Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 12 de junho de 2013

MARIA INÊS NASSIF: 'MENSALÃO' TORTUROU A REALIDADE PARA EXTRAIR A 'PROVA' DO CRIME


*Indústria mostra maior vigor em abril; dólar estabiliza com ação do BC e inflação desacelera na 1ª quadrissemana de junho: o que sobrou para as manchetes desta 4ª feira? 

**Brasil enfrenta transição de ciclo de desenvolvimento, mas jogral midiático repete a mesma pauta desde 2002: restabelecer o ajuste ortodoxo e derrotar o PT

**A verdade que envergonha a USP: A Universidade de São Paulo e a Congregação do Instituto de Química demitiram a professora Ana Rosa Kucinski em 1975, 'por abandono de função', quando era amplamente conhecida a sua condição de desaparecida política 

** Morre, aos 90 anos, Jacob Gorender: historiador marxista e militante da resistência à ditadura 


Para justificar a denúncia de que o chamado Mensalão foi um
esquema do PT para comprar apoio de outros partidos no Congresso, para assuntos de interesse do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, partiu da tese de que o dinheiro do Fundo de Incentivo Visanet (FIV), que era usado pelo BB para promover a marca Ourocard e o uso dos cartões de débito Eléctron, financiou este esquema. Fazia as campanhas para o Banco do Brasil a agência de publicidade DNA, do empresário Marcos Valério, por força de uma licitação que datava do ano 2000. O então procurador-geral, Fernando de Souza, incluiu apenas o nome do diretor de Marketing do BB, Henrique Pizzolato, ligado ao PT, na denúncia apresentada ao STF e excluiu os outros três executivos da mesma área. Um deles era Claudio Vasconcelos. Se fosse aceita a tese de coautoria, os quatro teriam que ser denunciados - e, neste caso, a narrativa do 'mensalão' enfrentaria um grande complicador: três deles, os excluídos, estavam no BB antes do governo Lula, nomeados na gestão Fernando Henrique Cardoso. Pior, os procedimentos contábeis  considerados irregulares, reiterados pela denúncia de Souza ao STF, datavam de 2001, dois anos antes de Pizzolato assumir a direção de Marketing do banco.



A verdadeira agenda e os interesses da revista "The Economist"

Que o braço televisivo das empresas de entretenimento e desinformação da Globo assuma como suas as provocações da The Economist é um fato repetido que não merece nenhum comentário novo. O que merece uma menção é o reiterado uso, por parte de seus jornalistas, do adjetivo “prestigiosa”. Na verdade, essa publicação é um órgão ideológico e um instrumento político do capital transnacional que busca ficar com a maior parte dos excedentes da sétima economia mundial. O mais recente "capricho" da The Economist é querer derrubar o ministro Guido Mantega. Por Dario Pignotti.


“Nenhuma organização midiática carece de um conjunto de conteúdos para demarcar a agenda (que está ligada a seu país de origem)...nem a BBC, nem a CNN prejudicariam os interesses nacionais” da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos, respectivamente, afirmou Liu Chi, editora-chefe da CCTV, a televisão estatal da China, que destinou 8,5 bilhões de dólares para a expansão de seu sistema de informações destinado especialmente ao público ocidental.

A tese de Liu Chi, sobre o vínculo umbilical entre grandes meios de comunicação, de projeção global, e seus interesses nacionais, é perfeitamente aplicável ao influente, mas já não tão infalível New York Times (que teve a credibilidade arranhada após seu alinhamento patriótico com George W. Bush, na Guerra do Golfo), ao The Wall Street Journal, ao Financial Times e também a essa velha dama de ferro do jornalismo, The Economist, que retornou ao centro da agenda noticiosa brasileira com seus disparos dirigidos contra o ministro Guido Mantega.

Ainda que antiga, a revista que este ano celebra seu 170º aniversário, não perdeu o ímpeto e segue pressionando de modo um tanto imperial as potências emergentes, aqueles países que, em sua opinião, precisam receber lições sobre como superar a idade da barbárie econômica (leia-se: populismo, desenvolvimentismo, nacionalismo, intervencionismo, esquerdismo, distribucionismo) para chegar a um estado civilizatório superior: o do livre mercado absoluto.

