Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

ONDE MORA O PERIGO.Ação em SP contra Kassab blinda PSDB; denúncia potiguar, expõe


"O  Brasil faz parte de um triângulo de troca com a Europa e a China ( a Europa é a maior importadora da China que é a maior importadora do Brasil.) Com a Europa em recessão, o que vai acontecer, de um jeito ou de outro, é que as exportações da China vão cair, o que vai levar à queda na importação de produtos brasileiros. O fluxo de capital que vem para o Brasil é direcionado aos recursos naturais (atraído pela demanda chinesa) ...Se esses mercados colapsam, esses fluxos acabam". O alerta do economista keynesiano Jan Kregel, ex-conselheiro da Unctad, publicado no Valor desta 4ª feira, merece  atenção. Os dados do xadrez que ele menciona são preocupantes. Vejamos: o saldo comercial chinês no ano passado foi da ordem de US$ 160 bi, queda de US$ 23 bi em relação a 2010. O principal motivo foi a redução dos embarques dirigidos à Europa e aos EUA. O saldo comercial brasileiro, ao contrário, chegou perto dos US$ 30 bi: salto de 47% sobre 2010. O desempenho foi baseado principalmente na exportação de matérias-primas para o mercado asiático. O principal destino das exportaçoes brasileiras antes da crise era América Latina e EUA. Desde 2008 a fatia da Ásia assumiu essa liderança, saltando de 19% para 28% no total dos embarques. Alterações abruptas nesse carrossel podem afetar duramente o crescimento do país; daí a necessidade de se proteger a indústria local da concorrência predatória e garantir a demanda interna aos produtos brasileiros, consolidando uma dinâmica de emprego e renda menos vulnerável a eventual curto circuito no plano externo.

Denúncia do MP paulista contra Kassab por fraude em inspeção veicular culpa Maluf, Pitta e prefeito, 'da mesma matiz política'. Padrinho de Kassab e 'de matiz política diversa', Serra teria tido 'prática salutar'. Mas ação contra fraude em inspeção veicular no Rio Grande do Norte vê esquema nacional e diz que tucano preso valia-se de 'notória influência política' em estados 'cujos governos são exercidos por gestores filiados ao PSDB'. STJ libera bens de Kassab.

BRASÍLIA – O Superior Tribunal de Justiça (STJ) derrubou nesta quarta-feira (11) liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo que bloqueara os bens do prefeito da capital, Gilberto Kassab (PSD), e suspendera contrato municipal com empresa que tem exclusividade para fazer – e cobrar por isso - inspeção obrigatória no carro dos paulistanos.

A liminar fora concedida em resposta a uma ação ajuizada em novembro pelo Ministério Público do estado de São Paulo contra Kassab, a empresa Controlar e mais 22 acusados, entre pessoas físicas e jurídicas. A ação aponta fraudes na contratação da Controlar em 1995 e na sua efetivação a partir de 2008 que teriam causado prejuízo bilionário ao erário.

Apesar de Kassab ter sido vice do ex-prefeito José Serra (PSDB) e eleito com apoio dele, a ação blinda politicamente o tucano. Segundo a promotoria, as irregularidades “se iniciaram” na gestão Paulo Maluf (1993-1996), “se agravaram” na de Celso Pitta (1997-2000) e “se repetiram de forma insustentável” com Kassab, secretário de Pitta. “Os três da mesma matiz política”, frisa a ação

Já Serra, diz a ação, “este sim de matiz política diversa”, tão logo assumiu a prefeitura, em janeiro de 2005, ordenou, “como lhe determina o princípio republicano” e “em prática salutar”, a revisão de todas as decisões municipais que, desde 1995, tinham levado à assinatura e manutenção do contrato com a Controlar.

No mesmo 24 de novembro em que os promotores Roberto Antonio de Almeida Costa e Marcelo Duarte Daneluzzi, cujo chefe é indicado pelo governador do estado de São Paulo, denunciavam Kassab, no Rio Grande do Norte a hipótese de também ter havido fraude na escolha de empresa que inspecionaria veículos, terminava em prisões. E, ao contrário de São Paulo, a denúncia do MP sobre os fatos que levaram às detenções espalha estilhaços no PSDB.

