Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 5 de maio de 2015

MP ARRASA ÉPOCA: NÃO HÁ PROVA ALGUMA CONTRA LULA

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Jornal distribuído no metrô de SP ironiza apoio de nordestinos a Dilma



Em tese, se um jornal paulista da capital publica na capa as fotos de dois candidatos à Presidência da República e faz montagem na foto de um deles com uma intenção bastante óbvia de vinculá-lo ao Nordeste, só pode estar querendo ajudar esse candidato. São Paulo é um Estado repleto de nordestinos ou descendentes de nordestinos…


Porém, há anos que os paulistas vêm sendo acusados de preconceito contra nordestinos por conta de uma parcela de sua população que não faz a menor questão de esconder verdadeira ojeriza que tem ao povo do Nordeste, tanto no que diz respeito à cultura da região quanto ao fato de haver mais nordestinos negros do que brancos.
Episódios recentíssimos de manifestação de preconceito em redes sociais contra o povo do Nordeste por votar majoritariamente em Dilma acabaram mostrando que a grande maioria dessas agressões partiram de paulistas, sejam da capital ou do interior de São Paulo.
Por esse ângulo, a capa do jornal gratuito Metro News, em sua edição de 22 de outubro, induz a crer que a intenção na montagem que o leitor vê no alto da página pode não ter sido a de favorecer a presidente da República ao associá-la ao povo nordestino, já que acusações de que paulistas e paulistanos (Metrô News é da capital) repudiam esse povo são comuns.
Só para lembrar: a mais notória condenação de alguém por crime de preconceito contra nordestinos foi de uma jovem estudante de Direito de Bragança Paulista, interior de São Paulo. Em 2010, ela pregou no Twitter que matassem os nordestinos que votaram em Dilma e os “culpou” pela primeira eleição da atual presidente da República.
Para entender melhor a intenção do jornal haveria que, para começar, ler as páginas seguintes, apesar de, por estarmos em período eleitoral, ser vetado que um impresso distribuído gratuitamente em um aparelho do Estado controlado pelo partido do adversário de Dilma, tomasse partido desse adversário.
Na terceira página do jornal, duas matérias sobre o confronto Dilma/Aécio: a primeira, “Dilma Caminha com Mulheres”; a segunda, “Aécio contesta Datafolha”.
A matéria sobre Aécio dispensa comentários; o título diz tudo. A matéria sobre Dilma, apesar do título simpático, diz que ela “critica” e “acusa” Aécio, quem, na matéria sobre si, aparece vitimizando-se, dizendo-se prejudicado por pesquisas inidôneas que o colocam atrás da adversária nas intenções de voto da corrida sucessória.
Na quarta página, mais duas matérias: a primeira, “Ataques mútuos e propostas”, continua na linha de mostrar Dilma como agressora de Aécio; a segunda, “Pesquisa não indica desidratação de Aécio”. Abaixo, reprodução da matéria do Estadão republicada no jornal gratuito.
O jornal distribuído gratuitamente no metrô de São Paulo costuma publicar textos críticos ao PT e favoráveis ao PSDB, sobretudo ao governo Geraldo Alckmin, que controla o Metrô.
Abaixo, mais algumas capas do Metrô News



sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Com o país dividido, Dilma terá que denunciar a mídia



Rachou, e rachou ao meio. As pesquisas Datafolha e Ibope recém-divulgadas concordam – até numericamente – que Dilma Rousseff e Aécio Neves têm, cada um, metade do eleitorado consigo. Seja em votos válidos, seja em votos totais.

A vantagem numérica de 2 pontos percentuais – portanto, dentro da margem de erro – que os dois institutos deram a Aécio Neves (51% contra 49% de Dilma, em votos válidos) pode muito bem decorrer da preferência que os donos de Datafolha e Ibope – respectivamente, as famílias Frias (dona de fato) e Marinho (dona de direito) – acalentam pelo tucano.

Segundo o Ibope, 4% do eleitorado ainda não sabe em quem votar. Já no Datafolha, são 6%. Poderíamos dizer que, na média, 5% do eleitorado ainda está indeciso. Esse universo de menos de 10 milhões de eleitores irá decidir a eleição.

