Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 15 de março de 2016

Não comemore vaia a tucanos; quem vaiou prefere Bolsonaro

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fascismo
Pelo menos da boca para fora não caiu a ficha de Geraldo Alckmin e Aécio Neves após serem hostilizados pelos dementes que infestaram a avenida paulista pedindo até enforcamento de negros (vide foto acima).
O presidente do PSDB e o governador de São Paulo foram todos pimpões à gigantesca manifestação paulistana achando que iriam abafar e tiveram que correr de lá sob gritos de “oportunistas” e “ladrões”.
Mas não passaram recibo. Disseram à imprensa que “não notaram” a multidão em torno deles insultando-os; tucano não tem medo de brigar com fatos e de se mostrar cara-de-pau.
Todavia, espera-se que, a esta altura, estejam refletindo. Sobretudo porque até as caras mais visíveis da direita brasileira foram consideradas “esquerdistas” demais pela massa de psicopatas que tomou várias capitais do país.
Enquanto até reacionários como Alckmin e Aécio eram chamados de “comunistas”, “ladrões” e “oportunistas”, os manifestantes que se proclamam “contra a corrupção” carregavam nos ombros Jair Bolsonaro (vide foto no alto da página), deputado pelo PP, partido que ostenta o troféu por ter mais membros envolvidos pelas investigações da operação Lava Jato.
Também na foto que precede este texto o leitor pode conferir uma das cenas mais impressionantes do último domingo, a do manifestante que encenava o enforcamento de um negro, valendo-se de um branco pintado de preto.
Analfabetismo político, estupidez, truculência são apenas algumas das “virtudes” das hordas organizadas e financiadas sabe-se lá por quem para desestabilizar politicamente o país.
O que mais preocupa em tudo isso, pois, é a “eleição” de Bolsonaro como o preferido dessa gente. Trata-se de uma das maiores bestas quadradas do planeta. A estupidez, o anacronismo, o nível de preconceitos e truculência desse sujeito são tão descomunais que ele vêm atraindo atenções de todas as partes do mundo.
Documentaristas norte-americanos, europeus e de várias outras partes do mundo vêm ao Brasil registrar a ideias nazifascistas de Bolsonaro. O último desses documentários foi feito pela atriz canadense Ellen Page, indicada ao Globo de Ouro e ao Oscar de melhor atriz por seu papel como personagem-título do filme Juno.
Confira, abaixo, um breve trecho da entrevista que fez com um dos símbolos internacionais da homofobia, alguém que faz a cabeça dessa elite (segundo o Datafolha) que saiu às ruas do país no último domingo para pedir desde a volta da ditadura até o enforcamento de pessoas da etnia que, segundo o IBGE, é a da maioria dos brasileiros.

Sim, é essa abominação que faz a cabeça da horda que, segundo o Datafolha, na proporção de 77% tem curso superior e cuja metade tem renda média de 20 salários mínimos (quase 20 mil reais).
A má notícia, porém, não é essa. Esse homem e suas ideias nazistas estão se tornando cada dia mais populares. Apesar do avanço dessa direita, porém, setores da esquerda continuam achando que podem ganhar com a destruição do PT.
Essa esquerda está semeando, de novo, a ruína do país. Se não parar de fazer birra e se juntar à resistência contra as hordas fascistas, essa aberração chamada Jair Bolsonaro acabará governando o Brasil.
Quanto ao PSDB, será que já começa a lhe cair a ficha? Será que os dois incendiários apupados pelos fascistas irão refletir sobre o que estão semeando? Duvido. A sede de poder os torna irracionais.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Black Blocs, o retorno

mpl capa
Blogcidadania 
Se existia dúvida de que o famigerado Movimento Passe Livre apoia e utiliza a violência da massa de manobra que consegue reunir, o que ocorreu na manifestação que levou a cabo na última sexta-feira dirime essa dúvida.
Desde o fim da Copa do Mundo de 2014 que não se via atos de vandalismo como os que ocorreram no recentíssimo protesto contra o reajuste das passagens de ônibus e metrô em São Paulo. Foi só o MPL convocar um ato para que Black Blocs, punks, skinheads e outros bichos dessem as caras.
Reportagem do G1 desmente as alegações do MPL de que a violência que se viu em São Paulo derivou de repressão policial. Vídeo divulgado pelo portal mostra vândalos depredando estabelecimentos comerciais sem presença da polícia.
Confira o vídeo, abaixo.

