Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 22 de junho de 2015

Direita prefere destruir o país a aceitar justiça social

fundo do poço
 Eduguim
O biênio 2013 – 2015 ficará registrado na história como um período em que uma das maiores nações do mundo cometeu um literal suicídio. Com requintes de crueldade, tomada por um surto autodestrutivo que talvez jamais seja explicado.
Há míseros dois anos, o Brasil despontava como potência emergente – finalmente o país do futuro estava se tornando o país do presente.
A economia crescia pouco, mas crescia continuamente; a inflação estava alta por conta da forte demanda, mas estava controlada; a taxa de investimento privado vinha subindo; o desemprego caía mês a mês.
Enquanto o resto do mundo se contorcia em uma crise internacional interminável, então no quinto ano, com europeus e americanos à beira da convulsão social, o Brasil parecia uma ilha de prosperidade e estabilidade.
A nova classe média vivia um sonho dourado. Famílias viam seus filhos e netos se tornarem os primeiros universitários da linhagem, o sonho da casa própria se materializava, os salários tinham cada vez mais poder de compra.
Eis que surge, na maior metrópole do país, um movimento inexplicável. Com a renda em ascensão e o desemprego despencando, partidos de esquerda, professores universitários e estudantes desencadeiam uma guerra contra aumentos de passagens no transporte público.
As passagens de ônibus e metrô iriam subir 20 centavos. Em um momento de valorização dos salários e queda do desemprego, não era para tanto. Mas esses grupos radicalizados tinham uma proposta tentadora – para os incautos: em vez de aumentar o preço do transporte público, a endividada capital paulista deveria fornecer transporte de graça para todos.
Décadas de problemas no transporte público foram jogadas no colo do recém-empossado prefeito paulistano, Fernando Haddad.
Um prefeito que mal tomara pé da situação escabrosa da administração herdada de José Serra e Gilberto Kassab, obviamente que não tinha meios de atender à demanda surpreendente de, do nada, oferecer transporte público de graça para todos ou ao menos transferir para os cofres públicos, já combalidos, o custo dos reajustes contratuais com as empresas de ônibus.
Os grupos de ultraesquerda, porém, tinham um plano para pôr de joelhos o novo prefeito. Importaram uma tática de protestos conhecida como “bloco negro”, que se valia da destruição do patrimônio público e privado, com uso até de bombas incendiárias para parar a cidade, impedindo o trânsito nas principais vias e desesperando a população que tem que ir trabalhar e retornar para casa todos os dias.
A influência de “pensadores” de ultraesquerda sobre as mídias, sobretudo as mídias alternativas, romanceou aquele processo. Sem alguma razão lógica em um país que vinha se desenvolvendo a passos largos e distribuindo renda, aquele processo foi visto como positivo.
Eis que o governo paulista, controlado pela direita fundamentalista religiosa, opta pela violência como forma de conter os abusos contra o povo paulistano em vez de buscar diálogo. Da violência policial, brota, então, um fortalecimento do movimento radical.
Incrivelmente, os grupos radicalizados ditos “de esquerda” se voltam contra o prefeito em vez de culparem o governador, e o partido de Fernando Haddad vira a Geni das manifestações. Às dezenas de milhares, entre bandeiras de partidos como PSOL, PSTU, da Rede de Marina Silva e outros, os brados de “fora, PT!” ecoam pelos quatro cantos do país.
Agora, após a violência da ditadura tucana em São Paulo, as ruas de todo país são tomadas por centenas de milhares de congêneres dos bichos-grilos paulistas, aos brados de “Fora, PT!”. Com o Brasil vendo aquelas marés humanas bradando contra o partido que o governa, Dilma Rousseff torna-se depositária de uma revolta por vinte centavos.
Nesse momento, a extrema direita vê oportunidade que não encontrava havia mais de uma década. E sai à rua.
Todo lixo social do pais invade as ruas, agora transformadas em uma gigantesca rave em que cabiam de radicais de esquerda a neonazistas. A mídia corporativa vê a oportunidade que tanto ansiava e minimiza a insensatez que aumenta. E até a incentiva.
Eis que, em meados de junho de 2013, os autores esquerdistas daqueles protestos se dão conta de que pavimentaram as ruas para a ultradireita e se recolhem, após dobrarem os governos do Estado de São Paulo e da capital na questão dos aumentos das passagens.
Chega 2014 e a ultraesquerda tem outra ideia de jerico. Decide que a Copa do mundo era a culpada por todos os males nacionais e volta às ruas quebrando e incendiando, tentando impedir a realização do evento. O país perde a oportunidade de obter lucros altíssimos, pois o fluxo de turistas acaba sendo muito menor do que poderia.
Nas redes sociais, grupos organizados de extrema-direita e extrema-esquerda tratam de compor vídeos e memes em inglês para assustar os turistas estrangeiros, chegando a dizer que se viessem ao país correriam risco de vida devido à radicalização dos protestos contra a Copa.
Chega a eleição presidencial e Dilma Rousseff parece ter poucas chances de se reeleger. A economia já se combalia diante dos ataques pela esquerda e pela direita, que assustaram investidores e ensejaram uma progressiva paralisação da economia.
Enquanto isso, os dois candidatos de oposição mais competitivos ameaçam o país com reformas ultraliberais como privatização de bancos públicos, desvalorização do salário mínimo, independência do Banco Central.
A esquerda radical percebe que não poderia implantar o socialismo e, pior, que estava para ver surgir um regime ultraliberal que resultaria em graves retrocessos, sobretudo no que diz respeito ao processo de distribuição de renda que fizera o índice de Gini brasileiro melhorar como jamais ocorrera por aqui desde que fora criado para medir a concentração de renda das nações.
Por pouco, muito pouco, Dilma se reelege. Porém, o custo de quase dois anos de sabotagens da economia, com redução drástica de investimentos devido à insegurança gerada pela política, impõe que as políticas anticíclicas sejam abandonadas.
Não dá mais para renunciar a impostos para manter o ritmo da economia, do crescimento, dos salários e da queda do desemprego. Há que fazer um ajuste fiscal. Muito mais brando do que seria feito pelos principais candidatos a presidente derrotados por Dilma, mas, ainda assim, um ajuste duro, pois implicaria em um freio de arrumação na economia.
Sem novas sabotagens, porém, em alguns meses estaria tudo resolvido. A economia daria uma parada, mas, no segundo semestre – agora com os investidores mais confiantes devido ao equilíbrio entre receita e despesa –, o país recomeçaria a crescer, o emprego voltaria a subir, os salários a se valorizar e a desigualdade a cair.
Eis que a extrema-direita se recusa a aceitar o processo de soerguimento do país. Unindo-se à centro-direita tucano-midiática e a grupos radicais conservadores incrustados na Polícia Federal e no Ministério Público, desencadeia uma ofensiva “contra a corrupção” que paralisaria a economia ao emitir sentenças condenatórias contra grandes empresas antes do devido processo legal.
Já não é mais polêmico dizer que a política está destruindo a economia. Todos já reconhecem que a política está afundando o país.
Os grupos de ultradireita fazem a festa. Pouco lhes importa o futuro. Só a destruição da esquerda – inclusive daquela que tanto os ajudou – interessa. Saem à rua, agora sem pudor, e pedem nada mais, nada menos do que um golpe militar. A esquerda a tudo assiste impassível, em seu “mimimi” contra medidas econômicas sem as quais o país afundaria muito mais.
Esse é o resumo da ópera. A direita radical ataca por um lado, a esquerda radical ataca por outro e o país mergulha em um buraco político, econômico e institucional cujo fundo ainda não é possível vislumbrar.
Em breve, os próximos capítulos do suicídio do Brasil.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Guerra política contra Dilma prejudicará a todos “democraticamente”

