um círculo de terror como nunca a América Latina conhecera.

por Emir Sader

Emir Sader
O golpe civil-militar de 1964 no Brasil deu inicio à implantação de ditaduras que constituiriam um círculo de terror como nunca a América Latina conhecera. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, com o inicio da Guerra Fria, os Estados Unidos promoveram no continente a Doutrina de Segurança Nacional, sua ideologia da luta "contra a subversão" que desembocaria na instauração dessas regimes.
 
A Doutrina, elaborada pelo Departamento de Estado dos EUA e propagada pela Escola das Américas e por cursos ministrados diretamente por oficiais norte-americanos, propugnava a militarização dos Estados, que se tornariam Estados-maiores, conduzidos pela oficialidade das forças armadas latino-americanas, no combate a todas as forças que a Doutrina considerasse que colocavam em risco a "democracia" no continente.
 
A concepção totalitária da Doutrina se materializou, na época da ditadura civil-militar brasileira, no slogan: "Ame-o ou deixe-o", isto é, ou te identificas com o regime ou deves ir embora do país. É coerente com a concepção ideológica segundo a qual toda forma de conflito era um vírus externo, inoculado de fora para dentro no corpo nacional, para sabotar, subverter seu bom funcionamento.
 
Bem ao estilo das concepções positivistas importadas da biologia, segundo as quais o bom funcionamento da sociedade se assemelharia ao funcionamento de um corpo saudável fisicamente, em que cada célula funciona em função da totalidade. Qualquer parte do corpo que deixa de funcionar assim, representa uma doença, a introdução de um vírus externo, que tem que ser extirpado.
 
Os regimes militares do Cone Sul agiram dessa forma em relação a qualquer forma de expressão que lhes parecesse sabotar o bom funcionamento do corpo social. Era uma concepção totalmente intolerante em relação às diversidades, às divergências, aos conflitos sociais. A eliminação física dos opositores ou dos considerados opositores tinha essa origem, de "depuração democrática" de elementos considerados subversivos.
 
Quando se instaurou a primeira ditadura civil-militar, a brasileira, há 50 anos, se desenvolvia uma luta por modelos para um continente que via esgotar o impulso econômico das décadas anteriores. A Revolução Cubana radicalizou o horizonte de alternativas, ao colocar a possibilidade de ruptura da dominação norte-americana e do próprio capitalismo.
 
Os EUA tentaram forjar uma alternativa a Cuba com a chamada Aliança para o Progresso, que teve no governo do chileno democrata cristão Eduardo Frei seu exemplo mais importante, com a proposta de uma "revolução em liberdade". Sua reforma agrária fortaleceu os pequenos proprietários no campo, com objetivo de evitar vitórias dos novos movimentos guerrilheiros que se expandiam para a Venezuela, o Peru, a Guatemala, a Colômbia.
 
O golpe brasileiro seria modelar no sentido de que conseguiria derrotar de forma mais ou menos rápida a resistência armada. Inclusive porque foi um golpe prematuro, que pegou a um movimento popular brasileiro ainda em processo de constituição. Essa precocidade ajuda também a entender o motivo de seu sucesso econômico: pôde desfrutar ainda do final do longo ciclo expansivo do capitalismo no segundo pós-guerra, para canalizar grande quantidade de investimentos que permitiram a diversificação da dependência brasileira.
 
Mas o santo do chamado "milagre econômico" brasileiro foi a intervenção militar em todos os sindicatos e o arrocho salarial, os quais promoveram uma lua de mel entre o governo e as grandes empresas nacionais e estrangeiras, baseada na superexploração dos trabalhadores.
 
O sucesso da ditadura civil-militar no Brasil, com sua capacidade de impôr – baseada numa feroz repressão – a ordem e retomar a expansão econômica, fez dela referência para os outros regimes de terror que se implantariam em seguida na região. Foi o período mais terrível da historia desses países e de toda a história latino-americana. Tudo começou há 50 anos, com o golpe de primeiro de abril de 1964.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Risco-Brasil: inferno com FHC, paraíso com Lula


O day after do conservadorismo: dólar cai ao menor nível em 4 meses; bolsa sobe ao maior nível em 5 meses; ações da Petrobras disparam e receita fiscal bate recorde; um dia depois de a S&P rebaixar a nota do Brasil.