Por sua fé neoliberal (ou liberal, simplesmente), The Economist às vezes evoca aquela Margaret Thatcher enlouquecida na “missão” de impor seu modelo e os interesses representados pelo Partido Conservador, em uma cruzada tão exitosa que acabou por deglutir o ideário econômico dos outrora reformistas quadros do Partido Trabalhista, degradados na figura de Tony Blair ao triste papel de mensageiros do decálogo neoliberal.

A falecida primeira ministra Thatcher, provinciana e pouco erudita, aplicou na Grã Bretanha a política mais regressiva desde o pós-guerra por meio de reformas (melhor seria chamá-las de contrarreformas) legislativas e uma repressão pinochetista contra os mineiros que tentaram, em vão, impor algum freio a sua agenda em defesa de um Estado mínimo.

Bem escrita, cuidadosa nos adjetivos que usa, editada com maestria, refinada, mordaz e, sobretudo, anglo-saxã: The Economist é um produto de qualidade, muito distinto do às vezes vetusto The Wall Street Journal.

Mas essa fleuma não impede que The Economist seja um órgão ideológico e um instrumento político com seu programa e seus objetivos, como qualquer meio de comunicação de porte global. Seu compromisso é impor sua agenda radical no debate econômico e aniquilar todo vestígio do que considera ser populismo estatista.

Seu último capricho, que põe a prova sua capacidade de pressão, parece ser querer derrubar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em quem detecta um vestígio do pensamento e da ação econômica que julga uma “herança do atraso”: o risco de regressar a uma era pré-thatcherista.

Um editor e o colunista de economia do Jornal das Dez, da Globo News, concederam amplo destaque às recomendações escritas por The Economist em sua última edição, na qual, com um senso de humor impregnado de desprezo, disse que não recomendará mais a queda de Mantega, sabendo que a presidenta Dilma Rousseff rechaça imposições, como ela mesmo afirmou na cúpula do BRICS realizada na África do Sul, frente a primeira investida da publicação londrina.

Que o braço televisivo das empresas de entretenimento e desinformação da Globo assuma como suas as provocações da The Economist é um fato repetido que não merece nenhum comentário novo. O que merece uma menção é o reiterado uso, por parte de seus jornalistas, do adjetivo “prestigiosa”. 

Como já foi assinalado acima não está em discussão a qualidade dos textos, nem o rigor da informação publicada pelo semanário, mas seu principal traço, muito mais que o prestígio, é sua influência, e esta é filha da repercussão propagandística de seus ataques políticos na forma de artigos jornalísticos.

O que a política econômica personalizada em Mantega ameaça, para publicações como The Economist, Financial Times, The Wall Street Journal e para agências de risco como a Standard and Poors, não são ideias, mas sim a disputa do capital transnacional para ficar com a maior parte dos excedentes da sétima economia mundial.

Quando as multinacionais da informação, que elevam a The Economist à condição de bíblia, demandam “confiabilidade” e “segurança jurídica”, na verdade estão utilizando um eufemismo para chantagear governos periféricos para que renunciem a toda soberania econômica e eliminem todo tipo de regulações. O modelo a ser imitado é o Chile e, mais recentemente, a Aliança para o Pacífico.

Dessa forma, inventa-se uma espécie de Pensamento Único Econômico, um consenso imposto a força, que não é filho da liberdade de expressão ou do pluralismo, mas sim da imposição e dos ataques aos interesses nacionais de países do sul.

Está certo Mantega quando assinala que “The Economist aposta em uma política conservadora...porque critica as políticas de estímulo (à produção e ao consumo), que é uma política que dá resultados, como deram, por exemplo, em 2008”. Na contramão do grosso dos economistas, Mantega, não fugiu da polêmica com a publicação britânica, identificando-a como um órgão alinhado com a direita europeia.

A revista, disparou o ministro brasileiro, “deve ter a mesma opinião que o governo de seu país (Grã-Bretanha) e dos estados europeus em geral (cujas políticas econômicas) que tiveram um resultado o qual não preciso mencionar”. Como era de se esperar, as afirmações de Mantega não mereceram nenhuma repercussão nos veículos de imprensa dominantes em nível global, associados em sua maioria ao credo e aos interesses encarnados pela The Economist.

