Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
Mostrando postagens com marcador financiamento. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador financiamento. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Bláblá mente sobre o BNDES E sobre Belo Monte e etc etc




Na entrevista no Mau Dia Brasil, quando foi gentilmente poupada do jatinho em que viajou dez vezes, Bláblárina mentiu sobre Belo Monte.

E sobre o BNDES, como se vê nesse irrespondível artigo de Fábio Kerche, originalmente publicado na Fel-lha (dicionarizada):


Marina e o BNDES

Fábio Kerche


O BNDES é um dos principais instrumentos que o governo brasileiro dispõe para implementar sua política econômica. É o governo em exercício que escolhe as áreas prioritárias e as linhas de atuação do banco, que as executa por meio de um rigor técnico garantido por seu capacitado corpo funcional.


Para ficarmos em apenas dois exemplos: no governo Fernando Henrique Cardoso, o BNDES teve um papel fundamental nas privatizações e no governo Lula, respondendo à forte crise iniciada em 2008, expandiu o crédito à indústria e à infraestrutura.


É, portanto, absolutamente legítimo que o papel do BNDES seja debatido na campanha eleitoral. O próximo presidente terá a responsabilidade de manter ou modificar as prioridades do banco nos próximos anos, decisão que poderá afetar todo o financiamento ao setor produtivo brasileiro.


Mas esse necessário debate eleitoral seria mais proveitoso para o país se fosse lastreado por um correto diagnóstico por parte dos candidatos. Como corrigir rumos se não conseguimos entender a atual direção? Esse parece ser o caso da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva. Senão, vejamos.


Nesta quinta-feira (25), em entrevista ao programa “Bom Dia Brasil”, da TV Globo, a candidata disse que “o que enfraquece os bancos é pegar o dinheiro do BNDES e dar para meia dúzia de empresários falidos, uma parte deles, alguns deles que deram, enfim, um sumiço em bilhões de reais do nosso dinheiro”. O número de imprecisões só dessa frase é impressionante.


Em primeiro lugar, o BNDES não “dá” dinheiro a ninguém, ele empresta. Isso significa que o banco recebe de volta, corrigidos por juros, os seus financiamentos. Sua taxa de inadimplência é de 0,07% sobre o total da carteira de crédito, segundo o último balanço, sendo a mais baixa de todo o sistema bancário no Brasil, público e privado.


Isso nos leva a outra imprecisão da fala da candidata. A qual “sumiço” de recursos ela se refere se o BNDES recebe o dinheiro de volta e obtém lucros expressivos de suas operações? O lucro do primeiro semestre, de R$ 5,47 bilhões, foi o maior da história do banco.


Em relação aos empresários “falidos”, talvez a candidata, em um esforço de transformar em regra a exceção, esteja se referindo ao caso Eike Batista. Se isso for verdade, temos mais uma imprecisão: seja por causa de um eficiente sistema de garantias das operações, seja porque grupos sólidos assumiram algumas empresas, o BNDES não sofreu perdas frente aos problemas enfrentados pelo empresariado.


Por fim, nada mais falso do que dizer que o BNDES empresta para “meia dúzia”. No ano passado, o banco fez mais de 1 milhão de operações, sendo que 97% delas para micro, pequenas e médias empresas.


Embora o BNDES não tenha a capilaridade dos bancos de varejo, a instituição aumentou seus desembolsos para as pequenas empresas de cerca de 20% do total liberado na primeira década de 2000 para mais de 30% no ano passado. Se retirássemos as típicas áreas onde os pequenos não atuam (setor público, infraestrutura e comércio exterior), os financiamentos para os menores representariam 50% dos desembolsos do banco.


Das cem maiores empresas que atuam no Brasil, 93 mantém relação bancária com o BNDES. Entre as 500 maiores, 480 são seus clientes. Como sustentar que o BNDES escolhe “meia dúzia” se o banco apoia quase todas as empresas brasileiras dos mais variados setores de nossa economia?


A candidata Marina lembrou recentemente que uma mentira repetida diversas vezes não a transforma em verdade. Isso também vale para o papel que o BNDES vem desempenhando nos últimos anos.


FÁBIO KERCHE, 43, doutor em ciência política e pesquisador da Fundação Casa de Rui Barbosa, é assessor da Presidência do BNDES. Foi secretário-adjunto e secretário de Imprensa da Presidência da República (governo Lula)

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Marina, o xale, o relho e o lombo


Vendas nos supermercados tem crescimento de 3,14% acima da inflação em julho

IBGE: preços no atacado tem nova deflação em julho de 0,29%; preços dos alimentos registram queda de 1,18%

Governo Dilma transfere 3,2 milhões e hevtares à reforma agrária e à conservação ambiental nos estados do AM, AC,RO, PA

Debate Bandeirantes: Dilma afoga Marina em evidências de que os pactos propostos pelo governo após os protestos de 2013 resultaram em ações relevantes: Mais Médicos; royalties do pré-sal à educação e saúde; investimentos em mobilidade e projeto de plebiscito para a reforma política.