dilma

Em 29 de junho de 2013, após três semanas seguidas de protestos diários pelo país, com centenas de milhares de pessoas indo à rua e promovendo o caos, o Datafolha divulgou pesquisa de opinião mostrando expressiva queda da aprovação a Dilma Rousseff, bem maior do que a verificada em pesquisa do mesmo instituto divulgada no último sábado.
Há cerca de um ano e meio, dos 57% de bom e ótimo que a presidente tinha antes de aqueles protestoseclodirem, o percentual caiu para 30%. Desta vez foi pior: Dilma perdeu 19 pontos percentuais, caindo de 42% para 23%, enquanto a taxa de ruim e péssimo explodiu, indo de 24% em dezembro para 44% agora.
O que é mais preocupante para a presidente é que, na pesquisa de junho de 2013, sua taxa de ruim e péssimo subiu de 9% para 25% e, agora, subiu de 24% em dezembro último para 44%. Desde o governo Fernando Henrique Cardoso que um presidente não tinha rejeição tão alta.
Apesar desse quadro tétrico, Dilma tem motivos para ter esperança de melhora. Assim como ela se recuperou do baque de junho de 2013 e acabou se reelegendo, ainda que por margem apertada, o mesmo pode acontecer ao longo do ano. Isso porque alguns dos motivos que estão presentes no novo desmoronamento de popularidade também estavam no anterior.
Análise ponderada dos fatos mostra que, assim como em 2013, desta vez também foi a esquerda que desencadeou a queda de popularidade acentuada da presidente. Mas não é só. Desta vez também está presente uma percepção popular sobre a economia que contribuiu para a queda de popularidade do ano retrasado.
Na pesquisa de junho de 2013, disparou para 44% a taxa dos que acreditavam que o desemprego iria aumentar; na pesquisa divulgada no sábado, o pânico com a economia foi ainda maior, com 60% temendo pelo emprego.
Em 2013, o medo da inflação também revelou uma das principais razões para a queda de popularidade da presidente. Em junho daquele ano, 54% acreditavam em disparada da inflação; hoje, o percentual, espantoso, é de 80%.
A grande semelhança entre os dois momentos é que em junho de 2013 tampouco havia razão material para o descontentamento da população com o governo federal. A população não se revoltava com o que estava acontecendo, mas com o que a induziram a crer que iria acontecer.
Hoje, como em 2013, o desemprego é baixíssimo, o salário subiu ainda mais e a inflação está controlada – terminamos 2014 com a inflação de novo dentro da meta.
Porém, assim como em 2013, de novo a esquerda (incluindo setores do PT) fomentou a revolta da população; essa esquerda (incluindo, de novo, setores do PT) desencadeou uma enorme ofensiva nas redes sociais contra nomeações de ministros considerados de direita – Katia Abreu, na Agricultura, e Joaquim Levy, na Fazenda.
A casa de Dilma começou a cair em novembro do ano passado, com manifesto de intelectuais que apoiaram a sua reeleição. Cerca de 30 dias após a presidente se reeleger, esses intelectuais fizeram uma acusação tácita a ela ao pedirem que cumprisse o programa de governo com o qual se apresentara nas urnas. Ou seja, acusaram-na de estelionato eleitoral.
Chega janeiro e Dilma nomeia os ministros Abreu e Levy, desencadeando uma onda de críticas à esquerda que foi aumentando mesmo após semanas das nomeações. Esperta, a mídia antipetista tratou de divulgar fartamente que o próprio PT e sua militância estavam acusando Dilma de estelionato eleitoral, enquanto Aécio dizia a mesma coisa.
A tese do estelionato eleitoral, agora coonestada por boa parte dos próprios correligionários de Dilma e por ex-simpatizantes da candidatura presidencial do PT, tornou-se uma tsunami que engolfou a opinião pública.
Além disso, a mídia tratou de ludibriar a população inventando uma crise de energia elétrica  – que não existe – e, tacitamente, culpou o governo federal pela crise hídrica em São Paulo, onde, segundo o Datafolha, 53% acreditam que Dilma e o prefeito Fernando Haddad são responsáveis pelo racionamento velado de água que a população vem sofrendo.
Por fim, alguns formadores de opinião conseguiram “viralizar” a teoria de que Dilma deveria usar rede nacional de rádio e televisão para se defender das críticas, o que não poderia fazer sob pena de ser acusada judicialmente de usar um equipamento público para fins políticos, já que rede nacional, por lei, só pode ser usada para comunicar assuntos de interesse da população, nunca para fazer política – e Dilma se defender em rede seria fazer política.
A boa notícia é a de que, se o governo conseguir impedir que os vaticínios catastrofistas sobre a economia se materializem, sua popularidade irá se recuperar. Se não houver aumento do desemprego e da inflação, a parcela da opinião pública que foi colocada em pânico tende a reverter sua posição política.
A má notícia é a de que tudo o que está acontecendo na política está influindo drasticamente na economia. O tratamento escandaloso que a mídia vem dando à Operação Lava Jato pode obrigar a Justiça a impedir que as empreiteiras acusadas operem as grandes obras em curso no país, o que irá fazer o desemprego explodir. Além disso, investidores, assustados com o quadro político, tendem a se retrair.
O bombardeio político de Dilma e seu enfraquecimento em sua base de apoio, portanto, podem causar um desastre econômico, fazendo explodir o desemprego e a inflação. Nesse contexto, o país seria tomado pelo caos. Ressurgimento de novas manifestações de rua seria mais do que provável.
Na grande mídia, vários analistas vinham dizendo que tudo de que o PSDB e a mídia precisam para propor o impeachment de Dilma ao Congresso é perda de apoio popular. Com o último Datafolha, a direita ganhou o instrumento de que precisava. Porém, a expectativa é que espere a situação se agravar mais um pouco.
O que Dilma pode fazer é tentar dialogar com o país e, sobretudo, com os movimentos sindical e sociais e com setores do PT e da militância partidarizada ou independente que, até aqui, dizem aos quatro ventos que se arrependeram do voto na presidente por conta das nomeações daqueles dois ministros e de algumas medidas de austeridade no seguro-desemprego e em mais alguns outros benefícios trabalhistas,
Outra possibilidade que pode melhorar a perspectiva do país é o instinto de sobrevivência do empresariado. Inclusive do grande empresariado. A política está destruindo a economia brasileira e, com isso, eles amargarão prejuízos astronômicos enquanto os trabalhadores mergulharão no desemprego e no arrocho salarial.
Ou seja: a qualquer um que tenha cérebro não interessa continuar pondo lenha na fogueira contra Dilma, seja essa pessoa de direita, de centro, de esquerda, do que for. Contudo, o país vive uma catarse. A política está sabotando a economia e até quem não quer o caos cedeu ao canto da sereia da mídia ou de formadores de opinião independentes.
Na atual situação, só um pacto pela governabilidade e pela defesa dos interesses de TODOS – trabalhadores e empresários, esquerdistas e direitistas – pode evitar uma tragédia econômica que jamais aconteceria sem essa maldita guerra política que vem prejudicando tanto um país que tem tudo para continuar melhorando como vinha fazendo há mais de uma década.
Uma distensão política permitiria que terminássemos 2015 sem ganhos econômicos, mas sem desastre. Se prevalecerem os interesses políticos dos derrotados na eleição de 2014, porém, aí todos terão motivos de sobra para se preocupar. E a queda de Dilma não resolveria nada, só agravaria, pois quem a sucederia seria bem mais duro nos ajustes econômicos.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Desemprego cai a 4,7%, menor nível para outubro

