O Movimento Brasil Livre está tentando se livrar dos seus vínculos com Aécio Neves e Michel Temer negando essa relação com esses políticos e tentando convencer incautos de que é independente enquanto acusa apoiadores de Lula e Dilma de ter “bandidos de estimação”. Eis minha resposta a esses caras-de-pau
Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 22 de maio de 2017
Armações contra Lula e Dilma começam a desMOROnar
Quando esta página afirma, reiteradamente, que a verdade é uma força da natureza, muitos podem pensar que aqui se diz isso com tanta ênfase e persistência só para fazer tipo, mas não é nada disso. A verdade é assustadoramente poderosa e, frequentemente, impiedosa.
A verdade castiga os que tentam sequestrá-la. Os mentirosos compulsivos e compulsórios costumam descobrir isso só quando é tarde demais.
A verdade é irmã da justiça e, quando uma aparece, a outra se faz.
Dois políticos brasileiros vêm sendo pisoteados há anos enquanto bandidos perigosos posaram de heróis durante todo esse tempo. Os ex-presidentes Dilma Rousseff e Lula foram vítimas da mais insidiosa e pérfida campanha de desmoralização já vista no Brasil.
Poucos dias antes de o país descobrir o que são provas de verdade, habitantes da famigerada republiqueta de Curitiba vinham inventando pseudo “provas” contra os dois ex-presidentes para tentar nada mais, nada menos que jogá-los na cadeia.
Enquanto esses irresponsáveis encenavam papéis de super-heróis para uma elitezinha infantil, egoísta, corrupta, sonegadora, racista, preconceituosa ao extremo, o STF trabalhava com responsabilidade.
Nunca surgiu uma mísera prova de verdade contra Lula ou Dilma. E para tirar a liberdade de um ser humano, só tendo prova de verdade.
Tudo o que conseguiram contra os dois ex-presidentes foram acusações sem provas feitas por bandidos querendo se safar de seus crimes e ainda com os bolsos cheios de dinheiro.
Vão dizer que os irmãos Wesley e Joesley Batista também acusaram Lula e Dilma, mas toda a narrativa dos dois em relação aos petistas é muito diferente.
Para qualquer pessoa com um mínimo de inteligência, fica claro que a narrativa sobre Lula e Dilma não mostra intimidade sequer parecida com a que fica claro que havia entre Aécio Neves e Michel Temer e os dois bandidos donos da Friboi.
E o que é mais importante: não existe uma mísera prova. Aliás, o relato de Joesley sobre a “propina” que diz que pagou a eles é ridículo. O leitor Roberto escreveu um diálogo que revela bem o absurdo dessa acusação:
Enviado em 20/05/2017 as 10:57
– Joesley diz que fez depósito em conta para Dilma e Lula.
– Mas na conta da Dilma ou do Lula?
– Na conta do Joesley mesmo.
– Mas quem movimentava essa conta?
– O Joesley.
– Sei… Mas quanto dinheiro tem na conta?
– Nenhum. O Joesley sacou tudo em 2014.
– Tá… Mas pelo menos tem algum áudio, vídeo, algum mísero documento?
– Não, nenhum áudio, nenhum vídeo, nenhum documento.
– Ué?… Ele gravou Aécio e Temer, por que diabos não gravou conversas com Lula e Dilma??
– É que o Joesley achou que só a conta bancária em nome dele mesmo já seria prova suficiente contra Lula e Dilma.
Eu também tenho uma conta assim. Está no nome do Bill Gates. o Bill deposita, o Bill faz retiradas, e o Bill gasta o dinheiro. Mas é tudo meu.
Como podem querer que uma acusação como essa seja levada a sério? É preciso ser muito estúpido ou muito sem caráter para dar credibilidade a algo assim.
Porém, a verdade começa a aparecer. As armações contra Lula e Dilma começam a “desMOROnar”.
Senão, vejamos.
Áudios das delações dos donos da Friboi trazem conversas de Joesley Batista com Aécio Neves, em que o senador critica o Ministério Público e também a Polícia Federal. E mostram a versão de Aécio para ter entrado no TSE com o pedido de cassação da chapa Dilma-Temer.
Frederico Pacheco, primo do senador Aécio Neves, do PSDB, foi monitorado pegando R$ 500 mil de Ricardo Saud, executivo da J&F. Os R$ 500 mil eram uma parcela dos R$ 2 milhões pedidos por Aécio a Joesley Batista.
Em outra conversa, Aécio diz a Joesley Batista que entrou com ação para cassar a chapa Dilma-Temer “só para encher o saco” do PT. E que Temer teria pedido que a ação fosse retirada.
Aécio Neves: Eu entrei no TSE. Era uma coisa que não achei que ia dar em ***** nenhuma. Lembra depois da eleição?
Joesley: hum, hum.
Aecio: Os filhas da **** sacanearam tanto gente que vamos entrar com um negócio só pra gente encher o saco deles também responder lá … A Dilma caiu, a ação continuou e ele quer que eu retire a ação, cara. Só que se eu retirar, eu não tô nem aí pra ele lá, o…o Janot assume a ação, o Ministério Público assume essa *****. Aí não dá mais pra ele. Eu tô tentando convencer ele.
Aécio tinha razão ao achar que uma ação questionando a lisura da campanha de Dilma não poderia dar em nada simplesmente porque todos os candidatos recorreram a doações de grandes empresas.
Era impossível condenar só Dilma por receber dinheiro declarado de uma empreiteira se essa mesma empreiteira deu dinheiro para todos os candidatos de ponta – e outros, nem tanto.
Foi vergonhoso o que fizeram no TSE com Dilma. E mais vergonhoso foi o TSE levar isso adiante e ainda cogitar a separação das contas dela e do atual presidente da República, eleitos pela mesma chapa.
Mas quem dos autores dessa vergonha no TSE poderia imaginar que viria um áudio do autor da ação que o Tribunal levou adiante reconhecer que sua medida era tão fraca que nem ele acreditava nela?
Mas não são só as calúnias contra Dilma que começam a “desMOROnar”. Recentemente, o ex-presidente petista foi alvo de uma medida injusta, falsária, arbitrária e, acima de tudo, ilegal. Um juiz federal de Brasília mandou fechar o Instituto Lula.