A mesma agência que acha o Brasil inconsistente deu ao banco Lehman Brothers um triplo A em agosto de 2008
 
Um mês depois, o Lehman Brothers quebrou disparando a maior crise do capitalismo desde 1929

Investidor estrangeiro despreza alarido ortodoxo e faz investimentos produtivos de US$ 9,2 bi no país no 1º bimestre.

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  "A coisa mais difícil de ganhar na vida é confiança. Em tudo, não só na economia. O rebaixamento é um sinal de desconfiança. É negativo para o país", disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ao participar de um evento, em São Paulo; no entanto, em seu governo a classificação brasileira atingiu o nível "altamente especulativo" e só chegou ao "grau de investimento" com o ex-presidente Lula, onde ainda permanece com Dilma, a despeito do rebaixamento de segunda-feira
26 de Março de 2014 às 09:06
247 - Ao participar de um evento ontem em São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso aproveitou para comentar o rebaixamento do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poors. "Tem que olhar com jeito isso aí porque as agências não são infalíveis. Mas é óbvio que, no caso do Brasil, existem sinais que levam a prestar atenção. O endividamento público cresceu e existe esse artificialismo no manejo do orçamento. Isso tudo pesa e elas (agências) estão registrando", afirmou. "A coisa mais difícil de ganhar na vida é confiança. Em tudo, não só na economia. Isso (rebaixamento) é um sinal de desconfiança. É negativo para o país", acrescentou.
Na segunda-feira, a nota atribuída ao Brasil pela S&P caiu de BBB para BBB-, mas ainda foi mantida no chamado "grau de investimento", ou seja, dos países ainda confiáveis para atrair investimentos. Prova de que a alteração não causou grande impacto, foi o comportamento do mercado financeiro, onde o dólar registrou forte queda e a Bovespa registrou o sétimo pregão consecutivo de alta.
Diante da fala de FHC, no entanto, cabe um registro histórico. Foi em janeiro de 1999, mês da maxidesvalorização do real, adiada em função da reeleição obtida um ano antes, que o chamado risco-Brasil atingiu seu nível mais baixo. Com nota B-, o Brasil foi classificado pela S&P como "altamente especulativo".
Apenas em 30 de abril de 2008, já no governo Lula, o Brasil atingiu o chamado "grau de investimento", com a nota BBB-. A promoção veio em 17 de janeiro de 2011, com a classificação BBB, e agora, nesta segunda-feira, o Brasil voltou ao nível de 2008. Ou seja: houve um rebaixamento, mas a classificação do risco-Brasil ainda é muito superior à da era FHC.
Confira, abaixo, a evolução da nota do Brasil e entenda aqui o que significam as notas:


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Caso Aécio: “É constitucional o governador contratar empresa sua e da sua família?”



