No espaço de uma semana, conforme apurou o Ibope, Marina perdeu quatro pontos no Rio. Dessa forma, abriu passagem para a presidente Dilma Rousseff tomar-lhe a liderança, à medida em que a candidata do PT cresceu cinco pontos percentuais. Agora, na fotografia batida pelo Ibope com suas pesquisas realizadas entre os dias 5 e 8 de setembro, Dilma lidera com 37%, contra 34% para Marina em segundo lugar. Com 9% de intenções, apesar de todos os esforços do PMDB local em torno da chapa Aezão, que prega o voto no tucano para presidente e no governador peemedebista Luiz Fernando Pezão ao mesmo tempo, o presidenciável mineiro parece ser um coadjuvante na disputa.
Em São Paulo, Marina continua na dianteira, mas um primeiro soluço foi dado. Em relação à pesquisa anterior do Ibope, a sucessora de Eduardo Campos perdeu apenas um ponto percentual, descendo de 39% para 38%. Ao mesmo tempo, Dilma subiu de 23% para 25%. Tudo dentro da margem de erro do levantamento, cujo índice de precisão é de 95%. Porém, diante da reviravolta no Rio e da oscilação negativa da candidata em SP, com a presidente se recuperando, já se pode ver uma tendência sendo traçada.
A esta altura, o comitê central da candidatura de Marina está com todos os sinais de alerta disparados. A própria candidata já se queixou publicamente de que está sofrendo o ataque de "muitas pedras". Ela se referiu, indiretamente, aos paradoxos apontados pela propaganda da presidente Dilma Rousseff em seu discurso nos palanques do PSB.
Depois de explorar a posição manifestada por Marina contra o pré-sal - "das 242 páginas do seu programa de governo, só uma linha trata do pré-sal. Por que esse desprezo por essa riqueza que todos invejam", perguntou a presidente no debate organizado pela Rede Bandeirante, dez dias atrás -, Dilma fez de seus comerciais de tevê armas contra o discurso de Marina.
Nesta terça-feira 9, por exemplo, o mote petista na televisão foi afirmar que a proposta da sucessora de Eduardo Campos de conceder autonomia ao Banco Central é o equivalente a entregar aos banqueiros um poder semelhante, ou maior, ao do presidente do Congresso. Com a diferença de que o presidente do BC não é eleito pelo povo.
Com 9% de intenções no Rio e 15% em São Paulo, o tucano Aécio Neves vai ficando perigosamente, para ele, para trás. O que se vê na pesquisa Ibope é uma eleição cada vez mais polarizada entre duas mulheres.
Os números indicam que a onda Marina está arrefecendo - e se a candidata do PSB não mudar de estratégia, ninguém sabe ao certo se ela voltará a crescer. A eleição está perdendo uma favorita para retornar ao leito de uma disputa palmo a palmo. Com um dado ainda mais novo: Dilma está crescendo.
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