Debate Bandeirantes: Aécio Neves criticou a 'gestão da Petrobrás' e levou uma saraivada de Dilma: empresa vale hoje sete vezes mais do que no governo do PSDB e o pré-sal que tucanos menosprezaram já produz 540 mil barris/dia.

Debate da Bandeirantes: Marina mostra coerência e faz veemente protesto contra quem critica as elites brasileiras; defende Neca do Itaú e elogia empresário dono da Natura, 'uma pessoa que dedicou a vida ao desenvolvimento sustentável', diz ela

  

Ao contrário do economicismo adotado até aqui, é preciso explicitar a essência do conflito político radicalizado pela elite brasileira no processo eleitoral.

por: Saul Leblon


Arquivo

Marina, o xale e o relho da nova política

Imagine o seguinte roteiro espetado nas entranhas de uma agremiação política de esquerda:

Um jatinho carregando um candidato a Presidente da República e mais seis pessoas espatifa-se em Santos no dia 13 de agosto.

Todos os seus ocupantes morrem.

A caixa preta do avião está muda.

Uma outra caixa preta, porém, passa a emitir sinais intrigantes no curso das investigações.

A aeronave, descobre a Polícia Federal, não tem dono conhecido. Sua documentação é ilegal.

O partido do candidato morto não contabilizou o seu uso na prestação de contas ao TSE.

AF Andrade - empresa que aparece como última proprietária no registro da Anac, tirou o corpo fora.

Afirma que já havia repassado o avião a outro empresário, que o emprestou para um outro, ligado à campanha do presidenciável morto.

Um labirinto típico das rotas do dinheiro frio desenha-se então nas provas de um suposto leasing do avião, envolvendo pagamentos feitos por laranjas que vão de uma peixaria de Recife a escritórios localizados em lugar nenhum...

Entre as poucas pistas sabe-se que a autorização de uso na campanha teria sido feita pelo empresário João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e o empreendedor Apolo Santana Vieira.

Vieira responde a processo criminal por sonegação fiscal na importação fraudulenta de pneus pelo Porto de Suape, que fica no estado de origem do candidato morto no acidente.
 A fraude gerou prejuízo de R$ 100 milhões aos cofres públicos de Pernambuco, de acordo com os autos da Justiça Federal.

Na verdade, segundo PF, duas aeronaves usadas pela candidatura agora liderada pela ex-senadora Marina Silva foram arrendadas pela mesma Bandeirantes Pneus, de Pernambuco, de propriedade do mesmo Vieira, incriminado no mesmo processo milionário de sonegação.

O valor do jatinho equivale a uma taxa de 20% sobre o total da fraude de que Vieira é acusado.

Em sua defesa, o empresário alega que apenas manifestou interesse na compra do avião, mas a operação de transferência não chegou a ser efetivada. E devolve a bola ao ponto inicial do labirinto: a empresa AF Andrade - que aparece como proprietária no registro da Anac...

Repita-se: imagine esse roteiro espetado nas entranhas de uma agremiação política de esquerda. Ademais dos registros incontornáveis, que tem sido feitos, reconheça-se, que tipo de campanha ensejaria nas fileiras dos savonarolas da mídia, do colunismo da indignação seletiva e das togas justiceiras?

Estamos no campo da ‘nova política’, porém.

E isso altera de forma significativa as fronteiras da tolerância ética.

Se ainda restava alguma dúvida sobre o que significa esse termo ela foi dissipada no debate da Bandeirantes desta 3ª feira pela sua expressão auto- nomeada, Marina Silva, que fez uma empolgada defesa da ‘elite brasileira’.

Ademais dos elogios à progenitora programática, Neca do Itaú, a candidata do PSB creditou ao dono da Natura, o milionário Guilherme Leal, outro esteio da ‘nova política’, um epíteto sonoro: ‘uma pessoa que dedicou a vida ao desenvolvimento sustentável’.

É mais ou menos como dizer que o bilionário Warren Buffet –que agora investe na interação entre Burguer Kings e a rede canadense de rosquinhas Tim Hortons-- faz parte da elite humanitária, por dedicar a vida à luta contra a fome.

Marina é o PSDB de xale.

