Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
Mostrando postagens com marcador manifestantes. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador manifestantes. Mostrar todas as postagens

domingo, 12 de outubro de 2014

O ciclo da traição se completa: Marina vai de Aécio

ScreenHunter_5208 Oct. 12 13.17
A velha roda das traições nunca pára.
Quando se deixa o ressentimento tomar conta da consciência política, a tendência, quase sempre, é dar a volta a si mesmo e se tornar o oposto de tudo que já se foi.
Foi assim com Carlos Lacerda.
Foi assim com Roberto Freire.
Foi assim com Marina Silva.
Marina Silva fez a sua vida política dentro do PT.
Teve solidariedade, apoio e recursos do partido, que a resgatou de um destino obscuro no longínquo Acre para uma trajetória brilhante: foi vereadora, deputada e, enfim, senadora.
Lula a faz ministra de Estado, coroando sua carreira.
Por que Marina entrou na política?
Ela o fez porque, junto com Chico Mendes, sentia que precisava lutar contra a opressão capitalista, que explora o trabalhador, que desmata florestas, que ignora as condições miseráveis do pobre, que usa o Estado apenas para beneficiar os ricos.
Lutando contra isso, ela entrou no PT, e o PT, quando chegou ao poder federal, iniciou os maiores programas sociais da história do nosso país, reduziu brutalmente o desmatamento da Amazônia, salvou a agricultura familiar do destino cruel que o neoliberalismo tentava lhe reservar.
Marina sequer nega isso, tanto que, em sua campanha, sempre elogiou as conquistas sociais do governo Lula.
Então o que faz Marina Silva agora apoiar Aécio Neves, representante do mais duro neoliberalismo?
Do neoliberalismo que oprimiu milhões de pessoas, não só no Brasil?
Simples, a sua opção segue a escala de seu ressentimento.
O TSE não aprovou a criação de seu partido?
Culpa no PT.
Não chegou ao segundo turno?
Culpa do PT.
Daí que, de candidata que tentou associar a si mesma aos protestos de junho, Marina agora se liga ao partido que defendeu abertamente a criminalização dos manifestantes.
ScreenHunter_5206 Oct. 12 13.13
Infelizmente, a política está cheia desses exemplos.
O poder de transferência de votos de Marina, porém, é perto do nulo, porque os eleitores antipetistas que migraram para Aécio, já estão na conta do tucano.
A mística de Marina assentava-se, justamente, em superar a polarização entre petistas e tucanos.
Alguém acima do bem e do mal.
Essa mística se quebrou.
Marina agora é mais uma política que fala uma coisa e faz outra.
A aliança com a direita consuma o seu fim.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

RODRIGO: FOLHA LUTA COM AS “PALAVRAS” A batalha em Caracas, Kiev e em São Paulo se trava nas camionetes do PiG (*).

Conversa Afiada reproduz do Escrevinhador irretocável artigo de Rodrigo Vianna:

UCRÂNIA E VENEZUELA: LUTAR COM PALAVRAS



“Lutar com palavras é a luta mais vã. No entanto lutamos mal rompe a manhã.” (Drummond)

por Rodrigo Vianna

Não se trata de poesia. Mas de política. A edição da “Folha” desta sexta-feira é mais uma demonstração de que a batalha nas ruas de Kiev ou Caracas não é feita só de coquetéis molotov, bombas e fuzis. A batalha se dá na mídia, na TV, na internet, nas páginas envelhecidas dos jornais. São Paulo, Caracas, Kiev, Moscou e Washington. A batalha é uma só.  

Reparemos bem. Acima, temos a primeira página do jornal conservador paulistano – o mesmo que apoiou o golpe de 64 e emprestou seus carros para transporte de presos durante a ditadura militar. Na capa da “Folha”, ucranianos escalam uma montanha de entulho no centro de Kiev, e a legenda avisa: “Manifestantes antigoverno usam pneus e entulho para montar barricadas…” Logo abaixo, uma chamada sobre reintegração de posse em São Paulo: “Em SP, invasores destroem imóveis do Minha Casa”. Numa página interna, o jornal informa que esse “invasores resistiram e, até a noite, praticavam atos de vandalismo”. (página C-1)

Ucranianos não praticam “vandalismo”. São tratados de forma heróica. Ainda que se saiba que parte dos manifestantes em Kiev tem um discurso racista, próximo do nazismo. Brasileiros são “vândalos”. Ucranianos são “manifestantes”.