Ricardo Soares Leite, juiz substituto da 10ª Vara Criminal de Brasília, foi quem mandou suspender as atividades do Instituto Lula alegando atender pedido do Ministério Público – que não havia sido feito. A medida foi suspensa semana passada
A direitalha comemorou muito essa ilegalidade, assim como festejou tantas vezes bandidos como Aécio Neves. Em 2015, o Ministério Público pediu que o juiz Ricardo Leite fosse afastado de outra operação, a Zelotes, por ter “atrapalhado ou até comprometido” o avanço de investigações.
É incalculável o que este país perdeu com toda essa politicagem. A burrice dessa elite endinheirada, racista, frívola permitiu à máfia que gente como Aécio integra derrubar um governo legítimo e ético e substituí-lo por gente como Temer, Aécio, Serra etc.
Mas aqui vai um aviso a todos esses vermes que rastejam na internet enlameando a honra de gente decente: vocês vão ver muita coisa, ainda. Vão ver a justiça e a verdade prevalecerem.
O vídeo abaixo ilustra a tese deste Blog sobre o poder da Verdade.
segunda-feira, 3 de abril de 2017
Em 2014, Aécio distribuía Veja nas ruas contra Dilma
Em 2014, Aécio distribuía Veja nas ruas contra Dilma
posted by eduguim
Em outubro de 2014, na reta final da eleição em segundo turno, a campanha do então candidato a presidente Aécio Neves violou proibição do Tribunal Superior Eleitoral de os meios de comunicação eletrônicos e o PSDB divulgarem edição da revista Veja que trazia na capa acusação sem provas contra Lula e Dilma Rousseff, adversária do tucano.
Naquela eleição, Aécio fechou sua campanha eleitoral na TV prometendo ética na política e acusando Dilma e seu partido.
Meses depois, na abertura dos trabalhos legislativos de 2015, Aécio entrou triunfalmente no Congresso, com seus partidários cantando o Hino Nacional, e fez um duro discurso no qual propôs o impeachment de uma presidente que assumira o segundo mandato havia pouco mais de 30 dias.
E eles, tucanos, apoiadores, mídia e assemelhados não querem ser chamados de golpistas…
A partir dali, seguiu-se um processo que destruiria virtualmente a economia brasileira.
Naquele mesmo mês, a Câmara dos Deputados elegeria Eduardo Cunha presidente. Com grande parte do PMDB e em parceria com Cunha, Aécio paralisaria o governo Dilma, que, além de não conseguir aprovar medidas para estabilizar a economia, ainda tinha que lidar com as pautas-bomba que tucanos e peemedebistas aprovavam para gerar instabilidade no país.
Esse processo de sabotagem da economia brasileira foi construído por Aécio em parceria com a mídia e com a ex-base aliada de Dilma, além do efeito paralisante que a Lava Jato impunha sobre o setor mais dinâmico da economia brasileira, o de petróleo e construção pesada.
A receita do desastre funcionou. Dilma foi derrubada por acusações falsas e um pretexto criminoso que acabou de instalar o caos no país.
Os golpistas ignoraram até alertas do FMI de que a crise política que fomentavam jogaria a economia em uma recessão tão profunda que seria difícil reverter, de uma vez que se instalasse.
De nada adiantou. Os golpistas só queriam o poder. Dessa forma, venderam ao povo, que já sentia os efeitos da sabotagem, a tese absurda de que bastaria tirar Dilma do cargo que o bem-bom da era Lula 1 e 2 e Dilma 1 retornaria.
Obviamente que a bonança econômica da era petista não retornou e, pior, a paralisia econômica durante mais de um ano, visando derrubar Dilma, não pôde ser revertida.
Eis que o país começa a perceber que o PT não estava mais no poder e que só os petistas eram investigados, e começa a clamar por equanimidade nas investigações. Tudo isso culmina na outrora impensável capa da revista Veja desta semana, que, como jamais ocorrera antes, acusa aquele que tanto se valeu de seus ataques ao PT.
No vídeo abaixo, você vai ver a dramatização dessa história em mais uma super edição de vídeo do Felipe Masini, que vem atuando na edição de imagens e vídeos do Blog. Assista, reflita, divulgue para que Aécio e todos os que, como ele, apostaram no caos reflitam se valeu a pena sabotar um país para tomar o poder de forma golpista.
Observação: se gostar do vídeo abaixo, inscreva-se no Canal do Blog da Cidadania clicando aqui
segunda-feira, 23 de janeiro de 2017
STF deve ao Brasil relatoria da Lava Jato isenta de politicagem
Posted by eduguim
O Poder Judiciário como um todo está ameaçado de total desmoralização a depender da “solução” que o presidente Michel Temer e a ministra Carmén Lúcia derem para a substituição do relator da Lava Jato naquela Corte. Do primeiro não se espera nada, da segunda não se espera muito, mas se espera, ao menos, um mínimo de compostura.
Um bom exemplo do que pode acontecer de mortal para o STF na designação da relatoria da Lava Jato é a incumbência cair nas mãos de um membro do Tribunal que não guarda o menor pudor em adotar posições político-partidárias.
Gilmar Mendes é um ministro do STF absolutamente inabilitado para o cargo por tornar públicas suas preferências políticas, já que em suas mãos frequentemente caem ações envolvendo grupos políticos que ele apoia ou combate abertamente, tornando previsível que suas decisões não se pautarão pela lei, mas por seus interesses políticos.
O vídeo abaixo mostra a posição política indubitável desse “magistrado”.
Para quem não tem conta no Facebook e não conseguiu assistir ao vídeo, ele contém entrevista de Gilmar à Globo caluniando o PT – note bem, leitor, não um petista, mas o PT inteiro – de todas as formas, sem apresentar provas, ao passo que está à frente de julgamentos de questões envolvendo o partido.
Você gostaria de ser julgado por um juiz que deixa suas idiossincrasias se sobreporem à interpretação técnica da lei?
Você gostaria de ser julgado por um juiz que deixa suas idiossincrasias se sobreporem à interpretação técnica da lei?
Gilmar Mendes foi uma das escolhas mais absurdas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Era membro de seu governo, um aliado, e esse indivíduo se manteve como aliado do PSDB desde a nomeação para o STF até hoje, como mostram suas declarações e seu comportamento partidarizado.
