No domingo, dia 22, todos os jornais deram a notícia:
Brasil tem menos de 1% de domicílios na classe E
Pela primeira vez a classe E, a base da pirâmide social, representa menos de 1% dos 49 milhões de domicílios existentes no País.
Isso significa que o número de brasileiros em situação de pobreza extrema teve uma drástica redução nos últimos dez anos, conforme apontam duas pesquisas de consultorias que usaram metodologias distintas...
Nas segunda-feira, dia 23, o Jornal Nacional não deu a notícia de que a pirâmide social virou um losango.
E ainda arranjou uma pesquisa de valor duvidoso para inventar "notícia ruim", feita por um instituto lobista de grandes empresas que sempre querem escapar de pagar impostos (a equipe do instituto é composta de advogados tributaristas).
O amigo leitor José Lopes foi quem captou, e nos conta a história:
O JN produziu uma matéria picareta sobre o retorno que os cidadãos obtêm, ou não obtêm, para os impostos que eles pagam, em cada país.
A lista dos países o JN não mostrou.
“Em média, 35% da riqueza produzida no Brasil vai parar nas mãos do governo.” - Disse o narrador.
A matéria omitiu os governos estaduais e municipais que também cobram impostos.
O JN não informou uma vez sequer o nome do Instituto e, em que data foi feita a pesquisa.
A carga tributária bruta no Brasil é cerca de 35% do PIB, sim. Mas essa é a carga tributária bruta, não a carga tributária líquida, que atinge apenas cerca de 14% do PIB, o que para um país como o Brasil, não é grande.
Isso porque na realidade o governo fica com apenas cerca de 14% do total arrecadado para oferecer serviços à sociedade com saúde, educação, segurança, investimentos diversos em infraestrutura, etc., o que é insuficiente.
O resto é devolvido à população sob a forma de:
- pagamentos previdenciários;
- transferências com programas sociais, como o Bolsa Família;
- pagamento de juros (sim, esse dinheiro não fica "no governo", ele volta para os aplicadores em fundos de renda fixa, bancos e investidores, inclusive para o Bradesco que patrocina o telejornal).
- subsídios a empresas, incentivos fiscais, crédito agrícola, etc;
Isso é o que precisa ser discutido com honestidade.
JN. Um dia a casa cai. Já vimos gigantes maiores caírem.
Brasil tem menos de 1% de domicílios na classe E
Pela primeira vez a classe E, a base da pirâmide social, representa menos de 1% dos 49 milhões de domicílios existentes no País.
Isso significa que o número de brasileiros em situação de pobreza extrema teve uma drástica redução nos últimos dez anos, conforme apontam duas pesquisas de consultorias que usaram metodologias distintas...
Nas segunda-feira, dia 23, o Jornal Nacional não deu a notícia de que a pirâmide social virou um losango.
E ainda arranjou uma pesquisa de valor duvidoso para inventar "notícia ruim", feita por um instituto lobista de grandes empresas que sempre querem escapar de pagar impostos (a equipe do instituto é composta de advogados tributaristas).
O amigo leitor José Lopes foi quem captou, e nos conta a história:
O JN produziu uma matéria picareta sobre o retorno que os cidadãos obtêm, ou não obtêm, para os impostos que eles pagam, em cada país.
A lista dos países o JN não mostrou.
“Em média, 35% da riqueza produzida no Brasil vai parar nas mãos do governo.” - Disse o narrador.
A matéria omitiu os governos estaduais e municipais que também cobram impostos.
Enquanto lia, Bonner parecia que estava tendo um orgasmo. Ridícula aquela pose de “eu sou o bonzão, o poderoso!”.
O JN não informou uma vez sequer o nome do Instituto e, em que data foi feita a pesquisa.
A identificação do tal instituto (IBPT) que ficou no anonimato na maior parte da entrevista, só foi identificado através de caracteres (piscou) na imagem do diretor do tal Instituto.
Fiquei tão revoltado com a matéria, com sua distorção, falta de transparência e manipulação que, assim que acabou o JN corri para o computador para ver a pesquisa no site do tal Instituto. Pasmem; a tal pesquisa, segundo o site, foi divulgada em 2009, o que foi omitido pelo JN.
O IBPT relacionou trinta países e colocou o Brasil na trigésima posição, mas, não mostrou o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de cada país e nem os seus PIBs (Produto Interno Bruto) e nem o que arrecadaram em tributos. Colocou os EUA nas primeiras posições, o que é duvidoso, uma vez que em 2009 os EUA não tinham sequer projetos na saúde que beneficiassem sua população.
Fiz um breve comentário sobre a lisura da pesquisa e saí do site.
Minutos depois retornei ao site do Instituto e não consegui entrar, o site estava fora do ar.
Uma hora mais tarde tentei novamente, o site voltou, mas, a matéria já não estava mais no site. Tinha sido retirada.
Causa-me espécie uma matéria que diz : “Pelo segundo ano seguido, o Brasil ficou em último lugar, bem atrás de vizinhos como Uruguai e Argentina”, ou seja, sem elementos transparentes para que se possa conferir a veracidade dos fatos.
O JN abriu espaço para o governo falar.
“O Ministério da Fazenda informou que os impostos são devolvidos para a sociedade e que um reflexo disso é a redução da taxa de pobreza de 26% em 2002 para 12% em 2010. Segundo o ministério, o Índice de Desenvolvimento Humano da ONU não reflete os avanços do Brasil porque não capta as mudanças estruturais de cada país.”