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Taxa de desemprego foi 0,2 ponto percentual menor que a registrada em setembro, de 4,9%; trata-se do menor nível de desemprego para outubro; no mesmo mês do ano passado, a taxa era 5,2%, segundo o IBGE; de acordo com a pesquisa, a população desocupada, estimada em 1,1 milhão de pessoas nos locais pesquisados, permaneceu estável em relação a setembro, e caiu 10,1% ante outubro do ano passado. 

Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil

A taxa de desocupação brasileira ficou estável em outubro, em 4,7%, divulgou hoje (19) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O desemprego foi 0,2 ponto percentual menor que o registrado em setembro, de 4,9%, mas, segundo o IBGE, a variação não é significativa. Em outubro do ano passado, a taxa era 5,2%.

Os números levantados pela Pesquisa Mensal do Emprego se referem a seis regiões metropolitanas: Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

De acordo com a pesquisa, a população desocupada, estimada em 1,1 milhão de pessoas nos locais pesquisados, permaneceu estável em relação a setembro, e caiu 10,1% ante outubro do ano passado. São classificadas dessa forma as pessoas que tomaram alguma providência para procurar emprego e não encontraram.

Foi registrada estabilidade no número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que se manteve em cerca de 11,7 milhões nas duas bases de comparação. Já a população não economicamente ativa subiu na comparação com mesmo mês do ano passado, com alta de 3,3%.

O nível de ocupação, que mede o percentual de pessoas ocupadas dentro da população em idade ativa, ficou em 53,6%, com crescimento de 0,4 ponto percentual ante setembro e queda de 0,6 ponto percentual na comparação com outubro.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

AULA DE LULA FAZ O PIG (*) CHORAR. DE RAIVA Por que o Brasil é o país das oportunidades

Conversa Afiada reproduz post do Instituto Lula:

ARTIGO DE LULA: POR QUE O BRASIL É O PAÍS DAS OPORTUNIDADES



Por Luiz Inácio Lula da Silva

Passados cinco anos do início da crise global, o mundo ainda enfrenta suas consequências, mas já se prepara para um novo ciclo de crescimento. As atenções estão voltadas para mercados emergentes como o Brasil. Nosso modelo de desenvolvimento com inclusão social atraiu e continua atraindo investidores de toda parte. É hora de mostrar as grandes oportunidades que o país oferece, num quadro de estabilidade que poucos podem apresentar.

Nos últimos 11 anos, o Brasil deu um grande salto econômico e social. O PIB em dólares cresceu 4,4 vezes e supera US$ 2,2 trilhões. O comércio externo passou de US$ 108 bilhões para US$ 480 bilhões ao ano. O país tornou-se um dos cinco maiores destinos de investimento externo direto. Hoje somos grandes produtores de automóveis, máquinas agrícolas, celulose, alumínio, aviões; líderes mundiais em carnes, soja, café, açúcar, laranja e etanol.