No último domingo, o programa “Fantástico”, da Globo, mostrou reportagem sobre visita de Gilmar e do secretário de Parcerias e Investimentos do governo federal, Moreira Franco, a Temer.
Tanto o secretário quanto o presidente da República foram acusados por delatores da Lava Jato. Reunirem-se com quem poderá ter que julgá-los é, no mínimo, imoral.
Ora, sabemos que a possibilidade de a relatoria da Lava Jato cair no colo de Gilmar é muito grande. Como alguém que deixa simpatias e antipatias por investigados e delatados tão claras poderá ter suas decisões acima de suspeitas?
O preenchimento da vaga no STF, porém, ainda conta com outros riscos. Há um movimento que prega a nomeação de Sergio Moro para a vaga no STF. A mensagem abaixo está sendo freneticamente disseminada pelo What’s App.
As especulações sobre a nomeação desse indivíduo para a vaga de Teori preocupam ainda mais porque a política dominaria a Suprema Corte de Justiça do país e a exporia ao ridículo, como bem diagnosticou o ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence, para quem a mera hipótese de nomear Moro para a vaga de Teori é “anedótica”, já que se trata de um juiz de primeira instância sendo guindado a um cargo que requer muito mais experiência.
Mas não é só isso. A relação de Moro com tucanos investigados pela Lava Jato ou acusados por delatores é tão clara como a de Gilmar.
A Foto abaixo gerou um dos maiores escândalos políticos de 2016 porque, apesar de Aécio estar sendo julgado por seu amigão Gilmar Mendes, se ele perdesse o mandato no âmbito dessa investigação seria julgado por Moro, como aconteceu com Eduardo Cunha, que perdeu o foro privilegiado e teve seu caso enviado ao vingador curitibano dos antipetistas
“Ocorre que, se indicado, além de deixar de atuar nos processos da Lava Jato em primeiro grau, no STF também estaria impedido de atuar no âmbito da Lava Jato, conforme o artigo 252 do código de processo penal que prevê que “o juiz não pode exercer jurisdição no processo em que tiver atuado como juiz de outra instância “.
O professor de Direito Administrativo e Direito Constitucional da Escola da Magistratura Federal do Paraná, Marcus Bittencourt, não acredita na nomeação de Moro: “apesar da nomeação do Juiz Sérgio Moro para a vaga do Ministro Teori ser um clamor de grande parte da população, seria complicada na prática, pois o juiz Sérgio Moro ficaria afastado do julgamento das ações da lava-jato na primeira instância e impedido de atuar nos casos no próprio STF, por ter atuado já em instância inferior”, afirmou ao Paraná Portal.
A presidente do STF, ministra Carmén Lúcia, tem a prerrogativa de, a seu critério, em casos excepcionais, ordenar a redistribuição dos demais tipos de processo, como um inquérito, por exemplo, que é o estágio em que se encontra a tramitação da Lava Jato no STF.
Assessores jurídicos do STF levantaram também a hipótese, embora menos provável, de que os ministros possam se reunir para, inclusive, modificar o regimento e adequá-lo à situação. Por isso, eles afirmaram ser precipitado definir o que pode ocorrer com a parte da Operação Lava Jato que tramita na Corte.
Quando o ministro Carlos Alberto Menezes Direito morreu, em 1º de setembro de 2009, o ministro sucessor, Dias Toffolli, herdou cerca de 11 mil processos, com exceção daqueles nos quais ele havia atuado como advogado.
A ministra Carmén Lúcia tem em suas mãos um “abacaxi” dos grandes. Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Paraná, realizada por meio de questionário online com 2800 pessoas, mostra que 83,1% dos entrevistados acreditam que a morte do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi resultado de sabotagem ao avião.
Em que pese a baixa credibilidade desse instituto e de a pesquisa ter sido feita só pela internet, é evidente que há um sentimento na sociedade de que a morte de Teori sugere que pode ter sido para livrar a cara dos beneficiários imediatos pela delação de 77 funcionários da Odebrecht contra políticos que até aqui estava livres.
Duas matérias do grupo Folha divulgadas no mês passado sob o título “Tucanos aparecem em delações da Lava Jato” e “Temer é citado 43 vezes em delação de executivo da Odebrecht” mostram bem quem ganhou com a morte de Teori.
Diante desses fatos, o STF, como instituição, tem o dever constitucional e moral de entregar a relatoria da Lava Jato a um ministro acima de acusações e de evidências de partidarismo sob pena de desmoralizar o Poder Judiciário de alto a baixo – se ocorrem mutretas no STF, que dirá em instâncias inferiores.
A Lava Jato de Teori Zavascki não era a Lava Jato de Gilmar Mendes ou de Sergio Moro, quem o ministro falecido repreendeu publicamente por conduta imprópria como a de vazar áudio com fala da então presidente Dilma Rousseff, gravado ilegalmente. A ministra Carmén Lúcia tem nas mãos poder de enlamear irremediavelmente a instituição que preside.
segunda-feira, 18 de julho de 2016
Datafolha 2018: adversários de Lula continuam caindo e ele subindo
O Datafolha fez uma pesquisa eleitoral em dezembro do ano passado em que Aécio Neves chegaria à frente de Lula no primeiro turno, com 26% dos votos — ou 27%, num terceiro arranjo. O petista teria 20%, e Marina Silva (Rede), 19%. Se o tucano fosse Geraldo Alckmin, Marina iria a 24%, Lula se manteria, com 21% (22% num quarto cenário), e Alckmin teria 14%.
Em outra pesquisa Datafolha, de abril deste ano, Aécio despencaria para 17%, Marina continuaria com os mesmos 19% e Lula dispararia para 21%, ultrapassando a todos após ter despencado ao longo de 2015. Se o candidato pelo PSDB fosse Alckmin, Marina cairia para 23, Alckmin despencaria para 9% e Lula encostaria em Marina, com 22%.
Pesquisa Datafolha divulgada no último sábado (16/07), mostra dado ainda mais impressionante e, de certa forma, ainda difícil de explicar. Em todos os cenários, o petista continua subindo nas intenções de voto e os adversários continuam caindo.