Mas sigamos adiante. Nas páginas internas, a “Folha” traz vários textos do enviado especial a Kiev. Num deles, o repórter mostra uma pequena fábrica para produção de coquetéis Molotov, dentro do Metrô de Kiev. O cidadão que produz as bombas é descrito assim: “Sem afiliação a partidos ou uma proposta ideológica clara, o cidadão diz ter sido atraído pela praça e pelas manifestações a partir da ideia de que é necessário mudar o sistema político na Ucrânia.” 



Mudar o sistema político. Hum. Não fica claro se o cidadão quer uma ditadura. A Ucrânia não é uma democracia? O governo não foi eleito pela maioria? Hum… “Sem afiliação a partidos” – essa parece ser a chave para legitimar tudo nos dias que correm. A CIA, os EUA, a CNN, a Folha não tem filiação a partidos. Não. Nem o nobre manifestante de Kiev.

Ao lado da reportagem sobre os molotov, um texto opinativo assinado por Igor Gielow (sobrenome “eslavo”, muito bom! Isso dá credibilidade ao comentário). Basicamente, Gielow diz que a crise na Ucrânia é “reflexo da estratégia de Putin para a região”. Ele não está errado. Pena que esqueça de contar uma parte da história. “O importante não é o que eu publico, mas o que deixo de publicar”, dizia Roberto Marinho.

Gielow e a “Folha” ensinam: Putin é um líder malvado, que pretende manter na Ucrânia “a esfera de poder dos tempos imperiais e soviéticos”. Aprendam: só a Rússia tem interesses imperiais na Ucrânia. Do outro lado, há cidadãos sem afiliação partidária, lutando contra um insano governo pró-Moscou.  Os EUA e a Europa não têm interesses na Ucrânia. Só Putin. A culpa é dos russos.

Na “Folha” luta-se com as palavras muito antes da manhã começar. Luta-se com as palavras em Kiev, em São Paulo, Moscou. Washington fica invisível. E toda a estratégia passa por aí. O poder imperial só existe por parte da Rússia. Washington não tem qualquer projeto imperial: nem na Ucrânia, nem na Síria, nem tampouco na América Latina…

Falando nisso, a cobertura sobre a Venezuela é também grandiosa no diário da família Frias. Declarações de Maduro aparecem entre aspas. Velho truque jornalistico para desqualificar, colocar no gueto da suspeição, qualquer fala dos chavistas. Segundo a Folha, o governo de Maduro afirma que o movimento (golpista? Isso a Folha não diz) é uma armação de “forças de ultradireita da Venezuela e de Miami”. No texto original a expressão está assim, entre aspas. Por que? Para dar a impressão de que Maduro é um lunático, e que não há forças de ultradireita lutando nas ruas. Não. Há só “estudantes” e “manifestantes” (e agora sou eu que coloco entre aspas).



A legenda da foto acima (também publicada pelo jornal conservador paulistano) diz: “Estudantes queimam lixo em atos contra Nicolás Maduro”. Primeiro, como se sabe que o sujeito é um “estudante”? Depois, reparem que queimar lixo na Venezuela é “ato contra Maduro“. Queimar prédios em desapropriação, em São Paulo, vira “vandalismo”.

Em Caracas não há “vândalos”.

Ao lado da foto, um texto assinado por repórter (que está em São Paulo!!!!!) narra  roubo de equipamento da CNN em Caracas: “o ataque à CNN se assemelha a inúmeros relatos de motociclistas intimidando manifestantes, com tolerância e até respaldo das forças de segurança do governo”. O roubo ocorreu em manifestação da oposição. Mas o roubo certamente é coisa dos chavistas. Claro. Nem é preciso ir até Caracas pra saber (registro a bem da verdade factual que o repórter – a quem conheço, ótima pessoa – foi correspondente em Caracas).

No mesmo texto (assinado, de São Paulo) os grupos que defendem o governo são chamados de “milícias”. Ok. Já estive em Caracas cinco ou seis vezes. E há grupos chavistas que se assemelham mesmo a milícias. Mas do lado da oposição há o que? Não há milícias? A turma de Leopoldo, que deu golpe em 2002, é formada por cidadãos inocentes. E só.