Como se vê, sem presença da polícia e sem causa aparente os manifestantes passam a promover destruição de patrimônio público e privado, reeditando o que fizeram em 2013.
Mais uma vez, o MPL recorre a todo lixo social disponível para se promover entre esse público descabeçado que se presta a participar desse tipo de violência contra a sociedade e que, como subproduto, faz a direita se fortalecer no Brasil como tem sido visto.
E o pior é que aqueles que esse movimento vigarista diz defender nem mesmo concordam com esse tipo de ação. Esse movimento nasceu e cresceu entre estudantes universitários de classe média alta, gente que, muitas vezes, se tomou ônibus meia dúzia de vezes na vida, será muito.
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O pior de tudo isso é que o preço das passagens de ônibus e metrô é o menor problema da população brasileira, hoje. Sobretudo da população paulistana. O grande problema do transporte urbano, no país, é a qualidade.
Só que, sem investimentos públicos, não será possível melhorar a qualidade.
No caso de São Paulo, única cidade do país em que o MPL conseguiu juntar bastante gente (número de manifestantes varia de 2 mil, segundo a PM, a 30 mil, segundo o MPL), o sucesso relativo desse protesto se deve ao antipetismo que infecta os paulistanos.
Por outro lado, a população que assiste a tudo isso sente medo e identifica esses protestos como obra petista, razão pela qual o ódio ao partido se instalou tão profundamente na alma paulistana, dando uma vitória consagradora a Geraldo Alckmin, ano passado, por ter reprimido os protestos com a violência costumeira da sua PM.
Enquanto um bando de desmiolados e/ou demagogos toca o terror na cidade, o principal problema do momento, a falta de água e o encarecimento de seu preço, não sofre protestos desses revolucionários de araque.
É por essas e por outras que o PT deveria conversar com suas lideranças jovens para que parem de se misturar com essa gente. Apesar de essas manifestações proibirem bandeiras do PT e até camisetas vermelhas, havendo petistas no meio a conta dos desatinos vai para o partido.
O preço das passagens de ônibus estava congelados desde 2011. Com reajuste de 16%, com certeza os salários cresceram mais do que o preço das passagens, eis que a remuneração assalariada vem crescendo acima da inflação no país.
Por outro lado, se a prefeitura tiver que abrir mão de repassar esse aumento, sua situação financeira e capacidade de investimento no transporte público irá diminuir ainda mais, quando é do interesse da população que esses investimentos no transporte público aconteçam.
Tudo aumentou no país, inclusive tarifas públicas. Aumentaram água, luz, gás, até impostos. E, claro, os salários. Impedir administrações municipais de aumentar a tarifa do transporte público não irá melhorá-lo, irá piorá-lo devido à falta de investimentos gerada pelo caixa baixo.
E o pior é que, como já foi dito mil vezes aqui, conforme informações do prefeito Fernando Haddad, o erário paulistano paga o reajuste às empresas de ônibus – ou seja, o povo paga de qualquer jeito, mesmo sem sentir.
A violência vem desmoralizando manifestações legítimas e fortalecendo a direita, que, nas últimas eleições, colheu os frutos dos desatinos dessa pseudo esquerda de que a direita gosta tanto e com a qual conta para se fortalecer.
A reestreia dos black blocs junto com a do MPL denuncia a tática do movimento de se valer de todo lixo social disponível para inflar suas manifestações descabidas. A da última sexta-feira, em São Paulo, comprovou isso.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

53% dos paulistanos acham que falta d’água é culpa de Dilma e Haddad

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Na última quarta-feira (7/1), a Sabesp foi autorizada pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) a aplicar multa de 40% a 100% para quem consumir mais água neste ano no comparativo entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014. A medida deve ser publicada no Diário Oficial do Estado nesta quinta-feira (8).