Segundo o Datafolha, “Após dividir a preferência do eleitorado com Marina nos últimos levantamentos para o primeiro turno, Lula oscilou positivamente e abriu vantagem sobre a potencial adversária, que caiu. Já os possíveis candidatos do PSDB consultados no levantamento (José Serra, Aécio Neves e Geraldo Alckmin) oscilaram negativamente ou mantiveram patamares anteriores, o que favoreceu Lula”
A Folha, nessa análise, chama de “oscilação” o movimento contínuo de Lula para cima e dos adversários para baixo. Contudo, o fato é que essa pesquisa revela uma tendência continua que começou em fevereiro deste ano, após movimento de Lula para baixo e dos adversários para cima, ano passado.
A partir de fevereiro, portanto, Lula inicia a reação que continua e que, ao que tudo indica, tem tudo para se acentuar conforme as “medidas impopulares de Michel Temer” forem sendo adotadas.
Apesar da suposta “melhora” de Temer retratada pelo Datafolha, a subida contínua de Lula e a queda consistente dos adversários parece ter relação com a memória da população em relação ao governo do petista, que já começa a deixar saudades.
Além disso, apesar dos 50% que o Datafolha diz que preferem que Temer continue no cargo, os 32% que querem a volta de Dilma a tiram do patamar de pouco mais de 10% que a apoiavam há alguns meses.
Mas o busílis da questão é Lula. Também impressiona a reação dele no segundo turno. Empata com Aécio e encosta em Serra. E a vantagem de Marina sobre o petista não chega a ser grande coisa.
Em um eventual segundo turno entre Lula e Marina, a ex-senadora venceria por 44% a 32%. Lula também seria derrotado, por 35% a 40%, se o candidato no segundo turno fosse Serra. A vantagem de Marina é consistente, mas cadente. E a de Serra é praticamente irrelevante, pois bastaria Lula subir 2,5 pontos percentuais para empatar com o tucano.
No geral, porém, o quadro eleitoral para 2018 permanece muito indefinido: cerca de um quarto dos eleitores (independentemente do cenário) dizem que, no primeiro turno, votariam em branco ou nulo ou não quiseram opinar sobre suas preferências, segundo afirma o Datafolha.
Após a condução coercitiva de Lula em março e o acirramento das denúncias contra ele, com o caso da divulgação de áudios de conversas do petista, os golpistas (Vaza Jato incluída) esperavam que o apoio a ele despencasse, mas o que ocorreu foi o contrário. Lula está ganhando cada vez mais popularidade, enquanto que aqueles políticos que deveriam se beneficiar da campanha da Polícia Federal, do Ministério Público, do Judiciário e da mídia contra ele, despencam.
Note, leitor, a fragilidade dos tucanos. Enquanto Lula resiste a uma pancadaria incessante na mídia e consegue subir, algumas poucas menções negativas a Aécio, Serra e Marina na Lava Jato derrubaram fortemente a popularidade deles.
E olhe que o petista nem tem tido espaço na mídia para dar a sua versão dos fatos. Se hoje houvesse uma campanha eleitoral, a possibilidade de ele vencer poderia aumentar muito. Lula poderia dar a sua versão dos fatos e a esquerda certamente se aglutinaria em torno dele, ante uma direita tucano-marinista que já deixou claro que pretende extinguir direitos trabalhistas, acabar com o SUS etc.
A única esperança dos golpistas é prender Lula ou torná-lo inelegível com alguma condenação pela Justiça, mas em um ambiente externo em que grande parte da opinião pública internacional enxerga um golpe no Brasil, a perseguição ao maior líder político brasileiro tenderia a soar como a derrocada final de nossa democracia.
A pesquisa Datafolha não mostra apenas que Lula está longe de estar morto, mostra que quanto mais a Lava Jato o persegue mais ele se fortalece. Mas não é só. A pesquisa mostra bem mais.
Quanto mais a situação social piorar no Brasil, mais Lula despertará saudade. Seu governo será cada vez mais lembrado como o melhor momento da vida de legiões de brasileiros empobrecidos que, pela primeira vez, colocaram filhos na faculdade, compraram casa, carro, viajaram de avião etc.
Michel Temer será o grande cabo eleitoral de Lula, se o golpe vingar. Quanto mais tempo ele governar, mais chances o petista terá de se eleger em 2018. São só 2 anos e pouquinho. Passará muito rápido, caso o Senado se deixe enganar pela leitura errada que a mídia está fazendo da pesquisa em tela e vote pelo afastamento definitivo de Dilma.
terça-feira, 5 de julho de 2016
Humor: PF diz que saída de delegados da Lava Jato é “para oxigenar”
Sempre que vejo acusarem Lula, Dilma e o PT de terem, deliberadamente, montado governos corruptos, pergunto-me como é possível que pessoas que tiveram tanta competência política para chegar ao poder e nele se manter por mais de uma década poderiam ser tão incompetentes, caso seu objetivo fosse mesmo roubar.
Tome-se o que os governos petistas fizeram na Polícia Federal, por exemplo. E para entender o que fizeram basta ver o perfil dos delegados da Operação Lava Jato exposto em matéria recente deste Blog.
Não é novidade para ninguém que a Polícia Federal foi aparelhada durante os governos do PT, mas esse aparelhamento não se deu no sentido de favorecer quem dispunha de todos os poderes para moldar a instituição policial como quisesse; a PF foi aparelhada pelos inimigos de quem tinha poder sobre ela, ou seja, foi aparelhada por antipetistas.
A citada matéria anterior do Blog (linkada acima) retrata uma Polícia Federal cujos delegados assumem publicamente posições políticas contra o PT desde muito antes do aprofundamento da Lava Jato. A quase totalidade dos delegados da PF que atuam nessa investigação fez campanha para Aécio Neves ou contra a reeleição de Dilma, sem falar nas persistentes postagens de cunho político antipetista desses policiais.
A pergunta que não quer calar – e que já fiz milhões de vezes, mas que nunca algum antipetista respondeu – é muito simples: por que um grupo político que chega ao poder pretendendo “roubar”, e que controla as instituições que poderão investigá-lo, simplesmente não fez o que o ministro da Justiça de Temer pregou, aparelhar órgãos de controle do Estado?
Observação: por “órgãos de controle”, entenda-se Polícia Federal, Ministério Público, Controladoria Geral da União etc.
Na última segunda-feira, no Jornal Nacional, em 28 segundos foi lida uma nota pra lá de esquisita e que se conecta com esse caráter antipetista da Polícia Federal. Segundo uma apresentadora “interina”, “Dois delegados da Polícia Federal que cuidam de inquéritos ligados ao ex-presidente Lula estavam deixando a Operação Lava Jato.