Vejam só senhores. O JN desperdiça mais de 10 minutos criticando o governo com base em uma pesquisa de um Instituto que ninguém sabe de onde veio e, concede apenas 15 segundos para contestação Lá atrás, na matéria, colocou no ar uma senhora com uma criança no colo com a seguinte narração em off: “A futura pagadora de impostos nem desconfia. O brinquedo, as roupas, o lanche. Em tudo a mãe de Rafaela paga imposto. Em média, 35% da riqueza produzida no Brasil vai parar nas mãos do governo.”
“Está muito pequena ainda, mas ainda vai pagar muito imposto na vida”, diz a dona de casa Andrea Gan.
Pura manipulação não é Bonner? Usam até o sofisma de colocar uma dona de casa com uma criança no colo para melhor iludir nosso povo.
Completo com mais alguns detalhes de como estas pesquisas apresentam esses números de forma picareta:
A pesquisa não mostrou elevada carga tributária dos países com maior IDH do mundo, os escandinavos.
Escondeu que o Brasil tem uma carga tributária líquida por habitante de cerca de US$ 1,5 mil, considerada pequena para os padrões de outros países. Os EUA tem uma carga de mais de US$ 6 mil por habitante.
Também não explicou os mecanismos de devolução de dinheiro à sociedade, que cada país pratica, o que distorce completamente a validade do estudo.
Fiquei tão revoltado com a matéria, com sua distorção, falta de transparência e manipulação que, assim que acabou o JN corri para o computador para ver a pesquisa no site do tal Instituto. Pasmem; a tal pesquisa, segundo o site, foi divulgada em 2009, o que foi omitido pelo JN.
O IBPT relacionou trinta países e colocou o Brasil na trigésima posição, mas, não mostrou o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de cada país e nem os seus PIBs (Produto Interno Bruto) e nem o que arrecadaram em tributos. Colocou os EUA nas primeiras posições, o que é duvidoso, uma vez que em 2009 os EUA não tinham sequer projetos na saúde que beneficiassem sua população.
Fiz um breve comentário sobre a lisura da pesquisa e saí do site.
Minutos depois retornei ao site do Instituto e não consegui entrar, o site estava fora do ar.
Uma hora mais tarde tentei novamente, o site voltou, mas, a matéria já não estava mais no site. Tinha sido retirada.
Causa-me espécie uma matéria que diz : “Pelo segundo ano seguido, o Brasil ficou em último lugar, bem atrás de vizinhos como Uruguai e Argentina”, ou seja, sem elementos transparentes para que se possa conferir a veracidade dos fatos.
O JN abriu espaço para o governo falar.
“O Ministério da Fazenda informou que os impostos são devolvidos para a sociedade e que um reflexo disso é a redução da taxa de pobreza de 26% em 2002 para 12% em 2010. Segundo o ministério, o Índice de Desenvolvimento Humano da ONU não reflete os avanços do Brasil porque não capta as mudanças estruturais de cada país.”
Vejam só senhores. O JN desperdiça mais de 10 minutos criticando o governo com base em uma pesquisa de um Instituto que ninguém sabe de onde veio e, concede apenas 15 segundos para contestação Lá atrás, na matéria, colocou no ar uma senhora com uma criança no colo com a seguinte narração em off: “A futura pagadora de impostos nem desconfia. O brinquedo, as roupas, o lanche. Em tudo a mãe de Rafaela paga imposto. Em média, 35% da riqueza produzida no Brasil vai parar nas mãos do governo.”
“Está muito pequena ainda, mas ainda vai pagar muito imposto na vida”, diz a dona de casa Andrea Gan.
Pura manipulação não é Bonner? Usam até o sofisma de colocar uma dona de casa com uma criança no colo para melhor iludir nosso povo.
Completo com mais alguns detalhes de como estas pesquisas apresentam esses números de forma picareta:
A pesquisa não mostrou elevada carga tributária dos países com maior IDH do mundo, os escandinavos.
Escondeu que o Brasil tem uma carga tributária líquida por habitante de cerca de US$ 1,5 mil, considerada pequena para os padrões de outros países. Os EUA tem uma carga de mais de US$ 6 mil por habitante.
Também não explicou os mecanismos de devolução de dinheiro à sociedade, que cada país pratica, o que distorce completamente a validade do estudo.
A carga tributária bruta no Brasil é cerca de 35% do PIB, sim. Mas essa é a carga tributária bruta, não a carga tributária líquida, que atinge apenas cerca de 14% do PIB, o que para um país como o Brasil, não é grande.
Isso porque na realidade o governo fica com apenas cerca de 14% do total arrecadado para oferecer serviços à sociedade com saúde, educação, segurança, investimentos diversos em infraestrutura, etc., o que é insuficiente.
O resto é devolvido à população sob a forma de:
- pagamentos previdenciários;
- transferências com programas sociais, como o Bolsa Família;
- pagamento de juros (sim, esse dinheiro não fica "no governo", ele volta para os aplicadores em fundos de renda fixa, bancos e investidores, inclusive para o Bradesco que patrocina o telejornal).
- subsídios a empresas, incentivos fiscais, crédito agrícola, etc;
Isso é o que precisa ser discutido com honestidade.
JN. Um dia a casa cai. Já vimos gigantes maiores caírem.
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