(*) Correspondente, Doutor em Comunicação e Mestre em Relações Internacionais (@DarioPignotti).

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Para entender a exploração do pré-sal


Diante da notícia de que o Governo resolveu marcar para outubro a primeira licitação para a exploração de uma nova área do pré-sal, muita confusão  vai se formar na cabeça das pessoas e é preciso fazer alguns comentários.
A primeira delas é afirmar, sem medo de patrulhismos, que isso não é o ideal, mas o possível. O desejável seria que a exploração ficasse totalmente em mãos do Estado brasileiro, sem participação alguma de empresas privadas e, mais ainda, estrangeiras.
Mas o volume de petróleo – e o de investimentos necessários à sua retirada – é tão grande que isso não é, objetivamente, factível. Uma simples olhada nas projeções da Agência Internacional de Energia da ONU  sobre as exportações de petróleo em 2035, no gráfico aí em cima, dá ideia do tamanho do desafio.
Só o campo de Libra, o primeiro – e único – do pré-sal que irá a leilão este ano, tem reservas recuperáveis entre  8 e 14 bilhões de barris. Se estiver na estimativa máxima, essas reservas equivalem a todo – vejam bem, todo mesmo – o petróleo contido nas reservas provadas do país até hoje.
Mas para esse petróleo valerá a nova lei do petróleo, que nada tem a ver com o regime de concessão implantado por Fernando Henrique Cardoso e vigente até agora. Essa regulamentação dá à Petrobras a condição de operadora das perfurações e da produção, com uma participação mínima de 30% nos poços de Libra.
E nada impede, sobretudo agora que a empresa fez caixa com no lançamento de títulos no mercado internacional, que ela aumente sua parcela. Mesmo assim, é possível que ela faça novas captações, para poder aumentar seu poder de negociar a formação de consórcios de exploração.
E, ainda, quando o Governo entender que for conveniente, pode adjudicar áreas, sem leilão ou outra forma de licitação, à Petrobras.
Além dessa fatia, o Brasil ficará com uma percentagem – o que vai ser propriamente o “lance” do leilão – do petróleo produzido que exceder aos custos da exploração – daí uma das necessidades de a Petrobras ser a operadora exclusiva – além de dar à empresa o controle das encomendas de equipamentos e serviços, o que garante o máximo de indução à economia brasileira, o que não ocorreria com empresas estrangeiras, que tenderiam a adquirir fora todo o necessário para desenvolver e operar os poços.
Fica assegurado, assim, controle da estatal dos pontos de medição da extração, que jamais ficarão sob responsabilidade de empresas privadas. Isso é ainda mais importante porque parte do petróleo será exportada centenas de quilômetros mar adentro, sem sequer vir à terra, gerando insegurança sobre o volume produzido.
Nada disso acontece no atual modelo, o de concessão.
Ainda é cedo para especular de quanto serão as ofertas, mas certamente não serão pequenas, tanto nos valores pagos pela concessão quanto na parcela entregue ao Estado brasileiro.  Mas, ao contrário, já se sabe que serão imensas as necessidades de capital para colocar em operação essas áreas a curto e médio prazo.
Calculados os custos de produção à razão de 8,5 dólares o barril, o mesmo usado na operação de capitalização da empresa, em 2010, isso pode levar os investimentos e custos operacionais, só em Libra, a mais 100 bilhões de dólares.
E a Petrobras não teria como fazer frente a isso senão se endividando de maneira suicida, porque boa parte dos investimentos precede a produção e os preços do petróleo não são previsíveis. Logo, também não é o fluxo temporal de receitas. Nem, também, o que isso impacta sobre a velocidade de extração, vencida a etapa de implantação dos poços de produção.
Traduzindo: é muito importante “controle da torneira”, porque reserva de petróleo é um estoque o qual se vende não apenas conforme a procura, mas do preço de mercado.
Embora as multis do petróleo estejam interessadíssimas nos campos do pré-sal, o modelo vai ser mais convidativo às empresas estatais, como é o caso das chinesas, que se pouparam do leilão de petróleo de extração convencional para esperar pelas áreas do pré-sal. A razão é simples: sua visão de negócios é mais estratégica que imediatista e a negociação com a petroleira estatal brasileira será facilitada pelas relações governo a governo.
Se a licitação, como é provável, subdividir o campo em muitos blocos, isso será ainda mais conveniente ao país, pela multiplicidade de parceiros possível à Petrobras, reduzindo percentualmente a participação de cada um dos outros sócios na área total de exploração e, portanto, elevando a concentração de poder decisório da estatal.
É por essas razões que a Petrobras está se preparando financeiramente para o imenso desafio de explorar o campo gigante de Libra. Ela irá, certamente, ao limite de suas forças.
E ela tem forças imensas, mas o que vem pela frente é tão grande que, mesmo assim, elas não bastariam para tirar do fundo do mar o oceano de petróleo que está lá.