O telejornal citou o delgado Eduardo Mauat, dizendo que ele iria “voltar para a unidade de origem dele, no Rio Grande do Sul” e o delegado Luciano Flores, que “interrogou Lula quando o ex-presidente foi levado para depor” e que, agora, iria “trabalhar na coordenação da Olimpíada”.
No post “Delegados anti Lula afastados da Lava Jato por suspeita de vazamento (?)” (4/7, linkado acima), o Blog divulgou algumas das várias versões que circulam por aí para essas mudanças na “força-tarefa” da Polícia Federal que atua na Operação Lava Jato. Para alguns, os dois delegados afastados teriam sido identificados como autores dos reiterados vazamentos dessa investigação.
Há outras explicações pela rede. Uma delas, bem interessante, é a de que, como o nome dos delegados recém-afastados não consta da reportagem de Julia Dualibi, que o Estadão publicou em 13 de novembro de 2014 e mostrava grupo de delegados da PF que divulgava no Facebook que Lula era “a anta” e Aécio era “o cara”, eles foram afastados por NÃO serem antipetistas.
A versão teria lá sua lógica, já que o chefe dos delegados federais na Lava Jato, Igor Romário de Paula, aparecia na matéria do Estadão de 2014, supracitada, e é ele quem comanda a força-tarefa da PF na Lava Jato. Para De Paula, Aécio é “o cara” e Lula é “anta”.
Aquela matéria mostrava que havia cinco delegados dedicados a fazer campanha para Aécio e a desqualificar os petistas. O grupo tinha o propósito de denunciar que “o comunismo e o socialismo são um mal que ameaça a sociedade”.
A turma se intitulava “Organização de Combate à Corrupção”. O símbolo era uma caricatura de Dilma com dois dentões, com uma faixa vermelha onde se lia: “Fora PT”.
A constatação oferecida pela reportagem era óbvia: parte importante da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba assumia uma postura explicitamente tucana e antiPT. Não só era tucana como fazia militância declarada, mesmo que entre eles, pela internet.
O que aconteceu com esse pessoal? Nada. O delegado Igor Romário de Paula, chefão da PF na Lava Jato, que achava Aécio o cara, é o mesmo que anunciou agora o desligamento não de dois, mas de três colegas. A outra versão que circula por aí, portanto, é a de que ele afastou esses três delegados para colocar outros ainda mais antipetistas na investigação.
Essa informação não faz sentido. Dois dos três delegados afastados Por De Paula são conhecidos por atuarem politicamente contra o PT. Um por fazer postagens no Facebook exaltando protestos contra o PT e outro por ter montado uma operação midiática e ilegal que levou Lula à força para depor em um aeroporto.
A informação que o Blog obteve de fonte que já mostrou que sabe das coisas em mais de uma oportunidade é a de que os policiais afastados teriam se envolvido em divulgação de operações da Lava Jato para grupos de mídia de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Na verdade, De Paula anunciou, em março, que abriria investigação para esclarecer vazamento da 24ª fase da Lava Jato, operação que este Blog denunciou por ter sido vazada antecipadamente para grupos de mídia. A notícia se conecta com a informação de que ele afastou delegados que possam ter se envolvido nessa ação de vazamento
Só o que não dá para dar crédito é nova explicação das organizações Globo para essa medida inexplicável do comando da força-tarefa da PF na Lava Jato. Matéria publicada pela sucursal do G1 no Paraná diz que os três delegados foram afastados para “oxigenar” e “dar novo fôlego” à investigação. Confira a matéria, abaixo, que volto em seguida.
Façamos as perguntas óbvias, já que vivemos em um tempo em que há´que dizer o óbvio:
1 – Por que só três membros de uma equipe de oito “oxigenariam” os trabalhos dessa equipe?
2 – O que significa “oxigenar” e “dar
novo fôlego”? Os policiais afastados estavam desmotivados, não estavam
trabalhando, não tinham interesse ou tinham interesse incompatível com a
investigação ou com o que se pretende que ela faça?
3 – Qual é a diferença fundamental entre os que saem e os que entram?
Há muitas outras questões, mas a resposta a essas três já seria um
bom começo, o que, obviamente, não vai acontecer, pois as declarações do
comando da PF conseguem não apenas não esclarecer nada como ainda
deixam tudo ainda mais turvo.De qualquer forma, os vazamentos da Lava Jato continuam ocorrendo de forma sistemática, ilegal e escancarada. E ninguém da PF fala em investigar. E muito menos em punir quem vaza. Só se falou nisso quando, de forma ridícula, um delegado da PF ameaçou um Blog por ter divulgado que o rei estava nu.
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quinta-feira, 26 de novembro de 2015
Eleitor e financiador de Aécio, na mídia banqueiro preso vira “amigo de Lula”
O Brasil foi subjugado por uma ditadura de idiotas amnésicos. Qualquer cidadão que tenha nascido e crescido neste país sabe muito bem o que todo mundo sempre soube: empreiteiros e banqueiros fazem negociatas, corrompem políticos. E quando é que passaram a ser incomodados pela lei? Só após o PT chegar ao poder. Ponto.
Mas o pior mesmo é a tentativa escandalosa da mídia de vincular a Lula e ao PT o banqueiro André Esteves, do banco BTG-PACTUAL, preso na última quarta-feira por conspirar com o senador Delcídio do Amaral para atrapalharem a Operação Lava Jato.
Na Folha de São Paulo, por exemplo, matéria afirma que Esteves seria “empresário do PT”. Diz a matéria:
“Nos anos Lula-Dilma, muitos empresários se aproximaram do governo em busca de benesses e bons negócios. Quatro deles se notabilizaram pelo crescimento do seu império no período: Marcelo Odebrecht, André Esteves, Eike Batista e Joesley Batista“
Epa! Esteves? Que papo é esse? Por que ele é “empresário do PT”?
Em O Globo desta quinta-feira, Esteves vira amigo “sobretudo do PT”
Como todos sabem, Esteves transitava com desenvoltura entre a classe política. Na mesma Folha, na coluna de Monica Bergamo, informação que mostra que classificar Esteves como “empresário do PT” é uma piada.
