Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 6 de junho de 2014

Datafolha e o beijo da morte de FHC


Mesmo concedendo o benefício da dúvida à pesquisa Datafolha – ou seja, que a boa e velha “margem de erro” não foi usada para corroborar as preferências do jornal que a divulgou –, pode-se dizer que a Folha de São Paulo, que controla o instituto, manipulou ao menos as manchetes sobre os números da disputa pela Presidência da República.

Diz a manchetona de primeira página: “Dilma mantém tendência de queda; rivais não sobem”. Ora, basta ler a reportagem sobre a pesquisa que se descobre que a manchete é inexata. O correto seria dizer que Dilma, Aécio e Campos caem e indecisos sobem.

Segundo o Datafolha, Dilma Rousseff caiu de 37% para 34%, Aécio Neves caiu de 20% para 19% e Eduardo Campos caiu de 11% para 7%, enquanto que o pastor Everaldo subiu para 4%.
A manipulação ao relatar os dados captados pela pesquisa não para por aí e a manchete distorcida nem é a maior das manipulações. Antes de abordar esse ponto, porém, vale comentar o que escreveu em sua coluna na mesma Folha Eliane Cantanhêde, casada com um marqueteiro do PSDB e que parece acreditar no que diz.
Ultimamente, a colunista vem reclamando de que Dilma tem muito espaço concedido pelo cargo e que por conta disso a pesquisa é pior para “quem disputa a reeleição”. Diz ela que “Mesmo com todos os seus instrumentos à mão, mesmo com todas as entrevistas, mesmo com a maior coligação partidária do planeta, Dilma continua perdendo pontos”.

A colunista parece achar pouco que todos os grandes impérios de mídia do país batam no governo e em sua titular todo santo dia, enquanto poupam seus adversários. Mas, enfim, o autoengano é quase um direito humano…

Mas o maior escândalo na forma como a Folha noticiou o que seu instituto de pesquisas apurou não é a manchetona mentirosa que diz que Dilma caiu e que os adversários “não sobem”, mas um dado altamente relevante da pesquisa e que ficou muito bem escondidinho em uma das três matérias do jornal que tratam do assunto.

Uma dessas três matérias foi publicada sob o título “Joaquim Barbosa é o segundo voto mais influente da eleição” – o primeiro voto mais influente é de ninguém mais, ninguém menos do que dele, Lula, é claro.
O que a matéria diz de altamente relevante não está aí, mas na influência que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem sobre o eleitorado. Lá no finzinho da matéria, bem escondidinha, consta a informação espantosa de que a personalidade com menos influência positiva e mais influência negativa na decisão de voto do eleitor é ele mesmo, FHC.

É um terremoto, essa notícia. Simplesmente porque 57% dizem que não votam de jeito nenhum em um candidato apoiado por FHC. Ou seja, os planos largamente anunciados por Aécio de incluir o ex-presidente em sua campanha, resgatando seu “legado”, foram para o ralo. E, pela quarta vez desde 2002, FHC terá que ser escondido do eleitorado.

Afinal, 57% é a maioria do eleitorado e, se não votam em quem é apoiado por FHC e se este apoia Aécio, em teoria a candidatura tucana está inviabilizada.
E mesmo para esconder FHC haverá que combinar com os russos. Não basta Aécio escondê-lo se os seus adversários o trouxerem à luz, lembrando ainda mais aos brasileiros daquele período que faz com que o eleitor nem queira ouvir falar do ex-presidente tucano, de triste memória.

E, como se sabe, mais uma vez o PT irá pendurar FHC no pescoço de um candidato do PSDB.
Há, ainda, a questão da rejeição de Dilma, que subiu para 35% enquanto que as de Aécio e Campos caíram para 29%. É óbvio que isso teria que acontecer porque eles pouco aparecem na mídia, enquanto que Dilma só aparece apanhando. Vamos ver o que acontecerá quando o eleitor for informado de que Aécio é o candidato de FHC…

Aliás, vale lembrar que a rejeição de Lula é de míseros 17%, ou seja, enquanto que o ex-presidente terá influência positiva na campanha de Dilma, o patrono de Aécio terá influência sobre seu desempenho que pode ser considerada fatal.

Fora isso tudo ainda há muito a comentar sobre a pesquisa Datafolha recém-divulgada, mas serão outras histórias que a ser contadas ao longo dos próximos dias, inclusive à luz de outras pesquisas, como uma privada do Vox Populi que mostra números substancialmente diferentes e que ainda virá à luz.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

BYE, BYE BLÁBLÁRINA Dias, na Carta, afunda a Rede.


