*'FOLHA DE SÃO PAULO': DÉFICIT DE JORNALISMO OU AUTO-DEFESA? em reportagem desta 2ª feira, o jornal nomeia o que seria, no seu entender, a lista de 'todos os homens de Cacheira'** espertamente, porém, omite a relação correspondente ao dispositivo midiático do bicheiro; incompetência jornalística ou auto-defesa? a ver** ATO CONTRA A PRIVATARIA NA TV CULTURA: nesta 3ª feira, no Sindicato dos Engenheiros de SP (leia mais nesta pág) ** Governo lança amanhã pacote de R$ 18 bi de proteção à indústria, contra a desordem neoliberal** sistema financeiro estatal vai reforçar barragem em defesa da indústria e da infraestrutura brasileira (LEIA o debate sobre o desenvolvimentismo, nesta pág)
Numa das constrangedoras conversas entre o senador Demóstenes Torres (DEM), relator do projeto da Ficha Limpa, e o contraventor Carlinhos Cachoeira, o primeiro relata que havia recebido um bilhente do Eurípedes cobrando providências sobre um determinado assunto. A pergunta que não quer calar, e que os jornais não respondem: quem é Eurípedes? Uma pista: as gravações da Polícia Federal mostram mais de 200 telefonemas trocados entre Carlinhos Cachoeira e o jornalista Policarpo Jr., diretor da sucursal de Brasília da revista Veja. O artigo é de Jorge Furtado.
Jorge Furtado - Blog do Jorge Furtado
(*) Texto publicado originalmente no blog do Jorge Furtado em 31/03/2012.
Demóstenes foi eleito senador por Goiás com o número 251. Se você quiser jogar no bicho, invertido do primeiro ao quinto, lembre-se que 51 é galo.
Todos os jornais de hoje (31) reproduzem trecho das conversas gravadas, com autorização judicial, entre o Senador Demóstenes Torres (DEM) e o contraventor Carlinhos Cachoeira (no momento, preso).
Os constrangedores diálogos não deixam qualquer dúvida de que o senador – líder do DEM, relator do projeto da Ficha Limpa, autor de projeto de lei que transforma a corrupção em crime hediondo, crítico feroz dos governos Lula e Dilma, paladino da moral e dos bons costumes – nada mais era que um despachante do bicheiro de Goiás.
Um trecho da conversa:
Demóstenes - Seguinte, recebi um bilhete aqui do Eurípedes. Teve hoje aqui para tratar com o negócio e encontrou com o Dadá, com o ex-presidente da Infraero José Carlos Pereira, que não resolve nada. Eles estão atrás daquele trem para ver se anda. Você podia cobrar do Dadá para ver se anda ou se não anda (...)
A pergunta que não quer calar, e que os jornais não respondem: quem é Eurípedes?
Uma rápida consulta ao Google:
Demóstenes, o primeiro citado: Demóstenes (384 a.C. - 322 a.C.) foi um proeminente orador e político grego, de Atenas.
Eurípedes, o primeiro citado: Eurípides (Salamina c. 480 a.C. - Pela, Macedônia, 406 a.C.) foi um poeta trágico grego, do século V a.C., o mais jovem dos três grandes expoentes da tragédia grega clássica, que ressaltou em suas obras as agitações da alma humana e em especial a feminina.
Demóstenes, o segundo citado: Gravações feitas pela Polícia Federal mostram indícios de que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) negociava no Congresso projetos de interesse do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e revelam o interesse do senador em interferir em contratos da Infraero, empresa estatal que administra os aeroportos brasileiros.
Eurípedes, o segundo citado: Eurípedes Alcântara é um jornalista brasileiro, atual diretor editoral da revista Veja, publicada pela editora Abril.
Uma pista: as gravações da Polícia Federal mostram mais de 200 telefonemas trocados entre Carlinhos Cachoeira e o jornalista Policarpo Jr., diretor da sucursal de Brasília da revista Veja.
