Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 6 de janeiro de 2015

O três em um do Lula no Guarujá, 25 anos depois

raridades

por Luiz Carlos Azenha

Se você falar num “três em um” numa rodinha de jovens muitos vão fazer cara de paisagem. É o mesmo que falar em óleo de fígado de bacalhau, DKV ou Olivetti.

Em 1989 ter um “três em um” em casa era símbolo de status. Especialmente aqueles que vinham acompanhados de grandes caixas de som. Vitrola, toca-fitas e rádio, tudo num mesmo aparelho!

Eu morava, então, em Nova York. Era correspondente da TV Manchete.
Testemunhei um momento histórico, via satélite. A Globo colocou ao vivo o sinal do debate presidencial entre Lula e Fernando Collor para ser visto na cidade. Se não me engano, foi num restaurante da rua 46, então a rua dos brasileiros em Manhattan, hoje tomada por comerciantes coreanos.

Durante o debate, Collor “acusou” Lula de um pecado imperdoável para um operário “igualzinho a você” — era o slogan utilizado pela campanha de Lula: ter um “três em um” sofisticado.

O simbolismo era inescapável: o dirigente sindical teria dirigido as grandes greves do ABC em busca de vantagens pessoais. Era um aproveitador. Nos bastidores, dizia-se também que Lula tinha abandonado a cachaça e aderido ao uísque importado, como se isso fosse um crime lesa Pátria.

Na época, ninguém perguntou se Collor também tinha “três em um” em casa. Logo ele, filhinho de papai da oligarquia alagoana! Era o máximo da desfaçatez.
Lembrei-me do episódio ao receber, por e-mail, os links de várias reportagens de O Globo e da Folha sobre o triplex do Lula no Guarujá.

O ex-presidente declarou pagamentos feitos à cooperativa responsável pelo imóvel em 2006. Disse ao imposto de renda ter pago R$ 47.695,38 até então. O valor total foi quitado em 2010.

Em nota, o instituto Lula falou em “suposto apartamento”, já que o ex-presidente nunca ocupou o imóvel e nem assumiu oficialmente a propriedade. Esclareceu que a primeira dama Marisa Letícia comprou uma cota do prédio em 2005, da Bancoop, paga em prestações. O casal não decidiu ainda se fica com o imóvel.

Para turbinar a notícia, a Folha cita corretores não identificados que avaliaram o apartamento em R$ 1,5 milhão. Minha sugestão é que o Otavinho compre o imóvel por este preço. Dinheiro certamente não é problema para o 

dono da Folha. Nem para os bilionários irmãos Marinho, tão interessados no caso.

marinho

Independentemente da “avaliação” da Folha estar ou não correta, é óbvio que o imóvel é compatível com a renda de um presidente que cumpriu oito anos de mandato, pagou em prestações e hoje viaja o mundo dando palestras.

A questão aqui é outra: por que sabemos tudo sobre o apartamento de Lula e absolutamente nada sobre os imóveis de Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Alckmin e Aécio Neves? Em nome de quem está o apartamento que Aécio ocupa em Belo Horizonte, por exemplo? FHC tem mesmo um apartamento na avenue Foch, em Paris?

A explicação é simples e repetitiva: dois pesos, duas medidas.

Vinte e cinco anos depois, com a perspectiva de Lula se candidatar em 2018, o “três em um” se tornou “triplex”.
É bala na agulha para enredar o ex-presidente com uma das acusadas na Operação Lava Jato, a empreiteira OAS, que concluiu as obras do edifício no Guarujá.

O ex-presidente deve estar acostumado.

Em 1989, na reta final da campanha, a ex-namorada de Lula, Miriam Cordeiro, apareceu no Jornal Nacional e na campanha de TV de Fernando Collor acusando Lula de ter sugerido a ela que abortasse a filha Lurian, além de falar mal dos negros.