Sugestão do amigo navegante Resec, que localizou na Carta Capital a abertura da imperdível” Rosa dos Ventos”.

Dias sempre disse que a Rede era uma quimera, como a verdade do Ministro Fux:

MARINA SAI DE CENA, SERRA ENTRA


Talvez o ex-governador deixe de ser tucano; já a candidatura da ex-ministra parece impossível

Por Maurício Dias

Parece definida a situação de Marina Silva em relação à eleição presidencial de 2014. Como não há mais tempo hábil para cumprir as exigências legais para a Rede Sustentabilidade formalizar o registro junto ao TSE, ela não tem opção. Fica fora da competição ou, até o dia 4 de outubro, põe o pé no estribo do primeiro bonde que passar. No entanto, Marina tornou proibido falar em “plano B”.
Não há espaço para ela no PSOL. Não há como retornar ao PV, com o qual rompeu após disputar a eleição de 2010 e “arrancar” quase 20 milhões de votos. Talvez ela seja bem recebida no PPS, que tem como preferência, no entanto, a adesão de José Serra, caso ele decida dar adeus ao PSDB.
Sem Marina Silva no páreo, a situação, em tese, favorece Dilma, com a popularidade em recuperação. As precoces pesquisas indicam que, neste caso, se a eleição fosse hoje, ela venceria no primeiro turno se os adversários fossem Aécio Neves e Eduardo Campos.
O quadro de candidatos ainda está tão indefinido quanto o da economia. Um fator predominante na eleição de 2014.
Para onde escoaria a votação de Marina, considerando que é um voto de forte conteúdo antipartidário? Ela reproduziria a decisão de não apoiar ninguém, como fez no segundo turno de 2010? Até quando ela vai evitar o jogo político? Talvez quando a bem-aventurada Marina entender, como já foi dito, que a política é uma atividade para pecadores.
Além de perder a corrida contra o tempo, Marina engasgou com as mais de 800 mil assinaturas coletadas em um ano. Era preciso, no entanto, certificar em cartório. Somente 250 mil foram reconhecidas oficialmente. A metade do que a legislação exige para a formação de partido. Esse número expressa o mínimo exigido pela legislação: 0,5% dos votos dados na última eleição para a Câmara dos Deputados, não computados os brancos e nulos. Isso corresponde a exatamente 491.656 assinaturas certificadas em cartório de, pelo menos, nove estados.
Marina acusou a lentidão dos cartórios. Foi vítima da burocracia que, quando não falha, tarda. Em gesto de desespero, propôs ao TSE entregar mais de 600 mil sem conferência para obter, em confiança, o registro do partido. Ela pede o impossível: que o tribunal abra uma exceção.
Mas eis que, de São Paulo, chegaram notícias ruins. A Justiça Eleitoral identificou indícios de fraude na coleta de assinaturas para a criação do partido. O Ministério Público Eleitoral e a polícia foram mobilizados em alguns municípios paulistas.
Somente o registro perante o TSE garante a participação no processo eleitoral. Marina não cumpriu as exigências preliminares para chegar a essa etapa que, em geral, consome cerca de 30 dias. Basta conferir o calendário. O tempo passou.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

GLOBO ESTAVA QUEBRADA AO SONEGAR Edu mostra que a Globo confessou que estava quebrada quando o Lula tomou posse

Saiu no Blog da Cidadania, do Edu: 

À ÉPOCA DA FRAUDE FISCAL, GLOBO ANUNCIAVA DIFICULDADES




Entre 2001 e 2002, a Globo Comunicações e Participações Ltda. (Globopar) operou um esquema financeiro para adquirir os direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002 que terminou sendo considerado fraudulento e criminoso pela Receita Federal, que a autuou.

A Globopar adquiriu uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas que cerca de um ano depois foi dissolvida, e os recursos apurados na operação foram usados pela Holding da família Marinho para pagar por aqueles direitos de transmissão.

A Receita representou com fins penais por aquela operação ter gerado evasão do pagamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), entre imposto principal devido, correção e multa. No total, a autuação somou mais de 600 milhões de reais.

Tudo isso ocorreu em uma época em que as notícias sobre os problemas financeiros das Organizações Globo se espalhavam pela imprensa brasileira e mundial.

Em outubro de 2002, a Globopar, então acionista da operadora de TV a cabo Net – da qual, futuramente, venderia a participação, para o grupo de comunicação mexicano Telmex – anunciou que iria renegociar novos prazos para quitar dívidas geradas por aquela participação societária.

