SERÁ QUE YUNES FOI MULA DE TEMER, E NÃO DE PADILHA?
Essa é a questão mais relevante, agora que o delator da Odebrecht José Carvalho Filho esclareceu que o dinheiro foi entregue no escritório do melhor amigo de Michel Temer pela própria empreiteira, e não pelo empresário Lúcio Funaro, como disse José Yunes em depoimento à Procuradoria Geral da República; além de ter mentido sobre a identidade de quem lhe trouxe o pacote de dinheiro, Yunes omitiu o detalhe mais importante: a quem se destinava o dinheiro; agora a PGR irá convocar o "psicoterapeuta político" de Temer para esclarecer a história?
Por Fernando Brito, do Tijolaço - A inacreditável história do “amigão” e assessor de Michel Temer não durou um mês.
Traz a Folha hoje que José Carvalho Filho, entregador de dinheiro da Odebrecht, diz que não foi Lúcio Funaro quem levou R$ 1 milhão ao escritório de José Yunes, em São Paulo.
Yunes, portanto, mentiu sobre a identidade de quem lhe trouxe o “paco” de dinheiro. Mais importante: mentiu sobre a quem se destinava.
Diz a delação de Carvalho que houve outra entrega, em Porto Alegre, no escritório de Eliseu Padilha.
Não havia, portanto, razão para entregar algo a Yunes para que repassasse a Padilha, pois havia uma entrega direta ao próprio ainda ministro da Casa Civil de Temer.
O provável destino do dinheiro era São Paulo, onde fica a sede da Odebrecht, onde Funaro tinha escritório, assim como Yunes.
Então vejamos: segundo o delator da Odebrecht Cláudio Melo Filho, o grupo que negociava ajuda ao “PMDB da Câmara” era formado por Geddel Veira Lima, de Salvador; Moreira Franco, que é do Rio de Janeiro; Eliseu Padilha, que é tem apartamento no elegante bairro dos Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Ah, sim, tinha também o “MT”, que mora em…
Naquela ocasião, escrevi que havia duas questões a serem esclarecidas na incrível história de Yunes, que era mula, mas não de Padilha.
A primeira, quem levou o pacote, cujo nome está registrado e será conhecido na sexta-feira, quando José Carvalho Filho depuser ao ministro Herman Benjamin. E porque dizer que era Funaro? Provavelmente para enfiar Cunha como o “apanhador” original do dinheiro e livrar Padilha e Yunes do “molha a mão” direto com a Odebrecht.
A segunda, a quem se destinava o pacote. O que, agora, parece estar bem claro.
Que doação legal, registrada, não se faz com entrega de pacotes é evidente.
Fica, então a alternativa que Aécio Neves disse ontem ser imperdoável: “crime praticado por quem obteve recursos para enriquecer pessoalmente”.
E que Fernando Henrique definiu ao defender os recursos de caixa 2 para campanha ou para proveito próprio: é “crime puro e simples de corrupção”.
Não posso deixar de escrever sobre o episódio lamentável que envolveu o ex-ministro da Saúde e atual secretário de Relações Governamentais do prefeito Fernando Haddad, Alexandre Padilha, com quem estabeleci uma relação amistosa ainda quando era ministro.
A esta altura, todos sabem ao que me refiro e ao que não me referi antes porque este Blog ficou meio parado por cerca de uma semana devido a problemas de saúde de minha filha caçula e dos ataques virtuais que este Blog sofreu.
Até onde pude apurar, foi a colunista do jornal O Estado de São Paulo Sonia Racy quem difundiu com força um fato que já circulava nas redes sociais na tarde do dia 15. O texto foi publicado em seu “blog” no portal do Estadão.
Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde de Dilma e atual secretário de Relações Governamentais de Haddad, foi hostilizado enquanto almoçava, hoje, no restaurante Varanda Grill, nos Jardins. Batendo uma faca em um copo de vidro, o advogado Danilo Amaral, que foi presidente da Bra Transportes Aéreos, chamou atenção do salão inteiro para a presença de Padilha.
“Queria saudar, aqui, hoje, dizer a vocês que temos a presença do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, que nos brindou com o programa Mais Médicos, da presidente Dilma Rousseff, responsável pelo gasto de um bilhão de reais que nós, otários, pagamos até hoje.” Foi aplaudido. O petista até tentou rebater, mas foi ofuscado pelos aplausos.
Assista ao vídeo:
A revelação de Racy sobre a atividade profissional pretérita do agressor Danilo Amaral permite saber quem é esse homem e por que agiu como agiu.
A colunista do Estadão não revelou tudo sobre o agressor de Padilha e sobre sua atitude lamentável. Não revelou, por exemplo, que a empresa que ele geriu, a BRA Transportes Aéreos, é uma empresa falida. E distorceu a reação dos presentes ao restaurante Varanda Grill, dizendo que a reação de Padilha ao dizer que o programa Mais Médicos atende 63 milhões de pessoas teria sido “ofuscada pelos aplausos”.
Tratemos, primeiro, da empresa da qual Amaral foi presidente.
A BRA Transportes Aéreos, ou Brasil Rodo Aéreo, é uma empresa em recuperação juridicial – ou, como diziam antigamente, em “concordata”. Foi fundada em 1999 pelos irmãos Humberto Folegatti e Walter Folegatti e se dedicava, inicialmente, a voos charter.