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Pesquisa desbanca Financial Times: divulgado pelo Pew Research Center com informações sobre 39 países, estudo aponta que 59% dos brasileiros dizem que a situação econômica do país é boa e 79% acreditam que ela ficará ainda melhor nos próximos 12 meses; na Europa e nos Estados Unidos, ao contrário do Brasil, pais acreditam que seus filhos terão padrão de vida pior

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O Conversa Afiada reproduz texto do blog de Luis Favre:


Financial Times censurado nos jornais brasileiros?

Ontem o Financial Times, um dos mais importantes jornais de economia e finanças do mundo, fez matéria sobre as eleições brasileiras.

O FT é conhecido pelas suas opiniões liberais e favoráveis ao mercado e a livre inciativa.

O artigo, logicamente, repercutiu imediatamente aqui. A agência Estado colocou uma tradução aproximada do seu conteúdo que reproduzi no blog Dilma deve ter ‘vitória retumbante’, diz Financial Times, como também reproduzi a versão original em inglês, Brazil’s election: all over bar the voting?.

Os jornais Folha, O Globo, O Estado SP e Valor unanimes, não julgaram de interesse hoje dar espaço para o artigo do Financial Times.

Pelo menos foi o que constatei e espero não estar enganado.

O fato é surpreendente. Ontem, a coluna Toda Mídia da Folha tinha feito uma pequena menção ao artigo, pois ele tinha sido postado na véspera no site do jornal inglês. Mais hoje, estranhamente, nada.

Talvez a motivação deste ostracismo para com a matéria publicada no FT seja a afirmação do autor que um dos erros da campanha de Serra tenha sido a de acusar o governo e o PT de censurar a imprensa. O jornalista escreve, porém, que o País é um dos “menos censurados do mundo.”

Talvez seja isto ou talvez não, e se trate simplesmente de desinteresse pela afirmação da matéria que Dilma pode obter uma vitória retumbante e que a campanha de Serra estava sem rumo. Esse tipo de analise já é corriqueiro por aqui.

O Globo faz hoje um editorial afirmando que existe uma ameaça de autoritarismo no continente, do qual o Brasil não esta à margem. “O Brasil não está livre de ações de grupos que visam a subjugar meios de comunicação independentes. Diversos projetos de lei nesta direção se originaram na Conferência Nacional das Comunicações (Confecom), convocada pelo governo. Em todo o continente está em risco a base das liberdades democráticas”.

Ninguém censura ou censurou O Globo e não penso que alguém pretenda subjugar os meios de comunicação no Brasil. O compromisso assinado por Dilma Rousseff da “Declaração de Chapultepec” mostra o apego da provável futura presidente à liberdade de imprensa. Seu passado de vítima da ditadura reforça, tem repetido ela, esse compromisso com a democracia e a liberdade.

Pena é de constatar que a opinião do correspondente do Financial Times acabe de fato censurada e não tenha ganho um misero espaço nos jornais. Fica a impressão que isto se deva a ela não corresponder com a opinião dos “aquários” da imprensa, sempre alertas em detetar insinuantes vontades totalitárias em qualquer tentativa de alguém opinar sobre o que fazem os peixes.

LF


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.