Segundo a ação, o esquema denunciado tinha alcance nacional e tentou atuar em estados como São Paulo, Alagoas e Minas Gerais, todos administrados por tucanos. O esquema extrapolava a divisa potiguar sobretudo pela ação do tucano João Faustino Ferreira Neto, que, como já foi noticiado, foi preso no dia 24 de novembro, quando promotores e policiais agiram contra o esquema.

De acordo com a denúncia apresentada à Justiça por seis promotores potiguares, Faustino “atuou como 'lobista' em favor do grupo, valendo-se de sua notória influência política no Rio Grande do Norte e junto a estados da federação cujos governos são exercidos por gestores filiados ao PSDB”.

Como já se sabia, Faustino foi membro da Comissão Executiva Nacional do PSDB, subchefe de Assuntos Federativos do ex-presidente Fernando Henrique e um dos subchefes da Casa Civil de Serra durante a gestão dele como governador de São Paulo (2007-2010). Atualmente, é suplente do senador José Agripino Maia (RN), presidente do DEM.

Cartórios e lobistas

Segundo a denúncia, a “organização criminosa” da qual Faustino fazia parte tinha dois objetivos básicos. Um paroquial. Fraudar licitação realizada pelo governo potiguar em 2010 que escolheria a empresa que faria inspeção veicular e, assim, garantir a vitória de uma específica. A gestão estadual acusada de participar da fraude era do PSB.

O outro objetivo da organização era vender para governos pelo país um esquema pelo qual seria obrigatório o registro em cartório de certos tipos de contratos de financiamento de veículos. O motivo de o setor cartorial ser a área de atuação da organização está naquele que é apontado pelos promotores como chefe da organização.

George Olímpio da Silveira é de família qua ganha vida com cartório. Uma tia dele preside o Instituto de Registro de Títulos e Documentos e de Pessoas Jurídicas do Rio Grande do Norte. Marluce Olímpio Freire também foi denunciada pelo MP. George é sócio da empresa que ganhou a licitação fraudada sobre inspeção veicular, chamada Inspar.

Um e-mail de fevereiro de 2008 interceptado pelo MP durante as investigações mostra George Olímpio conversando com parceiros sobre suas negociações no estado de São Paulo de que fosse obrigatório registro em cartório contratos de financiamento de carros. Segundo os promotores, este e-mail mostrou “que a fraude perpetrada” no Rio Grande do Norte “também já estava em curso no Estado de São Paulo”. Na época, o governador paulista era José Serra.

Outro parceiro do grupo é o lobista Alcides Fernandes Barbosa. Segundo a denúncia, Barbosa “recebeu o convite de George Olímpio para participar da fraude da inspeção veicular, momento em que passou a compor a organização criminosa, através de indicação de João Faustino Ferreira Neto, a quem já conhecia da época em que este era Sub-Secretário da Casa Civil do Estado de São Paulo”.

Segundo o Ministério Público, Alcides Barbosa foi peça fundamental na fraude no Rio Grande do Norte porque teria negociado em São Paulo para que a empresa da inspeção veicular da gestão Kassab (Controlar) não entrasse na licitação potiguar, mesmo sendo do ramo. Assim, ficaria mais fácil de a Inspar vencer, prejudicando o interesse público por falta de concorrência.

A Controlar teria topado e, por isso, seu presidente, Harald Peter Zwetkoff, foi denunciado criminalmente pelo MP do Rio Grande do Norte, assim como em São Paulo.

Apesar de ter apontado conexões nacionais de George Olímpio e sua organização, a denúncia não diz que essas tentativas tenham dado certo.

A Justiça do Rio Grande do Norte não decidiu ainda se aceita a denúncia dos promotores.

ONDE MORA O PERIGO

**quatro soldados americanos riem e urinam em três cadáveres no Afeganistão: o filme postado no YouTube é mais um emblema da barbárie imperial auto-investida em escudo da civilização contra o suposto fanatismo islâmico** produção industrial caiu em novembro, pelo 3ºmês seguido, na zona do euro**PIB da Alemanha recuou 0,25 no 4º trimestre de 2011 reforçando a dinâmica recessiva na UE**vítima de atentado a bomba nesta 4ª feira, Mostafa Ahmadi Roshan é o 4º cientista do programa nuclear iraniano assassinado desde 2010** Teerã atribui ações a serviços secretos de Israel e EUA** em recente anúncio de cortes de gastos militares, Obama adiantou que a nova doutrina de segurança dos EUA vai privilegiar ações 'pontuais' de eficiência imediata, espionagem e guerra cibernética 