O ex-procurador-geral de Justiça, Alceu José Torres Marques, cuidou de arquivar pessoalmente duas representações do Movimento Minas Sem Censura contra Aécio e Andrea Neves
Em Minas Gerais, o senador Aécio Neves (PSDB) e a irmã Andrea estão blindados por todos os lados.
Denúncias feitas contra ambos em 2011 e 2012 nunca foram investigadas, inclusive pelo Ministério Público do Estado.
O ex-procurador-geral de Justiça, Alceu José Torres Marques, que deixou o cargo no início de dezembro de 2012, cuidou de arquivar pessoalmente duas representações feitas pelo Movimento Minas Sem Censura, bloco de oposição que reúne parlamentares do PT, PMDB, PCdoB e movimentos sociais.
Ambas tinham como foco a época em que Aécio era governador (2003 a 2010) e Andrea comandou o Núcleo Gestor de Comunicação Social do Governo. Durante esse período, ela destinou dinheiro de estatais mineiras e da administração direta estadual para a rádio Arco-Íris e em outras empresas de comunicação da família Neves.
A primeira representação, protocolada em maio de 2011, foi arquivada em 27 de julho do mesmo ano. A segunda, de março de 2012, teve igual destino em novembro.
Em reportagem publicada aqui, o deputado estadual Rogério Correia (PT-MG) justificou: “Como o ex-procurador-geral não apurou nada, sequer quanto de dinheiro público foi aplicado na rádio Arco-Íris, entramos com a segunda representação”.
Ela foi distribuída a João Medeiros Silva Neto, que é um dos oito promotores da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do MP de Belo Horizonte.
Ele não se intimidou. Abriu inquérito civil público para apurar as denúncias dos deputados Rogério Correia (PT) e Sávio Souza Cruz (PMDB), respectivamente líder e vice-líder do Minas Sem Censura.
O doutor Alceu Marques, porém, avocou para si o processo – leia-se tirou das mãos de João Medeiros — e arquivou.
Mais uma vez o promotor não se intimidou. Ingressou com reclamação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Inicialmente, ela foi distribuída para o conselheiro Jarbas Soares Júnior, procurador-geral de Justiça de Minas de 2005 a 2008, nomeado pelo então governador Aécio Neves.
O promotor João Medeiros arguiu o seu impedimento. Só então Jarbas Soares Júnior se declarou suspeito. Abaixo o seu despacho.
A ação foi redistribuída, ficando a relatoria com o conselheiro Almino Afonso Fernandes.
Na seção de 11 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional do Ministério Público, o relator decidiu pela improcedência da reclamação, mas os conselheiros Mario Bonsaglia e Fabiano Silveira pediram vista do processo. Ela será julgada na próxima sessão, no dia 26 de fevereiro. O procurador-geral da República é quem preside o CNPM. Roberto Gurgel, relembramos, há quase 23 meses mantém engavetada a representação de deputados mineiros contra Aécio e Andrea Neves por sonegação fiscal e ocultação de patrimônio.
Viomundo – Ao recorrer ao Conselho Nacional do Ministério Público, o que o senhor pleiteia?
João Medeiros – Peço que seja reconhecida a atribuição da Promotoria e devolvido o inquérito à Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Belo Horizonte para que possamos realizar a investigação. Afinal, ao avocar para si o inquérito, ou seja, tirar da Promotoria o inquérito, o ex-procurador-geral feriu a autonomia do Ministério Público.
Viomundo — Por que decidiu investigar as denúncias contra Aécio e Andrea Neves?
João Medeiros – Todas as notícias que chegam à Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do MP de Belo Horizonte geram uma investigação através de um inquérito civil público. Assim foi feito com essa representação. Em março do ano passado, ela chegou aqui e foi distribuída para mim por critério de ordem de entrada. Até então eu desconhecia os fatos relatados. Aí, instaurei um inquérito civil público, como é de praxe em situações semelhantes.
Viomundo – O que aconteceu a seguir?
João Medeiros — A partir do momento em que abri o inquérito civil público, eu passei a levantar dados. Como os deputados haviam trazido a informação de que o ex-governador e a irmã eram proprietários de duas ou três rádios e um jornal impresso, a minha primeira providência foi solicitar à Junta Comercial documentos que pudessem confirmar isso ou não.
A abertura do inquérito chegou ao conhecimento do ex-procurador-geral, que me fez algumas ligações, para saber do que se tratava.
Depois, por escrito, ele me pediu que prestasse informações sobre o tema, pois havia suspeita de que uma investigação idêntica já havia sido feita pela Procuradoria Geral.
