No debate no UOL, transmitido pela internet, José Serra (PSDB/SP) finalmente retirou a pele de cordeiro e mostrou explicitamente seu rabo e dentes de lobo da oposição e herdeiro de FHC.
Nos principais embates entre Dilma e Serra, o tucano saiu chamuscado. Só não foi à nocaute, porque foi salvo pelo gongo (o tempo limite das respostas).
O principal ponto foi quanto mentiu, ao dizer que o DEM não entrou em processo no Supremo para acabar com o ProUni. Não há como negar o fato, pois o processo está registrado no STF. Não fosse o demo-tucano um queridinho da imprensa, sua desconstrução seria fatal em uma campanha eleitoral.
Outro momento emblemático foi a tentativa de Serra criticar a carga tributária. Dilma deu exemplo de como o governo Lula reduziu impostos federais para a indústria e para incentivar o consumo, para gerar empregos, sobretudo durante a crise, e como Serra agiu na contramão, implementando a substituição tributária em plena crise.
O assunto não é popular, mas tem uma precisão cirúrgica para milhões de comerciantes, microempresários e produtores, pois o então governador Serra foi um carrasco, retirando capital de giro das empresas, justamente no momento em que bancos privados negavam crédito. Não fosse a ação firme do governo Lula com os bancos públicos, e com o incentivo ao consumo, muitas destas empresas teriam quebrado, se dependesse de Serra.
O demo-tucano, ao tentar atacar, com munição antiga do passado, caiu na armadilha de defender o governo FHC. Ao tentar criticar o PT por ter feito oposição ao governo FHC, acabou por se identificar como herdeiro político daquela corrente política.
Até nos momentos "Arthur Virgílio" de Serra, quando o demo-tucano tentou fazer oposição raivosa, tentando requentar assuntos esgotados como o antigo mensalão, não surtiu nenhum efeito contra Dilma, que nada teve a ver com aquele escândalo, porém respingou no próprio demo-tucano, se enrolando para defender Roberto Jefferson e para defender suas alianças com a turma do mensalão do DEM.
Marina reposicionou sua postura, procurando sair da imagem de linha auxiliar da candidatura Serra.
Percebeu que Serra está perdendo votos, e só Dilma está ganhando os votos de Serra. Resolveu dirigir suas baterias contra o demo-tucano, para ver se captura alguns votos que ele está perdendo, ao ser identificado como oposição ao governo Lula.
Marina chegou a criticar a favela cenográfica no programa de Serra na TV, e perguntou por que, em 20 anos de governo do PSDB em São Paulo, não há nenhum exemplo a ser transformado em política pública para ser replicada no Brasil.
Com todas as limitações de um debate, que corta e trava o aprofundamento das discussões, Dilma saiu-se vitoriosa, porque conseguiu estabelecer uma relação de propostas propositivas com Marina, enquanto o alvo dos ataques das duas foi Serra. Dilma também marcou boa presença, sem momentos de nervosismo apresentado no início do debate da Band. Transpareceu, como sempre, firmeza, honestidade nas respostas, e confiança.
Marina também também melhorou seu desempenho em relação ao debate da Band, ao ser mais direta, e demarcar melhor suas posições.
Já Serra foi o grande derrotado. Perdeu para Dilma e para Marina. Deixou perguntas do público e de jornalistas sem respostas, porque quando os assuntos que lhe desagradavam, dava respostas que nada tinha a ver com a pergunta. Quando pressionado, como no caso dos pedágios, ou da sua amizade e apoio de Roberto Jefferson e da turma do mensalão do DEM, em vez de apresentar respostas convincentes, vinha com algum ataque ao PT do passado, ou ao governo Lula. Porém, o pior do debate para Serra, foi sair com o rótulo de candidato do retrocesso, da volta ao passado do governo FHC.
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