Em 2005, obteve a certificado para realização de voos regulares, quando passou a atuar sob o conceito “baixo custo”, ou seja, transportar clientes como gado por não servir um lanchinho a bordo.
A partir de 2005, a BRA passou a operar voos regulares. No final do ano passado, foi tomada por bancos e agiotas estrangeiros agrupados no Brazil Air Partners, sediado nas Ilhas Cayman, que tem entre seus representantes a Gávea Investimentos, de Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no governo de FHC e sócio do megaespeculador George Soros.
A Brazil Partners Ltd é formada pelo Bank of America, Darby, BBVA, Development Capital, Goldman Sachs, HBK Investments e Millennium Global Investments. Na época, o dito fundo adquiriu 20 % do capital da BRA por R$ 180 milhões com a promessa de novos investimentos, que não ocorreram.
Devido à precarização da gestão, a empresa começou a passar por dificuldades financeiras e operacionais, comprometendo a manutenção das aeronaves e o serviço de bordo.
Antes da suspensão de suas operações, voava para mais de 30 destinos, com frota composta de aviões Boeing 737 e Boeing 767. Na feira da aviação de 2007 realizada em Le Bourget, França, a companhia havia anunciado a compra de 40 jatos Embraer 195, e seria a primeira companhia brasileira a operar o modelo da fabricante, mas nunca concretizou nada.
Devido a dificuldades financeiras, no dia 6 de novembro de 2007, a partir das 12 horas, a BRA suspendeu suas operações, demitindo todos os seus 1100 funcionários. Pôs todos no olho da rua sumariamente, o que combina muito bem com o perfil mesquinho de seus gestores, como se viu recentemente.
Em novembro 2008, entrou com pedido de “recuperação judicial”. Em 2009, o vice-presidente Danilo Amaral assumiu a presidência da empresa por alguns meses, mas foi “saído” do cargo rapidamente por razões mais do que óbvias.
Sobre o relato de Sonia Racy, além de ter omitido todas as informações acima, omitiu outras igualmente relevantes para que as pessoas entendessem o que ocorreu no restaurante Varanda Grill na tarde de 15 de maio.
Em seu perfil no Facebook, o ex-ministro e secretário de governo Alexandre Padilha deu a informação correta sobre a reação do público ao ato bestial do tal Danilo Amaral.
“(…) Embora tenha buscado chamar a atenção do salão, talvez imaginando que seria solenemente aplaudido, [Danilo Amaral] foi absolutamente ignorado pelas dezenas de pessoas durante o seu ato de agressão. Apenas seu colega de mesa o aplaudiu. Após sua retirada, os garçons, as pessoas de outras mesas e o proprietário do estabelecimento prestaram solidariedade a mim (…)”.
A colunista do Estadão, como se vê, contou a história pela metade. Seu post deixou entender que os clientes do restaurante apoiaram a agressão de Amaral, mas o relato do agredido mostra coisa muito diferente.
Conheço o restaurante em que Padilha foi agredido. Um casal gasta cerca de 500 reais em um almoço com vinho e sobremesa. Nada contra alguém gastar seu dinheiro em um estabelecimento como esse, se tiver. Porém, o que choca é uma pessoa que dispõe de tantos recursos ser tão mesquinha a ponto de se revoltar por uma fração ínfima do dinheiro de seus impostos ser gasta com o social.
Não pesquisei se é real esse custo que Amaral atribuiu ao programa Mais Médicos, mas digamos que seja mesmo “um bilhão” de reais. Se fizermos a divisão de 1 bilhão de reais por 200 milhões de brasileiros, o rateio será de 5 reais para cada um. Digamos que apenas 50 milhões de brasileiros pagassem impostos, o custo subiria a 20 reais por cabeça.
Um ricaço que gasta tanto dinheiro em um almoço sente-se “otário” porque o governo gasta uns trocados de seus impostos para que pessoas que nunca se consultaram com um médico na vida possam passar a ser atendidas.
E o que é pior: Danilo Amaral é burro. Sim, porque o programa Mais Médicos baseia-se no conceito de medicina preventiva. O que significa isso? Que os médicos que faltavam em tantas regiões pobres do país irão diminuir a pressão sobre o sistema público de saúde tratando as pessoas antes que elas adoeçam e gerem custos para o rico dinheirinho desse… sujeito.
Danilo Amaral representa muito bem o setor da sociedade que bate panelas cravejadas de brilhantes contra o governo Dilma e o PT e que se recusa a contribuir com uns tostões para mitigar a descomunal dívida social deste país. Representa e ignorância dessa gente, que não imagina o que acontecerá se essa dívida não começar a ser resgatada.
Esse homem deveria estudar a Revolução Francesa. Talvez lhe abrisse os olhos e lhe inoculasse responsabilidade social, pois empresário que não a tem tampouco tem capacidade para gerir alguma coisa, como mostra a trajetória de Amaral.
PADILHA COMENTA
Na manhã desta segunda-feira, 18 de maio, o amigo Alexandre Patilha postou comentário aqui no Blog, logo abaixo, complementando informações e reclamando por não ter sido convidado para o churrascão. Peço desculpas por ter me esquecido de que ele também lê está página. A falha não se repetirá. Leia, abaixo, o comentário do ex-ministro.