À época, especialistas do mercado consideraram a medida como uma espécie de “concordata branca” da Globo.  O anúncio de suas dificuldades ocorreu no primeiro dia de operações do mercado financeiro após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência.

Naquele mesmo mês, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o ainda presidente do PT, deputado José Dirceu, tratou da situação financeira dos grupos de mídia, incluindo a imprensa escrita.

Naquela entrevista, Dirceu afirmara que, apesar de a situação da imprensa nacional ser “preocupante” e merecer “ser analisada com cautela pelo novo governo” – o qual, pouco depois, passaria a integrar como chefe da Casa Civil -, não se pretendia utilizar recursos do BNDES para prestar socorro nem à Globo nem a outros veículos da mídia eletrônica ou impressa que se endividaram em dólar durante o governo Fernando Henrique Cardoso e que, com a maxidesvalorização do real, haviam ficado em situação econômica “preocupante”.

Eis, assim, a razão pela qual o governo Lula se tornaria “inaceitável” para esses grandes grupos de mídia: por se recusar a ajudar Globo, Folha, Veja, Estadão e companhia limitada a saírem do buraco em que FHC os meteu ao promover, no primeiro mês de seu segundo governo, a desvalorização do real que garantira, durante a campanha eleitoral de 1998, que não faria.

Parece difícil entender por que esses grupos de mídia defendem tanto um político que os meteu em uma fria como a descrita acima – FHC. A explicação é simples: se José Serra tivesse vencido Lula em 2002, o BNDES teria sido muito mais generoso com a Globo.

Isso sem dizer que as manobras do grupo empresarial da família Marinho para sair do buraco – as quais, tudo indica, passaram pela fraude fiscal – não teriam sido coibidas pela Receita, caso o PT não tivesse sido eleito e abandonado os barões da mídia à própria sorte.

Leia, abaixo, matéria de O Globo de 29 de outubro de 2002 sobre as próprias dificuldades financeiras.

—–

“Desvalorização do real faz Globopar reavaliar sua estrutura de capital”

copyright O Globo

29/10/02

“A Globo Comunicações e Participações S.A. (Globopar) anunciou ontem que vai reavaliar sua estrutura de capital, devido à desvalorização do real e da deterioração das condições econômicas no Brasil. A Globopar, controlada pela família Marinho, tem participações acionárias nos setores de televisão a cabo e via satélite, programação para TV por assinatura, editora de revistas e livros, gráfica e internet. As operações da TV Globo, da Infoglobo (que edita os jornais GLOBO, Extra’ e Diário de S.Paulo) e do Sistema Globo de Rádio são diretamente controladas pela família e administradas independentemente da Globopar.

Nesse processo de reavaliação, a Globopar e algumas de suas empresas controladas estão procedendo a uma revisão de seus planos de negócios, com ênfase na melhora da geração de caixa. Ao mesmo tempo, a Globopar e algumas de suas empresas controladas, a partir de hoje, reescalonarão o fluxo de pagamentos de suas obrigações financeiras. A Globopar espera dar novas informações sobre o processo nos próximos 90 dias.

A TV Globo é garantidora de parte das dívidas da Globopar, que já começou a conversar com alguns de seus credores. A Globopar contratou a Goldman Sachs & Co. e Houlihan Lokey Howard & Zukin Capital para o processo de reavaliação e atração de investidores. Debevoise & Plimpton e Barbosa, Müssnich e Aragão estarão prestando assessoria jurídica à Globopar. Já o Unibanco vai assessorar a Globopar com relação ao mercado brasileiro.

Membros da família Marinho investiram mais de US$ 170 milhões na empresa e em suas controladas nos últimos seis meses. Apesar do forte apoio financeiro de seus acionistas, a contínua desvalorização do real e a significativa redução de crédito para empresas brasileiras afetaram a dívida que a Globopar tem em dólares. Além disso, o prazo de retorno dos investimentos nos negócios de TV por assinatura se mostrou mais longo do que o esperado.

Apesar dos esforços da empresa e de seus acionistas para gerenciar a dívida da Globopar, por meio de significativos aportes de capital, a deterioração do ambiente macroeconômico evidenciou a necessidade de reavaliar o cronograma de pagamento da dívida da Globopar. Estamos trabalhando para rever nossos planos de negócios e tomar medidas para reduzir custos e aumentar o fluxo de caixa líquido. Esses esforços servirão como base para as conversas que pretendemos ter com os credores, disse Ronnie Moreira, presidente da Globopar.