E nisso reside o seu potencial; ao mesmo tempo, a sua vulnerabilidade.

O xale enlaça o desejo justo e difuso por ‘mudança’.

 Há quem acredite, sinceramente, que uma candidatura que tem como formuladores os hiperneoliberais Eduardo Gianetti e Andre Lara Resende, personificará algo inédito na política brasileira.

Marina é o pleonasmo do PSDB.

Graças ao xale, porém, teria abriu uma vantagem de 10 pontos sobre o candidato tucano Aécio Neves, segundo o Ibope.

E num segundo turno contra Dilma, aventa o instituto, Marina e o xale venceriam, cavalgando um crescimento de 16 pontos, contra apenas dois da atual Presidenta.

A aposta do Ibope é ousada: ‘contra Dilma, todos querem Marina’.

A campanha curta, reconheça-se, favorece o engodo mudancista do qual ela se declara portadora.

O instinto omnívoro do conservadorismo faz o resto: ‘tudo menos o PT’, exalta a mídia.

Por que não, entoam os endinheirados batendo na mesa, se debaixo do xale existe alguém disposto a entregar o Estado a quem sabe das coisas?

Os centuriões da república do dinheiro, gabaritados a desencadear a plena restauração do neoliberalismo na economia e na sociedade brasileira.

Não é uma frase carimbo.

É a síntese do que defende aquela que se avoca a sentinela avançada do ‘novo’.

‘Contra tudo o que está aí’.
 Reiterado de moto próprio ou através de porta-vozes desde a largada de sua candidatura no ano passado.

Por exemplo:

‘(...) a ex-senadora Marina Silva (PSB) defendeu o retorno à austeridade fiscal, empenho no combate à inflação e a adoção de uma agenda para simplificar a economia em apresentação a clientes do banco CreditSuisse na sexta-feira. (...) A ex-senadora defendeu a volta do tripé macroeconômico baseado na adoção de metas de inflação, câmbio flutuante e política fiscal geradora de superávits primários. Conforme relato de investidores que estiveram no encontro, ela disse que o tripé "ficou comprometido e é preciso restaurá-lo (...) Marina afirmou discordar do expansionismo fiscal adotado pelo governo e defendeu que o país volte a gerar superávits primários "expressivos, sem manobras contábeis" (...) o câmbio deve voltar a flutuar livremente, sem tantas intervenções do Banco Central (...) na avaliação dela, o combate à inflação foi relegado pelo governo. Para recuperar a credibilidade, afirmou, é preciso dar ao mercado sinais (NR: juros) claros, "quase teatrais", de que a inflação será levada ao centro da meta’.

O evento assim relatado pelo jornal Valor Econômico, em 14/10/2013, foi bisado na forma e no conteúdo nesta 3ª feira (26/08/2010), segundo a Folha de SP, que descreve um novo encontro a portas fechadas entre emissários de Marina --Walter Feldman, Bazileu Margarido e Álvaro de Souza (Ex-presidente do Citibank) , e investidores nacionais e estrangeiros.

Neca do Itaú garantiu a sede do seu banco para a realização do bate-papo.

Enquanto a turma hard diz a que veio a ‘nova política’, a candidata light distrai quem de fato pode lhe dar votos para implementa-la.

Aqui entra sua especialidade.

Na mesma edição de 14/10/2013, o jornal Valor trazia uma ‘esclarecedora’ entrevista, na qual Marina Silva extravasa essa cosmologia escalafobética.

Vale a pena ler de novo:

Valor: Há alguma contradição entre sustentabilidade e o ideário econômico que a senhora defende?

Marina: Não há contradição (...) Nosso desafio, nesse início de século, é integrar economia e ecologia em uma mesma equação.

Valor: Como se faz isso?

 Marina: (...) vamos ter que "ressignificar" a experiência econômica, social e cultural que temos, a partir delas mesmas. É uma espécie de mutação.

Valor: Mutação?

Marina: Sustentabilidade é uma visão de mundo, um ideal de vida. Esse ideal vai se realizar na forma de novos projetos identificatórios (...)

Baixa o xale, rápido.

Uma narrativa suficientemente etérea para ‘ ressignificar’ tudo e não mudar nada. E nessa complacente sanfona incluir desde justas aspirações por novas formas de viver e produzir , a alianças com Bornhausens e assemelhados, em contraste gritante com a pureza esvoaçante do invólucro entrelaçado com fibras da floresta amazônica.

O simulacro envolve riscos tão evidentes ao país quanto aqueles inerentes à vitória do caçador de marajás, em 1989. Que só foi possível graças a uma determinação cega das elites e de seu braço midiático de correr qualquer risco para dissociar o PT do poder.