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Altamiro Borges: Folha omite relações Faustino (Controlar) e Serra

por Altamiro Borges, no seu blog

A seletividade da mídia é algo impressionante. A Folha de ontem (3) publicou uma matéria sobre o indiciamento de João Faustino como integrante da quadrilha que fraudou a inspeção veicular no Rio Grande do Norte. Mas ela simplesmente omitiu que o indiciado foi subchefe da Casa Civil do ex-governador José Serra e que participou do comando da sua campanha presidencial no ano passado.

Se os envolvidos neste “malfeito”, que desviou milhões dos cofres públicos, fossem da base aliada do governo Dilma, seria o maior escândalo – com direito a capa da Veja, manchete nos jornalões e comentários raivosos nas TVs. Só mesmo os ingênuos ainda acreditam na propalada neutralidade e imparcialidade da chamada “grande imprensa”. Abaixo, a matéria da Folha serrista:
*****
Promotoria denuncia diretor da Controlar
Executivo é suspeito de formação de quadrilha no Rio Grande do Norte; procurado pela Folha, não comentou o caso; 34 pessoas foram denunciadas ontem, incluindo também dois ex-governadores e um suplente de senador
FÁBIO GUIBU – DE RECIFE
O Ministério Público do Rio Grande do Norte denunciou ontem 34 pessoas sob a acusação de participar de fraudes na implantação da inspeção veicular no Estado.
Entre os denunciados estão os ex-governadores do Estado Wilma de Faria e Iberê Ferreira, ambos do PSB, o suplente de senador João Faustino (PSDB) e o diretor-presidente da Controlar, consórcio responsável pela inspeção veicular em São Paulo, Harald Peter Zwetkoff.
Os ex-governadores e o suplente foram denunciados sob acusação de envolvimento em crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva, tráfico de influência e fraude em licitação.
Zwetkoff é acusado de formação de quadrilha, peculato e fraude em licitação. Troca de e-mails obtidas com autorização judicial revelam que ele repassou ao consórcio Inspar, do RN, as bases usadas em São Paulo para a implantação da inspeção.
Segundo a Promotoria, com as informações, o grupo fraudou a licitação, que renderia até R$ 1 bilhão em 20 anos. O consórcio pretendia implantar o esquema em outros dez Estados.
Além denunciar as 34 pessoas, os promotores apresentaram à Justiça mais dez pedidos de prisão preventiva. A suposta fraude já havia levado 13 pessoas à prisão. Ontem, cinco foram soltas. Entre eles, está João Faustino.
Os acusados também foram flagrados em escutas telefônicas, supostamente negociando acordos ilegais.
As informações foram posteriormente cruzadas com dados bancários, obtidos com ordem judicial. A promotoria apura ligações entre essas negociações e doações de campanha feitas em Estados de interesse do grupo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Faustino (Controlar) dá tapinha nas costas do Cerra


Faustino, na foto, quando ainda gozava de liberdade
O Conversa Afiada recebeu do amigo navegante Guss esse comentario, no post http://www.conversaafiada.com.br/politica/2011/11/24/ministerio-publico-acusa-kassab-de-fraude-bilionaria/
(se pudesse o Cerra fechava a internet):

gusss

30 de novembro de 2011 às 15:58  (Editar)

PHA, quem é esse senhor ao lado do Serra?

http://heitorgregorio.com.br/blog/wp-content/uploads/2010/04/Serra-RN-008.jpg

seria ele o João Faustino?

terça-feira, 29 de novembro de 2011

"João Faustino fala como FHC e Serra confiam nele" SÓ FALTA DIZER QUE NÃO O CONHECIAM. CADÊ O PAULO PRETO ?


Para que não se ache que a menção à amizade entre o suplente de senador João Faustino, preso no Rio Grande do Norte por participar de um esquema de fraudes inspirado no que foi descoberto na Prefeitura de São Paulo – e de cuja a montagem a Controlar teria participado – pelo Ministério Público, e a dupla Fernando Henrique Cardoso e José Serra  seja implicância  dos blogueiros, posto  este vídeo aí de cima.
Gravado em agosto deste ano, é um trecho do programa “Hilneth é Show”exibido pela SimTv,  de Natal, no qual o próprio Faustino conta como foi convidado por FHC para trabalhar no Palácio do Planalto e por Serra – de quem foi subchefe da Casa Civil – para ajudá-lo no Instituto Teotônio Vilela,  parte que lhe coube, como consolação, depois de afastado da direção do PSDB.
Nada melhor do que o próprio Faustino falar destas ligações.