Reduzimos a inflação, de 12,5% em 2002 para 5,9%, e continuamos trabalhando para trazê-la ao centro da meta. Há dez anos consecutivos a inflação está controlada nas margens estabelecidas, num ambiente de crescimento da economia, do consumo e do emprego. Reduzimos a dívida pública líquida praticamente à metade; de 60,4% do PIB para 33,8%. As despesas com pessoal, juros da dívida e financiamento da previdência caíram em relação ao PIB.

Colocamos os mais pobres no centro das políticas econômicas, dinamizando o mercado e reduzindo a desigualdade. Criamos 21 milhões de empregos; 36 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza e 42 milhões alcançaram a classe média.

Quantos países conseguiram tanto, em tão pouco tempo, com democracia plena e instituições estáveis?

A novidade é que o Brasil deixou de ser um país vulnerável e tornou-se um competidor global. E isso incomoda; contraria interesses. Não é por outra razão que as contas do país e as ações do governo tornaram-se objeto de avaliações cada vez mais rigorosas e, em certos casos, claramente especulativas. Mas um país robusto não se intimida com as críticas; aprende com elas.

A dívida pública bruta, por exemplo, ganhou relevância nessas análises. Mas em quantos países a dívida bruta se mantém estável em relação ao PIB, com perfil adequado de vencimentos, como ocorre no Brasil? Desde 2008, o país fez superávit primário médio anual de 2,58%, o melhor desempenho entre as grandes economias. E o governo da presidenta Dilma Rousseff acaba de anunciar o esforço fiscal necessário para manter a trajetória de redução da dívida em 2014.

Acumulamos US$ 376 bilhões em reservas: dez vezes mais do que em 2002 e dez vezes maiores que a dívida de curto prazo. Que outro grande país, além da China, tem reservas superiores a 18 meses de importações? Diferentemente do passado, hoje o Brasil pode lidar com flutuações externas, ajustando o câmbio sem artifícios e sem turbulência. Esse ajuste, que é necessário, contribui para fortalecer nosso setor produtivo e vai melhorar o desempenho das contas externas.

O Brasil tem um sistema financeiro sólido e expandiu a oferta de crédito com medidas prudenciais para ampliar a segurança dos empréstimos e o universo de tomadores. Em 11 anos o crédito passou de R$ 380 bilhões para R$ 2,7 trilhões; ou seja, de 24% para 56,5% do PIB. Quantos países fizeram expansão dessa ordem reduzindo a inadimplência?

O investimento do setor público passou de 2,6% do PIB para 4,4%. A taxa de investimento no país cresceu em média 5,7% ao ano. Os depósitos em poupança crescem há 22 meses. É preciso fazer mais: simplificar e desburocratizar a estrutura fiscal, aumentar a competitividade da economia, continuar reduzindo aportes aos bancos públicos, aprofundar a inclusão social que está na base do crescimento. Mas não se pode duvidar de um país que fez tanto em apenas 11 anos.

Que país duplicou a safra e tornou-se uma das economias agrícolas mais modernas e dinâmicas do mundo? Que país duplicou sua produção de veículos? Que país reergueu do zero uma indústria naval que emprega 78 mil pessoas e já é a terceira maior do mundo?

Que país ampliou a capacidade instalada de eletricidade de 80 mil para 126 mil MW, e constrói três das maiores hidrelétricas do mundo? Levou eletricidade a 15 milhões de pessoas no campo? Contratou a construção de 3 milhões de moradias populares e já entregou a metade?

Qual o país no mundo, segundo a OCDE, que mais aumentou o investimento em educação? Que triplicou o orçamento federal do setor; ampliou e financiou o acesso ao ensino superior, com o Prouni, o FIES e as cotas, e duplicou para 7 milhões as matrículas nas universidades? Que levou 60 mil jovens a estudar nas melhores universidades do mundo? Abrimos mais escolas técnicas em 11 anos do que se fez em todo o Século XX. O Pronatec qualificou mais de 5 milhões de trabalhadores. Destinamos 75% dos royalties do petróleo para a educação.

E que país é apontado pela ONU e outros organismos internacionais como exemplo de combate à desigualdade?

O Brasil e outros países poderiam ter alcançado mais, não fossem os impactos da crise sobre o crédito, o câmbio e o comércio global, que se mantém estagnado. A recuperação dos Estados Unidos é uma excelente notícia, mas neste momento a economia mundial reflete a retirada dos estímulos do Fed. E, mesmo nessa conjuntura adversa, o Brasil está entre os oito países do G-20 que tiveram crescimento do PIB maior que 2% em 2013.

O mais notável é que, desde 2008, enquanto o mundo destruía 62 milhões de empregos, segundo a Organização Internacional do Trabalho, o Brasil criava 10,5 milhões de empregos. O desemprego é o menor da nossa história. Não vejo indicador mais robusto da saúde de uma economia.

Que país atravessou a pior crise de todos os tempos promovendo o pleno emprego e aumentando a renda da população?

Cometemos erros, naturalmente, mas a boa notícia é que os reconhecemos e trabalhamos para corrigi-los. O governo ouviu, por exemplo, as críticas ao modelo de concessões e o tornou mais equilibrado. Resultado: concedemos 4,2 mil quilômetros de rodovias com deságio muito acima do esperado. Houve sucesso nos leilões de petróleo, de seis aeroportos e de 2.100 quilômetros de linhas de transmissão de energia.

O Brasil tem um programa de logística de R$ 305 bilhões. A Petrobras investe US$ 236 bilhões para dobrar a produção até 2020, o que vai nos colocar entre os seis maiores produtores mundiais de petróleo. Quantos países oferecem oportunidades como estas?

A classe média brasileira, que consumiu R$ 1,17 trilhão em 2013, de acordo com a Serasa/Data Popular, continuará crescendo. Quantos países têm mercado consumidor em expansão tão vigorosa?

Recentemente estive com investidores globais no Conselho das Américas, em Nova Iorque, para mostrar como o Brasil se prepara para dar saltos ainda maiores na nova etapa da economia global. Voltei convencido de que eles têm uma visão objetiva do país e do nosso potencial, diferente de versões pessimistas. O povo brasileiro está construindo uma nova era – uma era de oportunidades. Quem continuar acreditando e investindo no Brasil vai ganhar ainda mais e vai crescer junto com o nosso país.