“O banqueiro André Esteves era tão próximo de Lula que, quando visitava o ex-presidente no Hospital Sírio-Libanês quando ele se tratava de um câncer na laringe, subia ao quarto do petista por um elevador privativo. Amigo também do senador Aécio Neves (PSDB-MG), Esteves não escondia de ninguém que tinha votado nele para presidente em 2014. Ele foi inclusive a jantares de apoio ao tucano. O banqueiro gostava de Lula -mas não do governo de Dilma Rousseff“.
Que papo furado é esse? Todos os que Lula recebia no Hospital Sírio-Libanês, quando esteve doente, subiam ao quarto dele pelo elevador privativo. Lula, por óbvio, não recebia no hospital qualquer um que quisesse visitá-lo. Só personalidades e amigos íntimos.
O mais incrível é isso ser dito no momento em que está sendo lembrado que esse banqueiro pagou a lua-de-mel de Aécio, nos EUA, em 2013, quando o tucano se casou com uma modelo para ter “família” para apresentar na campanha de 2014.
Vale rever matéria de O Globo publicada em 11 de outubro de 2013.
No ano passado, Esteves doou R$ 6,2 milhões à campanha de Dilma Rousseff e R$ 5 milhões à de Aécio. O deputado Eduardo Cunha recebeu R$ 500 mil.
Como é que faz? O dinheiro para Aécio é limpo e o dinheiro para Dilma se deve negócios escusos do banqueiro com o governo? Se for por isso, Esteves, e tantos outros banqueiros e empreiteiros acusados, também têm negócios, por exemplo, com Estados e municípios governados pelo PSDB, ora bolas.
Causa engulhos a tentativa de vincular Esteves ao PT e a Lula. Quer dizer que o banqueiro doa dinheiro para a campanha de Aécio, declara voto em Aécio, paga a lua-de-mel de Aécio, mas é “amigo íntimo” de Lula?
Esteves, como qualquer outro empreiteiro ou banqueiro, faz agrados a políticos importantes como seguro contra antipatia. Isso sempre foi assim. E é óbvio que sempre que for possível um governo petista ou tucano ser “gentil” com seus doadores, isso fatalmente ocorrerá.
Eis por que financiamento privado de campanhas é uma excrescência. Qualquer campanha eleitoral custa uma pequena fortuna. Qualquer partido que tente disputar uma eleição sem essas doações certamente estará condenado a jamais vencer.
Quem realmente apoia a corrupção é quem tenta vender a história de que toda a corrupção que finalmente está sendo investigada e punida por ação exclusiva dos governos do PT só passou a existir depois que esse partido chegou ao poder. Essa versão pretende proteger corruptos de outros partidos para que roubem em paz se voltarem ao poder.
terça-feira, 2 de junho de 2015
Pesquisa que diz que Lula seria “esmagado” por Aécio é fajuta
As eleições de 2014 ficaram marcadas por uma torrente de pesquisas eleitorais fajutas que o tempo tratou de mostrar que foram feitas sob encomenda para enganar a sociedade e influir no processo eleitoral. Nesse aspecto, três institutos sobressaíram: Veritá, Sensus e Paraná.
O instituto Veritá, por exemplo, a 5 dias da eleição presidencial em segundo turno, publicou uma pesquisa absolutamente maluca em que Aécio Neves aparecia com sólida vantagem sobre Dilma Rousseff – fora da margem de erro.
Em 21 de outubro de 2014, esse instituto mostrou Aécio com 53,2% das intenções de voto, quase sete pontos percentuais à frente de Dilma, que tinha 46,8%. Considerados os votos totais (considerados votos brancos, nulos e indecisos), a contagem era de 47% para o tucano e 41,4% para a petista.
Era uma maluquice. Nenhum outro instituto apontava semelhante quadro. Os números do Veritá contrastavam com a terceira pesquisa Datafolha do segundo turno, divulgada no mesmo dia, que mostrava diferença de quatro pontos percentuais em favor de Dilma.
Tratava-se de uma virtual vigarice, mas que duraria pouco. Míseros 4 dias após o segundo turno, agora com Dilma eleita, a Folha de São Paulo publicou matéria que mostrava que o tal instituto Veritá usara dados falsos, o que não impediu que a campanha tucana e a mídia amiga usassem a patifaria para tentar enganar o eleitor.
Dez dias antes, outro instituto que usou e abusou de fraudes para tentar ajudar Aécio a se eleger publicara uma pesquisa ainda mais escandalosa, que contrariava todas as outras. A pesquisa apresentava, inclusive, uma conclusão: faltando duas semanas para o segundo turno, o tucano já estaria eleito.
Em 11 de outubro de 2014, pesquisa sobe a sucessão presidencial divulgada pelo Instituto Sensus mostrava Aécio com 58,8% dos válidos contra 41,2% da presidente Dilma Rousseff, ou seja, uma vantagem de 17,6 pontos.
A pesquisa, evidentemente fajuta, viera revestida com a capa de uma certa credibilidade que ainda tinha o instituto Sensus, credibilidade que naufragou durante a eleição. Eis os dados oficiais do registro da pesquisa no TSE.
Registro na Justiça Eleitoral – BR-01076/2014
Entrevistas – 2.000, em cinco regiões, 24 Estados e 136 municípios do País
Metodologia – Cotas para sexo, idade, escolaridade, renda e urbano e rural
Campo – de 07 a 10 de Outubro de 2014
Margem de erro – +/- 2,2%
Confiança – 95%
Quatro dias após a divulgação dessa farsa, o Datafolha publicou sondagem com dados muito diferentes. Tão diferentes que qualquer um poderia concluir que ou o Sensus ou o Datafolha estavam mentindo – e todos viram, poucos dias depois, quem estava mentindo.
Neste ano, o instituto Paraná vem publicando pesquisas – que ninguém sabe quem está pagando que afirmam que Lula chegaria em terceiro lugar se a eleição presidencial de 2018 fosse hoje.
Em 8 de abril do ano passado, a revista Época divulgou em seu portal na internet que contratou “A primeira pesquisa sobre o segundo turno” com um tal “Instituto Paraná”. O resultado dessa pesquisa surpreendeu não só petistas, mas, também, tucanos ao mostrar Aécio Neves disparado à frente de Dilma Rousseff (54% a 46%).