A determinação é a mesma 25 anos depois.

Com um agravante: a candidatura Marina aguça apetites há muito reprimidos.

Vivemos dias extraordinários.

As ferramentas da rotina eleitoral não servem mais.

Ao contrário do economicismo adotado até aqui, é preciso explicitar a essência do conflito político radicalizado pela elite brasileira, contra a construção de uma democracia social no país.

Nele, o xale de Marina Silva cumpre o papel do velho pelego: afaga o lombo contra o qual o dinheiro quer estalar o relho de um ajuste implacável.

Feito de muita fé. Mas sem piedade.


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Avião e aeroporto geram “caos aéreo” a Marina e Aécio

O chão mole de Aécio se liquefaz: tucano sofre erosão de votos para Marina, vê o dinheiro grosso flertar com a substituta de Campos e já sente o cheiro da traição nas fileiras do PSDB.

Lições pedagógicas que vem da França: economia francesa patina no arrocho neoliberal e governo afunda na crise; Hollande demite primeiro ministro e promove nova reforma em seu ministério

Econeoliberalismo junta conservacionismo e conservadorismo; preservação da natureza e congelamento da economia; juro alto e atividade econômica baixa: o rentismo vibra.

Venda de papelão de embalagem, indicador que antecipa a atividade na economia, cresceu 11% em julho sobre junho; na comparação com julho de 2013 o avanço foi de 3%.

Dieese: com inflação em declínio, 93% dos acordos salariais fechados no 1º semestre tiveram ganho real de salário

Brasil criou 1,490 milhão de empregos com carteira assinada em 2013, 3% mais que em 2012; a renda dos assalariados cresceu 3% acima da inflação (RAIS)

Mercado de trabalho brasileiro reúne hoje cerca de 49 milhões de empregos formais: trata-se de um estorvo ou de um patrimônio do desenvolvimento a ser preservado das receitas de arrocho?

