Viva o Ministério Público que não se entrega ao jogo midiático e age contra quem deve agir, independente de partido ou candidato. Honra aos procuradores da República do meu Rio Grande que não se preocupam em ser simpáticos aos interesses poderosos dos meios de comunicação.
Agora há pouco, deu no Estadão:
” A promotora eleitoral Margarida Teixeira de Moraes, do Ministério Público do Rio Grande do Sul, ofereceu denúncia contra o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, por calúnia e difamação contra o PT e o candidato ao Senado pelo partido, Fernando Pimentel (MG), à Justiça Eleitoral do Rio Grande do Sul.
No texto da denúncia, encaminhada no dia 24 de setembro e tornada pública nesta segunda-feira pelo site do PT, a promotora afirma que Serra, “visando fins de propaganda eleitoral, difamou o Partido dos Trabalhadores ao afirmar que o mesmo tem ligações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia”. Para sustentar, transcreve trecho de entrevista dado pelo tucano ao jornal Zero Hora de 23 de julho, na qual ele, ao comentar declarações de seu vice Índio da Costa (DEM), diz que “está mais do que evidenciado que o PT tem ligação com as Farc, que, por sua vez, são uma força do narcotráfico”.
No segundo fato da mesma denúncia, a promotora também sustenta que Serra caluniou Pimentel imputando-lhe falsamente fatos definidos como crime, como violação de sigilo funcional e formação de quadrilha. E transcreve outro trecho da mesma entrevista, no qual o candidato, questionado sobre a quebra de sigilo de Eduardo Jorge, responde: “É estratégia do PT. Eles tinham montado um grupo de dossiê sujo. Dossiê limpo não é obrigatoriamente algo criminoso. Quando é feito com baixaria, você está comprando depoimento. Isso é jogo sujo, e o PT estava montando isso e foi descoberto. Tudo coordenado por um personagem importante do PT, que é o Fernando Pimentel. Não é um Zé Ninguém. Uma delas foi começar a quebrar sigilo usando de funcionários ligados ao PT”.
Mas o mais legal em tudo isso é a frase que encerra a matéria: ” A promotora não atendeu a imprensa para comentar a denúncia”.
Procurador, assim como juiz, não fala aos microfones senão, como diziam aqueles antigos anúncios nos ônibus, “senão para dizer apenas o essencial”. Fala nos autos dos processos.
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