Confira, abaixo, o gráfico explicativo sobre o sistema elaborado pelo governo paulista para punir quem consumir mais água do que o permitido.
água 1

Como se vê, não será preciso que os moradores da capital paulista gastem muita água para ser multados. Na verdade, terão que gastar menos água do que costumam gastar no verão, porque a base de cálculo que será utilizada pelo governo Alckmin para punir quem ultrapassar o racionamento – que, até agora, a mídia local não chamou pelo nome – se baseia na média de 12 meses de um ano antes de o problema se agravar (2013).

Como a média de 12 meses pega outono, verão e primavera, meses em que a população consome menos água, e é aplicada no verão, a base para multar os paulistanos, que apoiaram com tanto entusiasmo o governo Alckmin nas últimas eleições, é uma trapaça: quem não reduzir o consumo que costuma ter no verão, irá pagar até o dobro pela conta de água.

Os acionistas da Sabesp agradecem. Com o perdão pela piada infame, os detentores de ações da Sabesp (percentual infinitesimal da população da cidade) irão “lavar a égua”.

Como se explica, então, que o governador Geraldo Alckmin tenha conseguido se reeleger em 1º turno com uma votação tão consagradora? Como se explica, aliás, que mesmo após o anúncio das punições para quem não DIMINUIR o consumo de água não tenha havido uma revolta na cidade?

Nesta sexta-feira, o famigerado Movimento Passe Livre irá às ruas da capital paulista contra aumento de 50 centavos no preço das passagens de ônibus, apesar de que, de acordo com a prefeitura paulistana, “Desde o último reajuste, em janeiro de 2011, a inflação acumulada foi de 27%” e “O reajuste da tarifa básica, de R$ 3,00 para R$ 3,50, ficou abaixo disso, em 16,67%.”.

Pode-se dizer, portanto, que o preço das passagens ficou mais barato para os paulistanos, nos últimos anos, pois os salários subiram em 2012, 2013 e 2014 e as passagens, não.

Aliás, o fato é que os paulistanos não estão pagando menos pelas passagens. Como a prefeitura herdou contrato com as empresas de ônibus que preveem aumentos anuais, o erário paulistano – ou seja, o povo – está pagando os aumentos do mesmo jeito, ainda que não sinta na catraca dos ônibus.

Mas o que importa mesmo é que enquanto um grupo de paulistanos vai à rua para protestar contra um pequeno aumento no preço das passagens, ninguém sai para protestar contra o descomunal aumento no preço da água justamente quando o serviço prestado pelo governo do Estado, nesse setor, piora de forma absurda, com racionamento velado e preços MUITO mais caros.

A que se deve isso? Deve-se ao fato (comprovado) de que a maioria dos moradores da capital paulista não sabe de quem é a responsabilidade pela distribuição de água, mas pensa que sabe.

Durante o primeiro turno das eleições deste ano, a população paulistana escolheu seu novo governador sem saber que o problema de água, que então já se fazia sentir, foi causado por incompetência dos governos do PSDB desde 2004.

A insuficiência do Sistema Cantareira, que abastece 47% da região metropolitana de São Paulo, é um problema que o governo paulista conhecia desde 2004. Naquele ano, a Agência Nacional de Águas (ANA), órgão federal, renovou a concessão da Sabesp para distribuir água no Estado de São Paulo. No documento de concessão da outorga dada à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) em 2004 para explorar por dez anos o reservatório Cantareira, o artigo 16 estipulava que a empresa deveria realizar em 30 meses “estudos e projetos que viabilizassem a redução de sua dependência do sistema”.

Passaram-se dez anos e nada foi feito.

Ainda assim, Alckmin se reelegeu com 57% dos votos válidos. Em primeiro turno. Ele e José Serra, que governaram São Paulo de 2004 até o ano passado, não cumpriram o acordo firmado naquele ano com o governo Lula e, ainda assim, a população paulistana apoia o PSDB como se estivesse fazendo um grande governo.

A explicação para isso está em uma pesquisa Datafolha publicada no dia 20 de outubro, que mostra que a população da maior cidade do país não sabe de quem é a culpa pelo sofrimento que vem passando com o racionamento velado de água – que irá piorar, porque, além desse desconforto, ainda terá que pagar mais pelo péssimo serviço da Sabesp.