O que ocorre é que Aécio detém uma vantagem extremamente injusta sobre Dilma. Nos últimos dias, essa mídia, “esquecendo” de todos os escândalos que envolvem o PSDB, dedicou-se exclusivamente a acusar o PT. Sem parar.

Aliás, nos últimos dias um petista e um tucano foram flagrados em aeroportos transportando altas somas em espécie. Como a mídia tratou os dois casos? Escondeu o do tucano e pôs na primeira página o do petista.

Nos jornais, telejornais, rádios, portais de internet, as acusações de corrupção incessantes contra o PT. E o que é pior: com base em informações não confirmadas, sob apuração das autoridades. Na mídia partidária de Aécio, porém, não precisa mais investigação nenhuma: o PT – e, por extensão, Dilma – é culpado.

Todos os casos de corrupção envolvendo o PSDB (escândalo dos trens em SP, entre outros), a crise hídrica em SP, o caso dos aeroportos que Aécio mandou construir em terras de sua família em Minas Gerais, tudo isso é tratado lá no último caderno e nem chega aos telejornais.

Como o eleitorado que irá decidir esta eleição é extremamente pequeno, os ataques da mídia ao PT e a blindagem dessa mídia ao PSDB podem fazer a balança pender para Aécio.

Por mais que o primeiro programa de Dilma no segundo turno tenha começado bem, com um terceiro ator em jogo na disputa (a mídia), a petista não poderá pelear só com Aécio, pois ele poderá muito bem se portar como Marina, fazendo-se de coitadinho, deixando os ataques para Globos, Folhas, Vejas e Estadões.

No primeiro turno, Lula abriu a propaganda eleitoral de Dilma atacando a mídia. Depois, parou. Até porque, no primeiro turno essa mídia chegou a dar notícias desfavoráveis para Aécio ao mencionar, brevemente, o escândalo dos aeroportos.

Agora, porém, não tem mais jeito. Quem assistiu a edição do Jornal Nacional que precedeu o reinício da propaganda eleitoral na tevê e viu o telejornal superdimensionar a vantagem de 2 pontos de Aécio nas pesquisas e martelar acusações sem provas contra o PT, já percebeu que essa situação irá perdurar durante todo o segundo turno.

Dilma, portanto, disputa com Aécio e com a mídia. Dilma não tem um adversário, tem dois. E se tem dois adversários, não pode se defender ou atacar só um deles, por mais que seja injusto uma luta de dois contra uma. Terá, pois, que lutar com ambos.

Como? Dilma tem que denunciar exatamente o que está acontecendo – bombardeio midiático contra si e blindagem midiática de Aécio. Nem mais, nem menos. Afinal, graças às mentiras da mídia e a uma miríade de fatores laterais, o país vive uma situação-limite.

O risco de entregar o país aos banqueiros, à mídia e aos seus despachantes tucanos, em 2014 é o mais alto desde que o PT chegou ao poder. Se Aécio vencer, terá início uma era de perseguições políticas, saque ao patrimônio público, fim das investigações de corrupção contra o governo, entrega da soberania brasileira aos países ricos, sobretudo aos EUA.

Dilma, Lula e o PT não têm que reagir à mídia em defesa de seus interesses eleitorais. Eles têm obrigação de reagir em defesa do povo brasileiro, ora ameaçado por uma coalizão infame do capital financeiro que planeja sugar o sangue deste país até a última gota.


Assista, abaixo, ao primeiro programa de Dilma no segundo turno da eleição presidencial de 2014

quinta-feira, 6 de março de 2014

5 questões que desafiam a grande imprensa A imprensa comercial joga contra o Brasil. No time da oposição, é a camisa 9 da propaganda anti-governo, se posicionando na grande área para as eleições

Daniel Quoist
Roberto Stuckert Filho



1. O PIB do Brasil cresceu 2,3% em 2013. Numa lista de 13 grandes economias, incluindo China e Estados Unidos, o Brasil apresentou o terceiro maior crescimento. Esse crescimento é ruim para o país? Para o país não, mas para a oposição além de medíocre, é sofrível! É como se os bicos dos tucanos tivessem rachado ao colidir com a parede da realidade mundial. Qualquer país adoraria conviver com a mediocridade de um crescimento de sofríveis 2,3% em seu PIB. Mas, para a velha turma do quanto pior melhor, nem se o crescimento fosse superior a 13% seria considerado razoável.