O jornal O Globo chegou a produzir um editorial justificando a baixaria, intitulado O Direito de Saber. Trecho:
Até que anteontem à noite surgiu nas telas, no horário do PRN, a figura da ex-mulher de Lula, Miriam Cordeiro, acusando o candidato de ter tentado induzi-la a abortar uma criança filha de ambos, para isso oferecendo-lhe dinheiro, e também de alimentar preconceitos contra a raça negra.
A primeira reação do público terá sido de choque, a segunda é a discussão do direito de trazer-se a público o que, quase por toda parte, se classificava imediatamente de ‘baixaria’.
É chocante mesmo, lamentável que o confronto desça a esse nível, mas nem por isso deve-se deixar de perguntar se é verdadeiro. E se for verdadeiro, cabe indagar se o eleitor deve ou não receber um testemunho que concorre para aprofundar o seu conhecimento sobre aquela personalidade que lhe pede o voto para eleger-se Presidente da República, o mais alto posto da Nação.
Que ironia!

As mesmas Organizações Globo nunca acreditaram que o eleitor brasileiro tinha o direito de saber que Fernando Henrique Cardoso teve um caso com uma repórter da emissora, ANTES de ser candidato pela primeira vez ao Planalto.

Do caso teria nascido uma criança.

Ambos, mãe e filho, viveram “exilados” na Europa, uma notícia que só foi dada pela revista Caros Amigos no ano 2000! O filho, revelou muito mais tarde um exame de DNA, afinal não era, mas sempre foi tratado como herdeiro.

O brasileiro nunca teve — e provavelmente jamais terá — o direito de saber deste logro histórico! Pelo menos não nas páginas dos jornalões e nos telejornais da Globo.

Leia também:

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

ÚLTIMO DEBATE NA GLOBO: “O MAIS SÓRDIDO DA MINHA VIDA!” Vai ser assim: o melhor do Collor e o pior da Dilma …

Alberico e Ronald: os albericos mudam, mas a cadeira é a mesma, não é, Mino ?

O amigo navegante Sergio Figueiredo envia essa peça histórica, uma das mais sórdidas da historia do “jornalismo” de televisão no mundo !

É o que a mesma Globo se prepara para fazer no último debate, na ante-vespera da eleição.

Os albericos mudam, mas O Golpismo, construído no manchetômetro, se senta na mesma cadeira.


Em tempo: compare a dignidade do editor Octavio Tostes com a de seus superiores, Alberico e Ronald … Não é à toa que o Mino diz que, no Brasil, os jornalistas são piores que os patrões.

Clique aqui e veja que o Boni admite que a Globo trabalhou para o Collor 


Paulo Henrique Amorim


Último debate: Globo quer o poder A Globo não abre mão do poder de dar o último Golpe, como deu em Lula.

A Globo Overseas pratica o manchetômetro.

O William Bonner trata a presidenta com o dedo indicador apontado e retém 40% do tempo do programa com perguntas que são editoriais.

A Globo Overseas Investment BV não paga o DARF (o Skaf prefere não pagar o IPTU) e dá uma banana para a Receita Federal.

E a Globo realiza o último debate das campanhas presidenciais.

O debate sempre é feito na sexta-feira.

A eleição é no domingo.

Na sexta-feira, vai ao ar o ÚLTIMO programa do horário eleitoral gratuito, ANTES do debate.

No sábado, ao longo do dia, a Globo tem o PODER de “editar” o debate do jeito que ela quiser e, no jornal nacional do sábado, VÉSPERA da eleição, dizer quem ganhou e quem perdeu.

No domingo, dia da eleição, quando o Globope e o Datafalha divulgarão suas pesquisas com margem de erro com a flexibilidade do bumbum das assistentes de palco da Globo, o PiG impresso reproduzirá a versão do debate que o jn apresentar no sábado.

É a sopa no mel do Golpe !