Serra, você precisa se controlar…


O senhor José Serra deve estar com a cabeça meio atrapalhada pela prisão de seu amigo e ex-subchefe da Casa Civil no Governo de São Paulo, o ex-senador João Faustino (RN), e anda dizendo coisas que depõem contra o seu ex-chefe (e ex-chefe de Faustino) Fernando Henrique Cardoso.
É que ele deve ter lido a nota do Estadão, hoje, dizendo que “a engenharia do esquema de fraude na inspeção veicular em São Paulo denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) serviu de modelo para o edital e a licitação no Rio Grande do Norte, alvo da Operação Sinal Fechado, que levou para a cadeia 14 pessoas na quinta-feira. A acusação é da Promotoria potiguar, com base em interceptações telefônicas e de e-mails trocados pelo lobista paulista Alcides Fernandes Barbosa.” com o presidente da Controlar, Harald Peter Zwetkoff, caso que está complicando a vida de seu amigo Gilberto Kassab.
Mas essa perturbação não é motivo para que ele diga que “o Brasil ainda é, no contexto da economia mundial, por incrível que pareça, um país pequeno”, como fez hoje, falando a jovens empreendedores na Fiesp, segundo a Folha.
Não é, não, Serra. É injusto, mas não é pequeno.
Tornamo-nos, este ano, a sétima economia do mundo e estamos prestes a sermos a sexta, deixando para trás o Reino Unido, a depender de pequenas variações do PIB dos dois países.
Quando o governo tucano terminou, em 2002, éramos a 14ª. E caindo.
Deixamos de andar de pires na mão, de dizer “sim, alteza” para o FMI, paramos de vender patrimônio público, aumentamos o salário mínimo, não tiramos mais os sapatos para falar com os países ricos e não quebramos mais quando há uma crise na Tailândia.
Quem é o senhor para reclamar que não baixamos os juros, se participou de um Governo que, mesmo alienando quase todo mês uma empresa estatal para fazer caixa, fez quase triplicar a proporção entre a dívida pública do Governo Federal e o Produto Interno Bruto.  E fez isso porque pagava taxas de juros da ordem de 20% reais ao ano, cinco vezes mais do que hoje!
Então, menos, Serra, menos.  Se o seu plano de aliar, goela abaixo do Governador Alckmin, os tucanos ao candidato de Kassab parece que não vai emplacar mais , não é razão para andar dizendo estas besteiras.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Faustino é o homem-bomba do Cerra. Ricardo Sérgio … esse é pinto !


O Conversa Afiada publica artigo de Alceu nader, do setor de Comunicação do PT no Senado.

E lembra que este Conversa Afiada tem feito cobertura sistemática dessa explosão que o nosso sismógrafo localizou no arraial dos tucanos e DEMOS, os incansáveis marchadores pela moralidade.

(Este ansioso blogueiro já começa a se divertir com o debate Cerra x Dilma, na campanha de 2014, quando surgir o assunto “corrupção” !).

Leia o que o Conversa Afiada já disse sobre esse João Faustino, X Cerra e Aloysio 300 mil: aqui; aqui; aqui e aqui (por enquanto)

Como a mídia se comportará no caso Controlar?

Alceu Nader


Não se afasta a possibilidade da cobertura jornalística sobre o escândalo da Controlar, durante o final de semana, ter sido afetada pelo justo descanso das redações. Mas o que se percebeu é a ausência do assunto nas revistas semanais, embora o caso tenha  vindo a público com tempo hábil para ser registrado. Afinal, o Ministério Público havia recorrido ao pedido de afastamento do prefeito da maior cidade brasileira, sexta do mundo, congelamento de bens de 22 pessoas e ordem para promover licitação, pondo fim ao negócio da inspeção veicular explorado pela empresa Controlar, eivado de suspeitas e irregularidades desde que nasceu, ainda no governo de Celso Pitta (1996-2000).