2. Qualquer militante oposicionista pode infernizar a vida dos petistas presos na Papuda?Pode e é simples: basta um jornal qualquer publicar que José Dirceu se comunicou com alguém usando um celular e então ou o ministro Joaquim Barbosa ou seu preposto, o delegado da Vara de Execuções Penais, Bruno Ribeiro, o mantém em regime fechado e adia até não mais poder o prazo para decidir sobre seu pedido para trabalhar fora do presídio. Se um site instrumentalizado pela oposição difundir com algum sucesso a notícia de que Delúblio Soares ofereceu uma feijoada na Papuda, tal versão já será mais que suficiente para trazê-lo de volta ao regime fechado. Mais um pouco e o estagiário de uma revista dirá que José Genoíno começou uma briga ao estilo “Velozes e Furiosos” no pátio de sua casa. Resultado: em meia hora estará amargando o regime fechado no pátio da Papuda.

3. Qual a reação do colunismo político sobre os rompantes, diatribes e chiliques de Joaquim Barbosa ao vivo e a cores na TV Justiça quando insiste em mostrar indisfarçável repulsa ao voto proferido por Luiz Roberto Barroso? Consideram politicamente muito pertinente e juridicamente muito natural. Recebe até conselhos para se aposentar antecipadamente e se candidatar nas eleições de 2014. Os motivos oferecidos à guisa de conselhos ao irritadiço ministro estão a um passo da infâmia: porque amargar uma derrota no STF e se “submeter” à presidência de Ricardo Lewandowski dentro de mais alguns meses? O ministro faz intervenções abruptas e histriônicas sempre de olho no relógio da Corte – há que estar sincronizado com o início do Jornal da Nacional da Globo. Não lhe parece natural que a bancada do JN deixe de mencionar seu nome e de lhe reforçar a aura de justiceiro solitário sempre que é feita a escalada das matérias.

4. Porque um jornal espanhol – o influente El País – afirma em sua capa que é praticamente unânime a avaliação de que a Petrobras é um sucesso no longo prazo e que a petrolífera brasileira será capaz de reduzir o endividamento este ano seguindo seu plano estratégico e, ao mesmo tempo, notícia como essa nem mesmo chega a ser considerada como nota de rodapé em qualquer dos tradicionais jornais brasileiros? Nossa imprensa tradicional só repercute no Brasil matéria publicada no exterior que diminua o prestígio do Brasil, ataque suas instituições econômicas a começar pela insistência na demissão do ministro Mantega ou que espinafre a organização da Copa 2014 e preveja a falência da Petrobras. Em síntese, repercussão apenas para o Brasil que não pode de modo algum dar certo. Porque o que dá certo levanta a bola do governo e levantando essa bola, mais água cairá no moinho da reeleição da presidenta Dilma. O risco para a grande imprensa é que o PT seja vitorioso e dessa vez... em primeiríssimo turno.

5.  Luiz Roberto Barroso tem feito os mais brilhantes e bem fundamentados votos que um ministro do STF tenha proferido nos últimos anos sobre a AP-470, o dito mensalão, muito bem, porque então não recebe qualquer aplauso da grande imprensa? Porque o que interessa é manter o STF em seu viés máximo de partidarismo político, atuando como partido político de forma escancarada, transformando seu presidente Joaquim Barbosa em candidato à presidência da República e no único capaz de levar as eleições de outubro próximo para um hipotético segundo turno. Barroso é jurista, é professor de direito, é reconhecido nos meios jurídicos por um refinamento intelectual que destoa profundamente dos demais integrantes da Corte. Porque ao se posicionar sobre quaisquer temas jurídicos, Barroso tem mais é que ser escanteado para o banco de reservas. Sua postura, altivez e independência o tornam impossível de ser patrulhado e menos ainda de ser  “colonizado” pela grande imprensa.