No debate Collor vs Lula, a Globo, por instrução do Dr Roberto Marinho ao Alberico de Souza Cruz, a Globo deu o “bom” do Collor e o “mau” do Lula, e mandou o Alexandre Maluf Garcia dizer, num editorial, que aquilo expressava a verdade dos fatos e a materialização da Democracia (do Dr Roberto).

Clique aqui para ler o que o Ricardo Kotscho, então assessor do Lula, contou sobre o papel do Alberico na negociação do Collor com a Globo.

Depois da “edição do bom e do mau”, o Armando Nogueira, o Boni e o próprio Collor admitiram que a Globo tinha sido parcial – para dizer pouco.

O Armando – então diretor de jornalismo – chegou a dizer que Alberico o “apunhalara pelas costas”.

Em 2006, já na jestão (com “j”, revisor, diante da vertiginosa queda da audiência dos telejornais (sic) da casa) o Gilberto Freire com “i“ (*) conseguiu levar a eleição para o segundo turno, com a edição do ÚLTIMO debate.

Lula se recusou a ir.

“I” deixou uma cadeira vazia no estúdio e Bonner a ela se referia com o coração partido ( de alegria !).

“I” divulgou a foto dos “aloprados”, uma gentileza do delegado Bruno (onde andará ele ?) ao Rodrigo Boccardi.

E, num gesto que se inscreveu em mármore da História do Jornalismo Brasileiro Contemporâneo, ignorou o desastre da Gol que matou centenas de brasileiros para não “desmontar” a paginação do jornal nacional !

Clique aqui para ler “o primeiro Golpe já houve, falta o segundo, do ‘I’ ”.

Neste momento da campanha presidencial de 2014 – clique aqui para ler o DataCaf, que desmoraliza o Datafalha e o Globope – se trava uma batalha surda.

A equipe da Presidenta Dilma não quer o debate na sexta-feira, mas uns dois ou três dias antes.

A Globo NÃO QUER !

Não quer por que, amigo navegante ?

Para poder decidir a eleição, como fez em favor do Collor e do Alckmin.

A Globo quer preservar o poder de dar o Golpe !

O Conversa Afiada tem informação grave e previsível: os dois outros candidatos estão ao lado da Globo.

(E do Itaúúú, seu maior patrocinador. Não é, Luciano ?).

Como diz o Mino, é tudo a mesma sopa !

Bláblárina – clique aqui para contemplar o desastre que foi a participação dela no jn em 2010 – e o Aecioporto do Titio preferem que a Globo, no sábado, véspera da eleição, massacre a Dilma.

O “I” faria o que eles não conseguirão ao longo da campanha.

Afinal, a Globo está aí para essas coisas !

Trava-se uma batalha de sangue.

A golpes de punhal.

Como diz o Conversa Afiada, essa eleição é sobre a Globo e a Petrobras.

Clique aqui para ler “O último debate na Globo é uma cilada”.

Em tempo: a Bláblárina viajou no jatinho sem dono ?


Paulo Henrique Amorim


(*) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com “ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Boni confessa manipulação do debate Lula x Collor

 
 

Entre Collor e Boni, sou mais o Boni

O Dr Roberto chegou atrasado à posse

Saiu na Folha (*):

Ex-executivo da Globo mentiu sobre debate, diz Collor


Ex-presidente nega ter recebido ajuda de Boni ao se preparar para confronto com Lula na eleição de 1989. Envolvimento com a campanha de Collor teve caráter ‘pessoal e informal’, afirma diretor da Rede Globo


NELSON DE SÁ

ARTICULISTA DA FOLHA


O ex-presidente Fernando Collor reagiu ontem a uma entrevista em que José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, principal executivo da Rede Globo durante a campanha eleitoral de 1989, descreveu os “palpites” que teria dado ao então candidato, antes do debate que antecedeu o segundo turno da eleição.


“Nós fomos procurados pela assessoria do Collor”, declarou Boni à Globo News, no sábado. Miguel Pires Gonçalves, então superintendente da Globo, teria pedido a Boni que “desse alguns palpites” para a apresentação de Collor no debate.