Quem lê a “Folha” aprende que, em Caracas,  há de um lado “milícias chavistas”. De outro, só “estudantes” e “manifestantes”.  

Não há neutralidade no uso das palavras. Nunca houve. Nunca haverá. E quanto mais agudas as crises, mais isso fica claro. Há escolhas. A “Folha” faz as suas. A CNN, a Telesur, a VTV – ou esse blogueiro. A diferença é que uns assumem que têm lado. Outros fingem que estão “a serviço do Brasil”.  

Lutemos, com as palavras. Não há saída. O outro lado luta todos os dias, todas horas.

“Palavra, palavra
(digo exasperado),
se me desafias,
aceito o combate” (Drummond).



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

MARINA É TÍMIDA SOBRE MORTE DE CINEGRAFISTA

sábado, 31 de agosto de 2013

GLOBO SE DESCULPA PELO PASSADO. MAS E O PRESENTE?

quinta-feira, 11 de julho de 2013

'ELEITOR VAI COBRAR CARO SE POVO NÃO FOR OUVIDO'

quinta-feira, 27 de junho de 2013

OS CONSERVADORES CAPTURARAM A DILMA Dilma vai acabar mais perto do Michel Temer do que do Lula.


Curva perigosa à direita – dizia uma das placas.

O Conservadorismo é o grande vencedor das manifestações.

Isso não é paradoxal.

Não há protesto de 100 mil, 500 mil a favor.

O Movimento Passe Livre foi para a rua protestar contra o Haddad e contra Dilma.

A violência da PM de São Paulo e a Rede Globo multiplicaram o fenômeno.

A Globo percebeu o sentido anti-Haddad e anti-Dilma do protesto e o encampou, apoiou, cobriu e lhe deu tela plana, com LSD e em HD.

A Globo passou a cobrir a anomia, o des-Governo até derrubá-lo.

Como dizia aquele amigo, velho comunista, que não caiu na esparrela do PPS: isso aí não dá em nada, ou derruba o Governo.

Acertou.

Derrubou o Governo Dilma e botou no lugar outro Governo Dilma.

O trabalho político passou a se desenvolver na arena da Copa das Confederações.

Por que a Copa passou a ser o alvo ?

Porque a Globo ganha com ela de qualquer jeito e em qualquer lugar: no Maracanã, na África do Sul ou na Coreia.

E para os conservadores e a Globo, a Copa tem uma maldição de origem: o Lula trouxe a Copa e a Dilma a realizará.

O Governo se deixou cercar.

O Governo se trancou na Economia.

E a Economia, como a Guerra, é sub-capítulo da Política (já ouvi isso em algum lugar).

O Governo Dilma não tem canal de voz ou de expressão.

É um leão sem dentes.

Sem microfone.

As redes sociais, claro, aglutinaram os manifestantes.

Mas, Facebook não é urna.

As manifestações se diziam apartidárias e horizontais.

Sem líderes.

Não há 100 mil pessoas apartidárias nas ruas.

A Globo deu o Partido e os líderes.

O partido da oposição e os líderes, seus âncoras pretensamente objetivos.

Esses jovens, fora os chamado “vândalos”, são brancos, estudantes e de classe média.

Ele tem uma renda maior do que os da Classe C que o Lula e a Dilma levaram para a classe média.

Eles devem muito pouco ou quase nada a esse processo de mobilidade social que levou 40 milhões de pessoas à classe media.

Eles já estavam lá.

Eles estão há pelo menos uma geração.

Eles nasceram na classe média.

Eles não respeitam os partidos, os políticos ou a democracia.

E, muitas vezes, nem os pais nem os professores.

Eles “just do it”.

Eles são mais eles.

E não tem nenhum apreço por esses que chegaram agora à classe média.

Esses “arrivistas”.

Esses “penetras” que enchem os aeroportos, os shopping centers, que se sentam ao meu lado na faculdade.

E daqui a pouco vão querer um carro igual ao que papai me deu.

E, imagine !, o emprego que era para ser meu !

Esses manifestantes cresceram com um sentimento difuso de anti-política, anti-partidos, anti-Governo.

Isso se deve, em boa parte, à generalizada despolitização da sociedade brasileira.

Uma juventude que pensa que JK é tônico muscular.

Isso se deve à entre aspas politização fecha aspas, na Globo, do julgamento do mensalão, que mais do que punir o PT foi a fogueira em que ardeu a política.