Blog Cidadania

Não deixa de ser irônico que se possa usar uma metáfora “aérea” para descrever o enrosco em que os dois principais candidatos de oposição a presidente da República se meteram. Um enrosco que pode lhes custar a derrota para Dilma Rousseff.
A ironia, por óbvio, reside em que o setor aeroportuário foi, durante anos, um dos principais cavalos-de-batalha da oposição a Lula e a Dilma. Devido à forte inclusão social nos governos petistas, a “nova classe média” chegou a aeroportos pensados exclusivamente para a elite e causou superlotação que a mídia apelidou de “caos aéreo”.
A Copa do Mundo de 2014 resolveu o problema. Hoje, o país tem aeroportos capazes de atender a uma demanda vitaminada pela distribuição de renda da era petista, ainda que a elite e a mídia se recusem a reconhecer os méritos da nova malha aeroportuária.
Ironicamente, porém, Aécio Neves e Marina Silva podem ser derrotados, respectivamente, por um aeroporto e um avião. Está ficando claro ao país que o moralismo com que esses dois atacam os governos petistas dos últimos 12 anos não passa da mais deslavada hipocrisia.
A candidatura de Aécio Neves foi praticamente inviabilizada por um fato que ele achou que passaria batido: ter usado dinheiro público para construir um aeroporto dentro de fazenda de sua família que ele frequenta o tempo todo.
Aécio tentou fazer o país de trouxa ao negar o que só cego não enxerga: o seu escandalosamente evidente interesse pessoal na execução da obra milionária.
Mídia e aliados de Aécio disseram que as pesquisas não registraram prejuízo eleitoral para ele por conta desse episódio, mas a rápida desintegração de sua candidatura que pesquisas internas dos partidos (inclusive do PSDB) vêm revelando, comprova esse prejuízo.
Aécio pode até não ter perdido votos – a crer nas pesquisas e, sobretudo, em suas “margens de erro” –, mas parou de ganhar. Estancou. Por conta disso, foi o principal prejudicado pela morte de Eduardo Campos.
O fato é que, à exceção da direita mais radical, todos estão vendo o pretenso novo “príncipe da República” se esboroar contra o solo.
Eis que surge Marina, herdeira política da “santificação” instantânea que a morte concede no Brasil. Contudo, passados alguns dias a justificada gritaria dos que perderam seus imóveis com a queda do avião de Campos começa a fazer as pessoas acordarem.
Chega a ser estupefaciente que, passados mais de dez dias, não se tenha chegado ao dono de um avião que o político morto usava de modo tão intenso. O jogo de empurra vai deixando claros os interesses obscuros que financiavam Campos e que continuarão financiando Marina.
As suspeitas de ilegalidade no uso da aeronave ainda não chegaram ao eleitorado, mas já estão sob escrutínio da Polícia Federal e da Justiça Eleitoral. A cada dia se entende cada vez menos a origem daquele avião e que tipo de acordos o colocaram à disposição de Campos.
Mesmo que os adversários de Marina não tenham coragem de explorar o escândalo que vai nascendo – e, no que diz respeito ao PSDB, seus blogueiros e colunistas amestrados já exploram o caso –, a Justiça Eleitoral dificilmente vai se contentar com explicações vagas.
De quem é o avião que Campos usava como seu? Quem pagou? Quanto foi pago? Foi declarado à Justiça Eleitoral?
Marina, segundo já admite a mídia, pode ter a candidatura impugnada por esse caso.
Mesmo que a Justiça Eleitoral não tenha coragem de chegar a tanto, as obscuras contas de campanha do PSB já revelam que Marina não tem as diferenças que apregoa em relação a outros políticos.
Tanto Marina quanto Aécio são daqueles políticos que quanto mais forem conhecidos, pior para eles.
No caso de Marina, até mesmo o tal “mercado” já começa a perceber que um seu governo seria fraco por falta de base política sólida. Ela teria que bater às portas do PSDB e do PMDB ou deste e do PT.
Estadão, Época e Reinaldo Azevedo saíram na frente na pancadaria contra Marina. Ou seja, o PSDB saiu na frente contra Marina – até por ela prejudicar mais os tucanos, ao menos no momento.
O PT parece menos preocupado com Marina do que com o bombardeio da mídia.
No terceiro programa de Dilma no horário eleitoral, o PT alternou a estratégia de acusar a mídia com a estratégia que esta chama de “nós contra eles”, ou seja, mostrar como o povão passou a desfrutar do que antes era exclusividade da elite, como acesso a universidades, a casa própria, a aeroportos.
Lula, no horário eleitoral, é uma bomba atômica. Deve ser um dos políticos que menos perdeu com as manifestações de junho do ano passado, apesar de Dilma ter sido quem mais perdeu. O chamamento à reflexão que o ex-presidente tem feito dificilmente deixará de produzir efeitos eleitorais.
A vantagem de Dilma é a de que ela não precisa melhorar muito as suas intenções de voto. Se ganhar meia dúzia de pontos nas pesquisas pode até liquidar a fatura no primeiro turno. Já Marina e Aécio precisam de muito mais.
Ameaçados por um avião e um aeroporto, Mariana e Aécio podem ter perdido o voo que conduziria um deles à Presidência da República. Mais ironia do que isso, impossível.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Quem coordena é Erundina, do PSB, mas quem manda é a Setúbal, do Itaú

neca


Impressionante a entrevista da sócia do Itaú, Maria Alice Setúbal, na Folha.

Sai-se como a Armínio Fraga de Marina Silva e dá palpite sobre tudo, em especial a economia, com a segurança de quem sabe que a candidata está presa ao que ela disser.

Tanto que o jornalista Fernando Rodrigues, apesar de entrevistar Setúbal, coloca sem meias-palavras, no título: Marina acena ao mercado e promete autonomia para o BC”

A herdeira-banqueira chega ao ponto de alinhar como será a “equipe econômica” marinista.

O mercado visualizando as pessoas que estão ao lado dela vai ter muito mais segurança. Ela já tem vários economistas. Terá outras, mais operadoras. Tem [Eduardo] Giannetti, André Lara Rezende, Eliana Cardoso, José Eli da Veiga. São economistas que têm um olhar mais acadêmico. Eles já dão um certo aval para o mercado -embora eu entenda que não seja suficiente porque eles são mais teóricos. Acredito que ao longo da campanha nós vamos ter outras pessoas que estarão se aproximando, que são mais, vamos dizer, operadores.”

Em nenhum momento ela sequer ressalva que essa ou aquela questão deva ser formulada à própria candidata. Responde com foros de porta-voz.

Precisa mais para deixar claro quem vai mandar?

Luiza Erundina, que nunca foi propriamente uma pessoa com grande poder dentro do PSB – basta ver como foi derrotada na aliança paulista com Alckmin – vai emprestar sua seriedade ao trabalho de aparar os conflitos internos do partido.

Nisso, Marina não vai criar problemas para ela, porque não importa quem esteja no comando das quinquilharias partidárias, nada apetitosas para a ex-senadora.

No que importa, a sua coordenadora já se apresentou ao público.