Créditos da foto: Roberto Stuckert Filho

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

RODRIGO: FOLHA LUTA COM AS “PALAVRAS” A batalha em Caracas, Kiev e em São Paulo se trava nas camionetes do PiG (*).

Conversa Afiada reproduz do Escrevinhador irretocável artigo de Rodrigo Vianna:

UCRÂNIA E VENEZUELA: LUTAR COM PALAVRAS



“Lutar com palavras é a luta mais vã. No entanto lutamos mal rompe a manhã.” (Drummond)

por Rodrigo Vianna

Não se trata de poesia. Mas de política. A edição da “Folha” desta sexta-feira é mais uma demonstração de que a batalha nas ruas de Kiev ou Caracas não é feita só de coquetéis molotov, bombas e fuzis. A batalha se dá na mídia, na TV, na internet, nas páginas envelhecidas dos jornais. São Paulo, Caracas, Kiev, Moscou e Washington. A batalha é uma só.  

Reparemos bem. Acima, temos a primeira página do jornal conservador paulistano – o mesmo que apoiou o golpe de 64 e emprestou seus carros para transporte de presos durante a ditadura militar. Na capa da “Folha”, ucranianos escalam uma montanha de entulho no centro de Kiev, e a legenda avisa: “Manifestantes antigoverno usam pneus e entulho para montar barricadas…” Logo abaixo, uma chamada sobre reintegração de posse em São Paulo: “Em SP, invasores destroem imóveis do Minha Casa”. Numa página interna, o jornal informa que esse “invasores resistiram e, até a noite, praticavam atos de vandalismo”. (página C-1)

Ucranianos não praticam “vandalismo”. São tratados de forma heróica. Ainda que se saiba que parte dos manifestantes em Kiev tem um discurso racista, próximo do nazismo. Brasileiros são “vândalos”. Ucranianos são “manifestantes”.

Mas sigamos adiante. Nas páginas internas, a “Folha” traz vários textos do enviado especial a Kiev. Num deles, o repórter mostra uma pequena fábrica para produção de coquetéis Molotov, dentro do Metrô de Kiev. O cidadão que produz as bombas é descrito assim: “Sem afiliação a partidos ou uma proposta ideológica clara, o cidadão diz ter sido atraído pela praça e pelas manifestações a partir da ideia de que é necessário mudar o sistema político na Ucrânia.” 



Mudar o sistema político. Hum. Não fica claro se o cidadão quer uma ditadura. A Ucrânia não é uma democracia? O governo não foi eleito pela maioria? Hum… “Sem afiliação a partidos” – essa parece ser a chave para legitimar tudo nos dias que correm. A CIA, os EUA, a CNN, a Folha não tem filiação a partidos. Não. Nem o nobre manifestante de Kiev.

Ao lado da reportagem sobre os molotov, um texto opinativo assinado por Igor Gielow (sobrenome “eslavo”, muito bom! Isso dá credibilidade ao comentário). Basicamente, Gielow diz que a crise na Ucrânia é “reflexo da estratégia de Putin para a região”. Ele não está errado. Pena que esqueça de contar uma parte da história. “O importante não é o que eu publico, mas o que deixo de publicar”, dizia Roberto Marinho.

Gielow e a “Folha” ensinam: Putin é um líder malvado, que pretende manter na Ucrânia “a esfera de poder dos tempos imperiais e soviéticos”. Aprendam: só a Rússia tem interesses imperiais na Ucrânia. Do outro lado, há cidadãos sem afiliação partidária, lutando contra um insano governo pró-Moscou.  Os EUA e a Europa não têm interesses na Ucrânia. Só Putin. A culpa é dos russos.

Na “Folha” luta-se com as palavras muito antes da manhã começar. Luta-se com as palavras em Kiev, em São Paulo, Moscou. Washington fica invisível. E toda a estratégia passa por aí. O poder imperial só existe por parte da Rússia. Washington não tem qualquer projeto imperial: nem na Ucrânia, nem na Síria, nem tampouco na América Latina…

Falando nisso, a cobertura sobre a Venezuela é também grandiosa no diário da família Frias. Declarações de Maduro aparecem entre aspas. Velho truque jornalistico para desqualificar, colocar no gueto da suspeição, qualquer fala dos chavistas. Segundo a Folha, o governo de Maduro afirma que o movimento (golpista? Isso a Folha não diz) é uma armação de “forças de ultradireita da Venezuela e de Miami”. No texto original a expressão está assim, entre aspas. Por que? Para dar a impressão de que Maduro é um lunático, e que não há forças de ultradireita lutando nas ruas. Não. Há só “estudantes” e “manifestantes” (e agora sou eu que coloco entre aspas).