A ideologia predominante nos altos escalões da Justiça contaminou o país: a política é o pecado.

A virtude está nas Leis, ou melhor, nos Juízes.

Tudo o que cheira a soberania popular fede.

Essa rebelia “desorientada” se valeu da ignorância.

Esses manifestantes – e, na verdade, milhões de brasileiros – não conhecem o Brasil.

Não sabem o que acontece no Brasil.

Por exemplo, não sabem que há 30 anos não se investia em transportes.

Há 20 anos, em São Paulo, o paiol de toda crise, se constroi um metro à velocidade de um quilômetro e meio por ano.

Esse déficit de informação se deve a erro estratégico capital, desses que se inscrevem no centro do sistema sanguíneo de um povo, por gerações.

Por exemplo: ser o último país do mundo a abolir a escravidão.

Outro, derrubar o presidente João Goulart, eleito segundo as regras da Constituição, e instalar um regime militar.

Outro erro grave – de que muitos devemos nos penitenciar – foi derrubar o presidente Collor, cujos pecados poderiam ter sido corrigidos pela Lei e pela Política.

Mas, se cometeu o erro de derrubar o primeiro presidente eleito pelo povo depois do regime militar.

A redemocratização começou por se negar.

Outro erro estratégico, que entope as nossas veias, foi não fazer a reforma agrária simultaneamente à libertação dos escravos, como quiseram dois grandes brasileiros, José Bonifácio e Joaquim Nabuco.

Outro erro estratégico, capital, uma dose maciça de colesterol no sangue.

Foi não criar um sistema estatal – de preferência – ou publico de comunicação de massa.

Informar é obrigação do governante.

E o governado tem o direito de ouvir e, constitucional, ser ouvido.

Nenhuma Democracia do mundo permitiria que a lei que regula a rádio-difusão não se atualizasse desde 1963.

Desde 1994, a Globo controla  80% de toda a verba da televisão aberta.

Em 1994, ela tinha 80% da audiência.

Hoje, tem 45% da audiência.

Mas, não faz diferença.

Os 80% só os mesmos e o bolo da grana aumentou.

E agora ?

O Governo Dilma perdeu.

Vê-se no seu rosto.

O Movimento Passe Livre à aquele personagem de Stendhal que não percebeu que estava no meio de uma batalha de Waterloo.

Dilma pode até ser reeleita, diante da indigência que assola o outro lado.

Mas, dificilmente, ela ressurgirá com a força que o Lula ressurgiu do mensalão.

Lula depois do mensalão preservou o centro de sua política: a inclusão social.

A sobrevivência da Presidenta Dilma corre o risco de se dar – apenas – no espaço conservador do sistema político e parlamentar.

E, nesse cercado de federalistas, udenistas e ruralistas, os jovens manifestante e a Globo convivem muito bem – e em harmonia.

Dilma terá que renunciar a boa parte de seu keynesianismo, porque o mercado perdeu  o “instinto animal”- precisa de juros !

Ela terá que mudar a política econômica, caminhar para “ortodoxia” dos credores, porque o ambiente econômico internacional não ajuda – sopra contra.

Dilma terá que tirar dinheiro do PAC para atender às demandas populistas.

Ela não fará uma reforma política para combater o Caixa Dois – porque é disso que se trata -, porque há 19 anos o Congresso imobiliza a reforma política.  

“Ouvir as voz das ruas” só seria possível numa Assembleia Constituinte exclusiva.

E, depois, um referendo.

Fora disso, a “voz das ruas” sumirá naquele salão do Athos Bulcao que liga a Câmara e o Senado. 

Emudecerá

E a Dilma acabará mais perto do Michel Temer do que do Lula.

O Brasil vai parar ?

Não !

Os mesmos ingredientes também estruturais que farão do Brasil uma Nação prospera estarão preservados.

O rumo é o mesmo.

O que mudou foi o plano de voo.

Mudaram os passageiros.

E o comandante.

Vai mudar tudo.

Desde que tudo continue tudo como estava.

Há 200 anos.

(Já ouvi isso em algum lugar.)


Clique aqui para ler “Dilma, a Assembléia Constituinte, Vivinha da Silva”. 

Aqui para ler “Vem aí o voto distrital. Cerra ganhou”. 

aqui para ler “Plebiscito sem Constituinte dá em que ?”. 


Paulo Henrique Amorim