Luiz Inácio Lula da Silva é ex-presidente da República e presidente de honra do PT



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O jornalismo Mainardi ou tudo dá errado neste pais…

mainar
Da capa de economia do site da Folha, hoje:
Com inflação alta, rendimento real do trabalhador tem menor avanço desde 2005,  onde se mostra que a renda real dos trabalhadores -já descontada a inflação– subiu 1,8%.
É verdade, mas todos sabem que os patrões fizeram – até com o apoio do catastrofismo da mídia – jogo mais duro nas negociações,.
Os jornalistas de São Paulo, por exemplo, tiveram um reajuste bruto de 6,95%, ou apenas 1% acima da inflação:  só a metade do que tiveram de aumento os demais trabalhadores.
Isso não é tão importante, não é?
Importante é que nos shoppings, as vendas crescem 8,6%, o pior desempenho desde 2007!
 Mesmo que os lojistas dos shoppings se digam satisfeito por continuarem mantendo uma taxa de alto crescimento e nenhum deles esteja revisando seus planos de expansão.
Ah, e os Estados Unidos, aquele prodígio do Norte, onde as crianças já nascem falando inglês, de tão civilizadas que são?
Um crescimento de 1,9% no PIB, um “pibão” que anuncia recuperação e prosperidade para o grande irmãos do Norte, enquanto nós, miseráveis, estamos enganchados num pibinho, que cresce míseros 2,4%, o que qualquer pessoa sabe que é menos que 1,9%, não é?
Tão grave é a crise que uma pequena foto e chamada passam despercebidas: é a aposta da Audi na fabricação de seu modelo A3 – o sonho de consumo dos coxinhas endinheirados – em São José dos Pinhais, no Paraná, a partir do ano que vem.
Será que os jornais concordam com o que disse Diogo Mainardi no Roda-Viva, da TV Cultura, quando afirmou que “na internet só tem otário”?
Quem sabe não seria bom seguir a sugestão que ele deu para a D. Luiza, a do Magazine, e vender o Brasil para a Amazon?

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Taxa de desemprego cai e fecha novembro em 4,6%

Rio de Janeiro – A taxa de desemprego no país fechou o mês de novembro em 4,6%. O dado foi divulgado hoje  (19) na Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice é o menor da série histórica - iniciada em 2002, e a mesma registrada em dezembro de 2012, que havia sido 4,6%.
O índice é também inferior ao registrado em novembro de2012 (4,9%). Em outubro deste ano, a taxa havia sido 5,2%.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

DESEMPREGO RECUA PELO SEGUNDO MÊS SEGUIDO

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Dona Odete é mais esperta que o pessoal do Wall Street Journal

odete


Semana passada, o Wall Street Journal publicou uma matéria sobre os riscos de uma “bolha de crédito” no Brasil.
Usou como exemplo da história de Dona Odete Meira da Silva, essa simpática mulher aí da foto.
Diz o jornal que ela é mãe solteira,  comprou um computador, uma TV de tela plana e começou a construir uma casa num bairro violento da periferia de São Paulo, que se parece com o Bronx novaiorquino, digo eu.
Mas a foto mostra que o sonho de Dona Odete está ainda pela metade, porque ela se viu com muitas dívidas e, prudente, “deu um tempo” até que as coisas melhorem.
O jornal diz que a obra da casa de Dona Odete, que espera a hora de fazer o acabamento do segundo andar, é um retrato “da própria escalada na economia brasileira: só (foi) até a metade”.
A Dona Odete, porém, é mais esperta. Para ela, a obra já foi até a metade e, assim que ela se desapertar, vai continuar:
“Ainda pretendo terminar a casa, mas isso vai ter que ser feito pouco a pouco, talvez em mais três anos”, diz ela.
Mas os jornalistas do Wall Street, talvez por não terem a experiência sobre como os pobres conseguem as coisas – aos poucos e com esforço – mostram que são menos espertos que Dona Odete.
Repetem um amontoado de frases ouvidas dos iluminados do mercado e não conseguem compreender – mesmo que o digam – que a prosperidade brasileira se confundiu e se alimentou da elevação do poder de compra da população pela via ao aumento da renda e do aumento do crédito.
Esquecem que nossas taxas de juros elevadas não decorrem da inflação, mas da alta taxa de ganho que os investidores internacionais – aqueles lá da Wall Street – exigem para fazer aportar aqui seu capital. E que são os problemas financeiros do mundo desenvolvido – e não os nossos – que estão gerando as turbulências por aqui.
Mas o mais chocante é a afirmação de dizer que o endividamento americano – muito maior que o brasileiro – é algo “economicamente mais saudável” por ser fundado em hipotecas, que somam 80% do PIB americano, enquanto todas as modalidades de crédito no Brasil, somadas, mal passam dos 50%!
Tenham paciência, chamar de saudável este sistema hipotecário que explodiu e lançou o mundo na pior crise pós-29, debaixo das barbas do jornal?
Eu me animei aqui, porque queria apenas apresentar o texto escrito pelo economista Jorge Mattoso, da Unicamp e ex-presidente da Caixa Econômica Federal no governo Lula.
Leia e confira como Dona Odete tem toda a razão: ela já tem uma escada para subir ao segundo andar, que ninguém mais vai demolir.
Há pouco mais de 10 anos, quando o Brasil praticava direitinho as regras dos “sabichões” da economia, Dona Odete não tinha nada.