A legenda da foto acima (também publicada pelo jornal conservador paulistano) diz: “Estudantes queimam lixo em atos contra Nicolás Maduro”. Primeiro, como se sabe que o sujeito é um “estudante”? Depois, reparem que queimar lixo na Venezuela é “ato contra Maduro“. Queimar prédios em desapropriação, em São Paulo, vira “vandalismo”.

Em Caracas não há “vândalos”.

Ao lado da foto, um texto assinado por repórter (que está em São Paulo!!!!!) narra  roubo de equipamento da CNN em Caracas: “o ataque à CNN se assemelha a inúmeros relatos de motociclistas intimidando manifestantes, com tolerância e até respaldo das forças de segurança do governo”. O roubo ocorreu em manifestação da oposição. Mas o roubo certamente é coisa dos chavistas. Claro. Nem é preciso ir até Caracas pra saber (registro a bem da verdade factual que o repórter – a quem conheço, ótima pessoa – foi correspondente em Caracas).

No mesmo texto (assinado, de São Paulo) os grupos que defendem o governo são chamados de “milícias”. Ok. Já estive em Caracas cinco ou seis vezes. E há grupos chavistas que se assemelham mesmo a milícias. Mas do lado da oposição há o que? Não há milícias? A turma de Leopoldo, que deu golpe em 2002, é formada por cidadãos inocentes. E só.

Quem lê a “Folha” aprende que, em Caracas,  há de um lado “milícias chavistas”. De outro, só “estudantes” e “manifestantes”.  

Não há neutralidade no uso das palavras. Nunca houve. Nunca haverá. E quanto mais agudas as crises, mais isso fica claro. Há escolhas. A “Folha” faz as suas. A CNN, a Telesur, a VTV – ou esse blogueiro. A diferença é que uns assumem que têm lado. Outros fingem que estão “a serviço do Brasil”.  

Lutemos, com as palavras. Não há saída. O outro lado luta todos os dias, todas horas.

“Palavra, palavra
(digo exasperado),
se me desafias,
aceito o combate” (Drummond).



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Imprensa ‘independente’ esconde livro sobre privataria tucana