Maria Alice Setúbal.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

A bolada dos tucanos para comprar o PMDB mineiro virou gol contra

VAMOS

Embora sem o destaque merecido na imprensa – afinal é a acusação direta de um deputado federal sobre outro parlamentar e confirmada – a “bolada” de R$ 20 milhões oferecida pelo presidente do PSDB mineiro, Marcus Pestana, ao presidente do PMDB local, Antonio Andrade é mais uma destas hipocrisias do Brasil.
Para quem quiser pensar além do udenismo de dizer que é só  - e é, sim – um escândalo, vai ficar por aí, abafada nas notinhas de jornal.
Só vai virar manchete se envolver alguém do PT, como aconteceu e todos sabem.
Mesmo assim, registre-se, a Folha publicou e o assunto saiu das montanhas de Minas.
A hipocrisia é que isso é fruto de dois males que a imprensa defende com unhas e dentes.
O financiamento privado de campanhas e a coligações em eleições proporcionais, como as de deputado.
Elas, juntas, são a grande fonte de dinheiro do “mercado eleitoral”.
O segundo capítulo da hipocrisia é  tratar o assunto como se  o chefe supremo do PSDB mineiro sai desta história como se não tivesse nada com isso.
É possível que as negociações no seu estado, centro da sua campanha, a Minas que Aécio Neves considera seu “curral eleitoral” se dêem sem o seu conhecimento?
Mas Aécio nunca tem nada a ver com nada.
Já foi assim com o “mensalão” de Eduardo Azeredo, jogado ao rio como “boi de piranha”.
Agora, Pestana, que pretendia a vaga que ficou com Pimenta da Veiga.
O “vamos conversar” em Minas já foi mais silencioso.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Como O Globo pode ajudar a manter o Tijolaço. Ou uma aula de como responder a corja de canalhas golpista.

briz
Soube que o jornal O Globo está procurando uma associação entre este blog e publicidade oficial ou financiamento por algum órgão público, empresa ou político.
Então, vou facilitar a vida do colega escalado para fazer o “serviço”.
O Tijolaço  sempre foi registrado em meu nome.
Já tentei fazer algumas parcerias para editá-lo, infelizmente, mal-sucedidas.
Ele é uma microempresa – Blog Tijolaço Comunicação Ltda ME , CNPJ 19.438.674/0001-09 – que recebe e paga exclusivamente através da conta corrente 50629-X, agência 1578-4, do Banco do Brasil.
Dela, somos sócios eu e Miguel do Rosário. Apenas, ninguém mais.
Disponho aqui, e usarei, do extrato bancário da conta que foi, finalmente, aberta em fevereiro, depois de muita burocracia, onde se verá que as únicas entradas de dinheiro em nossa conta são provenientes de depósitos modestos de nossos leitores (à exceção de dois,  feitos por pessoas que tiveram a generosidade de depositar R$ 500 e R$ 1 mil). Todos entre R$ 10 e R$ 200, além de transferências doPay Pal (assinatura por cartão de crédito) e R$ 4.600 provenientes de anúncios do Google, além de um único frila que fiz para uma empresa privada, referente à pesquisa de dados na Internet.
Nunca houve qualquer outra conta bancária, pagamento ou recebimento do Tijolaço.
Teria todo o direito, de, com quase quatro milhões de pageviews no mês passado, receber publicidade. Mas anunciantes, públicos ou privados, se retraem e tem medo de veicular nos blogs e ficarem “mal-vistos”.
Também usarei, se necessário, meu  próprio extrato bancário, demonstrando que “comi”, no ano passado, o que havia economizado nos tempos em que tive cargo público e, muito embora engravatado, vivi modestamente, almoçando no “a quilo” Sertão e Mar, ali na Vila Planalto, em Brasília, que talvez algum de seus repórteres em Brasília possa conhecer dos tempos de vida dura.
Se o jornal estiver interessado em documentos comprometedores ou em alguma relação profissional que tive no passado, terei prazer em exibir os contracheques de pagamento feitos a mim por O Globo em 1978 – a data é esta, mesmo.
Basta me mandar um e-mail e marco dia e hora, em local público, para mostrar todos os documentos, desde que o jornal os publique.
E eu também os publicarei aqui.
Não apenas não recebi para participar da entrevista com Lula como ainda paguei a passagem do meu bolso, que anda apertadíssimo.
Se for uma matéria simplesmente jornalística, ótimo, a casa agradece.
Sobre minhas posições políticas, estão no blog, públicas, publicadas e assinadas.
Sobre  quem financia o blog, agora também estão.
Não há nada o que esconder.
Mas  não vou ser ingênuo de não entender que, mais importante do que a intenção do repórter é o desejo do jornal.
Agora, se O Globol pensa em se vingar do Tijolaço porque eu revelei – depois de 20 anos – ter redigido o texto do direito de resposta de Leonel Brizola na Rede Globo, meu desejo ardente é o  que publique qualquer insinuação sobre nós.
Será, afinal, uma forma de ajudar a financiar este blog, porque será movido, imediatamente, um processo contra a empresa.
Aqui não tem ninguém medroso, que dobre os joelhos quando ouve o nome da Globo.
Tive vinte e dois anos de escola com Leonel Brizola, não vou desaprender agora.
Se algum repórter me procurar, será muito bem atendido, mas as informações já estão públicas.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Uma das medidas impopulares é cortar o financiamento para a casa própria?