Enviei a cópia da portaria para instauração do inquérito civil público, que é o primeiro ato do inquérito. Ela tem a síntese do objeto, a descrição do que se tratava, com base na representação dos parlamentares.
Aí, veio o ato de avocação. Não cheguei sequer a receber a documentação da Junta Comercial.
Viomundo – Existe hierarquia funcional do chefe do MP sobre os promotores?
João Medeiros — Não, o procurador-geral é a chefia administrativa da instituição.
Viomundo – Quais as justificativas do ex-procurador-geral para avocar o processo?
João Medeiros – Foram duas. A primeira, a de que o caso já estava resolvido, pois tinha sido objeto de investigação da Procuradoria Geral. Foi então que eu soube que no ano anterior, 2011, os parlamentares já tinham enviado ao então procurador-geral de Justiça de Minas uma representação semelhante.
Na verdade, em 2011, os parlamentares se equivocaram, pois deveriam já ter encaminhado a representação à Promotoria e não ao Procurador-Geral.
Mas o ex-procurador-geral também se equivocou ao não encaminhar o inquérito para a Promotoria e realizar a investigação no âmbito da chefia do Ministério Público.
A segunda alegação é a de que o fato se projetava também sobre o atual governo. Logo, ele, o procurador-geral, deveria ser o responsável pela investigação também.
Viomundo – O que acha dessa investigação do o ex-procurador-geral?
João Medeiros – Eu tenho críticas a ela, pois foi muito célere e superficial. O então procurador-geral arquivou-a de forma quase sumária, quando, na verdade, ele a deveria ter encaminhado à Promotoria.
Viomundo – Como a investigação para a segunda representação se projetaria também sobre o atual governador?
João Medeiros – Eis a questão. Aí, tem uma distorção muito importante na leitura. Por essa interpretação equivocada, se o fato denunciado diz respeito à política de comunicação do governo e ela foi mantida, logo, em tese, haveria também irregularidades na atual gestão. Logo, o atual governador seria investigado também.
Só que não é disso que se trata. Em nenhum momento, a portaria que instaurou o inquérito fala que a política de comunicação estava equivocada, que houve licitação viciada, entre outros problemas. Além disso, a nossa preocupação não era com o patrimônio da rádio.
A nossa representação se fixou no repasse de recursos públicos para a empresa de propriedade de um ex-governador e de sua família. Esse seria o foco da nossa apuração.
Configura irregularidade ou não? Qual o valor repassado? Qual a natureza do material veiculado? Como se deu esse procedimento? É constitucional o governador contratar empresa sua e da sua família? Houve ou não privilégio? Isso não fere o princípio da impessoalidade e da moralidade?
São pontos que eu pretendia esclarecer, mas não tive oportunidade de investigar.
O nosso foco, repito, é o vínculo de parentesco de um ex-mandatário, uma empresa de sua propriedade e os recursos públicos recebidos a título de publicidade.
Viomundo — Na última sessão de 2012 do Conselho Nacional, o senhor fez sustentação oral da sua reclamação. Qual foi a sua linha de defesa?
João Medeiros – Defesa da autonomia da Promotoria e de o inquérito permanecer sob a sua tutela. Esclareci que, ao contrário do ex-procurador aventou, o meu foco de investigação não visava a política de comunicação, de modo a estender a responsabilidade para o atual governador, mas um contrato que havia sido feito na época em que o senador Aécio Neves era governador, eventualmente beneficiando a empresa dele e da família.
Ainda questionei o fato de o então procurador ter tirado o processo da minha alçada.Pedi que fosse reconhecido o papel da Promotoria, devolvendo o inquérito para ela realizar o procedimento investigatório.
O conselheiro Almino Alfonso, relator do processo, julgou improcedente a minha reclamação, mas dois conselheiros, Mario Bonsaglia e Fabiano Silveira, pediram vista. Aí, o julgamento foi suspenso. Ele está nesse pé.
Viomundo – E agora?
João Medeiros – O julgamento da minha reclamação está na pauta da próxima sessão do Conselho Nacional, em 26 de fevereiro.
Ocorre que há um detalhezinho que complica a situação. Enquanto o meu questionamento tramitou, o procurador-geral, que estava com o inquérito na sua mão, arquivou-o. Esse mais um imbróglio que terá de ser resolvido.
Vamos supor que o Conselho Nacional decida que o ex-procurador-geral tem razão. Aí, refletirei sobre o que fazer.
Agora, se o meu recurso for julgado procedente, o Conselho, além de determinar que o inquérito venha para a Promotoria, vai de ter esclarecer como vai ser feita a sua anulação do ato de arquivamento, pois foi tocado por uma autoridade incompetente. Temos de aguardar a decisão.
Conceição Lemes
No Viomundo