“Querido Eduardo,
sou eu mesmo que te escreve.Em primeiro lugar, para ajudar a esclarecer parte dos seus leitores: estava naquele restaurante, onde nunca entrará antes, porque lá almoçam regularmente amigos de escola cuja amizade cultivo há mais de 30anos.
Sim, eles são, na sua quase totalidade, não-petistas. Divergem das minhas opiniões, mas somos grandes amigos. Fui lá porque eles vão lá.
E mais um informe: nossa conta final foi de R$185,0/pessoa, o que considero caro também (não tomamos bebida alcoólica na ocasião, estavam dirigindo).
Como eu deixei claro na minha resposta no meu perfil pessoal do Facebook https://twitter.com/padilhando/status/599557412660649984, tenho, sim, amigos que fazem parte da elite econômica paulistana, como tenho amigos médicos que também fazem parte da mesma elite, afinal me formei pela USP e Unicamp, mas o clima de ódio e intolerância cultivado por alguns nunca nos contaminou. Nem deixaremos que nos contamine.
Não me elitizei, pelo contrário, mesmo sendo de uma origem social que me fez frequentar o mesmo banco de escola e faculdade da nossa elite econômica paulistana, optei por lutar pela redução da desigualdade regional e social no pais.
Desde a minha adolescência, na minha militância política, fiz mais amigos e mais almoços no Itaim Paulista do que no Itaim bibi.
Segundo, parabéns pela matéria ! É impressionante como você, mesmo atuando em um meio eletrônico, motivo pelo qual muitos justificam matérias sem apuração , sempre traz um “jornalismo denso, que busca apurar os fatos”, hoje desprezado. Parabens!!!
E da próxima vez me convida para esse churras aí… kkkkk”
*
CHURRASCÃO DA CIDADANIA
Eis, na foto e nos vídeos abaixo, uma prévia do que foi o churrascão com leitores paulistas desta página. 267 pessoas assinaram o “livro de presença”, fora as que não assinaram
Secretário de Relações Governamentais do prefeito Fernando Haddad (PT) e ex-ministro da Saúde, o petista Alexandre Padilha foi hostilizado em um restaurante de luxo da capital paulista, nesta sexta (15); Padilha almoçava com outros cinco homens quando um dos clientes do restaurante se levantou e bateu com o talher em uma taça e criticou o programa Mais Médicos; o ex-ministro reagiu dizendo que "63 milhões de pessoas são atendidas" pelo programa; o homem, irônico, então pediu uma salva de palmas para Padilha
247 - Secretário de Relações Governamentais do prefeito Fernando Haddad (PT) e ex-ministro da Saúde, o petista Alexandre Padilha foi hostilizado em um restaurante de luxo da capital paulista, nesta sexta-feira (15).
Padilha almoçava com outros cinco homens quando um dos clientes do restaurante se levantou e bateu com o talher em uma taça. "Por favor, pessoal, um minuto de atenção", ele inicia. "Eu queria dizer que temos aqui a ilustre presença do ex-ministro Alexandre Padrilha (sic), não, Padilha, que nos brindou com o programa Mais Médicos, da presidente Dilma Rousseff, responsável pelo gasto de R$ 1 bilhão que nós todos otários aqui pagamos", diz o homem.
Padilha ouviu a primeira parte do discurso em silêncio, mas decidiu reagir: "63 milhões de pessoas atendidas", gritou. O homem então pede uma salva de palmas para Padilha e parabeniza o ministro com ironia.
Segundo a assessoria de imprensa do secretário, Padilha foi ao restaurante para um encontro com amigos da sua época de colegial.
Na última terça-feira, a revista Fórum promoveu a primeira entrevista
coletiva do candidato do PT ao governo de São Paulo neste ano,
Alexandre Padilha, após a eleição. A entrevista foi transmitida pelo
site da revista via streaming.
Participaram, além do petista, Renato Rovai (editor-chefe da Fórum e
autor do Blog do Rovai), Eduardo Guimarães (Blog da Cidadania), Rodrigo
Vianna (Escrevinhador), Altamiro Borges (Blog do Miro).
O tema que permeou praticamente toda a entrevista foi uma tentativa
dos presentes de entenderem como um Estado com tantos serviços públicos
colapsados pôde dar mais um mandato a um partido que em janeiro próximo
completa 20 anos no poder em SP.
Vale a pena assistir ao programa (vídeo abaixo) porque teve a
discussão mais aprofundada que este blogueiro já viu sobre esse fenômeno
social que flagela o Estado mais rico e desenvolvido do país, e que, a
passos largos, caminha para a decadência econômica, como mostram vários
indicadores citados na entrevista.
Vale comentar, também, que Padilha, após a extenuante campanha
eleitoral deste ano, mostra-se muito mais “antenado” do que o
pré-candidato que este blogueiro e outros entrevistaram na pré-campanha,
no Sindicato dos Bancários, neste ano.
Padilha fez sua autocrítica, reconheceu equívocos de estratégia e fez
uma promessa: quer “ficar em São Paulo”, ou seja, não quer ser
recrutado para algum ministério do segundo governo Dilma.
Com mais de cinco milhões de votos na última eleição para governador,
Padilha se converteu no líder da oposição ao governo do Estado, já que o
PMDB de Paulo Skaf deve se reinserir na base aliada tucana da
Assembleia Legislativa paulista.