Há pareceres contrários à Controlar no Tribunal de Contas do Município e na Procuradoria Geral do Estado. Há inquérito policial aberto na Polícia Civil de Natal, capital onde as irregularidades replicaram com os mesmos vícios e favorecimentos que entregaram ao grupo de empresários amigos a exploração do serviço. Há horas de depoimentos a serem perseguidas pelo jornalismo investigativo, dezenas de nomes a serem cruzados (no Rio Grande do Norte, com o apoio das informações cedidas pelos procuradores paulistas, a documentação reunida é riquíssima). Tem-se, portanto, muito trabalho a ser realizado para informar o leitor sobre o assunto.


Após a Justiça impedir que Celso Pita assinasse o negócio da Controlar, a iniciativa reprovada pelos procuradores e juízes permaneceu sepultada durante o governo de Marta Suplicy (PT-SP), de 2000 a 2004. Mas, em maio de 2008, último ano do primeiro mandato de José Serra (PSDB-SP) como prefeito, o negócio da Controlar ressuscitou, com inspeção exclusiva de autos e caminhões movidos a diesel. Em janeiro de 2009, no primeiro mês de Gilberto Kassab (ex-DEM-SP, atual PSD-SP), depois de herdar a prefeitura deixada por Serra como vice-prefeito, a inspeção passou a ser obrigatória para todos os automóveis, a partir do segundo ano de uso.


São Paulo também é o quarto maior aglomerado urbano do planeta, com frota de 7 milhões de veículos. A Controlar inspecionou 1,5 milhão de veículos em 2009 e 4,5 milhões em 2010, últimos dados anuais. A R$ 61,98 o veículo, seu faturamento estimado no ano passado foi de R$ 278,91 milhões – considerando-se uma única inspeção por veículo, sem contabilizar os casos de duas, três, quatro, até cinco idas de carros “reprovados”.O dono de automóvel que não pagasse a tarifa, estaria automaticamente impedido de renovar o licenciamento do ano seguinte, com multa de R$ 550,00.


O processo judicial anunciado na quinta-feira,  25/11, congelou os bens dos empresários proprietários da Controlar, do prefeito Gilberto Kassab e do Secretário de Meio Ambiente, Eduardo Jorge. A ação também pediu o afastamento do prefeito do cargo, o que foi negado pela Justiça, que, na mesma sentença, manteve a indisponibilidade dos bens de Kassab e de todos os demais réus. Além dessas decisões, determinou a realização de licitação no prazo de 30 dias.


Quando a ação judicial foi lida em São Paulo, concomitante com as prisões (16) efetuadas no Rio Grande do Norte, Gilberto Kassab encontrava-se na Europa, de onde retornou no sábado. O que se viu e leu na grande imprensa não foram novas informações sobre o milionário favorecimento, mas seguidas declarações do prefeito de São Paulo, desqualificando o trabalho dos procuradores. Primeiro, disse Kassab, “não tem sacanagem” na concessão do negócio para a Controlar, beneficiada por dois anos e meio de exploração de serviço público, sem licitação. Depois, completou com  “não sou tonto”, reafirmou que manterá o contrato questionado na Justiça.


Apenas o sítio brasil247.com, às 18h38 de sábado,  informava que a réplica do esquema que beneficiou a Controlar em São Paulo e em Natal, um dos presos pela polícia local é João Faustino, suplente do senador José Agripino (DEM-RN), que também foi subchefe da Casa Civil de José Serra governador, com o senador Aluizio Nunes (PSDB-SP), então chefe da Casa Civil. Segundo o brasil247.com, João Faustino foi “operador” da campanha presidencial de José Serra  de 2010. Sua função – arrecadar fundos para a campanha presidencial de José Serra de 2010 – assemelha-se à de Paulo Vieira de Souza – o Paulo Preto.


“Quando Serra se tornou presidenciável, João Faustino passou a coordenar as atividades da campanha – inclusive a arrecadação de recursos – fora de São Paulo. O que Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, fazia em São Paulo, João Faustino fazia em outros estados”, compara a reportagem.


Faustino foi preso porque as investigações de Natal formalizam acusações muito mais substanciosas e consistentes do que as da capital paulista. Sua soltura foi requerida, mas negada, por risco de influenciar no prosseguimento do inquérito. Um dia depois, domingo, Faustino deixou a cadeia para internar-se na Casa de Saúde São Lucas, por “problemas cardíacos”. No boletim assinado pelo médico cardiologista responsável pelo hospital, Miguel Angel Sicolo, João Faustino encontra-se sob “tratamento médico especializado” e que seu estado clínico é “regular”.