A TV Globo não deve ser afetada de forma negativa pelo processo de reavaliação da Globopar. Segundo Roberto Irineu Marinho, presidente da TV Globo, a performance da TV Globo continua sólida, apesar das difíceis condições econômicas atuais. A programação da TV Globo permanece com os maiores índices de audiência e a empresa continua revendo suas operações para melhorar sua geração de caixa, mantendo a posição de líder baseada na alta qualidade de suas produções nacionais.
Como se sabe, a Globo quebrou porque acreditou na Urubóloga e no Fernando Henrique, achou que o Real não ia se desvalorizar, e se endividou em dólares.
Foi um hara-kiri exemplar.
E a Urubóloga dá aula até hoje …
E levam o Farol de Alexandria a sério até hoje …
E o Catão do Lago Sul, o Alexandre Maluf Garcia, vai dizer o quê ?
E o Catão de Harvard, o dos múltiplos chapéus, vai ficar quieto ?
E a Urubóloga, vai denunciar a queda da arrecadação da Receita por causa dos paraísos fiscais ?
Cuidado com o superavit primário, Urubóloga …
Ou, como diz o ansioso blogueiro, no PiG (**) opinião é só a do patrão.
O resto é figuração !
Ou como diz o Mino Carta, no Brasil, jornalista é pior que o patrão.
Paulo Henrique Amorim


(*) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse –http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=12297&sid=256 – . Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