“Nunca pedi a ninguém para falar com o Boni, meu contato era direto com o doutor Roberto”, rebate Collor, referindo-se a Roberto Marinho, na época presidente das Organizações Globo.


Collor também nega as outras declarações de Boni, que detalhou o que teria feito: “Conseguimos tirar a gravata do Collor, botar um pouco de suor com uma glicerinazinha, e colocamos as pastas todas que estavam ali, com supostas denúncias contra o Lula, mas que estavam vazias ou com papéis em branco”.


“Nunca tirei a gravata nos debates. Mentira”, rebate Collor. “Suor: nem natural nem aspergido pelo Boni. Glicerina: mais uma viajada na maionese. Pastas vazias: ao contrário, cheias de papéis, números da economia, que sequer utilizei.”


Segundo Boni, “todo aquele debate foi produzido”, na “parte formal”, sendo de Collor “o conteúdo”. E novamente, segundo Collor, não houve “debate produzido: um foi na Manchete e o segundo foi na Band”. Em “resumo, o Boni despirocou”.

(Segue-se uma declaração de Ali Kamel, em apoio a Boni, que termina assim:

Segundo Kamel, “foi uma iniciativa do Boni, como cidadão, mesmo que com o consentimento de Roberto Marinho”. Ele acrescenta, “com segurança, que, se o episódio era factível no contexto histórico da época, hoje ele seria de todo impossível”, na Globo.
 
 
Boni jamais ajudaria o Collor sem o consentimento do Dr. Roberto.
Não tem essa de “iniciativa do Boni”.
Nem ele nem o Miguel Pires Gonçalves seriam capazes, por exemplo, de dar uma mãozinha ao Lula.
Não é verdade que o Collor só tratasse com o Dr Roberto.
A linha direta do Collor na Globo era o diretor de jornalismo (um pouco menos poderoso que o Kamel), Alberico de Souza Cruz.
(Alberico é o autor da obra prima que foi a edição do jornal nacional na véspera da eleição do segundo turno, com a edição do debate.
Trata-se de rasteira manipulação, que está nas antologias das melhores escolas de jornalismo do mundo, no capítulo “como usar a televisão para manipular um resultado eleitoral”.
Outro exemplo neste mesmo capítulo foi o que a Televisa mexicana fez para tirar a eleição de Cuahautémoc Cárdenas e dar a Carlos Salinas de Gortari, o FHC deles.
Foi quando o Dr Roberto mandou editar o debate de forma que só aparecesse o que fosse bom para o Collor e o que fosse mau para o Lula.
(Sobre este assunto, escrevi para a Carta Capital uma analise de um livro que tem duas dezenas de elogios ao dr Roberto e pretende ser uma “análise” da relação Collor x imprensa. Vale a pena! )
Foi exatamente essa linha direta com o futuro presidente da República que levou o Dr Roberto a derrubar o Armando Nogueira e colocar o Alberico no lugar dele.
Dr Roberto entrou na eleição com o pé errado.
Apoiou Covas, Quércia e só foi apoiar o Collor quando o Collor aparecia claramente como o único que podia derrotar Lula e Brizola.
Quem sempre esteve ao lado do Collor (e do Quércia) foi o Alberico.
Este ansioso blogueiro não tem como atestar a veracidade de todas as informações do Boni.
Mas, não tem dúvida de que a Globo “produziu” o Collor.
Para o Collor, o Alberico era muito mais importante do que a Belisa Ribeiro, sua marqueteira.
Hoje, talvez fosse impossível o Boni fazer o que fez pelo Collor.
De fato, o Ali Kamel talvez tenha razão.
Porém, só os métodos mudaram.
Agora, a produção se faz com outros instrumentos.
Levar a eleição de 2006 para ao segundo turno, ao ignorar o desastre da Gol, como fez o Ali Kamel.
Com a parcialidade do Casal 45, ao interrogar os candidatos Cerra e Dilma, na eleição de 2010: “mil perdões, candidato”.
O mil perdões está no jornal nacional desses dias.
Levar onze dias para denunciar a Chevron do Cerra.
Abafar a Controlar e o João Faustino do Cerra.
O método é outro.
A parcialidade, a mesma.
A manipulação para ganhar a eleição – a mesma.
Agora, entre uma reconstituição histórica e outra, prefiro a do Boni.