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Os EUA não têm imprensa e televisão independentes. Tem prostitutas midiáticas [4] pagas pelas mentiras que proferem. O Governo dos EUA, na prossecução dos seus fins imorais, obteve o estatuto do governo mais corrupto da história da humanidade. E, no entanto, Obama discursa como se Washington fosse a fonte da moral do homem.

GOVERNO E MÍDIA NOS EUA AGEM PARA SILENCIAR OS CRÍTICOS

“Em 2010, o FBI invadiu a casa de ativistas pela paz em vários estados e apreendeu bens pessoais, no que chamou de “investigação de atividades relacionadas com o apoio ao terrorismo” (e tendo orquestrado falsos “grupos terroristas”).

Por Paul Craig Roberts, estadunidense ex-editor e colunista do “Wall Street Journal”.

“SILENCIAR OS CRÍTICOS“

Os que protestavam contra a guerra foram intimados a depor perante um júri, enquanto a acusação fabricava o argumento de que a oposição às guerras de agressão de Washington representa apoiar e encobrir terroristas. O objetivo dessas buscas e intimações era refrear e desmobilizar o movimento antiguerra.
Na semana passada, de uma assentada, os últimos dois críticos do imperialismo de Washington/Tel Aviv foram eliminados dos grandes meios de comunicação social. O popular programa de Andrew Napolitano, “Freedom Watch”, foi cancelado pelo canal Fox, e Pat Buchanan foi despedido da MSNBC. Ambos especialistas tinham muitos espectadores e eram apreciados por falarem com franqueza.

Muitos suspeitam de que Israel usou a sua influência junto dos anunciantes da TV para silenciar os que criticam os esforços do governo israelita para levar Washington para a guerra com o Irã.

A questão é que a voz dos grandes meios de comunicação é agora uniforme. Os norte-americanos ouvem uma voz, uma mensagem, e a mensagem é propaganda. A dissidência é tolerada apenas em assuntos como, por exemplo, saber se os cuidados de saúde a cargo dos empregadores deverão incluir contraceptivos. Os direitos constitucionais foram substituídos por direitos a preservativos grátis.

Os média [mídia] ocidentais demonizam aqueles a quem Washington aponta o dedo. As mentiras chovem para justificar a agressão de Washington: os Talibãs são misturados com a Al-Qaeda, Sadam Hussein tem armas de destruição massiva, Kadhafi é um terrorista e, ainda pior, dava Viagra aos seus soldados para que violassem as mulheres líbias.

O Presidente Obama e membros do Congresso, ao lado de Tel Aviv, continuam a afirmar que o Irã constroi uma arma nuclear, apesar de terem sido publicamente desmentidos pelo Secretário de Estado da Defesa dos EUA, Leon Panetta, e pelo relatório dos Serviços Secretos da CIA. De acordo com relatórios noticiosos, o chefe do Pentágono, Leon Panetta, disse aos membros da Câmara dos Representantes, em 16 de fevereiro, que “Teerã não tomou uma decisão quanto a prosseguir com o desenvolvimento de uma arma nuclear”.

No entanto, em Washington, os fatos não contam. Apenas os interesses materiais de poderosos grupos de interesse têm importância.

Neste momento, o “ministério da verdade [1] norte-americano divide o seu tempo entre mentiras relativas ao Irã e à Síria. Houve, recentemente, algumas explosões na longínqua Tailândia e o Irã foi responsabilizado por isso. Em outubro passado, o FBI anunciou a descoberta de uma conspiração iraniana para pagar a um vendedor de carros usados mexicano que teria contratado traficantes de droga mexicanos para matar o embaixador da Arábia Saudita nos EUA.

O imbecil que falava pela Casa Branca afirmou acreditar nessa inacreditável “conspiração” e declarou ter “fortes evidências”, mas nenhuma foi divulgada. O objetivo do anúncio dessa conspiração foi justificar as sanções de Obama, que representam um embargo (um ato de guerra) contra o Irã pelo desenvolvimento de energia atômica.

Como um dos signatários do Tratado de Não-proliferação Nuclear, o Irã tem o direito de desenvolver energia nuclear. Os inspetores daAgência Internacional de Energia Atômica (AIEA) estão, permanentemente, no Irã e nunca reportaram qualquer desvio de material nuclear para um programa de armas.

Por outras palavras, de acordo com os relatórios da AIEA, o relatório dos Serviços Secretos e o atual Secretário de Estado da Defesa, não há evidência de que o Irã tenha armas nucleares ou de que esteja a fabricá-las. No entanto, Obama impôs sanções ao Irã quando a própria CIA e o seu próprio Secretário de Estado da Defesa, em simultâneo com a AIEA, reportaram que não existe base para as sanções.