As pesquisas e a volatilidade das nuvens


Por Antonio Fernando Beraldo em 16/10/2012 na edição 716

Para Matheus Jacometi Masson

Não dá para não desconfiar: Fernando Haddad 47% vs. José Serra 37% (Datafolha, 11/10)! Mas, como? No domingo das eleições (7/10) o resultado não foi Serra 31% e Haddad 29%? Elementar, meu caro: “2º turno é outra eleição”. Sim, mas a decisão e a migração são assim tão automáticas? Dia seguinte, o Ibope confirmatório: Haddad, 48% vs. Serra, 37%. Mas assim mesmo, cifras exatamente iguais? Será que os dois institutos “combinaram”? Só falta aparecer o Vox Populi e dar Serra 52% vs. Haddad 48%... Para o eleitor, principalmente aquele que se guia pelas pesquisas – muito mais gente do que se pensa –, é um nó na cabeça.
Nestas eleições, mais uma vez, os institutos acertaram muito mais que erraram, mas a visibilidade dos erros em algumas capitais distorce esta percepção. No Rio, que era o resultado mais previsível, a reeleição do Paes foi quase milimetricamente de acordo com o previsto pelo Ibope e o Datafolha. Porém, no Recife, Geraldo Júlio (PSB) ganha no primeiro turno, 51,2%, ao contrário da previsão do Datafolha – mas o Ibope acertou. O Ibope errou em Curitiba (Fruet subiu mais de 7% às vésperas da eleição), Salvador (ACM Neto chegou à frente, invertendo o previsto), Natal (a pesquisa de véspera tinha dado Carlos Eduardo (PDT) com 51%, mas terminou com 40%), e errou feio, mesmo, em Manaus (era empate técnico na pesquisa, mas Artur Virgílio Neto chegou quase 20% na frente). Pegou mal, muito mal.
Conclusão óbvia
O Datafolha, bem intencionado em tentar explicar o fluxo errático dos números, aprofunda a análise da queda do Russomano (de 35% para 25%) e provoca um tsunami de percentagens difíceis de entender até para quem é do ramo: “Haddad lidera entre os não convictos em Russomano” (Folha de S.Paulo, 5/10). Inventou um tal de “grau de convicção”, e pergunta ao eleitor que é convicto em Russomano, mas cujo voto ainda pode mudar, quem teria mais chances de receber o voto”... Nesse perde-e-ganha, os não-tão-convictos em Serra (26%) podem votar Russomano (32%) ou Haddad (24%). E, já que as mulheres antecipam a tendência do eleitorado (segundo Mauro Paulino, diretor do Datafolha), e Russomano perdeu 12% entre elas, está na cara (dos candidatos) que o voto migra para Haddad, bonitão, e não para o Serra, óbvio (mulheres decidem seu voto também por esta característica, sim).
Na mesma época, o Ibope (Globo e Estado de S.Paulo) dava 34% dos votos válidos para o Russomano (!), e o Metrô News explica que a queda do Haddad era devido ao mensalão – e, cheio de malícia, não diz que a intenção de voto em Russomano, num levantamento anterior era de 41%...
Chega de explicações. Antes de prosseguir, relembremos um pouco de estatística, ou não – o leitor, em caso de ceticismo absoluto, pode saltar os parágrafos seguintes. Uma das maneiras de conhecer o que se passa nos corações e mentes de um grupo muito numeroso (a intenção de voto em um contingente eleitoral, por exemplo) é utilizar um método estatístico conhecido como amostragem-inferência probabilística, que consiste, molto grosso modo, em:
1. Os eleitores são embaralhados, isto é, procura-se uma maneira de que, idealmente, cada eleitor tenha a mesma probabilidade de ser sorteado que qualquer outro. Existem várias maneiras de embaralhar eleitores – não confundir com embromar eleitores. Isso depende do nível de informação que se tem sobre a distribuição desses eleitores no município, na região, no país.
2. Deste contingente eleitoral (o universo), devidamente embaralhado, sorteia-se uma amostra, que é um conjunto de tamanho muito menor do que o universo. O tamanho da amostra depende uma série de condições: tipo da amostragem, nível de confiança, quantidade de grana que o partido dispõe, e, principalmente, de uma medida chamada margem de erro, que é calculada (tem uma “formulinha” para isso). Se o candidato quer 5% (para cima e para baixo), sorteamos 384 eleitores; se deseja 4%, sorteamos 600 eleitores; 3%, 1.067 eleitores; 2%, 2.401 eleitores (este “1” é muito importante...); e, no caso do caixa 2 do partido permitir, margem de erro de 1%, 9.604 eleitores (!). Isto é muita grana. Para se ter uma ideia, a pesquisa do Datafolha em Curitiba, sobre o 2º turno, entrevistará 1.280 pessoas e custará 71 mil reais. [A esse propósito, ver, neste Observatório, “Pequeno manual para enfrentar a pesquisite”, parte 1 e parte 2.]
3. Aí, se for pesquisa do Ibope, alguém bate à porta do eleitor sorteado, e faz três perguntas:
>> P01: O(A) sr.(sra.) é eleitor(a) aqui na cidade? Se não, agradeça e encerre.
>> P02: Se a eleição fosse hoje, em qual dos candidatos (mostra os nomes dos candidatos, se for pesquisa estimulada, e espera pacientemente o eleitor se esforçar em lembrar, se for pesquisa espontânea) o(a) sr.(sra.) votaria?
>> P03: Se a eleição fosse hoje, em qual dos candidatos (idem, idem) o(a) sr.(sra.) não votaria de jeito nenhum? Muito obrigado.
Caso seja uma pesquisa do Datafolha, o eleitor, desprevenido, é abordado na rua, num local de grande movimento. É a pesquisa chamada “no fluxo”, que é um nome mais bacaninha do que “a esmo” (mas é a mesma coisa). Na pesquisa no fluxo, os coletores cumprem cotas, isto é, tem tantos homens, mulheres, jovens, adultos, ricos, pobres etc. para entrevistar. Este método, embora não seja rigorosamente probabilístico, tem as suas vantagens, por ser mais rápido e bem mais barato – as amostras podem ser maiores, e os eleitores são mais fáceis de “achar”. Parece simples, não?