Em um momento em que a imprensa chapa-branca local chama de “economia fixa de água”
o anúncio de Alckmin de que irá a cortar a água de todos os bairros da
capital todas as noites, a entrevista de Padilha joga luz sobre a
necessidade de tirar o povo paulista desse transe.
A boa notícia, porém, é que o Padilha que deu entrevista a blogueiros
na terça-feira passada é outro político. Parece ter aprendido muito com
o processo eleitoral, apesar de ter sido a primeira eleição que
disputou na vida.
O ex-candidato do PT mudou a visão de contemporização com a mídia
tucana de São Paulo e se mostra disposto a fazer a disputa política da
forma que tem que ser feita, além de ter encampado apoio à regulação
comercial da mídia.
O Globo Overseas, um dos principais beneficiários dos sistemáticos vazamentos da PF do zé da Justiça, publica nesta sexta-feira uma foto do Padilha como testemunha da assinatura do acordo do Laboratório Labogen, do doleiro dos tucanos, o Youssef, com o Laboratório Farmacêutico da Marinha.
Que
aquela foi uma solenidade PUBLICA com 250 empresários de cem
laboratórios para assinar compromisso INICIAL de fornecimento de remédio
a laboratórios PÚBLICOS.
Cumpridas TODAS as etapas de avaliação
do “compromisso”, o Labogen foi REJEITADO, não vendeu uma aspirina à
Marinha e não recebeu UM TOSTÃO.
O Ministério da Saúde não comprou nada !
Não adiantava a Labogen “comprar” o Padilha.
Porque
o Padilha não comprava, não era Ministro da Marinha e a decisão –
contra a Labogen dos tucanos – saiu quando ele já não era Ministro da
Saúde.
Por esse tipo de compromisso, o Ministério da Saúde
participa de um processo interministerial de avaliação, que, se bem
sucedido, resulta em que o laboratório privado fornecerá a um
laboratório publico.
O Padilha explicou isso aos obedientes entrevistadores do Roda Morta.
Mas, se depender da PF do zé, terá de responder a mesma coisa TODO DIA !
O laboratório público, no caso, o da Marinha não recebeu, repita-se, um Melhoral da Labogen – Melhoral, nem nada !
Um dos critérios dessa avaliação é o preço.
O laboratório público sempre compra pelo preço que o SUS paga.
Muitos
laboratórios estrangeiros faziam dumping ao participar da licitação e o
critério do “preço SUS” resulta que, ao fim do processo, o laboratório
publico venha a pagar menos do que tinha sido previsto no “compromisso”.
Um dos itens mais importantes da balança comercial do Ministério da Saúde do Brasil é exatamente esse, da “química fina”.
E
o critério de sucessivas avaliações do Ministro da Saúde e dos
laboratórios públicos tem, também, o objetivo de fortalecer essa balança
comercial.
No caso, hoje, a tentativa de esvaziar o Comício do Anhembi com o Lula, a Dilma – e o Padilha !
O zé Cardozo, provavelmente, não ousará pisar lá !
Até quando o zé terá o direito de omitir-se na questão dos vazamentos da PF ?
O que diz o DG Daiello ?
A PF é Republicana ou Tucana ?
Há alguma dúvida ?
O ansioso blogueiro tem as suas.
Porque a PF é especialista em trabalhar para tucanos no Ministério da Saúde.
Quem não se lembra do delegado Bruno, aquele que vazou as fotos do dinheiro dos “aloprados” ?
Como
se sabe, a cessão das fotos do delegado da PF ao PiG (*) foi exatamente
uma operação para abafar a denuncia de que o Ministério da Saúde do
Padim Pade Cerra e seu sucessor comprava ambulâncias super-faturadas.
A aliança da PF com o PiG – a Globo do “i” (**) à frente – levou a eleição de 2006 ao segundo turno.
Foi quando o jn ignorou o desastre da Gol para mostrar as notas do delegado federal Bruno – onde está ele ?
A história agora se repete.
Ministério da Saúde, PiG, Polícia Federal.
Fura-bolos, cata-piolho, pai de todos.
O pai de todos é o “i”…
E a PF do zé é o “esquema militar” do Jango. Paulo Henrique Amorim
(*)
Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa
qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão
têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido
político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**)
Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo
(o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de
antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe
que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o
Gilberto Freire com “ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos,
admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da
tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre,
carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.
Segundo
os dois (dois !) repórteres do Estadão, para a PF, o diálogo grampeado
“indica (sic) possivelmente (sic) que Youssef tem (sic) influência
política junto (sic) ao candidato do Governo de São Paulo, Alexandre
Padilha”.
“Junto” como ?
O Padilha lava dinheiro com o Youssef ?
O Padilha joga biriba na casa do Youssef ?
O Padilha também tinha conta no Banestado ?
“Junto”, como ?
Quem dirige esse inquérito em que aparece o Padilha mais do que o Youssef ?
Neste caso e da Petrobras, a PF atravessou a barreira da legalidade.
Sem líder, sem chefe, sem Governo, ela se tornou o braço armado do Golpe !
Se
o Governo Federal não faz nada, – sabe como é, amigo navegante, quem
nasce pra zé … – cabe ao Padilha reagir: porque, se não, a PF acaba com a
candidatura dele.
Não é o Youssef.
Não é o Vargas.
É o zé !