A decisão da Justiça, que botou a quadrilha na cadeia, diz o seguinte, na página 3:
“Detectou-se ainda, nas investigações, os estreitos contatos da quadrilha com alguns jornalistas para a divulgação de conteúdo capaz de favorecer os interesses do crime”.
Todos os jornais de hoje trazem muitas matérias sobre a morte de Millôr Fernandes, gênio da raça, e também sobre o fim da carreira política do ex-moralista Demóstenes Torres. Nenhuma fala da revista Veja, onde Millôr escreveu por muitos anos e que, muito provavelmente, serviu de braço midiático da quadrilha de Goiás.
A primeira omissão é pelo mais justificado respeito. A segunda, pelo mais cretino corporativismo.
Para ler a decisão da Justiça, clique aqui.
Demóstenes foi eleito senador por Goiás com o número 251. Se você quiser jogar no bicho, invertido do primeiro ao quinto, lembre-se que 51 é galo.
Todos os jornais de hoje (31) reproduzem trecho das conversas gravadas, com autorização judicial, entre o Senador Demóstenes Torres (DEM) e o contraventor Carlinhos Cachoeira (no momento, preso).
Os constrangedores diálogos não deixam qualquer dúvida de que o senador – líder do DEM, relator do projeto da Ficha Limpa, autor de projeto de lei que transforma a corrupção em crime hediondo, crítico feroz dos governos Lula e Dilma, paladino da moral e dos bons costumes – nada mais era que um despachante do bicheiro de Goiás.
Um trecho da conversa:
Demóstenes - Seguinte, recebi um bilhete aqui do Eurípedes. Teve hoje aqui para tratar com o negócio e encontrou com o Dadá, com o ex-presidente da Infraero José Carlos Pereira, que não resolve nada. Eles estão atrás daquele trem para ver se anda. Você podia cobrar do Dadá para ver se anda ou se não anda (...)
A pergunta que não quer calar, e que os jornais não respondem: quem é Eurípedes?
Uma rápida consulta ao Google:
Demóstenes, o primeiro citado: Demóstenes (384 a.C. - 322 a.C.) foi um proeminente orador e político grego, de Atenas.
Eurípedes, o primeiro citado: Eurípides (Salamina c. 480 a.C. - Pela, Macedônia, 406 a.C.) foi um poeta trágico grego, do século V a.C., o mais jovem dos três grandes expoentes da tragédia grega clássica, que ressaltou em suas obras as agitações da alma humana e em especial a feminina.
Demóstenes, o segundo citado: Gravações feitas pela Polícia Federal mostram indícios de que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) negociava no Congresso projetos de interesse do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e revelam o interesse do senador em interferir em contratos da Infraero, empresa estatal que administra os aeroportos brasileiros.
Eurípedes, o segundo citado: Eurípedes Alcântara é um jornalista brasileiro, atual diretor editoral da revista Veja, publicada pela editora Abril.
Uma pista: as gravações da Polícia Federal mostram mais de 200 telefonemas trocados entre Carlinhos Cachoeira e o jornalista Policarpo Jr., diretor da sucursal de Brasília da revista Veja.
A decisão da Justiça, que botou a quadrilha na cadeia, diz o seguinte, na página 3:
“Detectou-se ainda, nas investigações, os estreitos contatos da quadrilha com alguns jornalistas para a divulgação de conteúdo capaz de favorecer os interesses do crime”.
Todos os jornais de hoje trazem muitas matérias sobre a morte de Millôr Fernandes, gênio da raça, e também sobre o fim da carreira política do ex-moralista Demóstenes Torres. Nenhuma fala da revista Veja, onde Millôr escreveu por muitos anos e que, muito provavelmente, serviu de braço midiático da quadrilha de Goiás.
A primeira omissão é pelo mais justificado respeito. A segunda, pelo mais cretino corporativismo.
Para ler a decisão da Justiça, clique aqui.
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