Nos últimos anos, qualquer livro de autoria de desafetos ou adversários políticos do ex-presidente Lula e/ou do PT recebeu monumental cobertura da grande mídia. Tais obras costumam ser anunciadas em portais de internet, revistas semanais, jornais, televisões e rádios apesar de não conterem nada além de insultos e acusações sem provas.
Que interesse público ou meramente jornalístico pode ter um livro que chama o ex-presidente Lula de “anta” ou outro que chama de “petralhas” os mais de um milhão de filiados do Partido dos Trabalhadores? Apesar disso, esses livros, escritos por pistoleiros contratados para caluniar e xingar, são anunciados o tempo todo pelos grandes meios de comunicação.
Neste fim de semana, chega ao público um livro que, apesar de jamais ter sido sequer mencionado em um grande jornal ou em qualquer outro grande meio de comunicação, era aguardado por dezenas de milhares de internautas que dele souberam através da blogosfera e de uma única revista semanal, a Carta Capital.
O livro recém-lançado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr., acusado no ano passado pela grande mídia de integrar complô para montar dossiê contra José Serra, pode não conter apenas acusações sem provas ou meros xingamentos. Segundo o autor, apresenta provas de roubo de dinheiro público no processo que o jornalista Elio Gaspari batizou como “privataria”.
É revelador como o livro A Privataria Tucana jamais recebeu um único comentário inclusive do autor do termo que resume o que foi o processo de privatização de empresas públicas durante o governo Fernando Henrique Cardoso, ou seja, um dos maiores saques sofrido pela nação em toda a sua história e que superou até a roubalheira da ditadura militar.
A imprensa que vive se dizendo “independente”, portanto, ao tentar esconder o livro “proibido” está dando a ele a maior contribuição que poderia.
Explico: se fosse uma obra fraca, com denúncias fracas, seria excelente alvo para veículos partidarizados como Globo, Veja, Estadão e Folha. Se a escondem, é porque seu conteúdo deve ser arrasador. E como quem se interessa por assuntos assim certamente tem acesso à internet e a blogs políticos, a censura aumentará o interesse.
Os grandes meios de comunicação fazerem de conta que não viram o livro, portanto, talvez seja tão importante quanto seu conteúdo, pois pessoas bem-intencionadas que têm dúvidas sobre o partidarismo político daqueles meios agora dispõem de prova incontestável desse partidarismo.
Ora, imprensa que se diz “independente”, se fosse mesmo não precisaria concordar com um livro considerado bombástico para noticiar seu lançamento ou para produzir análises de seu conteúdo. O lançamento da obra é um fato político saboroso para qualquer jornalista de verdade. Aliás, é escandaloso que o autor do termo “privataria” tenha se calado.
Este blogueiro AINDA não leu o livro, o que começará a fazer no fim de semana. Até aqui, portanto, não sabe se as denúncias são fundamentadas. Pelo tratamento que a obra está recebendo da mídia, é possível concluir que deve ter muito mais do que suposições e xingamentos.
Se assim for, a mera publicação da obra não desnudará tão-somente o partidarismo de uma máfia que se autoproclama “imprensa independente”; permitirá que os setores pensantes e decentes da sociedade descubram se o Brasil tem Poder Judiciário ou se são todos comparsas dos poderosos chefões midiáticos.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Faustino (Controlar) dá tapinha nas costas do Cerra


Faustino, na foto, quando ainda gozava de liberdade
O Conversa Afiada recebeu do amigo navegante Guss esse comentario, no post http://www.conversaafiada.com.br/politica/2011/11/24/ministerio-publico-acusa-kassab-de-fraude-bilionaria/
(se pudesse o Cerra fechava a internet):

gusss

30 de novembro de 2011 às 15:58  (Editar)

PHA, quem é esse senhor ao lado do Serra?

http://heitorgregorio.com.br/blog/wp-content/uploads/2010/04/Serra-RN-008.jpg

seria ele o João Faustino?

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

* a 48 horas das eleições gerais, Espanha está sob duro ataque dos credores, que exigem juros superiores aos da Itália para financiar sua dívida** Brasil de Dilma afronta lógica tucan0-ortodoxa, corta juros e ganha upgrade de confiança de agencia de risco, em plena crise.

AS RUAS DIZEM NÃO À DEMOCRACIA DOS  BANQUEIROSIndignados norte-americanos protestaram nesta 5ª feira em vários pontos do país, reafirmando sua vitalidade no aniversário de dois meses do Occupy Wall Street . Repressão violenta em Nova Iorque fez  300 prisões.  http://occupystreams.org/item/occupy-nyc-liberty-plaza . 

Também na Itália, em mais de 60 cidades, milhares de
pessoas foram às ruas contra o diretório ortodoxo liderado por Mario Monti.  'Não ao governo dos banqueiros': gritavam  os estudantes em Roma e Turim, duramente reprimidos. Na Grécia, não foi diferente. Protestos contra o arrocho do FMI mobilizaram pelo menos 15 mil pessoas, atacadas com bombas e cassetetes. Na Espanha,  a 48  horas de eleições que devem selar a vitória do extremismo neoliberal, os indignados voltaram ontem à Praça do Sol, em Madrid e em todo o país, buscando nas ruas a alternativa ao regresso do PP, de Aznar, ao poder. Não exagera quem vê nessas manifestações sintomas de uma confronto consciente, crescente e sem volta  entre as ruas e os banqueiros. Pelo menos nesse momento, o conflito passa ao largo do sistema partidário e do arcabouço legal que se rendeu à hegemonia das finanças na Europa. Mario Draghi, do BCE; Mario Monti, premiê  italiano, e Papademos, da Grécia, são todos ex- funcionários do banco Goldman Sachs.
 