Em tempo: esta é a nota oficial da campanha do Padilha sobre a interpelação a Vargas e o pedido de acesso aos vazadores da PF:
São
Paulo, 29 de abril de 2014 – O advogado Marcelo Nobre, que representa o
ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, protocolou em cartório nesta
terça-feira (29/04), em Brasília, interpelação solicitando
esclarecimentos ao deputado federal André Vargas. O deputado deverá
explicar o uso indevido do nome de Alexandre Padilha em mensagem escrita
por ele, e interceptada pela Polícia Federal. Procurado pelo oficial
responsável pela intimação, André Vargas não foi localizado hoje em
Brasília. Nova tentativa será feita nesta quarta-feira (30/04) e pelo
tempo necessário até que o deputado seja efetivamente notificado.
O
advogado Marcelo Nobre também formalizou na segunda-feira (28/04) um
pedido de acesso integral aos autos eletrônicos de investigação da
Polícia Federal.
As medidas, com respaldo legal, são mais uma
demonstração da seriedade e da transparência com que Alexandre Padilha
tem tratado a questão do envolvimento indevido do seu nome na operação
da Polícia Federal, mesmo sem ter nenhuma acusação ou denúncia contra
ele.
Paulo Henrique Amorim (*)
Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa
qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão
têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido
político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
Entre a Saúde e a Segurança, entre sua trajetória e a narrativa da grande mídia, qual a impressão deixada por Alexandre Padilha após o Roda Viva?
Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo estadual de São Paulo, foi o convidado de ontem do programa Roda Viva, da TV Cultura. A participação do ex-ministro da Saúde do governo Dilma registrou ótimos momentos, mas também outros de maior dificuldade. Diante de uma bancada de jornalistas – alguns bem preparados, outros nem tanto – solidária em uma uníssona e hostil busca em colocar o entrevistado nas cordas, o resultado geral pode até ser considerado positivo. O vídeo com a íntegra do programa está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=ck0Rd0Yv9Hk
Como esperado, um dos temas mais explorados pelas perguntas foram as questões relacionados à narrativa da grande mídia sobre o PT – Mensalão, doleiros, Operação Lava Jato da Polícia Federal, André Vargas, etc.
Além de buscar explicar com cuidado as situações que envolveriam mais diretamente seu nome, Padilha tratou de aproveitar a oportunidade para se apresentar e construir uma imagem positiva junto ao telespectador. Nesse sentido, muitas vezes priorizou o registro de aspectos interessantes de sua trajetória (e até mesmo pitorescos), lançando mão de duas qualidades suas inegáveis: o carisma e a capacidade técnica.
Falou de sua torcida pelo Corinthians, de sua trajetória na universidade e na medicina, da importância do espírito de cooperação na política, da força e riqueza presentes na história de São Paulo, bem como de seus desafios e diversidade. Contou, ainda, de suas idas ao Campo Limpo (e bairros do entorno) “ainda sem asfalto” acompanhadas por sua mãe, que algumas décadas atrás buscava levar saúde e assistência aos mais necessitados dessa região da capital paulista.
As dificuldades em se construir uma candidatura do PT nesse momento no Estado de São Paulo e de se afirmar uma imagem positiva do candidato Padilha surgiram de forma categórica por meio de perguntas de dois entrevistados. E receberam respostas firmes do pré-candidato.
Quando Germando de Oliveira, do jornal O Globo afirmou que a candidatura de Padilha estava na defensiva, o pré-candidato do PT tratou de destacar que cresce nas adversidades. Oliveira analisou que Padilha vinha atacando o governo Alckmin nos temas da violência e da água. E que agora teria de jogar na defensiva, diante da CPI da Petrobras a investigar o governo Dilma, dos cerca de 2% de intenções de votos de Padilha registradas em algumas pesquisas, das denúncias recentes envolvendo seu nome, etc.
Padilha então respondeu: “Estou na ofensiva” e reafirmou crescer na adversidade. O ex-ministro de Dilma relembrou que lhe diziam para não implementar o Mais Médicos, “mas implementei, pois havia 50 milhões de brasileiros sem acesso à saúde”. Para Padilha, o que ele vem mostrando sobre o governo Alckmin, as criticas sobre a água, as informações e debates levantados, “estão incomodando muita gente. Então, recebo respostas agressivas, grosserias”. Ele afirmou que pretende “continuar trazendo essas informações. Esclarecendo sobre as acusações de terceiros. E construindo as propostas pro Estado”, convidando os telespectadores a participar.
Mais ao final do programa, quando Fernando Rodrigues, da Folha de S. Paulo afirmou que Padilha lembrava a atuação de políticos tradicionais, que escapavam das perguntas mais difíceis com evasivas, Padilha foi bastante incisivo ao dizer que havia sim respondido, mas que “talvez eu não tenha dado a resposta que você esperava”.
Saúde e Segurança O programa também girou muito em torno de duas questões que se encontram no centro das preocupações dos brasileiros hoje: a saúde e a segurança pública.
No tema da saúde, pode-se dizer que Padilha nadou de braçadas. Demonstrou muito conhecimento, propostas e resultados para a área. Quando um telespectador indagou se Padilha já havia feito tratamento em hospital público, o ex-ministro da Saúde do governo federal destacou que não possui plano de saúde privado, que sempre optou por não ter, mas que também não criticava quem tinha plano.