A ideia de que os EUA são uma democracia, não tendo, em absoluto, uma imprensa que funcione como um observador atento, é risível. Mas os média [da mídia] não estão a rir. Estão mentindo. Tal como o Governo, cada vez que os grandes meios de comunicação abrem a boca ou escrevem uma palavra, estão a mentir. De fato, os grandes senhores corporativos pagam aos seus empregados para mentir. É esse o seu trabalho. Se disserem a verdade, passam à história, como foi o caso de Buchanan e Napolitano e Helen Thomas.

Rebelde sírio

O “ministério da verdade” chama “manifestantes pacíficos brutalizados pelo exército de Assad” ao que são, na verdade, rebeldes armados e financiados por Washington. Washington fomentou uma guerra civil. Reclama a intenção de “salvar o povo sírio, vítima de opressão e maus-tratos de Assad”, tanto quanto “salvou o povo Líbio, vítima de opressão e maus-tratos de Kadhafi”. Hoje, a Líbia “libertada” é uma imagem do seu passado, aterrorizada por milícias em confronto. Graças a Obama, mais um país foi destruído.

Os relatórios de atrocidades cometidas contra civis sírios pelo exército poderão ser verdadeiros, mas provêm dos rebeldes que querem a intervenção do Ocidente para subirem ao poder. Além disso, em que diferem essas baixas civis das infligidas à civis no Bahrein pelo seu governo, apoiado pelos EUA, e cujo exército foi reforçado com tropas da Arábia Saudita? Não se ouvem protestos na imprensa ocidental quando Washington fecha os olhos às atrocidades cometidas pelos seus estados fantoches.

Em que diferem as atrocidades sírias, se forem reais, das atrocidades de Washington no Afeganistão, no Iraque, no Paquistão, no Iêmen, na Líbia, na Somália, em Abu Ghraib, na prisão de Guantánamo, e em prisões secretas da CIA? Porque se mantém o “ministério da verdade” norte-americano em silêncio em relação a essas violações massivas dos direitos humanos e sem precedentes?

Recordem-se, também, os relatórios das atrocidades sérvias no Kosovo que Washington e a Alemanha usaram para justificar o bombardeamento de civis sérvios pela NATO e EUA, incluindo o consulado chinês, considerado outro dano colateral.

Treze anos mais tarde, um destacado programa de TV alemão revelou que as fotografias que despoletaram a campanha de atrocidades “foram mal interpretadas” e “não eram fotografias de atrocidades cometidas por sérvios”, mas de “separatistas albaneses mortos num tiroteio entre albaneses e sérvios”. As baixas sérvias não foram reveladas.

O problema no conhecimento da verdade é que os ocidentais da mídia mentem continuamente. Nas raras instâncias em que as mentiras são corrigidas, isso acontece sempre muito depois dos acontecimentos terem tido lugar e, portanto, os crimes permitidos pela mídia já estão consumados.

Washington pôs a Síria em causa perante os seus fantoches da Liga Árabe, com o objetivo de isolar perante os seus congêneres, para melhor poder atacá-la. Assad evitou que Washington pusesse a Síria no caminho da destruição quando marcou um referendo nacional por uma nova constituição que possa alargar a perspectiva de poder para além do Partido Baath (o partido de Assad).[O referendo foi realizado ontem, 26].

Poderíamos pensar que, se Washington e o seu ministério da verdaderealmente quisessem a democracia na Síria, Washington apoiaria esse gesto de boa vontade por parte do partido do poder e aprovaria o referendo. Mas Washington não quer um estado democrático. Quer um estado fantoche.

A sua resposta é de que o covarde Assad enganou Washington dando passos em direção à democracia na Síria antes que Washington conseguisse esmagá-la e instalar um fantoche. Eis a resposta de Obama às medidas de Assad pela democracia: “É na verdade risível; é gozar com a revolução síria”, disse o porta-voz da Casa Branca Jay Carney a bordo do “Air Force One”.

Obama, os neoconservadores e Tel Aviv estão realmente contrariados. Se Washington e Tel Aviv conseguirem descobrir como contornar a Rússia e a China e derrubar Assad, irão julgá-lo como criminoso de guerra por propor um referendo democrático.

Bashar al-Assad

Assad era oftalmologista na Inglaterra até que o seu pai morreu e ele foi chamado para chefiar o conturbado governo sírio. Washington e Tel Aviv demonizaram Assad por recusar ser seu fantoche.