Mas é justamente aí que mora o perigo. Calcular o tamanho da amostra é fácil, mandar coletores à rua, também, mas fazer um plano amostral eficaz (saber onde estão os eleitores a serem entrevistados) é briga de cachorro grande. É neste ponto onde o risco de derrapar é imenso. O pessoal dos institutos sabe do que eu estou falando.
4. Feitas as contas, o instituto divulga o resultado da enquête (como diria minha avó): candidato A, 32%; candidato B, 28%, e candidato C, 18%. E diz que a margem de erro foi de 2%, ou seja, o candidato A podeter entre 30% e 34% (2% a mais ou a menos do que os 32% da pesquisa). O que o instituto não diz, ou diz com letrinhas de contrato (Arial, tamanho 6, cor cinza), é que isto é uma probabilidade, ou seja, há umaprobabilidade de 95% de que a votação de A esteja entre 30% e 34%. E que há uma probabilidade de 5% de que sua votação esteja fora destes limites.
Dizendo mais, o candidato A pode ter até 51%, embora a probabilidade disso acontecer seja muito pequena – mas pode acontecer (é a mesma chance de alguém morrer atropelado por um velocípede desgovernado). Então, se você conseguiu percorrer essas tediosas linhas, deve ter concluído que... TODAS AS PESQUISAS ESTÃO CERTAS!
Mudanças bruscas
É isso mesmo. Eu, você, o instituto, o(a) candidato(a), aquele(a) chato(a) do boteco, a vizinha faladeira, seu chefe, sua senhora, e até aquele espumante militante do PT, todos nós estamos absolutamente certos quando atribuímos qualquer valor à intenção de voto em A, entre 0% e 100%. E que fique claro: não dá para prever nada se nossos prognósticos (como diria papai) forem únicos. Nós temos que refinar nossa prognose, dando, no mínimo, três palpites ao longo do tempo. É o que se chama de “verificar a tendência” do eleitor. E estaremos todos certos, e todos errados, embora com muito menos técnica, e muito menos embasados do que os institutos.
Mas o que interessa mesmo é atentar para um fato que está derrubando os ibopes da vida, e que me parece, no momento, impossível de ser incluído no modelo estatístico: o índice de abstenções. No Brasil, nessas últimas eleições, foram 22 milhões de eleitores: 13 milhões de pessoas que se deram ao trabalho de comparecer nas seções eleitorais e votaram “em branco” ou “nulo”; 9 milhões (mais de 16%), nem isso: simplesmente não compareceram às urnas para exercer seu direito.
No Rio, dos 4,7 milhões de eleitores habilitados, mais de 965 mil – o equivalente a 20,45% do total – fizeram no show (provavelmente foram tomar banho de mar, ou de bar). É mais gente do que os eleitores que votaram no candidato do Psol, Marcelo Freixo (2º lugar). Em São Paulo, são inacreditáveis 30% (!) entre ausências, votos brancos e nulos – a dupla Serra/Haddad foi votada por apenas 42,5% dos eleitores.
Na minha cidade, Juiz de Fora (MG), o percentual de gente quem nem foi votar chega a mais de 17%, o maior do estado, e muito superior à votação do candidato 3º colocado. E os especialistas preveem que este número será ainda maior, caso o dia 28/10 traga aquele sol de prometidas delícias, e o trânsito na cidade continue estúpido e desanimador (para dizer o mínimo). Para que sair de casa e enfrentar uma fila naquele calorão, para votar em “alguém que não vai fazer nada de bom, pelo contrário”, se tem aquele churrasco e aquela cerveja gelada me esperando, junto à piscina, com os amigos?
Mas, se estiver chovendo, não vai dar para sair, não, pode resfriar... e, depois, é só baixar na internet um formulário para justificar a ausência e levar ao cartório eleitoral, com um atestado médico (por exemplo, meu papagaio estava constipado). E, de tabela, que a estatística ainda registre meu protesto, meu desânimo e minha recusa a passar por trouxa, mais uma vez.
Finalizando, o que fazer? Abandonar as pesquisas e nos guiarmos pelos palpites da turma que fica fofocando nas “bocas malditas”? Nem pensar. Precisamos é de mais e mais pesquisas, mais e melhores, aperfeiçoadas à medida que os (bons) profissionais aprendam com os erros e acertos. Refinar os métodos estatísticos, as técnicas de pesquisas, buscar este retrato fugidio, este número-notícia que muda a cada hora.
Magalhães Pinto dizia que política é como as nuvens: você olha para o céu e elas estão de um jeito, olha de novo e elas estão fazendo outra figura. Intenção de voto é a mesma coisa. Segundo Márcia Cavallari, diretora-executiva do Ibope, e excelente profissional, “um dia é muito, em se tratando de eleição municipal” (OGlobo, 9/10), e, para o Ibope, “está dentro das estatísticas” o instituto errar 5 em cada 100 pesquisas. “Eleição municipal é dinâmica, a volatilidade da decisão é maior e é comum ocorrerem mudanças bruscas. No sábado (6/10), 28% dos paulistanos não citavam candidato na pesquisa espontânea, o que demonstra que o eleitor está decidindo cada vez mais tarde. Pesquisa é retrato do momento, por isso apenas a boca de urna pode ser comparada ao resultado do TSE” (Folha, 11/10).
É isso aí, falou (contou, mediu) e disse.
***
[Antonio Fernando Beraldo é engenheiro e professor do Departamento de Estatística da Universidade Federal de Juiz de Fora
]