Em tempo: essas mal traçadas linhas sofrem de parcialidade, elas mesmas. Este ansioso blogueiro, profissional de televisão, deve ao Boni a fundação da televisão no Brasil. Televisão que este ansioso blogueiro critica. Mas, que se tornou uma indústria e, em certos momentos, de alta qualidade, devido, sobretudo ao Boni. E isso só foi possível, porque quando o Boni e o Walter Clark chegaram à Globo, os filhos do Roberto Marinho ainda não tinham idade para tocar o negócio. Quando atingiram a maioridade e foram tocar o negócio, a coisa desandou.  Fazem até hoje a televisão que o Boni deixou lá, do ponto de vista artístico e de programação. E mal sabem eles que o Boni, se pudesse, já tinha trocado isso tudo. A Boni o que é do Boni !


Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

 

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O que Lula faria se Ali Kamel manipulasse o debate

Um dos momentos mais trevosos da televisão brasileira tornou-se um exemplo mundial de como a televisão pode manipular uma eleição.

Trata-se da edição do jornal nacional na véspera da eleição do segundo turno com o debate entre Collor e Lula.

Roberto Marinho mandou editar tudo o que Collor fez de bom e tudo o que Lula fez de mau. 

A seguir, entrou um editorial lido por Alexandre Maluf Garcia que associava a vitória de Collor aos mais elevados princípios da Democracia.

Livros de jornalismo pelas faculdades do mundo afora tratam desse episódio com espanto e horror.

Vamos supor que esta seja uma das últimas balas de prata do Serra e do Ali Kamel.

Ou, o que dá no mesmo, do Ali Kamel e do Serra.

Ali Kamel, o mais poderoso e obstinado jornalista que a Rede Globo já teve, é especialista em levar eleições para o segundo turno.

Uma edição do jornal nacional que ignorou a tragédia da Gol levou para o segundo turno a eleição de 2006.

Clique aqui para ler: “O primeiro Golpe já houve, falta o segundo”.

Conversa Afiada tem dito que o importante não é o debate mas, a edição do debate.

Vamos supor que a Globo resolva reeditar amanhã o debate entre Collor e Lula: tudo de bom do Serra e tudo de mau da Dilma.

Trata-se de uma suposição.

O que o Lula poderia fazer ?

O Lula poderia convocar uma rede de rádio e televisão na sexta à noite e no sábado e desmascarar o Kamel e a Globo.

Ao contrário de 89, na eleição de Lula e Collor, hoje tem Internet.

Hoje tem blog sujo.

Hoje tem Twitter.

E o debate, numa versão fidedigna, com uma edição equilibrada, estará no ar poucos minutos depois de encerrar-se e nessa entrada em rede nacional o Lula poderia exibir o debate de uma forma levemente diferente daquela que a Globo exibisse.

Este Conversa Afiada gostaria muito que isso acontecesse.

Este final melancólico de campanha permitiu que se afundassem nas límpidas águas do Tietê, uns enrolados nas tripas dos outros, como sugeria Voltaire, Serra, Dantas e Gilmar.

Se a Globo ousar fazer da edição do debate um novo exemplo de manipulação o Lula, por suposição, poderia enrolar as tripas do Ali Kamel nas tripas dos filhos do Roberto Marinho e jogar nas águas limpas do Rio Pinheiros.

Seria o glorioso funeral de um Brasil morto e provisoriamente insepulto.



Paulo Henrique Amorim