Ainda na área da saúde, Padilha trouxe à tona sua perspectiva de que a saúde deve ser para todos, com qualidade e tratamento humanizado e que atenda de forma prioritária aos mais necessitados. Fernando Rodrigues trouxe dados de artigo publicado na Folha, segundo o qual o governo federal não teria investido 17 bilhões de reais na saúde em 2013, além de ter fechado algumas dezenas de hospitais públicos nos últimos anos.
Padilha falou que boa parte das instituições fechadas eram manicômios – num total de 14 mil leitos – e que novos hospitais, com um novo perfil, mais completo e complexo, estão sendo construídos, bem como unidades de atendimento mais compatíveis com as necessidades atuais da população. Mesmo assim, ficou a impressão de que faltaram elementos para responder de cabo a rabo à crítica dos hospitais fechados. Ele afirmou que o ministério da Saúde poderia responder com os dados atuais. Quanto aos 17 bilhões de reais, certamente parece ser questão para o ministério da Fazenda, o Banco Central e seus infindáveis superávits responder.
No tema da segurança, um dos mais difíceis para qualquer candidato hoje no Brasil, Padilha foi brindado com uma pergunta dificílima e elaboradíssima por parte de Maria Cristina Fernandes, editora de política do Valor Econômico. A jornalista trouxe à baila vários dados sobre aumento da violência entre 2007 e 2010 em Estados governados pelo PT – como Bahia, Piauí e Pará. O pré-candidato do PT questionou o fato de os dados irem somente até 2010, e que haveria avanços a mostrar desde então, passando a citar avanços em alguns municípios administrados pelo PT, além de destacar o tanto que São Paulo é diferente dos demais Estados elencados pela editora do Valor.
De todo modo, ficou a sensação de que a candidatura de Padilha ainda possui um bom caminho para construir suas propostas e análises nessa área da segurança pública – que é, como bem se sabe, um desafio real colocado para todo o Brasil, e todos os governos: federal, estaduais e municipais.
Para atender às expectativas e necessidades do povo de São Paulo, o ex-ministro de Dilma e Lula afirmou que deverá contar com a colaboração de Márcio Thomaz Bastos e Paulo Lacerda, respectivamente titulares do Ministério da Justiça e da Polícia Federal em parte da gestão de Lula à frente da presidência.
Padilha afirmou que também pretende basear seu plano de governo nessa área em experiências exitosas do PT em municípios grandes e médios, ao lado de iniciativas de sucesso de outros estados, no potencial das próprias polícias paulistas, na colaboração da sociedade (por exemplo por meio do uso inteligente de câmeras particulares), além de políticas exemplares de prefeituras dos EUA – como Nova Iorque e Chicago.
Mais Médicos, Cuba e programa
No debate do Mais Médicos, mostrou que está preocupado sobretudo com a saúde dos brasileiros e paulistas, defendendo muito bem o programa e seus resultados. Indagado sobre as condições de trabalho dos médicos cubanos e se apoiava esse tipo de situação, Padilha afirmou: “Não quero discutir Cuba, quero valorizar o atendimento feito por esses médicos. É uma carreira desse tipo, que trabalha por missões internacionais. As regras lá são essas”. Diante da insistência da bancada no tema, o ex-ministro da Saúde afirmou que “Há pessoas que querem fazer essa polarização com Cuba, mas vieram médicos de vários países”.
O debate sobre o tema se prolongou e, diante da negação de Padilha em classificar o regime cubano como ditadura, ou de comentar questões internas do país, a conclusão dos interlocutores foi de que então ele apoiava o autoritarismo e a ditadura cubana. Padilha reafirmou que não cumpria a ele debater o regime de outro país, mas que abominava qualquer tipo de ditadura e autoritarismo e que tinha grande compromisso com a democracia. Contou histórias familiares riquíssimas, lembrando que nasceu em meio a uma ditadura no Brasil, e que só pode abraçar seu pai pela 1a vez aos oito anos de idade – pois o pai vivia no exílio.
Diante dessa sequência sobre Cuba no Roda Viva, poderia ser interessante que nas próximas rodadas do programa os jornalistas perguntassem para outros candidatos o que acham, por exemplo, das intervenções dos EUA no Iraque e outros países, ou como veem as práticas de interrogatórios estadunidenses na base de Guantánamo. Mas talvez seja pedir demais.
Bastaria que os jornalistas mostrassem preocupação com a ditadura que existiu no Brasil entre 1964 e 1985, e demonstrassem que comungam com Padilha do repúdio a esse período que assombrou o país. Mas isso não foi pauta – ao menos na noite de ontem.
Como sabido, o cenário descrito nos último parágrafo é por demais improvável. Então, a pergunta que fica mesmo é o que mais importará para os cidadãos paulistas ao final desse Roda Viva – e da campanha que virá.
Augusto Nunes, apresentador do Roda Viva, dá pistas de por onde os debates sobre a eleição seguirão, ao menos na narrativa da grande mídia (e talvez da TV Cultura). “Eu honestamente preferiria começar já, de abrir o programa, com a discussão de programas administrativos – o que faremos, com bastante tempo, ao longo da conversa. Mas eu vou mudar o assunto porque fatos divulgados a partir de sexta-feira se impuseram de tal forma no noticiário que o senhor mesmo interrompeu, suspendeu os compromissos da agenda para esclarecer o assunto. E acho que aqui o senhor terá a oportunidade de fazê-lo de vez”.