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Sessão extraordinária do Congresso cria a CPMI do Cachoeira


 
Com vinte minutos de atraso, o requerimento de criação da CPMI que investigará negócios do contraventor Carlinhos Cachoeira foi lido nesta quinta-feira em sessão do Congresso. A leitura constitui regimentalmente o ato de criação da CPMI.
A 1ª vice-presidente da Câmara e do Congresso Nacional, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), informou que a conferência das assinaturas já foi feita e a leitura do requerimento na sessão de hoje atendeu a pedido dos líderes partidários. Foram confirmadas 72 assinaturas de senadores e 337, de deputados. Esses números, no entanto, podem mudar até a meia-noite de hoje.
A 1ª vice-presidente da Câmara e do Congresso Nacional, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), fez a leitura do requerimento 
A 1ª vice-presidente da Câmara e do Congresso Nacional, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), fez a leitura do requerimento 
Rose de Freitas informou que os partidos terão até a próxima terça-feira (24) para indicar os membros que vão compor a comissão. Ao todo são 15 deputados e 15 senadores, com igual número de suplentes. Feita a indicação, a CPMI pode se reunir para a eleição do presidente e indicação do relator. “A primeira reunião do colegiado deve ocorrer na próxima quarta-feira (25)”, disse a deputada.
Presidente e relator
O presidente da Câmara, Marco Maia, disse que ainda não foram definidos os nomes que ocuparão os cargos de presidente e relator da CPMI, mas que, por tradição dos maiores partidos em cada Casa, o PT, pela Câmara, deve ficar com a relatoria, e o PMDB, pelo Senado, com a presidência.
Ele afirmou que a CPMI não deve interferir no ritmo dos trabalhos na Câmara nem nas votações do Plenário. “A CPMI é importante para o Brasil porque vai desvendar uma quadrilha, que constitui um poder paralelo. Não será uma CPMI de posição e oposição. Aqueles que têm a intenção de fazer da comissão um grande espetáculo não devem fazer parte dela. Se for para fazer disputa política, a comissão não atingirá seu objetivo”, declarou.

Investigação ampla

O líder do DEM, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), disse que é preciso ter um compromisso com uma investigação ampla. “Tudo que seja de irregularidade que envolva as operações de Carlos Cachoeira, da contravenção no Brasil, da ilicitude da prática de jogos deve ser investigado. E, claro, sem poupar partidos, agentes públicos ou empresas”, afirmou.
Na avaliação do líder do PT, deputado Jilmar Tatto (SP), não haverá encenação nas investigações. Ele negou que o governo esteja preocupado com a CPMI, já que a investigação envolverá a empresa Delta, uma das principais prestadoras de serviço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Tem que ter seriedade na investigação, ser bastante criterioso do ponto de vista do aprofundamento da investigação, e que a tarefa que está sendo dada aos membros da CPI aconteça na sua plenitude, sem cerceamento”, disse.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

ONDE MORA O PERIGO

**quatro soldados americanos riem e urinam em três cadáveres no Afeganistão: o filme postado no YouTube é mais um emblema da barbárie imperial auto-investida em escudo da civilização contra o suposto fanatismo islâmico** produção industrial caiu em novembro, pelo 3ºmês seguido, na zona do euro**PIB da Alemanha recuou 0,25 no 4º trimestre de 2011 reforçando a dinâmica recessiva na UE**vítima de atentado a bomba nesta 4ª feira, Mostafa Ahmadi Roshan é o 4º cientista do programa nuclear iraniano assassinado desde 2010** Teerã atribui ações a serviços secretos de Israel e EUA** em recente anúncio de cortes de gastos militares, Obama adiantou que a nova doutrina de segurança dos EUA vai privilegiar ações 'pontuais' de eficiência imediata, espionagem e guerra cibernética 


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Popularidade da Dilma é de 70%. Globope desaba na margem de erro

Na foto, o Globope se encontra com a Datafalha

Este Conversa Afiada não acredita em pesquisa de opinião pública no Brasil.

Especialmente, porque há um concubinato (só no Brasil) entre dois principais centros de pesquisa e órgãos do PiG (*).

Tem o Globope e o Datafalha.

É a concentração dentro da concentração, movida a concentração: na mídia e na pesquisa.

Mas, o PiG (*) chamou a atenção deste ansioso blogueiro para a recente queda avassaladora da Presidenta nas pesquisas.

Sobre isso,  no post “O Ministro do PMDB na Agricultura deveria cair fora” observou o seguinte:

Em tempo: não leve a sério, amigo navegante, o último Globope, que atribuiu ao combate à corrupção o desabamento da Presidenta na pesquisa.

Primeiro, porque ela não desabou.


Dá uma surra no Farol de Alexandria e só se compara ao Lula.


Segundo, porque dizer que a variação ocorrida se deve a um desinteresse pela faxina é interpretação que serve à oposição.


Tudo depende da economia, “disse” o Globope.