Outro ponto nevrálgico é a base naval russa em Tartus. Em Washington, estão desesperados para expulsar os russos da sua única base no Mediterrâneo, para fazer deste um lago norte-americano. Washington, inculcada com visões neoconservadoras de domínio mundial, quer o seu próprio mare nostrum [2].

base naval russa em Tartus

Se a União Soviética ainda existisse, os planos de Washington para Tartus seriam suicidas. Mas a Rússia é política e militarmente mais fraca que a União Soviética. Washington infiltrou-se na Rússia com organizações não-governamentais que trabalham contra os interesses da Rússia e irão perturbar as próximas eleições. Além disso, as “revoluções coloridas” [3] financiadas por Washington fizeram, do que eram partes da antiga União Soviética, estados fantoches de Washington. Washington não espera que a Rússia, esvaziada de ideologia comunista, prima o botão nuclear. Desse modo, a Rússia está lá para tirar proveito.

A China representa um problema mais difícil. O plano de Washington é cortar-lhe o acesso a fontes independentes de energia. O investimento chinês em petróleo no leste da Líbia é a razão pela qual Kadhafi foi derrubado e o petróleo é uma das razões fundamentais por que Washington aponta agora para o Irã. A China tem grandes investimentos em petróleo no Irã e vai buscar 20% do seu petróleo no Irã. Vedar-lhe esse acesso, ou converter o Irã num estado fantoche de Washington, ameaça 20% da economia chinesa.

A Rússia e a China levam tempo a aprender. No entanto, quando Washington e os seus fantoches na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) fizeram um uso abusivo da resolução daOrganizações das Nações Unidas (ONU) relativamente à zona de exclusão área na Líbia, infringindo-a e transformando-a numa agressão militar contra as forças armadas líbias, que tinham todo o direito de reprimir uma rebelião apoiada pela CIA, a Rússia e a China finalmente perceberam que não podem confiar em Washington.

Desta vez, a Rússia e a China não caíram na armadilha de Washington. O seu veto no Conselho de Segurança da ONU impediu ataque militar à Síria. Agora, Washington e Tel Aviv (entre esses dois, nem sempre é claro quem é o fantoche e quem o manipula) têm de decidir se irão prosseguir, face à oposição russa e chinesa.

Os riscos para Washington multiplicaram-se. Se Washington prosseguir, a mensagem que é transmitida à Rússia e à China é que, a seguir ao Irã, chegará a sua vez. Portanto, a Rússia e a China, ambas dispondo de armas nucleares, provavelmente irão pôr o pé na linha traçada sobre o Irã. Se os loucos militaristas em Washington e Tel Aviv, com a fúria arrogante que lhes corre forte nas veias, ignorarem a oposição russa e chinesa, o risco de confronto perigoso aumenta.

Por que razão os da mídia norte-americana não questionam esses riscos? Vale a pena rebentar o planeta para impedir o Irã de ter um programa de energia nuclear ou mesmo uma arma nuclear? Pensará Washington que a China ignora que aquela [estratégia dos EUA] aponta para as suas fontes de energia? Pensará que a Rússia ignora que está a ser cercada de bases militares hostis?

Que interesses estão sendo servidos pelas guerras infinitas de Washington, que custam tantos trilhões de dólares? Certamente, não os interesses de 50 milhões de norte-americanos que não têm acesso a cuidados de saúde, nem as 1.500.000 crianças sem abrigo, que vivem em carros, quartos de motéis abandonados, cidades de acampamentos e coletores de águas dos temporais no subsolo de Las Vegas, enquanto enormes somas de dinheiros públicos são usados para resgatar bancos e esbanjados em guerras pela hegemonia mundial.

Os EUA não têm imprensa e televisão independentes. Tem prostitutas midiáticas [4] pagas pelas mentiras que proferem. O Governo dos EUA, na prossecução dos seus fins imorais, obteve o estatuto do governo mais corrupto da história da humanidade. E, no entanto, Obama discursa como se Washington fosse a fonte da moral do homem.

O Governo dos EUA não representa os norte-americanos, representa uns poucos interesses especiais e um poder estrangeiro [Israel]. Os cidadãos dos EUA não contam, e certamente não contam os do Afeganistão, Iraque, Líbia, Somália, Iêmen e Paquistão. Washington encara a verdade, a justiça e a misericórdia como valores risíveis. O dinheiro, o poder, a hegemonia, são tudo o que conta para Washington, a cidade sobre a colina, a luz das nações, o exemplo para o mundo.”