(LEIA MAIS.) 
(Carta Maior; 6ª feira, 18/11/ 2011)

Mercados já precificam a quebra do euro

Espanha empurrada para o centro da crise do euro
Victor Mallet em Madri e Richard Milne e David Oakley em Londres
Financial Times, 17.11.2011
A Espanha foi empurrada para o centro da crise da dívida da zona do euro na quinta-feira, quando investidores forçaram para cima o custo dos empréstimos feitos pelo país três dias antes de uma eleição geral que, segundo pesquisas, vai derrubar do poder o Partido Socialista.
O Tesouro espanhol emitiu 3,6 bilhões de euro em papéis que vencem em dez anos com taxa de risco média de 6,975%, a maior desde 1997 e considerada insustentável.
Em outro dia de recordes no mercado, o prêmio demandado por investidores para a dívida espanhola de 10 anos em relação aos papéis da Alemanha — uma medida da expectativa de risco — atingiu 499 pontos. O prêmio da França passou dos 200 pontos antes que compras pesadas do Banco Central Europeu relaxassem as tensões.
“Meu maior medo é que o mercado de papéis de governos da zona do euro está quebrado e vai ser impossível consertar”, disse um estrategista de crédito do Citi, Matt King.
Esta semana, mesmo países com classificação de risco AAA [a mais alta], como a França, a Holanda, a Finlândia e a Áustria viram a taxa de risco de seus papéis subir. “Atravessamos o Rubicão nesta crise”, disse Richard McGuire, estrategista do Rabobank. “Os mercados estão precificando a quebra do euro, no momento em que os países centrais sofrem”.
Os investidores não parecem ter se acalmado com a perspectiva de um novo governo espanhol para substituir o do socialista José Luis Rodríguez Zapatero, nem com a indicação de Mario Monti, ex-comissário europeu, como novo primeiro-ministro da Itália, com um ministério de tecnocratas sem mandato.
“Estamos sob cerco, mas vamos sair desta”, disse a militantes, num comício, Mariano Rajoy, líder do Partido Popular, de centro-direita, homem que se espera seja eleito primeiro-ministro depois das eleições gerais de domingo.
Num discurso no Parlamento italiano em que apresentou seus planos de reforma econômica, o sr. Monti disse que “sacrifícios” serão repartidos quando seu governo tratar de equilibrar o orçamento, o que promete fazer até 2013. Centenas de estudantes protestaram em Milão, a capital financeira da Itália, contra o que chamaram de “governo de banqueiros” do sr. Monti.
O sr. Rajoy prometeu manter os alvos de redução do déficit e implementar uma vasta gama de reformas econômicas se vencer a eleição. Criticando a crença europeia de que tecnocratas poderão resolver esta crise, ele disse  na quarta-feira que políticos, não tecnocratas, são aqueles “que fizeram as grandes coisas no curso da história”.
A Grécia também tem um tecnocrata como primeiro-ministro, Lucas Papademos. “Eu acredito em democracia e em bons políticos”, disse o sr. Rajoy.
A Hungria, por sua vez, buscou na quinta-feira o apoio do Fundo Monetário Internacional, uma mudança de 180 graus em menos de 18 meses, depois que o país se negou a aprofundar sua cooperação com o FMI.
Budapeste disse que buscaria um acordo “de segurança” que não provocaria aumento da dívida do estado. Acredita-se que o governo está em busca de uma linha de liquidez de precaução — um programa redesenhado pelo qual o FMI busca proteger países ameaçados por crises financeiras.
O forint, que tem estado sob forte pressão em dias recentes, imediatamente subiu mais de 2% contra o euro e as ações húngaras subiram 4%.
Additional reporting by Neil Buckley in London
Leia também:
Economist: Notas de 500 euros vão rechear colchões
Gilson Caroni Filho: A luta contra a barbárie capitalista
Paulo Nogueira Batista: Bem que eu avisei
Financial Times: O último que sair apaga a luz
Goldman Sachs aposta no fim da zona do euro
Bancos franceses podem empurrar Europa de volta à crise total