Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

'PINHEIRINHO' E A NOVA PRESIDENTA DA PETROBRÁS

'Carta Maior/Cursos & Debates': "O crepúsculo neoliberal, o horizonte da esquerda e o déficit de democracia" ** dia 26 de janeiro, às 9h, auditório da Ajuris, Porto Alegre, no Forum Social Mundial ** mesa: Luiz Gonzaga Belluzzo, Mario Barkum, Samuel Pinheiro Guimarães, Emir Sader e Ignacio Ramonet. 


 A nova presidenta da Petrobrás, Graça Foster, nasceu num favela. Sua infância foi vivida no Morro do Adeus, no Rio de Janeiro, que hoje integra o Complexo do Alemão. Até os 12 anos, ela catou papel e lata na rua para custear os estudos, como narrou recentemente em entrevista ao jornal Valor. Há mais de três década na Petrobrás Graça sucederá a José Sérgio Gabrielli, que dirigiu a estatal no ciclo  mais importante desde sua criação, nos anos 50. O saldo mais reluzente desse período foi a descoberta  das reservas pré-sal, mas, sobretudo,  a regulação soberana dessa riqueza pelo Presidente Lula. Em 2009, a contrapelo da coalizão demotucana e do candidato da derrota conservadora, José Serra, o governo brasileiro  transformou a principal descoberta de petróleo no mundo dos últimos 30 anos numa poupança do povo brasileiro. Recusou-se a reduzí-la a uma commodity para o repasto dos mercados. Serra, na campanha de 2010, prometeu, se vitorioso, decretar a 'reintegração de posse do pré-sal' às petroleiras internacionais. A mulher que assume esse patrimônio histórico sabe onde o Brasil grita e precisa ser ouvido. O Brasil pobre grita hoje em 'Pinheirinho', por exemplo, a ocupação de quase seis mil pessoas, violentamente despejada neste domingo em São José dos Campos (SP). No momento em que a truculência do dinheiro e o menosprezo conservador pelos excluídos produz uma tríplice aliança entre o poder judicial paulista, o governo do Estado e a administração tucana de São José dos Campos, é valioso saber que dentro do governo existem olhos e ouvidos que sabem onde o Brasil grita. Reverter o arrasa-terra em 'Pinheirinho' seria a melhor  forma de o governo Dilma transformar a nomeação de Graça Foster mais do que numa boa notícia: um símbolo de seu mandato, em defesa das meninas pobres que ainda catam papel e lata na rua.

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