Diante das questões colocadas, o eleitorado considerará mais importante os resultados do Mais Médicos ou as opiniões (ou a falta delas) de Padilha sobre Cuba? Os paulistas, afinal, apostarão num candidato que possui história – e tarimba – especialmente na área da saúde e que buscará trazer propostas novas para o Estado, por exemplo nas áreas da segurança e da gestão da água? Ou destinarão mais fichas ao partido que governa São Paulo há quase duas décadas (ou mais, segundo cálculos que levam em consideração a situação de fato, e não somente a institucional)? Com a palavra, o futuro de São Paulo, de Padilha e dos paulistas.
Ao entrevistar o empresário Leonardo Meirelles, um dos sócios do Labogen, o jornal Estado de S. Paulo obteve uma revelação crucial: ao contrário do que disse o deputado André Vargas (sem partido-PR) num torpedo, o executivo Marcus Cezar Moura não foi indicado para o cargo pelo ex-ministro Alexandre Padilha (acima), mas sim pelo empresário Pedro Paulo Leoni Ramos (abaixo), outro sócio do laboratório; no entanto, entre escolher este ângulo, favorável ao pré-candidato do PT em São Paulo, e outro que, embora frágil, poderia prejudicá-lo, qual foi a escolha dos Mesquita? A de que Marcus Moura foi contratado para ser a ponte com a saúde, o que, na prática, não significa nada demais
29 DE ABRIL DE 2014 ÀS 06:01
247 - O jornal Estado de S. Paulo, da família Mesquita, publica, nesta terça-feira, uma informação crucial e que, em tese, poderia retirar o ex-ministro Alexandre Padilha da fogueira em que foi atirado desde que a Polícia Federal vazou um trecho da Operação Lava Jato, em que o deputado André Vargas (sem partido-PR) dispara um torpedo para o doleiro Alberto Youssef, dizendo "foi o Padilha quem indicou", referindo-se ao executivo Marcus Cezar Moura, contratado pelo Labogen.
Esta frase aproximou o ex-ministro e pré-candidato do PT ao governo de São Paulo do escândalo do laboratório Labogen, acusado pela Polícia Federal de lavar US$ 113 milhões e de tentar entrar, sem dispor de qualificações, no Ministério da Saúde. Por isso mesmo, na última sexta-feira, Padilha concedeu entrevista coletiva para negar que tivesse indicado Moura para o cargo, prometendo ainda interpelar judicialmente o deputado André Vargas.
Pois bem: nesta terça, o Estado publica uma reportagem sobre o caso depois de ouvir Leonardo Meirelles, um dos sócios do laboratório. Eis um trecho:
"O sócio do negócio controlado por Youssef diz que o ex-assessor de Padilha não chegou por indicação do ex-ministro, mas sim de outro personagem do escândalo da Lava Jato. Segundo o sócio da Labogen, a indicação de Moura foi feita pelo fundo GPI Participações, controlado por Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-ministro do governo Fernando Collor (1990-1992). Pedro Paulo, conhecido como PP, é suspeito de integrar o esquema de Youssef. "Ele (Moura) veio através desse fundo de investimentos. Não tive nenhuma influência (na contratação) e nenhum contato com o ex-ministro (Padilha)."
Qual poderia ser, portanto, a manchete do jornal desta terça-feira do jornal Estado de S. Paulo? "Sócio do Labogen nega que Padilha tenha indicado diretor". No entanto, qual foi a escolha editorial da casa chefiada pela família Mesquita? "Ex-assessor de Padilha era canal com Saúde, diz Labogen".
O que justifica essa decisão? O fato de Leonardo Meirelles ter dito que Marcus Cezar Moura foi contratado para fazer "contatos institucionais" com o Ministério da Saúde. Ora, se ele foi contratado como diretor de relações institucionais, exatamente por conhecer a estrutura do órgão, o que se esperava que ele fizesse? Ressalte-se que, qualquer grande empresa, seja na saúde ou em outras áreas, possui diretores de relações institucionais, que muitas vezes são chamados de lobistas, justamente para lidar com os poderes constituídos, seja no Executivo, no Legislativo ou no Judiciário.
Portanto, entre uma notícia relevante, que era favorável a Padilha, e uma irrelevante, que contribui para a cortina de fumaça em torno do caso, o jornal da família Mesquita optou pela segunda alternativa. Assim como também fizeram outros veículos de comunicação, como Folha, Uol e Globo.
Roda Viva
Ontem, o ex-ministro Padilha foi ao programa Roda Viva, onde teve a oportunidade de falar sobre o caso. “A única citação que é feita a mim (no relatório da PF) é por conversa de terceiros, alheios ao Ministério da Saúde. Fiz questão, inclusive, de interpelar formalmente a própria Polícia Federal para ter acesso ao relatório completo. E também meu advogado já foi para o Paraná hoje e amanhã chega a Brasília fazendo uma interpelação direta ao deputado André Vargas, porque naqueles trechos divulgados pela imprensa ele faz uma citação que não é verdadeira. Mente quem disse que indiquei o Marcus Cezar”, disse.