A pesquisa Datafolha em questão foi divulgada pelo jornal naquele mês, mas escondeu um dado assustador: 53% dos paulistanos atribuem os problemas na distribuição de água a Dilma Rousseff e ao prefeito Fernando Haddad, ambos do PT, apesar de a responsabilidade pelo problema ser exclusivamente do governo do Estado, controlador da Sabesp.

O problema do abastecimento de água em São Paulo só começou a ser tratado com maior intensidade pela imprensa local após a eleição em primeiro turno, que Alckmin venceu com um pé nas costas. Em 20 de outubro, o problema ganha manchete de primeira página na Folha de São Paulo.

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Porém, em nenhum momento o jornal publicou um destaque para esse dado impressionante de que a maioria dos paulistanos estava equivocada sobre a responsabilidade por um problema que tem torturado a população. Das quatro matérias que trataram do assunto, a informação foi dada num pé de página escondido lá no caderno “cotidiano”.

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Claro que os adversários de Alckmin tentaram explicar à população paulistana que o governador que ela estava reelegendo é que tinha responsabilidade pela crise de abastecimento de água, mas essa população estava tão embriagada pelo antipetismo que nem se deu ao trabalho de assistir o horário eleitoral.

Restaria à imprensa local explicar aos zumbis que habitam a maior e mais rica cidade do país que os governos do PSDB ficaram sentados em cima do problema de abastecimento de água durante uma década (desde 2004) sem tomar providências, mas essa mesma imprensa se absteve, vergonhosamente, de tratar do assunto durante a campanha – só foi noticiar alguma coisa DEPOIS do primeiro turno.

É o pior é que, como paulistano, nem posso dizer que será bem feito o sofrimento por falta de água que estamos passando – e que deve aumentar nos próximos meses -, pois, apesar de integrar a minoria consciente que sabe por que meu Estado piorou tanto ao longo de 20 anos de governos do PSDB, também estou sofrendo com falta de água.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Alexandre Padilha e blogueiros analisam o transe político dos paulistas



Na última terça-feira, a revista Fórum promoveu a primeira entrevista coletiva do candidato do PT ao governo de São Paulo neste ano, Alexandre Padilha, após a eleição. A entrevista foi transmitida pelo site da revista via streaming.

Participaram, além do petista, Renato Rovai (editor-chefe da Fórum e autor do Blog do Rovai), Eduardo Guimarães (Blog da Cidadania), Rodrigo Vianna (Escrevinhador), Altamiro Borges (Blog do Miro).

O tema que permeou praticamente toda a entrevista foi uma tentativa dos presentes de entenderem como um Estado com tantos serviços públicos colapsados pôde dar mais um mandato a um partido que em janeiro próximo completa 20 anos no poder em SP.

Vale a pena assistir ao programa (vídeo abaixo) porque teve a discussão mais aprofundada que este blogueiro já viu sobre esse fenômeno social que flagela o Estado mais rico e desenvolvido do país, e que, a passos largos, caminha para a decadência econômica, como mostram vários indicadores citados na entrevista.

Vale comentar, também, que Padilha, após a extenuante campanha eleitoral deste ano, mostra-se muito mais “antenado” do que o pré-candidato que este blogueiro e outros entrevistaram na pré-campanha, no Sindicato dos Bancários, neste ano.

Padilha fez sua autocrítica, reconheceu equívocos de estratégia e fez uma promessa: quer “ficar em São Paulo”, ou seja, não quer ser recrutado para algum ministério do segundo governo Dilma.

Com mais de cinco milhões de votos na última eleição para governador, Padilha se converteu no líder da oposição ao governo do Estado, já que o PMDB de Paulo Skaf deve se reinserir na base aliada tucana da

Assembleia Legislativa paulista.

Em um momento em que a imprensa chapa-branca local chama de “economia fixa de água” o anúncio de Alckmin de que irá a cortar a água de todos os bairros da capital todas as noites, a entrevista de Padilha joga luz sobre a necessidade de tirar o povo paulista desse transe.