Pelo inusitado dos números, o Blog procurou a campanha de Dilma Rousseff. Perguntou se o PT já dispunha de trackings ou pesquisas internas sobre o segundo turno, ao que foi informado de que o partido começaria a fazer suas sondagens só a partir do dia seguinte – quinta-feira, 9 de outubro.
Em seguida, a pergunta foi sobre a confiabilidade da pesquisa. Abaixo, a resposta da campanha de Dilma:
“Picaretagem. Dê uma olhada no site do TSE. [A pesquisa] nem está registrada no TSE como uma pesquisa comprada pela Época. No registro da pesquisa perante o TSE (BR 01064 e 01065), não consta a revista Época nem tampouco a Editora Globo como contratantes, ao contrário do afirmado pela própria Época em sua página”
O Blog acolheu a sugestão da fonte e foi ao site do TSE pesquisar. Abaixo, a reprodução da página de registro de pesquisas do TSE que mostra os números de registro da pesquisa “Paraná”.
O fato é que a pesquisa Paraná destoava das dos grandes institutos, que mostravam Dilma e Aécio virtualmente empatados. Pesquisa Ibope publicada no dia seguinte ao da pesquisa Paraná mostrava o tucano e a petista tecnicamente empatados – ela com 49% e ele com 51%.
À época, o blogueiro parananese Esmael de Moraes divulgou que um dos donos dono do “Instituto Paraná”, Murilo Hidalgo, “já estaria nomeado para integrar o novo governo de Beto Richa” e que “deveria dirigir a Celepar, companhia de TI do estado do Paraná”.
Talvez a divulgação desses dados tenha ajudado a “melar” a indicação, mas uma mera visita ao site do instituto Paraná mostra que a empresa tem sólidas relações políticas. Entre outras razões, está a de o instituto exibir em seu site, como um troféu, um “depoimento” sobre seu trabalho.
Em 2 de abril, o instituto Paraná publicou pesquisa que afirmou que se as eleições presidenciais fossem naquele momento Aécio teria 37,1% dos votos, Marina Silva ficaria em segundo lugar, com 24,3%, e o ex-presidente Lula teria 17,9%.
Onze dias depois, pesquisa Datafolha divulgou pesquisa que tornou incompreensível a pesquisa Paraná. Segundo o instituto do Grupo Folha, apesar de Lula ver a popularidade de seu legado diminuir, naquele momento ele fora citado como melhor presidente que o Brasil já teve por 50% dos entrevistados.
No primeiro dia útil desta semana, o instituto Paraná soltou mais uma de suas pesquisas Tabajara. Só que, ao contrário do que fez em 2 de abril, desta vez o instituto foi menos ambicioso – afirmou que o resultado adverso para o ex-presidente diante de Aécio e Marina foi apurado apenas em Brasília, enquanto que há dois meses afirmou que seria no Brasil inteiro.
Desta feita, o Paraná afirma que se as eleições de 2018 fossem hoje, EM BRASÍLIA Aécio Neves teria 40,3% dos votos, Marina Silva teria 24,7% e Lula, 17,6%. Em abril, o mesmo instituto afirmou que pesquisa com resultado semelhante teria sido feita “com 2.022 eleitores em 152 municípios brasileiros entre os dias 26 e 31 de março”.
Pode-se notar que a pesquisa que o instituto Paraná divulgou em 2 de abril como tendo sido feita em 152 municípios mostra resultado muito parecido com a que divulgou neste 1º de junho.
ABRIL
Aécio 37,1%
Marina 24,3%
Lula 17,9%
JUNHO
Aécio 40,3%
Marina 24,7%
Lula 17,6%
Como se vê, Lula e Marina teriam agora, apenas em Brasília, praticamente os mesmos resultados que tiveram em abril no Brasil inteiro, e Aécio teria subido um pouco. Brasília, então, é um resumo do Brasil?
Dado o histórico desse instituto e dada a prática que se estabeleceu durante o período eleitoral de institutos divulgarem pesquisas claramente falsas sem sofrer as penas da lei que torna crime falsificar pesquisas eleitorais, pode-se dizer que, na melhor das hipóteses, essa pesquisa que mostra Lula tão fragilizado, apesar de ser considerado, disparado, o melhor presidente que o país já teve, é fajuta como uma nota de 3 reais.
Essa última pesquisa Paraná não está sendo levada a sério nem pela imprensa tradicionalmente antipetista. A esquisitice em relação à pesquisa anterior, de abril, ficou escandalosamente evidente.
O grande problema é que uma picaretagem como essa se espalha como fogo pelas redes sociais e por blogs e sites antipetistas e, assim, vai turvando o entendimento das pessoas sobre o quadro político.
Os dados supracitados falam por si mesmos. Há uma avalanche de dúvidas sobre essa pesquisa Paraná feita “em Brasília”. É possível ver que há algo tremendamente errado. Há que combater essa farsa ao máximo, pois, neste momento mesmo, está confundindo as pessoas.
Criminosamente!
sábado, 6 de dezembro de 2014
Dilma não vai entrar em um jogo que só interessa à direita
O Brasil é um país rico. Tem um dos maiores mercados internos do planeta, uma indústria altamente dinâmica e diversificada, uma verdadeira montanha de dólares estocados (colchão cambial) e uma das maiores reservas de petróleo ainda por explorar. Talvez por isso o país esteja resistindo a um crime de lesa-pátria poucas vezes visto.
Se este país não fosse tão rico e se a sua economia não tivesse sido reorganizada ao longo da primeira década do século XXI, com todas as crises políticas que vem vivendo por certo já teria afundado em uma crise econômica, com explosão inflacionária, desemprego em massa, arrocho salarial e uma profunda recessão.
Estamos vivendo essa crise política ininterrupta há um ano e seis meses. As ruas das grandes cidades, de uma hora para outra, viraram palco de protestos de milhares de pessoas de variadas orientações políticas e ideológicas. E, ao contrário dos protestos esparsos de outrora, os da atualidade não têm pauta definida, limitando-se a bradar “contra a corrupção”.
À exceção dos protestos dos sem-teto de São Paulo e alguns poucos similares, esses atos que infernizam o país há um ano e meio são de cunho meramente político. Buscam apenas desgastar o governo Dilma Rousseff, que, ainda assim, acaba de obter nas urnas o apoio da maioria dos brasileiros.