João Faustino é o homem-bomba do caso, segundo apontam as investigações e telefonemas gravados com autorização da Justiça. As informações sobre o esquema de Natal desnudam como foi sua montagem anterior em São Paulo. Ao deixar a Prefeitura de São Paulo, Serra, como governador, deu encaminhamento à expansão da inspeção veicular para outros 217 municípios paulistas.


No entanto, não se vê, na grande mídia, como comumente acontece nas coberturas de escândalos, detalhes do inquérito, aprofundamento das informações, resgate do histórico da criação da Controlar, sua venda posterior ao grupo Camargo Corrêa. Não se lê, sequer, nada sobre o inconformismo dos contribuintes paulistanos pela inspeção que, na maioria dos casos, não ultrapassava os cinco minutos.


Antes da leitura das reportagens na íntegra, recomendadas nos links abaixo, segue, abaixo, a sequência de títulos dos sites de maior audiência, no sábado às 18h30. Chama-se a atenção para o UOL, único a dedicar manchete principal, neste dia, ao assunto em sua home page ao assunto. Em todos os demais, inclusive no Estadão.com.br, que trouxe o escândalo à tona, o espaço dado foi secundário ou de menor importância. O painel dos títulos é o seguinte:


UOL – Após denúncia de irregularidades, Kassab diz não temer cassação


G1 (O Globo) – “Prefeitura de SP está correta”, diz Kassab


Estadão – Processo contra o prefeito de São Paulo pode chegar a R$ 1,1 bilhão


Veja – Acusado de fraude, Kassab diz: ‘Não temo cassação’ – Prefeito se diz tranquilo em relação às acusações de improbidade administrativa


Época (O Globo) – ignora


Istoé – ignora


iG – ignora


Terra – ignora


Brasil 247 – Homem forte de José Serra está preso em Natal – sábado


Brasil 247 – Braço direito de Serra sai da cadeia e vai para UTI


O desinteresse demonstrado nos títulos confirma e torna procedente uma queixa recorrente dos senadores do PT – a de que  a grande imprensa mostra-se muito mais disposta quando denúncias de irregularidade atingem o governo federal e o PT.


Também estará sendo posto à prova, neste caso, o grau de intimidação de José Serra contra jornalistas que escrevem o que não lhe agrada na grande mídia. Serra pediu (e mais de uma vez foi atendido) a cabeça de repórteres e editores considerados inimigos. Vários desses profissionais foram alijados definitivamente das principais redações.


Alceu Nader é chefe da Comunicação da Liderança do PT no Senado

Será que vão controlar o caso “Controlar”?

João Faustino (1° à esquerda), José Agripino Maia, José Serra e Rosalba Ciarlini juntos, na campanha de 2010. Ligações perigosas
As notas publicadas hoje na coluna de Renata Lo Prete na Folha de São Paulo, dando conta de que existem ligações entre o caso “Controlar-Kassab” e  João Faustino, ex-secretário de Assuntos Federativos da Presidência da República no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e subchefe da Casa Civil do então governador de São Paulo, José Serra (PSDB), dão a esperança de que o assunto saia das páginas locais dos jornais paulistas.
Ninguém está dando nada. O site NoMinuto, do Rio Grande do Norte, publicou as acusações do Ministério Público contra Faustino, chefe da campanha de Serra no Estado, num  direcionamento de licitação para a inspeção veicular no Rio Grande do Norte nos mesmos moldes do feito  no Município de São Paulo.
Neste arranjo, teria participado a mesma empresa Controlar, acusada de fraude em São Paulo.
A Controlar, depois de abiscoitar a concessão milionária em São Paulo, foi parcialmente vendida para um consórcio de empreiteiras. Seus donos, o casal Carlos e Abigail Suárez teriam ganho R$ 170 milhões na transação.
A informação é a de que há documentos provando que o casa distribuiu – e oficialmente, através de doações registradas – mais de R$ 2 milhões de seu patrimônio pessoal para diversos partidos e candidatos em 2010.
Isso, oficialmente. A caixa 2 ainda está por ser aberta.