Alarme Falso

Jorge Mattoso
O artigo do Wall Street Journal publicado no dia 9 de outubro no Valor Econômico (“Dívida dos brasileiros é alerta para outros países emergentes“) poderia ser considerado como uma piada, não fosse a importância de ambos os jornais e o impacto que podem ter sobre parcela da opinião pública.
A partir da postura correta de Dona Odete Meira da Silva, que depois de algum endividamento passou a evitar a sua ampliação, buscando assegurar os pagamentos dessa dívida para que pudesse depois terminar a construção de sua casa (ainda que isso tenha que “ser feito pouco a pouco”), o Wall Street Journal questiona o perfil da dívida brasileira, o futuro da economia e dá como exemplo saudável as hipotecas dos Estados Unidos.
Se fosse uma matéria humorística não precisaríamos lembrar ao casal de jornalistas que foi exatamente o pouco saudável sistema de hipotecas norte-americanas (subprime) que gerou em 2008 a maior crise mundial desde os anos 1930.
Mas – felizmente – o Brasil não o tinha como exemplo, o que permitiu que construíssemos um sistema financeiro mais sólido, com maior controle fiscal, criando um mercado interno em contínuo crescimento, que permitiu que pudéssemos enfrentar esta crise, iniciada nos EUA e expandida aos outros países, com políticas anticíclicas capazes de reduzir seus efeitos sobre a economia e a sociedade brasileiras.
Mas o mais importante é ignorado pelo artigo. Dona Odete está feliz, crê no futuro – vendo que “as coisas estão melhorando” – e, sobretudo, em nenhum momento se declara inadimplente. Ela e tantos outros brasileiros não confundem endividamento com inadimplência.
Enquanto uma simples compra a prazo pode caracterizar endividamento, a inadimplência só acontece se as parcelas não forem pagas. Ao longo dos últimos dez anos o nosso mercado interno cresceu, o que favoreceu a vida de Dona Odete e de muitas dezenas de milhões de brasileiros, que puderam finalmente encontrar emprego, ver seus salários melhorarem, construir suas casas e comprar produtos capazes de melhorar suas vidas.
O mercado interno cresceu favorecido por um conjunto de fatores: o crescimento acentuado do emprego (cerca de 20 milhões), a valorização do salário mínimo real (mais de 70%) e pela ampliação do crédito. Essa ampliação se deu inicialmente através do crédito consignado (cujo saldo total já superava o volume de 191 bilhões de reais ao final de 2012) e depois via conjunto do crédito para a pessoa física e as empresas.
O crédito, que se encontrava paralisado até 2002, dado o baixo crescimento da economia e a estagnação do mercado interno, passou a crescer desde então e auxiliar na expansão do mercado interno. Segundo a ANEFAC, o volume total do crédito para pessoas físicas saltou de cerca de 82 bilhões de reais em junho de 2003 para mais de 715 bilhões de reais em junho de 2013 (crescimento de 766%).
Embora ignorado pela matéria do Wall Street Journal, é importante considerar que esta expansão do crédito no país vem sendo acompanhada do crescimento da renda das famílias, dados o aumento expressivo de emprego e da melhoria dos salários.
Em outras palavras, o crédito tem crescido também porque a capacidade de pagamento das famílias permitiu isso. Neste mesmo período, as taxas de juros para as pessoas caíram de 81,4% para 34,9% (queda de mais de 46 p.p.) e os spreads baixaram de 58,5% ao ano para 24,5%.
Tais elementos e seu desempenho, apesar de ainda elevados considerando os padrões internacionais, mostram uma tendência que conjuntamente com a menor taxa de juros do crédito consignado (1,8% ao mês e 23,8% ao ano) favoreceram a queda da inadimplência.
Dona Odete e outros tantos milhões de brasileiros não estão inadimplentes. Pelo contrário, têm demonstrado sagacidade, planejamento financeiro e cautela, tanto que ainda têm apenas cerca de 21% de sua renda familiar comprometida, quando qualquer banco tem como limite para a oferta de crédito às pessoas cerca de 30% de sua renda familiar.
Ao contrário do que pensam os jornalistas do Wall Street Journal mas como já foi identificado pelo Banco Central, parte deste endividamento das famílias tem ocorrido devido à expansão do crédito imobiliário, que é algo muito positivo, pois as famílias de Dona Odete e de milhões de brasileiros puderam romper com uma vida de sofrimento e miséria, estão constituindo patrimônio e melhorando sua qualidade de vida.
Sobretudo, Dona Odete e dezenas de milhões de brasileiros têm sido bons pagadores. Tanto que no Brasil a inadimplência geral caiu de 8,8% em junho de 2003 para 5,2% em junho de 2013 Este processo de redução da inadimplência continua, graças inclusive à preservação do crescimento e do emprego, alcançando 4,8% em agosto de 2013.
Segundo os dados mais recentes da Serasa, o número de calotes (inadimplência) teve, em setembro, a quarta queda consecutiva. A dívida dos brasileiros – relativamente pequena, administrada e com baixa inadimplência – em vez de alerta parece indicar que ainda existe um bom caminho pela frente para a elevação do consumo das famílias, sobretudo se mantidos o crescimento do emprego e da renda e ampliados os investimentos. 
Para Dona Odete e os milhares de brasileiros que emergiram na última década ao consumo e à cidadania, o maior receio não é do descontrole fiscal e da inadimplência, mas sim o de assistir às sucessivas tentativas de restrição de seu acesso à uma vida melhor sob alegação de que o brasileiro gasta muito e mal.
Por: Fernando Brito

domingo, 21 de julho de 2013

O PIB cresce 4% ao ano

PIB
PIB


O título deste texto não é uma piada, nem uma projeção, nem mesmo a expressão de um desejo. É apenas a constatação de um fato: os últimos números publicados para o Índice de Atividade do Banco Central, o IBC-BR, que pode ser considerado uma aproximação em base mensal para o PIB trimestral do IBGE, indicam claramente que no segundo trimestre de 2013 a economia brasileira estava crescendo ao ritmo de 4% ao ano. 

Por Francisco Lopes 


Mas espere um momento! Não foram esses números que repercutiram de forma tão negativa na imprensa, sugerindo até que estamos novamente a caminho da recessão? Basta olhar os títulos de algumas das matérias publicadas: Indicador do BC mostra país na rota da recessão; Economia tem maior retração desde 2008; Cada vez mais difícil decolar; Bancos oficiais já prevêem crescimento abaixo de 2%; IBC-BR reforça sinais da lenta perda de gás da economia em 2013; Pibinho de inverno.
 
Na realidade, a única coisa que fica clara aqui é que a mídia especializada e a grande maioria dos analistas da economia parecem sofrer atualmente de um pessimismo obsessivo. De fato a leitura que foi feita dos números do BC configura um caso clássico do que a psicologia cognitiva denomina de viés de confirmação (confirmation bias), que ocorre quando as pessoas só são sensibilizadas por informações que pareçam confirmar suas crenças ou hipóteses, ignorando qualquer evidência em sentido contrário. 