O que se espera de democracias maduras é que os conflitos políticos cheguem a se exacerbar durante processos eleitorais, mas que, manifestada a vontade popular nas urnas, essa vontade passe a ser respeitada. Em situação de normalidade democrática, passadas as eleições os governos recém-eleitos chegam a desfrutar de uma “lua-de-mel”, ou seja, os derrotados no pleito esperam um tempo decente para retomar os ataques políticos.
Como se sabe, não é o que está acontecendo. Desde a redemocratização de fato, em 1989, nunca se viu uma guerra política desse calibre um mês após uma eleição presidencial.
Desde a primeira semana após a votação em segundo turno vem ficando claro que os derrotados se recusam a aceitar a vontade da maioria expressa na eleição. As urnas nem haviam sido apuradas, em 26 de outubro, e “analistas políticos” falavam em “impeachment” de Dilma nas televisões.
Abriram-se, então, várias frentes de questionamento ao mandato popular concedido pela segunda vez à presidente. A guerra no Congresso em torno do que a imprensa chamou de “manobra fiscal”, ou a devassa das contas da campanha petista anunciada e levada a cabo na Justiça Eleitoral, têm objetivos inconfessáveis.
Neste sábado, por exemplo, foram convocadas novas manifestações contra a presidente da República. A convocação partiu do adversário que ela derrotou nas urnas há 40 dias.
Ignorando o envolvimento de seu partido em denúncias de corrupção, Aécio convocou a voltar à rua hoje o que a Folha de São Paulo chamou de nova militância – bandos de extrema-direita que pedem volta da ditadura militar. O objetivo escancaradamente anunciado é o de não deixar diminuir a “mobilização” contra o mandato popular da adversária.
A intenção da oposição e dos maiores grupos de mídia vai ficando bastante clara. A recusa oposicionista em aprovar a mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias, arrancada a fórceps pela base aliada, e as seguidas obstruções no Congresso a todas as matérias de interesse do governo, revelam a intenção de paralisá-lo.
Declaração recente de Aécio Neves no sentido de querer a presidente da República “no chão” significa, por exemplo, fragilizar a relação do governo brasileiro com a comunidade internacional.
Em um quadro político como esse, mesmo com uma equipe econômica “palatável” aos grandes empresários e ao mercado financeiro, não é difícil supor que a grande aposta nessa equipe, de que faria com que os investimentos privados fossem retomados, será frustrada. E sem investimentos não haverá crescimento econômico.
Antes da eleição presidencial, grandes empresários congelaram investimentos de forma a criar uma situação de estagnação econômica que pudesse favorecer a eleição do candidato desse setor da sociedade, o candidato do capital, que quase foi Marina Silva e acabou sendo Aécio Neves.
Houve, também, empresários que pararam de investir por medo do cenário político e do terrorismo econômico da mídia, mas os maiores empresários e investidores pararam de investir para frear o crescimento e dar discurso à oposição.
Agora, com a reeleição de Dilma materializada e com a recusa da oposição e de setores da mídia a aceitar a vontade das urnas, o que pode ocorrer, apesar da equipe econômica “palatável”, é haver medo generalizado de investir, até porque surgem dúvidas quanto à continuidade de um governo que todo dia está sofrendo ameaças de ser derrubado.
O PSDB e os grandes grupos de mídia querem a paralisia do governo a fim de afundar a economia. Anseiam por recessão e desemprego de forma a facilitar um processo de impeachment ou, na melhor das hipóteses, que o país permaneça em crise pelos próximos quatro anos, sem crescimento, com aumento dos problemas sociais e econômicos, de forma a garantir a retomada do poder em 2018.
O Brasil, pois, está sendo sabotado em benefício dos interesses políticos de grupos que, apesar do crescimento oposicionista nas eleições deste ano, ainda não foram capazes de retomar o poder. O sofrimento que essa sabotagem irá impor ao povo é objeto do desejo do PSDB, do DEM, do PPS, do PSB e da grande mídia.
Nesse momento, Dilma, solitariamente, terá que decidir se aceita a guerra aberta que a oposição deseja, com tudo que implica, ou se vai contornando a situação.
Porém, essa reação à altura de Dilma e do PT, amplamente desejada pela militância que apoia a presidente e seu partido, implica em riscos. Por certo que sob a liderança do governo e de sua titular a reação levaria à rua movimentos sociais, sindicatos, enfim, todas as forças que compõem a esquerda. Porém, é preciso refletir sobre tal caminho.
Se você fizer hoje uma caminhada diurna pela avenida Paulista vestindo uma camiseta vermelha, mesmo que não seja uma camiseta do PT com absoluta certeza ouvirá insultos. Se a caminhada for noturna, a chance de agressão física será enorme.
Imagine agora, leitor, se na próxima vez que a oposição levar seus bate-paus para empastelar o Congresso o PT fizer o mesmo, levando movimentos sociais como MST ou CUT para enfrentá-los. Eis que veremos inaugurada uma guerra civil no país. Compatriotas irão se digladiar. Talvez até a tiros. Poderia haver mortos e feridos.
Quem tem visto a truculência dos fascistas de extrema-direita que devem voltar hoje às ruas de São Paulo não tem dúvida de que se uma manifestação como essa deparar com outra de viés político-ideológico inverso, sangue irá correr.
Esse, aliás, é o objetivo claro da direita tucano-midiática. Havendo um caos dessa magnitude dirão que Dilma perdeu o controle do país e não tem mais condições de governar. Eis por que as provocações de Aécio e da mídia não param. Querem que a esquerda entre no seu jogo e o país mergulhe no caos, com violência nas ruas e a economia afundando.
É hora, pois, de manter a cabeça fria. O grupo político que está promovendo esse clima no país é composto por facínoras, hipócritas, capazes de acusar os adversários de corrupção apesar de serem protagonistas de incontáveis escândalos, os quais só conseguem abafar graças ao apoio da mídia corporativa, que lhes proporciona blindagem.
Há momento de atacar e de defender. Se o adversário quer reação, há que negá-la. As provocações de Aécio e seus comparsas não estão sendo premiadas por Dilma porque pretendem convulsionar o país a poucas semanas de a presidente tomar posse do segundo mandato. Não seremos ingênuos fazendo o jogo desses vagabundos.
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