NOTAS DA TRADUÇÃO:

[1] Trata-se de um dos ministérios do governo imaginado por George Orwell em 1984, que se ocupa de fabricar a verdade histórica conforme as conveniências políticas do momento.
[2] Os Romanos chamavam Mare Nostrum ao Mediterrâneo.
[3] “Revoluções coloridas”: muitos meios de comunicação social têm assim designado uma série de manifestações políticas no que foi território da URSS, depois CEI, supostamente contra governos e líderes “tiranos”, acusados de serem “ditadores” etc., desde começos da década de 2000.
[4] No original: “presstitutes”

FONTE: escrito por Paul Craig Roberts, estadunidense, economista e cronista. Já foi editor e colunista do “Wall Street Journal”. Transcrito no site português “O Diário.Info” e no portal “Vermelho”  (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=176512&id_secao=9). [Título, imagens do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Globo anaboliza Cansei. FHC ataca o Brasil pelas costas

Com planos de filmagem devidamente fechados, a Globo tenta dar vida ao movimento que engendrou: o Cansei contra a corrupção.

O Bom (?) Dia Brasil chegou a “colar” o Cansei fracassado desta terça-feira no ato da polícia de Nova York de desocupar o Zuccotti Park, em Nova York.

É como “colar” o Roberto Jefferson na Luiza Erundina.

O Cansei contra a corrupção foi um fracasso retumbante, segundo o jornal O Globo, na pág. 4:  

“Esvaziados, protestos anti-corrupção reúnem cinco mil em dez capitais.”


Ou seja, 500 em cada cidade.

Um retumbante fracasso, no plano aberto.

E isso merece uma cobertura extensa da Globo, como se fosse a Marcha do Martin Luther King, em Washington, ou a que acompanhou o corpo de Vargas ao aeroporto Santos Dumont.

(No caminho, botaram fogo na sede do Globo.)

Enquanto isso, num Centro Mundial do Pensamento da Extrema-Direita (o Cato Institute), em Washington, o Farol de Alexandria atacou o Brasil.

Com uma punhalada pelas costas.

No exterior, um estadista não fala mal de seu país.

Mas, isso, é para estadistas …

FHC foi lançar diatribes contra seu êmulo, o Nunca Dantes.

(Ele ainda vai ter um troço de tanta inveja do Nunca Dantes.)

E diz à platéia furiosamente conservadora que a Presidente precisa “desmontar” a herança de corrupção que Lula deixou.

Mas, duvida que ela consiga “avançar mais”.

E dá como exemplo seu Governo impoluto, imaculado.

É uma dissertação sobre a hipocrisia.

Recentemente, Fernando Brito, no Tijolaço, tirou a máscara do Governo impoluto, aquele que se irmanou a ACM , segundo a D Ruth.

Em tempo: sobre as contradições do Lupi, seria bom recordar as do Luiz Carlos Mendonça de Barros, antes de o Presidente Fernando Henrique demiti-lo do Ministério das Comunicações, no episódio “se isso der m… , estamos todos no mesmo barco” – o momento Péricles de Atenas do Governo Serra/FHC.

Em tempo 2:


Não mais do que 30 pessoas compareceram ao Museu da República, na Esplanada dos Ministérios


Priscilla Borges, iG Brasília


Marcada para começar às 10h desta terça-feira, a Marcha contra a Corrupção em Brasília não conseguiu adeptos como nas outras edições. Aliás, bem longe disso. Não mais do que 30 manifestantes se encontraram no local combinado, o Museu da República, localizado na Esplanada dos Ministérios, a fim de protestar contra a corrupção nesse feriado chuvoso de 15 de novembro, em homenagem à Proclamação da República.


Com o baixo quórum, eles esticaram a bandeira – onde a frase foi trocada para Educação é Progresso – e caminharam até a Rodoviária do Plano Planalto (distante cerca de 500 metros do ponto de encontro). Alguns manifestantes levaram cartazes com os dizeres: “Fora Agnelo”, o governador do Distrito Federal. Perto das 11h, o evento já havia sido encerrado.


Essa Globo … , hein, Ministro Bernardo ?

Paulo Henrique Amorim