A boa notícia, porém, é que o Padilha que deu entrevista a blogueiros na terça-feira passada é outro político. Parece ter aprendido muito com o processo eleitoral, apesar de ter sido a primeira eleição que disputou na vida.

O ex-candidato do PT mudou a visão de contemporização com a mídia tucana de São Paulo e se mostra disposto a fazer a disputa política da forma que tem que ser feita, além de ter encampado apoio à regulação comercial da mídia.


Assista, abaixo, à íntegra do programa

terça-feira, 10 de junho de 2014

Para Alckmin, greve no metrô é mel na chupeta


Deu na versão online do Correio Brasiliense: “Metrô aceitou readmissão de demitidos, mas governo vetou”.
É sintomático, na grande mídia, como o nome do governo some das manchetes quando esse governo é do PSDB e faz besteira ou safadeza. E o que faz o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao endurecer com os grevistas metroviários justamente quando há possibilidade de interromper o confronto, é as duas coisas – entre várias outras qualificações possíveis.
Diz a linha fina da reportagem do jornal supracitado que “A principal reivindicação dos trabalhadores, a readmissão de 42 metroviários demitidos, chegou a ser parcialmente aceita pelo Metrô, mas foi recusada pelo Palácio dos Bandeirantes”.
Por que Alckmin fez isso? Ora, porque essa greve não representa perigo à imagem do governo tucano, apesar de, em grande medida, decorrer de sua intransigência e das cada vez mais conhecidas más condições de trabalho dos funcionários do Metrô.
Muito pelo contrário. Alckmin, com a última pesquisa Datafolha – que o mostra com grande aprovação em SP, apesar de tudo –, acaba de receber dos paulistanos uma licença para deixar ocorrer corrupção em sua administração, para não investir nos transportes, para não investir até em distribuição de água.
E até para pagar mal a professores, pois os de São Paulo fazem greve contra o salário maior que Haddad lhes paga e não fazem greve contra o salário menor que paga Alckmin.
Mas por que diabos, então, os paulistanos iriam fazer mau juízo de seu angelical governador só por causa de uma greve que os está massacrando?
Vida de gado, povo feliz.
Enfim, se durante a abertura da Copa, por falta de transporte, ocorrer uma hecatombe, ainda melhor. Imune às responsabilidades do cargo, Alckmin seria poupado pelos paulistas. Não duvido de que ainda lucraria política e eleitoralmente. Até porque, diria que tudo teria sido “sabotagem do PT”, a explicação recorrente do PSDB para tudo que dá errado em seus governos.
Por incrível que pareça, em São Paulo – e, se procurarem bem, na internet e na própria mídia tucana – a conta de todo esse sofrimento da população recai sobre os grevistas e, de quebra – por óbvio –, nela, no alvo exclusivo de grande parte dos paulistanos: em Dilma.
Assim, se na quinta-feira, por conta de Alckmin querer “esmagar” o movimento paredista dos metroviários, não tiver metrô e a abertura da Copa for um fracasso, muito melhor. Ninguém lembrará que, com um pouco de bom senso do governador, tudo poderia ter sido superado.
Que reintegrasse os demitidos. Alckmin poderia abrir um canal de comunicação com os metroviários a fim de achar um meio de estabelecer um acordo, sem revanchismos. Mas ele quer esmagar o movimento. Se a população está no caminho, que se dane.
Claro que eventuais excessos têm que ser apurados e os culpados, responsabilizados. Mas não dessa forma, ao estilo atirar primeiro e perguntar depois. Poderia ser aberta uma sindicância, com amplo direito de defesa para os acusados e com representantes dos metroviários acompanhando o processo.
Que ninguém espere para quinta-feira, portanto, maior esforço do governador do Estado de São Paulo para colaborar com o sucesso do evento. Ele quer é ver o circo pegar fogo.
Por fim, a intransigência e a truculência de Alckmin devem ser muito bem anotadas pelos que acham que PT e PSDB são “iguais”. Que se lembrem do que é um governo tucano. Um governo Aécio Neves, por exemplo, não mandaria um “Gilberto Carvalho” tucano negociar com o movimento Não Vai Ter Copa; mandaria baixar o cacete e fim de papo.