financiam

Resolvi traduzir em fatos, ao longo dos próximos dias, qual é o significado das tais “medidas impopulares” que Aécio Neves, com Fernando Henrique e Armínio Fraga a tiracolo, andou prometendo para a fina flor do capital, a fim de “recuperar” a economia.
E começo  com uma das que , com certeza, está no topo da lista: o esfriamento dos empréstimos concedidos para a compra da casa própria.
Os números espantosos sobre financiamento imobiliário no Brasil – ou sobre a falta dele, antes de Lula e Dilma – dispensam maiores explicações.
Num único ano do governo Dilma são contraídos mais financiamentos para casa própria em número muito maior do que cada um dos governos de Fernando Henrique.
Na Caixa, 68,5%, e nos bancos privados.
O deficit habitacional brasileiro caiu de 12 milhões de moradias para 5,6 milhões,  2 milhões delas no Nordeste.
Note lá no gráfico que a maioria (54%) dos tomadores de crédito, este ano,  são pessoas jovens, com menos de 35 anos de idade.
Que, ao contrário de nós, estão tendo como chegar ao sonho da casa própria ainda bem novos.
E o que tem a ver isso com as tais prometidas “medidas impopulares”?
Isso aconteceu porque o Governo capitalizou, com recursos do Tesouro, a Caixa – que é 100% estatal -, para que ela pudesse ter recursos para financiar moradia.
Um governo disposto a seguir a cartilha neoliberal acabaria, de imediato, com este modelo.
Emissão de títulos, só para pagar mais juros, onde já se viu fazer isso para financiar casa própria?
Retornaríamos  ao tempo em que isso ficava por conta dos bancos privados essencialmente e, aí, para 300 ou 400 mil unidades financiadas, e olhe lá.
Oitocentas mil famílias por ano voltariam a ficar de fora do mercado.
Isso vai ser dito ao povo brasileiro?
Ah, vai, sim.

PS. Os gráficos foram obtidos no excelente blog do professor Fernando Nogueira da Costa e no trabalho Papel do Crédito Imobiliário no Crescimento Econômico- social, do Diretor Executivo de Habitação da Caixa, Teotonio Costa Rezende.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Pelo impeachment de bancos, empreiteiras, telefônicas, planos de saúde etc.