Todo esse pessimismo foi produzido apenas pela observação de que a variação percentual de maio sobre abril do IBC-BR com ajuste sazonal foi de menos 1,4%. Acontece, porém, que essa série de variação mensal tem muito ruído. É no mínimo temerário extrair qualquer sinal de direção de movimento com base na observação de um único mês. Além disso, quando usamos dados mensais a introdução do ajustamento sazonal não aumenta muito o poder informativo de uma observação isolada. No dado mensal o padrão de sazonalidade pode variar muito ao longo do tempo em resposta a uma serie de fatores, como feriados, greves, paralisações ou mudanças institucionais. Sabemos que não existe técnica perfeita de ajuste sazonal, mas com dados mensais as dificuldades ficam ainda maiores. 

Se quisermos ter uma ideia precisa do que está acontecendo com uma economia, o caminho mais seguro é trabalhar com variações em doze meses. Mesmo assim uma observação mensal isolada tem que ser vista com cautela. Por exemplo, a variação em doze meses do IBC-BR até maio de 2013 (portanto sobre maio de 2012) foi de 2,28%, mostrando sem dúvida uma desaceleração importante em relação à variação em doze meses de 7,3% até abril. Note-se, porém, que esse excepcional resultado de abril foi simplesmente ignorado tanto pela imprensa como pela maioria dos analistas de economia. Por outro lado, a variação em doze meses de maio significou aceleração em relação às variações de 1,16% até março e de 0,44% até fevereiro. Que direção de movimento estaria sendo sinalizada aqui? 

Existe amplo consenso de que a forma mais segura para se analisar o movimento do PIB é usar dados trimestrais. Não é por outra razão que contas nacionais em toda parte são sempre elaboradas em base trimestral, como acontece também com o nosso IBGE. O que então pode ser concluído quando os dados do IBC-BR são transformados por média para uma base trimestral? Se compararmos o trimestre composto pelos meses de março a maio de 2013 com o mesmo período de 2012 obtemos uma variação de 3,74%. Podemos notar também que ao longo do ano essa variação em doze meses calculada para grupos sucessivos de três meses só aumentou: 1,55% até janeiro. 1,71% até fevereiro, 2,86% até março, 3,5% até abril e 3,74% até maio. 

Para calcular a variação em doze meses do segundo trimestre de 2013 precisaremos ter também uma estimativa para o IBC-BR de junho. Para ser bem conservador, vamos admitir que o número de junho fique 2,5% abaixo do número de maio, repetindo um comportamento observado em 2012. Isto significa um número de junho 5,6% abaixo do de abril. Nesse caso a variação em doze meses para o PIB do segundo trimestre será de 3,95%. Ou seja, parece grande a probabilidade de que a taxa de crescimento em quatro trimestres do PIB do segundo trimestre fique muito próxima de 4%. 

Se isso for também confirmado pelo IBGE (e é difícil imaginar porque não seria), poderemos estar falando de uma variação trimestral na serie com ajuste sazonal do PIB superior a 1%, talvez até próxima de 1,5%. Vai ser bem mais difícil sustentar o pessimismo quando esses números forem publicados em agosto. Ainda assim, é importante insistir de imediato numa leitura mais precisa dos dados da economia. Afinal ninguém pode razoavelmente desejar que o pessimismo de hoje venha a afetar negativamente decisões empresariais de produzir e investir, comprometendo nosso crescimento futuro. 

(*) Francisco Lafaiete Lopes - PhD por Harvard, sócio da consultoria Macrométrica e ex-presidente do Banco Central (BC).

Fonte: Valor Econômico

sexta-feira, 14 de junho de 2013

LULA: "FALTA VERDADE NO JORNALISMO ECONÔMICO"

terça-feira, 27 de março de 2012

Desoneração pró-indústria representa renúncia fiscal de R$ 850 mi


Ministro Guido Mantega (Fazenda) anuncia extensão da redução de impostos para linha branca e inclui móveis e luminárias no pacote. Objetivo é aquecer a economia até que crescimento atinja 5% no segundo semestre. O desafio é grande. O IBC-Br de janeiro, prévia do Produto Interno Bruto (PIB) divulgada pelo Banco Central, registrou queda de 0,13% ante dezembro.

São Paulo – O ministro Guido Mantega (Fazenda) anunciou nesta segunda-feira (26) a prorrogação, por mais três meses, da redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidentes sobre refrigeradores, congeladores, máquinas de lavar e secar de uso doméstico, e fogões de cozinha, itens da chamada linha branca.

A desoneração, que terminaria no dia 31 de março, foi agora estendida para 30 de junho. Durante esse mesmo período, o governo também reduzirá as alíquotas do imposto para móveis, laminados PET para revestimentos, papel de parede, luminárias e lustres. O decreto ainda será publicado no Diário Oficial. No total, a renúncia fiscal é estimada em R$ 850 milhões.

Com essas medidas, o governo pretende reaquecer gradualmente a economia, de modo a obter um crescimento de 5% do PIB nos índices anualizados do segundo semestre. Em entrevista coletiva concedida em São Paulo, Mantega disse que os setores beneficiados pela desoneração terão de manter o nível de emprego.

“Não deve haver nenhuma dispensa de trabalhadores e até deverá haver novas contratações. Os preços têm que diminuir e as vendas tem que aumentar nesses setores”, afirmou o ministro.

Segundo estimativa do Ministério da Fazenda, a desoneração que atingiu a linha branca representou renúncia fiscal de R$ 361 milhões até agora. Com a extensão do prazo, serão mais R$ 271 milhões. A redução de impostos para móveis e laminados PET significa economia de R$ 198 milhões para a indústria, e no caso de papel de parede, luminárias e lustres, outros R$ 20 milhões.