Segundo ele, Vargas o procurou pessoalmente no fim do ano passado, propondo uma parceria entre o laboratório Labogen e o Ministério da Saúde: “Sou ministro da Saúde e recebo o vice-presidente da Câmara, inclusive eleito para esse cargo por outros partidos, entre eles os da oposição. E esse é o papel do ministro. Se existisse alguma irregularidade (na parceria), filtros que eu criei impediriam que isso pudesse acontecer”.
Bananas eleitorais: torcida formada pela emissão conservadora e institutos de pesquisa afins joga bananas no campo e atiça a sociedade contra Dilma e o PT; falta responder ao jogral conservador comendo a banana e sacudindo a rede adversária Lula dá a pista da virada: eu vou para a rua (ser cabo eleitoral de Dilma) Choque de alimentos perde força e inflação desacelera no país
Uma breve pesquisa na internet ajuda a explicar a tempestade que se abateu sobre o pré-candidato do PT a governador de São Paulo, Alexandre Padilha. São Paulo, para quem não sabe, é um dos principais destinos dos profissionais do programa Mais Médicos, implantado pelo pré-candidato do PT durante sua gestão no Ministério da Saúde.
Vamos aos números. Até aqui, o Sudeste foi a região que mais recebeu profissionais do programa federal, com 4.170 médicos; o Nordeste ficou em segundo, com 4.147 médicos; o Sul, com 2.261; o Norte, com 1.764; o Centro-Oeste, com 893. Juntas, as regiões Sul e Sudeste receberam 6.431 dos 13.235 profissionais do Mais Médicos existentes hoje no país.
São Paulo tem 287 municípios contemplados pelo Mais Médicos, ou 44% dos seus 645 municípios. Nesse universo de pequenas e grandes cidades paulistas, a população mais carente desses lugares passa a ter, muitas vezes pela primeira vez, a presença de um médico por perto.
São Paulo, portanto, agora tem 100% da sua demanda por médicos atendida pela iniciativa do governo federal. São 2.101 médicos em 287 municípios. A atuação desses profissionais vai beneficiar 7,2 milhões de paulistas, ou quase um quarto do eleitorado do Estado – hoje com cerca de 30 milhões de eleitores.
As classes média-média e média-alta, com seus planos de saúde, acham que embromam o povão com essa história de médicos cubanos escravos. O povão está vivendo ao lado desses médicos. Devido à natureza do povo cubano, seus médicos estão se misturando à população, estão ficando conhecidos. Alguém acha que nesses locais beneficiados irão acreditar nessa história?
O povo atendido pelo Mais Médicos sabe muito bem quanto esses profissionais eram necessários nessas regiões em que médico não dava as caras, obrigando legiões de pobres coitados a se deslocarem para as regiões que dispõem de médicos, mas sofrendo durante horas com a viagem para muitas vezes conversarem com eles durante 15 minutos.
A expectativa da direita paulista é a de que exista mais classe média-média e média-alta em São Paulo do que povão sem plano de saúde e que não tinha acesso a médicos e que agora passa a ter. Tolice. Ignorância da realidade. A classe social beneficiada pelo Mais Médicos é maioria esmagadora.
Ora, mas são “só” 7 milhões de beneficiados pelo Mais Médicos em São Paulo, dirão os mais desatentos. Não é bem assim. Os 7 milhões beneficiados são os atendidos diretamente, mas essas pessoas beneficiadas têm amigos, parentes, colegas de trabalho etc. E sobre essas pessoas de seu círculo de relações sociais exercerão influência, contando do benefício.
O mesmo vale para o Brasil. Quem tenta enxergar a realidade do país através da mídia acha que todo mundo é contra o PT. Ocorre que na mídia quem fala é um contingente diminuto, quem ouve é um contingente diminuto dos brasileiros. A maioria vive em outro mundo e não é ouvida nem em pesquisas de opinião.
Padilha, portanto, ainda será muito alvejado, nesta campanha. Isso porque na hora em que o eleitorado beneficiado pelo Mais Médicos souber que o autor do programa é candidato a governar o Estado por certo irá votar nele em peso, pois o programa implantado pelo pré-candidato do PT tem uma aprovação próxima à unanimidade no país todo.
O PT tem uma candidatura forte para o governo do Estado e um adversário dessa candidatura que está se enfraquecendo e que pode se enfraquecer muito mais quando as pessoas passarem a pensar em eleição.
O cartel tucano no metrô e na CPTM sumiu da mídia para não afetar Alckmin, mas durante a campanha eleitoral o assunto vai ressurgir. Uma CPI está sendo criada no Congresso. Não vai dar para esconder dos paulistas que o sofrimento deles nos trens decorre da corrupção na compra e na reforma destes.
Alckmin não é cobrado na mídia, mas será cobrado na campanha.
Aliás, a premissa que embasa este texto vale para as eleições em todos os níveis. Hoje, só a oposição fala – através da mídia “isenta”. Mas se a campanha na TV e no rádio for bem feita, ficará difícil convencer os brasileiros a trocar a melhora de vida que vêm experimentando por catilinárias ideológicas contra Cuba ou sobre “corrupção”.
Na hora em que o brasileiro tiver que colocar seu ganha-pão e seu novo padrão de vida em jogo numa aposta eleitoral, quem conhece este povo sabe que irá votar pelo que tem na mão, não pelo que lhe prometem dar aqueles que, quando ocuparam o Poder, não deram nada, razão pela qual foram defenestrados pelos eleitores.