Eduguim
Chega ao Supremo Tribunal Federal um debate que pode mudar o país para muito melhor, ainda que, para tanto, seja preciso contar com a boa vontade de setores da sociedade que querem tudo menos que esse mesmo debate prospere, porque o financiamento de campanhas eleitorais, na forma como está estabelecido hoje, favorece a tais setores.
A rigor, parece literalmente impossível o país adotar uma forma de financiar a disputa democrática pelo poder que seja menos delinquente do que a atual. Os setores que têm poder de veto desse debate são os mesmos que têm a primazia de estabelecê-lo e, por razões óbvias, nunca estiveram interessados em desencadeá-lo. Por isso conseguiram postergá-lo por muito tempo.
Mídia, classe política e empresariado sempre estiveram unidos em torno do financiamento privado. E, a partir de 1994/1995, conseguiram criar uma legislação sobre o tema que torna o grande capital praticamente dono da política no país enquanto deixa os trabalhadores à margem do processo.
A a Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096, de 1995) , entre outras, foi edificada em cima de uma farsa. Demonstra preocupação com as contribuições de entidades e governos estrangeiros ou que venham, direta ou indiretamente, do setor público. E libera a farra das empresas privadas.
Omissa – ou conivente – quanto ao liberou geral para financiamento partidário por empresas privadas com finalidade lucrativa, a legislação barrou que entidades de classe ou sindicais possam doar recursos a campanhas políticas.
No Brasil, portanto, enquanto bancos, empreiteiras, telefônicas e planos de saúde, entre outros, montam, descaradamente, bancadas no Congresso para defender seus interesses acima dos interesses dos consumidores, entidades sindicais ou de classe – muito mais representativas do que as empresas privadas – não podem doar recursos a campanhas eleitorais.
Ou seja: a atual legislação dá uma vantagem arrasadora para o capital e amarra e amordaça o trabalho.
E, com a colaboração da mídia, enorme parte da sociedade que é prejudicada por essa legislação a apoia ferozmente. Não é raro encontrar quem não é empresário e que sofre nas mãos das empresas privadas apoiando que elas continuem elegendo políticos para defender seus interesses.
O plano de saúde, a companhia aérea, a empresa de telefonia ou o banco o prejudicaram, leitor?
Você não entende por que a lei permite que um plano de saúde fique brincando com a sua vida ao negar o que você deveria ter direito?
O banco abusa das taxas, obriga o público a enfrentar filas quilométricas para não pagar salários para mais caixas?
A empresa de telefonia o está enlouquecendo com a musiquinha naquela longa espera para atendê-lo?
Tudo isso você deve agradecer ao financiamento privado de campanhas eleitorais. Com ele, as corporações elegem os políticos que se comprometem com defendê-las nos legislativos e até nos executivos. Por isso você sofre tanto nas mãos das grandes empresas.
Que políticos vão fazer leis contra quem lhes financiou a eleição? Nesse aspecto, não há diferença entre partido nenhum. Mesmo o PT, que, após o mensalão, tornou-se um defensor ferrenho do financiamento público e exclusivo de campanhas não pode brincar com as empresas que o financiam. Ou não tem financiamento e, assim, não tem como disputar eleições.
Argumentam que o financiamento exclusivamente público de campanhas fará “aumentar o caixa 2”. É uma piada. Sob esse argumento, liberem a venda de drogas e o contrabando, pois o combate a tais atividades estimula que sejam empreendidas nas sombras.
Ah, você não quer gastar dinheiro público com a política? Então, meu caro, você prefere que o dinheiro público seja entregue aos políticos pelas empresas que financiam as campanhas deles.
É óbvio que a mesma lei que vier a proibir que empresas doem recursos para campanhas eleitorais deve endurecer as penas a quem a infringir. Uma fiscalização real e dura será mais do que suficiente. Até porque, com a proibição desse tipo de financiamento ficará mais claro quando uma campanha usá-lo.
Hoje, a massa de recursos direcionados para campanhas eleitorais dificulta detectar quanto é legal e quanto é ilegal. Em campanhas mais baratas, com menos circulação de recursos, quem aparecer ostentando campanhas muito maiores estará automaticamente mostrando que recebeu financiamento ilegal.
Nesse aspecto, a posição de cada um sobre esse tema revela quem é quem. O debate no STF sobre o tema vai deixando cada vez mais claro que só com muita má fé é possível defender que mega corporações financiem políticos.
Note, leitor, que é reduzidíssimo o contingente de empresas que financiam campanhas eleitorais. Uma fração do universo empresarial restrita a algumas centenas de empresas – todas de grande porte – doa recursos com o objetivo evidente de, na melhor das hipóteses, fazer os políticos pensarem duas vezes antes de incomodar seus financiadores.
Não é por outra razão que a maioria dos políticos, das grandes corporações e da grande mídia defende o financiamento privado. Note-se, em relação à mídia, que está praticamente em peso bradando contra a proibição do capital privado nas eleições. Até porque, afeta seus maiores anunciantes…
Chega a ser ridículo, pois, discutir como é suspeito o financiamento de corporações a campanhas eleitorais. Basta um pouco de bom senso para entender que um banco não doa milhões para campanhas eleitorais por amor à democracia.
Qualquer pessoa que refletir 1 minuto sobre o assunto concluirá que um Bradesco, um Itaú ou uma Natura investem em política para ter influência sobre ela.
Mas e você, então, que não tem dinheiro para doar, como é que fica? Você que se relaciona com bancos, com planos de saúde, com empresas de telefonia etc., sabe muito bem como é que fica. Você sofre com esse relacionamento sem entender como a lei permite que aquela empresa o faça de gato e sapato.
E o que é pior: quando surge a oportunidade de puxar o tapete dessas empresas que o infernizam, um colunista malandro de jornal o convence a atirar no próprio pé ficando ao lado de quem o pisoteia cotidianamente. Como a mídia o convenceu a odiar o PT, você é capaz de se autoflagelar para não dar razão ao objeto do ódio que lhe foi inoculado.
Hoje, bancos, empreiteiras, telefônicas, planos de saúde etc. é que governam o país. Será que não chegou a hora de fazer o impeachment dessas corporações? Está nas suas mãos fazê-lo. Portanto, use a cabeça desta vez. Deixe de ser trouxa.