Como a economia vai desabar, segundo a urubóloga, logo, a Dilma vai cair.


A faxina não a segura.


Logo, seja leniente com a corrupção, sugeriu o Farol.


E o Globope deu “evidência empírica” ao Príncipe dos Sociólogos.


Locupletemo-nos todos ! – é a tese.


E não permita a comparação:


Dilma é a da faxina; e o Farol, aquele que não rouba, mas deixa roubar, segundo Ciro Gomes, aquele que mais entende da alma tucana.”


Agora, no G1, sai outra pesquisa, da Sensus:

A popularidade da Dilma está em 70%
.

O Globope tinha dito que o desabamento foi de 73% para 67%.

Portanto, o Globope caiu de cima de sua própria margem de erro.

Como o dançarino cansado de tanta pirueta, deu com o queixo no chão.

Afogou-se na margem.

Na opinião deste ansioso blogueiro, essas pesquisas são apenas um instrumento de pressão política do PiG (*) sobre governos trabalhistas.

E delas só trata para mostrar o que são: a chave de fenda do Golpe.


Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

DENÚNCIA: Datafolha e Ibope planejam fraude

Recebi uma denúncia de fonte que não quer se identificar e que repercuto porque estará comprovada ou não em muito pouco tempo.
Serei curto e grosso: Datafolha, Ibope e o PSDB teriam acertado o uso das margens de erro dos dois institutos para fazer com que Dilma e Serra voltem à situação de empate técnico.
Segundo a denúncia, apesar da investigação da Polícia Federal sobre os institutos de pesquisa, a margem de erro poderá ser usada , pois não haveria como comprovar seu uso.
A comprovação da fraude se dará se tanto Ibope quanto Datafolha apresentarem o mesmo resultado, ou seja, empate técnico nos dois institutos, porém dentro da margem de erro.
O objetivo da fraude seria o de estancar a fuga de recursos financeiros da candidatura de Serra que se agravou depois da pesquisa Datafolha de junho, que mostrou o tucano empatado com Dilma.
De qualquer forma, o Movimento dos Sem Mídia já estava se preparando para oferecer mais evidências de fraude não só ao Ministério Público, mas, também, à Polícia Federal.
A possível nova fraude só reforçará nossa argumentação.

sábado, 22 de maio de 2010

Datafraude deve explicações



Datafolha deve explicações


A nova sondagem de intenções de voto do instituto de pesquisas do jornal Folha de São Paulo, o Datafolha, prova várias coisas e gera a necessidade de este instituto se explicar, bem como o jornal, pois a pesquisa mostra que Datafolha e Ibope sempre estiveram errados ao tentarem várias vezes, desde o início do ano, “abrir a boca do jacaré”.

Os reiterados “erros” de Ibope e Datafolha neste ano ficam claros no gráfico abaixo.
Notem que os distúrbios na linha de tempo formada pelas datas das pesquisas dos quatro institutos objetos da representação do Movimento dos Sem Mídia à Justiça Eleitoral aconteceram sempre por ação do Datafolha e do Ibope, que acabam sempre tendo que se ajustar ao Vox Populi e ao Sensus.

Desta maneira, torna-se hilária a explicação previsível que a Folha de São Paulo deu para a pesquisa que publica neste sábado, que mostra empate literal de Dilma e Serra (ambos com 37%).Dizer que tal resultado se deve ao programa eleitoral do PT, à luz do gráfico acima se torna completamente sem sentido.

Todas as suspeições que a Folha, o resto da grande mídia, os “espertíssimos” analistas midiáticos e esse bando de lunáticos que freqüenta blogs de Esgoto e da mídia corporativa levantaram sobre o Vox Populi e o Sensus, e agora fica claro quem tinha razão.

Ou alguém acha que um único programa eleitoral rendeu a Dilma superação de uma diferença de 12 pontos que a separava de Serra no último Datafolha ? Ou alguém nega que Datafolha e Ibope sempre têm que ir ajustando as margens do tucano e da petista para baixo e para cima, respectivamente, acompanhando os institutos concorrentes?

Fica cada vez mais claro o indício de que as pesquisas Datafolha e Ibope podem ter sofrido manipulações antes e que, inclusive, podem estar sofrendo manipulação agora, porque os outros institutos mostram que Dilma já passou Serra, de maneira que o Datafolha pode estar “errando” de novo, através da providencial “margem de erro”.

O pais, a Justiça Eleitoral e a Polícia Federal aguardam, ansiosamente, as explicações do Datafolha, que terão que ser dadas cedo ou tarde.