Essas desonerações, que no total alcançam R$ 850 milhões, somam-se a outras, realizadas também em dezembro para diversos setores. Na época, o governo reduziu tributos para produtos da construção civil; desonerou PIS/Confins de massas; reduziu o IOF para pessoa física; eliminou tributo para aplicação de estrangeiros nas debêntures de infra-estrutura; e barateou o IOF sobre aplicações de estrangeiros em renda variável na Bolsa de Valores.

Apesar de todas essas medidas, os indicadores da atividade econômica ainda desanimam. Considerado uma prévia do comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), o IBC-Br de janeiro, divulgado também na segunda-feira pelo Banco Central, registrou queda de 0,13% ante dezembro, na série com ajuste sazonal. Um alento é que, na comparação com janeiro de 2011, o IBC-Br apresentou expansão de 1,44%, na série sem ajuste sazonal.


Fotos: Arquivo

quinta-feira, 22 de março de 2012

CORRESPONDENTES DAS AGÊNCIAS INTERNACONAIS TAMBÉM MANIPULAM ?

Desemprego no Brasil sobe a 5,7% em fevereiro--IBGE (?) - Fonte Reuters.


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Em fevereiro, desemprego foi de 5,7%


A taxa de desocupação foi estimada em 5,7%, a menor para o mês de fevereiro desde o início da série (março de 2002), e não variando em relação ao resultado apurado em janeiro (5,5%). Em comparação a fevereiro de 2011 (6,4%), recuou 0,7 ponto percentual. A população desocupada (1,4 milhão de pessoas) foi considerada estável no confronto com janeiro. Quando comparada com fevereiro do ano passado, recuou 8,6% (menos 130 mil pessoas). A população ocupada (22,6 milhões) não variou frente ao mês de janeiro. No confronto com fevereiro de 2011, verificou-se aumento de 1,9%, o que representou elevação de 428 mil ocupados no intervalo de 12 meses. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (11,2 milhões) não registrou variação na comparação com janeiro. Na comparação anual, houve uma elevação de 5,4%, o que representou um adicional de 578 mil postos de trabalho com carteira assinada em um ano.
O rendimento médio real habitual dos ocupados (R$ 1.699,70, o valor mais alto desde o início da série, em março de 2002) subiu 1,2% em comparação com janeiro. Frente a fevereiro do ano passado, o poder de compra dos ocupados cresceu 4,4%. A massa de rendimento real habitual dos ocupados (R$ 38,7 bilhões) aumentou 1,6% em relação a janeiro. Em comparação com fevereiro de 2011, a massa cresceu 5,8%. A massa de rendimento real efetivo dos ocupados (R$ 47,1 bilhões), estimada em janeiro de 2012, caiu 0,7% no mês e subiu 29,6% no período de um ano.
A Pesquisa Mensal de Emprego é realizada nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/.
Taxa de desocupação registra declínio em três regiões em relação a janeiro
Regionalmente, na análise mensal, a taxa de desocupação (proporção de pessoas desocupadas em relação à população economicamente ativa, que é formada pelos contingentes de ocupados e desocupados) registrou variação significativa somente em São Paulo, onde passou de 5,5% para 6,1%. Frente a fevereiro do ano passado, a taxa registrou declínio em Recife, Salvador e Belo Horizonte (2,7, 2,5 e 1,6 pontos percentuais, respectivamente). No Rio de Janeiro, subiu 0,8 ponto percentual (passou de 4,9% para 5,7%) e manteve-se estável em São Paulo e em Porto Alegre.
O contingente de desocupados (pessoas sem trabalho que estão tentando se inserir no mercado) foi estimado em 1,4 milhão de pessoas no agregado das seis regiões investigadas, resultado considerado estável em relação a janeiro último. Quando comparado com fevereiro de 2011, esta estimativa recuou 8,6% (menos 130 mil).
A análise regional mostrou que, em relação ao mês de janeiro, o contingente de desocupados cresceu 12,5% em São Paulo e ficou estável nas demais regiões pesquisadas. No confronto com fevereiro do ano passado, verificou-se queda expressiva no número de desocupados em Recife (32,1%), Salvador (25,2%) e Belo Horizonte (24,4%). Foi observada elevação de 18,0% nessa estimativa no Rio de Janeiro e estabilidade em São Paulo e Porto Alegre.
Nível da ocupação fica em 53,6%
O nível da ocupação (proporção de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade ativa), estimado em fevereiro de 2012, em 53,6%, para o total das seis regiões, não assinalou variação significativa nas comparações com janeiro último e frente a fevereiro de 2011. Regionalmente, na comparação mensal, todas as regiões mantiveram-se estáveis. Frente a fevereiro do ano passado, Recife e Belo Horizonte apresentaram alta, (2,6 e 1,2 ponto percentual, nesta ordem).
Analisando-se o contingente de ocupados, segundo os grupamentos de atividade econômica, de janeiro para fevereiro de 2012, não foi observada variação significativa em nenhum dos grupamentos. No confronto com fevereiro de 2011, ocorreram variações positivas nos Serviços prestados a empresas, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira, alta de 4,6% (163 mil pessoas) e na Educação, saúde e administração pública, alta de 3,7% (129 mil pessoas).
Na comparação anual, rendimento médio aumenta em cinco das seis regiões
Na análise regional, o rendimento médio real habitual dos trabalhadores em relação a janeiro caiu em Recife (5,5%), Salvador (2,4%), Belo Horizonte (1,7%) e Porto Alegre (2,4%). Cresceu no Rio de Janeiro (3,7%) e em São Paulo (2,6%). Na comparação com fevereiro de 2011, o rendimento subiu em Recife (6,7%), Salvador (18,6%), Belo Horizonte (7,0%), Rio de Janeiro (0,4%) e São Paulo (5,4%). Apresentou declínio em Porto Alegre (2,4%).
Na classificação por grupamentos de atividade, foram verificadas variações positivas, na comparação com janeiro, em todos os grupos (exceto na Educação, que permaneceu estável), destacando-se a Indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água, com 2,2% de crescimento. Na comparação anual, apenas os Serviços prestados à empresa, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira tiveram queda, de 1,6%.
Já na classificação por categorias de posição na ocupação, houve redução no rendimento médio real habitualmente recebido, em comparação com janeiro, para os Militares e funcionários públicos (-3,6%):
No IBGE